Skip to main content

Full text of "Anexos das Memrias do Instituto de Butantan, Seco de Botnica"

See other formats


Ea 
E 


UN || | 8 
(= A | RA |) 
ES) o: 
= A 
“ 


UI A 


Lav GE A unnitia) | VAR Gibson Inv Ed) 
GUESS EESC 


sz 

A 
L : j 
ia A A ————emem mm. 55.8 
ú 


É . 
, 
f 
E 

| 
; 


a o 
EaD E 
a 


e 
“% 


Cd a É te é 
= A E + 


e 


Ba A odio 
E ; 


ANEXOS 


das 


Memórias do Instifufo de Butantan 


Secção de Botânica 


Vol. I 


1921-238 


(Contendo 500 páginas em seis fascículos 
ilustrados com 74 tâbulas em litografia e 
26 em fotogravura representando o total 
de 154 espécies, de que 86 novas para as 
sciências, e mais o índice completo das es- 
pecies e seus respectivos nomes vulgares) 


1922 
Comp. Melhoramentos de S. Paulo 
(WEISZFLOG IRMÃOS Incorporado) 
São Paulo, Cayeiras e Rio 


“do sa VIA, 


gut; 


a P | 
g 20 FE Ea a 
SUE EM Sd OBY 
vo í 
F W 
Eds se 
j 
| HUBÁgIO Baia ÀS a ETA AM dinda 
: b lndio 
RR PRE RR TIN E DS 
E i bedas + us Comin o EA A (A: 
F mA ) ; 7] | ! , by | s 
x Pe ERA y er 
| bd EDS rito sê tá , gos: 4 Ta Es 
n É onda CAE SER a É 
E] J 4 a Ba ; | 
| a 
| EE 
b 
o : 
Ni E 
! “ de = 
y | Cote ad É 
| É Lata de 
+ E) CA É: N 
N' de , | 
po 
, E js 
à ) Rm 
e | | 


E a Pedi 
Sia ss Ad DNA My ape 

Ê . Rc a DR My k JE Pra | 
ave. emitia T E alia 4d À) N 
i RE 6 64] es a p 
ram mM A 


CONTEUDO 


Fasc. | — Leguminosas forrageiras do Brasil, I — Meibomia, 
MozgHR, por F. C. HogHNE, com 21 tábulas litográficas 
e 3 estampas no texto. 


Fasc. II — Contribuições ao conhecimento das Orquidáceas do Bra- 
sil, 1 — por Dr. R. SCHLECHTER e F. C. HogHNE, com 
11 tábulas litográficas e uma estampa no frontispício. 


Fase. HI — Contribuições ao conhecimento das Rubiáceas do Brasil 
meridional, por Dr. K. KrAUsE e F. C. HogHNE, com 
6 tábulas litográficas. 


Fase. IV — Contribuições ao conhecimento das Orquidáceas do Bra- 
sil, 1H — por Dr. R. SCHLECHTER e F. C. HOEHNE, com 
13 tábulas litográficas e uma estampa no frontispício. 


Fase. VY — Melastomáceas dos Hervários: Horto « Oswaldo Cruz », 
Museu Paulista, Comissão de Linhas Telegráficas Es- 
tratégicas de Mato-Grosso ao Amazonas, Jardim Botà- 
nico do Rio de Janeiro, ete., por F. C. HogHNE, com 
22 tábulas, de que duas em litografia e o resto em 
fotogravura e mais uma estampa no frontispício. 


Fase. VI — Convolvuláceas dos Hervários: Horto « Oswaldo Cruz », 
Museu Paulista e Comissão Rondon, por F. C. HogHNE, 
com 19 tábulas litográficas, e Contribuição ao co- 
nhecimento das Loranthaceae do Brasil meridional, pelo 
Dr. K. KrausE, de Berlim, Alemanha, com uma tábula 
litográfica. 


Acompanhado de um índice alfabético dos nomes das espécies e 
outro dos nomes vulgares citados em todo o volume. 


COROS PE a 


140 
v 13: ST RL ITA É A ig TE a a heih, nad 
g SO E o À O ES OA 
À f 


- +, a a bt 
) dd a A DS 


á FR NTE 
j ” e 
q a CR 
EEE DR] 
o Ra [o Eco dA pa 
(O RR E A O SR 
A 


Bis TO se AO 


E RR 
Ea + Fim [o 
MR e 
x , St E 
a ' 
1 & z 
A) ; 
, 
é 
Ko, 
4 
o 
E) ' 
b 
» um |oiyá 1 
go 
j 
fa | 
Vo Dre 
1 
Ú . 
' 
' 
É 
ii 
* 


ANEXOS 


das 


Memórias do Instituto de Butantan 


Secção de Botânica 


Vol. I-Fasc. I 


E 


] 1921 
Comp. Melhoramentos de S. Paulo 
Cayeiras, S. Paulo e Rio 


ADVERTENCIA: As “Memórias do Instituto de Butantan” 
bem como os “Anexos das Memórias do Instituto de Butantan” - Sgc- 
ção DE BoTÂNICA, e os da Secção DE ZooLoGIA serão publicadas em fasci- 
culos agrupáveis em tomos e não aparecerão em datas fixas. , 

A grafia portuguesa nelas adoptada está, em suas linhas gerais, 
consoante as bases da reforma ortográfica, aprovada pelo Governo de 
Portugal, em 1 de Setembro de 1911. 

Toda a correspondência que tem relação às publicações mencio- 
nadas deve ser endereçada ao Director do Instituto de Butantan ou aos 
respectivos chefes das Secções. Caixa postal 65 - S. Paulo - Brasil. 


NOTICE: The “Memorias do Instituto de Butantan” and also 
the “Anexos das Memórias do Instituto de Butantan”, Secção DE 
Borânica, and those of the Secção DE ZooLogiA will be published im 
parts constituting volumes and will not appear on fixed dates. 


The portuguese graphy used in the text is nearly according to 


the bases of the ortographic reform approved by the Portuguese Go- 


vernment, the 1 st. Sept. 1911. 


AN correspondence relative to the above mentioned publications 
should be addressed to the Director do Instituto de Butantan or to one 
of the chiefs of the Sections. Caixa postal 65 - S. Paulo - Brasil. 


BEMERKUNG: Die “Memórias do Instituto de Butantan” 
und die “Anexos das Memorias do Instituto de Butantan”, Secção DE 
Borânica, und der Secção DE ZooLogia werden zwanglos in Heften 
erscheinen, welche in Bánde zusammengefasst werden kúnnen. 


Die portugiesische Schreibweise, welche in ihnen angewandt 
wird, stimmt im allgemeinen mit den Grundlagen der orthographischen 
Reform iiberein, welche am 1. teu September von der portugiesischen 
Regierung genehmigt worden ist. 

Alle KorrespondenzttAvelche auf genannte Schriften Bezug haben, 
miissen an den Director do Instituto de Butantan oder an einen der 
Vorsteher der Sectionen adressiert werden. Caixa postal 65 - S. Paulo - 
Brasil. 


ANEXOS 


das 


Memórias do Instifufto de Butantan 


Secção de Botânica 


Vol. I-Fasc.I 


Comp. Melhoramentos de S. Paulo 
Cayeiras, S. Paulo e Rio 


LEGUMINOSAS FORRAGEIRAS 


DO BRASIL 


LR 


MEIBOMIA, moEHR. 


(DESMODIUM, DESVv) 


POR 


F. C. HOEHNE 


Botanico do Instituto de Butantan 


(Apresentado para ser impresso em Julho de 1920) 


Ato PRADA 


à 


INTRODUÇÃO 


A família natural das Leguminosas salienta-se de entre as demais pelo grande 
número de espécies úteis em todos os sentidos, achando-se representada em tôdas 
as formações vegetativas, tanto entre as herbáceas como em meio das lenhosas. As 
mais belas trepadeiras, que se enleiam pelas árvores, os gigantes das florestas, que 
nos fornecem as madeiras mais preciosas e, às vezes, quási incorruptíveis, assim 
como as minúsculas Cassias, que atapetam o solo, alêm das vistosas Calliandras 
e Neptunias com que decoramos os nossos jardins, tôdas são membros desta gran- 
de família, que alguns autores prefeririam ver dividida em três. 


As melhores madeiras, as essências mais preciosas, os mais úteis legumes, 
alêm das sementes mais indispensáveis na alimentação do povo, e as belas árvores 
de sombra, tudo é encontrado nesta enorme e rica família vegetal. 


Excelentes plantas forrageiras se encontram entre as Leguminosas, em quási 
todos os géneros, sendo incontestávelmente, de muitos dêles, as melhores e as mais 
úteis. Elas fornecem não só uma forragem verde muito boa, mas ainda o melhor 
feno para a alimentação do gado durante os meses em que a verdura escasseia ou 
em logares onde aquela é difícil de ser obtida. E, quási tôdas, fáceis de cultivar e 
aperfeiçoar, fornecendo resultados magníficos. 


Não são exclusivamente as espécies herbáceas ou arbustivas as apreciadas 
pelo gado; muitas arborescentes existem cuja folhagem é avidamente devorada por 
êste e que nas grandes sêcas constituem o recurso único para a sua manutenção. 


Nêste número estão muitas espécies de Piptadenias, Mimosas, Cassias, 
Bauhinias, Dalbergias, Ingas, Machaerios, Pithecolobios, Acacias e outras. 


Considerando-se esta multiplicidade de espécies forrageiras compreendidas na 
grande família natural das Leguminosas, e sabendo-se que na flora do nosso país 
esta se acha, talvez, mais bem representada que na de qualquer outro, fácil é con- 
ceber-se que tambêm aqui devem existir muitas, úteis e aproveitáveis como as 
«Alifafas,» dos géneros Medicago, Melilotus, Trifolium e outros, exóticos, já culti- 
vadas em grande escala para o preparo do feno, consumido em todos os países do 
mundo na alimentação do gado vacum e cavalar especialmente. Existem espécies 
indígenas, até hoje inaproveitadas entre nós, que em matéria alimentícia e facili- 
dade de aperfeiçoamento pouco ou nada ficam a dever às espécies dos géneros 
exóticos citados. São especialmente as dos géneros Meibomia, MogHR. (Desmodium, 
Desv.), Crotalaria, L., Zornia, GuEL., Stylosanthes, Sw., Arachis, L. e de outros 
afins, mais ou menos herbáceas, que poderiam ser aproveitadas com grande van- 
tagem para fornecer não só magnífico pasto verde, mas tambêm o feno para alimen- 
tação do gado em estábulos durante os meses em que difícil se torna a sua 
manutenção com forragem fresca, livrando-nos assim da grande despesa feita anual- 
mente com a importação de forragem estrangeira e contribuindo para a nossa 
emancipação económica. 


Saber quais as espécies que mais vantagem poderiam oferecer e onde encon- 
trar sementes para o ensaio da sua cultura e aperieiçoamento, eis onde está o X 
da questão. Não falta por aí quem tenha proclamado aos quatro cantos da terra, 
pelas colunas dos jornaes ou ainda em frases floreadas de belos discursos, que a 
nossa flora é a mais rica do mundo, que encerra tudo o que a Natureza poude 
produzir, às vezes sem conhecer mais que as capitais do nosso torrão. Estamos 
fartos de ouvir estes louvores infundados e sem proveito. Passemos da palavra à 
acção: que cada um de nós, que nos interessamos realmente pela grandeza e desen- 
volvimento da nosca Terra, procure conhecer aquilo que de aproveitável ela encerra, 
que estude e exponha desse estudo os resultados, de maneira que possam ser utili- 
zados práticamente pelos interessados, eis o que deve substituir as palavras ôÔcas 
ou vazias com que temos procurado até aqui nos enganar mutuamente. 


6 Leguminosas forrageiras do Brasil 


Entre aqueles que se dedicam ao estudo da Scientia Amabilis, somos dos 
que não poupam esforços no sentido de desenvolver o gôsto pelo estudo e o amor 
às cousas indígenas. E” rica a flora do nosso País, não basta pois que o repitamos 
ao nosso patrício. Sendo a mais pujante e bela, a mais variada do globo, deve 
dar-nos o estímulo de estudarmo-la em todos os seus detalhes e em todo o seu 
conjunto, mas somos em número reduzido demais para conseguirmos êste objectivo, 
tornando-se mister que outros moços tenham o interêsse despertado para êste belo 
e compensador estudo, e que de entre os próprios filhos desta Terra surjam os 
seus bôtanicos. 


Deve nos envergonhar o facto de termos até hoje sido meros espectadores, 
pois tudo, ou quási tudo, que conhecemos da nossa flora devemos aos estrangeiros, 
que fartos de conhecerem a flora pátria atravessam o oceano para nos presentearem 
com obras sôbre a nossa. E, verdade se diga, até as obras didácticas adoptadas 
aqui são o fruto do labor dêles, trazendo por isto exemplos de espécies exóticas, 
que raras vezes o aluno compreende ou pode examinar em vivo. 


O presente trabalho é uma pequena contribuição ao estudo das Leguminosas 
forrageiras indígenas. E” o resultado de observações e estudos feitos em viagens e 
depois no gabinete, enriquecido com as observações de outros autores e completado 
com as análises químicas de muitas espécies, realizadas por especialistas de reco- 
nhecida competência. 


Compreende as espécies indígenas do género Meibomia, MoEHR., que na 
«Flora Brasiliensis» de Martius e várias outras obras ainda se acha registado sob 
o nome de Desmodium, Desv., que por ser mais recente, como veremos adiante, 
deve ser substituido. 


Para maior facilidade e mais alcance, preferimos enumerar e descrever tôdas 
as espécies indígenas do género conhecidas até esta data, pois que, embora algumas 
tenham insignificante valor para cultura, representam por outro lado papel impor- 
tante na formação dos pastos nos chapadões e campos sêcos. Desta maneira tor- 
nar-se-á tambêm mais fácil a identificação de cada espécie, assim como a das novas 
que naturalmente ainda virão a ser descobertas. 


Não ignorando a dificuldade que o leigo na Botânica encontra para identi- 
ficar um vegetal qualquer, por mais bem feita que seja a sua descrição, justamente 
por lhe faltar o conhecimento dos nomes técnicos das várias partes componentes 
da planta, resolvemos juntar um quadro em que indicamos, por meio de desenhos, 
os diferentes órgãos desta que entram em consideração nas descrições. 


Por motivo idéntico e para evitar quaisquer dúvidas por parte dos técnicos 
que se utilizarem do presente trabalho, juntamos de cada espécie que conseguimos 
examinar uma estampa tão nítida quanto possível com os parcos dotes artísticos de 
que dispomos. 


Que esta pequena contribuição possa servir de estímulo aos colegas e que os 
agricultores ou criadores possam dela tirar proveitos que redundem no engrandeci- 
mento da querida Pátria, são os nossos votos sinceros. 


Ao Dr. Afranio do Amaral, que tomou a sí a parte ortografica e ao Sr. 


Euclydes da Costa Soares que ficou encarregado da revista deste opusculo, apresen- 
tamos sinceros agradecimentos. 


CUIDADOS CULTURAIS 


A cultura de qualquer das espécies de Meibomia poderá ser 
iniciada com uma ou poucas sementes. 


Parecerá talvez absurda a alguem esta nossa asserção. Mais 
difícil e morosa parecerá a outro a domesticação das nossas es- 
pécies silvestres, podendo ainda advir a alegação de resultados 
incertos e trabalho demorado e, por isto, pouco prático. Em tudo 
isto pode haver razão, e é um facto que nem sempre se consegue 
colher á tarde os frutos daquilo que foi semeado pela manha. 
Perguntamos, porêm: ;não foram igualmente trabalhosas e difíceis 
para os nossos antepassados a introdução e domesticação das vá- 
rias espécies animais e vegetais que hoje nos servem para os 
vários misteres da vida? 

Colhendo hoje algumas sementes ou obtendo-as de um amigo, 
e semeando-as em terreno adrede preparado e bem expurgado 
de plantas daninhas, conseguiremos algumas mudas, que, tratadas 
convenientemente, em pouco darão sementes suficientes para en- 
cher uma área regular, bastante para a produção daquelas ne- 
cessárias a uma cultura maior e metódica, que poderá ainda ser 
ampliada de ano para ano, deixando cada vez melhores resultados. 


Este processo é o que devemos aconselhar a todos, porque 
não acarreta desilusões, nem exige empate de grandes capitais 
para os ensaios de culturas. Alêm disso, tem a seu favor a van- 
tagem de ensinar pela experiência, evitando os grandes prejuízos. 
Em poucos exemplares fácil é aprender-se a conhecer as várias 
exigências e a combater os inimigos naturais da planta, trazendo-nos 
ainda êste processo a convicção do nosso valor próprio, mostrando 
quanto podemos conseguir perseverando e trabalhando, o que cons- 
titui um verdadeiro e salutar estímulo. 

Se isto afirmamos é porque nos aconselha a experiência. Mais 
de um exemplo, porêm, poderíamos citar, de outros que venceram 
pela constância e grandes benefícios legaram ao Paiz. 

Olhamos hoje com certo orgulho para a grande cultura de 
Chenopodium que temos em Butantan, não só porque já nos for- 
neceu muitos kilos de oleo essencial, mas ainda por nos lem- 
brarmos que tudo aquilo foi o resultado de um punhado apenas 
de sementes mandadas colhêr de exemplares silvestres, que se 
desenvolviam nos monturos dos arredores daquele Instituto, ha 
sómente três anos, 


A cultura de várias espécies de Meibomia, que para ensaio 
iniciámos no Horto « Oswaldo Cruz», foi igualmente começada com 


8 Leguminosas forrageiras do Brasil 


poucas sementes, mas temos certeza que, se continuarmos, em pouco 
teremos sementes para distribuir a todos que tiverem desejo de 
fazer grandes culturas dessas espécies forrageiras. 

Em terrenos mais ou menos férteis o cultivo das espécies 
de Meibomia dá muito pouco trabalho e dispêndio. Elas vegetam, 
porêm, igualmente em terrenos mais sêcos e quási estéreis, desde 
que êstes sejam adubados e preparados convenientemente. 


O melhor processo para cultivá-las consiste em arar e adubar 
o terreno perfeitamente e abrir depois disto pequenos sulcos pa- 
ralelos nos quais se espalham as sementes. Os sulcos não devem 
ser muito profundos, variando a distância entre eles de acôrdo 
com o maior ou menor desenvolvimento da espécie a cultivar. 


Para as espécies meio arbustivas e arbustivas, como são a 
Meib. discolor, (VoG.), Meib. pabularis, HOEHNE e muitas outras, 
aconselha-se tambêm fazer pequenos viveiros para, depois das 
mudas terem atingido de 15-20 em. de altura, transplantá-las para 
o local definitivo, prêviamente podadas à uma altura de mais ou 
menos 10 cm. do caule (vide fig. 1), assim devendo ser plantadas 
em leiras de 80-100 em. de abertura e na distância de 40-50 em. 
de planta para planta. ; 


E" sempre aconselhável descascar-se as sementes antes de 
atirá-las à terra, mas, em espécies em que esta operação se torna 
difícil e morosa, pode-se desarticular os legumes e submergí-los 
em agua limpa durante um a dois dias para facilitar a germinação, 
que, no primeiro caso, se verifica, em regra, do 5.º ao 20.º dia 
da semeadura, e no último um pouco mais tarde, variando tudo 
de acôrdo com ia época do ano e o maior ou menor grau de hu- 
midade a que forem expostas as sementes. 


Para o nosso clima a melhor época do ano para as sementeiras 
das Meibomias é a que decorre de Agosto a Outubro, quando 
as plantas melhormente se desenvolvem, sendo ainda aconselhável 
que a transplantação seja feita na mesma época. 


A cultura em leiras leva vantagens sôbre a de lance, por 
facilitar muito a extinção das hervas daninhas, regas e a colheita, 
quer das sementes, quer do material, facilitando ainda, nas grandes 
áreas, a limpeza por meio da carpideira. 


- À duração e o número de cortes que cada planta pode sofrer 
depende da espécie cultivada e ainda do fim para que é destinada. 
Sendo aproveitada como forragem verde, é de conveniência deixar 
a planta desenvolver-se bem antes de cortá-la; para o preparo 
do feno, porêm, a colheita deve ser realizada logo que a planta 
tenha atingido a altura átil para o fim, e sempre antes de florir. 
Para o último caso quási tôdas as espécies dão de três a quatro 
cortes por ano, como aliás já foi verificado pelo DR. MARIO CALVINO, 
de Havana, na Meib. discolor, (Voa.), por elle dada como Meibomia 
leiocarpa, (DoN.). 


As espécies que mais se prestam para o preparo do feno 
são: Meib. incana, (D. CC), Meib. albiflora, (SALZM.), Meib. adscen- 


I- fasc. | 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. 


“BIMINO Op S9ZIW SIOp UIO9 “OIN9AIA UIO SEPpeIO sepnuw op epejuvjd *znio) opjeasO, Ojo ou (BoA) «ojoosep vruoqrjy ap odniS ouonbad 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. I 9 


dens, (D. C.), Meib. uncinata, (D. 0), Meib. pabularis, HORHNE e 
Meib. discolor, (Voc). 

Em simbiose com as espécies de Leguminosas vivem pequenas 
Bacteriáceas do género Bacillus, COHN., que alguns autores con- 
sideram representantes de várias espécies, mas outros, os prin- 
cipais, classificam como formas do Bacillus radicicola, BEYER., 
graças às quais estas plantas conseguem medrar em terrenos quási 
completamente esgotados de substâncias nitrogenadas, pois que as 
bactérias que se desenvolvem em suas raízes, onde formam pe- 
quenos nódulos ou espessamentos, teem a faculdade de fixar o 
nitrogénio da atmosfera. Sem estas bactérias tais plantas não se 
desenvolvem bem, sendo por isso preciso que no terreno em 
que se as queira cultivar existam aqueles micro-organismos. 
Quando se verificar que as mudas não teem os nódulos de- 
senvolvidos nas raízes, é prudente juntar-se-lhes um punhado 
de terra recolhida de algum exemplar espontâneo, o que é bastante 
para facilitar a simbiose na maior parte dos casos. 

O corte das plantas deve ser sempre realizado rente ao chão, 
sendo aconselhável fazer passar, depois de cada corte, a enxada 
ou o arado entre as leiras para afofar e ventilar o solo e per- 
mitir a penetração das águas da chuva. 

O preparo do feno é mais ou menos idéntico ao da alfafa, 
isto é, realizado o corte, 'a planta permanece no campo o tempo 
suficiente para secar, sem estorricar, e sempre defendida da chuva 
ou do sereno demasiado, sendo depois recolhida e guardada sob 
telheiros bem ventilados, ou enfardada para a exportação. 


Meibomia, Mom. 


As espécies da família natural das Leguminosas, que na Flora 
Brasiliensis de Martius, no Engler & Prantl, Natiúrliche Pllanzen- 
familien e várias outras obras básicas estão citadas e descritas 
sob o nome de Desmodiwum, proposto por DEsvaux em 1818, per- 
tencem e devem ser subordinadas, conforme demonstraremos adi- 
ante, à Meibomia, nome que goza de prioridade pelo facto de ter 
sido proposto em 1736 e reeditado em 1763, isto é, exactamente 
50 anos antes daquele. 


Os vários sinónimos propostos para espécies que compõem 
êste género, seguem aqui pela ordem cronológica: 


1736 — Meibomia, MoEHR. (Moehr., Hort. priv. 65). 

1763 — Meibomia, Heist. (Heister, ex Adanson, Fam. II, pag. 509). 
Outros ha que dão a Adanson a autoria do género. 

1787 — Edusaron, MEDIK. (Medicus, in Vorles. Churpf. Phys. Ges. 
II, pag. 671). 

1812 — Pteurolobus, Sr. Hz. (Jaume Saint'Hilaire, Nouv. Bull. 
Soc. Phil. III, pag. 192). 

1813 — Desmodium, DEsv. (Desvaux, Journ. Bot. I, pag. 122 tab. 5). 

1813 — Phyllodium, Desvaux (Desvaux, Jour. Bot. I, pag. 123, 
tab. 5). 


10 Leguminosas forrageiras do Brasil 


1825 — Perrottetia, D. C. (De Candolle, in Annal. Soc. Nat. Ser. 
I, IV, pag. 25). 

1825 — Dicerna, D. C. (De Candolle, in Mem. Leg., pag. 326 et 
Prodr. II, pag. 339). 

1825 — Nicolsonia, D. OC. (De Candolle, Mem. Leg. pag. 311, tab. 
bl et Prodr. II, pag. 325). 

1825 — Pteroloma, D. C. (De Candolle, Prodr. II, pag. 326, in 
textu). 

18380 — Tetranema, SwEET. (Sweet. Hort. Brit. ed. II, pag. 149). 

1836 — Tropitoma, RAFIN. (Rafinesque, New Flor. Am, II, pag. 19). 

1838 — Oxydium, J. J. BENN. (J, J. Bennet. Plant. Jav. Rar,, 
pag. 156). 

1838 — Ototropis, NEES. (Ness, Del. Sem. Hort. Vratels). 

1839 — Ototropis, (CONFERIDO) (Linnaea, vol. XIII, pag. 120), 

1840 — Dollinera, ENDL. (Endlicher, Gen. et Sp. Plant., pag. 1285). 

1840 — Edusarum, STEUD. (Nom. ed. 2, I, pag. 543). 

1842 — Codariocalyx, Hassk. (Hasskarl, Flora, XXV, II Beiblatt 
48) e antes (1841) Codariocalyx, Hassk. conf. Linnaea XV, 
Litt, 80 e 81. 

1843 — Cyclomorium, WaLP. (Walpers, Rep. II, pag. 890). 

1850 — Sagotia, WaLP. (Walpers, Linneae, XXIII, pag. 737). 

1852 — Dendrolobium, BTH. (Bentham, in Mig. Pl. Jungh. I, pag. 
215). 

1852 — 'Pteroloma, BTH. (Bentham, in Mig. Pl, pag. 219). 

1852 — Catenaria, BTH. (Bentham, in Mig. Pl Jungh. I, pag. 220). 

1857 — Lagotia, C. MUELL. (C. Muellenberg, in Walpers Ann. IV, 
pag. 409). 

De acôrdo com a lei de prioridade, que deve ser respeitada 
por todos os homens de bom senso, deve ser adoptado e estabe- 
lecido o nome proposto por MoEHRIC. O próprio Dr. Taubert, autor 
da Monografia das Leguminosas no «Die Natiúrliche Pflanzens 
familien, de Engler & Prantl, escrevendo Desmodiwum, DESV., afirma 
reconhecer o direito daquele autor, justifica-se, porêm, dizendo 
que ninguem o entenderia se fizesse como O. Kuntze, quando pro- 
curou restabelecer o nome Meibomia, MOEHR. Isto, porêm, de modo 
algum revoga a lei estabelecida e aceita por todos os homens de 
sciência, que declara sinónimos todos os nomes propostos para 
qualquer princípio, espécie ou género já descrito e publicado amn- 
teriormente. 

Quanto à cláusula da Convenção Internacional, que declara 
caido em desuso o nome proposto que por mais de 50 anos te- 
nha ficado em olvido, devemos confessar que se nos afigura muito 
prática, porêm, pouco justa, alêm de que não conseguimos pôr 
a limpo a sua aplicabilidade ou inaplicabilidade neste caso, em 
que o nome hoje mais usado surgiu exactamente 50 anos depois 
de ter sido ainda registado como aceito por ADANSON e HEISTER 
(Adans. Fam. II, pag. 509) o primitivo nome proposto. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. | 11 


A lista de sinónimos que acabamos de dar refere-se ao género 
todo; os sinónimos das espécies que aparecem no Brasil enumera- 
remos com as respectivas descrições destas. 


Das 150 ou mais espécies descritas, apenas 26 são indicadas 
como indígenas, e sôbre a autenticidade de algumas destas ainda 
pairam sérias dúvidas; é por isto natural que mais tarde estas 
dúvidas venham a ser resolvidas e tambêm que outras espécies 
sejam descritas; das actualmente aceitas como boas e por nós 
examinadas daremos aqui uma descrição sucinta para que ao agri- 
cultor ou criador seja possível identificá-las para o seu cultivo 
e aproveitamento. 


Caracteres botânicos do género Meibomia 


No «Die Natiúrliche Pflanzenfamilien de Engler & Prantl, vol. 
NI, 3, o professor Dr. TAUBERT coloca o género Meibomia, MOEHR 
(Desmodium, Desv.) na secção Hedysareae Desmodiinae da sub- 
família das Papilionáceas, fam. das Leguminosas. Os seus géneros 
mais afins são exóticos, tendo no Brasil mais afinidade com Sty- 
losanthes, Sw., Cranocarpus, BTH., Arachis, LINN e Zornia, GMEL. 
e poucos outros da secção Hedysareae, da Flora Brasibensis de Mar- 
tius, os quaes se caracterizam igualmente pelos frutos ou legumes 
articulados ou lomentáceos, isto é, divididos mais ou menos em 
secções transversais que podem ou não se separar antes de abri- 
rem. Quási todos se compõem de espécies forrageiras. 


As Meibómias se caracterizam pelo que segue: 


Arbustivas ou sub-arbustivas, erectas, rasteiras ou algo es- 
candentes, em regra mais ou menos revestidas de pêlos pouco 
distintos e, às vezes, uncinados ou ásperos. Folhas compostas ou 
simples, uni a trifolioladas. Folíolos do par inferior ou laterais, em 
regra, menores que o terminal, no meio ou pouco acima do meio 
do pecíolo comum, êste de comprimento variável e cada folíolo 
munido de pecíolulo com pequenas estípulas em sua base, o pecíolo 
comum igualmente sustido em sua base por duas estípulas variáveis 
em tamanho e não raro caducas. Flores relativamente pequenas, 
em regra dispostas, solitárias ou geminadas nas brácteas, em pa- 
nículos ou racimos terminais, raro em racimos axilares ou ainda 
em fascículos de 2-4 nas axilas das folhas, ou opostas a estas. 
Bracteas antes da ântese não raro estrobiliformes imbricadas, ca- 
ducas depois da ântese, raro persistentes. Pedicelos, em regra mais 
longos que o cálice, bastante finos e roliços. Cálice inferiormente 
campanuliforme conerescido, com cinco dentes ou lobos que po- 
dem ser divididos em dois superiores sempre mais ou menos e, 
às vezes, completamente unidos entre si, dois laterais em regra 
tão longos quanto os superiores e um inferior quási sempre mais 
longo que os demais, variando a forma de todos, de espécie para 
espécie, e a relação do tamanho entre êles, o que constitui ca- 
racterístico para espécie. Corola composta de cinco segmentos, 
dos quais o superior e maior se conhece por vexilo ou estandarte 


12 Leguminosas forrageiras do Brasil 


e tem a forma geralmente ob-oval ou quási ob-cordiforme, ou 
ainda quási orbicular; dois menores, ocupando mais ou menos o 
centro da flor, são concrescidos pelo dorso em forma de quilha 
e envolvem os estames cujo tubo por sua vez abraça o ovário 
encimado pelo pistilo, constituindo a carena ou navicula, e os ou- 
tros dois que, cavalgando ligeiramente sôbre a base um tanto 
ligulada dêstes, se estendem um pouco para os lados na parte 
superior, chamam-se alas ou áàsas; em regra todos êstes segmen- 
tos são um tanto unguiculados em sua base. Estames sempre em 
número de dez, dos quais nove concrescidos em um tubo e livres 
apenas na parte superior e um, o vexilar ou superior, livre até 
a base ou ligeiramente aderente aos demais. Ovário estipitado 
ou séssil, pluri-ovulado até bi-ovulado, glabro ou mais frequen- 
temente pubescente ou piloso, completamente envolvido pelo tubo 
estaminal, terminando em pistilo mais ou menos longo com es- 
tigma capiteliforme. Frutos, são legumes articulados que ao ama- 
durecerem, em regra, não se abrem, mas se decompõem em se- 
gmentos transversais em número variável com a espécie, raro, po- 
rêm, menor que dois e maior que oito, geralmente revestidos de 
pêlos ásperos, mais ou menos uncinados e, por consequência, pre- 
ensores, o que facilita a disseminação; as sementes são pequenas, 
verde-amareladas, bastante duras e um tanto reniforme-alongadas. 


Designações populares e outros caracteres 


O facto de se acharem os frutos revestidos de pequenos pêlos 
uncinados e de se tornarem, em consequência disto, aderíveis 
ou preensores, foi que levou o povo a apelidar as espécies 
dêste género de «Péga-péga», «Carrapixo» « Amor do Campo», 
« Amores sêcos», «Carrapixo do beiço de boi», etc. 


Algumas espécies, como a Meibomia uncinata, (D. 0.) possuem 
tambêm pêlos mais ou menos preensores no caule e sôbre 
os folíolos. 


A função dos pêlos uncinados sobre os frutos é a de fa- 
cilitar o transporte dêstes pelo gado ou pelo homem e de au- 
mentar assim a propagação da espécie. Este facto explica a razão 
porque algumas espécies, e justamente aquelas providas de se- 
melhantes pêlos, podem aparecer não só em vários países e re- 
giõoes de um continente, mas tambêm em vários continentes, como 
se verifica com algumas espécies que surgem no Brasil e na 
África, por exemplo. ] 


Poucas são as espécies cujos legumes se abrem enquanto per- 
manecem na planta, a maioria despoja-se dêles inteiros ou fracciona- 
dos e, então, as sementes germinam entre as cascas dos artículos 
que se decompõem com a acção da humidade. Este último. facto 
justifica o grande poder germinativo que as sementes destas plan- 
tas conservam quando guardadas em logar sêco, o que concorre 
ainda para facilitar e aumentar a sua dispersão. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. | 13 


Do habitat e condições de vida 


Conforme já fizemos ver acima, as Papilionáceas na sua grande 
maioria vivem em simbiose com bactérias do género Bacillus, que 
lhes facilitam a obtenção de matérias azotadas, não só do solo, 
mas ainda da atmosfera, pois essas bactérias gozam da propriedade 
de fixar directamente do ar o nitrogénio, onde existe na proporção 
de quási 4/5. (Este micro-cogumelo é por FRANKE e outros au- 
tores denominado Rhizobium leguminosarum, SCHRÓT). Tal simbiose 
se patenteia melhor em algumas espécies que em ovtras, e é 
facilmente constatável quando a planta vive em terreno por na- 
tureza pobre e estéril, podendo-se nestas condições verificar a 
existência do Bacillus no protoplasma celular, até nos extremos 
do caule, ao passo que em plantas desenvolvidas em terreno su- 
ficientemente fértil e rico de substâncias alimentícias o simbionte 
pode passar à categoria de parasita e residir exclusivamente nas 
raizes, onde sempre provoca o desenvolvimento de nódulos em 
que se multiplica e reproduz. 


Esta simbiose contribuiu igualmente para que as espécies do 
género Meibomia se adaptassem a vários terrenos e meios di- 
ferentes. São elas por isto encontradas desde os terrenos quási 
áridos e sêcos, onde a sua manutenção é, alêm disso, quási sempre 
possivel graças à formação de espêsso e profundo rizoma, até 
os mais férteis, e da mesma forma desde os logares mais abertos 
até a sombra húmida das matas das encostas. Destas adaptações 
originaram-se sem dúvida muitas formas, variedades e talvez es- 
pécies. 

Das espécies conhecidas 24 são citadas para o Brasil. Delas 
uma parte é nativa nos campos limpos, outra aparece nos cer- 
rados e campos sujos e um terço ou mais se encontra nas matas 
ralas ou em suas margens, em terrenos mais ou menos sujos 
ou caapoeiras. 


De entre as campestres distinguem-se as espécies prostradas 
ou rasteiras, como sejam Meib. adscendens, (D. C.), que se ca- 
racteriza bem pelos frutos bastante preensores, de iístmos largos 
e excêntricos, folíolos pequenos e mais ou menos obovais e Meib. 
triflora, (D. C.), com flores fasciculadas nas axilas ou opostas 
às folhas e folíolos ainda menores; depois seguem-se-lhes Meib. 
aincana, (D. C.), que já prefere campos mais cobertos e margens 
mais sujas, e Meib. albiflora, (SALZM.), que tambêm costuma in- 
vadir os cerrados. 


Tipicamente xeróiitas campestres são, porêm, as formas ere- 
ctas como Meib. pachyrhiza, (Voc), Meib. platycarpa (BTH.), Meib. 
sclerophylla, (BTH.), Meib. aspera, (DeEsv) e poucas outras, das 
quais, principalmente as duas primeiras, desenvolvem espêssa raiz 
fusiforme que Jhes faculta obter e reservar humidade para os 
meses de sêca e tambêm resistir às queimas dos campos, pois 
que dela brotam anualmente novos caules e rebentos pouco ra- 
mificados. 


14 Leguminosas forrageiras do Brasil 


Nos cerrados ou campos sujos, bem como nas margens das 
estradas e campos artificiais surgem Meib. uncinata, (D. C.) ca- 
racterizada pelo revestimento aderível dos caules e ramos, alêm 
dos frutos e lolíolos geralmente ornados de uma mácula alva 
ao centro; Meib. mollis, (D. C.) cujos frutos teem os artículos 
inferiores atrofiados e o último amplo e membranáceo; Meib. spi- 
ralis, (D. C) e Meib. physocarpa, (Voa.) ambas com frutos mais 
ou menos espiralados, a primeira delicada e a segunda robusta; 
Meib. barbata, (BTH.) e Meib. juruenensis, HOEHNE, ambas com 
inflorescências curtas, compactas e flores emaranhadas entre lon- 
gos pêlos que revestem o cálice e as brácteas, a primeira com 
três folíolos e a última com folhas unifolioladas. Quando êstes 
campos sujos ou cerrados são sêcos não faltam tambêm as espécies 
genuinamente xerófitas que citamos linhas atrás. 


Nas matas e caapoeiras ralas e húmidas ou em logares mais 
abrigados encontramos frequentemente a Meib. axillaris, (D. C.) 
ou a Meib. albiflora, (SALZM.), tendo aquela as inflorescências ra- 
cirmnosas sôbre longo pedúnculo emergindo das axilas das folhas 
inferiores e o caule completamente prostrado e radicifero, e esta 
o aspecto aproximadamente da Meib. incana, (D. C.), porêm de 
folíolos mais agudos e muito membranáceos, bem como estípulas 
mais livres. 


Nas caapoeiras e margens sujas das estradas, principalmente 
no Estado de S. Paulo e adjacências, abunda a Meib. discolor, 
(Voc.), que atinge mais de dois metros de altura e se salienta 
da outra vegetação, nos meses de Março e Abril, pela abundân- 
cia de suas flores róseo-arroxeadas, dispostas em grandes paní- 
culos terminais e mais tarde pelos legumes quási lisos, de artículos 
mais ou menos orbiculares e folhas trifolioladas mais ou menos 
revestidas; a Meib. leiocarpa, (G. DON.) deve aparecer na mesma 
formação e tambêm nos campos mais sêcos e limpos; Meib. pabularais, 
HogHNE, é espécie que prefere as encostas mais frescas, atinge 
até três metros de altura, possui de um a três folíolos, muito 
amplos e membranáceos, e uma inflorescência floribunda paniculada 
terminal. Este habitat deve ser partilhado ainda pelas Meib. caja- 
nifolia, (D. CC), Meib. aspera, (DESV.) e talvez outras. 


Das espécies aqui enumeradas e descritas nenhuma talvez 
tenha maior valor como planta forrageira ou seja mais digna 
de estudo e aproveitamento que a Meib. pabularis, HOEHNE, que, 
como veremos mais adiante, foi por nós encontrada pela primeira 
vez no sul do Estado de Mato-Grosso e mais tarde cultivada 
nos campos experimentais do Instituto Agronómico do Estado de 
S. Paulo. Os seus folíolos são os mais frondosos que temos en- 
contrado neste género e os caules atingem em estado adulto a 
respeitável altura de três metros sem contudo se lenhificarem 
muito. 


Para a produção de forragem sêca talvez as espécies me- 
nores se prestem mais, conforme já fizémos ver em outro ca- 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. I 


15 


pítulo, mas é fora de duvida que cortando-se as espécies maiores 
ou arbustivas, antes de lenhificados os caules, o resultado deve 
ser idéntico ou talvez melhor. 


Chave sínóptica para as espécies brasileiras do género Meibomia, Moehr. 


ty 


2a 


4a 


5a 


6a 


Ta 


Plantas arbustivas, altas (em condições normais de mais de 150 cm. de 
alt.). Inflorescências terminais e legumes nada ou pouco aderíveis . 
Plantas sufrutescentes, erectas, prostradas ou rasteiras (em condições nor- 
mais de menos de 150 cm. de alt.) .. 
Folhas trifolioladas (raro, por excepção, as inferiores Mono lAda Paris 
cências terminais e paniculadas . .. SE is Es 
Folhas uni, bi ou trifolioladas no mesmo Siomplao nflorescências termi- 
nais racimosas ou paniculadas . .. q. 
Ístmos entre os artículos dos legumes acentreo ss Eles não raro um 
tanto unilaterais. Legumes sésseis ou curtamente estipitados . 
Ístmos centrais. Legumes distintamente estipitados, com 4-7 artículos 
Folíolos relativamente grandes, oblongo-lanceolares, o terminal quási duas 
vezes maior que os laterais. Folhas e flores mais espaçadas. Todo 
opBrasilzis- sd ds . Meib. cajanifolia, (D. C.) 
Folíolos relativamente apos e -ovais cuneiformes, quási iguais en- 
tre si. Folhas e flores muito bastas. Brasil meridional, Argentina, etc. 
ee + Meib. cuneata, (Hook ET ARN.) 
Artículos quási ben ires ou elípticos de 3 mm. de comp. Folhas curto 
ou longo E S. Paulo, St. Catarina, Goiaz, Minas Ge- 
faissietes so, o = o o uMeib. descolor, (NioG:) 
Artículos maiores, de qu mm. E comp. mais ovalados, membranáceos. 
Folhas um tanto mais ásperas e caule menos alto. Mato-Grosso, Ar- 
gentina, Paraguai, etc. . . . . . Meib. leiocarpa, (G. Don.) 
Folhas, quer as uni, quer as trifolioladas, curto pecioladas (pecíolo co- 
mum raro de mais de 6 cm. de comp.). Inflorescências simples ou 
pouco ramosas. Pedicelos curtos (raro mais de 6 mm. de comp.) 
Amazonas, Mato-Grosso, Minas, Baía, Goiaz, etc. alêm do Perú, 
Colômbia, Bolívia, Trindade e Guianas. . . Meib. aspera, (Desv.) 
Folhas, quer as uni ou bi, quer as trifolioladas, com o pecíolo bem desen- 
volvido (mesmo as unifolioladas, sôbre pecíolo de 5-8 cm. de comp.) 
membranáceas, um tanto viscosas em estado verde e menos áspe- 
ras que na precedente. Inflorescências paniculadas e muito amplas, 
flores mais claras. Minas, Mato-Grosso e Argentina. ; 
! Meib. pabularis, Es 
Flores em Escienlos fe 2- 4 nas axilas dos pecíolos ou opostas a êstes. 
Herva rasteira com folhas trifolioladas e folíolos pequenos 
e Se RS o ei AMeibsdtrantora (D:- 6) 
EleREs em racimos ou sais TS raro em racimos axilares e 
terminais (M. juruenensis, Hh. e M. Barbata, (Beth.) ou só nas 
axilas inferiores sôbre longos racimos (M. axilaris, D. C.) 
Racimos terminais e axilares curtos e flores muito juntas ou emaranha- 
CAS Ra a E SERCII CS ay 


lla — 
12 — 


12a — 


Bj — 
13a — 
elo = 


144 — 


l5a — 


l6a — 


l7fa — 


Leguminosas forrageiras do Brasil 


Racimos terminais ou axilares M. axilares (D. C.) ou panículos termi- 
nais, sempre mais laxifloros. E RE 
Pedicelos e cálice breve-ferrugíneo- ESA Folíolos ob-ovais solitá- 
rios ou ternados, então laterais muito reduzidos. Legumes hirsutos. 
Rio demanemo - Meib. bracteata, (MIcH.) 


- Pedicelos longo pilosos e O ralime nie emaranhados entre si. .. ; 


Folhas trifolioladas. Sufrútice prostrado ou erecto e muito ramoso e e 


bundo, variável no porte. . . . . . Meib. Barbata, (BerbB) 
Folhas com um só folíolo. Sufrútice mais ou menos erecto e menos ra- 
tHOSO 1. 50, ; co + Meib. juruenensis, (HOEHNE.) 


Racimos florais Todas HONDELos acima da metade, na parte inferior bra- 
cteolados, nas axilas dos pecíolos inferiores do caule. Planta rasteira 
e radicífera, com folhas erectas e longo-pecioladas, folíolos membra- 
ticeos Rr se vo “Meib: axilaris OBM 

Racimos ou SastolnE mir raro axilares nos extremos dos ramos. 

Plantas geralmente prostradas, meio rasteiras ou escandentes, raro mais 
erectas e, então, sempre muito ramosas. Folhas trifolioladas, raro as 
inferiores com um só folíolo : : ri 

Plantas erectas, caule geralmente simples ou poco ramoso, HE ramos as- 
cendentes, com rizoma perene mais ou menos fusiforme. Campes- 
tres xerólitas. Folhas sempre unifolioladas ou simples. 

Artículos dos legumes iguaes entre si e planos . .. 

Artículos desiguaes entre si ou torcidos. 

Folíolos pequenos, ob-ovais ou elípticos, ápice SD ealmnie raro 
glabros. Planta campestre prostrada, com os extremos dos ramos 
ascendentes. Legumes rectos na sutura superior e profundamente 
emarginados na inferior, fortemente aderíveis. Meib. adscendens,(D.C.) 

Folíolos maiores, ovais ou oblongo-ovalados, raro elípticos e emargina- 
dos, mais ou menos revestidos de pêlos ou REGRA em uma ou 
ambas as faces. 

Caules e ramos revestidos de pêlos nie Es raro Egas ro 
líolos geralmente ornados de uma mácula alvacenta no centro ou 
completamente verdes ou ainda arroxeados no dorso. Flores mur- 
chas de côr azinhavrada ou azul. . . . Meib. uncinata, (D. C.) 

Caules e ramos pubescentes ou glabros, não aderíveis e folíolos unico- 
lores. Plantas prostradas ou ascendentes . ER à 

Artículos dos legumes quási luniformes ou semi-orbiculares, ento: de 
pêlos preensores. Planta delgada de folíolos membranáceo-herbá- 
ceos, do meio para o ápice rostriforme-acuminados. Perú e Amazo- 
ZONAS . cr a mo vom mm ro Metbolanaia SUE 

Artículos quási quadrados ou rectangulares, na margem inferior um tanto 
arredondados, armados de pêlos preensores. Folhas mais rijas e 
mais pilosas RARO Dera DE us RS a 

Estípulas unidas entre si o lado e margens porteriores, raro mais tarde 
livres até a base e caducas. Folíolos obtusados, mais ou menos se- 
ríceo-pubescentes no dorso; flores em racimos terminais, roxas 
o BE a CM aaa E LE aonnsta im Uees LEME CD AUS C Anti NU E) 

Estípulas livres entre si, raro a princípio ligeiramente unidas na base 
posterior. Folíolos geralmente agudos e mais glabros e membraná- 
ceos. Flores em longos racimos terminais. Meib. albiflora, (SaLzM.) 


1 


10 


12 
13 


20 
14 
17 


15 


16 


17 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. | 17 


18 — Artículos inferiores atrofiados e o terminal amíplo, reniforme e membra- 
náceo. Planta EE delicada. Flores muito esparsas. 
- Meib. mollis, (D. C.) 


18a — Aos iguaes, mas neidos orando o legume quási espiralado . . 19 
19 — Planta arbustiforme, grande, estípulas grandes, dilatadas em sua base e 
longitudinalmente estriadas. . . . . Meib. physocarpa, (D. C.) 
19a — Planta menor, talvez ânua, de ramos horizontais e muito delicados. Estí- 
pulas estreitas e quási aciculares. . . . Meib. spiralis, (D. C.) 
20 — Artículos amplos, membranáceos e quási reniformes em número de 2-3 


em cada legume. Planta com rizoma fusiforme e perene, caules 
quási Ro em regra muitos sôbre o mesmo rizoma. 
- Meib. ds (Bra) 
20a — e enloa pequenos, EE e iguaes entre si. . bes 2] 
21 — Pedicelos mais longos que as flores. Folíolos em regra Estas e pouco 
patentes, porêm variáveis na forma às vezes na mesma planta. Cau- 
les Ras ou pouco ramosos sobre rizoma fusiforme perene. 
Meib. pachyrhiza, (Voa.) 
2a — Pedicelos mais tos air as ore Folíolos mais largos, porêm tambem 
variáveis na sua forma. Caules um tanto ramificados e flores mui 
abundantes. ». Djs dos Do) 00 Maid. selerophyila, (Bm) 


Espécies duvidosas que não examinamos e de que não con- 
seguimos comparar descrições completas: 

Meib. subsecunda, (Vog.) Segundo BENTHAM, afim de Meib. 
discolor, (VoG.). Citada para o Brasil meridional, 

Meib. venosa, (Vog.) Considerada por BENTHAM uma variedade 
de Meib. leiocarpa, (G. Don.) Citada para o Brasil meridional. 

Meib. Wade, (D. C.) Sem outra indicação, citada para o Pará. 

Meib. violacea, (G&. Don.) Igualmente sem indicação, dada, como 
colhida no Maranhão. 


Meibomia cajanifolia, (DG 


Sin.: — Hedysarum cajanifolium, H. B. K. (Humb. Bonpl. et 
Kunth, Nov. Gen. et Spc Americ. vol. V, p. 825 tab, 598) — 
Desmodium cajanifolium, D. C. (Prodr. II, pag. 331 e Bentham, 
Fl. Br. de Martius, vol. XV, I, pag. 100). — Desm. laburmfolium, 
SIEBER (ex Griesb. Fl. Brit. W. Ind. pag. 187). 

Caracteres gerais: Sub-arbustiva ou mesmo arbustiva, de 
mais de metro e meio de altura, erecta, ramosa ou caule simples, 
recoberta de pubescência áspera até vilosa; ramos herbáceos, pouco 
patentes, roliços, geralmente áspero-pubérulos, sendo os pêlos, ora 
mais curtos, ora mais Jongos, e, às vezes, mesmo um tanto vis- 
cosos. Estípulas de base ampla um tanto ondulada, quási reniformes, 
longitudinalmente estriadas como as da Meib. aspera, (DESV.), po- 
rêm menores e mais caducas; Folhas trifolioladas, curto-peciola- 
das; folíolos ovais ou oblongo-ovalados, obtusos, o terminal de 


ty 


18 Leguminosas forrageiras do Brasil 


4-7 cm. de comp., os laterais menores, largura variável, na base 
geralmente mais largos e no ápice atenuados, na página superior 
glabros ou áspero-pubérulos e na dorsal apresso-pubescentes até 
mole-seríceo-vilosos. Inflorescência paniculada, floribunda, virgada, 
de 15-40 em. de comp., ramos desta racimiformes erectos e se- 
cundifloros. Brácteas lanceolares, pequenas, setáceo-acuminadas ca- 
ducas antes da ântese. Flores roxas ou azuladas; pedicelos de 2-5 
mm. de comp. e na frutificação às vezes de até 7 mm.; cálice de 
4 mm. com segmentos tão longos quanto o tubo, os superiores 
concrescidos entre si até muito alto e o inferior mais longo; es- 
tame vexilar concrescido em sua base com os demais, porêm mais 
tarde livre. Legumes com estipe curta ou quási sésseis, recobertos 
de pêlos curtos e pouco preensores ou só pubescentes, com 6-8 
artículos obliquo-ovais, reticulados, de 3-3,5 mm. de comp. e quási 
igual largura, membranáceos a princípio e sub-coriáceos depois 
de maduros, de margens levemente espessadas; ístmos excêntricos 
mais para a sutura superior que para a inferior. 


Estampa n.º 2. 


“Distr. geogr.: América Central, Indias Ocidentais, Guianas, 
Colômbia, Perú, Bolívia e norte do Brasil. 


Obs.: Não tivémos ensejo de examinar material desta es- 
pécie, mas julgando pela descrição, parece que tem grande afi- 
nidade com a Meib. aspera, (DESv.), de que se afasta pelo maior 
número de artículos nos legumes e folhas invariavelmente tri- 
folioladas. Considerando, porêm, a variabilidade desta ultima, es- 
tamos propensos a crer que se trate talvez de uma só espécie. 
Também a Meib. pabularis HOogHNE descrita para Mato-Grosso e 
Minas, tem grande afinidade com esta. 


Meibomia cuneata, (Hook. Er. ARN.) 


Sin.: Desmodium brevipes, VOGEL. (Vogel, in Linnaea XII, 
pag. 100) — Desm. cuneatum, Hook et ARN. (Fl, Br. de Mart,, 
vol. XV, I, pag. 100). Meibomia brevipes, KUNTZE (Rev. Gen. 197). 


Caracteres gerais: — Planta ascendente sufrutescente, de 
caule virgado mole-viloso, rígido-herbáceo, na base lenhoso, ge- 
ralmente simples ou ramoso, roliço e de 50-100 cm. de alt.; es- 
típulas pequenas, lanceolares ou assoveladas, livres entre si e ca- 
ducas; Folhas trifolioladas, às vezes, as inferiores simples e maiores 
sobre pecíolo curto de apenas 5-6 mm. de comp.; folíolos cunei- 
forme-oblongados, mole-pubescentes, pálidos, o terminal pouco dis- 
tante dos laterais de 3-6 em. de comp. e 8-12 mm. de larg., ápice 
obtuso ou retuso e base cuneiforme estreitada por baixo, reticulados 
e venosos e mais esbranquiçados, os laterais sempre menores que 
o terminal. Racimo floral simples ou pouco ramoso, terminal flo- 
ribundo, mole-pubescente; brácteas assoveladas quási lanceolares, 
de 5-10 mm. de comp., pubescentes e caducas antes da ântese; 
pedicelos geralmente geminados, depois de completamente desen- 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. 1 19 


volvidos, durante a ântese de 3 mm. de comp. e durante a ma- 
turação do fruto atingindo o dôbro; corola alvacenta ou roseo- 
pálida, raro roxa, de 7-10 mm. de comp., carena oblonga su- 
periormente incurvada; tubo do cálice tão longo quanto os segmen- 
tos, dêstes os superiores concrescidos até perto do ápice; estame 
vexilar a princípio unido com os demais, mais tarde livre até 
à base. Legumes sésseis, com 4-6 artículos a princípio membra- 
náceos, mais tarde reticulados e levemente marginados, de 5-7 
mm. de comp. por 2,5-5 mm. de larg., coriáceos, recobertos de 
pêlos moles e não preensores, às vezes, mesmo um tanto vilosos; 
istmo estreito e excêntrico muito mais próximo da margem superior 
que da inferior. 


Estampa n.º 3. 


Distr. geogr.: Citada para o Uruguai, Paraguai, Argentina, 
Rio Grande do Sul, indo talvez até St. Catarina. Vive em terrenos 
pedregulhentos e sêcos. 


Observação: Não tivemos ocasião de examinar material desta 
espécie; a julgar porêm pela descrição, é de presumir que se 
trate de uma forma afim de Meibomia sclerophylla, (BrH.) ou Meib. 
pachyrrhiza, (Voa.), que em consequência das folhas trifolioladas 
deve ser mais frondosa e rica em matéria alimentícia. 


Meibomia discolor, (Voc.) 


Sin.: Desmodium discolor, Voa. (Vogel, im Linnaea XII, pag. 
103 e Bentham, Fl. Br. de Martius, vol. XV, I, pag. 103). 


Caracteres gerais: Arbustiva ou sub-arbustiva, de vários pés 
de altura, atingindo não raro mais de 2 m., frequente nos cerrados 
e campos sujos, beiras de estradas de ferro ou de rodagem e nas 
caapoeiras; caule na base sempre mais ou menos lenhoso e parte 
superior multi-ramoso e revestido bastamente de pêlos apressos 
ou mais patentes e um tanto avermelhados e levemente uncinados 
ou só vilosos. Folhas com três folíolos, raríssimo com um. Pecíolos 
comuns relativamente curtos às vezes com | em. de comp. abaixo 
do jugo lateral de folíolos e de 1,5-2 em. entre êstes e o terminal, 
outras vezes mais longo atingindo o total de 5 em. Estípulas de 
base dilatada, longitudinalmente estrioladas acuminadas, às vezes 
de mais do centímetro de comp., persistentes ou caducas. Estipelas 
estreitas, geralmente decíduas. Folíolos ovo-oblongados ou ovo-elí- 
pticos ou ovais, pouco abaixo do meio mais largos e depois ate- 
nuados para o ápice e arredondados para a base, ponta às vezes 
obtusa e mucronulada, raro aguda, tamanho variável de acôrdo 
com o habitat e condições do meio em que a planta vegeta, de 
5-15 cm. de comp. e de 2-8 cm. de larg. mais ou menos pubescen- 
tes ou mesmo vilosos na face inferior e esparso-pubescentes na 
face superior. Inflorescências terminais, paniculadas às vezes fo- 
lioladas na base dos ramos inferiores, geralmente de mais de 
50 em. de comp.; ramos erecto-patentes ramosos, hirto-pubescentes 


20 Leguminosas forrageiras do Brasil 


ou ruivo-vilosos. Brácteas pequenas, linear-lanceoladas, pubescen- 
tes, imbricadas estrobuliformes antes da ântese e caducas com 
esta. Pedicelos geralmente geminados de comp. variável de 5-12 mm, 
filiformes e pubérulos. Flores de 9-10 mm. de comp. roxas. Cálice 
pequeno, pubérulo, de 3 mm. de comp. com segmentos triangulares 
ovais, tão ou pouco mais longos que o tubo, quási sempre obtusos 
ou abrupto-agudos. Estames quási sempre unidos, raro o vexilar 
um pouco livre na parte acima do meio. Legumes distintamente 
estipitados, com 4-7 artículos quási orbiculares ou elípticos unidos 
por ístmos centrais estreitos, de 3 mm. de comprimento e pouco 
mais estreitos. 

Estampa n.º 4, 

Distr. geogr.: S. Paulo, Minas, Goiaz, St. Catarina e sul do 
Brasil. 

Designação popular: « Marmelada de cavalo» Em S. Paulo 
uma das éspecies mais comuns nas margens das estradas de ferro 
e de rodagem, Florindo abundantemente nos meses de Fevereiro 
a Abril e constituindo às vezes grandes formações naturais onde 
o gado não a pode devorar. 

Esta planta é incontestavelmente a mesma que está sendo 
cultivada em Cuba e a respeito da qual o Dr. Mário Calvino 
escreveu o interessante artigo da «Revista de Agricultura, Co- 
mercio y Trabajo» de julho de 1919, intitulado « Una Leguminosa, 
gigantesca como yerba forrageira para Cuba» ou «La Marmelada 
de Caballo del Brasil». Trata-se de uma das espécies que mais 
vantagens poderão oferecer como forragem para o gado, pois, 
como já ficou demonstrado pelo citado director da Estação Experi- 
mental Agronómica de Cuba, ela preenche quási todos os re- 
quisitos para êste fim contendo abundante matéria alimentícia. 

Das análises feitas em Cuba pelo Dr. E. Babé, chefe interino 
do Laboratório de Química do citado estabelecimento, registou o 
Dr. Calvino os seguintes resultados: 


Elemento Mat. fresca e verde Sêca ao ar Sêca a 100º 
Água Me Rand E 78,60 9,80 0,00 
Proteína (N x 6,295) ... 3,96 16,87 18,70 
Matéria eraxa DES 0,07 0,31 0,34 
Carbonidratos . .... 1,99 33,92 37,62 
Matéria fibrosa . . .. 7,07 | agora 33,37 
(inzas: 2 rs RD 2,11 | 9,00 9,97 


É calculando as calorias alimentícias pelos fatores de Atwater, 
relativos aos elementos nutritivos supostos assimiláveis, seriam 
as seguintes: 

Matéria fresca ou verde ts. 4 os ema 
> sêca AO ATRASO o tis co BAGA 
> > a tiDOs! pd FATOS 


An. das Mem. do Instituto de Butantan -- Vol. I- fasc. | 21 


O Dr. Calvino faz então a comparação do valor alimentício 
desta planta com outras, como segue: 


«Capim de planta» em Cuba chamado «Paral> ou «Yerba 


de Pará» que é o Panicum numidianum, Lam. . . 31,98 calorias 
«Herva elefante» em Cuba « Yerba elefante Pennisetum pur- 

veria Sem SER o Lo DO AR E AQ,00/ calorias 
«Maloja> (Que não conhecemos) . . .. o... . 58,00 » 


« Marmelada de cavallo» Meibomia discolor, Vog. e não 
ME rocampa MS BR. os E a ANTSOR decalorias 


Dahíi deduzimos que o valor da « Marmelada de cavalo» é 
duas e mais vezes superior ao do «Capim de planta» que comu- 
mente empregamos para alimentação do gado em estábulos. 


Mais interessante é talvez ainda o quadro que êle dá com- 
parando a análise de Medicago denticulata, WILLD., uma das for- 
necedoras da «alfafa » que importamos, e a « Marmelada de Cavalo » 
comum no Brasil e cultivada em Cuba, onde fica bem patente 
o grande valor da nossa forragem. 


ANÁLISES 
Forragem sêca ao ar Forragem verde 
Meibomia Medicago Meibomia | Medicago 
8,20 9,70 Eiimidades) Mun uvadtos o 70,40 78,60 
91,80 90,30 Matemarséca total; 0 «vos qr. 29,60 21,40 
16,30 18,50 EProleina totah Dra sos wa 4,10 4,34 
18,80 12,62 Esbraslenhosa 2. sc 5,05 2,98 
13,20 11607 |(Pentosana) Extr. etéreo. .'. . 3,40 2,72 
2,60 1,08 Anos ss ro o | | 0,90 OS 
6,12 4,32 Carhonidratos soluv. .- - .'". 1,90 1,01 
2,95 1,97 Matenas ondxas: DM ss... 0,85 | 0,46 
30,02 28,16 Cloroilama a dass sara T,15 sq 625 
14,10 12,00 iriZa sa AR PESTE À UNIAO S/A AS SA 


Estas análises se referem a material de plantas crescidas em 
condições e terrenos perfeitamente idénticos em todos os sentidos e 
foram enviadas pelo Dr. J. Rossi ao DR. CALVINO. Foio DR. J. Rossi 
quem primeiro iniciou a cultura desta planta no Estado de St. 
Catarina, perto de Blumenáu e tambêm quem a levou para a Itália, 
não se desenvolvendo, porêm, tão bem como em St. Catarina e 
Cuba. 


22 Leguminosas forrageiras do Brasil 


Da análise de material em comêço de frutificação, realizada 
pelo Dr. R. BoLLIGER, do Instituto Agronómico do Estado- de 
S. Paulo, resultou o seguinte: 


Ar , Subst. húmida Subst. sêca ao ar 
1 — Análise sumaria;: 
unidades O a 77,27 Jo 
Materiafazotada 2,16 9) 12,06 9/o 
>» GoLda SP pras PANE VAN 0,61 9/ 2,15 9 
» naonazotada” Ja sp ne Rs 9,85 9/0 43,37 9/0 
> HIDEOSA 5 as rui RS 7,98 9 35,09 9/ 
minetal.. = css RE 1,53 9 6,73 9 
2 — Elementos digestíveis: 
Matéria azotadas a E 2,01 9/ 8,80 9/o 
DOrda = sy sd E 0,38 9/0 | 1,78 9% 
não azotada . CA 7,49 9 | 32,96 º/o 
Hbrosa! se ae NE 4,39 9 19,30 º/o 
orgânicas, PAR e end 14,27 9% | 62,76 Jo 


Relação das matérias alimentícias 1:4,2 


3 — Elementos de Matéria mineral: 


Areia ie “Ácido Silícico .. 2 o no o mn T ADRCIA 
Anidrido fosfórico (P20º%) (*).. 2/0 2 2 cds 
Óxido de cálcio (Ca O) +. 2 2 20 6 d+ 260506 

de potásio (K;0) . =. o SS ER Sob 


A análise feita com material idéntico e na mesma ocasião 
pelo Dr. MARIO SARAIVA, químico do Laboratório de Análises do 
Jardim Botânico, no Rio de Janeiro, apresenta os resultados se- 
guintes: 


Amostra sêca Cálc. para est. verde 
Humidade Mi cria ss cr a 11,596 85,796 
Proteina So «br penal o) pe cao SD 27,593 3,696 
Subst. extractivas nitrogenadas (Expres- 
sas em proteina) CE a 2,740 0,706 
Extracto etéreo E Cs 3,123 0,945 
Celulose. >. mio co cu 13,060 2,979 
BINZAS: 10,0 do As O 6,072 1,615 
Substâncias extr. não nitrogenadas . . 35,816 4,263 
100,000 100,000 


(*) O químico escreveu, certamente por engano, « Acido fosfórico», mas a fórmula P205 corres- 
ponde ao Anidrido fosfórico. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. 1 23 


Segundo as informações do Dr. J. Rosst esta planta poderá, 
em cultura, fornecer de três a quatro cortes durante o ano. 


Quanto à aceitação do feno desta planta pelos cavalos, po- 
demos dizer que o mesmo é devorado com grande gula sempre, pois 
reparámos que um cavalo de puro sangue dêste Instituto. preferia 
as folhas desta Meibomia à alfafa, quando administradas as duas 
forragens em mistura. Isto vem demonstrar que o nome « Marmelada 
“de cavalo» foi bem escolhido, pois constitui de facto uma delícia 
para êsses animais. 


Var.: villosa, HOEHNE. 


Esta variedade distingue-se pela maior robustez do caule e 
revestimento mais longo, não raro amarelo-ferrugineo-viloso, con- 
cordando no resto com a espécie. 


Representada pelos seguintes numeros: Horto « Oswaldo Cruz»: 
1570, Cantareira, em 1-3-18 e 2234 de Campinas, que é duplicata 
do n.º 268 da Colecção do Dr. Campos NOVAES, que a tem por 
Desmodium leiocarpum, Don. — Jardim Botânico n.º 7610 pro- 
cedente do Instituto Botânico, DIONÍSIO CONSTANTINO leg. 


Meibomia leiocarpa, (SprENG) 


Sin.: Hedysarum leiocarpum, SPRENG. (Sprengel, Syst. III, pag. 
916); Desm. leiocarpum G. Don. (G. Don. Gen. Syst: II, pag. 
394 et VogEL in Linnaea XII, pag. 101 et Bentham, Fl. Br. de 
Martius, vol. XV, I, pag. 103); Hedysarum erectum, VELL. (Vel- 
loso, Fl. Fl., vol. VII, pag: 149). 


- Caracteres gerais: Arbustiva erecia, mais ou menos do porte 
da Meib. cajanifolia, (H. B. K.) sempre áspero-pubescente. Estípulas 
dilatadas em sua base e longitudinalmente estrioladas, de 1-1,5 
cm. de comp. Pecíolos comuns geralmente curtos. Folíolos sempre 
três em cada folha, de âmbito ovo-oblongado, o terminal de até 
15 em. de comp. por 6 em. de larg., mais frequentemente, porêm, 
menor, os laterais menores que o terminal e às vezes quási orbi- 
culares. Inflorescências terminais ramosas e paniculadas, os ra- 
mos laxifloros e flores um tanto viradas para um lado. Brácteas 
lanceoladas, pequenas e decíduas antes da ântese. Pedicélos de 
8-13 mm. de comp. e flores de cerca de 13 mm. Cálice com os 
lobos superiores obtusos e demais agudos ou todos obtusos. Le- 
gumes com estipe tão longa quanto o cálice ou pelo atrotiamento 
dos artículos inferiores mais longa, com muitos artículos ovais 
ligados por íistmos bem centrais, de 5-6 mm. de comp. e tênne:- 
mente marginados e reticulados. Com excepção dos frutos, muito 
semelhante à Meib. discolor, (Voa.). A estampa dada na Flora Bra- 
siliensis de Martius parece antes ter sido feita por um exemplar 
de Meib. discolor, (Vog.) que por um da espécie aqui descrita, 


24 Leguminosas forrageiras do Brasil 


pois vê-se bem que nem as flores são unilaterais, nem os artículos 
ovais como os descritos. 


Estampa n.º 5. 


Distr. geogr.: Brasil meridional, entre Campos e Vitória, no 
Rio de Janeiro e FE. Santo, e em Mimas, na cidade de Caldas, 


Meibomia aspera, (DEsyv.) 


Sin.: Hedysarum asperum, PoIr. (Dict. vol. VI, pag. 408); 
Desm. asperum, Desv. (De Candolle, Prodr. II, pag. 333); Desm. 
elatum, H. B. K. (Humb. Bonpland et Kunth, Gen. et Sp. Amer. 
vol. VI, pag. 528); Desm. perrotteti, D. O. (De Candolle, Prodr. 
II, pag. 327); Desm. rubiginosum, BTH. (Bentham, in Tayl. Ann. 
Nat. Hist. vol. III, pag. 434); Desm. spectabile MIQ. (in Linnaea 
XVIII, pag. 570). 


Caracteres gerais: Arbusto ou sub-arbusto campestre, ere- 
cto, mais ou menos áspero pubescente como na forma, desenhada 
ou mais geralmente forte ferrugineo-viloso ou mole pubescente; 
caules roliços, cavos, relativamente espêssos e rijos, de 50-200 
cm. de alt. simples ou pouco ramificados; estípulas de quási 2 
em. de comp. ou mais curtas, na base sempre largas e acuminadas 
para o ápice, estrioladas longitudinalmente, persistentes ou caducas. 
Folhas mais geralmente unifolioladas, rijas ou moles, raro tri. 
folioladas, curto pecioladas, ásperas e mais ou menos coriáceas. 
Pecíolos pubescente-ásperos, em folhas unifolioladas de 6-12 mm. 
de comp. e nas trifolioladas de até 6 em. Folíolos quando solitários 
de 6-15 cm. de comp. por 3-6 em. de larg. ovo-oblongados, ovais 
ou ainda rômbeo-ovais e base um tanto cordada, nas folhas tri- 
folioladas os laterais menores, na face inferior áspero-pubescentes 
e na superior áspero-pubérulos, às vezes, tambêm um tanto vilosos 
ou seríceo pubescentes. Inflorescências terminais, simples basto- 
paniculadas, quási sempre um tanto pegajosas ou aderentes, es- 
parsamente florígeras. Brácteas caducas antes da ântese, a prim- 
cípio imbricadas, lânceo-lineares, estreitas, pubescentes e estria- 
das. Pedicelos curtos, raro de mais de 6 mm. de comp. Flores 
pequenas, roxo-claras até roxo-escuras, de 5-7 mm. de comp. Cá- 
“lice de 3 mm. com segmentos superiores concrescidos entre si 
até perto do ápice. Estames com o filamento vexilar unido até 
acima do meio. Legumes quási sésseis, com 4-6 artículos largo- 
ovais de 1,5-2 mm. de comp. membranáceos e curto pubérulos, 
com iístmos estreitos e centrais, devido à pouca largura dos istmos 
não raro um tanto tombados e fazendo dest'arte os legumes 


meio torcidos, (o que não se verifica sempre). 


Estampa n.º 6. 

Distr. geogr.: Desde o Amazonas até o sul de Mato-Grosso 
e Minas, Bahía, Goiaz etc. e tambêm no Perú, Colômbia, Bolívia, 
Trindad e Guianas. 


.« das Mem 


. do Instituto de Butantan — Vol. I - fasc. 


Meibomia aspera, (Desv.) 


An das Mem do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. | 25 


Comum nos campos cerrados e campos limpos de Mato-Grosso. 
Variável em porte, às vezes, de caule completamente simples e 
flores em racimos, como no exemplar desenhado, outras também 
mais ramosa e inflorescência paniculada. 


A grande variabilidade desta espécie deixou-nos durante muito 
tempo em dúvida sôbre a identidade da espécie descrita por nós 
sob o nome de Meib. pabularis, que é grande e se caracteriza 
bem pelos detalhes descritos sob a mesma. 


O exemplar que nos serviu de modêlo para a estampá pode 
ser considerado antes uma forma ou variedade mais xerófita da 
espécie. Ela tem folhas muito mais rijas e quebradiças, bem como 
mais glabras que a forma típica que damos .em gravura junto, 
(Figs. 2 e 3 do texto). 


Meibomia papularis, HozHNE 


(HogHNE, «Chacaras e Quintaes», vol. XXI, n.º 6 de Junho 
de 1920, pag. 460). 


Caracteres gerais: Arbusto de 1,5-3 m. de alt., caule erecto, na 
base lenhoso e glabro, e parte superior e ramos ténue e esparsamente 
pubérulo, ramos virgados, roliços, os mais espêssos, como tambêm o 
caule, fistulosos; estípulas de base larga, acuminadas e quási reni ou 
falciformes, estriadas, na base de mais de 1 cm. de larg. e de 1,5-2 
cm. de comp., livres e persistentes, Falhas 1-3 folioladas; pecíolo 
comum geralmente bem desenvolvido, glabro ou pubescente, nas 
folhas superiores e unifolioladas sempre a metade mais curto que 
nas bi-tri-folioladas do meio do caule e base dos ramos. Folíolos 
quási sempre muito grandes, herbáceos membranosos, de forma 
elíptico-ovalada ou mais ob-ovais, esparso-seríceo-pubescentes, abru- 
ptamente agudos ou de ápice mais ou menos arredondado e muero- 
nado, os solitários sempre muito maiores de até 20 em. de comp. por 
13 cm. de largura, nas folhas trifolioladas ou bi-folioladas o ter- 
minal de até 15 cm. e, às vezes, mais de comp. e Y cm, de larg., 
laterais menores, sempre muito tenros e verde-escuros; pecló- 
lulos de até 1 em. de comp., bastamente pubescentes; estipelas lân- 
ceo-setáceas, de 1 em. de comp. Inflorescência terminal, ampla, 
de mais de 50 cm. de comp. paniculiforme, de ramos erecto-pa- 
tentes, os inferiores sempre foliosos em sua base, mole-pubescentes; 
brácteas pequenas, setáceas, caducas muito antes da ântese. Flores 
alvas ou levemente arroxeadas, de 7 mm. de comp.; pedicelos 
solitários ou geminados, filiformes, durante a ântese de 5-8 mm. 
de comp. e depois desta, quando frutíferos, de até 1 em. tênue- 
mente pubescente. Cálice ténue-pubescente, de 3 mm. de comp. 
segmentos mais longos que o tubo, superiores entre si concrescidos 
até bem alto, inferior sempre mais longo; corola alva ou pálido- 
arroxeada, de segmentos quási do mesmo comprimento, mui ca- 


26 Leguminosas forrageiras do Brasi) 


ducos; estame vexilar a princípio um tanto aderido aos demais, 
mais tarde completamente livre. Legumes levemente estipitados, 
com 5-7 artículos, êstes de 2,5 a 2,8 mm. de comp. por 1,52 mm, 
de larg. pouco coriáceos, indistintamente marginados, elíptico-ob- 
longados, revestidos de esparsos pêlos pouco preensores; istmos es- 
treitos e centrais. 


Estampa n.º 7. 


Distr. geogr.: Mato-Grosso, Minas, Ceará, Argentina e talvez 
Goiaz. 


Na pagina Y7 da Parte VIII (Leguminosas) dos nossos trabalhos 
na Comissão Rondon, registámos esta planta como afim do Desm. 
(Meib.) asperum, Desv. Naquela colecção ela é representada por 
dois espécimes recolhidos em uma capoeira perto do córrego e 
local denominados Benjamim Constant, no sul de Mato-Grosso, que 
é atravessada pela Linha Telegráfica e estrada que vai de 8. 
Lourenço a Coxim. No citado local existia uma bela formação 
desta forrageira e recordamo-nos ainda que foi com dificuldade 
que obrigámos os animais da nossa tropa a atravessar em passo 
acelerado aquele magnífico pasto, pois desejavam a todo transe 
não abandoná-lo. As folhas e mesmo os ramos floridos aderiam 
fortemente às nossas vestes, e as flores, que então se achavam 
desabrochadas, desprendiam um jaroma bem agradável, o que nos 
faz crêr que, alêm de boa forrageira, a planta seja tambem me- 
lífera e, pois, aconselhável aos criadores de abelhas. 


Em Março de 1920 recebemos entre outras espécies, para iden- 
tificação, do Instituto Agronómico dêste Estado, enviado pelo Sr. 
Bento de Toledo, uma pequena amostra desta interessante planta, 
pela qual verificámos pertencer ela à mesma espécie. E, como 
trouxesse a informação de ter sido cultivada no referido Ins- 
tituto de sementes recebidas de Minas, com o nome vulgar « Fei- 
jao de Boi» e o scientífico (Phaseolus bovis?!), pedimos ao Sr. 
Toledo que nos mandasse material mais abundante. Isto fez o 
referido Sr. com a maior presteza, fornecendo-nos ainda uma 
análise realizada pelo Dr. BOLLIGER do mesmo Instituto, que abaixo 
juntamos, e outras notas sobre o desenvolvimento e cultura da 
planta. Considerando-a uma magnífica forrageira, que estende 0 
seu habitat desde Mato-Grosso até Minas, resolvemos mudar o 
nome Meib. matto-grossensis, que haviamos reservado para a es- 
pécie, para M. pabularis. 


E' muito possivel que esta planta não seja totalmente des- 
conhecida no mundo scientífico, talvez se a encontre nos her. 
vários europeus subordinada a Meib. aspera, (DESV.), com a qual, 
aliás, tem muita afinidade; no Jardim Botânico encontramo-la sob o 
n.º 2512 e com o nome de Desm. leiocarpum, G. DON., mas para 
mostrar que é bem distinta aqui fazemos seguir os caracteres 
essenciais de uma e outra: 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. I 27 


Meib. aspera, (DESv.) 


Flores, roxas ou roxo-claras com a mé- 
dia de 6 mm. de comp. 

Pedicelos de 2-5 mm. de comp. 

Folhas geralmente unifolioladas, curto- 
pecioladas e rijas, quando unifolio- 
ladas sôbre pecíolo de '6-12 mm. e 
quando trifolioladas com pecíolo de 
6 cm. 


Inflorescências muito ramosas até raci- 
miformes. 
Legume com 4-6 artículos. 


Meib. pabularis, HOEHNE 


Flores alvas, de 7 mm. de comp. 


Pedicelos de 5-10 mm. de comp. 

Folhas mais geralmente trifolioladas, 
quando unifolioladas sôbre pecíolos 
de 5-8 mm. de comp. e quando tri 
ou bi-folioladas sôbre pecíolos ainda 
mais longos, folíolos membranáceos, 
muito amplos e viscosos e menos 
ásperos. 

Inflorescências amplas e paniculiformes 
mui ramosas. 

Legumes com 5-7 artículos. 


A-pesar-disto confessamos que julgamos indispensável que se 
cultive as duas espécies citadas em terreno igual para apurar 
positivamente as diferenças que existem entre elas. 


Conforme já dissémos, o Sr. BENTO DE TOLEDO está cultivando 
a Meib. pabularis, HOBHNE, no Instituto Agronómico de Campinas 
e nos garantiu que ela se adapta rápida e perfeitamente ao 
meio, prometendo dar magníficos resultados como fornecedora de 


feno. 


Os resultados da análise levada a efeito com material cul- 
tivado em Campinas, pelo Dr. BOLLIGER, competente químico do 
citado Instituto, são os que se seguem: — 


Material recolhido antes da planta florescer. 


1.º — Análise sumária: 


Água . 
Matéria azotada. 
» gorda 
não azotada 
fibrosa . 
mineral. 


2º — Elementos digestíveis: 


Matéria azotada. 
gorda 
não azotada 
fibrosa . 
orgânica 


Substância húmida Sêca 

81,78 9/o 

3,68 9/o 20,19 9/o 
1,06 9/o 5,80 9/0 
7,58 9/o 41,63 9% 
4,12 9 22,62 º/ 
1,78 9% 9,76 º/o 
2,69 9/0 14,73 9% 
0,66 9/ 3,60 9/0 
5,76 9/o | 31,64 9% 
DT | 12,44 9/9 
11,38 9% | 62,41 9% 


Relação das matérias alimenticias...1:2,8 


28 Leguminosas forrageiras do Brasil 


3.º — Elementos de matéria mineral: 


Areia "erácido 'silicico ns ps DR SP AS 
Anidrdo fostórico (P*0%). . lana su RT PoosA 
Óxido de potássio 4K20) .-. *.. . Eae. 29,94 9 

» + “calcio (Cu 0)... ' Cs tva id O GR OBM IO 


R. PiLGER. (Bot. Johb. vol. XXX, pag. 161) descreve uma 
variedade do Desm. sclerophyllum, BrH, dando-lhe o nome de tortuosa, 
que a julgar pela descrição deve ter afinidade com esta nossa 
espécie. 


Meibomia triflora, (D. €.) 


Sin.: Desmodium parvifolium, Bak. (im Hook. Fl. Ind. II, pag. 
172) — Desm. parvifolium, BLANCO (Fl. Fillip. ed. II, pag. 408) — 
Desm. stipulaceum, WaLL. (Cat. 57010) — Desm. granulatum, 
WaLLP. (Walpers Rep. 1, pag. 737) — Desm. triflorum, D. €. 
(D. Candolle, Prodr. II, pag. 334 e Bentham, Fl. Br. vol. XV, 
I, pag. 95) — Desm. bullamense, G. DON, (Syst. II, pag. 294) — 
Nicolsonia reptans, MEISEN. (Linn. XXI, pag. 260) — Nicol. tra- 
flora, GRIESB. (Goeth. Abh, VII, pag. 202) — Sagotia triflora DUCHAS. 
(Linn. XXIII, pag. 738). 


Caracteres gerais: Planta rasteira ou prostrada, com caule, 
radicifero e apresso ao solo, fino e ramoso, recoberto de pêlos 
alvos patentes ou pubescente, raro glabro. Folhas trifolioladas. 
Folíolos pequenos, largo-ob-ovais, às vezes ob-cordiformes, de 3-12 
mm. de compr. por igual ou pouco menor larg. na parte superior, 
elabros na face superior e seríceo-pubescentes na dorsal. Estípulas 
oblongo-lanceolares, acuminadas, longitudinalmente estrioladas, per- 
sistentes, um tanto concrescidas com os pecíolos, de 2-5 mm. de 
comp. Flores roxas, geralmente geminadas ou em fascículos de 
três a quatro opostos aos pecíolos ou axilares; pedicelos de 5-12 
mm. de compr. Cálice de tubo curto, viloso, lobos lânceo-lineares, 
os superiores concrescidos até ao meio e os inferiores mais longos 
que o tubo. Corola de 5.mm. de compr. vexilo longamente un- 
guiculado, pouco mais longo que os segmentos do cálice; alas do 
comp. da carena. Legumes sésseis, de 10-20 mm, de compr. na 
sutura superior quási rectos e na inferior inciso-sinuosos, leve- 
mente; artículos de 4-5 em cada legume, de âmbito quadrado, 
truncados na sua base e ápice, rectos na sutura superior e arre- 
dondados na inferior, áspero-pubérulos ou pubescentes, tênuemente 
reticulados, depois de maduros deiscentes com as válvulas hiantes. 


Estampa n.º 8, I. 


Lá . 
Distr. geogr.: India oriental. No Brasil encontrada e citada 
para Baía, Rio de Janeiro, Minas, Mato-Grosso e S. Paulo, alêm 
dos estados septentrionais. Planta cosmopolita. 


Das espécies, que aparecem no Brasil, a menor; vive de pre- 
ferência entre as gramíneas dos prados mais húmidos. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. | 29 


Entre nós vulgarmente conhecida pelo nome de «Trevinho 
do campo» e nas Filipinas pelo -de « Pacpac-lanhão ». 


Da Meib. adscendens, (D. C.) com que se confunde pela forma 
dos folíolos, que naquela às vezes são tambêm muito reduzidos, 
ela se distingue, logo à primeira vista, pelo porte mais rasteiro 
e flores dispostas em fascículos de 2-4 opostos aos pecíolos ou 
nas axilas dêstes. 


Segundo o Dr. MÁRIO CALVINO, director da Estação Experi- 
mental Agronómica de Havana, República de Cuba, o DR. SORNAY 
afirma ser esta plantinha uma das Leguminosas tropicais que com 
melhor vantagem poderia substituir o «Trevo» cultivado e na- 
tivo na República Argentina e outros países de climas mais frios. 
Diz mais que na. Índia ela forma magníficos prados, em que o 
gado pasta de preferência comendo-a com bastante avidez. 


Segundo o mesmo autor, MAC-MILLIAN, superitendente dos Jar-- 
dins Botânicos de Ceilão, cita esta planta entre as hervas forra- 
geiras espontâneas na Índia. 


Na grande obra de Sornay, sobre as Leguminosas Tropicais, 
encontra-se a seguinte análise desta planta: 


Análise da Meibomia triflora, (D. C.) (Desmodium triflorum, 
D. €.), em estado verde. 


inmidades a a ES aro sh 30 01404,60. 9) 
(TZAS RAN A dy srsa los 2,57 9 
Celulose Rn e Gs msn vigia an 123959) 
Substâncias não nitrogenadas (Carbonidratos) .. 13,79 9/0 
> sacaninasa ((Aciieares) «o vu sino us 0,93 9/0 
Ridenianerasanta es SS o acl alma 0,92 9 
Exoteitagr e O RR rss omni a Ratos 4,80 9/0 
oa E GS ts 4 1 M00,00 
Enonas e SS o e sds a was + 130,809 
Substâncias alimentícias calc. em amido . . .. 21,23 
Nitrogênio RR ma ss o), es dis) ars As 0,77 
Reta oRaniiibnvas ass TIS MIS Go rerpuari Uia LT 


Conforme se poderá deduzir desta análise, a herva é bastante 
rica em substâncias nutritivas e é pena que seja tão mimuscula, 


Para a formação de prados ou pastos é a Meib. adscendens, 
(D. C.) a espécie que mais se recomenda, por ser de crescimento 
rasteiro e resistir perfeitamente à acção das patas do cavalo e dos 
cascos do boi. 


De entre as Meibomias esta é uma das poucas que possuem 
legumes deiscentes depois de maduros, e isto dificulta grandemente 
à colheita das suas sementes, tornando-a por outro lado mais 
apta para a disseminação natural. 


30 Leguminosas forrageiras do Brasil 


Meibomia bracteata, (MÍcH.) 


Sin.: Desmodium bracteatum, MICH. (in Warm. Symb. ad FI. 
Br. Cent. 1, pag. 543). 


Caracteres gerais: Caule erecto, pubescente, principalmente 
nas partes mais novas; ramos erecto-patentes, rijo-herbáceos. Es- 
típulas escarioso-membranáceas, longitudinalmente estrioladas, lan- 
ceoladas e longo-acuminadas, caducas, de 15 mm. de comp. Folhas 
mais ou menos reflexas; peciolo comum ténue, de 20 mm. de 
comp. na base mais espêsso e apresso pubescente. Estipelas linear- 
assoveladas, rijas. Folíolos solitários ou ternados em cada folha, 
quando ternados o terminal distante dos laterais de 2:10 mm. e 
muito maior que êstes, de forma ob-oval, obtuso ou retuso no 
ápice, de até 8 cm. de comp. por 4 em, de largura na parte supe- 
rior, em regra solitários; laterais, quando existem, de forma idén- 
tica ao terminal, porêm muito reduzidos, isto é, de 1-2,5 em. de 
comp. por 5-10 mm. de larg. todos membranáceos, quási trans- 
parentes, peninervulados e reticulados, na face superior glabros 
e na dorsal esparso-pubérulos ou apresso seríceo-pubescentes. Ra- 
cimos florais terminais curtos e quási capiteliformes. Brácteas an- 
tes da ântese estrobiliforme-imbricadas, largas ovais, estrioladas 
e ciliadas, com a ântese caducas, de 5-6 mm. de comp. e 3-4 mm, 
de larg. Pedicelos na ântese patentes, mais tarde reflexos, filiformes, 
curto-hirsutos, de 5 mm. de comp. Cálice de 3-4 mm. de comp,, 
segmentos pouco mais longos que.o tubo e muito mais curtos 
que os pétalos. Vexilo quási orbicular, de 5-6 mm. de comp.; alas 
e carina coerentes. Estames com o vexilar livre até perto da 
base. Ovário longo-viloso ou hirsuto, pluri-ovulado; pistilo curto. 
Legumes (imaturos) 3-4 articulados, reflexos, densamente hirsutos, 
com a sutura vexilar continua e carenal mais ou menos sinuosa. 


Estampa n.º 9. 


Distr. geogr.: Esta interessante espécie, que pelo autor é colo- 
cada na secção Nicolsonia da Flora Brasiliensis, tem muita afi- 
nidade com a Meib. gyrans, (D. C.) e parece antes zer um resultado 
de cruzamento desta espécie com alguma outra; foi, segundo as 
notas do rótulo do “Dr. GLAZIOU, n.º 4784 (Herv. Glaziou, no Museu 
Nacional) encontrada em S. Cristóvão, na Quinta da Boa Vista. 
Dela existe apenas um unico exemplar original, pelo qual fizemos 
o desenho- (Estampa n.º 9, TI), e não nos consta que posteriormente 
ela tivesse sido constatada em outro local. 


Para mostrar quanto esta espécie se aproxima da Meibomia 
gyrans, (D. C.), do sul da África, damos junto uma vista da 
folha desta ultima. Dela se afasta, porêm, pelo revestimento dos 
frutos e do ovário, pela forma dos folíolos e pela inflorescência, 
que nesta aqui é simples e quási capiteliforme, quando para aquella 
está descrita como paniculada. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I - fasc. I 31 


Meibomia barbata, (D. €.) 


Sin.: Meibomia cayennensis, KUNTZE (Rev. Gen. 197); — 
Hedysarum barbatum, L. (Linnae Specierum Plantarum pag. 
1055); — Hedys. venustulum, H. B. K, (Nov. Gen. et Spec. 
Americ. vol. VI, pag. 519); — Nicolsonia barbata, D. C. (Prodro- 
mus II, pag. 325) (et Mem. Leg. VIII, 311, tab. 51 (1825); — 
Nicolsonia venustula, D. O. (Prodr. II, pag. 825); — Nicolsonia 
cagenensis, D. C. (Mem, Leg. 314, tab. 51); — Nicolsonia villosa, 
Cham. et SCHLECHT. (Linnaea, vol. V (1830), pag. 584; — Nicolsonia 
major, STEUD. (Flora XXVI (1843), pag. 757); — Nicolsonia ra- 
dicans, STEUD. (Flora XXVI (1843), pag. 757); — Hedysarum coe- 
ruleo-violaceum, MIQ. (Prim. Fl. Esseq., pag. 246); — Hedysarum 
lagocephalum, LINK. (Enum. Hort. Ber., pag. 248); — Hedysarum 
procumbens, VELL. (Flora Fluminensis, pag. 319, vol. VII, tab. 
150); — Desmodium coeruleo-violaceum, D. O. (Prodr. II, pag. 881); — 
Uraria lagocephala, D. C. (Prodr. II, pag. 324); — Desmodium bar- 
batum, BTH. (Fl. Br. de Mart. XV, I, pag. 95 e no Kjoeb. Vidersk. 
Meddel. (1853), pag. 18); — Perrottetia barbata, D. C. (in Ann. 
Sem Nat Serie TI, -4. (1825), 95. 


Caracteres gerais: Planta mais ou menos herbácea, de ri- 
zoma parene, caules ténues, lenhosos, erectos, prostrados ou im- 
clinados para os lados, de comprimento muito variável, mais fre- 
quente de 30-70 cm., pubescentes ou mesmo vilosos, quando pros- 
trados às vezes radicíferos nos primeiros nós, superiormente ra- 
mosos; ramos rijos, ascendentes. Folhas trifolioladas; estípulas mem- 
branáceas, lânceo-acuminadas, persistentes, de 3-10 mm. de comp., 
livres entre si e algo concrescidas com o pecíolo comum; êste 
ténue, mais ou menos viloso ou pubescente, patente, tão ou mais 
longo que o folíolo terminal; estipelas setáceas; folíolos oblongo- 
elípticos até ob-ovais, na face inferior mais pubescentes que na 
superior, o terminal maior que os laterais e de 3,5-5 cm. de comp. 
por 1,8-3 em. de larg., ápice obtuso e às vezes um pouco emar- 
ginado, curto peciolulados, arredondados na sua base. Racimos flo- 
rais terminais, curtos, sésseis entre as ultimas folhas dos ramos, 
raro curto pedunculados, floribundos, de 3-8 em. de comp. e 2-3 
cm. de diâmetro transversal, Brácteas ovo-lanceolares, acuminadas, 
antes da ântese imbricadas e durante a mesma patentes mais ou 
menos emaranhadas entre si e com os pedicelos, com longos pêlos 
em suas margens, de 5-8 mm. de comp. Cálice de cêrca de 5-7 
mm. de comp., segmentos longo-acuminados, patentes e revestidos 
de longos pêlos quási cerdosos, curvado para baixo depois da 
fecundação da flor, segmentos superiores concrescidos até acima 
do meio; pedicelos ténues curvados após a fecundação das flores, 
pubescentes. Legumes sésseis com 2-4 artículos, na sutura superior 
quási rectos e na inferior profundo-sinuosos, planos, marginados 
e hirsutos, raro glabros; artículos quási quadrados, em três lados 
e no inferior arredondados, geralmente deiscentes depois de ma- 
duros. 


32 Leguminosas forrageiras do Brasil 


Estampa n.º 10. 


Distr. geogr.: Dispersa por toda a América Meridional e fre- 
quente em todo o Brasil. 


Esta planta facilmente se distingue dentre as espécies afins 
do género pela forma da sua inflorescência e pelos três folíolos 
geralmente ob-ovais e obtusos. E' bastante variável no seu porte, 
sendo às vezes quási rasteira e outras erecta e arbustiva. Na 
estampa que juntamos representamos, um pedaço de caule de uma 
forma erecta e uma planta inteira, em redução de 50 0%, da forma 
prostrada. e menor. 


Da Meibomia juruwenensis, descrita por nós, ela se distingue 
principalmente pelas folhas sempre e invariavelmente trifolioladas. 


Do material que recebemos do Sr. ANDRÉ GOELDI, da Ilha 
de Marajó, e que imandámos analisar no Instituto Agronómico 
do Estado, em Campinas, o Dr. R. BOLLIGER nos forneceu os 
resultados seguintes: 


pd ss Na subst. húmida Sêca 
1 — Análise sumária: 
Ápnaly é PRESA MO quina ums Sie pd 16,95 9/ 
Maicnasazotadass pr. SED E Sm ita 8,62 9% 10,37 9 
» OOidas SO LIa do cit CE 3,34 9/ 4,03 º/o 
naonazotada MM, Gapand Ls Em 39,02 9/ 47,13 º/o 
fibrosa o 64/45 dE RG REALE RO 28,80 9/0 34,68 9/0 
qninetal ss» Ei de sie ETA DE 3,27 9% 3,94 9/o 
2 — Elementos digestíveis: 
Materia azotada;: <., nte a prata! pesa 6,29 9 7,58 9) 
» gorda pa Son Toro CRER To e cr 2,07 9 2,50 9/0 
? não azotada: (À e) o RS Ros 29,65 º/ 35,69 9/ 
» MDROSA sets eris A MRE corno 15,84 9% 19,07 9% 
+ orgânica sk. dios sr PRE RE np 53,85 º/o 64,84 9f 


Relação das matérias aliment... 1:5,5 


3 — Elementos de matéria mineral: 


Areiare 'áe. silícico . 1. 4 LI E DS. CS 5 2264006 
Anidrido fosfórico LOM OM MEN E 4.» mn Sos 
Oxido- dê potássio): SUBIR aN Po AISDARS 

cálcio GETS der ori Diris ORGS 


E' preciso notar que êste material se achava em estado de 
frutificação e que os dados aqui enumerados devem ser muito me- 
lhores em se tratando de plantas antes da floração, época em 
que geralmente as substâncias nutritivas aumentam considerável- 
mente. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. | So 


E" uma espécie que facilmente se cultiva e da qual se. pode 
colher sementes com relativa facilidade pelo facto de não se des- 
prenderem os frutos da mesma maneira que aqueles das espécies 
que os possuem armados de pêlos mais aderentes. 


Nota — Ás vezes, porêm raramente, aparecem exemplares raquíticos que 
apresentam folhas com um só folíolo pequeno e quasi orbicular, como se observa 
num do Museu Nacional, colhido em Copacabana, Rio, pelo Dr. Schwacke, em 1887. 


Meibomia juruenensis, HozHnE 


(Sin.: Desmodium jurwenense, HogHNE, Com. de Lin. Telegr. 
Estr. de Mato-Grosso ao Amazonas, Anexo n.º 5, Botânica, parte 
Rui pas. (5 e tab. 148, fig. T). 


Caracteres gerais: Planta sufrutescente, de caule erecto ou 
tambêm prostrado, simples ou ramificado desde a base, recoberto 
de pêlos alvacentos ou apenas pubescente, de 5-10 dm. de alt. 
e 3-4 mm. de diâmetro; entrenós de 4-5 em. Folhas unifolioladas 
com pecíolo de 1,5-2 em. de comp. e estípulas estreito-lineares 
ou lanceolares, acuminadas, de 1 em. de comp. peciólulo geralmente 
recurvo, bistipelado na sua base e pubescente; estipelas tão longas 
ou pouco mais curtas que o peciólulo; folíolo ovo-elíptico ou ob- 
Jongo-elíptico, na base cordado ou arredondado, ápice arredondado, 
na página inferior especialmente sobre as nervuras pubescente e 
na superior glabro, pátulo-reflexo ou patente, de 5-6 em. de comp. 
e 3-4 em. de larg., nos ramos florígeros menor. Inflorescências 
axilares ou terminais perfeitamente iguaes às da M. barbata, (BTH.) 
de 4-5 cm. de comp. bastamente florigeras. Brácteas ovo-lanceolares, 
acuminadas de longe, ciliadas; pedicelos ténues patentes ou mesmo 
reflexos, emaranhados, de 7-8 mm. de comp. pilosos. Cálice pro- 
fundamente penta-partido, segmentos de base mais larga longa- 
mente acuminados, recobertos bastamente de longos pêlos mais 
ou menos rijos de até 9 mm. de comp.; vexilo ob-ovo-orbicular, 
ápice retuso ou emarginado, base atenuada, de 9 mm. de comp. 
e igual largura; alas e carena obtusas, pouco mais curtas que 
o vexilo. Legumes sésseis com 3-4 artículos, rectos na margem 
superior e sinuosos na sutura inferior, ligeiramente marginados; 
artículos quási quadrados, de 4 mm. de comp. 


Esta planta distingue-se da Meibomia barbata, (BTH.) princi- 
palmente pelas folhas unifolioladas e flores algo maiores. No porte, 
em geral, parece ter grande semelhança com a Meib. gyrans, (D.0.), 
da qual a afastam 'as folhas e a forma da inflorescência, alêm do 
revestimento, etc. 


Estampa n.º 11. 


Distr. geogr.: Norte do Estado de Mato-Grosso e sul do Pará. 
Encontrada pela primeira vez nas margens do Rio Juruena entre 
as pedras do salto S. Simão, e mais tarde junto ao salto Augusto. 
Floresce de janeiro a fevereiro. 


34 Leguminosas forrageiras do Brasil 


O valor forrageiro desta espécie deve rivalizar com a da 
Meib. barbata, (BrH.) ou Meib. incana, (D. C.). Infelizmente não 
tivemos ensejo de poder recolher material suficiente para análise, 
nem sementes para cultura. 


Meibomia axillaris, (Sw.) 


Sin.: Meibomia reptans, KUNTZE (Rev. Gen. 197); — He- 
dysarum axillare, SwAaRTZ, (Fl. Ind. Occid. III, 1274) — Hedy- 
sarum reptans, PoIR. (Diet. VI, pag. 422) — Desmodium reptans, 
D. €. (Prodr. II, pag. 333) — Desmodium axillare, Fl. Br. de Mart: 
vol. XV, I, pag. 99) — Hedysarum stoloniferum, Poir Dict.: VI, 
pag. 421) — Desmodium spirale, var. stoloniferum, D. O. (Prodr. 
II, pag. 333) — Hedysarum violaceum, VELL. (Fl. Fl. vol. VII, 
tab. 148 e texto pag. 318) — Desm. radicans, Mac. (Fad. Fl. Jamaic. 
I, pag. 2697). 


Caracteres gerais: Planta rasteira das encostas mais fres- 
cas das serras, logares chamados noruegos; caule bastamente hir- 
suto-pubescente, prostrado, radicífero nas partes inferiores dos nós, 
êstes mais ou menos bem distanciados, comprimento total de 30-80 
cm. Folhas esparsas, com longos pecíolos bem erectos e três fo- 
líolos, com duas estípulas lanceo-acuminadas na base do pecíolo 
e estipelas na base dos pecíolos dos folíolos, pecíolo comum pu- 
bescente, de 6-10 cm. de comp.; estípulas de 10 mm. de comp., às 
vezes, um tanto concrescidas pelo lado posterior, longitudinalmente 
estriadas e pubérulas; folíolos membranáceos, ovo-romboides, agu- 
dos, raro arredondados, de 6-8 cm. de comp. por 3-4 em, de larg. 
abaixo do meio, na face superior esparso e na dorsal mais basto 
pubescentes; estipelas estreito lânceo-aciculadas, pubérulas, de 4-5 
mm., de comp. Inflorescências racimiformes geralmente emergindo 
das axilas inferiores do caule, erectas, relativamente longas e 
florígeras só na metade superior, abaixo desta e na base munidas 
de brácteas. Brácteas florais, ovais, acuminadas, albo-pilosas, ca- 
ducas com a ântese; pedicelos ténues, geralmente geminados, tê- 
nuemente alvo-pubescentes, de J5 mm. de comp. Cálice de 2 mm, 
de comp. segmentos ovais, agudos, de margens algo imbricadas, 
largos e não acuminados, pubescentes; corola roxo-clara ou rósea, 
de 5 mm. de comp. Legumes estipitados, com apenas dois ar- 
tículos grandes quási semi-ovais, sutura superior pouco sinuosa, 
inferior profundo-emarginada e ístmo por isto excêntrico para o 
lado superior. 


Estampa n.º 12. 
Distr. geogr.: Brasil meridional até ao Rio de Janeiro, 


Nomes vulgares: « Amores do mato», « Mandubi-rama», «Car- 
rapicho rasteiro », etc. Na medicina popular empregam-no contra 
as gonorreas e como emoliente. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan -— Vol. I- fasc. | 35 


Distingue-se facilmente das demais espécies do género, na- 
tivas no Brasil, pelo porte rasteiro e inflorescências sempre axi- 
lares, longas e bracteadas abaixo da espiga floral e base. 


Meibomia adscendens, (D. €.) 


Sin.: Hedysarum adscendens, SWARTZ (Fl. Ind. Occid. 1264 
e Huimb. Bonpland et Kunth. Nova Gen. et Spec. Americ. VI, 
pag. 421); — Desmodium caespitosum, D. C. (Prodr. II, pag. 333); — 
Desm. racemiferum, D. C. (Prodr. II, pag. 331); — Desm. obovatum, 
VocEL (Linnaea XII (1830), pag. 106); — Desm. ellipticum, MAC. 
(Fad. Fl. Jam. I, pag. 268); — Desm. arinense, HOEHNE (Com. de 
Linhas Teleg. Est. de Mato-Grosso ao Amazonas, Anexo n.º 5 
Botânica, parte VIII, pag. 74, tab. 148, fig. ID. — Desm. oxala- 
difoium, G. Don. (Gen. Syst. II, pag. 294); — Desm. Vogel, 
STEUD. (Nom. ed. II, I, 296); — Desm. adscendens, D. C. (Prodr. 
missa e PI Br. Mart. KV, 1 pag. 97). 


Caracteres gerais: Planta campestre, de caule ramoso, difuso 
ou rasteiro com extremos levantados, recoberto de pêlos fuscos 
ou alvacentos mais ou imenos patentes e bastos, mais tarde fusco- 
castanho-escuros, comprimento muito variável, de 15-100 em. Fo- 
lhas trifolioladas; folíolos não muito distantes entre si, ob-ovaiís 
quási orbiculares ou ob-cordiformes, relativamente pequenos, porêm, 
de diâmetro variável com o maior ou menor desenvolvimento 
da planta, isto é, de 10-25 mm. de comp. por 7-18 mm. de larg., 
vistos sob a lente na face superior um pouco menos nubescentes 
que na inferior, laterais menores que o terminal; pecíolo comum de 
20-30 mm. de comp. tênuemente piloso, com duas estípulas obliquo- 
trianguladas e longitudinalmente estriadas um tanto concrescidas 
com êle em sua base e de 5-8 mm. de comp.; pecíolos dos. folíolos 
igualmente estipelados na sua, base. Inflorescências racimosas, ter- 
minais, quando novas estrobiliformes com os botões florais ocultos 
pelas brácteas ovo-acuminadas e pilosas em suas margens e ca- 
ducas com a ântese; flores solitárias, raro geminadas, distantes 
entre si de 1-2 cem. sôbre o racimo; pedicelos ténues, de 8-10 mm. 
de comp., erecto-patentes, curto-pubérulos. Cálice de 2,5 mm. de 
comp. com segmentos estreito-acuminados, na parte superior mar- 
gens e ápice um tanto ciliados; corola róseo-clara ou roxa, com, 
vexilo de 5-6 mm. de comp., carena e alas pouco mais curtas. Le- 
gumes sésseis, na sutura superior rectos e na inferior profundo 
incisos sinuosos, recobertos de pêlos fortemente preensores, com 
2-5 artículos e estes de 5-8 mm. de comp. por 4 mm, de larg. 


Nos campos brasileiros, a espécie mais comum dêste género. 
Vulgarmente conhecida por « Pega-pega», «Carrapixo do beiço de 
boi» « Amores do campo» «Carrapixo ». 

Estampa n.º 8, II. 


Distr. geogr.: Largamente dispersa por toda a América Me- 
ridional, África, etc. 


36 Leguminosas forrageiras do Brasil 


A análise feita pelo Dr. R. BOLLIGER, do Instituto Agronómico 
do Estado, em (Campinas, revela o seguinte material antes da 
floração: 


] Na subst. húmida Na sêca 
1.º — Amálise sumária: EA 
ERndade das Misto é pra tiro RAN 64,33 9/o 
Materiagazotadas “0 Jd a Mo 3,11 9) 10,55 9 
> DORA rss Ra pd O 1,20 9% 3,37 9o 
PR rio gotada «dep ocRo ao DR 17,75 9 | 49,79 Of, 
IIDIOSA: erp co pro O q AAA RR 11,19 9f% 31,37 9 
META) 2,70 est par ge Sa 1,75 9 | 4,92 9% 
2.º — Elementos digestíveis: 
Matenatazotada Po fo o 71,11% 
> GOÓTIA: miss que gel ps PAD Se ia MS 0,74 9/0 2,09 9/o 
> nao razotada CEM o e ra S So o ooo 13,49 9/0 37,83 º/o 
> fibrosa . AS Da GM. ci sorah Apa 1 6,16 9/0 17,26 9% 
» ORG ANICA Sm ET A cut fon ioa pe De 23,14 9/ 64,89 9 


Relação das matérias alimentares 1:5,6. 


3.º — Elementos de matéria mineral: 


Areia e de. Silicico - 20 l coca CS CORSO 
Anidrido fosfórico (P20º).". Liv AD eR 
Oxido. de cálcio (Ca/0),. "LTD IS 

» + potássio (K*0).' . 2 DM DR Ras sb RC 


Outra, feita com material idéntico e na mesma, época pela 
Dr. MARIO SARAIVA, digno director do Instituto de Química do 
Ministério da Agricultura, no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 


deu os seguintes resultados: 


Material sêco: 


Humidade .. 9,808 9/0 
Proteína. 17,093 9 
Substâncias as ELI SENDO ( Equisão em proteina). 1,030 9/o 
Extractos etéreos . 2,848 0/o 
Celulose. 6,740 9/0 
Cinzas . PR 4,404 9/o 
Substâncias asas não nio aa o oie do a ERROS UN TT 9o 


Ti) 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. 1 37 


A-pesar-da porcentagem de proteina nesta espécie ser muito 
inferior à de algumas outras espécies maiores do género e tambêm 
menor que a de algumas Crotalarias, etc., ela tem, para a alimen- 
tação do gado vacum, uma importância muito grande principal- 
mente como fornecedora de forragem verde; pois é, de todas, a 
que melhor resiste às patas do gado e que vive com relativa 
facilidade nos campos sêcos e áridos onde, às vezes, faltam ou- 
tras Leguminosas forrageiras. Com razão, chamam-na tambêm de 
«Trevo do campo»; ela se assemelha e presta-se tão bem para 
o fornecimento de feno como qualquer Medicago ou Trifolium ex- 
trangeiro. Em' cultura ela sempre se desenvolve muito mais que 
em estado nativo nos campos, podendo fornecer talvez vários cor- 
tes, pois dura alguns anos tendo-se o cuidado de não deixá-la 
chegar à frutificação. 


Meibomia uncinata, (D. €.) 


Sin.: Desmodium uncinatum, D. C. (De Candolle, Prod. TI, 
334). Meibomia Sonorae, KuntTZE (Rev. Gen. 198); — Meibomia 


lupulina, KUNTZE (Rev. Gen. 197); — Hedysarum uncinatum, JACQ. 
(Hort. Schônb. III, pag. 27); — Hedysarum aperines, Link, (Enum. 
Hort. Ber. II, pag. 247); — Hedysarum adscendens, D. C. var. 
coeruleum, LINK. (Pr. Veg. Ind. Occ. pag. 106); — Hedysarum 


Sonorae, A. GRAY. (Pl. Wrigth, II, pag. a »: — Hedysarum Sin- 
clairi, BTH. (Vog. Voy. Sulph, pag. 82); Desmodium aperines, 
BO: (Prodr:: IL; pag. 330): — Do e pilosiusculum, D. O. 
(Prodr. II, pag. 335); — Desmodium lupulinum, SCHLECHT, (Linnaea 
LI (1838), pag. 317); — Desm. sanduwicense, E. MEY. (Cat. Sem. 
Hort. Region. (1850), pas. 4 e Linnaea XXIV (1851), pag. 230); — 
Desm. trigonum, D. C. (Prodr. II, pag. 332). 


Caracteres gerais: Arbustiva ou subarbustiva ascendente ou 
de ramos decumbentes ou algo escandentes, quando prostrada ra- 
dicífera; caule e ramos difusos, recobertos bastamente de pêlos 
uncinados aderíveis, ou pilosos ou, às vezes, * glabros, longitudi- 
nalmente um tanto sulcados, de 50-150 em. de comp., flexuosos e 
emarranhados entre si. Folhas trifolioladas; estípulas membraná- 
ceas, de 5-8 mm. de comp. de base larga, acuminadas de longe, 
estrioladas, caducas, livres entre si; pecíolos comuns tão longos 
ou pouco mais curtos que o folíolo terminal; estipelas setáceas, 
persistentes; folíolos geralmente ovais ou ovo-lanceolares, na face 
superior esparsa e tênuemente pubescentes e na dorsal seríceo 
pubérulos, agudos ou obtusados, de 4-7 cm. de comp. por 2,5-5 
cm. de larg., verde escuros ou tambêm ornados de uma grande 
mancha alvacenta na face superior que ocupa o centro do limbo 
e, às vezes, um canto da base do mesmo, às vezes, devido ao habitat, 
muito menores e então confundíveis com aqueles da Meib. incana, 
(D. C.), de que se afasta pelo tamanho gas brácteas. Racimos florais 
axilares solitários ou em fascículos de 2-3 e tambêm terminais, 
de 10-15 cm. de comp. distintamente pedunculados:; brácteas mem- 


38 Leguminosas forrageiras do Brasil 


branáceas, de 8-12 mm. de comp. côncavas e de 3-5 mm. de larg,, 
agudas, tênuemente estrioladas, pubérulas e cilioladas, antes da 
ântese imbricadas formando estrobilos e caducas com a ântese; 
pedicelos filiformes de 10-15 mm. de comp. pubérulos. Cálice cam- 
panulado, tubo distinto e ao todo de 3 mm. de comp., lânceo- 
triangulares, tão longos quanto o tubo, o inferior mais estreito 
e superiores concrescidos até quási ao ápice; corola roxa quando 
nova e quási verde-azinhavre depois de velha; segmentos de quási 
5 mm. de comp.; estame vexilar livre; ovário estipitado, pubescente. 
Legumes estipitados, algo incurvados e sinuosos na sutura inferior 
e quási rectos na superior, com 5-8 artículos, separados por ístmo 
bem distinto, revestidos de pêlos fortemente aderíveis ou preen- 
sores. 

Estampa n.º 13. 

Distr. geogr.: Largamente dispersa pela América Meridional 
e Tropical; frequente em quási todos os Estados do Brasil. Em 
S. Paulo comum nos campos sujos e margens das estradas de 
ferro e caminhos, bem com beiras de mata, etc. Floresce em 
quási tôdas as épocas do ano. 

A mácula alva ou esbranquiçada que ocupa a parte mediana, 
do limbo dos folíolos e os pêlos preensores que revestem os caules 
e ramos, que por assim dizer constituem um dos melhlores ca- 
racterísticos para a espécie, não são constantes: temos encontrado 
e colhido vários exemplares com folíolos completamente verdes 
e outros com revestimento menos preensor. A mudança da côr 
nas flores novas de roxo-claro para esverdeada ou azul escura, 
depois de velhas, é quási constante. 


No Museu Nacional, Rio de Janeiro, (Colecção do DR. PEDRO 
DuseN, n.º 3259, Piraquara, Paraná), esta planta, forma de folhas 
imaculadas, está dada como Desm. infractum, D. C., que é do 
Mexico e não possui pêlos uncinados como a presente espécie. 

Depois do Desm. incanum, D. C. e do Desm. discolor, VoG., é o 
adscendens, D. C., incontestávelmente uma das espécies mais co- 
muns do género aqui nos arredores de S. Paulo, podendo ao mesmo 
tempo ser considerada uma das mais nutritivas para o gado vacum. 

“A análise que mandamos fazer no Instituto Agronómico do 
Estado de S. Paulo, em Campinas, pelo Dr. R. BOLLIGER, acusa, 
os seguintes dados: 


ROO ne Na subst. húmida Sêca 
Einmidades 4 ata PERES Lie des e RR 70,58 º/o 
Matéria azotada cv, cb ER j 2,70 ºJo 9,15 9/ 
» CORTA a pão cos esa o REL 0,98 9/0 3,33 9/ 
» naosazotada;. “ves MRS a RO dA e PRE 14,06 9/0 47,82 9/0 
» FIBROSA (És So va PE pi ROC RD 10,13 9% 34,41 0 
» mineral. EMPRRRM PTOS PM dO des je 155,06 5,29 9/0 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. I 39 


2 — Elementos digestíveis: 


mera razotada ss Mo, crivo RU Tvs 6,69 % 
» gorda | 0,61 % Za r A 
> não azotada AMP SE dad a o 10,68 % 33,34 % 
» PROSA MALE RSS AO So mio O capa | o io ZA 18,93 % 
> orgânica ERA. 18,83 % 64,27 % 


Relação da matéria alimentícia 1:6,2 


3 — Elementos de matéria mineral: 


ALelANE ACM SINGICOR Oi DS RS A AO 
Amdidortostórico (PZ0% 2 Loss o gas 
Omdn de cálcio (COP CC . 2 mA BE 

> * potassion(R UN Pad Ono 


A realizada pelo Dr. MÁRIO SARAIVA, no Instituto de Química, 
do Jardim Botânico, Rio de Janeiro, em amostra idéntica e na 
mesma época, forneceu o seguinte resultado: 


Mat. sêca Cal. para verde 
Esto EG PET POE pet Gl ep DR EPA RR 10,090 % 77,490 % 
Enntelna sa Sis o pesar é SRA a: 14,406 % 3,096 % 
Subst. nitrogenadas exp. em proteína . .. 3,937 % 1,283 % 
Extra ctonetercOs, eta 2. a a o o cg 2,901 % 0,945 % 
Re luloses a Ses as 9,140 % 2,979 % 
(DT ZAS LEO 1 pa OS a AU e e is 4,956 % 1,615 % 
Subst. ext. não nitrogenadas . +. 2. cc. 54,570 % 11,992 % 
Soma ua dura Usa DES Ms PER REE De | 100,000 100,000 


O imaterial fenado é àvidamente comido pelos cavalos e pelo 
gado vacum. 


Meibomia lunata, (HvuzEr) 


Sin.: Desmodium lunatum, HuBER (Boletim do Museu Goeldi, 
vol. IV (1905), pag. 568). 


Caracteres gerais: Planta ascendente, delgada, nas partes 
mais novas tênuemente pubérula e mais tarde glabra, de 50 em. 
de altura. Folhas trifolioladas, sôbre pecíolo comum de 3-10 em. 
de comp. Estípulas triângulo-acuminadas, longitudinalmente estrio- 
ladas e curto pubérulas, de 5-8 mm. de comp. mais ou menos, 
persistentes. Estipelas estreito aciculares de 5 mm. de comp. Fo- 
lolos de base ampla, ovais, porêm do meio para cima quási liri- 
forme-acuminados e no ápice nbtusos e mucronados, base sempre 
largo arredondada, o terminal sempre maior e mais largo que os 
laterais; êstes, no material presente, de 8 cm. de comp. e de 4,5 


40 Leguminosas forrageiras do Brasil 


cm. de larg. e aquele de 11 cm. de comp. por 6 cm. de larg. 
Racimos florais terminais, simples, solitários ou de 2-3 agrupados, 
esparsifloros e de 15-25 cm. de comp. Pedicelos distantes entre 
si, simples ou raro em grupos de 2, de 1,5-2 cm. de comp. glabros, 
ou esparso e curtíssimo pubérulos. Cálice penta-lobado, tendo porêm 
os segmentos superiores mais concrescidos, ao todo de pouco mais 
de 1,4 mm. de comp., esparso e curtissimo pubérulo. Corola de 
2-3 mm. de comp. Estame vexilar livre até a base. Legumes com 1-3 
artículos, com ístmos excêntricos, estreitos muito juntos à margem 
superior; artículos quási Juniformes, na parte superior incurvados 
e na inferior semicirculares, de 8 mm. de comp. por 3-4 mm. Re 
larg. áspero pubérulos e preensores. 


Estampa n.º 14. 


Distr. geogr.: Saraiacu em Catalina, no Perú. Como esta lo- 
calidade fica perto da fronteira brasileira, no Amazonas, é crivel 
que ela se estenda tambêm à mossa flora. (No Jardim Botânico, repre- 
sentada, por um unico exemplar, sob o numero 10626 que corres- 
ponde ao numero 1504 do DR. J. HUBER, que a colheu, na localidade 
supra citada, em 24-11-1898). No trabalho referido a procedência 
é dada como de Chinganilla (Pampa del Sacramento) na mata, 
a beira do riacho, 24-11-1898. 


Quanto ao seu aproveitamento como planta forrageira, devemos 
confessar que nada podemos adiantar, por termos visto apenas um 
unico exemplar, aliás mau representante para dar uma idea da 
espécie. 


Meibomia incana, (Sw.) 


Sin.: Meibomia varifolia, KuntTZE = Meibomia supina, BUT- 
TON (Ann. N. York Acad. Sec. VII (1892), pag. 83). Hedysarum 
incanum, SwARTZ (Prodr. Veg. Ind. Occ., pag. 107) — Hedysarum 
supinum, SwaRTZ (Prodr. Veg. Ind. Occ., pag. 106) — Hedysarum 
conjunctum, WEINM. (Syll. Ratisb. II (1828), pag. 175) — Desmodium 
supinum, D. C. (Prodr. II, pag. 332) — Desm. Lindleyi, MART. 
(Ausw. Pfl. Minchen, tab. 17) — Desm. ancistrocarpum, LEDBE (Prodr. 
II, pag. 331) — Desm. sparsiflorum, G. DON. (Gen. Syst. IL, pag. 
294) — Desm. diversifolium, SCHLECHT. (Linnaea XII (1838), pag. 
313) —.Desm. variifolhum, STEUD. (Nom. ed. II, I, 496) — Desm. 
incanum, D. GC. (Prodr. II, pag. 333'e. Fl. Br. vol, XV, IL, paga 98). 


Caracteres gerais: Sujfrutescente mais ou menos erecta, raro 
prostrada, ramosa, incano-pubescente, raro glabra, de 30-100 em. 
de alt. Estípulas lanceoladas, quando jovens quási sempre con- 
crescidas pelo lado posterior, mais tarde em regra livres e per- 
sistentes, agudas e longitudinalmente estrioladas. Folhas trifolio- 
ladas, as inferiores às vezes tambêm unifolioladas; pecíolo comum 
em regra mais curto que o folíolo terminal; folíolos ovais ou 
mais geralmente oblongo-obovais quási arredondados, sempre maio- 
res e mais seríceo-pubescentes no dorso que as da Meib. adscendens, 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. | 41 


(D. C), os laterais menores e mais oblongados que o terminal; 
êste em regra de 3-7 cm. de comp. por 0,5-3 cem. de larg., na face 
superior glabro ou esparso-pubescente e na dorsal seríceo-pubes- 
cente, ápice obtuso, raro agudo, base arredondada. Racimos florais 
em regra terminais, raro axilares, de 15-30 cm. de comp., flores 
esparsas, roxas, com pedicelos de 5-10 mm. de comp. e bastante 
ténues. Cálice de 2 mm. de comp., tubo campanulado um tanto 
giboso na parte posterior, segmentos pouco mais longos que êste, 
os superiores concrescidos entre si até pouco abaixo do meio. 
Brácteas muito mais curtas que os pedicelos, estreito-lanceolares, 
pouco notáveis, as inferiores tambêm maiores e mais persistentes 
que as superiores; corola roxa, de 7 mm. de comp.; estame ve- 
xilar livre até à base. Legumes curto-estipitados, na margem su- 
perior quási rectos e na inferior profundamente sinuosos, com 
4-6 artículos, êstes revestidos de pêlos preensores e facilmente 
separáveis. 


Quanto ao seu revestimento, esta planta varia bastante, é porêm 
sempre muito mais pubescente e tem folíolos maiores que a Meib. 
adscendens, (D. C.), com que compartilha o habitat, forma dos 
fructos, etc.; é, como esta última, uma das espécies mais frequentes 
nos nossos campos mais sujos. 


Estampa n.º 15. 


Distr. geogr.: Desde as Índias, México, tódo o Brasil e Re- 
públicas adjacentes. 


Da análise que mandámos proceder no Instituto Agronómico 
dêste Estado, o Dr. R. BOLLIGER apresentou os seguintes resultados: 


As: as Na subst. húmida Sêca 
1.º — Análise sumária: 
Inida des a os isbgaia o Sem Sl trapo E qecia FS ES 64,97 % 
Wlateriasazotada to o ts osasco qem lares E 9,23 % 
» FETO ALTAS e Sun DD OR A 0,95 % 2,10 % 
» naorazotadam Med Bu e Jr (a o, UA 49,87 Y% 
AO SRS EE RR A SD QU 11,84 % 33,80 % 
» MIN ERAlES Rios pio Seat rs ci 1.54 % 4,40 % 
2.º — Elementos digestíveis: 
RRCnia azotada E TRAS una ida ce diST VA 6,74 % 
» FED O (Gi op d bp DAR 2 VR LR RA 0,59 % OT 
» DAP AZOtada PIA PRM am RR ES 2) 13,26 % 37,90 % 
» PRDLOSA be EM a RIPAR RS io 051 9 18,59 % 
» ERES ATACA MRE DEE gu MAR  ESA Dos 2213 Y% 64,90 % 


Relação das matérias alimentícias 1:6,2 


42 Leguminosas forrageiras do Brasil 


3.º — Elementos da matéria mineral: 


ATela se ácido salícico.. =» 5 o era en e PA OIE 
ATRUCO TOstórico: (P 20º) o PR CRE ESTADO 
Oxido de calcio (Ea O)... croqr o CC 9s parvo 

5,» potássio (K 0)! ta RR q 


O mesmo material analisado pelo Dr. MÁRIO SARAIVA, do Jar- 
dim Botânico, no Rio de Janeiro, deu os seguintes resultados: 


Amostra sêca Calculado para estado 


verde 
Eluimidades” (ea so De do pe O a 8,950 % 77,450 % 
Proteína, as Re MR O E e 19,093 % 6,014 % 

Substâncias extr. nitrogenadas (expressas 

emiproteiia)i srs CELSO a aa 1575) % 0,496 % 
Exiracio etéreo in! Sha dra Porno a 2,901 % 1,616/P6 
Celnloser, sji=io/ cAceRiyo scope RE PERDE 10,716 % 4,125 % 
Cinzas: medio Em goal da fi a VÉES Era st Re D192 Go 0,913 % 
Subst. extr. não nitrogenadas. . wo. 51,633 % 9,386 % 

SOMAS e ul VD nr NE O Presos ME 100,000 100,000 


Esta planta cultiva-se facilmente, deixa-se fenar com grande 
facilidade e é aceita tanto pelo gado vacum como pelo cavalar, 
não só fenada como em estado verde. 


Meibomia albiflora, (Sazzm.) 


Sin.: Desmodium albiflorum, SALZM. 


Caracteres gerais: Planta dos campos mais sujos, matas fres- 
cas das encostas ou logares sombrios e mais húmidos; caule algo 
prostrado ou, às vezes, meio escandente, levemente pubérulo, pê- 
los esparsos e mui curtos, misturados com outros mais longos e 
bem patentes, mais abundantes nas extremidades dos ramos, ao 
todo de 30-50 em. de comp. Folhas trifolioladas, esparsas. Estípulas 
triangulares-acuminadas, livres entre si e de 5-12 mm. de comp.; 
pecíolo comum geralmente pubescente, patente, de 4-6 cm. de 
comp.; estipelas estreito-filiformes, de 5-6 mm. de comp.; folíolos 
ovais, acuminados, mui membranáceos, no dorso tênuemente pu- 
bérulos e na face esparsamente longo pilosos, de 6-8 em. de comp. 
e 3-5 cem. de larg. abaixo do meio, ápice mucronado e base arre- 
dondada, na parte imferior dos caules e nos extremos dos ramos 
não raro mais obtusos e arredondados. Inflorescências terminais 
e racimiformes, raro axilares ou ramosas. Brácteas estreito-lanceo- 
lares, agudas, caducas antes da ântese; flores solitárias raro ge- 
minadas, bastante esparsas; pedicelos ténues, erectos e patentes, 
recobertos de pêlos mui curtos e algo crespos quási só perceptíveis 
com a lente, de 12-15 mm. de comp. Cálice de 3 mm, de comp,, 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. 1 43 


com segmentos estreitos e acuminados, bastante afastados entre 
si, tubo curto e amplo; corola alva ou roxo-pálida, de 5 mm. de 
comp. Legumes sésseis, com 4-6 artículos, na sutura superior quási 
rectos e na inferior sinuosos até 3/, da largura; artículos retan- 
gulares oblongados, de 8 mm. de comp. por 4 mm. de larg. reco- 
bertos de pêlos preensores. 


Estampa n.º 16. 


Dispersão geogr.: A mesma que da Meibomia incana, (Sw). 
Facilmente confundível com esta última; os folíolos mais mem- 
branáceos, de forma diferente, a côr das flores e estípulas livres 
entre si constituem os característicos diferenciais. Pela consistência 
e forma dos folíolos ela Jembra tambêm a Meibomia axilares, (Sw.). 

O valor alimentício deve rivalizar com o da Meibomia in- 
cana, (Sw.). 


Meibomia mollis, (VaHL.) 


Sin.: Meibomia terminalis, KUNTZE (Rev. Gen. 198); He- 
dysarum molle, VaHL. (Symb. TI, pag. 83); Desmodium mole, 
D. CO. (De Candolle, Prodr. II, pag. 232); Hedysarum ter- 
minale, RICH. (Richard, Act. Soc. Hist. Nat. Par., pag. 105); Des- 
modium terminale, D. C. (De Candolle, Prodr. II, pag. 327, não 
de Gm Pers). 


Caracteres gerais: Sub-arbusto erecto, ramoso, de 50-200 cem. 
de alt. revestido de curtos pêlos mais ou menos uncinados e pre- 
ensores. Estípulas de base larga triangularmente acuminadas, quási 
setáceas, longitudinalmente estrioladas, caducas, raro persistentes, 
de 3-5 mm. de comp. e na base de 1-2 mm. de larg. Folhas tri- 
folioladas, às vezes, na base dos ramos, entremeiadas de unifolio- 
ladas. Pecíolos comuns pubérulos, de 1,5-3 em. de comp. abaixo 
do jugo de folíolos laterais e entre êste e o terminal mais curtos, 
geralmente bem patentes. Folíolos membranáceos, ovais ou ob- 
longo-ovalados, revestidos na face superior de esparsos pêlos curtos 
e apressos e mais pubescentes na face inferior, de 4-12 em. de 
comp. por 2-6 cm. de largura, os laterais em regra um pouco me- 
nores e os solitários mais alongados e obtusos e muito mais pe- 
quenos e curto-peciolados. Inflorescências terminais e paniculadas, 
tendo os ramos, com pequenas folhas em sua, base, quási racimi- 
formes de 10-20 cm. de comp. revestidos de curtos pêlos mais 
ou menos preensores. Pedicelos ténues, pubérulos, fasciculados em 
grupos de 2-6, desenvolvendo as flores umas após outras, ao todo 
de 4-8 mm. de comp. Brácteas pequenas, pubescentes, caducas 
antes da ântese. Flores pequenas, de 3 mm. de comp. ou pouco maio- 
res que as da Meib. spiralis, (Sw.). Cálice com 5 segmentos es- 
treitos e aciculares, pubérulo. Corola pouco maior que o cálice. 
Legumes sésseis com os artículos inferiores atrofiados e tortuosos 
e o terminal amplo, membranáceo, fértil, na base ligeiramente pu- 
bescente preénsil, no demais glabro e quási transparente e de 
âmbito reniforme, de 8 mm. de comp. por 6 mm. de larg. 


44 Leguminosas forrageiras do Brasil 


Estampa n.º 17. 


Distr. geogr.: Norte do Brasil encontrado em Joaseiro, na 
Baia, e em Aracatí, no Ceará. Tambêm citado para as Guianas 
e América Central. 


A forma dos frutos é um magnífico característico para esta 
espécie bastante parecida no demais com a Meib. spiralis, (Sw.). 

O material que nos serviu para fazer o desenho que juntamos 
procede de Joaseiro, na Baia, onde foi colhido por funcionário 
do Jardim Botânico, estando neste estabelecimento arquivado sob 
n.º 5045. 


Meibomia physocarpa, (VocêL.) 


Sin.: Desmodium physocarpos, VOGEL. (im Linnaea XII, pag. 
104 e Bentham, Fl. Br. de Martius, vol. XV, I, pag. 104). 


Caracteres gerais: Arbusto recoberto nos ramos e partes mais 
novas de pêlos curtos e uncinados. Estípulas de base larga, acumi- 
nadas e lanceolares nervuloso-estriadas, escariosas, pubescentes ou 
quási pilosas, mais tarde decíduas, de 1 cm. de comp. Folhas 
trifolioladas sôbre pecíolo comum de comp. igual ou pouco mais 
curto que o folíolo terminal. Folíolos inferiores oblongos de ápice 
arredondado e pouco mucronulados, por baixo alvacentos, com ner- 
vos e veias proeminentes e especialmente sôbre estas pubescentes, 
de 5 cm. de comp. por 3 em. de Jarg., o terminal mais ovo-oblon- 
gado e de até 8-10 em. de comp. por 4 em, de larg. Inflorescências 
amplas e paniculadas, pubescentes como os ramos e o caule, ramos 
mais ou menos virgados, roliços e delgados. Pedicelos ténues, erecto- 
patentes, algo vergados, filiformes, em fascículos de 2-3 ou simples, 
de 3-6 mm. de comp., pubescentes. Brácteas assovelado-lanceoladas, 
estriadas, pubescentes, de cerca de 5 mm. de comp., decíduas 
antes da ântese. Cálice pubescente. Estames com o filamento ve- 
xilar livre acima do meio. Ovário 5-6 ovulado, em algumas flores 
quási glabro, raro pubescente. Legumes tortuosos, quási perfeita- 
mente glabros, com 4-6 artículos, raro tambêm com menor número 
de artículos e revestidos de pêlos uncinados e preensores, ar- 
tículos oblongados, tortuosos, pouco túmidos, quási diáfanos mem- 
branáceos, de 3 mm. de comp. e pouco menor largura. 

Distr. geogr.: Brasil meridional. 

Segundo a opinião de BENTHAM, que tambêm não viu a planta, 
pela descrição, em tudo semelhante à Meib. tortuosa, D. O. (cujos 
sinónimos são: Desm. stipulaceum, D. C. e Desm. pedicellatum, GRAH. 
(in Wall. Cat.), espécie 'que aparece na América Central, India 
Ocidental e Nova Granada, e que êle igualmente não viu entre 
material brasileiro. 


Meibomia spiralis, (D. €.) 


Sin.: Hedysarum spirale, Sw. (FI. Ind. Occ. 1273); Desm. spirale, 
D. C. (De Candolle, Prodr. II, pag. 332); Hedysarum tenellum, 
H. B. K. (Humb. Bonpland et Kunth. Nov. Gen. et Species Americ, 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. I 45 


vol. VI, pag. 522); Desmodium tenellum, D. C. (De Candolle, Prodr. 
II, 333); Desmodium tenuiculum, D. C. (Ob. cit. pag. 333); Desmodium 
terminale, GuIL. et PER. (Guill. et Perr., Senegal., pag. 207, não 
é D. C); Desmodium sylvaticum, BrH. (Bentham, Pl. Hartw., pag. 
117); Desmodium Chamissonis, VOGEL (Vogel, in Linnaea, vol. X, 
pag. 588 (1838); Cyclomorium caracasanum, WaLP. (Walpers, Rep. 
Bot., vol. II, pag. 890 (1843); Desmodium ospriostreblum, STEUD. 
(Steudel, Pl. Schimp. Abyss, Sect. II, n.º 1039); Desmodium Spren- 
gelir, G. DIETR. (G. Dietrich, Pl. VI, pag. 1154); Anasthrosyne abys- 
siumica, HOocHST. (Hochstadt, in A. Rich. Fl. Abyssinica, I, pag. 
204); Desmodium annuum, A. GRAY. (A. Gray, in Pl. Wright. II, 
pag. 46); Desmodium tortuosum, WEBB. (Webb. in Hook, Niger. 
Fl., pag. 122); Desmodium aparines, Hassk, (Pl. Jav. rar. 366, não 
de D. €.). 


Caracteres gerais: Sub-arbustiva delgada bastante ramosa, ere- 
cta ou mais ou menos prostrada, de 50-100 em. de alt.; ramos finos, 
glabros ou áspero-pubérulos, a princípio algo angulosos e mais 
tarde roliços, revestidos de pêlos curtos e preensores. Estípulas 
pequenas, patentes e às vezes reílexas, de 2-5 mm. de comp. 
pouco mais largas na base ou setáceas; pecíolo comum do com- 
primento do folíolo terminal ou pouco mais curto. Folíolos em número 
de três em cada folha, geralmente ovo-oblongados, o terminal de 
3-10 ou mais cm. de comp. e os laterais um pouco menores, mais 
ou Menos membranáceos e tênuemente pubescentes ou quási gla- 
bros, raro solitários na parte inferior dos caules. Racimos florais 
delgados, geralmente simples, axilares ou mais geralmente termi- 
nais, às vezes tambêm opostos às folhas. Brácteas estreitas, muito 
pequenas e caducas, raro mais longas e persistentes. Pecíolos em 
fascículos de 1-3, desenvolvendo-se uns após os outros, finos, de 
8-12 mm. de comp., curto-pubérulos. Flores muito pequenas, talvez 
as menores do género, de apenas 3-4 mm. de comp. Cálice com 
segmentos agudos. Estames unidos em um só tubo. Legumes com 
3-6 artículos, mais ou menos torcidos, quási espiralados, reves- 
tidos de pêlos preensores curtos. Ás vezes se atrofiam os artículos 
inferiores, como sucede na Meib. mollis, (D. C.), mas então o 
que se desenvolve é tortuoso e não plano e reniforme como na; 
citada espécie. 


Estampa n.º 18. 


Distr. geogr.: África e tôda a América Central e Meridional. 


O material que serviu para fazermos o desenho junto foi 
enviado, do Ceará, pelo DR. DIAS DA ROcHA, proprietário e di- 
rector do Museu Rocha. 


Meibomia platycarpa, (BrH.) 


Sin.: Desmodium platycarpum, BrH. (FI Br. de Mart, vol. 
XV, 1, pag. 100). 


46 Leguminosas forrageiras do Brasil 


Caracteres gerais: Subarbustiva erecta, no, porte em geral 
e no rizoma muito parecida com o Desm. pachyrhizum, VOoG., 
diferente porêm nos frutos muito amplos que constituem o verdadeiro 
característico para a espécie. Caules geralmente agrupados sobre 
o mesmo rizoma quási fusiforme, raro solitários, simples ou pouco 
ramificados, virgados, de 30-50 cm. de altura, longitudinalmente 
estriolados e sulcados, curto-pubérulos ou molemente vilosos, raro 
completamente glabros. Folhas unifolioladas, esparsas; folíolos sô- 
bre pecíolo de 2-4 mm. de comp., oblongo-lanceolares, de 5-7 em, 
de comp. e 8-12 mm. de larg., tambêm 'às vezes menores, quási 
lmeares, mais arredondados, obtusos ou agudos, na base geral- 
mente arredondados, rijos, reticulado-venulosos, glabros ou esparso- 
pubescentes na face inferior. Inflorescências racimosas, raro pa- 
niculadas, terminais, esparsifloras, de 10-20 em. de comp. Brácteas 
lânceo-setáceas, caducas com a ântese; pedicelos geminados raro 
solitários, ténues, de 3-5 mm. de comp., curto-pubérulos, depois 
da ântese curvados para baixo; flores esparsas, arroxeadas com a 
carena mais escura, de 1 cm. de comp. Cálice com tubo de'2-3 
mm. de comp., segmentos largo-lanceolares, quási triangulares, agu- 
dos, pouco mais longos que o tubo, os superiores mais concresci- 
dos. Estames monadelfos tendo o vexilar livre do meio para cima. 
Ovário estipitado, geralmente tri-ovulado. Legumes estipitados, re- 
flexos, com 1-3 artículos largos e membranáceos, marginados, mole- 
pubescentes até curto-vilosos, de 1 cm. de comp. e 6-8 mm. de 
larg. quási reniformes. Ístmos estreitos e fortemente excêntricos. 


O característico mais frisante para esta espécie campestre 
é a conformação dos frutos com dois a três artículos reniformes 
muito amplos. 


É uma espécie pobre de folhas, de aspecto sempre um tanto 
raquítico que pouco valor deve ter como planta forrageira, mas 
que, ainda assim, graças ao espêsso rizoma fusiforme, resiste muito 
bem aos estios prolongados, tornando-se um recurso para os campos 
excessivamente sêcos ou muito flagelados pelo fogo. 


Estampa n.º 19. 


Distr. geogr.: Goiaz, Mato-Grosso, República Argentina na parte 
septentrional, Estado de Mimas Gerais, etc. 


Meibomia pachyrhiza, (Voc.) 


Sin.: Desmodium pachyrhizum, Voa. (Vogel, im Linnaea XII, 
pag. 97 e BENTHAM na Fl. Br. de Mart. vol. XV, I, pag. 101), 


Caracteres gerais: Campestre, no porte muito parecida com 
a Meib. platycarpa, (BrH.), da qual se distingue especialmente 
pela forma dos artículos sempre muito menores e em número 
de 5-6 em cada legume unidos por ístmos centrais. Caules erectos, 
simples ou pouco ramosos, às vezes dois e mais sôbre o mesmo 
rizoma, virgados, deprimidamente pubescentes e não raro algo 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. I 47 


viscosos, de 40-60 em. de alt.; rizoma fusiforme, de tamanho mui 
variável, em espécimes de um ano às vezes quási nulo. Estípulas 
largo-lanceolares, acuminadas, mui caducas. Folhas unifolioladas, 
erectas e pouco patentes, sôbre pecíolo de apenas 4-6 mm. de 
comp., limbo variável, nas folhas inferiores de forma, às vezes, 
quási arredondada ou ovalada, no meio do caule lânceo-oblongada 
e nas últimas quási lineares, de comprimento e largura igualmente 
“variável, como demonstramos no desenho, no dorso geralmente 
reticulado, pubérulo, rígido; estipelas assoveladas, geralmente per- 
sistentes. Inflorescências terminais, quási sempre compostas de 1-5 
racimos longos e virgados, laxifloras, de 15-30 em. de comp., raro 
paniculadas, (o que parece acontecer quando a planta não é des- 
truida anualmente em tôdas as partes epígeas pelos incêndios dos 
campos). Brácteas estreitas, rijas de 5-8 mm. de comp., pubérulas 
e caducas antes da ântese; pedicelos geralmente geminados, fi- 
liformes, de 10-15 mm. de comp. ou pelo menos muito mais longos 
que as flores. Cálice de segmentos lânceo-triangulares, acuminados, 
mais longos que o tubo; corola de 5-6 mm. de comp., roxa, com, os 
segmentos de igual comprimento, carena, porêm, mais larga que nas 
espécies afins; estame vexilar a princípio aderente aos demais, 
mais tarde completamente livre. Legumes sésseis, com 5-6 artículos, 
êstes quási elípticos ou ovais, unidos por ístmos centrais, tendo 
de 2-3 mm. de comp., longo-pubescentes e pouco aderentes, 


Estampa n.º 20. 
Distr. geogr.: S. Paulo, Minas, Rio Grande do Sul, Mato-Grosso, 
Goiaz, etc. e tambêm no Uruguai, Argentina e Paraguai. 


Prefere, como a Meib. platicarpa (BTH.), os campos sêcos e 
pouco férteis, resistindo às sêcas e ao fogo graças ao seu rizoma, 
espêsso e profundo, que da maneira daqueles das Dipladenias, 
Crumenarias e de outras plantas campestres, torna a brotar anual- 
mente, após as queimadas, fornecendo dest'arte uma forragem 
magnífica nos meses de Agosto e Setembro. Acreditamos que para 
a cultura e principalmente para preparar o feno esta espécie 
não tenha muita importância. 


Meibomia sclerophylla, (Brx.) 


Sin.: Desmodium sclerophyllum, BrH. (Fl. Br. de Mart. vol. 
AV, E pag:-102). 

Caracteres gerais: Campestre de crescimento erecto seme- 
lhante em porte à Meibomia pachyrhiza, (Voa.) e Meib. platycarpa, 
(BrH.), das quais se distingue facilmente pela inflorescência mais 
ramosa, muito mais floribunda e pedicelos mais curtos. Caules 
erectos, áspero-pubérulos, de 50-100 cm. de alt., virgados, sim- 
ples ou, mais geralmente, ramificados, ramos ascendentes. Folhas 
unifolioladas, com pecíolo curto e pubérulo, de apenas 3-4 mm. 
de comp.; estípulas estreitas e persistentes; estipelas aciculares 
igualmente persistentes; folíolo como aquele da Meib. pachyrhiza 


48 Leguminosas forrageiras do Brasil 


(Voc.) muito variável na forma e tamanho, sendo na parte in- 
ferior do caule mais largo e ovalado, no meio oblongo-lanceolar 
e ápice mais linear, às vezes longo-linear, no dorso sempre re- 
ticulado venuloso e algo pubescente, e na face superior glabro, 
de ponta quási sempre obtusa. Inflorescências terminais e pani- 
culadas, de ramos virgados e floribundos, de 10-25 cem. de comp.; 
flores roxas; pedicelos quási sempre geminados e curtos, de 2-5 
mm. de comp. Cálice de 3 mm. de comp. com segmentos curtos 
e largos na base, os superiores quási completamente concrescidos 
entre si; corola de “7 mm. de comp.; vexilo ob-oval com duas 
pequenas pregas próximo à base da parte interna; carena e alas 
um pouco mais longas que o vexilo; estame vexilar unido aos 
demais, raro mais tarde um tanto livre. Legumes sésseis ou, pelo 
abortamento do artículo inferior, estipitados, com 4 artículos unidos 
por istmos centrais, um tanto membranáceos, quási glabros ou pouco 
pubescentes; artículos de 3-4 mm. de comp. e pouco menor largura, 


Estampa n.º 21. 


Distr. geogr.: Perú, Guianas, Amazonas, Pará, Mato-Grosso, 
Goiaz, Piauí, etc. 


Espécie campestre que, graças às vantagens apontadas para 
as Meib. platycarpa, (BTH.) e Meib. pachyrhiza, (Voc), é uma 
util forrageira dos campos sêcos e menos férteis, mas que não 
pode merecer tanta atenção para a cultura como outras mais 
folhudas e maiores. 


Meibomia subsecunda, (Voc.) 


Sin.: Desmodium subsecundum, Voa. (in Linnaea vol. XII, 
pag. 99). 


Caracteres gerais: Arbustiva ou sub-arbustiva, erecta, na parte 
superior ramosa e totalmente recoberta nos caules e ramos de 
curtos pêlos uncinados e, por consequência, um tanto aderíveis. 
Folhas esparsas e trifolioladas; estípulas de base mais larga trian- 
gularmente acuminadas, sêcas, nervulo-estrioladas, esparso pubes- 
centes de até 15 mm. de comp., decíduas. Pecíoles comuns abaixo 
do jugo de folíolos laterais de 7 até 9 mm. de comp. e entre 
êstes e o foliolo terminal de até 15 mm., ligeiramente caniculados 
e estriolados, hirto-pubescentes. Folíolos Jânceo-oblongados um tanto 
agudos e Mucronulados, raro mais obtusos, principalmente por baixo 
hirto-pubescentes e reticulados, às vezes um tanto arroxeados ou 
acinzentados, laterais menores e mais curto peciolulados, terminal 
de 7-10 em. de comp. por 1,5-2 em. de larg., rijo-membranáceos. 
Inflorescências paniculadas, terminais, ramos pubescentes e pega- 
josos, terminando com laxas espigas de flores de até 8-9 em. 
de comp. e despidas na parte inferior. Pedicelos filiformes, ténues, 
pubérulos, de 10-11 mm. de comp. depois e, às vezes, durante 
a âAntese torcidos para um lado dos ramos da inflorescência. 
Legumes curto-estipitados, de. 15-25 mm. de comp. com 2-5: ar- 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. I 49 


ticulos quási glabros ou curto pubérulos e pegajosos, de forma 
oblonga e válvulas um tanto convexas, reticulado-nervulosos, mem- 
branáceos. Estipe do legume de até 3 mm. de comp. ou pelo 
abortamento dos artículos inferiores mais longa. 


Distr. geogr.: Brasil meridional. 


BENTHAM é de opinião que esta planta seja apenas uma forma 
de Meib. discolor, (Vog.), que se caracteriza pelo revestimento 
mais escasso e folíolos mais agudos. 


- Meibomia venosa, (Voc.) 


Sin.: Desmodium venosum, Voa. (Vogel, im Linnaea XII, pag. 
103 e BENTHAM, Fl. Br. de Martius, vol. XV, I, pag. 104). 


Caracteres gerais: Sub-arborescente erecta, uncinado-pubes- 
cente. Folhas trifolioladas. Pecíolos comuns mais longos que na Meib. 
leiocarpa, (SPR.), abaixo do jugo de foliolos laterais, às vezes de 
até 2,5 cm. de comp. Folíolos ob-ovais ou elíptico-oblongados, rijos 
e parcamente hirtos ou quási coriáceos e por baixo reticulado- 
venosos com esparsos pêlos simples. Inflorescência ampla, terminal 
e paniculada. Legumes pubescentes, com 5 artículos de âmbito 
oval e istmos centrais. 


Na opinião de BENTHAM apenas uma variedade ou forma de 
Meib. leiocarpa, (SPREN.), e na nossa talvez uma forma mais anor- 
mal de Meib. discolor, (VoGc.). 


Distr. geogr.: Brasil meridional. 


50 Leguminosas forrageiras do Brasil 


RELAÇÃO DO MATERIAL EXAMINADO E QUE SERVIU 
DE BASE A PRESENTE MONOGRAFIA 


Argentina: 
Hervário do Dr. Miguel Lillo, Tucuman: 


1 — Meibomia cuneata, (HO0OK ET ARN.): N.º 2685, Jorgensen, Chaco, 
Las Palmas, XI-17 — 12218, Lillo, Missiones, St. Ana, 
20-1X-12. — 7291, Lillo, Tucuman, Cebil Redondo, 24-XII-07. 


2 — Meibomia uncinata, (D. C.): N.º 15869, Lillo, Tucuman, Cerro 
Duraznillo, 3-1II-14, — 7692, Lillo, Tucuman, La Ventanita, 
17-11-08 — 9029, Castillon, Catamarca, El Creston, 25-1I11-909 

— 3954, Lillo, Tucuman, Sierra S. Javice, 11-I1-05 — 9662, 
Lillo, Jujuy, Capital, en la arena de las playas, 7-IV-909, 
(E” interessante ver como são reduzidas as folhas e o re- 
vestimento neste material) — 5437, Lillo, Tucuman, An- 
fame, 23-1-07. E 

3 — Meibomia albiflora, (SALZM.): N.º 14801, Lillo, Tucuman, Es- 
caba, 15-XII-9183. 

4 — Meibomia incana, (D. C): N.º 10971, Lillo, Salta, Orán, 27- 
XI-11 — 9813, Lillo, Tucuman, Capital, 25-1-10 — 14820, 
Lillo, Tucuman, Iacurichi, 17-IX-93 — 2684, Jorgensen, Chaco, 
Las Palmas, 11-IX-17 — 12475, Lillo, Missiones, Santa Ana, 
3-11-13. 

5 — Meibomia pachyrhiza, (Voa): N.º 1550, Lillo, Tucuman, ss. 
Pedro Colalão, 9-111-917 e 2948 Jorgensen, Formósa, Laishi, 
3-1X-18. 

6 — Meibomia pabularis, HOEHNE: N.º 10290, Lillo, Missiones, Santa 
Ana, 24-IV-910. 

7 — Meibomia spiralis, (D. O): N.º 4436, Lillo, Salta, Rosario 
de la Frontera, 23-VI-95 — 1634, Jorgensen, Catamarca, 
Andalgalé, 20-111-916. 


Brasil: 


Do material existente no Museu Nacional do Rio de Janeiro examinámos 
e determinámos as seguintes espécies: 


1 — Meibomia triflora, (D. C): S-N Salzmann, Bahia s-d. 

2 — Meibomia incana, (D. C.) 368, Schwacke, Serra dos Tapés, 
Rio Grande do Sul, 12 de março de 1880. ; 

3 — Meibomia mollis, (D. C.) N.º 1058, correspondente ao n.º 
365 de Freire Alemão, Cedro, VI-12. 

4 — Meibomia barbata, (D. C.) S-N.; Schwacke, Copacabana, Rio 
de Janeiro, 1887. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. 1 51 


5 — Meibomia axillaris, (D. C.) S-ind., 

6 — Meibomia discolor, (VoG.) N.º 12576 Glaziou, Rio Manso, Mi- 
nas, 20 de fevereiro de 1880 (dado como Desm. cajanifolium, 
D. 0.) e 37162 dito, Campos do Itaiaia, Rio de Janeiro, 
8 de junho de 1871, (dado como Desm. leiocarpum, DON.) 
e 381 Sampaio, Sítio, Minas Gerais, s-d. 

4 — Meibomia discolor, (VoG.) var. villosa, HOEHNE: S-N, Widgren, 
Minas. 

8 — Meibomia cajanifolia, (D. 0.) N.º 224, S-A. Mato-Grosso e 
n.º 90, Fritz Múller, Curitibanos, St. Catarina, março de 
1877. 

9 — Meibomia sclerophylla, (BTH.) N.º 153 Smith, Mato-Grosso, s-d. 

10 — Meibomia bracteata, (MICH.) N.º 4784, Glaziou, S. Cristovam, 
Rio de Janeiro, 15 de junho de 1870, (dada como tipo 
da nova espécie). 

11 — Meibomia uncinata, (D. O.) N.º 3259, P. Dusén, Piraquara, 
Paraná, em 26-1-04, (dada como Desm. infractum, D. C.). 

12 — Meibomia cuneata, (Hook ET ARN.) N.º 91 Fritz Miller, Curi- 
tibanos, St. Catarina em março de 1877 e n.º 1478, sa. 
Rio Grande do Sul. 


Material que examinámos do Jardim Botânico do Rio de Janeiro: 


1 — Meibomia lunata, (HUBER) N.º 1504, Huber, Saraiacu, Catalina, 
Perú, 24-XT-98. 

2 — Meibomia gyrans, (D. C.) N.º 1005, Cult. no Jardim Botã- 
nico. 

3 — Meibomia triflora, (D. OC.) N.º 531, Ducke, Ilha do Mara- 
nhão, Maranhão, 3-VI-0O7. 

4 — Meibomia aspera, (DESVv.) N.º 2788, Huber, ou seja 10623 
Jardim, Marajó, Jutubá, Pará, 4-VII-02 e 214, Huber, Aram, 
Marajó, 30-VII-96. 

O — Meibomia spiralis, (D. C.) N.º 3775, ex Loefgren n.º 954, 
Joaseiro, Baía, março de 1912, (dada como Desm. leiocarpum, 
Don.). 

6 — Meibomia pachyrhiza, (Voc) N.º 14988, Ducke, Oriximiná, 
Trombetas, Pará, 16-X-13, (dado como Desm. tortuosum, D. €.). 

4 — Meibomia discolor, (Voc.) N.º 5046, Capanema, Itajaí, St. Ca- 
tarina, (dada como Desm. leiocarpum, DON.), 1704, F. Toledo, 
S. Paulo, Capital, maio 1913, (dada como Desm. leiocarpum, 
Dox.). 

8 — Meibomia discolor, (Voa.) var. villosa, HOEHNE N.º 7610, Dio- 
nísio Constantino, Inst. Botânico? (dada como. Desm. leio- 
carpum, DoN.). 

9 — Meibomia pabularis, HOEHNE N.º 2512, s-ind. (dada como Desm, 
leiocarpum, DON.). 


52 Leguminosas forrageiras do Brasil 


Material existente no Hervário do Horto «Oswaldo Cruz>: 


1 — Meibomia cajanifolia, (D. C.) N.º 4307 ex 2557 da Comissão 
Rondon, Hoehne, Coxim sul de Mato-Grosso, em maio de 
1911. 

2 — Meibomia cuneata, (Hook. ET ARN.) N.º 4308, Rio Grande 
do Sul. 

3 — Meibomia discolor, (Voc.) N.º 81, Hoehme, Butantan, S. Paulo, 
19-1-17 — 2928, idem, Poços de Caldas, Minas, 28-1-19 — 
3228, Aug. Gehrt, Belo-Horizonte, Minas, 7-3-19 — 3851 
Hoehne, Poços de Caldas, 31-3-20 — 2234, idem, Butantan, 
S. Paulo, 20-[-18 — var. villosa, HOEHNE N.º 1570, Hoehne, 
Cantareira, S. Paulo, 1-3-18 — 2234, DR. CAMPOS NOVAES, 
Campinas, s-d, (dada como Desm. leiocarpum, DON.). 

4 — Meibomia leiocarpa, (SPRENG.) N.º 4198, DR. ÁLVARO DA SIL- 
VEIRA, Belo-Horizonte, Minas, 22-6-20. 

O — Meibomia aspera, (DESV.) N.º 4309, ex 4677, HOEHNE, Com. 
Rondon, Coxipó da Ponte, Cuiabá, Mato-Grosso, em março 
de 1911. 

6 — Meibomia pabularis, HOBHNE N.º 3878, Bento de Toledo, Cam- 
pinas, em 10-4-20 — 3908 idem, em abril de 1920 e 2553, 
Hoehne, Com. Rondon, Benjamim Constant, Mato-Grosso, 
em maio de 1911. 


4 — Meibomia triflora, (D. €.) N.º 4310, Samuel Botelho, Jaboatão, 
Pernambuco, 19-7-20. 

8 — Meibomia barbata, (BTH.) N.º 2129, Samuel Botelho, Jaboatão, 
Pernambuco, 29-5-20 — N.º 1569, HOEHNE, Cantareira, s. 
Paulo, 1-3- 18—n. o 1688, DR. JoÃo FLORRNCIO GOMES, Burí, 
Noroeste, S. Paulo, 3-918 — n.º 1804, Inst. Agron. do Estado, 
4-918 — 3486, FRANC. MARTINS, Cametá, Pará, XI-19 — n.º 
4085, G. GEHRT, Guaratinguetá, S. Paulo, em 28-1-20 — n.º 
3514, LEopoOLDO PENNA TEIXEIRA, Belêm do Pará, XI-19 
— m.º 3495, ANDRE GOELDI, Gavinho, Marajó, Pará, em 
IX-19. 

9 — Meibomia juruenensis, HOEHNE N.º 4311 ex 459, KUHLMANN, 
Com. RonDoN, Salto Augusto, Rio Tapajoz, Mato-Grosso, 
po: 

10 — Meibomia axillaris, (D. 0.) N.º 3388, ALEX. CURT BRADE, 
Morro das Pedras, Iguape, S. Paulo, em XI-17. 

11 — Meibomia adscendens, (D. C.) N.º 4288, Escola de Engenha- 
ria, Viamão, Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 12-7-20 
— n.º 3537, S. Sebastião, S. Paulo, 2-XII-19 — N.º 3513, 
LeopoLDO PENA TEIXEIRA, Belêm do Pará, em XII-19 — n.º 
3512 idem idem — N.º 1954, DR. CAMPOS NOVAES, Campinas, SS. 
Paulo, em V-18 — N.º 1363, HogHNE, Butantan em 25-1-18 
— 'N.º 1802, Campinas, Inst. Agron. do Estado, em 4-18 
— N.º 15, HogunE, Butantan, em 1Í-IVi7 — N.º 3391, 
Brade, Morro das Pedras, em Iguape, Nov. de 1917. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. | - fasc. | 53 


12 — Méibomia uncinata, (D. 0.) N.º 1718, DR. JoÃo FL. Gomes, Mi- 
guel Calmon, S. Paulo, em 2-4-18 — 1733 idem idem — 1520, 
HoEHNE, Butantan, S. Paulo, em 23-2-18 — N.º 1, HoEHNE, 
Butantan, em 5-IV-17 — n.º 1808, Inst. Agron. do Estado, 
Campinas, em 4-918 — n.º 3299, HogHNE, Alto da Serra, 
S. Paulo, em 14-IV-19 — n.º 1568, HogHNE, Cantareira, S. 
Paulo, em 1-3-18 — n.º 3760, HogHNE, Poços de Caldas, 
Minas, em 11-3-20 — n.º 3848, HozgHNE, Prata, S. Paulo, 
em 29-3-20 — n.º 3787, HoEgHNE, Poços de Caldas, Minas, 
em 16-3-20. 


13 — Meibomia incana, (D. O.) N.º 3538, BARBIELLINI, S. Sebastião, 
em 2-XII-19 — N.º 3940, Dr. AFRAÂNCIO AMABAL, Ilha 
Queimada, em 5-4-20 — N.º 3390, Brade, Morro das Pe- 
dras, em Iguape, em Nov. de 1917 — N.º 3612, LEOPOLDO 
Penna TEIXEIRA, Belêm do Pará, em 26-1-20 — N.º 2221, 
CaMPpos NovaEs, Campinas, em V-18 — N.º 3425, OziMoO DE 
CARVALHO, Viana, Maranhão, em 23-719 — N.º 2128, 
SAMUEL BOTELHO, Jaboatão, Pernambuco, em 19-7-920. 

14 — Meibomia albiflora, (SALZM.) N.º 2815, HogHNE, Poços de 
Caldas, Minas, em 13-1-19 — N.º 3389, ex n.º 7647, Brade, 
Morro das Pedras, Iguape, em Nov. 1917. 

15 — Meibomia mollis, (VAHL.) N.º 4122, LoEFGREN, Joaseiro, Baia, 
ex Herv. Jardim Botânico, 29-5-20. 

16 — Meibomia spiralis, (D. C.) N.º 3954, Dr. Dias DA RocHA, Ceará, 
sem d-ind. 

17 — Meibomia pachyrhiza, (Vog.) N.º 2769, HozgHNE, Poços de 
Caldas, campos da Cascata, em 10-1-19 — N.º 1403, idem, 
Tatuí, campos de St. Cruz, em 30-I-18. 

18 — Meibomia sclerophylla, (BTH.) — N.º 4313, HogHNE ex Com. 
RONDON, 1629. 


Material da Comissão Rondon: 


1 — Meibomia triflora, (D. OC) — N.º 4397 e 4398, HoEHNE, S. 
Luiz de Cáceres, Mato-Grosso, em agosto de 1908. 


2 — Meibomia barbata, (BTH.) N.º 4899 e 4945, HogHNE, Cuiabá e 
Tapirapoan, em Mato-Grosso, em março de 1909 e 1911. 


3 — Meibomia juruenensis, HOEHNE — N.º 5139, HOEHNE, Salto 5. 
Simão do rio Tapajóz em janeiro de 1912 e N.ºs 459, 460 
e 2007 KUHLMANN, OS primeiros nas margens do Salto 
Augusto, rio Juruena, e o ultimo nos Campos dos Urupás, 
Mato-Grosso, respectivamente em fevereiro de 1915 e de- 
zembro de 1918. 


4 — Meibomia adscendens, (D. €.) N.º 444 e 446 do Sr. KUHLMANN, 
em campos da margem do rio Arinos, em janeiro de 1915. 
(No trabalho sôbre as Leguminosas da Comissão RONDON, 
Parte VIII, pag. 74, descrita como Desm. arinense, HH.). 


54 Leguminosas forrageiras do Brasil 


5 — Meibomia incana, (D. C) N.s 2555 e 4663, HogHNE, Coxipó 
da Ponte e Melgaço perto de Cuiabá, Mato-Grosso, res- 
pectivamente em fevereiro e março de 1911. (O ultimo 
foi erradamente determinado como sendo Desm. adscendens, 
D. C., no trabalho acima citado). 


6 — Meibomia axillaris, (D. C.) N.ºs 1322 e 1355, HogHNE, Tapira- 
poan, em março de 1909 e N.º 451, KUHLMANN, Rio Arinos, 
em novembro de 1915. 


1 — Meibomia platycarpa, (BTH.) N.º 332 e 334, KUHLMANN, Es- 
trada da Larga, perto de Cuiabá, Mato-Grosso, em outubro 
de 1914 e N.º 4613, HorHNE, S. Luiz de Cáceres, Mato- 
Grosso, em Setembro de 1909. 

8 — Meibomia aspera, (DESV.) N.º 2556 e 4677, HogHNE, Coxipó 
da Ponte, Cuiabá, em março de 1911 e N.º 2049, KUHLMANN, 
Estrada do Rosario, Cuiabá, em março de 1918. 


9 — Meibomia sclerophylla, (BTH.) N.ºs 411, 413, 1329, 1629, 4611, 
e 4612, HoEHNE, S. Luiz de Cáceres, Mato-Grosso, em 
setembro de 1909 e 1911. 

10 — Meibomia cajanifohia, (D. C.) N.º 1229, 1585, 2557, 5642 e 5644, 
HogHNE, Tapirapoan, Mato-Grosso, em janeiro de 1909, 
1911 e 1914. (Nos trabalhos da Comissão e Expedição 
RoosEvELT — RONDON, dada, segundo identificação do Dr. 
HarMs, como Desm. leiocarpum, DoN.). 


11 — Meibomia pabularis, HOEHNE N.º 2559 e 2554, HogHNE, Ben- 
jamim Constant, sul de Mato-Grosso, em maio de 1911, 
(No trabalho da Com. 'RONDON, Parte VIII, dada como 
Desmodium aff. asperum, DESV.). 


Material do Hervário 2/0ehne (particular): 


1 — Meibomia axillaris, (D. C.) N.º 164, HorHNE, Encosta da Serra 
do Andaraí, Rio de Janeiro, em março de 1917. 


2 — Meibomia adscendens, (D. C.) N.º 165, HogHNE, Tijuca, Rio 
de Janeiro, em março de 1917. 


3 — Meibomia incana, (D. C.) N.º 169, HogHNE, Tijuca, Rio de 
Janeiro, em fevereiro de 1917. 


4 — Meibomia albiflora, (SALZM.) N.º 163, HogHnE, Encosta da 
Serra do Andaraí, Rio de Janeiro, em março de 1917. 


Eu TEMPO: Já se achava composto o presente trabalho quando recebemos dos 
Professores: Dr. Harms e ScHiNDLER da Alemanha, informações de que tambem o 
ultimo mencionado se encontrava estudando monograficamente presente género de 
plantas e que, ao contrário do que fazem hoje os botánicos americanos do norte, 
elle continuaria chama-lo de DesMmoDIMs, estribado nas resoluções do Congresso In- 
ternacional dos Botanicos, aprovados pela maioria, mas com o protesto dos Norte- 
americanos, aos quaes acompanhamos porque julgamos que elles com Kuntze, é que 
estão agindo com justiça e inteira isenção de animo. 


dei 
ty Di 


| ço) ita E 
My Fam Re 
a a 


Phnho 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I - fasc. 1 js SA 


Folha Erifoliolada 


“—— Foltolo terminal 
Mucrone 


—, Nervuras centzois 


Nervuras secundárias N 


— Estipela 


- Pectídlulos ouPecíolos 
dos Foltolos 


| Folíolos laterais  / jim Vexilo ou Estandarte 

| e A EAR ; Corala 

| LA Spioo CarenãouNaviícula 

| Pedíicelos... 7 em ) —=- Álas ou Ázas 

EN =» Segmentos do calyx 
; Flores geminadas : 
-— - Estípulos » Tubo do calyx 
“== Brácieas 
| Pedícelo solítario 

Too Anteras 


Estame vexilor-.... 


« Tiabo estaminal 


Je 


Legumeséssil. e Emap 


ES 


/ T stmos A rtic ulos 


Estipe 
ECC a 


Legume estipitado e istmos ceritrais 


Pelos uncinados. 


Doo del! 


Tábulo. explicativa para as estampas e descrições 
das espécies de Meiboómias. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. | 


preta 
FU 


DUM 
(LS 


e del. 


7 
AL 


ICH 


(TE 
ANUNA 


ZA 


7 
[MA 


SE 
Za 


LOL 


í 


MARAU ARO 


AM 
SA 


A” i = Fi E ; Ê NAN a Ed É EM epi b j 
O + po RA ij nd “mi é x =— APM et ea À N mu h eu! 
fo a Es : y ú ap) a a À N = A pa o e 6 seo es TOR 2 O 
A 4 e j 7 “2 pad dae re are PE OR ada = SA 
ho k 17 fo, 


pm é o 5 E ) E TR] A ARE E Sé - E UR E ri NS A PA 
e f- e. k pa pec o ct DS ao a e riso ara ND pn 


A = ; 7 : É 1 is 


Dt SS > À ar e E di Ti ns o as A e 


N 
N 
E 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. 1 


no dil 


Ml ecdferero cuarerdl o; LA PEA 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. | - fasc. | a LEO 4 


SEA oolino del 


/ Bi É ZA - : / DAR, 
tire va ddipeotad; ( Log) 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I - fasc. | Sad: E) 


Pé N 
RA E Ne 
/ a; 


TD] 


MAS : ZARA ss, 
Hs AG UMALS LA Le (OCL SU; (CA 


Vol. I - fasc. | 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — 


cas DP 


M 


j 
CSV 


= 


(CS, 


ZA; 


És 


44 


2007 


Z 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. | -fasc. 1 SP 


— 


EE a À 


PS , ZA : 7 7 E aa 
ts WULLASA ppaleatarhos, Sdlcetége) 


E 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. 1 Sé À 


TA tm Lira; CNES Mr Za adocendens (DC) 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. | - fasc. 1 77/40 


Vexillo 


Ia 


Bractea 


Pe aiprario, (O) Ta 
CD - 
A CA aire dal 


TA 7/07 Loactenta: (All 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. | - fasc. | + LO 


Em 
E: 
13 
E 
E: 
nã 
/4 
J3 
y 
EE 
e 


A 


4 / E Ê p ZA ú ; , 
y E AA Pariato (LU 


an. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-tasc. | ISA 


FEM lgre dd 


A 2 A ; ; Í E 
ler (APUALALA qa MCV, KHicedféges 
E CR A 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. | - fasc. I 7//257/405 /2d 


= REDUZIDO. * 


N 
N 


Stone did 


Mefenedo DEVO) (CAE) 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I - fase. | Sad 13 


CTT: 27 Ê 
ACAaline dl. 


o 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. | E A /4 


EIA 


: Merda so devsaeddes (Ale) 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I - fasc. | e HT 


| 


É 
ã 
ê 
3 
JE 


A 


à Merten srecearaeo; (CC) 


. 
j 
, 
Vá 
- ER 
v 
+. 
, 
Us 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. | Jal 18 


DD > | , 
4 Lo A eli A 


po algo, [Later 


ASA IT 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I - fasc. 1 


ÉH 


7 


color Gu VI Sil 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I - fasc. | A (5h 


a = Ê 
A Ze fe mo del 


se AE Sl Sptrates Ac LS 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. 1- fasc. I ESA 19 


Wa «1 pulp soro; Std 


f 
Í 
q º 
0 » - 
= FRA ' - + 
o j é 
- 1 
é 1 
|) 
o É] 
j= = I É 
bo 1 
E 
ro E + 
q o ! - 
- F 
Ca . 
y 
o "4 + 
y 
iê 4 o 
“e í pn Poty 
na * Ê ] 
ro 
[a A 
RR 
' 
1 
e E 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I - fasc. | 


LAR 


” 
A 
» 


AMU pulga 7 


44 


s ESSE 


Dida 


Z 


ZE 


ILE A 


7 


E “0 
E 


Ss o : . MY 


BD 


An. das Mem. do Instituto de Butantan -— Vol. I-fasc. | 


REDUZIDO. 


7 


fo. Ve AdA 


A 


ALE 


DIAA 


LM 


R 


Ne 


- 


i 


N 


A 


ânica 


1921. 
Comp. Melhoramentos de S. Paulo 
» Paulo e Rio 


Vol. I- Fasc. II 


Cayelras, S 


es 
— 
| mm 
=: 
efe 
pe 
Ea 
E Cad 
e — 
je 
oremras 
[e | 
cofins 
E IETEE=ES 
fee 
Es 
ca 
dessas] 
[e ] 
e — 


“ANEXOS 


Ny 


Secção de Bot 


mórias 


ADVERTENCIA: As “Memórias do Instituto de Butantan” a po 


bem como os “Anexos das Memórias do Instituto de Butantan” - Sgc- 


ção DE BOTÂNICA, e Os da SECÇÃO DE ZOOLOGIA serão publicadas em fasci- | 


culos agrupáveis em tomos e não aparecerão em datas fixas. 


A grafia portuguesa nelas adoptada estã, em suas linhas gerais, 


consoante as bases da reforma ortográfica, aprovada pelo Governo de 
Portugal, em 1 de Setembro de 1911. Ef 
Toda a correspondência que tem relação às publicações mencio- 
nadas deve ser endereçada ao Director do Instituto de Butantan ou aos 
respectivos chefes das Secções. Caixa postal 65 - S. Paulo - Brasil. 


NOTICE: The “Memorias do Instituto de Butantan” and also 
the “Anexos das Memórias do Instituto de Butantan”, Secção DE 
Borânica, and those of the Secção DE ZooLogia will be published in 
parts constituting volumes and will not appear on fixed dates. 

The portuguese graphy used in the text is nearly according to 
the bases of the ortographic reform approved by the Portuguese Go- 
vernment, the 1 st. Sept. 1911. 

All correspondence relative to the above mentioned publications 
should be addressed to the Director do Instituto de Butantan or to one 
of the chiefs of the Sections. Caixa postal 65 - S. Paulo - Brasil. 


BEMERKUNG: Die “Memórias do Instituto de Butantan” 


und die “Anexos das Memorias do Instituto de Butantan”, Secção DE | 


Borânica, und der Secção DE ZooLogia werden zwanglos in Heften 
-erscheinen, welche in Báânde zusammengefasst werden kônnen. 

Die portugiesische Schreibweise, welche in 'ihnen angewandt 
wird, stimmt im allgemeinen mit den Grundlagen der orthographischen 
Reform iúiberein, welche am 1. ten September von der portugiesischen 
Regierung genehmigt worden ist. 

Alle Korrespondenz&Kvelche auf genannte Schriften Bezug haben, 


missen an den Director do Instituto de Butantan oder an einen der - 


Vorsteher der Sectionen adressiert werden. Caixa postal 65 - S. Paulo - 
Brasil. 


ANEXOS 


das 


Memórias do Instifuto T Butantan 


Secção de Botânica 


Vol. I-Fasc. II 


Comp. Melhoramentos de S. Paulo 
Cayeiras, S. Paulo e Rio 


CONTRIBUIÇÕES 


AO 


CONHECIMENTO DAS ORQUIDÁGEAS 
DO BRASIL 
(Beitraege zur Orchideenkunde Brasiliens) 


POR 


Dr. R. Schlechter e F.C. Hoehne 


Berlim - Alemanha S. Paulo- Brasil 
EE. 


(Apresentado para ser impresso em Setembro de 1920) 


HM! 

: | | 

| E Po UP 
, , ks t qtradaia h A, 
JE ai Dê , PPA Dil 


É q 
x 5 
$ “ . . 
fa pisos pero 
As ted E ) 
“ 
] 2.008 * 
Ja 
o Fs ' f 
k 
o Né: Pp q ê. 
] 4 metes 
Rr e - 
) Mo q o f 
E, RA 
À a À a: 34 
u 5 x 
) a ] ; 
2 ; ; ARE RR 
É & 
e En ee 


= E TnagiaAN 
: POL str dada 127, DAT 0254 DO FAST 


is, 


hoy . - k 
j 
o í No 
4 
1 wu 
É ' EM 
" 
- 
1 
hj E 
, ' 
á 
q 
1 
f . 
. A 


Ldl. 


“Oswaldo Cruz” 


Loddigessii, 


Cattleya 


(Estufa do Horto 


28 


INTRODUÇÃO 


Datam de 16 de Setembro de 1919 as minhas relações com o professor Dr. Ro- 
dolfo Schlechter de Berlim, Alemanha. Naquela data escreveu-me êste especialista 
uma carta solicitando a remessa dos trabalhos sôbre a flora orquideológica de Ma- 
to Grosso, publicados durante a minha gestão como botânico da Comissão de Li- 
nhas Telegráficas Estratégicas de Mato Grosso ao Amazonas e outros sôbre o mes- 
mo grupo de plantas do Estado de S. Paulo, que saíram a luz últimamente, ao 
mesmo tempo que me apresentava êle a proposta para colaborar na continuação 
dos estudos das Orquidáceas do nosso País. Para aceitação desta última proposta 
apresentei-lhe, porêm, algumas condições, dentre estas salientando como principal 
a de serem todos os trabalhos resultantes desta colaboração publicados aqui em 5. 
Paulo sob a minha direcção e em duas linguas, alêm da obrigatória para as dia- 
gnoses das novas espécies; em português para proveito dos meus patrícios, e, em 
alemão, para serem tambêm divulgados entre os botânicos que desconhecem a nos- 
sa lingua. Uma vez assentadas estas condições, por êle aceitas sem relutância, tra- 
támos de combinar os planos para a nossa acção conjunta do que resultou o acôr- 
do de publicarmos primeiro uma série de estudos sob o título de: «Contribuições 
ao conhecimento das Orquidáceas do Brasil», na qual serão tornadas conhecidas tô- 
das as espécies novas que formos descobrindo na flora brasileira, alêm de notas e 
apontamentos sôbre a distribuição geográfica das várias espécies desta interessante 
família natural de plantas. Em outra série publicaremos então, mais tarde, sob 
o título de «Additamenta ad Orchideologiam Florae Brasiliensis», na mesma or- 
dem e forma em que saíram as diagnoses publicadas pelo Dr. Aliredo Cogniaux, 
tôdas as espécies descritas por nós, e as que já tenham sido ou venham a ser publi- 
cadas por outros botânicos, de forma a darmos uma lista exacta de tudo que foi 
descrito e aceito como bom posteriormente à «Flora Brasiliensis de Martius>. 

A continuação do estudo das Orquidáceas do Brasil se me afigura uma 
questão de suma importância, mormente quando começo a considerar as interes- 
santes comparações a que alude o meu colaborador, quando estabelece o paralelo 
entre o número de espécies até hoje conhecidas de alguns países vizinhos com 
as que conhecemos até ao presente do nosso País, onde se verificam algaris- 
mos e factos que nos devem envergonhar, pelo descuido e pouca atenção que temos 
dado ao estudo das nossas plantas e justamente destas de que nos podemos ufa- 
nar de possuir a nossa flora o maior número de representantes. Sendo, como se 
verifica hoje, as Orquidáceas plantas que, ao contrário de muitas outras, represen- 
tam uma riqueza nafural para o nosso País, pois de dia a dia vemos aumentar-se 
o número dos seus admiradores e coleccionadores, julgo chegado o momento de de- 
dicarmos mais atenção ao seu estudo e de contribuirmos para seu conhecimento e 
divulgação. São bastante raros os patrícios que conhecem o valor real que represen- 
tam muitas das Orquidáceas indígenas. Uns, que de longe ouviram falar dos altos 
preços pelos quaes são vendidos alguns exemplares raros, crêem e propalam ideas 
exorbitantes a seu respeito, outros muitos, por ignorância, as destroem ou quei- 


6 Contri. ao conhecim. das Orquidáceas do Brasil 


mam sem saber aproveitá-las como fonte de renda. Necessário é, portanto, que se 
faça todo o possível no sentido de tornar estas interessantes e valiosas plantas co- 
nhecidas, não sómente scientíficamente, mas tambêm pelo que diz respeito ao seu 
valor monetário, como plantas decorativas. 


O presente trabalho, primeiro da série das «Contribuições ao conhecimento 
das Orquidáceas do Brasil», traz a descrição de onze novas espécies dos arredores 
de S. Paulo, Caldas e Belo Horizonte, em Minas-Gerais, pontos que podem ser 
indicados como melhor estudados botânicamente; poder-se-á, pois, avaliar por aqui 
quanto ainda terão de nos fornecer em matéria de novas espécies os pontos 
mais alastados, muitos dos quais nunca foram palmilhados pelos pés dum botânico. 


Regiões existem em nosso País que são verdadeiros viveiros ou tesouros de 
Orquidáceas. Neste número estão, por exemplo, as litorâneas dos Estados de Sta. 
Catarina, Paraná e S. Paulo, alguns pontos do vale do Amazonas, picos mais ele- 
vados dos Estados de Minas-Gerais, Rio de Janeiro e Pernambuco, em que estas 
plantas ocupam quási exclusivamente as rochas, árvores e mesmo o humus deposi- 
tado entre os brocotós de pedras, em que milhares de exemplares podem ser reco- 
lhidos em poucos dias, logares enfim que teem fornecido o cabedal cem que mui- 
tos estrangeiros para aqui vindos teem conseguido fortunas, sem que os Governos, 
quer o Federal, quer os Estaduais, tenham tentado de qualquer modo cercear a sua 
acção exploradora e, muitas vezes mesmo, destruidora das riquezas naturais da nos- 
sa flora. Conheço alguns casos verificados em Minas-Gerais, nos anos do Império 
e mesmo ainda nos primeiros da República, em que apanhadores de Orquidáceas, 
como eram então conhecidos os negociantes que penetravam até às regiões ricas des- 
ta bela planta, mandavam destruir completamente determinadas matas, ricas em de- 
terminadas e raríssimas espécies, depois de terem recolhido quantas podiam, para 
desta maneira evitarem que os outros negociantes, igualmente especialistas nesta ex- 
ploração, ali fôssem obter o material para lhes fazer concorrência. A ganância dês- 
tes homens ia e ainda vai a ponto de despojarem algumas vezes zonas inteiras de 
tôdas as Orquidáceas ornamentais para perderem mais tarde tôda a sua colheita 
durante o transporte até ao porto de embarque ou durante a viagem daqui à Eu- 
ropa, pela impossibilidade de uma embalagem conveniente de tão grande número 
de plantas. Veja-se, por exemplo, o que Stein escreve a êste respeito na introdu- 
ção do seu livro «Orchideenbuch». ; Não seria portanto útil e viável que o nosso 
Govêrno estabelecesse uma taxa, módica embora, para a exportação das Orquidá- 
ceas brasileiras, um tanto para cada exemplar ou para cada quilogramo de planta? 
é Não viria isto trazêr um duplo interêsse ao País, dando-lhe a renda que disto ad- 
viria e diminuindo ao mesmo tempo a destruição tão prejudicial de uma das mais 
belas cousas da nossa ilora? Fôssem entretanto só os exemplares de Orquidáceas 
as cousas que perdemos com este despojamento, perdêssemos sómente os belos e 
seculares espécimes de Laelias, Cattleyas e Oncidium que desaparecem para todo o 
sempre das nossas frondosas matas, mas não, ainda outro prejuizo, não menos im- 
portante, advêm às nossas selvas com esta exploração. Vivem as mais belas Or- 
quidáceas nas grimpas das árvores gigantescas, de troncos seculares de madeiras 
preciosas, e para obtê-las não vacila o homem em derrubar estas preciosidades; 
ecoa o som do machado no recóndito da selva, geme enfim o gigantesco cedro, 
peroba, ou marfim, cai arrastando consigo dezenas de outras árvores menores ain- 
da em formação e, despojado da sua vegetação epílita pelo ganancioso e bárbaro 
negociante, ei-lo que fica a apodrecer na mata, quando não vai fornecer com a sua 
basta ramagem e daquela que trouxe consigo na quéda o combustível para o fogo 
que em consequência do aumento da matéria sêca em breve passará a lavrar pela 


An. das Mem, do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. II 7 


mata destruindo com a sua passagem todo o encanto emprestado à paragens do 
nosso torrão pelas selvas virgens. 


Conforme se vê, é de todos os pontos desejável que o Govêrno dedique al- 
guma atenção às Orquidáceas. Para o seu estudo precisamos entretanto de recursos 
para as viagens e estufas especiais para cultivá-las, pois nem tôdas poderão ser de- 
terminadas imediatamente. Com o material reunido para êste fim poderíamos ain- 
da organizar, com o tempo, belas colecções de tôdas as espécies desta família que 
aparecem no Brasil e ter enfim alguma cousa que pudesse dar ao nosso hóspede 
uma idea das riquezas ornamentais da nossa flora. ; E porque não deveríamos nós 
ter jardim com estufas especialmente para expor as belezas da nossa flora? ; E não 
despendem outros países e outros povos consideráveis somas para se darem ao gôs- 
to de admirarem as belezas exóticas e naturais? ; Não seria isto um reclame e mes- 
mo um magnífico atractivo para chamar a atenção dos estrangeiros que nos visitam 
sôbre as riquezas florestais do nosso País ?. 


Para a série de «Contribuições» aceitaremos de bom grado a colaboração de 
especialistas nacionais, quer descrições de novas espécies acompanhadas dos respe- 
ctivos desenhos, quer de fornecimento de material para estudo. Qualquer Orquidá- 
cea e de qualquer procedência nova, interessa ao presente trabalho. Igualmente in- 
dispensáveis para a segunda série de trabalhos são as remessas das publicações fei- 
tas aqui no Brasil ou no estrangeiro sôbre as Orquidáceas do nosso País. Deseja- 
mos fazer uma cousa completa e só com o auxílio de todos os coleccionadores e 
botânicos nacionais e dos que se teem ocupado com o estudo das Orquidáceas da 
nossa flora, conseguiremos levar a efeito êste desideratum, que alêm disto depende 
exclusivamente da benevolência com que fôr recebido pelo Govêrno que terá de 
fornecer os meios para a sua execução. 


Ao Dr. Afranio do Amaral, que se encarregou da ortografia e ao meu auxiliar 
Snr. Euclydes da Costa Soares incumbido da revisão do presente fasciculo bem como 
do anterior, aqui exprimo os meus agradecimentos sinceros. 


E. CHHOERINE 


n de : 
) “ 
o r 
| i | 
y l 
! N f j 
h a RE E Pu CPRal T 
a : 
i A+ E 
pd Í , ' ç 
“ 
. 
a ' 7 e 
“ Ê 4 
4 
= R TARA f nt 
E à 
e ne 
i À ; 
) 
o ! ( i 
=] vos à h! 
+ ] 
É É 
| ] 
4 q 
fc ; j 
i a 
“4 
' 
[ 
í 
4 é 
E o é R 
a f 
4 
“a 
E . 
o 
E 
. o 
. 4 e: 
f 
) : A 
. 
4 
+ 
* 1 
= t 
> 
” À p 
z : 
« 
+ “ 
a ' 
me 
( 
. 
x F 
de he o 
ai 
Ud pá 
“+ 3 
) 
, 
. , 
a 
= , 
A o 
' 
; “ 
4 
+ 
o ' 
K í 
“ 


PREFÁCIO 


po Dr. R. ScHLECHTER 


Com o presente trabalho pretende- 
mos encetar a publicação de uma série 
de contribuições ao conhecimento da 
flora orquideológica do Brasil, cujo 
objectivo é continuar os trabalhos do 
meritório monografista das Orquidáceas 
brasileiras, Professor A. Cogniaux, tão 
bruscamente interrompidos com a sua 
morte. De quando em quando, isto é, 
sempre que tenhamos reunido material 
suficiente, o presente e outros traba- 
lhos, que venham surgindo, serão con- 
densados e publicados, em outra série, 
como « Aditamentos à Flora Orquideo- 
lógica Brasileira », que seguirão a ordem 
e norma estabelecidas na obra básica 
de Cogniaux. 

Esta primeira contribuição contêm 
a enumeração de Orquidáceas, que na 
grande maioria foram colhidas por F.C. 
Hoehne, em S. Paulo e Minas Gerais, ao 
lado de algumas poucas recolhidas nos 
arredores de Belo- Horizonte, Minas Ge- 
rais, pelo Sr. Augusto Gehrt, seu auxiliar. 

Era nossa primeira intenção des- 
crever e publicar sómente as novas es- 
pécies, mas como a distribuição geográ- 
fica da grande maioria das Orquidáceas 
brasileiras, seja ainda pouco conhecida 
e, por conseguinte, de grande interêsse 
cada indicação de procedência nova, 
para elucidação da mesma, resolvemos 
enumerar conjuntamente as espécies já 
conhecidas, pois que, tôdas estas, são 
procedentes de logares ainda não men- 
cionados na «Flora Brasiliensis». 


VORWORT 


von Dr. R. ScHLECHTER 


Mit dieser Arbeit beabsichtigen wir, 
eine Serie von Beitraegen zur Kenntnis 
der Orchideenilora Brasiliens zu erófi- 
nen, welche die durch den Tod des 
hochverdienten Monographen der Or- 
chideen von Brasilien, Professor A. Co- 
gniaux, unterbrochenen Arbeiten fort- 
setzen soll. Von Zeit zu Zeit daher, 
sobald immer dazu geniigend Material 
gesammelt worden ist, sollen dann diese 
und andere inzwischen erschienene Ar- 
beiten als Nachtraege zu der Orchide- 
enflora von Brasilien, wie sie in der 
« Flora Brasiliensis» erschienen ist, zu- 
sammengefasst und in der Reiheniolge 
veroffentlicht werden, welche in der 
grundlegenden Arbeit Cogniaux's ein- 
gehalten worden ist. 

Dieser hier veróffentlichte erste Bei- 
trag enthalt die Aufzâhlung von Orchi- 
deen, welche zum gróssten Teile von 
F. C. Hoehne in S. Paulo und Minas 
Geraes gesammelt worden sind, nebst 
einigen wenigen, welche Herr Aug. 
Gehrt, sein Gehiilfe, in der Umgebung 
von Bello-Horisonte, in Minas Geraes, 
zusammengebracht hat. 

Anfangs beabsichtigten wir, nur die 
neuen Arten zu beschreiben und zu ver- 
offentlichen, da aber die Verbreitung 
der meisten brasilianischen Orchideen 
bisher nur sehr unvollkommen bekannt 
ist und daher jeder neue Standort zur 
besseren Erkenntnis derselben beitrâgt, 
so entschlossen wir uns doch, auch die 
bereits bekannten Arten mitaufzuzâhlen, 


10 Contri. ao conhecim. das Orquidáceas do Brasil 


Esperamos ser auxiliados nestes 
nossos trabalhos de todos os pontos do 
Brasil, e pedimos por isto a todos os 
botânicos e coleccionadores, que encon- 
trarem espécies de Orquidáceas em loca- 
lidades ainda não assinaladas pela « Flora 
Brasiliensis», enviarem-nos exemplares 
para a documentação dos seus achados, 
para que as enumerações futuras venham 
a ser as mais completas possíveis com 
a inclusão dêstes. Encarregar-nos-emos 
igualmente, de boa vontade, da classi- 
ficação de quaisquer Orquidáceas bra- 
sileiras, comprometendo-nos a enviar a 
lista dos respectivos nomes dos exem- 
plares de hervário que nos forem en- 
viados, no menor prazo de tempo pos- 
sível, e a publicarmos as novidades 
eventuais logo que isto for permitido. 
As remessas poderão ser feitas directa- 
mente ao Dr. R. Schlechter, Botanisches 
Museum, Dahlem, Berlim, Alemanha, 
ou a F. C. Hoehne, Horto Oswaldo 
Cruz, Butantan, S. Paulo. 


Quando tentamos formar uma idea 
do conjunto daquilo que até hoje se 
conhece a respeito da flora orquideo- 
lógica do Brasil, patenteia-se desde logo 
o facto de existirem ainda grandes re- 
giões, donde nenhuma Orquidácea co- 
nhecemos e que, portanto, muito ainda 
resta a fazer, antes que possamos es- 
boçar um quadro, mesmo aproximado, 
da flora orquideológica do Brasil. Dos 
Estados do Pará, Baía, Maranhão, Piauí 
e Espírito Santo, encontramos, em pro- 
porção aquilo que na realidade devem 
possuir em Orquidáceas, registado, ape- 
nas diminutíssimo número de espécies. 
Seria por isto de vantagem especial que 
os botânicos brasileiros dedicassem de 
modo intensivo as suas atenções à ex- 
ploração da flora orquideológica destas 
regiões. Os seus esforços, sem dúvida 
nenhuma, seriam galardoados com o 
descobrimento de múltiplas espécies, 
ainda desconhecidas pela sciência, prin- 
cipalmente se tambêm déssem atenção 
a espécies pequenas, às vezes, com mi- 
núsculas flores, como, por exemplo, es- 


denn alle diese liegen ja hier von Stand- 
orten vor, die in der «Flora Brasilien- 
sis» noch nicht angegeben sind. 


Wir hoffen, dass wir von recht vie- 
Jen Seiten aus Brasilien, in diesen un- 
seren Arbeiten durch Zusendung von 
Material unterstiitzt werden und bitten 
daher alle diejenigen Botaniker und 
Sammler, welche irgendwelche Orchi- 
deen an Standorten antreifen, die in der 
« Flora Brasiliensis» noch nicht auíge- 
záhlt sind, uns Belegexemplare Ihrer 
Funde einzusenden, damit sie bei der 
zukiinitigen Aufzáhlung móglichst voll- 
stândig erwâhnt werden kônnen. Wir 
iibernehmen ebenialls gern die Bestim- 
mung irgendwelcher brasilianischer Or- 
chideen und verpilichten uns, die Na- 
men der eingeschickten Herbarexem- 
plare dem Úbersender stets in kiirzester 
Zeit mitzuteilen, und eventuelle neue 
Arten móglichst bald zu publizieren. Die 
Sendungen kônnen direkt an Dr. R. 
Schlechter, Botanisches Museum, Dah- 
lem bei Berlin (Deutschland) oder an 
F. C. Hoehne, Horto « Oswaldo Cruz», 
Butantan, S. Paulo, geschickt werden. 


Wenn wir versuchen, uns einen 
Ueberblick iiber das zu verschaffen, was 
wir bisher iiber die Orchideenilora von 
Brasilien wissen, so zeigt sich sehr deut- 
lich, dass wir von sehr grossen Ge- 
bieten noch garkeine Orchideen kennen, 
sodass hier also noch sehr viel zu tun 
úbrig Dleibt, ehe wir imstande sein 
werden, uns auch nur ein einigermassen 
richtiges Bild der Orchideenilora von 
Brasilien zu verschaifen. Von den Staa- 
ten Pará, Bahia, Maranhão, Piauhy und 
Espirito Santo liegen im Verhãltnis zu 
dem, was dort wirklich an Orchideen 
vorkommen muss, verschwindend we- 
nige Arten vor. Es wãre deshalb ganz 
besonders erwiinscht, dass die brasilia- 
nischen Botaniker sich einmal der Er- 
forschung der Orchideenilora dieser 
Gebiete recht intensiv widmen wiirden. 
lhre Bemiihungen wiirden ohne Zweifel 
durch die Entdeckung sehr zahlreicher 
neuer, also der Wissenschait noch ganz 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fase. II 11 


pécies de Pleurothallis, Stelis, Octo- 
meria, etc. e tambêm às ainda bem 
mal conhecidas Orquidáceas terrestres. 
Em idênticas condições acham-se ainda 
os Estados de Goiaz, Mato Grosso e 
todo o vale do Amazonas. Centenas de 
novas Orquidáceas podemos ainda es- 


Perar destas regiões. 


Os Estados melhor explorados até 
hoje são, talvez : Rio de Janeiro, S. Pau- 
lo, Minas e (nos últimos anos) Paraná, 
mas a-pesar disto é surpreendente a 
quantidade de novas Orquidáceas que 
constantemente ainda se encontram nos 
mesmos, pois cada colecção maior feita 
ali ainda apresenta algumas. Minas-Ge- 
rais que parece ser menos rico em es- 
pécies de Orquidáceas epífitas, abriga 
um maior número de espécies terrestres, 
especialmente do grupo Spiranthinae e 
dos géneros Habenaria e Cyrtopodium. 
Como as espécies dêstes géneros são 
muito difíceis de separar e tenham uma 
área de dispersão bastante limitada, não 
é para admirar que a porcentagem das 
espécies novas entre elas seja relativa- 
mente grande. Provávelmente tambêm 
o Estado do Ceará e uma parte do da 
Baía apresentem ainda número consi- 
derável de Orquidáceas terrestres que, 
porêm, continuam desconhecidas. Alêm 
das novas, devem ser ainda reencon- 
tradas várias espécies, que em parte 
foram descritas por Reichenbach fil. e 
o famoso e bastante conhecido botânico 
brasileiro, Barbosa Rodrigues, que, desde 
então, não mais foram vistas. Em vários 
dêstes casos trata-se de tipos bem curio- 
sos ou morfológicamente interessantes, 
cujo reaparecimento não seria menos 
importante para a sciência, que o en- 
contro de espécies novas. 

Tem-se externado repetidas vezes a 
opinião de que o Brasil seja a terra do 
mundo mais rica em espécies de Orqui- 
dáceas. A relativa grande porcentagem 
de Orquidáceas que vem nas colecções 
dos vários viajantes e botânicos, faz 
presumir que a asserção se confirmará. 
Igualmente as descrições da vegetação 


unbekannter, Orchideenarten belohnt 
werden, besonders wenn sie auch die 
kleinen Species mit oft sehr winzigen 
Bliten, wie z. Beisp. Pleurothallis, 
Stellis, Octomeria Arten etc. und auch 
auf die noch recht wenig bekannten 
Erdorchideen achten wiirden. Bei den 
Staaten Goyaz, Matto-Grosso, sogar Rio 
Grande do Sul und auch im Gebiet des 
Amazonenstromes, liegen die Verhãlt- 
nisse ganz âhnlich. Hunderte von neuen 
Arten an Orchideen kônnen wir noch 
aus diesen Gebieten erwarten. 


Die am besten durchforschten Staa- 
ten sind heute wohl: Rio de Janeiro, 
S. Paulo, Minas und (in den letzten 
Jahren erst) Paraná, und doch ist es 
erstaunlich, welche Zahl von neuen 
Orchideen dort noch immer gefunden 
werden, denn jede gróssere dort ge- 
machte Sammlung, enthalt deren einige. 
Minas, das weniger reich an epiphyti- 
schen Arten zu sein scheint, beherbergt 
eine umso gróssere Zahl von Erdor- 
chideen, besonders aus der Gruppe der 
Spiranthinae und der Gattungen: Habe- 
naria und Cyrtopodium. Da die Arten 
dieser Gattungen oít schwer zu unter- 
scheiden sind und meist eine recht lokale 
Verbreitung besitzen, ist es nicht wei- 
ter auffallend, dass der Prozentsatz der 
immer wieder auitauchenden Novitâten 
ein aufiallend hoher ist. Wahrscheinlich 
wird auch der Staat Ceará und ein 
Teil des Staates Bahia eine stattliche 
Zahl von Erdorchideen auizuweisen ha- 
ben, die aber meist noch unbekannt ge- 
blieben sind. Ausser diesen neuen sind 
noch zahlreiche Arten wieder zu finden, 
die teils von Reichenbach fil. teils von 
dem riúhmlichst bekannten brasiliani- 
schen Orchidologen Barbosa Rodrigues 
beschrieben und seitdem verschollen 
sind. Hier handelt es sich oit um recht 
auffallende oder morphologisch interes- 
sante Typen, deren Wiederentdeckung 
wissenschaftlich nicht weniger wichtig 
wáre als das Auffinden der neuen Arten- 


Man hat hâáufig die Ansicht aus- 
gesprochen, dass Brasilien eimes der 


12 Contri. ao conhecim. das Orquidáceas do Brasil 


pelos vários viajantes, como Wallace, 
Gardner, Koch e outros, contribuem 
para o acêrto da opinião. Examinando, 
porêm, os resultados, até a presente 
data colhidos dos estudos desta família 
natural para o Brasil, impõe-se-nos a 
convicção de que, até agora, só uma 
parte das Orquidáceas do Brasil pode 
ser conhecida. Com uma superfície que 
abrange aproximadamente 8.500.000 km. 
q. tinha, o Brasil, ao encerrar-se a mo- 
nografia das Orquidáceas na «Flora 
Brasiliensis», fornecido apenas 1476 es- 
pécies diferentes, às quaís somadas mais 
umas 125, publicadas posteriormente, 
dão o total de mais ou menos 1600 
Orquidáceas conhecidas para o país. 
Êste número, que parece ser importante, 
certamente nem de longe se aproxima 
da verdade, quando começamos por 
examinar e comparar a riqueza de 
Orquidáceas de outros países vizinhos, 
relativamente melhor estudados e ex- 
plorados neste sentido. Comparação 
semelhante torna-se agora possível com 
a «Flora Orquideológica dos Países 
Andinos» que está para saír a lume. 
Venezuela, ainda em grande parte, pode 
ser considerada, botânicamente, uma 
«terra incógnita» e não deve por isto 
ser tomada em consideração. Colômbia 
e Equador, ambos melhor explorados, 
embora ainda muito longe de poderem 
ser considerados países bem estudados 
em sua flora orquideológica, estão, con- 
tudo, em melhores condições para uma 
comparação semelhante. O trabalho or- 
ganizado para a Colômbia, já apareci- 
do, dá, para a superfície de cêrca de 
1.127,400 km. q., um total de 1293 es- 
pécies de Orquidáceas e, por conseguinte, 
êste país, mais ou menos 7 e meia ve- 
zes menor do que o Brasil, forneceu 
apenas 300 espécies menos que êste. 
Para o Equador ainda verificamos outras 
cifras. Esta República, com a área de 
cêrca de 307,250 km. q. contêm, segundo 
o cálculo, aproximadamente, 800 espé- 
cies de Orquidáceas diferentes, sendo, 
pois, 27 vezes menor que o Brasil, ja 
possui a metade do número de Orqui- 


orchideenreichsten Lânder der Erde sei. 
Der hohe Prozentsatz an Orchideen der 
sich in von den verschiedensten Reisenden 
und Botanikern mitgebrachten Sammlun- 
gen enthalten findet, lâsst vermuten, dass 
sich diese Ansicht bestãtigen wird. Auch 
die Schilderungen der Vegetation seitens 
der verschiedensten Reisenden, wie Wal- 
lace, Gardener, Koch u. v. a., spricht fiir 
die Richtigkeit dieser Ansicht. Betrach- 
ten wir aber die bisherigen Ergebnisse 
des Studiums der Familie fiir Brasilien, 
so drângt sich uns die Ueberzeugung 
auf, dass wir bis jetz doch nur einen 
Teil der Orchideen des Landes kennen 
kônnen. Bei einer Ausdehnung iúber 
ein Areal von etwa 8.500,000 qkm. 
hatte das Land bei Abschluss der Bear- 
beitung der Familie in der «Flora Bra- 
siliensis» 1476 verschiedene Arten ge- 
liefert, zu denen jetzt bereits etwa 125 
weitere, seitdem veróffentlichte Arten 
hinzukommen mógen, sodass wir also 
jetzt mit rund 1.600 bekannten Orchi- 
deenarten aus Brasilien rechnen kônnen. 
Diese Zahl erscheint zwar bedeutend, 
kann aber sicher nicht annãhernd die 
richtige sein, wenn wir den Orchideen- 
reichtum anderer verhãltnismãssig besser 
erforschter Lânder der Nachbarschait 
zum Vergleich heranziehen. Einen der- 
artigen Vergleich gestatten nun die 
jetzt im Erscheinen begriffenen, von mir 
herausgegebenen « Orchideenfloren der 
Kordillerenstaaten ». Venezuela ist zum 
gróssten Teile botanisch noch eine «ter- 
ra incognita> und soll deshalb nicht 
beriicksichtigt werden. Colombia und 
Equador, beide besser erforscht, wenn 
auch noch weit davon entfernt in bezug 
auf ihre Orchideenflora gut bekannt zu 
sein, sind zu derartigen Vergleichen 
geeigneter. Meine Zusammenstellung fiir 
Colombia, welche bereits erschienen ist, 
giebt fiir das 1.127,400 gkm. grosse Ge- 
biet 1293 Arten an; d.h. also, das etwa 
7 und ein halb mal kleinere Colombia 
hat nur etwa 300 weniger Orchideen- 
arten geliefert als bisher Brasilien. Fiúr 
Equador erhalten wir noch andere Zif- 
fern. Diese Republik mit einen Areal 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. II 13 


dáceas conhecidas até hoje neste país 
gigante. A-pesar disto, porêm, nem a 
Colômbia, nem o Equador pode ser 
considerado como mais ou menos bem 
explorado botânicamente e, com certeza, 
ambas as Repúblicas abrigam ainda múl- 
tiplas outras espécies mais. Não havendo 
agora nenhum motivo para aceitarmos 
a hipótese de que no Brasil possam 
existir regiões tão considerávelmente 
mais pobres em Orquidáceas que a Co- 
lômbia e o Equador, parece que pode- 
mos daí tirar a conclusão de que o 
Brasil ainda possui centenares de es- 
pécies de Orquidáceas desconhecidas. 


“Concluindo esta exposição, dese- 
jaríamos ainda chamar a atenção para 
algumas regiões do Brasil, que são fito- 
geográficamente importantes e recomen- 
darmos encarecidamente a sua explo- 
ração botânica, especialmente a da flora 
orquideológica, a todos que tenham a 
ventura de visitá-las. Em primeiro lo- 
gar, seria de grande vantagem estudar-se 
melhor a flora orquideológica do Rio 
Grande do Sul, a respeito da qual tão 
pouco conhecemos ainda, e fixar ali os 
limites entre a flora orquideológica 
uruguaia-argentina e determinar qual a 
influência exercida sobre a flora orqui- 
deológica sul-riograndense, pelos vários 
tipos da flora orquideológica paraguai- 
argentina (principalmente nas formas 
campestres) que de oeste nela penetram. 
Temos em mãos uma Bipinula, novo 
género para o Brasil; como esta, tam- 
bem formas de Spiranthinae do sul 
penetram até ao Rio Grande do Sul. 
Muito interessante ainda, seria deter- 
minar-se o ponto até onde a flora cam- 
pestre paraguaia entra pelo estado de 
Mato Grosso. Curioso e digno de aten- 
ção é ainda o facto de espécies de Or- 
quidáceas campestres de Minas Gerais, 
terem sido constatadas em idénticas con- 
dições no Paraguai. Se nos volvermos 
mais para o norte, deparamos com no- 
vos problemas pouco acima do Rio de 
Janeiro. É interessante, não terem al- 
guns tipos, com grande número de es- 


von cirka 307,250 qkm. besitzt nach 
meiner Zusammenstellung etwa 800 ver- 
schiedene Orchideenarten, ist also 27 
mal kleiner als Brasilien und hat doch 
schon halb so viele Orchideen geliefert 
als dieses Riesenland. Dabei kann weder 
Colombia, noch Equador als einiger- 
massen botanisch gut durchforscht be- 
zeichnet werden, und sicher beherbergen 
beide Republiken noch sehr zahlreiche 
Arten mehr. Da nun kein Grund zu der 
Annahme vorhanden ist, dass die ein- 
zelnen Gebiete von Brasilien so sehr- 
viel ârmer an Orchideen sind als Co- 
lombia und Equador, sind wir wohl 
berechtigt, den Schluss zu ziehen, dass 
Brasilien noch Hunderte von neuen Or- 
chideenarten liefern muss. 


Zum Schlusse dieser Ausfiihrungen 
móchte ich nun noch auf einige pflan- 
zengeographisch besonders wichtige 
Gebiete aufmerksam machen, und allen 
denjenigen, die Gelegenheit haben, diese 
Gegenden zu besuchen, ihre botanische 
Erforschung, speziell die ihrer Orchi- 
deenilora, warm ans Herz legen. Es 
wáãre zunâchst einmal sehr wichtig, die 
Orchideenflora von Rio Grande do Sul, 
von der wir bis jetzt auffallend wenig 
wissen, besser zu durchiorschen und 
hier die Grenzen zwischen der von Sii- 
den heraufkommenden uruguay-argen- 
tinischen-Orchideenilora und den Ein- 
fluss festzulegen, welcher die von Westen 
eindringenden paraguay-argentinischen 
Orchideentypen (besonders Camposior- 
men) in der Zusammensetzung der 
Orchideenflora von Rio Grande do Sul 
ausiúben. Mir liegt z. B. von Rio Gran- 
de do Sul eine Bipinnula vor, fiir Bra- 
silien eine neue Gattung; auch gewisse 
Spiranthinae dringen in gleicher Wei- 
se vom Siiden her bis nach Rio Gran- 
de do Sul vor. Sehr wichtig wáre ferner 
festzustellen, wie weit die Flora der 
Paraguay-Campos nach Mntto-Grosso 
hinein vorgeht. Auffallend ist z. B. auch, 
dass sich oifenbar einige Campos-Or- 
chideen von Minas Geraes unter âhnli- 
chen Verhãltnissen in Paraguay wieder- 


14 Contri. ao conhecim. das Orquidáceas do Brasil 


pécies, bastante bem representados aqui, 
sido até hoje constatados, mas desapa- 
recerem quási bruscamente mais para o 
norte, sendo, embora, as condições cli- 
matéricas e fitológicas pouco diversas 
ali. Aceitável é, pois, a hipótese de que 
pelo menos alguns dêstes tipos se en- 
contrem tambêm no Estado do Espírito 
Santo e se estendam mesmo até ao da 
Baía. De grande proveito e utilidade 
para elucidação desta questão seria, por 
isto, uma exploração cuidadosa da flora 
orquideológica do Espírito Santo. 


Pelo lado ocidental, a flora orqui- 
deológica das regiões limítrofes do Bra- 
sil, deve ser naturalmente bastante in- 
fluenciada pelos vários tipos sub-andi- 
nos, isto especialmente na do alto 
Juruá. O parco conhecimento que até 
agora temos daquelas regiões demons- 
tra-nos que muita cousa ainda temos a 
esperar dali para a flora orquideoló- 
gica do Brasil; contribuição tanto mais 
importante quanto se deverá compor 
de vários elementos de que ainda care- 
cemos, antes de podermos ter idea da 
composição da flora orquideológica do 
Brasil. Tambêm as regiões que do lado 
setentrional do curso do Amazonas se 
estendem, são, por idénticas razões, 
dignas da nossa atenção e de explora- 
ções mais intensivas. Merecem especial 
atenção aqui as zonas que confinam 
com a Venezuela, por exemplo, algu- 
mas partes das serras de Parima e Pa- 
racaima, compostas em grande parte 
de grés. A exploração um pouco mais 
intensiva do Roraima, que por sua vez 
representa apenas uma ramificação das 
citadas serras, demonstraram-nos que 
ali existem limites bastante nítidos en- 
tre as duas floras e que, por isto, múl- 
tiplas espécies endémicas devem ali se 
encontrar. Por outro lado demonstram 
as colecções de Barbosa Rodrigues, rea- 
lizadas nas regiões de Jauaperí, que le- 
gítimos tipos da flora guianesa se esten- 
dem muito mais para o sul do que era 
presumível. É por isto de supor que na 
parte do Estado do Pará, que se estende 


finden. Gehen wir weiter nach Norden 
so tfinden sich neue Probleme selbst 
oberhalb Rio de Janeiro. Hier ist auf- 
fallend, dass zahlreiche Typen noch 
recht artenreich entwickelt sind und 
dann plótzlich weiter nórdlich nicht 
wieder nachgewiesen worden sind, ob- 
gleich die klimatischen Bedingungen 
und Vegetationsverhãltnisse noch keines- 
wegs so sehr verschieden sind. Mit 
Sicherheit ist daher anzunehmen, dass 
viele dieser Typen z. B. auch in eini- 
gen Teilen von Espirito-Santo vorkom- 
men, ja oit wohl bis nach Bahia hinauf- 
gehen. Wichtig und wiúnschenswert 
wáre daher die Erforschung der Orchi- 
deenflora von Espirito-Santo. 


Im Westen ist die Orchideenflora 
der Grenzgebiete sicher stark Dbeein- 
flusst durch gewisse subandine Typen, 
so besonders im Flussgebiete des oberen 
Juruá. Das wenige, was wir bisher von 
dort wissen, hat gezeigt, dass wir von 
hier eine sehr wesentliche Bereiche- 
rung der Orchideenilora Brasiliens zu 
erwarten haben, die umso wichtiger 
ist, als sie Elemente einschliesst, die in 
der Zusammensetzung dieser Flora in 
Brasilien sonst fehlen. Auch die Gebiete 
nórdlich des Amazonenstromes wáren 
aus àhnlichen Griinden einer intensi- 
veren Erforschung durchaus wert. Hier 
sind es besonders die Gebiete, welche 
im Norden an Venezuela grenzen, also 
z. B. Teile der Floren der zum grossen 
Teile aus Sandsteinformationen Dbeste- 
henden Gebiete der Serra Paríma und 
Serra Pacaraíma einschliessen. Die etwas 
intensivere Erforschung des Roraíma, 
der ja doch nur einen einzelnen Stock 
dieser Gebirge darstellt, hat gezeigt dass 
hier scharfe Florengrenzen vorhanden 
sind und zahlreiche Endemismen zu 
erwarten sind. Andererseits haben auch 
die Sammlungen von Barbosa Rodri- 
gues aus den Yauapery-Gebiete gezeigt, 
dass echte Guyana-Typen so weit nach 
Siiden vordringen. Es ist deshalb zu 
vermuten, dass der nórdlich des Ama, 
zonas gelegene Teil von Pará der bota- 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. | - fasc. II 15 


à direita do rio Amazonas para o norte, 
ainda quási totalmente desconhecida 
botânicamente, apresente espécies de 
Orquidáceas, que, pela sua afinidade, 
se aproximem muito dos tipos guiane- 
ses ou sejam talvez mesmo idénticos a 
estes. Estas são, porêm, apenas algu- 
mas das magnas questões a serem re- 
solvidas antes que nos possamos con- 
siderar em condições de organizar um 
quadro do conjunto, que nos permita 
formar uma idea mais nítida da flora 
orquideológica do Brasil. É de esperar 
que beneméritos exploradores, com co- 
lecções feitas naquelas paragens, con- 
tribuam em breve com os primeiros 
dados para a solução de tão importan- 
tes problemas. Cada exemplar de Or- 
quidácea das citadas regiões é de im- 
portância, pois, no mínimo, servirá para 
derramar alguma luz sôbre a distribui- 
ção da espécie, quando não seja nova 
para a sciência. É, alêm disto, necessá- 
rio, que não esqueçamos de que mui- 
tas, sim, muitíssimas espécies de Orqui- 
dáceas precisam ainda ser redescober- 
tas; muitas destas, descritas por Bar- 
bosa Rodrigues, foram publicadas com 
a indicação exacta da sua procedência. 


nisch noch vollkommen uneriorscht ist 
zum gróssten Teile Orchideenarten auf- 
weist, die sich eng an Guayana-Typen 
anlehnen oder sogar mit diesen iden- 
tisch sind. Doch das sind nur einige 
wenige Aufgaben, die noch der Lósung 
harren, bevor wir imstande sein wer- 
den, die Zusammenstellung der Orchi- 
deenilora Brasiliens besser zu iiberse- 
hen. Hoffentlich finden sich bald For- 
scher, welche zur Lósung dieser wichti- 
gen Fragen durch Sammlungen in diesen 
Gegenden die ersten Beitrâge liefern. 
Jedes Exemplar aus diesen wenig- 
erforschten Gegenden ist wichtig, da es 
zum mindesten zur Kenntnis der Ver- 
breitung der Orchideenarten beitragen 
oder aber eine neue Art darstellen wird- 
Ausserdem aber diirfen wir nicht ver- 
gessen, dass noch sehr viele Or. 
chideenarten wiedergefunden werden 
miissen, welche schon Barbosa Rodri- 
gues unter genauer Angabe der Fund- 
orte bekannt gegeben hat. 


= RR é "o 
' a j E | o 
" ' ' en 
E 1! ke , [ | ne 
em ja | 
ú O ie TR 
Ê e N ' 
f , dy) ) e “ mn Eds 
+. hd q 
F t + as ip de td 
Ea GE A ) dia Y 
> : i a, + 


| / RR qo + 
Rh : vo quit ea ao bw tr ARA 


. “ 


| Ê 
o , 
4 
f é 
a 
, 
4 
” 
- , “ - 
E = 
“ 
de, A 
' 
. 
é 
/ 
4 o 
Eu » 
é + 
jei 1 
1 4 
+ 
= 
ê; 
st) 
o ” 
mi 
í f p=. E 


Habenaria, WiLID. 


Hab. sartor LpL. (in Hk. London Journal, Bot. II, (1843) pag. 662). 


Minas-Gerais: In solo lapidoso, partibus superioribus mon- 


tis Pedra Branca, Caldas, — F. C. HogHNE, n.º 2897, flor, 21 
Jan. 1919. 

Como parece, esta espécie | Wie es scheint ist diese 
não é tão commum, quanto ge- Art nicht so hâufig, wie oft 
ralmente se julga. Uma parte | angenommen wird. Ein Teil der 
dos espécimes subordinados fre- meist hier zugerechneten Exem- 
quentemente, é de H. sarto- plare gehórt zu H. sartoroides, 
roides, SCHLECHTER, sôbre a SCHLECHTER, auf welche wir un- 
qual viremos a falar mais ten eingehen werden. 


abaixo. 


Hab. sartoroides, SCHLECHTER, (in Fedde, Repertorium Sp. Nov. 
XVI, (1919) pag. 248). 


S. Paulo: In campis paludosis prope: Butantan. — F. €. 
EIOEENE, n.ºº 886, flor. Sept. 1919 Tab: II, fig. IH. 


Esta espécie, repetidas ve- Diese offenbar oít mit H. 
zes confundida com a H. sartor, sartor, LDL. verwechselte Art ist 
LDL, distingue-se desta ultima von letzterer spezifisch unter- 
pelo porte mais delgado, maior schieden durch den schlanken 
altura, inflorescência com flo- Wuchs, die Tracht, die locke- 
res mais laxas, brácteas mais reren Bliútenstânde, breitere und 
curtas e largas, segmentos la- kúrzere Bracteen, die lân- 
terais do labelo mais longos e geren und dúnneren seitlichen 
estreitos, parte posterior dos Segmente der Lippe, schmãlere 
pétalos mais estreita, cálcar | hintere Segmente der Petalen, 
mais comprido, antera mais alta lângeren Sporn, die hôhere An- 
com canais mais longos, ovário there mit lângeren Kanálen und 
mais estipitado e mais longo. das schlank-gestielte, lângere 
As flores são alvas. (*) Ovarium. Die Blúten sind weiss. 


Hab. Hoehnei, SCHLECHTER (n. sp.). 


Herba erecta, 40-45 cm. alta; caule stricto vel substricto, 
nunc subflexuoso, tereti, glabro, basi vaginis paucis nigrescen- 
tibus ornato, caeterum laxe 4-5-foliato, supra basin 5-6 mm. aiam.; 


(*) "Valvez esta espécie seja idéntica com a H. fastor, Warm. et Reichb. f.; ver para isso a Parte 
IX da Botânica da Comissão Rondon. — Hasne. 


ty 


18 Contri. ao conhecim. das Orquidáceas do Brasil 


foliis suberectis, oblongis, breviter acuminatis vel apiculatis, basi 
alte amplectentibus, internodia excedentibus, medianis usque ad 
11 cm. longis, medio fere usque ad 2,7 cm. latis, superioribus 
vaginiformi-amplectentibus, racemo erecto, ut videtur vulgo bi- 
floro, laxo; bracteis erectis breviter acuminatis, foliaceis, ovarium 
et rhachium laxe amplectentibus, quam ovarium aequilongis vel 
subaequilongis, glabris; floribus in sectione inter majores, albis, 
elabris, pro genere carnosulis, erectis; sepalo intermedio erecto, 
ovali, breviter acuminato, concavo, 1,7 cem. longo, lateralibus de- 
flexo-patentibus, oblique ellipticis, acumimatis, intermedio aequi- 
longis; petalis erectis, bipartitis, partitione posteriore rhombeo-ovata 
antice inira medium dilatata, apice acutata, sepalo intermedio 
aequilonga, partitione anteriore e tertia parte supra basin nata 
subulata, obtusiuscula, dorsali fere aequilonga; labello decurvo, 
usque ad basin tripartito, partitionibus lateralibus linearibus, ob- 
tusis, carnosulis, 1,3 cm. longis a medio levissime oblique di- 
vergentibus; calcare dependente, subfiliformi, apicem versus sub- 
clavato, obtuso, 2,8 em. longo; anthera erecta, ovalis, obtuse api- 
culata, canalibus adscendentibus, loculis duplo brevioribus; ros- 
tello lobo intermedio spathulato, apice truncatissimo antheram al- 
titudine aequante; processibus stigmatiferis crassis, cuneatis, quam 
canales antheras brevioribus; ovario pedicellato, fusiformi, pedi- 
cello incluso, circa 3 cem. longo. 


Minas-Gerais: In campo sicco, prope Poços de Caldas. 
= PF. O FHoBANE, n.º 2820, flor. 13 Jan. 1919 Tab; Tais 


Tenho grande prazer em 
dedicar esta bem caracterizada 
espécie nóva ao seu descobri- 
dor, que pelas suas contribui- 
ções à orquideologia do Brasil 
ja grangeou grandes méritos. 

Esta espécie, bastante bem 
caracterizada, pelos seus péta- 
los e porte em geral, perten- 
ce ao grupo do parentesco da 
H. pauciflora, LDL. De entre tô- 
das as demais espécies da sec- 
ção, ela se distingue logo à pri- 
meira inspecção, pelo desenvol- 
vimento relativamente grande 
das suas folhas. 


Es bereitet mir viele Freu- 
de, diese sehr charakteristische 
neue Art ihrem Entdecker wid- 
men zu kônnen, welcher sich 
um die Orchideologie Brasiliens 
schon so grosse Verdienste er- 
worben hat. 

Diese durch die Tracht so 
wohl als durch die Petalen 
vorgúglich gekennzeichnete Art, 
sehórt in die Verwandtschaft 
der H. pauciflora, LDL. Von al- 
len iúbrigen der Sektion ist 
sie durch die verhãltnismássig 
starke Entwicklung der Blátter 
schon ohne Untersuchung leicht 
zu erkennen. 


Hab. Gehrtii, HOBHNE & SCHLECHTER (n. Sp.) 


Herba terrestris, erecta, gracilis, circa 60 cem. alta; caule 
stricto vel substricto, tereti, glabro, basi vaginis 2, altius et 
arcte amplectentibus, nigris ornato, caeterum laxo 5-foliato, 3-3,0 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. Il - fase. II 19 


mm. diam.; foliis 3 inferioribus suberectis, perplanta brevibus, 
ligulatis, acutis, basi altius amplectentibus, mediano circa 10 em. 
longo, infra medium circa 1,2 cem. lato, superioribus vaginifor- 
mibus usque ad apicem caulem amplectentibus; racemo erecto, 
in specimen nostro laxo bifloro; bracteis erectis, ligulatis, acutis, 
foliaceis, pedicellum et rhachium amplectentibus, floribus in se- 
ctione inter majores, suberectis, glabris, pro genere carnosulis, 
fide collectoris albidis; sepalo intermedio erecto, ovato, acumir 
nato, concavo, 1,1 em. longo, lateralibus deflexis, oblique ellipti- 
cis, apiculato-acuminatis, intermedio vix longioribus; petalis ere- 
ctis, alte bipartitis, partitione posteriore falcato-obliqua, ligulata, 
obtusiuscula, basi leviter angustata, sepalo intermedio aequilonga, 
partitione anteriore lineari-filiformi, erecta, posteriorem paulo sed 
manifeste superante, c. 1,5 em. longa; labello usque ad basin fere tri- 
partito, partionibus anguste linearibus, obtusiusculis, c. 1,8 em. longis, 
intermedium quam laterales paulo angustiore; calcare dependente, 
filiformi, apicem versus subclavato-dilatado, obtuso, ec. 7,5 em. 
longo; anthera suberecta, obtuse apiculata, canalibus brevibus, 
adscendentibus, processibus stigmatiferis crassis cuneatis, canales 
paulo superantibus; ovario graciliter pediculato, fusiformi, glabro, 
e 0 Sem: longo. 


Minas-Gerais:  Belo-Horizonte ad Corrego do Leitão. — 
UGUSTO GEHET nº 3138; for: Pebr 1919 Tab E figo IE 


Como espécie mais afim Als Nãchstverwandte die- 


desta pode-se tomar a H. pau- 
ciflora, LDL. E dela se distin- 
gue, pelos pétalos, cujo segmen- 
to anterior é distintamente mais 
longo que o posterior, pelo cál- 
car, que é um tanto mais curto 
que o ovário com o respectivo 
pedicelo, e pelos canais das an- 


ser Art ist H. pauciflora, LDL. 
anzusehen. Von ihr unterschei- 
det sich vorliegende Pflanze 
durch die Petalen, deren Vor- 
dersegmente deutlich lânger 
sind als die hinteren, den Sporn, 
der etwas kiirzer ist als das 
cestielte Ovarium und die kiir- 


teras mais curtos. | veren Antherenkanále. 
Hab. butantanensis, HOEHNE & SCHLECHTER (n. sp.) 


Terrestris, erecta, gracilis, 33-40 cm. alta; caule tenue, gra- 
cihi, rigidiusculo, stricto vel substricto, basi vaginis 2 seu 3, bre- 
vibus, nigris ornato, usque ad medium foliis vulgo 2 parvulis 
donato, supra medium nunc subnudo vel folio tertio parvulo au- 
cto, tereti, glabro, supra basin vix 2 mm. crassitudinis excedente; 
foliis erectis vel suberectis, vaginiformibus, alte amplectentibus, 
anguste linearibus, acutis, dissitis, usque ad 4 em. longis; racemo 
erecto, laxe plurifloro, usque ad 10 cm. longo; bracteis sube- 
rectis, elliptico-lanceolatis, acuminatis, ovario pedicellato plus du- 
plo brevioribus; floribus in sectione inter minores, fide collectoris 
viridifloris, glaberrimis; sepalo intermedio erecto, ovato, obtuso- 
concavo, 3,5 mm. longo, lateralibus deflexis; falcato-oblongis, ob- 


20 Contri. ao conhecim. das Orquidáceas do Brasil 


tusis, 4 mm. longis; petalis erectis, carnosulis, alte bipartitis, pat- 
titione falcato-oblongo, obtusa, sepalo intermedio aequilonga, par- 
titione anteriore quam postica paulo breviore, liniari-subulata, ob- 
tusiuscula; labello usque supra basin tripatito, partitione interme- 
dia ligulata, obtusa, basin versus paululo angustata, 5 mm. longa, 
lateralibus linearibus, obtusis, basin versus sensim paululo angus- 
tatis, leviter divergentibus, quam intermedia fere aequilongis; cal- 
care dependente, filiformi, dimidio superiore vix dilatato, acuti- 
usculo, c. 1,1 cm. longo; anthera humili, erecta, canalibus bre- 
vissimis, adscendentibus; processibus stigmatiferis cuneato-oblon- 
eis, truncatis, crassiusculis, canalis multo superantibus; ovario pe- 
dicellato clavato-fusiformi, curvato, glabro, pedicello incluso c. 1,4 
cm. longo. 


S. Paulo: Butantan, in pratis paludosis, — F. C. HoEHNE, 
n:9.:898, “tor Nov: LS Nabo Ro cane 


A espécie é da afinidade Die Art gehôórt in die Ver- 


da H. Balansaei, CGN., do Pa- | wandtschaft der H. Balansaei, 
raguai, dela se distingue, porêm, Cgn. von Paraguay, ist aber 
perfeitamente, pelos segmentos | durch die kiúrzeren vorderen 
anteriores dos pétalos mais cur- | Segmente der Petalen artlich 
tos. No mesmo grupo cabe | gut gekennzeichnet. Zu dersel- 
igualmente, sem duvida, a H. | ben  Verwandtschaft gehôrt 
mesodactyla, GRIESP. " offenbar auch H. mesodactyla. 
GRIESP. 


Hab. melanopoda, HOEHNE & SCHLECHTER (n. sp.) 


Terrestris, erecta, gracilis, habitu precedente similima, 30-40 
cm. alta; caule stricto vel substricto, rigidiusculo, basi vaginis 
2 nigris ornato, caeterum foliis paucis dissitis donato, tereti, gla- 
bro, supra basin c. 2 mm. diam.; folis erectis vel suberectis 
parvulis, subvaginiformibus, linearibus, acutis, usque ad 6 cem. 
longis; racemo erecto, sublaxe 8-14-floro, usque ad 8 em. longo; 
bracteis suberectis, elliptico-lanceolatis, aristato-acuminatis, ovarii 
pedicellati dimidium paulo superantibus vel aequantibus; floribus 
m sectione inter minores, glaberrimis; sepalo intermedio erecto, 
ovato, minute apiculato, concavo, 4-5 mm. longo, lateralibus de- 
Dexis, oblique ovatis, minute apiculatis, intermedio vix longiori- 
bus; petalis erectis, alte bipartitis, partione posteriore falcato-lan- 
ceolata, obtusiuscula, sepalo intermedio paululo breviore, partitione 
anteriore quam postica subduplo breviore, adscendente, subulata, 
obtusiuscula; labello usque ad 4tem partem basilarem tripartito, 
9,25 mm. longo, partitione intermedia [iniari-ligulata, obtusiuscula, 
lateralibus falcato-divergentibus, anguste linearibus, obtusiusculis, 
quam intermedia paululo brevioribus; calcare dependente, fihformu, 
apicem versus sub-clavato ampliato, obtusiusculo, 1,3 em. longo; 
anthera humili, erecta, subglobosa, canalibus suberectis, brevis- 
simis; processibus stigmatiferis porrectis, oblongo-ligulatis, quam 
canales multo longioribus; ovario pedicellato clavato-fusiformi, Je- 
viter arcuato, glabro, 1,3 cm. longo, i. e. calcar aequante. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. II 21 


e aro: 


E” facto interessante terem 
aqui surgido ao mesmo tempo 
duas espécies afins da H. Ba- 
lansaei, CGN. A presente dis- 
tingue-se da H. butantanensis, 
HoEHNE & ScHL. pelo porte me- 
nos esguio, flores um pouco 
maiores, curtos segmentos ante- 
riores dos pétalos, forma do 
labelo e cálcar. 


Hab. Guilleminii, RErcHB. FIL. 


Minas-Gerais: Poços 
F. O. HoEHNE, n.º 2828, flor. 


Esta planta ja fôra antes 
recolhida na mesma localidade, 
por BARBOSA RODRIGUES, imas 
em terreno brejoso e descrita 
como H. subecalcarata, BAR. 
Ropr. 


Alto da Serra, in campis apertis — F. O. HOEHNE, 


n.º 1136 — flor. 19 Dec. 1917, Tab. IL figo E 


Es ist interessant, dass hier 
zugleich zwei Verwandte der A. 
Balansaei, Con. aufgetaucht 
sind. Die vorliegende Pflanze 
unterscheidet sich von H. bu- 
tântanénsis, HOBHNE & SCHLECH. 
durch nicht ganz so schlan- 
ken Wuchs, etwas grôssere Bli- 
ten, die kurzen vorderen Se- 
gmente der Petalen, die Form 
der Lippe und den Sporn. 


de Caldas, in campis siceis, — 
13º Jant 4949, 


Die Pílanze war bereits 
frúher von BARBOSA RODRI- 
GUES, an der gleichen Loka- 
litát, aber m sumpfigem Boden 
gefunden worden und als H. 
subecalcarata, BARB. RODR. be- 
schrieben worden. 


Hab. Reichenbachiana, BARB. RODR. 


So Puro: 


Temos aqui a mesma plan- 
ta que já na colecção de P. 
DuskEN, do estado do Paraná, 
foi tida como H. Reichenbachia- 
na, B. RODR., embora se afaste, 
pela forma do cálcar, algum 
tanto da estampa original que 
se vê na Flora Brasiliensis. Ela 
muito se aproxima da H. par- 
viflora, LDL.; é porêm mais ro- 
busta no porte e possui inflo- 
rescência mais espessa e lon- 
ga, bem como alguma diferença 
na disposição dos segmentos flo- 
rais. Como não existe, talvez, 
um exemplar original da es- 
pécie, será muito difícil averi- 


Butantan, in paludosis vel solo humido frequens. 
— PF. OC HogHNE — n.º 89, flor. 


21 Mart. 1918. 


Hier liegt dieselbe Pflanze 
vor, welche schon in der Du- 
SEN'SCHEN Sammlung- von Pa- 
raná fir H. Reichenbachiana, B. 
Ropr. gehalten wurde, obgleich 
sie in dem Sporn, von der Ori- 
ginalabbildung der Art, in der 
Flora Brasiliensis etwas ab- 
weicht. Die Pflanze steht der H. 
parviflora, LDL ziemlich nahe, 


st aber viel kráftiger im Wuchs 


mit dickerer und lângerer Bluú- 
tentraube und etwas anders 
gestalteten Bliútenteilen. Da eim 
Originalexemplar der Species 
kaum vorhanden sein diríte, 
wird es sehr schwer sein, fest- 


77) Contri. ao conhecim. 


guar se os citados exemplares 
devem ou não ser considerados 
como pertencentes à mesma es- 
pécie, ou se ainda devam cons- 
tituir uma espécie a-parte. 


Hab. minimiflora, KRAENZLIN 


das Orquidáceas do Brasil 


| 
| 


zustellen, ob die Exemplare 
vielleicht doch als eigene Art 
anzusehen sind oder nicht. 


(KRAENZLIN, Arkiv fôr Botanik, Band 14, n.º 10 (1915) pag. 2). 


SD Pia Los 
Nov. 19175 Tal MEI tro 


Espécie pequena, de muito 
pouco realce, próxima de H. 
brachyphyton, SCHL. (im Fedde, 
Rep. Sp. Nov. XVI, (1919) pag. 
249), do Paraná (não de H. 
nana, SCHL. Orch. Deutsch Neu 
Guinea (1911) pag. 11, da Pa- 
puásia), mas, no hábito, lem- 
brando bastante da H. parvi- 
flora, LDL. Bem característicos 
na espécie são os processos es- 
tigmáticos relativamente bem 
desenvolvidos. 

Veja-se tambem a nota que 
o Dr. KRAENZLIN junta à es- 
pécie. 


Hab. flaccida, KRAENZLIN. 


Signo 
Dei oia 
Até o presente esta espécie 
era conhecida apenas do Pa- 
raná, onde a descobriu o Dr. 
P. DUSEN. A coloração das flo- 
res é verde-amarelada. 


Hab. secunda, LpL. 


S: Bim Lo 
Dec. - 1917. 


Butantan — 


« De acórdo com as minhas 
conclusões », diz SCHL. «a des- 
crição desta espécie na «Flo- 
ra Brasiliensis» não está bem 


Butantan, — F. 


Butantan, — JF. C. HozgHNE, n.º 897, flor. 17 


Eine sebr unscheinhare klei- 
ne Art, aus der Verwandtschaft 
der H. brachyphyton, SCHLTR. im 
Fedde Rep. XVI, (1919) pag. 
249, aus Paraná, (nicht H. nana, 
SCHLTR.,  Orch.. Neu-Guinéa, 
(1911) pag. 11, aus Papuasien), 
aber im Habitus mehr an H. par- 
viflora, LDL. erinnernd. Sehr 
auffallend sind bei der Art die 
verháltnismássig recht grossen 
Narbenvorsátze. 

Man sehe auch die Bemer- 
kung welche Dr. KRAENZLIN 
der Art beifigt. 


C. HoEHNE, n.º 817, flor. 29 


Bisher war diese Art nur 
aus Paraná bekannt, wo sie von 
Dr. P. Dusg£N entdeckt worden 
ist. Die Fárbung der Blúten ist 
gelb-grúnlich. 


F. C. HoErHNE, n.º 1170, flor. 29 


«Nach meinen Befunden », 
sagt ScHL. «ist die in der 
Flora Brasiliensis gegebene 
Beschreibung dieser Art nicht 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fase. II 23 


certa, os segmentos anteriores ganz richtig, die vorderen Seg- 
dos pétalos e aqueles do labelo mente der Petalen und der 
são, positivamente, largos de- Lippe sind entschieden zu breit, 
mais para que possam ser des- um als linealisch bezeichnet 
critos como lineares ». | werden zu kônnen ». 


Hab. pleiophylla, HogHNE & SCHLECHTER (n. sp.) 


Terrestris, erecta, satis valida, elata, usque ad 100 cm. alta; 
caule stricto satis dense multifoliato, tereti, glabro, súpra basin 
c. “ mm. diam.; foliis erecto-patentibus vel suberectis, ligulatis, suba- 
cutis vel acuminatis, exsiccatione membranaceis, inferioribus sub 
anthesi nunc jam emarcidis, usque ad 25 cm. longis, medio us- 
que ad 2,7 cm. latis, superioribus sensim in bracteas abeuntibus; 
racemo dense multifloro, usque ad 22 cm. longo, usque ad 3-4 
em. diam; bracteis erecto-patentibus, lanceolatis, acutis seu acumi- 
natis, inferioribus flores subaequantibus, superioribus ovarium fere 
aequantibus; floribus illis H. leptoceras, Hook similibus et fere 
aequimagmnis, glabris; sepalo intermedio erecto, ovali, obtuso, sub- 
cuculato-concavo, 6 mm. longo, lateralibus reflexis, late falcato- 
oblongis, obtusis, 7,5 mm. longis; petalis erectis, quadrato-ligu- 
latis, apice truncato-obtusissimis, vix 5 mm. longis, basi margine 
anteriore in angulum brevem dentiformem obtusum dilatatis; la- 
bello decurvo, c. 1 em. longo, e basi trilobo, lobo intermedio Ji- 
neari, obtuso, lateralibus multo brevioribus falcato-linearibus, ob- 
tusiusculis, falcato-divergentibus, 3,25 mm. longis; calcare depen- 
dente, subfiliformi, obtuso, 2 em. longo; anthera resupinata, ob- 
longoidea, satis magna, canalibus adscendentibus, mediocribus; pro- 
cessibus stigmatiferis oblongoideis, porrecto-decurvis, quam canales 
fere dimidio brevioribus; ovario pedicellato fusiformi-clavato, gla- 
bro, 1,8 em. longo, 


S. Paulo: Alto da Serra, in campis siccis. F.C. HOEHNE, n.º 
SOMA silor.a 14 Mart: : 1919 Tab IV. 


Sobre a afinidade desta es- Ueber die Verwandtschaft 
pécie não conseguimos ter bas- dieser Art sind wir uns nicht 
tante certeza. Pelo porte ela recht klar geworden. Habituell 
tem muita semelhança com a | besitzt sie eine unverkennbare 
H. leptoceras, Hook, enquanto | Aehnlichkeit mit H. leptoceras, 
à forma dos pétalos fazem de Hook, wáhrend die Form der 
pronto pensar na H. odontopeta- Petalen entschieden an H. odon- 
la, LDL. em cuja imediação pro- topetala, LDL. erinnert, in deren 
curamos colocá-la, a-pesar do Náhe die Art zu verweisen sei, 
desenvolvimento distinto dos lo- trotz der deutlich ausgebildeten 
bos laterais do labelo. Seitenlappen des Labellums. 


Hab. minarum, HOEHNE & SCHLECHTER (n. Sp.) 


Terrestris, erecta, 23-40 cm. alta; caule stricto vel substri- 
cto, foliato, tereti, glabro, infra medium 2,5-4,5 mm. diam.; 
foliis erecto-patentibus, angustius lanceolatis, acuminatis, usque ad 


24 Contri. ao conhecim. das Orquidáceas do Brasil 


9 em. longis, infra medium usque ad 1,5 cm. latis; superioribus 
mox in bracteas decrescentibus; racemo erecto, sublaxe 6-20-floro, 
usque ad 12 em. longo, 2,7 mm. diam.; bracteis erecto-patentibus, 
lanceolatis, acuminatis, inferioribus nunc flores subaequantibus, su- 
perioribus mox brevioribus; floribus in sectione mediocribus, fide 
collectoris viridiflavis, subglabris; sepalo intermedio erecto, ovato, 
minute apiculato, margine apicem versus subdenticulato, concavo, 
6,5 mm. longo, lateralibus deflexis, oblique oblongis, 8 mm. longis; 
petalis erectis, bipartitis, partitione posteriore anguste et oblique ligu- 
lata, obtusiuscula, sepalo intermedio subaequilonga, anteriore filiformi, 
quam postica sublongiora; labello usque supra basin tripartito, par- 
titione intermedia limeari, obtusa, 7.5 mm. longa, lateralibus fili- 
formibus, 8,5 mm. longis; calcare dependente levissime incuívulo, 
graciliter cylindraceo, 9 mm. longo; anthera humili, erecta; cana- 
lbus adscendentibus, brevibus; processibus stigmatiferis porrectis, 
oblongoideis, quam canales duplo brevioribus; ovario breviter pe- 
dicellato, fusiformi-cylindraceo, glabro, 1,4 em. longo. 


Minas-Gerais: Pedra Branca, Caldas. F. C. HOEHNE, n.º 
2989, Tor: 29 Jan, SOL Tab nei mes 


E' a presente espécie um | In der vorliegenden Art 
dos poucos representantes bra- haben wir eine der wenigen 
sileiros da secção Clypeatae. brasilianischen Arten der Sek- 
Pelas folhas relativamente es- tion Clypeatae vor uns. Durch 
treitas e forma dos segmentos die ziemlich schmalen Blátter 
florais a espécie é bastante und die Form der Bliútenseg- 
"bem caracterizada. A côr das mente ist die Species recht 
flores é verde-amarelada. gut gekennzeichnet. Die Far- 

| bung der Blúten ist grúnlich- 
gelb. 


Hab. leucosantha, BARB. RODR. 


Minas-Gerais: Poços de Caldas, in campis humidis satis 
rara. F. C, HoEHNE, n.º 2826, flor. 3 Jan. 1919. 


Uma das mais belas espé- | Eine der schônsten Arten 
cies do género no Brasil. Como | der Gattung in Brasilien. Wie 


meiramente colhida por SELLOW. sie zuerst von SELLOW gesam- 
Infelizmente não é possível melt worden. Leider ist es aber 
determinar a localidade com nicht móglich, den Fundort ná- 
maior segurança. As flores são her zu bestimmen. Die Blúten 


se pode verificar, ela foi pri- sich jetzt herausgestellt hat, ist 
níveas. | sind schneeweiss. 


Hab. petaloides, Lpr. 


Minas-Gerais: Belo-Horizonte. AUGUSTO GEHRT, n.º 3320 
in Herb. Horto Oswaldo Cruz, flor. 12 Apr. 1919. 


Esta espécie, bem caracte- |: Diese durch die Form der 
rizada pela forma dos seus pé- Petalen sehr charakteristische 
talos, parece ter, especialmen- Art scheint besonders in Minas- 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fase. Il 25 


te em Minas-Gerais, uma gran- 
de dispersão, mas nunca em 
grupos, antes sempre em exem- 
plares esparsos. O elmo formado 
pelo conjunto dos largos pétalos 
e sépalo mediano lembra pela 
sua forma de algumas espécies 
de Pterygodium, a flor, claro- 
amarelada, assemelha-se imen- 
samente as de algumas espé- 
cies dêste género de Orquidá- 
ceas da África do Sul. 

A planta descrita por RE1I- 
CHENBACH FIL. Como var. parvi- 
flora, do Panamá, é certa e es- 
pecificamente diversa e rece- 
berá aqui a designação de H. 
Warszewiczir, SCHL., em justa 
homenagem ao seu descobri- 
dor, pelo muito que contribuiu 
para o conhecimento das Or- 
quidáceas da América do Sul. 


Geraes eine weitere Verbreitung 
zu haben, aber nie gesellig, 
sondern nur in vereinzelten 
Exemplaren aufzutreten. Der 
Helm, welcher durch die breiten 
Petalen und das mittlere Sepa- 
lum gebildet wird, erinnert in 
seiner Form an emige Pterygo- 
dium-Arten, ja die ganze hell- 
gelbliche Bliúte hat em ganz 
aàhnliches Aussehen wie die ei- 
niger Species der súdafrikani- 
schen Orchideengattung. 

Die von REICHENBACH FIL. 
als var. parviflora beschriebene 
Pflanze aus Panamá ist sicher 
artlich verschieden und sei des- 
halb hier mit dem Namen H. 
Warszewiczii, SCHL. bezeichnet, 
zu Ehren ihres um die Orchi- 
deenkunde von Suúd-Amerika 
hochverdienten Entdeckers. 


Elleanthus, Pogpr. ET ENDL. 


Ell. brasiliensis, REICHB. FIL. 


S.Paulo : Estação Biológica, ad Alto da Serra. F. C, HOEHNE, 


res 200 “ilor: O Feb; 199 


A côr das flores é rósea, 
sendo os extremos dos sépalos 
mais carregados de vermelho. 
Pelo porte e igualmente pela 
forma, sempre um tanto capiti- 
forme, das inflorescências, esta 
espécie faz lembrar de Ell. ca- 
pitatus, REICHB. FIL. Nos diver- 
sos Hervários outras espécies 
estarão talvez subordinadas a 
esta última. 


Ell. caravata, REICHB. FIL. 


Die Bliútenfarbe ist rosen- 
rot mit dunkleren Sepalen. Ha- 
bituell und auch durch die kurze 
kopffôórmige Infloreszenz erin- 
nert die Species stark an E. ca- 
pitatus, REICHB. FIL. Unter letz- 
terer Art dirften sich úbrigens 
wahrscheinlich in den verschie- 
denen Herbarien mehrere Arten 
befinden. 


S. Paulo : Estação Biológica, ad Alto da Serra. F. C. HoEHNE, 


evo Elor. O Bebiioo: 


Distingue-se da precedente 
pelo porte menos elevado e côr 
amarela das suas flores. Apare- 
ce porêm em idénticas condi- 
ções e logares. 


| 
| 


Unterscheidet sich von vor- 
heriger durch den niederen 
Wuchs und die gelben Bliúten, 
erscheint aber unter gleichen 
Bedingungen und gleichen Stel- 
len. 


26 Contri. ao conhecim. das Orquidáceas do Brasi] 


Craniches, Sw. 


Cr. candida. (RODR.) Cocn. 


DS. PG UNO 
Maj. 1919. 


As flores são alvas e teem 
o labelo salpicado de verde. Na- 
turalmente esta espécie se acha 
mais dispersada no Brasil e é 
mais comum do que geralmente 
se supunha. (Conforme já foi 
afirmado anteriormente (*) cabe 
aqui tambêm a espécie deter- 
mimada por KRAENZLIN, como 
Cr. micrantha, do Paraná, e crê- 
se que Cr. parvifolia, PoRscH. 
não seja especificamente dife- 
rente desta. 


Butantan. F. C. HoEHNE, n.º 3343, flor. 20 


Die Bliúten sind weiss mit 
grunbespritzter Lippe. Die Art 
ist offenbar in Brasilien weiter 
verbreitet und hâufiger als 
meist angenommen wurde. Wie 
schon frúher (*) ausgefúhrt 
wurde, gehórt die von KRAENZ- 
LIN als Cr. micrantha bestimm- 
te Pflanze aus Paraná hierher; 
und es ist auch ziemlich sicher, 
dass auch Cr. parvifolia, PORSCH. 
artlich nicht zu trennen ist. 


Brachystele, Scur. 


Br. Ulaei, (CGN.) ScHLECHT. 


Ss Puto: 
1074, flor. 14 Dec. 1917. 


Esta planta foi primeira- 
mente descoberta por E. Ule, 
em St. Catarina, e descrita como 
Spiranthes por Cogniaux. Sendo, 
porêm, elaborada a nova divi- 
são das Spiranthinae (**) viu-se 
o autor obrigado a subordiná-la 
ao novo género Brachystele. As 
flores são verde-claras. 

Por não ser bem conhecida 
esta interessante espécie demos 
dela uma ilustração nos « Ar- 
chivos do Museu Nacional » vol. 
RRII, pag. 72º (1919). 


Butantan in solo humido. F. C. HozHNE, n.º 


Die Pflanze wurde ur- 
sprúnglich von E. Ule, in St. Ca- 
tharina entdeckt und von Co- 
gniaux als Spiranthes beschrie- 
ben. Als die neue Einteilung 
der Spiranthinae ausgearbeitet 
wurde, (**) sah sich Autor 
gezwungen, sie in die damals 
neu begrindete Gattung Bra- 
chystele zu verweisen. 

Die Bliúten sind weiss-grún 
gefárbt. 

Da diese Art noch sehr 
wenig bekannt zu sein scbeint, 
veróffentlichte Hoehne ein Bild 
davon in « Archivos do Museu 
Nacional» von Rio de Janeiro, 
vol. XXII, (1919, pag. 72). 


(*) cf. Fedde: Rep. Sp. Nov. vol. XVI (1920) pag. 220. 
(**) ct. Beih. Bot. Centralbl. vol. XXXVII, (1920) Abt. II, pag. 317-454. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I - fasc. II 217 


Sarcoglottis, PrEsL. 


Sarc. butantanensis, (HogHNE) HoEgHNE & SCHLECHTER (nom. comb). 


(Syn: Spiranthes butantanensis, HOEHNE in «Revista do Mus. 
Paulista» vol. X pag. 8, tab. I, II. 


S. Paulo: Butantan, in paludosis et locis hbumidis. F. C. 
ELoBENE; n.º 595, flor; 29 Sept. 1917. 


A respécie evalim des. Die Art gehôrt in die Ver- 
neuropetala, (WARM. ET REI- wandtschaft der S. newropetala, 
muita semelhança tem quanto (WARM. et REICHB.), SCHL., mit 
CHB). SCHL, com a qual tambêm der sie auch habituell grosse 
ao porte, distinguindo-se porêm Aehnlichkeit hat, von der sie 
especificamente pela forma do aber durch die Lippe artlich 
labelo. As flores são alvas e gut getrennt ist. Ibre Bliúten 
teem os pétalos e sépalos venu- sind weiss mit grinen Venen 
lados de verde. auf den Sepalen und Petalen. 


Lyroglossa, Scwrr. 
Lyr. Griesebachii, (CGn.) ScHrr. (nom. comb.). 


(Syn.: Spiranthes Griesebachii, CGN. in Fl. Br. de Mart. vol. 
IL IV, (1895) pag. 207). 


Spiranthes euglossa, KRAENZLIN, in Ark. fôr Botanik, vol. 14 
MOLSy n.º; 10; pag. 5: 


Spiranthes spirata, HOEHNE, in Arch. do Museu Nacional Rio 
de Janeiro, vol. XXII (1919) pag. 71. cum tabula. 


Lyroglossa pubescens, SCHLECHT. in Beih. Bot. Centralbl. vol. 
XXXVII (1920) II, pag. 449. 


S. Paulo: Butantan, in campis paludosis necnon siceis, BS GC; 
HoEHNE, n.º 1041, flor. 10, Dec. 1917. 


A mesma espécie foi en- | Die gleiche Art wurde auch 
viada (ao DR. ScHL.) pelo Sr. in der Umgebung von S. Paulo 
Usteri de S. Paulo. A opi- von Usteri gesammelt und an 
nião dêste especialista é que Dr. ScHL. gesandt, welcher 
esta espécie seja idéntica a Sp. der Ansicht ist, dass ihre 
pubescens, RODR. julgada talvez Identitát mit Spir. pubescens, 
insustentável; daí a escolha do Rpr. doch vielleicht nicht auf- 
nome mais próximo, a-pesar recht zu erhalten sei, und des- 
dêste ter sido dado na errónea halb den náchsten Namen ge- 


28 Contri. 


suposição de que a planta bra- 
sileira fôsse idéntica a Sp. bi- 
color, GRIESEB. das Índias oci- 
dentais. 

A duvidosa Sp. pubescens, 
Ropr. procede da ilha do Go- 
vernador, do Rio de Janeiro, 
onde deve florescer no mês de 
Agosto. Para a remoção da dú- 
vida que paira ainda sôbre esta 
espécie, seria desejável que se a 
procurasse ali. 


ao conhecim. 


das Orquidáceas do Brasil 


wahlt hat, obgleich er in der 
irrigen Ansicht gegeben wor- 
den ist, dass die brasilianische 
Pflanze mit der westindischen 
Spir. bicolor, GRIESEB, identisch 
sei. 

Die zweifelhafte Spir. pu- 
bescens, RDR. ist von der Ilha do 
Governador, bei Rio de Janeiro, 
beschrieben, wo sie im August 
blihen soll Es wáãre sehr 
wiúnschenswert, nach der Pflan- 
ze dort zu suchen, damit sie 
aufeeklárt werden kônne. 


Prescottia, Lp. 


Presc. micrantha, LDL. 


9 o sQuiuAd Ou 
et apertis. F. €. 


As espécies do género Pres- 
cottia, do Brasil, não são absolu- 
tamente bem conhecidas até 
agora. Provávelmente existem 
muito mais espécies aqui do 
que geralmente se julga. Não é 
entretanto fácil distinguir-se as 
várias espécies entre si, pois 
muitos dos seus caracteres não 
são bastante conhecidos. La- 
belo com papilas pelo lado in- 
terior é encontrado não só na 
Pr. pubescens, RDR., mas em vá- 
rias outras espécies. Como estas 
papilas passam muitas vezes 
despercebidas, o carácter não 
foi sempre bem aproveitado. A 
forma do labelo e principal- 
mente o desenvolvimento dos 
dois minúsculos aurículos em 
sua base, são, ao contrário, 
bons caracteres, aos quais não 
se tem dado a devida atenção 
até aqui. Para algumas espécies 
é igualmente bastante caracte- 
rística a forma da coluna. 


Butantan, im sphagnetis necnon in campis siceis 
HoEHNE, n.º 434, flor. 


5. Sepp. LOTE 
Die Arten «der. Galiuas 
Prescottia von Brasilien simd 


bisher noch keineswegs geniú- 
cend bekannt. Wahrscheinhbch 
cibt es erheblich mehr Arten, 
als bis Jetzt bekannt geworden 
sind. Es ist aber keineswegs 
leicht, sie richtig zu Ri 
den, da viele ihrer Merkimale 
verkannt worden sind. Innen 
mit Papillen besetzte Lippen 
treten nicht nur bei Pr. qpu- 
bescens, RDR. sondern verschie- 
dentlich auf. Da diese Papil- 
len leicht zu úbersehen sind, 
ist das Merkmal nicht richtig 
bewertet worden. Die Form der 
Lippe und besonders die Aus- 
bildung der beiden basalen Ohr- 
chen dagegen sind gute Merk- 
male, denen bisher nicht ge- 
núgend Aufmerksamkeit ge- 
schenkt worden ist. Fir einige 
Arten ist die Sâule auch recht 
charakteristisch. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. 1 - fasc, 29 


Liparis, L. €. Ricx. 


Lip. elata,, LDL. 


Minas-Gerais: 


Caldas, F. C. HogHNE, n.º 2905, flor. 22 


Jan. 1919 et S. Paulo: Butantan, im silvis umbrosis, F. C. HOEHNE, 
Rib ilor. Feb; J9HS et: n.º, 1515, Mor) 234 Feb: 1918. 


Não parece justo separar-se 
desta comuníssima e dispersada 
espécie uma variedade latifolia. 
O diâmetro ou largura das fo- 
lhas é muito variável e depende 
quási exclusivamente da idade, 
desenvolvimento e habitat da 
planta. Não é por isto um cará- 
cter que se preste para distin- 
guir variedades. O mesmo fe- 
nómeno pode ser também ob- 
servado em outras espécies do 


Es scheint nicht angebracht, 
von dieser hâáufigen und weit- 
verbreiteten Pílanze eine Va- 
rietát latifolia abzutrennen. Die 
Grôósse und Breite der Blátter 
ist sehr variabel und hângt nur 
von dem Alter, Entwickelung 
und Habitat der Pflanze ab. Das 
Merkmal ist also nicht geeig- 
net, um es zur Abspaltung von 
Varietáten zu verwenden. Die 
gleiche Erscheinung kann man 


género no Velho Mundo. auch bei vielen altweltlichen 
- Arten dieser Gruppe beobach- 
[ESRECT: 


Stelis, Sw. 
“St. pauloensis, HOEHNE & SCHLECHT (n. sp.). 


Epiphytica, erecta, gracilis, c. 13 cm. alta; rhizomate valde 
abbreviato; radicibus filiformibus, elongatis, tenuibus, simpliscibus; 
caulibus teretibus, vaginis 2 arcte amplectentibus primum omnimo 
obtectis, 1,4-2,3 cm. longis; vix 1,25 mm. crassitudinis; folio 
erecto, oblanceolato-ligulato, obtuso, basin versus sensim in pe- 
tiolum brevem angustato, coriaceo, glabro, petiolo incluso 4-4,7 
em. longo, supra medium 5-6,5 mm. lato; inflorescencia singula, 
erecta, pergracili;, folium fere duplo excedente, pedunculo tenm, 
vaginis 2-3 dissitis, arctissimo amplectentibus donato, folium fere 
aequante, racemo ipso, laxius 8-12-floro, secundo, usque ad 6,5 
em. longo; bracteis cuculato-amplectentibus, apiculatis, ovarium 
fere aequantibus; floribus in genere mediocribus, ut videtur atro- 
purpureis, extus nigro-furfuraceo-puntatis, intus glaberrimis, c. 6 
mm. diam.; sepalis ovatis, obtusis, 3-nerviis, lateralibus obliquis, 
intermedio vix brevioribus; petalis oblique et transverse ovalibus, 
apice truncato-obtusissimo incrassatis vix verruculosis, quam sepala 
fere 4-5-plo minoribus; labello petalis fere aequimagno, carnosulo, 
circuito perlate rhombeo-quadrato, obtusissimo, basi subretuso- trun- 
cato, medio incrassatione vel carina semilunari transversa ornata, 


30 Contri. ao conhecim, das Orquidáceas do Brasil 


basi superne concavulo; columna mediocri, clinandrii lobis late- 
ralibus brevidus, truncatis, intermedio triangulo-obtuso, laterales 
manifeste superante; ovario cum pedicello cylindraceo, glabro, ce. 
3 mm. longo. 


S. Paulo: Alto da Serra, in silvis umbrosis ad arborum 
truncos F. C. HoEHNE, n.º 1120, flor. 19 Dec. 1917. Tab. V, fig. II. 


Espécie mui próxima de St. Eine Art aus der Verwandt- 
tristyla, LDL. de que se distin- schaft der St. tristyla, LDL, 
gue especificamente bem pela von der sie durch die Form 
forma do labelo transversal- der Lippe mit der halbmondfór- 
mente semiluniforme caloso e migen Querleiste und die Sáule 
pela coluna. artlich gut unterschieden ist. 


St. inaequisepala, HOEHNE & SCHLECHTER (n. sp.). 


Epiphytica, erecta, 22-25 cem. alta; rhizomate valde abbreviato; 
caulibus teretibus, vaginis 2-3 arete amplectentibus primum om- 
nino obtectes, 8-9 cm. longis, 2 mm. diam.; folio erecto vel suberé- 
cto, oblongo-ligulato, obtuso, basi sensim in petiolum circiter 2 em. 
longum angustato, coriaceo, glabro, petiolo incluso 12-13,5 cm. 
longo, medio fere 3-3,5 em. lato; inflorescentiis singulis vel binis, ere- 
ctis, folium paulo superantibus, pedunculo mediocre incluso usque ad 
- 16 cm. longis, racemo ipso sublaxe multifloro, secundo, usque ad 
10 cem. longo; bracteis cuculato-amplectentibus, apiculatis, ovario 
pedicellato fere duplo brevioribus; floribus in genere vix inter 
mediocres, c. 5 mm. adtis, purpureo-viridibus; sepalis valde inae- 
qualibus, intermedio late ovato, obtuso, 5-nervio, 3 mm. longo, 
lateralibus falcato-ovatis, obtusis, usque ad medium connatis, 2 
mm. longis, sparsim punctatis, 3-nerviis; petalis oblique semior- 
bicularibus, apice obtusissimo incrassato margine tenuissime pu- 
bescentibus, quam sepala multo minoribus; labello carnosulo, pe- 
talis fere aequimagno, e basi lata cuneata, reniformi dilatato, valde 
obtuso, superne concavulo, medio callo obreniforme triangulo sa- 
tis magno ornato; columna brevi, e basi angustiore valde dilatata, 
clinandrii lobis lateralibus falcato-divergentibus, intermedio late 
triangulo obtuse apiculato, laterales paulo excedente; ovario pedi- 
cellato glabro, vix 3 mm. longo. 


S. Paulo: Alto da Serra, in silvis umbrosis ad arborum 
truncos.' F. C. HozHaNE, n.º 3298, flor. 14 Apr. 1919: Tab: Y 
fig. E 


Esta espécie bem caracteri- Diese durch die sehr un- 
zada pela desigualdade dos seus eleichen Sepalen ausgezeichne- 
sépalos deverá ser colocada nas te Art, gehórt im die Ver: 
imediações da St. gigas, RDR. wandtschaft der St. gigas, RDR. 
de que se distingue pelo ca- von welcher sie sich ausser dem 
rácter supra e forma do labelo. genannten Charakter gut durch 

die Form der Lippe unter- 
| scheidet. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. II 31 


Pleurothallis, n. pr. 


Pl. hygrophila, Ropr. 


S. Paulo : Butantan supra arbores campestres. F. O. HogHNE, 


mreniiGo flor: 1 Jum. 197. 


O material em mão é bas- 
tante mais robusto do que sói 
acontecer na espécie. Os caules 
secundários teem até 12 em. de 
comp. e tôda a planta, incluindo 
as folhas, até 19 cm. de altura. 
Nos detalhes florais combina, 
entretanto, bem com os da for- 
ma mais comum. Também de 
entre o material vivo levado 
pelo Dr. P. DusEgN, do Paraná, 
ao Jardim Botânico de Dahlem, 
a espécie chegou a florir em 
1919. A coloração das flores é 
amarelada. 


Pl. sonderiana, REICHB. FIL, 


Dr Palo: 


Das vorliegende Material 
zeichnet sich durch bedeutend 
kráftigere Exemplare aus. Die 
Stâmmchen sind hier bis 12 em 
lang und die ganze Pflanze mit 
den Bláttern bis 19 em. hoch. 
Im den Bliúten stimmt es sonst 
mit dem der gewôóhnlichen 
Form gut úbereim. Auch unter 
den lebenden Pflanzen, welche 
Herr Dr. P. DUSEN fir den Dah- 
lemschen Botanischen Garten 
aus Paraná gesammelt hat, ge- 
langte die Art in Jahre 1919 
zur Bliúte. Die Bliútenfárbung 
ist gelblich. 


Butantan, supra arbores campestres valde fre. 


quens. F. O. HogHNE, n.º 164 flor. 1 Jun. 191%: 


Esta espécie tambêm já fóô- 
ra colhida, repetidas vezes, pelo 
Dr. UsTERI, nos arredores de 8. 
Paulo. Os exemplares presen- 
tes já se acham em frutificação, 
nenhuma duvida resta entretan- 
to quanto à sua identidade com 
a espécie. 


Pl. pterophora, Cc. 


OM PE Guto 
tor Decs 197. 


Uma espécie bem caracte- 
rizada, que tambêm pelo Dr. 
EDWALL ja havia sido recolhida 
nos arredores de S. Paulo. Se- 
gundo a classificação de Co- 
gniaux pertence ela ao grupo 
Lepanthopsis, que se compõe po- 


Alto da Serra. 


Diese Art wurde auch 
schon von DR. UsTERI bei S. 
Paulo gesammelt. Die vorhe- 
genden Exemplare befinden sich 
schon in Fruktifikation, doch 
ist kein Zweifel úber ihre Zu- 
gehorigkeit zu der Art môg- 
lich. 


EF. C. HogHNE, n.º 1122, flor. 


Eine sehr charakteristische 
Art, welche auch schon von 
Dr. EDWALL bei S. Paulo gesam- 
melt war. Sie gehôrt nach Cog- 
niaus's Einteilung der Gattung 
wohl zur Gruppe Lepanthopsis, 
die aber aus ziemlich hetero- 


32 Contri. ao conhecim. das Orquidáceas do Brasil 


rêm de elementos bastante hete- gsenen Elementen besteht und 
rogéneos e que terá de ser sub- bei einer monographischen Be- 
dividido quando se fizer uma arbeitung der Gattung wohl 
vez o estudo monográfico do aufgelóst werden wird. Die Ein- 
género. A distribuição das es- teilung der brasilianischen. Ar- 
pécies dêste género, tal como ten des Genus, wie sie Cogniaux 
foi feita por Cogniaux, na Flo- in der «Flora Brasiliensis » ge- 
ra Brasiliensis, ficou prejudica- geben hat, leidet úberhaupt dar- 
da, principalmente, por separar, unter, dass oft nah verwandte 
às vezes demais, espécies natu- Species weit von einander ge- 
ralmente afins. Ela é demais trennt sind. Sie ist zu kiúnstlich, 
artificial enella não se deu a de- da in ibr die verwandtschaftli- 
vida importância à afinidade cheu Beziehungen der Arten zu- 
natural das várias espécies. einander nicht geniúgend be- 


| rúcksichtigt worden sind. 


Pl. albipetala, HOEHNE & SCHLECHTER (n. Sp.) 
(Syn.: Pl. lilacina, RDR. var. albipetala, RDR.). 


Epiphytica, humilis, m ramis arborum repens, 6-8,5 em. alta; 
rhizomate flexuoso, repente; radicibus filiformibus, flexuosis, gla- 
bris; caulibus teretiusculis, erectis vel suberectis, 2-2,5 cm. longis, 
vagina arcte amplectente primum plus minusve obtectis, c. 2,5 
mm. diam.; folio erecto vel suberecto, oblongo, obtuso, sessih, 
carnoso-coriaceo, 4-4,8 cm. longo, medio fere 1,4-2 cm. lato; raA- 
cemis singulis, suberectis vel patentibus, brevipedunculatis, usque ad 
35 em. Jongis, pedunculo basi spatba aequilonga oblonga obtusa 
ciccumdata, ad 9 mm. longo, racemo ipso subdisticho, usque ad 
S-floro; bracteis cuculato-amplectentibus, apiculatis, ovario pedi- 
cellato fere duplo brevioribus, siceis brunescentibus; floribus im 
sectione mediocribus, rubidis, petalis albis extus minute papillo- 
pubescentibus; sepalo intermedio anguste oblongo, obtuso, 10 mm. 
longo, lateralibus primum vusque ad apicem in laminam ovalem 
concavum, 8 mm. longum, cohaerentibus demum liberis, petalis 
oblique oblongis, obtusis, glabris, uninerviis, 3,25 mm. longis; la- 
bello carnosulo, circuitu late oblongo, supra medium constricto, 
tertia parte apicali sursum in laminam late ovalem, obtusam parte 
basali aequilata dilatado, carinis 2 parallelis submarginalis donato, 
elabro, toto 3 mm. longo; columna semitereti, apicem versus di- 
latata, petalis aequilonga, clinandrio lato margine crenulato-den- 
ticulato, pede mediocri adscendente; ovario pedicellato minute pa- 
pilloso-puberulo, cylindraceo, pedicello incluso e. 4 mm. longo. 


S. Paulo : Butantan, supra arbores repens. F. C. HOEHNE, n.º 
3118; Tor. 19 Mart: 19190 Tab Vi tea 


Esta planta havia sido, por Die Pflanze war von BAR- 
BaRBOSA RODRIGUES, considera- BOSA RODRIGUES als Varietát sei- 
da variedade da sua espécie P. | ner P. lilacina, RoDR. angesehen 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. 1 - fase. II 33 


lilacina, RODR. ficando, porêm, 
melhor, separada como espécie 
distinta, pois se caracteriza bem 
pelo caule secundário mais lon- 
go, folhas mais estreitas, côr 
das flores e forma do labelo. 


worden, ist aber besser spe- 
zifisch zu trennen, da sie 
sich durch lângere Stâmmchen, 
schmálere Blátter, die Fárbung 
der Blúten und die Form der Lip- 
pe gut unterscheidet. 


Barbosella, ScmLecHrT. 


Barb. crassifolia, (Edwall) SCHLECHTER 


S. Paulo : Butantan. F. C. HogHNE, n.º 495, flor. 6 Sept. 1917. 


Conforme ja foi comunica- 
do anteriormente (*), esta in- 
teressante espécie, talvez uma 
das menores do género em seus 
orgãos vegetativos, aparece em 
grupos rasteiros tapetiformes 
sôbre os ramos das árvores cam- 
pestres. Provávelmente muitas 
espécies existem ainda dêste 
género que foram erradamente 
subordinadas ao género Restre- 
pia. 


Wie schon bereits mitge- 
teilt wurde (*), tritt diese in- 
teressante Art, die wohl die 
kleinste der Gattung ist, in ihren 
vegetativen Teilen, m dichtem 
Rasen auf. Es gibt sicher noch 
eine ganze Anzahl von Arten 
dieser Gattung, welche frúher 
irrtúmlich als zu Restrepia ge- 
hórend angesehen wurden. 


Octomeria, R. Br. 


Oct. grandiflora, LL. 


SEP nto: 
n.º 3345, flor. 22 Maj. 1919. 


Os presentes exemplares 
distinguem-se dos da forma 
mais comum pelas folhas sen- 
sivelmente mais estreitas. Na 
maioria dos espécimes elas mal 
têem 1 cm. de largura. 


m Horto Musei Paulistani culta. F. C. HozgHNE, 


Vorliegende Exemplare 
zeichuen sich gegenúber den 
cewôhnlichen durch auffallend 
schmale Blátter aus. Diese sind 
hier an den meisten Specimen 
kaum 1 em." breit. 


Tetragamestus, RercH. F. 


Tetr. modestus, REICHB. FIL. 


Rio de Janmevro, S:Pawlo:: 


GrDecr" LST. 


F. €. HozanE, n.º 1017, flor. 


(*) F.C. Hognse, « Orch. novas e menos conhecidas dos arr. de S. Paulo» in «Rev. Mus. Paul.» 


vol. X (1918) 


34 Contri. ao conhecim. das Orquidáceas do Brasil 


Um mau exemplar, já no 
termo da ântese, que nos foi 
enviado para identificação, pe- 
lo Cap. A. A. B. Magalhães, 
do Rio de Janeiro. 


| 


| 


Ein spárliches Exemplar, 
welches bereits im Verbliúhen 
begriffen ist, und uns durch 
Cap. A. A. B. Magalhães zur 
Bestinmung gesandt wurde. 


Lanium, Linpr. 


L. avicola, LDL. 


Bio de Janeiro: 


ad Pedra Bonita. In S. Paulo culta. F. 


C. HorgHNE, n.º 115, for 4 Tan Moo: 


Os exemplares ha quatro 
anos em cultura, têem os pseu- 
do-bulbos bastante juntos e fo- 
*lhas curtas, relativamente lar- 
gas, inflorescências paniculadas 
e abundantes. 


Die Exemplare, schon 4 
Jahre in Kultur, sind ziemlieh 
gedrungen und haben auch kiir- 
gere und breitere Blátter und 
verzweigte reiche Bliútenstân- 
de. 


Epidendrum, L. 


Ep. variegatum, Hook. vAR.? 


Minas-Gerais: Bello-Horizonte, AUGUSTO GEHRT, n.º 3133 
in Herb. Horto Oswaldo Cruz, Butantan, flor. 16 Mart. 1919. 


Com alguma reserva deter- 
minámos esta planta como va- 
riedade de E. variegatum, Hook, 
da qual se distingue pelo porte 
mais robusto e flores maiores. 
E' provável que em breve se 
obtenha material mais abun- 
dante e melhor com que pos- 
samos resolver definitivamen- 
te esta questão. 


Ep. fragrans, Sw. 
S.Paulo : Ararapira, F.C 


A forma mais comum da 
espécie, tal como aparece mais 
frequentemente no Brasil me- 
ridional, até ao Rio Grande do 
Sul. 


Die Pflanze wird mit ei- 
nigen Vorbehalten als Varietát 
von E. variegatum, Hook, von 
dem sie durch kráãitigeren 
Wuchs und grôssere Bliúten un- 
terschieden ist, bezeichnet. Hof- 
fentlich wird náchstens besseres 
und hâufigeres Material davon 
erhalten werden und es uns 
dann móglich sein, die Frage zu 
kláren. 


. HoEHNE, n.º 1874, flor. 27 Ap. 1918. 


Die gewôhnliche Form der 
Art, wie sie im Siúden Brasi- 
lens bis Rio Grande do Sul 
auftritt. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I - fasc. II 35 
Ep. minarum, HogHNE & SCHLECHT. (n. sp.). 


Epiphyticum, erectum, 30-45 em. altum; rhizomate valde abbre- 
viato; radicibus, crassiusculis, flexuosis, saepius ramosis, glabris; 
caulibus erectis, simplicibus, strictis, teretibus, bene foliatis, vagi- 
nis foliarum striato-nervosis, arcte amplectentibus ominino obte- 
ctis, teretibus, c. 4 mm. diam.; foliis erecto-patentibus, ligulatis, obtu- 
sis, coriaceis, 6-7,5 cm. longis, medio fere 1,1-1,3 cm. latis; in- 
Horescentia terminali, subsessii, abbreviata, 4-6-flora, rhachi 1,3- 
1,7 cm. longa; bracteis linearibus, acutis, ovario pedicellato fere 
triplo brevioribus, erecto-patentibus; floribus erecto-patentibus, gla- 
bris, viridifloris, in genere mediocribus; sepalis anguste oblongis, 
obtusiuscule acutatis, extus nervis 3 incrassatis notatis, carnosulis, 
erecto-patentibus, 1,2 cm. longis, lateralibus obliquis; petalis obli- 
que lanceolato-ligulatis, subacutis, basin versus sensim paulo angus- 
tatis, quam sepala paulo brevioribus; labelli ungue lineari, margini- 
bus columnae omnino adnato, 4 mm. longo, lamina late triangulo- 
ovata, concava, obtuse apiculata, lateribus leviter sinuata, basi 
subcordato-retusa, superne basi breviter bicallosa et lineis 3 par 
rallelis incrassatis ornata, 8 mm. longa, supra basin 1 em. lata; 
columna suberecta, apicem versus sensim paulo dilatada, 5 mm. 
longa, clinandrio truncato latere utrinque obtusangulo; ovario pe- 
dicellato gracili, glabro, ce. 1,6 em. longa, 


Minas-Gerais: Im rupibus ad Pedra Branca, Caldas, F. €. 
EroREiNES 0028767 flor. 280 Jam: 1919 Tabs VEL fist: 


Uma espécie bem caracte- | Eine recht charakteristi- 
rizada que ficará bem colocada | sche Art, welche am besten 
ao lado de &. geniculatum, RDR. | neben E. geniculatum, RDK. und 
e E. hololeucum, RDR. No porte | E. hololeucum, RDR. unterge- 
ela lembra as citadas espécies, | bracht wird. In der Tracht erin- 
distinguindo-se, porêm, pelos | mnert sie an diese beiden Arten, 
detalhes florais. | doch ist sie durch die Bliten 


specifisch gut unterschieden. 
Ep. paulense, CGn. 


S. Paulo: Butantan, epiphyticum supra arbores campestres. 
EO EonENH nie 63 flor. 4 Jun, 1917. 


Esta espécie que parece ser | Diese, wie es scheint, fiúr 
endémica em S. Paulo, era até | den Staat S. Paulo endemische 
aqui conhecida da Serra da | Art, ist bisher nur von der 
Cantareira e de S. João da Boa | Serra da Cantareira und von Ss. 
Vista. Pelo Sr. CognIAUX esta | João da Bôa Vista bekannt ge- 
espécie foi colocada ao lado de | wesen. Von CoGNIAUX ist die 
E. nutans, Sw. não sendo, po- | Art neben E. nutans, Sw. 
rêm, crível que seja afim desta. | untergebracht worden, doth 


scheint es nicht, dass sie mit 
| dieser irgendwie náher ver- 
| wandt ist. 


36 Contri. ao conhecim. das Orquidáceas do Brasil 


Ep. ellipticum, GRrAH. 


S. Paulo: im campis prope Butantan. F. C. HogHNE, n.º 214 
flor. 13 Jun. 1917, Flores rosei. 


Conforme parece, esta es- Wie es scheint, reicht diese 
pécie não se estende muito mais Art nicht viel weiter súdlich. 
para o sul. Os espécimes vis- Die Exemplare, welche als E. 
tos por Schlechter com a deter- elipticum, Grah. bestimmt, aus 
minação de E. elipticum, GRAH,, Rio Grande do Sul gesehen 
do Estado do Rio Grande do wurden und sich durch grôs- 
Sul, que se distinguem pelas sere Bliúten auszeichnen, gehô- 
flores maiores, pertencem a E. ren zu E. Mosenii, REICHB. FIL, 
Mosenii, REICHB. FIL., de que E. von der E. planiceps, KRAENZ- . 
planiceps, KRAENZ. não diverge LIN, spezifisch nicht verschie- 
especificamente. den ist. (SCHLECHT.). 


Ep. ramosum, JACQ. 


S. Paulo: Alto da Serra, F. C. HogHNE, n.º 1593, flor, 4 
Mart. 1918. 


Uma das espécies mais dis- Eine der am weitesten ver- 
persadas do género, estenden- breiteten Arten der Gattung, da - 
do-se para o norte até às In- sie nórdlich bis nach Westin- 
dias ocidentais e apresentando dien auftritt. Auffallend ist, dass 
entretanto pouca propensão pa- diese Spezies sehr wenig zur 
ra a variabilidade. A planta é Variation neigt. Die Pflanze hat 
de crescimento pendente e as einen háângenden Wuchs und 
flores são alvacentas. | weissliche Blúten. 


Cattleya, Lpr. 
Catt. Forbesii, LDL. 


S. Paulo : Iguape. F.C. HogHNE, n.º 1051, flor. 14 'Mart. 1918: 


Esta espécie dá realmente | Diese Art tritt offenbar 
preferência às regiões litorã- mit Vorliebe in der Náhe der 
neas e parece limitar-se às ma- Kiúste auf und scheint auch 
tas das Paixadas. Exsicada, sonst auf die Niederungswál- 
apresenta muita semelhança der beschbrânkt zu sein. In ge- 
com a Catt. Loddigesii, LDL. da trocknetem Zustande besitzt sie 
qual se distingue então pelo grosse Aehnlichkeit mit €. 
porte mais delgado e labelo Loddigesii, LDL. von der sie 
mais profundamente tripartido. dann durch den sechlankeren 
Em vivo as flores são amarela- Wuchs und das tiefer dreilap- 
das e têem o labelo riscado de pige Labellum leicht genug zu 
castanho. unterscheiden ist. Im lebenden 


Zustand sind die Blúten gelb- 
lich und besitzen eme innen 
braun gestrichelte Lippe. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I - fasc. II 37 


Cat. Loddigesii, LDL. 


SE Pulo: 


supra arbores in campis siccis et silvis humidis. 


F. C. HogHNE, n.º 217, flor. 6 Dec. 1919. (Veja a estampa no 


frontespicio). 


Conforme ficou dito acima, 
esta espécie caracteriza-se pelo 
porte mais robusto que o da 
Catt. Forbesii, LDL. O exemplar 
do numero supra citado tem 
um cacho de seis flores aber- 
tas. Mesmo em exemplares em 
cultura e bem cuidados raro se 
consegue obter resultado idén- 
tico e, na Europa, isto nunca 
foi visto. 


Wie schon oben angegeben 
wurde, unterscheidet sich die- 
se Art von Catt. Forbes, 
Lot. durch stárkeren Wuchs. 
Das Exemplar von angegebener 
Nummer hat eine Traube von 
sechs Blúten, selbst bei guter 
Kultur ist das selten und in 
Europa ist ein solcher Bliú- 
tenstand noch nicht beobachtet 
worden. (*) 


Sophronites, Lpr. 


Soph. coccinea, Can. 


SE Pa mo 


in silvis humidis ad Alto da Serra, F. C. HogHNE, 


ar qdo tor 2º Jun: 1918. “Tabs VIII fig, T 


As tres espécies: Soph. coc- 
cinea, CGN., 8. Rossiteriana, RDR. 
e S. Wittigiana, RDR. são bas- 
tante afins entre si, de forma 
que só com observações demo- 
radas em material vivo se po- 
derá determinar e fixar defini- 
tivamente as suas diferenças. 
E' contudo possível que tôdas 
não passem de variedades, pois 
é sabido que Soph. coceinea, CGN. 
varia bastante na forma das fo- 
lhas e tamanho das flores. 

Sophronites violacea, Ldl. 
talvez não convenha continuar 
subordinada a êste género. 


Die drei Arten: S. coces- 
nea, CGN., S. Rossiteriana, RDR. 
u. S. Wittigiana, RDR. stehen 
einander recht mnahe, sodass 
erst durch weitere Beobachtun- 
gen an lebendem Material ihre 
genaueren Unterschiede festzu- 
legen sein werden. Móglich wá- 
re immerhin, dass sie als Va- 
rietâten einer Art aufzufassen 
sind, denn es ist bekannt, dass 
S. Coccinea, CGN. in der Form 
der Blatter und Bliútengrósse 
ziemlich stark variert. 

Sophronites violacei, LDL. 
diúrfte wohl kaum bei der Gat- 
tung verbleiben kônnen. 


(*) Hier in Butantan haben wir úfters Exemplare mit 'Trauben bis zu 11 Bliiten im Gilaslaus. 


(Hoehne). 


38 Contri. ao conhecim. das Orquidáceas do Brasil 


Cyanaeorchis, Rpr. 


Cyan. Arundinae, (REICHB. FIL.) RODR. 


SE EA AO: 
GO! "ilor; 5 “Oct. 191%. 


Não é impossível que sob 
êste nome, ainda agora, depois 
de já ter sido separada C. ma- 
nor, SCHL. (por SCHLECHT.), se 
encontrem outras espécies nos 
Hervários. O labelo apresenta 
detalhes diferenciais que, se de- 
monstrados fôrem permanen- 
tes, aconselham a subdivisão da 
espécie. 


Butantan, in pratis paludosis. F. C. HoOEgHNE, n.º 


Es ist nicht fiúr unwabr- 
scheinlich zu halten, dass un- 
ter diesem Namen auch jetzt 
noch, nachdem schon €. minor, 
ScHL. (von SCHLECHT.) abge- 
trennt wurde, mehrere Arten 
sich in den Herbarien verber- 
gen. Die Analysen der Lippen 
zeigen Unterschiede, die, wenn 
sie sich als konstant erweisen, 
es doch fim geraten erscheinen 
lassen, die Art weiter aufzu- 
teilen. 


Galeandra, Lpr. 


Gal. Beyrichii, REICHB. FIL. 


o. Pau bio: É 
IO HS Tab VE her 


As espécies dêste grupo, 
tôdas com flores mais ou me- 
nos esvierdeadas, caracterizadas 
pela ausência de folhas verdes 
na ântese, são difíceis de dis- 
tinguir. Seria desejável que de 
tôdas elas nos fôsse enviado 
bastante material, afim de que a 
delimitação das várias espécies 
se tornasse possível. 


Cantareira. F. OC. HozHNE, n.º 1480, flor. 1 Mart. 


Die Arten dieser Gruppe, 
welche alle mehr oder weniger 
grunweisse Blúten besitzen und 
sich dadurch auszeichnen, dass 
sie, wenigstens zur Blútezeit, 
nie deutliche Laubblátter auf- 
weisen, sind schwer zu unter- 
scheiden. Es wáre sehr wuún- 
schenswert, dass von ihnen 
allen reiches Material eimge- 
schickt wurde, damit die Um- 
grenzung der Arten geklárt 
werden kann. 


Bulbophyllum, THev. 


Bulb. Weddellhi, ReicHB. FIL. 


Minas-Gerais: 


Belo-Horizonte, im rupibus. AUGUSTO GEHRT, 


n.º 3134 in Herb. Horto Oswaldo Cruz, flor. 16 Mart. 1919. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I - fasc. II 39 


O facto desta espécie ter 
mais afinidade com algumas do 
género, que aparecem nas re- 
giões andinas da América do 
Sul (Peru e Bolivia), é digno 
de nota. As espécies americanas 
do género pertencem em geral 
a diversos grupos da estirpe, 
que, em parte, pouca afinidade | 
parecem ter entre si. 


Bulb. Napelli, Lpz. 


MELO Ml Or E 
18 Feb. 1919. 


Alto da Serra. 


Espécie digna de nota mes- 
mo num género tão polimorfo, 
como o é o Bulbophayllum, que 
pelo numero de espécies é 
actualmente o maior da famí- 
lia, pois contêm já muito mais 
de mil. 


Es ist sehr bemerkenswert, 
dass die Art mit einigen Ver- 
tretern der Gattung am nãechs- 
ten verwandt ist, welche im an- 
dinen Teilen Súdamerikas (Peru 
und Bolivia) auftreten. Die ame- 
rikanischen Species der Gat- 
tung gehóren uúberhaupt sehr 
verschiedenen Gruppen des Ge- 
schlechtes an, die zum Teil mit 
einander recht wenig verwandt 


“erscheinen. 


E VC Horans, n:º- 2096, flor: 


Eine sehr bemerkenswerte 
Form selbst in der polymorphen 
Gattung Bulbophyllum, die in 
lhrer jetzigen Umgrenzung si- 
cher die artenreichste in der 
ganzen Famile ist, denn sie ent- 
hált bereits weit úber tausend 


Arten. 


Cyrtopodium, R. Br. 
Cyrt. falcilobum, HogHNE & SCHLECHTER (n. sp.) 


Terrestre, erectum, c. 50-60 altum; rhizomate valde abbre- 
viato; radicibus flexuosis, simplicibus, niveis, glabris, pseudobul- 
bis valde approximatis, anguste oblongoideis vel subfusiformibus, 
pluri — (c. 6) foliatis, lateraliter paulo compressis, c. 12 em, 
altis, medio vel infra medium c. 3 cm. crassis; foliis erecto-pal 
tentibus, lanceolato-linearibus, acutis, basin versus sensim paulo 
angustatis, subtus Y-nerviis (quorum 3 primariis), in specimine nos- 
tro nondum maturis, ad 30 cem. longis, medio fere 1,2-1,4 em. 
latis; scapo stricto vel substricto, folia bene superante, usque ad 
45 em. alto, pedunculo vaginis paucis (3-4) dissitis brevibus or- 
nato, tereti, glabro, c. 4 mm. diam., inflorescentia parvum ra- 
mosa, laxe 30-60-florus, usque ad 25 cem. longa; bracteis patu- 
lis, oblongis vel ovalibus, obtusi vel apiculatis, ovario graciliter 
pedicellato duplo triplo brevioribus; floribus in genere vix inter 
mediocres, glabris, erecto-patentibus, flavo-aureis brunneo-macula- 
tis, labello atrobrunneo aureo-maculato; sepalis patentibus oblongo- 
ovatis, obtusiusculis, margine leviter undulatis, 1,2 cm. longis, la- 
teralibus obliquis; petalis oblique ovalibus, obtusis, margine haud 


40 Contri. ao conhecim. das Orquidáceas do Brasil 


undulatis, quam sepala subaequilongis, sed bene latioribus medio 
fere 7 mm. latis; labello genuflexo ungue perbrevi alte trilobo, vi 
explanato 1,2 cm. longo callo ligulato-depresso antice jn verrucas par- 
vulas soluto e basi usque im medium decurrente, lobis lateralibus 
erectis, falcato-oblongis, obtusis, margine planis, 7,5 mm. Jongis, 
intermedio decurvulo porrecto, e basi angustiore late rhombeo- 
cuneato, antice obtusissimo, 7 mm. longo, infra apicem 6,5 mm. 
lato; columna erecta, semitereti, 5 mm. alta, pede late ligulato, 
infra apicem obscure gibboso, 45 mm. longa; ovario pedicellato, 
gracilj, glabro, 1,8-2 em. longo. 


S. Paulo: Butantan, in solo paludoso. F. C. HozgHNE, n.º 
818, flor. 30 Ger; 197 Tab 1X foi 


Dentre as espécies de pseu- Unter den Arten mit kur- 
do-bulbos curtos e inflorescên- zen Pseudobulben und verzweig- 
cia ramificada, a presente dis- ter Infloreszenz ist die vor- 


tngue-se especificamente bem 
pelos faleiformes lobos laterais 
do labelo e pelo lobo terminal 
do mesmo largo-cuneiforme, 
muito obtuso, de bordos planos 
e não emarginado no ápice. 


liegende durch die sichelfórmi- 
gen Seitenlappen des Label- 
lums und den breit-keilfôrmi- 
gen, sehr stumpfen, am Rande 
flachen, nicht eingeschnittenen 
Mittellappen spezifisch gut cha- 


rakterisiert. 
Cyrt. lissochiloides, HOEHNE & SCHLECHTER (n. sp.) 


Terrestre, erectum, gracile, 45-60 em. altum; rhizomate valde 
abbreviato; radicibus flexuosis, simplicibus, crassiusculis, albidis, 
glabris; pseudobulbis cylindraceo-fusiformibus, c. 5-foliatis. maturis 
1-9 cim. altis, medio fere 1,5-2 em. diam.; foliis in speciminibus 
nostris nondum maturis, linearibus, valde acutis, rigidulis, subtus 
b-nervis c. 7-8 mm. latis; scapo stricto vel substricto, usque ad 
55 cm. alto, pedunculo tereti, glabro, vaginis 2-3 arcte amplecten- 
tibus, dissitis, brevibus obsesso; imflorescentia (racemo) simpliei, 
haud ramosa, laxe 10-25-flora, usque ad 20 cm. longa; bracteis 
erecto-patentibus vel subpatentibus, ellipticis, acuminatis, ovario 
pedicellato fere duplo brevioribus; floribus in genere vix inter 
mediocres, erecto-patentibus, glabris, aureis brunneo-guttulatis; se- 
palis patentibus, late oblongis, subapiculatis, margine breviter un- 
dulatis, c. 1,2 em. longis, lateralibus obliquis; petalis oblique ova- 
libus, valde obtusis, margine subplanis, quam sepala paulo bre- 
vioribus et vix latioribus, 8 mm. latis; labello genuflexo v-arcuato, 
vix unguiculato, alte trilobo, vi explanato 8 mm. longo, inter apices 
loborum lateralium 1,2 mm. lato, lobis lateralibus erectis subdola- 
brato-rotundatis, obtusis, 3,5 mm. longis, intermedio e basi satis 
lata flabellato-reniformi, medio subexciso, margine subundulato, vix 
5 mm. longo, medio 6 mm. lato, callo late ligulato, depresso, basi 
calloso incrassata excepta verruculoso-ruguloso, e basi usque in 
medium label decurrente; columna semitereti, 5 mm. alta, pede 
ligulato, 3 mm. longo; ovario pedicellato gracili, glabro, 1,5-2 em. 
longo. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. II 41 


Sa mos 
819, flor. 30 Oct. 1917. 


Melhor colocada ficaria es- 
ta espécie ao lado de C. poeci- 
lum, REICHB. FIL. et WARM. da 
qual se distingue, porêm, pelos 
sépalos mais curtos e obtusos, 
labelo quási séssil com crista 
muito característica e côr das 
suas flores. 

Provávelmente os campos 
brasileiros ainda abrigam mui- 
tas espécies novas dêste género, 
pois tambêm a coleeção de Dvu- 
SEN contribuiu com duas novas. 
Aos que têem ensejo de colher 
material de Cyrtopodium dese- 
jamos recomendar atenção para 
a coloração das flores que deve 
ser anotada, pois é de máxima 
importância para a classifica- 
ção das espécies. 


Butantan, in solo paludoso. F. C. HozHNE, n.º 


Am besten dúrfte die neue 
Art neben €. poecilum, REICHB, 
Fiz & WARM. untergebracht 
werden, von der sie aber durch 
die kiúrzeren und stumpferen 
Sepalen, die fast sitzende Lippe 
mit sehr charakteristischer 
Schwiele und die Blitenfárbung 
unterschieden ist. 

Offenbar beherbergen die 
Campos von Brasilien noch zahl- 
reiche neue Arten dieser Gat- 
tung, denn auch die DUSEN'sche 
Sammlung enthielt zwei neue. 
Den Sammlem von Cyrtopo- 
dium-Arten móchten wir em- 
pfehlen, stets Angaben úber die 
Blútenfárbung zu machen, da 
die Bestimmung dieser Pflan- 
zen dadurch sehr erleichtert 
wird. 


Gongora, Ruiz eT Pav. 


Gong. minax, REICHB. FIL. 


SP autos: 


Iguape, culta in Horto «Oswaldo Cruz», Butan- 


tan. F. O HorHNE, n.º 2575, flor. 21 Nov. 1918: 


Esta planta tem sido, não 
raras vezes, mal identificada. O 
Dr. ScHLECHTER teve ensejo de 
estudá-la viva quando floriu nas 
estufas do Jardim Botânico de 
Dahlem, para onde a levára o 
Dr. DusEN, do Estado do Paraná. 
A surpresa de SCHLECHTER não 
foi pequena ao constatar tratar- 
se da Gongora minax, REICHB. 
FIL. descrita para o norte do 
Brasil, região amazónica. E' 
provável pertencerem a esta 
mesma espécie vários exempla- 
res procedentes do Brasil, 
que nos hervários se acham 
classificados como sendo de G. 


Die Pflanze ist offenbar 
nicht selten verkannt worden. 
Dr. Schlechter hat Gelegenheit 
cehabt, die Art lebend zu stu- 
dieren, als eine Pflanze im Bli- 
te kam, welche Dr. DUSEN aus 
Paraná eingefihrt und dem 
Botanischen Garten in Dahlem 
úberwiesen hatte. Schlechters 
Ecstaunen war nicht gering, als 
er festsllen musste, dass er 
die Gongora minax, REICHB. FIL. 
vor sich hatte, welche vom nórd- 
lichen Brasilien, aus Amazonas, 
beschrieben worden war. Wahr- 
scheinlich gehóren hierher auch 
manche Exemplare aus Brasi- 


42 Contri. ao conhecim. das Orquidáceas do Brasil 


quinquenervis, Ruiz et Pav. Se 
de facto esta ultima espécie apa- 
rece no Brasil é cousa ainda a 
confirmar. 

A todos os coleccionadores 
pedimos a máxima atenção para 
as espécies dêste género e que 
recolham material abundante de 
localidades diversas, afim de se 
tornar possível firmar com se- 
curança as varias espécies, que, 
sem dúvida, ainda devem exis- 
tir não conhecidas. 


lien, die als Gongora quinquener- 
vis, RuIZ et PAv. bestimmt wor- 
den sind. Ob iúberhaupt diese 
genannte Art in Brasilien auf- 
tritt, wird als sehr zweifelhaft 
gehalten. 

Wir móchten den Botani- 
kern und Sammlem im Brasilien 
warm ans Herz legen, sich der 
Gattung Gongora einmal beson- 
ders anzunehmen und von mô- 
elichst vielen Standorten Mate- 
rial einzusenden, damit wir die 
einzelnen Arten, deren es si- 
cher noch zahlreiche unbe- 
schriebene gibt, emmal genau 
festlegen kônnen. 


Bifrenaria, Lpr. 


Bif. Harrisoniae, LDL. 
Se Puros: 


Butantan, culta in Horto «Oswaldo Cruz», F. €. 


HoEHNE, n.º 593, flor. 29 Sept. 1917. 


Umas das Orquidáceas mais 
belas dos Estados de Mimas-Ge- 
rais e S. Paulo, que se acha 
bastante dispersa mesmo até 
aos paises adjacentes do Bra- 
sil. 


Bif. aureo-fulva, LDL. 
Sos ratos 


Eine der schônsten Orchi- 
deen aus Minas-Geraes und S. 
Paulo, welche sich auch bis 
úber die angrenzenden Lânder 
von Brasilien ausbreitet. 


in silvis umbrosis ad Alto da Serra. F. C. HoEHNE, 


n:º 1126, flor. 19-Dee: (ex73906) 191% 


Exemplar com inflorescên- 
cia menos floribunda. Todas as 
procedências, citadas na Flora 
Brasiliensis, são dos Estados do 
Rio de Janeiro e principal- 
mente de Minas-Gerais. De 5. 
Paulo ainda não fôra citada. Pe- 
las suas flores côr de oca e sé- 
palos e Ypetalos de extremos 
amarelados, ela se caracteriza 
perfeitamente. 


Ein sechwácheres Exem- 
plar mit wenigbliútiger Inflores- 
zenz. Die sâmtlichen in der 
«Flora Brasiliensis» aufgezáhl- 
ten Standorte der Art liegen 
in dem Staate Rio de Janeiro 
oder (besonders) Minas-Geraes, 
Aus S. Paulo war die Spezies 
also noch nicht angegeben. 
Dureh die ockerroten Bliten 
und die gelbgespitzten Sepalen 
und Petalen ist sie vorzúglich 
Charakterisiert. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. II 43 


Colas Epr: 


Col. jugosus, Lp. 


Ne Palo: : 


Alto da Serra in silvis umbrosis humidisque. 


EC HoranNE, n.º 1128, flor. 19 Dec. 1917, 


SCHLECHT. afirma: « No meu 
livro « Die Orchideen'» propunha 
que Colax fôsse fundido com o 
género Zygopetalum. Um exame 
meticuloso das várias espécies 
dêste ultimo género demonstrou 
porêm ser preferível restringí- 
lo tal como se tem procedido 
ultimamente. Julgo portanto, 
agora, mais acertado conservar 
o género Colax separado de 
Zuygopetalum.» 


SCHLECHT. behauptet: «In 
meinem Buch' Die Orchideen war 
ich dafir eingetreten, dass Co- 
lar mit Zygopetalum vereint 
werde. Eine genauere Nachpri- 
fung der einzelnen Zygopeta- 
lum-Typen hat aber gezeigt, 
dass es doch wiúnschenswert 
ist, das Genus Zygopetalum en- 
ger zu fassen, als dieses in der 
letzten Zeit meist gehandhabt 
wurde. Ich halte es deshalb nun 


doch fúr richtiger, Colas von Zy- 
gopetalum getrennt zu lassen ». 


Maxillaria, Ruiz ET Pay. 
Maxillaria Hoehnei, SCHLECHTER (n. sp.) 


Epiphytica, satis compacta, 13-15 cm. alta; rhizomate brevi, 
crasso, dense pseudobulbis obsesso; radicibus filiformibus, flexuo- 
sis, glabris, simplicibus vel saepius ramosis; pseudobulbis adscenden- 
tibus ovoideis, bifoliatis, mox longitudinaliter rugoso-sulcatis vagina- 
tis (1. e. vaginis foliferis delapsis membranaceis protectis), 3-4 em, al- 
tis, infra medium 1,5-2 em. cras.; foliis erecto-patentibus, ligulatis 
acutis vel subacutis, basin versus sensim angustatis sed haud petiola- 
tis, coriaceis, 12-15 cm. longis, medio fere 1,5-2 em. latis; inflores- 
centiis singulis vel pancis justa basin pseudobulborum mnatis, ere- 
ctis vel suberectis, more generis unifloris, pseudobulbum bene su- 
perantibus, pedunculo vaginis vulgo 4 alte amplectentibus tamen 
distantibus obsesso, 4-45 cm. longo; bractea erecta, vaginis pe- 
dunculi persimil, elliptica, acuta vel apiculata, ovarium subae- 
quante; flore erecto, glabro, flavo, in genere mediocre; sepalis 
oblongo-ligulatis, obtusis vel obtusiusculis, 2,2 em. longis, latera- 
libus obliquis, cum pede columnae mentum breve, obtusum, tan- 
tum 3 mm. longum formantibus; petalis oblique et anguste ligu- 
latis, subacutis, 2 cem. longis, in tertia parte apicali levissime 
dilatatis; labello circuitu oblongo, supra medium trilobo, toto 1,8 
cm. longo, medio fere 7 mm. lato, callo depresso-lineari obtuso 
e base usque ad medium ornato, lobis lateralibus brevibus, obli- 


44 Contri. ao conhecim. das Orquidáceas do Brasi] 


que triangulis, margine antice truncatis, intermedio oblongo, ob- 
tuso, margine leviter undulato, 7 mm. longo, medio 4 mm. lato; 
columna semitereti, glabra, 8 mm. longa, pede oblique decurvo, 
3 mm. longo; ovario subsessili, glabro, 1,5 em. longo. 


S. Paulo: Butantan, in arboribus campi. F. €C, HogaNE, n.º 
225, flor. 18 Jun. 1917 Map vamo de 


Pelo seu porte e folhas me- | Durch den Habitus und die 
nos estreitadas para a base esta nach dem Grunde zu verschmã- 
nova espécie vem a ficar pró- | Jlerten Blatter wird diese neue 
xima de M. serotina, RDR. Dis- Art in die Verwandtschaft der 
tingue-se, porêm, desta consi- M. serotina, RDR. verwiesen, 
derávelmente pela forma mais Sie unterscheidet sich aber von 
angusta do labelo e seu lobo dieser nicht unerheblich durch 
mediano muito mais longo. die schmãlere Form der Lippe 


und den viel lângeren Mittellap- 
pen derselben. 


M. liliacea, RDR.? 


S.Paulo: Butantan. F. C. HoEHNE, n.º 826, flor. 31 Oct. 1917. 


Temos as nossas dúvidas Wir -sind im Zweifel úber 
a respeito da identidade desta die Angehórigkeit dieser Pflan- 
planta, ignorando se se trata da ze und haben keine Sicherheit, 
espécie descrita por BARB. Ro- ob es sich um die von Barbosa 
DRIGUES, de Caldas, Minas-Ge- Rodrigues aus Caldas, Minas 
rais. O labelo apresenta alguma Geraes, beschriebene handelt 
diferença. daquele descrito para oder nicht. Die Lippe weicht 
M. liliacea, RDR. Mais tarde vol- unwesentlich von der Beschrei- 
taremos a tratar desta planta bung der M. liliacea, RDR. ab. 
desde que nos seja possível ob- Spáter hoffen wir nochmals auf 
ter o material necessário para dieselbe zurúck zu kommen, so- 
esclarecer esta questão. A côr bald weiteres Material davon 
das flores, amarelada, é mais vorhanden sein wird. Die Farbe 
clara por dentro e o labelo sal- der Blúten ist gelb und die inne- 
picado de castanho. re Seite heller, die Lippe braun 

gesprenkelt. 


Max. divaricata, Can. 


S. Paulo: Alto da Serra, F. C. HoxHNE, n.º 1117, flor. 9 
Dec. 1917. 


As folhas dos exemplares Die Blãtter der vorliegenden 
presentes são um pouco mais Exemplare sind etwas lânger 
longas que habitualmente. As als gewôhnlich. Die Blúten sind 
flores são amarelas e teem um gelb und die Lippe hat eimen 
traço alvo sobre o labelo. A es- weissen Streifen in der Innen- 


pécie é de um grupo do género seite. Die Art gehôrt zu einer 


An. das Mem, do Instituto de Butantan — Vol. I - fasc. 1I 45 


que tem poucos representantes 
aqui no Brasil, mas muito bem 
representado na região andina 
sul-americana. 


Gruppe der Gattung, die m Bra- 
silien nur durch wenige Spe- 
cies vertreten ist, ihre haupt- 
sáchlichste Entwicklung aber im 
den Anden Siúdamerikas gefun- 
den hat. 


Oncidium, Sw. 


Onc. longipes, Lp. 


So Palo: 


Butantan. F. OC. HozrHNE, n.º 718, flor. 16 Oct. 


1917. Tab. VIII, fig. IL (reprodução de um exemplar do Rio de 


Janeiro). 


Trata-se aqui de uma plan- 
ta de crescimento bastante 
divaricado com pseudo-bulbos 
bem altos e folhas relativamen- 
te estreitas. 


Once. oliginosum, Rpk. 


Se Bau lor Butantan, in 
ilors 22 Oct. 191%. 
Esta espécie também ja fô- 
ra enviada à Europa pelo Dr. 
UsrERI, daqui de S. Paulo. BAR- 
BOSA RODRIGUES encontrou-a 
pela primeira vez em Caldas, 
Minas-Gerais; existem porêm 
exemplares que já baviam sido 
coligidos por SELLOW. 


Once. pumilum, LoL. 


S. Pauto : Campinas et 


HoEHNE, n.º 2029, flor. 5 Sept. 


exemplar do Rio de Janeiro). 


Esta espécie é provável- 
mente comum a todo o Brasil 
meridional, aparece tambêm no 
Paraguai e estende-se para o 
sul até a Argentina. Pelo que 
parece, distinguem-se duas va- 
riedades, das quais uma tem 
flores áureas e a outra acasta- 


Hier liegt eine Pflanze vor 
von recht sparrigem Wuchs mit 
auffallend sechmalen Bláttern 
und ziemlich hohen Pseudobul- 
ben. 


paludibus. F. C. HoEHNE, n.º 761, 


Dieselbe Art wurde schon 
von Dr. UsTERI von S. Paulo 
nach Europa gesandt. BARBOSA 
RoDRrIGUES hat die Pflanze ur- 
sprúnglich bei Caldas, in Minas- 
Geraes gefunden, doch” liegen 
auch Exemplare vor, welche 
bereits von SELLOW gesammelt 
worden waren. 


Alto da Serra, epiphytica. F. O. 
1918. Tab. X (reprodução de um 


Offenbar ist die Art im 
canz Suúdbrasilien sehr háufig. 
Sie tritt dann noch im Paraguay 
nicht selten auf und geht súdlich 
bis nach Argentinien hinein. 
Wie es scheint, lassen sich zwei 
Varietáten unterscheiden, von 
denen die eine goldgelbe, die 


46 Contri. ao conhecim, das Orquidáceas do Brasil 


nhadas. A espécie é alêm disto 
muito variável no porte e tama- 
nho da inflorescência e das flo- 
res, o que depende quási sem- 
pre do meio em que vegeta. 


andere bráunliche Bliúten be- 
sitzt. Die Art ist úberhaupt 
sehr variabel in ihrem Wuchs 
und Blitenstandgrósse, wie auch 
in den Bliúten. 


Zygostates, Lp. 


Zyg. cornuta, LDL. 


S. Paulo : Iguape, F. O. HoEHNE, n.º 1890, flor. .28 Aug: 1918; 


Temos aqui alguns belos 
exemplares desta rara espécie, 
cujas folhas teem 12 cm. e a in- 
florescência 15 cem. de comp. 
Esta espécie tem muita afini- 
dade com Zyg. lunata, LDL. e 
só observações futuras poderão 
dizer se se justifica ou não a 
separação das duas espécies. 

Os sépalos são amarelo-es- 
verdeados, os pétalos mais ama- 
relos e o labelo branco. 


Hier liegen etliche schône 
Exemplare dieser  seltenen 
Pflanze vor, bei denen die Blãt- 
ter 12 em und die Bliútenstânde 
bislõcem lang sind. Die Art ist 
mit Zyg. lunata, LDL. sehr nahe 
verwandt, und es wird weite- 
rer Beobachtungen bediirfen, 
um festzustellen, ob beide Arten 
auf die Dauer getrennt gehal- 
ten werden kônnen. 

Die Sepalen sind gelbgriún- 
lich, Petalen gelber und die 
Lippe weiss. 


Phymatidium, Lpr. 


Ph. myrtophilum, Rpr. 


S.Paulo: Butantan, F. C HoEHNE, n.º 978, flor. 29 Nov. 1917. 


A nossa convicção é quási 
certa de que êste pequeno gé- 
nero Phaymatidium possui ainda 
outras espécies alêm das descri- 
tas para a flora do Brasil. Como 
estas plantinhas em parte se 
assemelhem e sejam distingui- 
das entre si só por meio de 
exame minucioso, é aconselhá- 
vel recolher-se as mesmas de 
várias localidades. Como se tra- 
ta de plantinhas muito delica- 
das e ténues é facil exsicá-las 
entre as folhas de qualquer ca- 
derno de notas e enviá-las para 
identificação. 


Unsere Ueberzeugung ist, 
dass diese kleine Gattung Phy- 
matidium ausser den bereits 
bekannten noch eine ganze Rei- 
he weiterer Arten fir die Flora 
Brasiliens aufzuweisen hat. Da 
sich diese Pilânzchen zum Teil 
einander sehr áhneln und oft 
nur bei genauerer Untersu- 
chung zu unterscheiden sind, ist 
es empfehlenswert, sie immer zu 
sammeln, wo sie an verschie- 
denen Standorten angetroffen 
werden. Da die Pflanzen stets 
sehr zart und diúnn sind, ist 
es leicht, sie in einem, Notizbuch 
oder gzwischen Papieren ohne 
jede Múhe zu pressen und zur 
Bestimmung einzusenden. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fase. II 47 


Dichaea, Lvz. 


Dich. pendula, Con. 


Sm Euro : 
Ram GS Mal XE. 


Tambem as Dichaea ainda 
carecem de estudo acurado e 
sério. Conforme já foi dito (*) 
e segundo as conclusões a que 
tambêm chegou o DR. SCHLECHT. 
a divisão do género em gru- 
pos de espécies com folhas arti- 
culadas ou não na base é ine- 
xequível. Igualmente a forma 
do fruto é quási inaproveitável 
para esta divisão, pois em es- 
pécies afins o fruto pode ou não 
ser provido do revestimento de 
espinhos moles. Assim, para 
exemplo, a D. graminoides des- 
crita e reproduzida em estam- 
pa, por COGNIAUX, na Flora Bra 
siliensis, é especificamente di- 
versa da legítima D. graminoi- 
des (Sw) LpL., das Indias oci- 
dentais, cujo labelo é comple- 
tamente diferente. D. graminoi- 
des, CGN. (non Lidl) do Brasil 
deve por isto receber nome 
novo, passando a se chamar D. 
Cogniauxiana, SCHL. 


Alto da Serra, F. OC. HoEHNE, n.º 1222, flor. 


Auch die Dichaea-Arten 
bediúrfen noch eingehenden Stu- 
diums. Wie schon gesagt wurde 
(*) und wie auch DR. SCHLE- 
CHTER herausgefunden hat, ist 
die generische Trennung der 
Arten der Gattung mit geglie- 
derten Bláttern von denen mit 
ungegliederten nicht natiúrlich 
und nicht ausfiúhrbar. Ebenso 
ist die  Beschaffenheit der 
Frucht kaum zur Einteilung im 
solche Gruppen geeignet, da bei 
verwandten Species die reife 
Frucht mit Weichstacheln ver- 
sehen oder auch kahl sein kann. 
So is zum Beispiel die von Co- 
GNIAUX in der Flora Brasiliensis 
abgebildete D. graminoides spe- 
zifisch durchaus verschieden 
von der echten D. graminoides, 
LoL. von West-Indien, da diese 
ein ganz verschiedenes La- 
bellum bDesitzt. D. graminoides, 
Cen. (non LDL.) von Brasilen 
ist daher neu zu benennen und 
soll den Namen D. Cogniau- 
giana, SCHLECHT. erhalten. 


Campylocentrum, Brn. 


Camp. Burchellii, Cn. 


SE QuuhOos 
pros At2 dor. Aug. 19d. 


E' realmente agradável ver- 
se material abundante desta es- 
pécie, tão rara nos Hervários. 
Interessará por certo aos bo- 
tânicos patrícios saberem que 


in arboribus campi valde frequens. F. C. HOEHNE, 


Es ist mit Freuden zu be- 
griússen, dass hier nun wirklich 
reichliches Material dieser im 
Herbarien bisher sehr seltenem 
Art vorliegt. Vielleicht diúrfte 


(*) «FopHNE- Annexos n. 5 Comm. Linhas Teleg. Est. de Matto Grosso ao Amazonas» Part. I (1910). 


4 


[9 6) 


esta minúscula e interessante 
planta, destituida de folhas e 
pseudo-bulbos já é cultivada ha 
mais de 8 anos no Palmengar- 
ten de Frankfurt, s. o M., onde 
floresce anualmente. 


(5) 


1 — Flor 

1 — aberta (estendida) 
ide sem o labelo 

2 — Sépalo ímpar ou posterior 
3 — Sépalos ou sépalo lateral 
3º .-— Cálice 

3 — » — estendido 

4 — Pétalo 

4º — Sépalo dorsal e pétalos 
4“ — Pétalo e labelo 

5 — Labelo 

5 — » — estendido 

5º — sem esporão 
5 -—— Esporão 

6 — Coluna 

6º — Apéndices da coluna 

7 — Coluna e labelo 

S -— Anteras 

9 — Polinários 

9º —— Grãos polinários 

I0 — Estaminoides 

11 — Ovário 


Contri. ao conhecim. das Orquidáceas do Brasil 


es auch die brasilianischen 
Botaniker interessieren, zu hô- 
ren, dass die Pflanze bereits 
seit etwa 8 Jahren in Europa, 
im Palmengarten zu Frankfurt 
a. M., kultiviert wird und da- 
selbst alljáhrlich zur Bliúte ge- 
langt. 


Sinais convencionados para as estampas 


11º — Ovário e coluna 

12.0. — >» coluna e labelo 

Ra = » » — labelo e esporão 
12º — Ápice do ovário ou calículo 
13 — Fruto ou cápsula 

14 — Sementes 

15 — Brácteas 

16 — Apéndices do labelo 

m.n. — Tamanho natural 

- — Aumentado 


Em secção vertical 

— Em secção transversal 
— Visto de frente 

—  » » cima para baixo 
Parte externa 

interna 

— Visto de lado 

== » » traz 

baixo 
Estendido ou aberto 
Forma natural 

— Planta inteira. 


— » 


== » » 


oO Pole Ma O O 
| 


Bs 
à apo 
[E 


(*) Estes mesmos sinais foram também adoptados na Flora Brasiliensis pelo Dr. Altredo Cogniaux 
e por F. C. Hoehne nos trabalhos sôbre Orquidáceas do Estado de Mato-Grosso, publicados na Comissão 
de Linhas Telegráficas Estratégicas de Mato Grosso ao Amazonas. 


s Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. II 


fine. 


> 


A 


7 


Eae 
Z Fo alone. 


filed 


inda TE 


: 


CUM, 


, 
/ 


LÁ 


= 
, 
= 
j 
N 
' 
, 
= 
-— * 
» 
e 
1 
h 
4 
a 


E A Loreena medionfrto EVIL Es id pudor ns) Aoilino SSAletl 
SS sarororide: 2) SALE 


o Te.) ” 


PRE RA A o Á CR o tr 


Pu 
à 
4 ea 
, 
M f 
1 
q 
í 
. 
f 
t 
, 
+ 
< 
= 
e Ea 
. 
nf 
-“ 
a 
» o DE 
A 
' » 
po v 
E - 
+ K j 
A 
- k sa (as E ad 
é Po PIAS UPA pia 
- pd e dE e 
y + 
| 
= Hg 
» o . ço 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. | - fasc. II 7/2545 /Á 


SEA alizee del 


272: a a 7 E, Eos a 
Hitomi murieemosficio Edo metem DA Aolernatro Hieorurtati Noelireo do Sofilectéter 
[é 


E 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. II De NO 


o 


An. das Mem. do Instituto de Butantân — Vol. | - fasc. 1] Jadé V 


5. “47 , 3 
ZA CÁ ze do 


Dé Ganloend) Afro de derde 


CIPA : : a 
EA «LA nrmegitsefoado 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fase. Tl bojo HW 


CA re dl 


SF 4 AI é SA 7 7 z 13 17 + 
CS A 4 “ E A A e es Sa . 4 GR ni 4 SAIA 2 
E ri Tdilechd PAG DUAS pelada A eofore SML 


SC Hoelino del 


(94 


VEM DADO IRLLIRACWUE IO; Árelireo LS ddoclótor 
E CU E Sd 
7 4 


ZA 
ertcum 


. 
+ 
Ê é 
“+ , 
” 
, ! 
- 
' - 
EN 
E 
a 
1 
. 
o 
“ e 
+ 


2, - 
An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fase. II 77774 ///A 


FI 


A AM 


ZA 


Ca A SAM Z A) 49) - 5 
VÃO. ororrdés COMO ÍVOOL, Ze 74. Pa 


[e 


fones SA 
: 


o o E N j j : 
ja e sz ES . A a e 


N E e bú > f j 
A SEU E» prado E NM DR Te É a] ERRO VIVA Ao 


+: b 


Es Td o D (ii | , e = o 
” o 


e 
” 
- 
, 
o 


mm 
An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. 1 - fasc. II ELA PAR 


o 
4 


SEL 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I - fasc. II 


At; Lind 


/ 


) 


1% 
PO 


EO 


in. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. TI 


= 


SACA efe dl 


; io: ARA f . 
2 ic alhos 


ANEXOS 


das 


Memórias do Instifufo de Butantan 


MM 


Secção de Botânica 


Vol. I-Fasc. II 


1922 
Comp. Melhoramentos de S. Paulo 
WEISZFLOG IRMÃOS Incorporado 


Caleiras, S. Paulo e Rio : 


ADVERTÊNCIA: As “Memórias do Instituto de Butantan” 
bem como os “Anexos das Memórias do Instituto de Butantan” - Sgc- 
ção DE BorÂnIcA, e os da SECçÃo DE ZooLoGIA serão publicados em fasci- 
“culos agrupáveis em tomos e não aparecerão em datas fixas, 

A grafia portuguesa neles adoptada estã, em suas linhas gerais, 
consoante as bases da reforma ortográfica, aprovada pelo (Gtovêrno de 
Portugal, em 1 de Setembro 1911, 


Tôda correspondência concernente às publicações mencionadas 


deve ser endereçada ao “Director do Instituto de Butantan” ou aos 
chefes das respectivas Secções. “Caixa postal 65 - S. Paulo - Brasil”. 


NOTICE: The “Memórias do Instituto de Butantan” and also 
the “Anexos das Memórias do Instituto de Butantan”, Secção DE 
Borânica, and those of the Secção pE ZooLogra will be published in 
parts constituting volumes and will not appear on fixed dates. 

The portuguese graphy used in the text is nearly according to 
the bases of the orthographic reform approved by the Portuguese Go- 
verment, the 1 st. Sept. 1911. 

All correspondence relative to the above mentioned AEN o 
should be addressed to the “Director do Instituto de Butantan” or to 
one of the chiefs of the Sections. “Caixa postal 65 - S. Paulo Brasil”. 


ah 


BEMERKUNG: Die “Memórias do Instituto de Butantan” 
und die “Anexos das Memorias do Instituto de Butantan”, Secção DE 
Borânica, und der Secção DE ZooLogia werden zwanglos in Heften 
erscheinen, welche in Bânde zusammengefasst werden kônnen. 


Die in ihnen angewandte portugiesische Schreibweise, stimmt im 
allgemeinen mit den Grundlagen der orthographischen Reform iúberein, 
welche am l.ten September von der ia e UE) ge- 
nehmigt worden ist. 


Alle Korrespondenz, welche auf genannte Schriften Bezug hat, 
muss an den “Director do Instituto de Butantan” oder an einen der 
Vorsteher der Sectionen adressiert werden. “Caixa postal 65 - S. Paulo - 
Brasil”. 


* 


ANEXOS 


das 


Memórias do Instituto de Butantan 


Secção de Botânica 


Vol. I-Fasc III 


Comp. Melhoramentos de S. Paulo 
WEISZFLOG IRMÃOS Incorporado 
Caieiras, S. Paulo e Rio 


CONTRIBUIÇÕES 


AO 


CONHECIMENTO DAS RUBIÁCEAS 


DO BRASIL MERIDIONAL 


(Beitraege zur Kenntnis der Rubiaceen Súdbrasiliens) 


POR 


Dr. K. Krause E: F. C. Hoehne 


Berlim - Alemanha S. Paulo- Brasil 


NOTA EXPLICATIVA 
(de F. GC. Hoehne) 


No presente trabalho a nossa colaboração limitou-se à tradução das notas 
juntadas às diversas espécies e á compilação dos dados que nos foram fornecidos 
pelo Dr. K. KRAUSE, autor que se ocupou do estudo sistemático das espécies de 
Rubiáceas do nosso Hervário, que aqui são expostas. 

Conforme se poderá ver pelo expôsto mais adeante, a grande maioria das espé- 
cies registadas foi recolhida por nós e pelos auxiliares da Secção. 

Sendo nossa intenção publicar de vez em quando uma lista completa das espé- 
cies representadas em nossa colecção de exsiccata, parece que seria supériluo men- 
cionarmos nesta série de trabalhos as espécies já conhecidas; sabendo-se porêm que 
grande parte das mesmas foi encontrada em localidades ainda não assinaladas para 
a sua área de dispersão, e considerando que êstes e outros dados que juntamos 
podem contribuir para o melhor conhecimento das mesmas, fácil será comprehender-se 
a utilidade da enumeração do total das espécies. 

O estudo acurado das Rubiáceas da nossa flora se nos afigura questão de 
suma importancia, não sômente porque elas fornecem grande contingente para a 
mesma, mas ainda porque são elas que encerram tanto as espécies mais tóxicas para 
o gado (como o são as diversas “Hervas de rato”) e tambêm porque muitas outras 
dentre elas são reputadas medicinais e encerram alcaloides altamente importantes 
para a medicina. Para ilustrar esta verdade basta que nos lembremos das múltiplas 
“Quinas”, que, conforme já fizemos ver no nosso trabalho “Flora do Brasil”, 
pertencem em grande maioria a esta bem representada família natural da nossa flora. 
Tambem as “*-Poaias” mais importantes e dezenas de outras plantas medicinais 
usadas desde tempos idos na terapêutica oficial e popular se filiam à mesma. De 
forma que poderíamos afirmar ser o estudo das Rubiáceas da flora brasileira assunto 
que deveria merecer a nossa maior atenção, em se tratando da análise das essências 
medicinais indígenas. 

No presente trabalho trazemos portanto a primeira contribuição ao conhecimento 
sistemático daquelas espécies que são mais comuns nos arredores de S. Paulo até 
ao Estado de Minas e oportunamente continuaremos o estudo sôbre as mesmas e 
outras que forem sendo arrecadadas pela Secção a nosso cargo. 

Da revisão ortográfica encarregou-se o nosso companheiro, Dr. Afrânio Ama- 
ral, a quem aqui deixamos consignados os nossos agradecimentos. 


PREFÁCIO 


po Dr. K. KRaAUSE 


O intuito do presente trabalho é 
idêntico ao do publicado pelo Sr. F. €. 
Hosnne em colaboração com o Dr. R. 
ScHLECHTER sôbre as Orquidáceas brasi- 
leiras, isto é, enriquecer o nosso conhe- 
cimento a respeito de uma família de 
plantas muito bem representada no 
Brasil. Tanto quanto as Orquidáceas 
tambêm as Rubiáceas se distinguem 
pelo grande numero de espécies e for- 
mas na ilora do Brasil meridional, e, 
é incontestável que ainda nos achamos 
muito longe de poder formular uma 
idea nítida a respeito dos representan- 
tes brasileiros desta família natural. 
Mesmo a respeito da distribuição exacta 
das espécies mais comuns, ainda não se 
adeantou muito alêm daquilo que nos foi 
fornecido pela monografia na FLORA 
BRASILIENSIS, ha decênios atrás. Foi 
exactamente a deliciência dos nossos 
conhecimentos sôbre as Rubiáceas sul- 
americanas que nos induziu a não nos 
limitarmos simplesmente à apresentação 
das diagnoses das novas espécies, mas 
a darmos, ao lado das mesmas, a rela- 
ção das demais espécies coligidas pelo 
Horto “Oswaldo Cruz” e existentes no 
seu hervário; pois, na maioria dos casos, 
se trata de espécies que ainda não haviam 
sido registadas para as localidades que 
aqui são mencionadas. 

A mor parte das Rubiáceas colhi- 
das pelo Horto “Oswaldo Cruz” é 
procedente de S. Paulo e de Minas- 
Gerais; pouquíssimas foram enviadas ao 


VORWORT 


von Dr. K. KrAaUSE 


Die folgende Arbeit will ebenso wie 
jene von F. O. Hozuse und Dr. R. 
ScHLECHTER verôifentlichte Abhandlung 
úber brasilianische Orchideen dazu bei- 
tragen, unsere Kenntnisse einer in 
Brasilien stark vertretenen Pilanzen- 
tamilie zu vermehren. Ebenso wie die 
Orchideen, zeichnen sich auch die Rubia- 
ceen des subtropischen Sitdamerikas, 
durch eine ganz erstaunliche Formen- 
fúlle und Artenmannigialtigkeit aus, und 
zweifellos sind wir noch weit davon 
entfernt, einen vollstândigen Úberblick 
úber die in Brasilien vorkommenden 
Vertreter dieser grossen Familie zu besit- 
zen. Selbst iúúber die Verbreitung der 
hâufigeren Arten sind wir vielfach sehr 
ungeniigend unterrichtet und oft noch 
immer nicht úber das hinausgekommen, 
was in der schon vor mehreren Jahr” 
zehnten erschienenen Bearbeitung der 
Rubiaceen in der FLORA BRASILIEN- 
SIS enthalten ist. Dieses noch immer 
recht liickenhaite Wissen siidamerikani- 
scher Rubiaceen hat uns auch veranlasst, 
im Folgenden nicht nur die Beschreibun- 
gen der neuen Arten zu veróifentlichen, 
sondern daneben noch eine Auizâhlung 
der iibrigen vom Horto “Oswaldo Cruz” 
gesammelten und in dessen Herbar 
vertretenen Rubiaceen zu machen; han- 
delt es sich doch auch bei ihnen vor- 
wiegend um Arten, die von den hier 
verófientlichten Standorten noch nicht 
bekannt waren. 

Die meisten der vom Horto “Os- 


8 Contrib. ao Conhecim. das Rubiáceas do Brasil 


mesmo de outras localidades do Brasil, 
especialmente do Ceará e Baía. Muitas 
já haviam .sido constatadas nas colec- 
ções feitas por Sello e outras existem 
no Fervario Glaziou e no de Regnell 
e ainda naquele da Comissão Geográ- 
fica e Geológica de S. Paulo. As estrei- 
tas relações florísticas entre Minas- 
Gerais e S. Paulo e o resto do Brasil 
meridional são novamente confirmadas 
por êste material. Por outro lado verili- 
camos tambêm indícios positivos a res- 
peito da relação desta flora com a do 
sul do Paraguai, especialmente os cam- 
pos de Minas-Gerais parecem possuir 
diversas espécies idênticas às dos cam- 
pos do citado país e tambêm do Uru- 
guai. A maioria das espécies enumera- 
das mais adeante dos géneros Borreria, 
Richardsonia, Diíodia e Relbunium são 
documentos que nos demonstram estas 
relações florísticas do sul do Brasil. 

Baseados exclusivamente nesta pe- 
quena colecção, naturalmente, não nos 
é ainda possível apresentar uma imagem 
da flora rubiácea sul-brasileira. Para isto 
as espécies citadas, que representam 
apenas uma diminuta parcela do total 
ali existente, não bastam. Para ampliar 
os nossos conhecimentos neste sentido, 
é de toda utilidade e desejável que o 
trabalho uma vez iniciado possa ser con- 
tinuado com os recursos de novas colec- 
ções e remessas; o que virá igualmente 
contribuir para o mais rápido estudo da 
flora brasileira. Todo e qualquer mate- 
rial ou colecções poderão ser enviadas 
directamente a F. C. Hozune, Horto 
“Oswaldo Cruz”, Butantan, S. Paulo, 
ou ao Dr. K. Krause, Museu Botânico, 
Dahlem-Berlin. Em qualquer condição 
o material será classificado imediatamen- 
te e publicadas tambêm as espécies no- 
vas que eventualmente possam ser con- 
statadas entre o mesmo. 


waldo Cruz” gesammelten Rubiaceen 
stammen aus S. Paulo und Minas-Gera- 
es; nur wenige riihren aus anderen Ge- 
genden Brasiliens, Ceará oder Bahia her. 
Viele von ihnen finden sich auch schon 
in den Sammlungen von Sello, einige 
auch in denen von Glaziou und Regnell, 
wie auch im Herbar der Comissão 
Geographica e Geologica de S. Paulo. 
Die selbstverstândlichen engen floristi- 
schen Beziehungen zwischen S. Paulo, 
Minas-Geraes und den úbrigen Teilen 
Siúidbrasiliens werden dadurch auís Neue 
bestâtigt. Andererseits sind aber auch 
deutliche Beziehungen zu der Flora des 
súdlich gelegenen Paraguay zu erken- 
nen, und vor allem die Campos von 
Minas-Geraes scheinen viele Arten mit 
ahnlichen Gebieten dieses Landes, sowie 
Uruguays, gemein zn haben. Die Mehr- 
zahl der im Folgenden auígelihrten 
Arten von Borreria, Richardsonia, Dio- 
dia und Relbunium, weisen auf solche 
súdlichen Beziehungen hin. 

Natiirlich ist es, auf Grund der vor- 
liegenden kurzen Mitteilung, noch nicht 
móglich, ein genaues Bild der Rubiaceen- 
flora Siúdbrasiliens zu geben. Dazu rei- 
chen die aufgefiihrten Arten, die zweifel- 
los einen nur verhãltnismâssig kleinen 
Teil aller vorkommenden Rubiaceen bil- 
den, nicht aus. Um weitere Kenntnisse 
zu gewinnen, ist es deshalb sehr wiin- 
schenswert, die einmal begonnene Arbeit 
durch Sammeln und Einsenden neuen 
Pilanzenmaterials zu fórdern und so zur 
besseren Durchiorschung der brasiliani- 
schen Pilanzenwelt beizutragen. Solche 
Sendungen kônnen entweder direkt an 
F. C. Hozase, Horto “Oswaldo Cruz”, 
in Butantan, S. Paulo, oder auch an 
Dr. K. Krause, Botanisches Museum zu 
Dahlem-Berlin, geschickt werden; in 
jedem Fall verpilichten sich die Em- 
pfânger, tir baldige Bestimmung der 
eingesandten Pilanzen, cowie Íiir die 
Veróifentlichung der etwa vorhandenen 
neuen Arten sorgen zu wollen. 


Oldenlandia, Pcrum. 


Old. thesiifolia, (St. Hit.) K. SCHUMANN. 


S. Paulo: Butantan, F. C. HoEgHNE, n.º 522: floret 12-9-17 
et nº 2654, Guatemim, ad 23-12-18. 


Plantinha rasteira de loga- | Kieine niederliegende oder 
res húmidos, com flôres roxo- | Kkriechende Pflanze, mit hell- 
claras, que, segundo as várias | purpurnen | Blumen, welche, 
procedências já registadas, deve | nach den bereits bekannt ge- 
ser bastante comum no Estado wordenen Standorten, im Staate 
de S. Paulo. S. Paulo recht hâáufig sein 

| muss. 


Lipostoma, D. Dox. 


Lip. campanuliflorum, D. Don, 


S. Paulo: Ararapira, Praia do Meio, F. C. HOEHNE, n.º 1879, 
Floret et fruct. 27-4-18. 


Rasteira das praias areno- | Kleines, kriechendes Kraut 


sas do Brasil meridional, com | der siúdbrasilianischen Meeres- 
flôóres roxo-claras e frutos azu- | gestade, mit hellen Bliúten und 
lados. | blâulichen Friúchten. 


Bathysa, Presz. 


Bapth. stipulata, PrEsL. 


S. Paulo: Alto da Serra, Estação Biológica; E. SCHWEBEL, 
les meiSo  ilorerm 107 Avg. 1917. 


Árvore grande das matas Ein grosser Baum, aus den 
higrófilas da Serra do Cubatão, hygrophilen Wáldern der Serra 
vulgarmente conhecida pelo no- do Cubatão, welcher beim Volke 
me de « Autuparana ». Até aqui als « Autuparana » bekannt ist. 
bem pouco conhecida. Bis jetzt noch von wenigen 

Standorten bekannt geworden. 


Bapth. Nicholsonii, K. SCHUMANN. 


SS Paulo: Butantan: FP. C' HogaNEf n.º 1236) floret'7:. Jan. 
1918. 


10 Contrib. ao Conhecim 
Grande árvore das matas 
hidrófilas, com flóres em pani- 
culos, de côr alva. Nome vul- 
gar: «Pão de colher ». 


. das Rubiáceas do Brasil 


Ein grosser Baum aus den 
hydrophilen Waáldern bei Bu- 
tantan, mit weissen Blumen, in 
grossen verástelten Blútenstân- 
den. Volksname: «Pão de co- 
lher » (Holzlóffelbaum). 


Ucriana, SpreNG. 


Ucr. longifolia, Spr. 


Minas-Gerais: Belo-Horizonte, Serra da Caixa d'Areia; 
A. GEBRI, n.º 3275 in Hort. « Oswaldo Cruz», flor. 15 Dec: 1918. 


Um arbusto já bastante co- 
nhecido e pelas suas flóres um 
tanto inflatas e semelhantes às 
de algumas Fuchsiae, bem di- 
gno de atenção como planta de- 
corativa. 


Ein schôner, schon hâufig 
gesammelter Strauch, der mit 
seinen langen, ein wenig auf- 
getricbenen Bliten, etwas an 
gewisse Fuwchsia-Arten erin- 
mnert, und als Zierstrauch zu 
beachten ist. 


Cinchona, L. 


Cinch. calisaya, WEDD. 


Rio de Janeiro: Barreira do Soberbo, Teresópolis; FP. O, 


HozgHNE, n.º 2310 et 2315, 


25. Jul 


1918. fl. et fr. — CGulia ad 


Butantan, in Horto «Osw. Cruz», F. C. HoEHNE, n.º 1438; flor. 


5-2-17. 


Exemplares recolhidos dos 
espécimes asselvajados da an- 
tiga cultura desta espécie feita 
no local indicado e outro do 
cultivado no Horto. 


Exemplare, welche von 
verwilderten Individuen dieser 
dort friher angepflanzten Art 
gsesammelt wurden und der an- 
derer, von dem im Horto kul- 
tivierten Baum. 


Manettia, Mvr. 
Man. gracilis, CHAM. ET SCHLECHTD. 


S. Paulo: Butantan, F. C. HogHNE, n.º 1642; floret 14 Mart. 
1918 — Campinas, ex Herb, Campos Novaesii, n.º 2203, flor. Mart. 


1918. 


Escandente delgada, com 
flôres vermelhas de mais ou me- 
nos 4 cm. de comp. sôbre longos 
pedúnculos axilares. 


roten Bliten, 


Kleiner Schlingstrauch, mit 
von etwa 4cm. 
Lânge, auf langen axilliren 


Stielchen. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. HI 1 
Man. ignita, K. SCHUMANN. 
S. Paulo: F. C.- HoEHNE, n.º 5477, Jaraguá, floret 21-4-921. 
Var. glabra, K. SCHUMANN. 
S. Paulo: Rio Preto, Leg. G. GEHRT, n.º 4510: flor. 9 Nov. 
1920 — Albuquerque Lins, Noroeste do Estado, Leg. ANIBAL S. 
PEREIRA, n.º 4664; flor. 20-12-20. 


Esta planta é vulgarmente | Diese Pilanze wird vom 
empregada como emético e co- Volke als ein Emeticum ange- 
nhecida pelo nome de «Poaia wandi und ist als «Poaya do 
do Rio ». | Rio » bekannt. 


Var. cordifolia, K. SCHUMANN, 

S. Paulo: Brotas, Leg. G. GEHRT, n.º 5760; flor. 14-8-920 — 
Minas-Gerais: Belo-Horizonte, Leg. Aug. GEHRT, n.º 3280; 
flor, 12-12-918. 


Tem os mesmos empregos Hat die gleiche Verwen- 
que a precedente. dung wie die Vorherige. 


Man. pubescens, CHAM. ET SCHLECHTD. var. villosa, K. SCHUMANN. 


Minas-Gerais: Poços de Caldas, F. C. HoEHNE, n.º 2805; 
flor, 12-1-919. 


Esta variedade bem cara- Diese durch auffallend 
cterizada pelo revestimento vi- | starke Behaarung ausgezeich- 


loso, parece ser bastante rara. nete Varietãt scheint ziemlich 
selten zu sein. 


Man. luteo-rubra, BrH. 


S. Paulo: Butantan, F. C. HogHNE, n.º 21 ad JA to 
186, ad 11-5-17; n.º 951 ad 26-11-17 et AMARO EMELEN, n.º 2420 
ad 25-9-18. 


Planta escandente, muito 
comum nos arredores desta ci- 
dade. 


Eine sehr háufige Schling- 
pflanze der Umgebung dieser 
Stadt. 


Man. spec.? 


8. Paulo: Estação Biológica do Alto da Serra, F. C. HOEHNE, 
pio 818; fr 194918: : 


Um exemplar em frutifica- Ein leider nur mit Frúch- 
ção que não pode ser deter- ten vorliegendes Exemplar, das 


minado com segurança. | sich nicht sicher bestimmen 
lásst. 


12 Contrib. ao Conhecim. das Rubiáceas do Brasil 


Man. spec.? 


S. Paulo: Alto da Serra, Biológica, F. C. HOEHNE, n.º 1599; 
floret 4-3-918. 


Espécie caracterizada pe- Eine im Herbar Berol. 
las suas folhas e [lôres muito nicht vorhandene, durch auf- 
pequenas, que não existe no fallend kleine Blátter und Bliu- 
hervário do Museu de Berlin ten ausgezeichnete Art, die 
e que deve ter affinidade com vielleicht in die Verwandt- 
duran: mátos; VAVELL) Ke schaft von Man. mitis, (VELL.) 
SCHUMANN, | K. SCHUMANN gehôrt. 


Coutarea, AvBL. 


Cout. hezandra, K. SCHUMANN var. pubescens, K. SCHUMANN. 


S. Paulo: Loreto, Dr. Octávio VECcHI, n.º 48 Serv. Flo- 
restal da Comp. E. F. Paul, n.º 512; Mart. 1917; Vila Cerqueira 
Cesar, F. C. HOoEHNE, n.º 2056, floret 10-1-19; Quilombo, n.º 5257, 
floret 14-1-21. 


Nome vulgar: «Murta do Volksname « Murta do ma- 
mato ». Árvore muito decorativa to». Schônblihender Baum, 
pelas suas flôres grandes côr der durch seine langen rosa- 
de rosa, que, como as cápsulas, roten Blumen und durch die 
fazem recordar Bignoniaceae. Kapseln etwas an die Bigno- 


niaceen erinnert. 


Coccocypselum, P. Br. 


Cocc. condalia, PERS. 
S. Paulo: Butantan, F. C. HogHNE, n.º 734; floret 19-10-917. 
Arbusto pouco prostrado | Wenig niederliegender Halb- 
com flôres em umbelas axilares | strauch, mit hell- bis dunkel- 
roxo-claras até roxo-escuras. | purpurnen, im langgestielten 
| axilláren | Dolden —stehenden 
| Bliúten. 
Cocc. guianense, K. SCHUMANN, 
S. Paulo: Butantan, PF. O FHorHNE, n.º 118, Mi aaa 
n.º 212, flor. -13-5-17; n.º 626, fr. 2-10-17 et n.º 2478, fl. 14-10:18, 


Habita logares húmidos e Habitat: feuchte und schat- 
sombrios; frutos cerúleos. tige Stellen. Friichte blãulich. 


Cocc. canescens, WILLD. 
S. Paulo: Butantan, F. C. HozgHNE, n.º 267, fl. 30-6-17. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. II 13 


As flôres são roxo-claras 


e os frutos cerúleos. 


Die Bliten sind hell-pur- 
purn und die Frúchte blau ge- 
fárbt. 


Cocc. erythrocephalum, CHAM. ET SCHLECHTD. 


S. Paulo: Butantan, F. C. HORHNE, n.º 779: fl. 26-10-17. 


Esto exemplar afasta-se 
de outros recolhidos em Minas- 
Gerais pelas folhas um .pouco 
mais curtas e mais largas. 


Cocc. uniflorum, HASSLER. 


Die Pílanze weicht von 
den 'anderen  vorliegenden, 
meist im Minas-Gerais gesam- 
melten Exemplaren derselben 
Ari, durch etwas breitere und 
lingere Blátter ab, 


Minas-Gerais: Poços de Caldas, in campis humidis, F. €. 
HogHNE, n.º 2761; flor. 10-1-919. Flôres pallido-purpurascenti. 


Esta planta foi primeira- 
mente colhida pelo Sr. Hass- 
LER na Serra do Amambai, 
no Paraguai; o presente ma- 
terial parece afastar-se um 
pouco pelas folhas menores, 


mas no demais concorda bem- 


com aquele trazido pelo citado 


Die Pflanze ist zuerst von 
HassLER in Paraguay auf der 
Sierra do Amambay gefunden 
worden; das gegenwártige Ma- 
terial hat zwar etwas kleinere 
Blatter, scheint aber doch mit 
dem Hasslerschen identisch zu 
sein. 


botânico. 
Coce. cordatum, KRAUSE (nov. spec.). 


Herba decumbens caulibus herbaceis modice validis, 3-4mm. 
crassis, pilis albidis longiusculis rigidis patentibus vestitis. Folio- 
rum stipulae lineares acutae basi breviter connatae, 4-7 mm. longae; 
petiolus tenuis pullulum applanatus, ut caules densiuscule patenter 
pilosus, 3-12mm. longus; lamina herbacea supra sparsius subtus 
praesertim ad costam mediam atque nervos primarios densius pilis 
albidis longisque 'obsitae, oblonga vel ovata, apice acuta, basi leviter 
cordatim emarginata, 3,5-5 cm. longa, 2,7-3,5 cm. lata, nerviis la- 
teralibus primariis 7-8 utrinque prominentibus percursa. Flores axil- 
lares breviter pedicellati; ovarium obconicum ut calycis lobi ovato- 
lanceolati acuti 4-5 mm. longi pilosum; corollae tubus cylindricus 
sursum paullum ampliatus, 5-6 mm. longus, lobi ovati subacuti quam 
tubus breviores; staminum filamenta infra faucem inserta, antherae 
oblongae; stylus tenuis, 6-7mm. longus. 

Tabula nostra n.º 1, 

S. Paulo: Estação Biológica, Alto da Serra, F. C. HoEHNE, 
ES os flora 20510217 | 


Esta nova espécie distin- Die Art fállt durch die am 
gue-se pelas folhas de base | Grunde herzfórmig ausgeran- 
cordadato-emarginada. | deten Blátter auf. 


14 Contrib. ao Conhecim. das Rubiáceas do Brasil 


Sabicea, AvBL. 
Sab. hirsuta, H B. K. 


S. Paulo: Estação Biológica, Alto da Serra, F. €C. HoEHNE, 
n.º 664; flor, 11-917. 


Sab. brasiliensis, WNH. 


Minas-Gerais: Belo-Horizonte, A. GEHRT, n.º 3198; flor, 
3-919. 


Arbusto campestre com Kampstrauch mit weissen 
flóres alvas. Blúten. 


Tocoyena, AveL. 
Toc. formosa, K. SCHUMANN, 
S. Paulo: Emas, Aug. GEHRT, nº 1643; flor. 12-919 — et 


158 ex Herb. Serv. Fl. da Comp. Paulista de Estr, de Ferro, 
Loreto, DR. Octávio VECCcHI leg. 3-1918. 


Nom. vulgar: «Pão de Diese schône, auffallende 
cera ». Pflanze ist schon mehrfach in 
Esta bela planta já foi re- S. Paulo und den Nachbargebie- 
petidas vezes recolhida no Es- ten gesammelt worden. 
tado de S. Paulo e nas regiões 
limitrofes. 


Posoqueria, AvpL. 


Posog. latifolia, RoEM. ET SCHULT. 


S. Paulo: Butantan, cult, in Horto «Oswaldo Cruz», F, €. 
HoEHNE, n.º 950; flor. 26-11-17. Idem, n.º 177,5; flor, 10-4-18; 
Idem 2563; flor. 2-12-19 et Campinas, Campos Novais, n.º 2062 
(142); flor. 5-918. 


Nome vulgar: « Assucena Volksname: « Assucena do 
do mato ». matto ». 
Tónica e febrifuga. Tonisch und fiebervertrei- 
bend. 


Posoq. acutifolia, MART. 


S. Paulo: Estação Biológica, Alto da Serra, F. C. HORHNE, 
n.º 4499; flor. 20-2-19 et idem Aug. GEHRT, n.º 5367; flor. 7-3-21. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. III 15 


Ao contrário da espécie 
precedente, esta parece ter a 
sua área de dispersão limitada 
ao Brasil meridional. Os exem- 
plares presentes afastam-se dos 
demais conhecidos pelas flôres 
um pouco mais longas. 


Basanacantha, 


Im Gegensatz zu der vor- 
hergehenden, sehr weit ver- 
breiteten Art, scheint diese in 
lhrem Vorkommen auf das súd- 
liche Brasilien beschrânkt zu 
sein. Die Exemplare, welche 
vorliegen, sind úbrigens von 
den meisten anderen vorhan- 
denen durch etwas lângere 
Bliúten unterschieden. 


Hook. FIL. 


Bas. spinosa, SCHUMANN var. ferox, K. SCHUMANN. 


S. Paulo: Loreto, (Octávio VECCHI, 


13-12-17. 


Nome vulgar: «Limão bra- | 
vo». 


no 112) nº9 1069: silor: 


Volksname: «Limão bra- 


VO ». 


Alibertia, A. RrcH. 


Alib. aff. uniflora, K. SCHUMANN. 


Minas-Gerais: Poços de Caldas, F. C. HoEHNE, n.º 2749; 
flor. 9-1-19. S. Paulo: Palmeiras, n.º 4065 (G. GEHRT leg.) 4-5-20. 


Esta planta foi também 
recolhida da mesma zona pe- 
los SRS.: DR. REGNELL, GLA- 
ZIOU, etc. 


Alib. aff. unflora, K. SCHUMANN. 


Die Pflanze ist auch von 
REGNELL, GLAZIOU u.a., in der 
gleichen Gegend gesammelt 
worden. 


S. Paulo: Butantan, F. C. HoEHNE, n.º 1696; fruct. 20-3-918. 


Devido a estar incompleto, | 
impossível de identificar ao 
certo. 


Hamelia, 


Ham. patens, Jaca. 


Ein unvollkommenes Exem- 
plar, dessen Zugehórigkeit un- 
sicher st. 


JACQ. 


S. Pawlo: Ibirá, (Leg. G. GEHRT), n.º 4512; flor, 7-2-20. 


Pequeno arbusto com flô- | 
res vermelhas. | 


Kleiner Strauch mit roten 
Blumen, 


16 Contrib. ao Conhecim. das Rubiáceas do Brasil 


Guettarda, BL. 
Guett. uruguensis, CHAM. ET SCHLTD. 


Minas-Gerais: Poços de Caldas, F. O. HoEHNE, n.º 2840; 


flor. et fruct. 14-1-19. 


Esta pequena árvore pa- | Dieser kleine Baum scheint 
rece não ser rara em todo o sul | in Siúdbrasilien und den benach- 
do Brasil e repúblicas vizinhas. barten Republiken nicht selten 

zu sein, 


Chiococca, L. 
Chioc. brachiata, Ruiz ET PAv. 


Minas-Gerais: Poços de Caldas, F, C. HoEHNE, n.º 2748; 
flor. 9-1-19 — Belo-Horizonte, Aug. GEHRT, n.º 3279; flor. 15-12-18 — 
8. Paulo: Nha da Queimada Grande, (Dr. AFRÂNIO AMARAL et 
J. DOMINGUES DOS SANTOS), n.º 3889; flor. 5-4-920 — Baia: Ca- 
pital, (DR. PIRAJÃ DA SILVA), n.º 4365; flor. 18-6-20. 


Planta erecta, meio escan- 
dente que encontra vários em- 
pregos na terapêutica popular, 
onde é conhecida como «Cipó 
Cruz» ou «Cainca ». 


Aufrechte, halbschlingende 
Pflanze, welche in der Volks- 
medizin verschiedene Verwen- 
dung gefunden hat und als 
«Cipó Cruz» oder «Cainca » 
bekannt ist. 


Ixora, L. 


Ix. venulosa, BENTH. 


S. Paulo: Butantan, F. OC. HozgHNE, n.º 1077; flor. 14-12-11 
et n.º 2604; flor. 5-12-18 — Campinas (Campos NOVAIS), n.º 2207, 


Arbusto baixo, de 1-3 me- 
tros de altura que já fôra co- 
lhido tambêm antes pelo Dr. 
REGNELL em Minas e pelo Dr. 
E. “Nolck em Si Paulo” em 
Campinas. 


Niedriger, 1-3 Meter hoher 
Strauch, der schon frúher von 
REGNELL in Minas-Geraes und 
von F. NoAck in S. Paulo, Cam- 
pinas, gesammelt worden ist. 


Mapouria, AvpL. 


Map. cephalantha, MUELL. ARG. 


S. Paulo: Campinas, (Campos Novals), n.º 2208. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I - fase. HJ 17 


Map. alba, MUELL. ARG. 


S. Paulo: Campinas, (Campos NovaIs), n.º 2059 — Butantan, 
F. OC. HogHNE, n.º 1144; flor. 21-12-17; — Capital, St. Ana, (AMARO 
VAN EMELEN), n.º 2419: flor. 25-9-18. 


Planta comum e muito dis- 
persada. 


Map. corylifera, MUELL. ARG. 


Eine hâáufige und weit ver- 
breitete Pflanzé. 


S. Paulo: Campinas, (CAMPos Novas), n.º 2058; flor. 9-918. 


Map. niveo-barbata, MUELL. ARG. 


S. Paulo: Campinas, (Campos NovaIs), n.º 2057; flor. 9-18. 


Embora as flôres apresen- 
tem o característico revesti- 
mento de pêlos sedosos na fauce 
da corola, os segmentos da mes- 
ma são um pouco mais curtos 
e mais largos que no exemplar 
original de GLAZIOU. 


Obgleich die Bluten die 
charakteristische, weisse Be- 
haarung des Schlundes aufwei- 
sen, sind doch die Blumenblãt- 
ter etwas kiirzer und breiter, 
als bei dem von GLAZIOU ge- 
sammelten Original. 


Map. subspathulata, MUELL. ARG. 


S: Paulo: Loreto, (Octávio VECCHI, n.º 145), n.º 1644; ilor. 


3-918. 


Este exemplar afasta-se do 
tipo pelas folhas um pouco mais 
largas. 


Dieses Exemplar weicht 
vom 'Typus durch etwas brei- 
tere Blátter ab. 


Psychotria, L. 
Psych. densecostata, MUELL. ARG. 


S.Paulo: Butantan, F. C. HoEHNE, n.º 812; flor. 29-10-917. — 


Eden mo 794: flor, 10-917. 


Esta planta caracteriza-se 
muito bem pelas nervuras mui- 
to bastas das folhas. 


Psych. Weddeliana, MUELL. ARG. 


Diese Pflanze ist durch die 
dichte Nervatur der  Blátter 
leicht kenntlich. 


“Minas-Ger wis: Brumado, Município St. Bárbara do Mato- 
Dentro, F. C. HoEgHNE, n.º 5033; flor. 18-1-21. 


Um arbusto muito orna- 
mental, comum nas matas hú- 
midas das encostas, com gran- 


Ein sehr schôner Strauch, 
háufig in den feuchten Abhangs- 
wáldern; mit grossen Bláttern 


18 Contrib. ao Conhecim. das Rubiáceas do Brasil 


des folhas e enormes panículos 
de flôóres com calyx e corola 
amarelos. 


Psych. myriantha, MUELL. ARG. 


und sehr grossen Blitenstân- 
den, gelbem Kelch und gelber 
Blumenrôhre. 


S. Paulo: Campo Limpo, Estância da Fortaleza, (A. O. MEN- 


DES), n.º 1552; flor. 25-2-:18. 


Esta planta, infelizmente 
sem flôóres, é uma das célebres 
«Hervas de rato » que entre ou- 
tras teem sido enviadas a este 
Gabinete para identificação 
scientífica. 


Diese Pflanze, welche lei- 
der ohne Bliúten ist, ist eine 
von jenen Arten, welche unter 
dem Namen «Herva de rato» 
zur Bestimmung eingelaufen 
sind. 


Psych. leiocarpa, CHAM. ET SOHLECHTD. 


S. Paulo: Campinas, (Dr. Campos NovaIs), n.º 4498, S-d, 


frequente em todo o sul do 


Kleiner Baum oder Strauch, 
der in Siúdbrasilien und den 


Árvore pequena ou arbusto, | 


Brasil e regiões circunvizinhas. | Nachbargebieten sehr hâufig 
ist. 


Psych. Langsdorffiana, MUELL. ARG. 


S. Paulo: Morrinhos, (Joaquim RIBEIRO), n.º 347;. flor. 
Lt-7-17 — Campinas (Camp. Novais), n.º 1983; flor. 17-17, == 80; 
cego (Minas), (DR. AFRÂNIO AMARAL), n.º 5283; flor. 1-921. 


Arbusto pequeno a que 
dão o nome e atribuem as mes- 
mas propriedades da «Herva 
de rato», Psych. Maregravii, 
SPR. citada mais abaixo. 


Kleiner Strauch, welcher, 
wie die unten folgenae Psych. 
Marcgravii, SPR., deren Eigen- 
schaften auch ihm zugespro- 
chen werden, ebenfalls den Na- 
men «Herva de rato» erhielt. 


Psych. malanoides, MUELL. ARG. 


8. Paulo: Butantan, F, C. HogHNE, n.º 1485; flor. 14-11-18 
et ad Cantareira; idem, n.º 1585; flor. 1-3-18. 


Hlôres em espigas, esta planta tenstânde erinnert diese Pflanze 
faz recordar algumas espécies etwas an Croton-Arten. 
de Croton. | 


Pela disposição de suas | Durch die Form der Bliú- 


Psych. Marcgravii, SPRENG. 


8. Paulo: Butantan, F. O. HoEHNE, n.º 1177; flor, 20-12-17 
et; n.º) 1491: Mor 02-018: 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. II 19 


Esta planta, bem caracteri- 
zada pelas suas flóres com ca- 
ly amarelo e corola roxo-es- 
cura, é a verdadeira «Herva 
de rato ». 


Psych. Blanchetiana, MUELL. 


SE Pal os 
ldem” ns dj: 


Também vulgarmente co- 
nhecida pelo nome de « Herva 
de rato », mas distinguida fácil- 
mente da precedente pela co- 
rola menor e amarela como o 
cala. 

A maioria destas citadas 
são reputadas altamente tóxicas 
para o gado. 


flor 2a asi; 
24-1-18. — Guatemim, idem, n.º 
Serra, Biológica, (A. PEDROSO), 


Diese, durch ihre Bluten 
mit gelbem Kelch und blauer 
Korolle, gut charakterisierte 
Pflanze, ist die echte « Herva 
de rato ». 


ARG. 


Butantan, F. C. HoEHNE, n.º 971; flor. 28-11-17. 
—» Idem, idem, n.º 1353: or. 
2650; flor. 23-12-18 et Alto da 
n.º 3029; for 12518: 


Auch bekannt als « Herva 
de rato», aber leicht von der 
Vorhergehenden zu unterschei- 
den durch die gelbe Korolle 
und den gelhen Kelch. 

Die Mehrzahl der hier ge- 
nannten Arten, ist als sehr gif- 
tig furs Vieh anzusehen. 


Psych. florestana, KRAUSE (Sp. nov.). 


Frutex ramis ramulisque tenuibus teretibus vel ad nodos paul- 
lum complanatis glabris cortice laevi obtectis. Folium stipulae apice 
bidentae basi breviter connatae, vix 3mm. longae; petiolus bre- 
vissimus, vix imm. longus; lamina utrinque glaberrima cvato- 
lanceolata apice longe suboblique acuminata basi late rotundata- 
obtusa ima basi interdum levissime emarginata, 5-7 cm. longa 
2-3,5 cm. lata, nervis lateralibus primariis 7-10 utrinque distincte 
proeminentibus prope marginem connatis adscendentibus percursa. 
Flores parvi in panniculis gracilibus paucifloris terminalibus cum 
pedunculo 2-3,5 em. metienti, 4-6 cm. longis dispositi; ovarium mi- 
nutum vix imm. lJongum; calyx brevissimus obsolete dentatus; 
corollae tubus cylindricus sursum paullum dilatatus, 3-4 mm. longus, 
lobi anguste ovati apice subacuti quam tubus breviores; staminum 
filamenta fauce inserta tenuia, 1-1,5mm. longa, antherae anguste 
lineares filamentis subaequilongae; stylus gracilis 4-5 mm. longus. 


Tabula. nostra n.º 2. 

Minas-Gerais: Santa Bárbara do Mato-Dentro, Fazenda 
da Floresta, F. OC. HoEgHNE, n.º 5071; flor. 21-1-21. 
Die Pflanze àhmnelt der obi- 


gen Psych. leiocarpa, CHAM. ET 
SCHLECHTD., doch sind die fast 


Esta planta aproxima-se 
muito da Psych. leiocarpa, 
CHAM. ET SOCHLEÇHTD., supra 


citada, são porêm característico 
específico as folhas quási sés- 
seis e às vezes meio cordadas 
em sua base. 


sitzenden und am Grunde oft et- 
was ausgerundeten Blátter, spe- 
zifische Merkmale fúr sie. 


20 Contrib. ao Conhecim. das Rubiáceas do Brasil 
Psych. Hoehnei, KRAUSE (Sp. nov.). 


Frutex erectus modice altus ramis tenuibus paullum complanatis 
glabris vel summo apice atque ad nodos superiores sparse breviter 
puberulis. Folium stipulae latae ovatae apice breviter acute acumi- 
natae basi paullum connatae, 2-3mm. longae; petiolus paullum 
applanatus, 1,2-1,6 em. longus, sparse breviter puberulus vel demum 
clabratus; lamina herbacea utrinque sparsissime breviter pilosa 
vel glabra, anguste oblonga vel lanceolato-oblonga, apice longius- 
cule acuminata, basi acutata, 9-12 cm. longa, 3,8-4,5 cm, lata, nervis 
lateralibus primariis 10-12 utrinque subdistincte prominentibus per- 
cursa, Inflorescentia panniculata cum pedunculo 4cem. longo fere 
10cm. longa. Flores breviter pedicellati; ovarium parvum vix 
Imm. longum; calyx minutus ovario subaequilongus denticulatus; 
corollae tubus cylindricus sursum paullum dilatatus 6-7 mm. longus, 
lobi ovati subacuti cir. 1,5mm. longi; staminum filamenta laevia 
tenuia paullum infra faucem inserta, antherae lineari-oblongae; 
stylus tenuis. 

Tabula nostra n.º 3. 

8. Paulo: Alto da Serra, Biológica, F, C. HOEHNE, n.º 3009, 
flor. 4-3-19. 


Palicourea, AVUBL. 
Pal. risida, E. B. K. 
S. Paulo: Tatuí, F. OC. HozHNE, n.º 1460; flor. 30-1-18. — 
Loreto (Octávio VECCcHI), n.º 1645; flor. 1-18. — Belo-Horizonte, 


Minas, (AUG. GEHRT), n.º 3213; flor. 20-12-18 et Faveira, S. Paulo, 
(GUILHERME GEHRT), n.º 4027. 


Planta campestre bem ca- Gemeiner Kamposstrauch, 
racterizada pelas suas folhas der sich sehr gut charakte- 
grandes, rijas e um tanto ama- risiert durch seine grossen, 
reladas que lhe mereceram o steifen, gelblichen Blátter, die- 
nome de « Douradão », « Doura- ihm dien Namen: « Douradão », 
dinha» e «Gritadeira do cam- « Douradinha » und «Gritadeira 
po ». | do campo» eingebracht haben. 


Pal. Hoehnei, KRraAaUSsE (Sp. nov.). 


Frutex ramis ramulisque teretibus vel ad nodos paullum com- 
planatis glabris cortice laevi bruneo obtectis. Foliorum stipulae 
parvae acutae basi breviter connatae, circ. 3mm. longae; petiolus 
brevi tenuis supra applanatus, 3-6mm. longus; lamina tenuiter 
coriacea utrinque nitidula oblonga vel oblongo-lanceolata apice acute 
acuminata basi obtusa vel acutiscula, 6-10 cm. longa, 3-5 cm. lata, 
nervis lateralibus primariis 8-10 utrinque distincte prominentibus 
a costa patentibus arcuatim adscendentibus percursa. Inflorescentia 
paullum conferta multiflora, 2-5 em. longe pedunculata. Flores bre- 
viter pedicelati; ovarium minutum obconicum, 1-1,5mm. lon- 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. II 21 


gum; calycis lobi ovati acuti ovario subaequilongi; corollae ro- 
saceae extus breviter tomentellae tubus cylindraceus vix 2cm. 
longus, lobi oblongi obtusi, quam tubus pluries breviores; sta- 
mina paullum infra faucem inserta, filamenta brevissima tenuia 
vix 2-3mm. longa, antherae lineares; stylus tenuis, corollam paul- 
lum superans, stigmate parvo subcapitato coronatus, 


Tabula nostra n.º 4, 


Minas-Gerais: Santa Bárbara do Mato-Dentro; F. OC. 
HoEHNE, n.º 4917; flor. 12-1-21. 


Nome vulgar «Herva de Volksname «Herva de ra- 
rato» mas bem caracterizada to». Durch die rosa Blúten mit 
pelas flôres na base róseo-ama- purpurnen Enden der Korolle 
reladas e no ápice da corola ro- spezifisch gut gekennzeichnet. 


X0-escuras. | 


Rudgea, Sazirp. 
Rud. villiflora, K. ScH. 
S. Paulo: Iguape, F. C. HoEHNE, n.º 1891; flor. 28-4-18. 


Pequeno arbusto das ma- Kleiner Strauch aus den 
tas húmidas, com flôres alvas | feuchten Wáldern, mit weissen 
longo-vilosas muito decorativas langzottigen Bliúten, die sehr 
e Interessantes. | dekorativ und interessant sind. 


Rud. myrsinifolia, BrH. 


SE muros Conchas (G GEHRT), nº 3590; or o iEat 


Talvez que um outro exem- Vielleicht gehórt auch eim 
plar de número 4.497, colhido anderes Exemplar, von BENTO 
pelo SR. BENTO DE ToLEDO em DE TOLEDO (n.º 4.497) in Cam- 
Campinas, tambêm pertença a | pinas gesammelt, hierher. 


esta espécie. | 


Rud. jasminoides, MUELL. ARG. 


So Pawlo: Butantan, FP. €C. HogHNE, n.º 991; flor: 1-12-17 Jet 
n.º 2632; flor. 12-12-18. 


Esta espécie já foi tam- | Diese Art ist bereits fri- 
bêm colhida pelo Sr. SELLO e her von SELLO und Anderen 
outros no mesmo Estado; parece im Staate S. Paulo gesammelt 
entretanto ter pouca dispersão. worden, scheint aber Kkeine 
weitere Verbreitung zu be- 

sitzen. 


Rud. minor, (CraM.) M. Arg. (= Coffea minor, CHAM., Rudgea 
Claussenniana, BENTH.). 


22 Contrib. ao Conhecim. das Rubiáceas do Brasil 


S. Paulo: Tha Queimada Grande, n.º 3890, DR. AF. AMARAL 
leg., floret 5-4-20. et n.º 4529 ibid, A. GEHRT leg., floret 3-11-20. 


Esta planta, antes já re- 
colhida por CLAUSSEN e outros, 
em Minas-Gerais, parece ter a 
sua área de dispersão limita- 
da ao sul do Brasil. 


Rud. gardenioides, MUELL. ARG. 


Diese schon friúher von 
CLAUSSEN und anderen in Mi- 
nas-Geraes gesammelte Pflan- 
ze scheint in ihrer Verbreitung 
nicht úber Súdbrasilien hin- 
auszugehen. 


S. Paulo: Alto da Serra, Biológica (ScHWEBEL, n.º 135 im 
Serv. Fl. Comp. Paul.), n.º 1068; flor. 10-917. 


Árvore regular bem cara- 
cterizada pela forma e consis- 
tência coriácea das suas folhas 
lânceo-espatulares, que tam- 
bêm já foi colhida antes por 
SELLO € (GLAZIOU. 


Ein ziemlicher Baum, der 
sich durch seine lanzettspatel- 
fórmigen, dickledrigen Blãiter 
sehr gut charakterisiert. Wurde 
auch schon frúher von SELLO 
und (GLAZIOU gesammelt. 


Declieuxia, H. B. K. 


Decl. intermedia, MUELL. ARG. 


Minas-Gerais: Poços de Caldas, F, C. HOEHNE, n.º 2948; 
flor. 30-1-19, et idem, n.º 3756; flor. 10-3-20. 


Decl. polygaloides, Zucc. 


S. Paulo: Ipiranga, F. C. HozHNE, n.º 4144; flor. 19-10-18. 


Decl. chiococcoides, MUELL. ARG. 


S. Paulo: Miguel Calmon, (Dr. J. FL. GoMES), n.º 1739; 


flor. 2-9-18. 


Var. puberula, MELL. ARG. 


SP alo 
Elor: RES IDAS: 


Decl. divergentiflora, D. €. 


Guatemim prope Cap. F. O. HoEHNE, n.º 2655; 


S. Paulo: Ipiranga, F. C. HoEHNE, n.º 498; flor. 7-4-17. 


Planta bastante frequente 
dos campos dos arredores de 
S. Paulo, onde já foi colhida 
por diversos botânicos. 


Diese Pflanze ist auf den 
Kampos der Umgebung S. Pau- 
los sehr háufig und wurde 
schon von verschiedenen an- 
deren Botanikern hier gesam- 
melt. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I - fasc. II 23 


Decl. cordigera, MART. ET ZUCO. 


Minas-Gerais: Poços de Caldas, F. C. HoEHNE, n.º 2621; 


flor, 9-1-19. 


Planta campestre pequena 
bem caracterizada pelas suas 
folhas largas de base cordada. 


Decl. sclerophylla, MUELL. ARG. 


Ein kleimer, sehr niedriger 
Kampstrauch, der sich durch 
seine ziemlich breiten, an der 
Basis herzfôrmigen Blãtter sehr 
gut kennzeichnet. 


S. Paulo: Butantan, Rio Pequeno, F. C. HomHNE, n.º 2559; 
Nor 280 10-19 er nº' 722 idem flor. L6-10-1% 


Esta espécie tem sido co- 
lhida poucas vezes e é relativa- 
mente rara. 


Diese Art ist bisher nur 
wenig gesammelt worden und 
scheint ziemlich selten zu sein. 


Cephaelis, Sw. 


Ceph. rueliifolia, MUELL. ARG. 


Ss: Paulo: Butantan, F, €. HogHNE, n.º 944: flor, 23-1-17, 
Idem n.º 5069, Areião, St. Bárbara, Minas-Gerais: em! 21-1-21 et 
prob. 5286, leg. A, AMARAL ad Socêgo, Minas 1-921. 


Parece ser bastante comum 
nas matas do sul do Brasil. 


Ceph. involucrans, MUELL. ARG. 


Eine im Suúdbrasilien ziem- 
lich hâufig erscheinende Art. 


S. Paulo: Jabaquara, F. C. HogHNE, n.º 2489; flor. 12-10-18. 


Muito semelhante à prece- 
dente e tambêm já colhida re- 
petidas vezes em S. Paulo. 


Ceph. pleiocephala, MUELL. ARG. 


Steht der vorhergehenden 
Art sehr nahe und ist ebenso 
wie diese schon mehrfach in 
S. Paulo gesammelt worden. 


Minas-Gerais: Santa-Bárbara do Mato-Dentro; F. CC. 


HoEHNE, n.º 4919; flor, 12-1-21. 


Pequeno arbusto de até 2 
metros de altura, com múlti- 
plos pequenos capitulos pauci- 
floros e ramos distintamente 
tetrágonos agudos. 


Kleiner Strauch, mit vie- 
len Kkleinen,  wenigbliútigen, 
weissen Bliútenkôpfchen und 
auffallend scharf vierkantigen 
Zweigen. 


24 Contrib. ao Conhecim. das Rubiáceas do Brasil 


Ceph. stachyoides, BrH. 

S. Paulo: Guatemim, prope Cap. F. C. HoEHNE, n.º 2486; 
flor, 14-10-18. 
Cep. ipecacuanha, A. RiIcH. 


Baia: Capital, (Dr. PIRAJÃ DA SILVA), n.º 4314; flor. 20-5-20. 


Esta é a verdadeira « Poaia Dies ist die echte « Poaya 
de Mato-Grosso» ou «Ipeca- do Matto-Grosso » oder «Ipe- 
cuanha» de que exportamos cacuanha », von welcher grosse 
enormes quantidades. Mengen  Wurzeln exportiert 

werden. 


Ceph. nuda, CHAM. ET SCHLECHTD. 


S. Paulo: Biológica, Alto da Serra, F, C. HogHNE, n.º 1103; 
flor: 6-4-18 et n.º 1754; flor. 19-12-17. 


Pequeno arbusto das matas | Kleiner Strauch aus den 
higrófilas com calyax grande de hygrophilen Wáãldern mit gros- 
côr vermelha e corola amarela. | sem, rotem Kelch und gelber 

Korolle. 


Ceph. hancorniaefolia, BTH. 
S. Paulo: Campinas (Campos Novais leg.), n.º 2202. 


Bastante frequente no sul In Siúdbrasilien ziemlich 
do Brasil. háufig. 


Coussarea, AUBL. 
Couss. hydrangeifolia, BTH. ET Hook. 
S' Paulo: Prope Cap. F. C..HogHNE, n.º 4504; flor. Gm 


Espécie bem distinta pelas Eine durch auffallend gros- 
suas grandes folhas, já repe- | se und breite Blátter ausge- 
tidas vezes colhida no sul do zeichnete, schon oft in Siúd- 
Brasil. | brasilien gesammelte Art. 


Couss. nodosa, MUELL. ARG. 


S. Paulo: Butantan, F. C. HogHNE, n.º 993; flor. 1-12-17. 


tros de altura com flôres al- 3-4m Hôóhe mit weissen Blú- 


Árvore pequena de 3-4 me- Ein kleines Bâáumchen von 
vas. ten. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. HI 25 
Couss. triflora, MUELL. ARG. 


SE Pulo Butantan) ES C HoBiNH ne AG fios NES 
Idem nie 1341: flor, 24-1-18. 


Planta que pelo seu as- Kleiner Waldstrauch, der 
pecto faz lembrar muito a durch seine Tracht sehr am 
Psychotria Langsdorffiana. | Psychotria Langsdorffiana erin- 

nert. 


Faramea, AvBL. 
Far. dichotoma, K. SCHUMANN, 


S. Paulo: Biológica, Alto da Serra, F, C. HogHNE, n.º 4500; 
flor, 6-2-20. 


Espécie de flóres relativa- Eine auffallend Kkleinbli- 
mente muito pequenas, que tige Art, welche bisher erst von 


até aqui só havia sido colhida Glaziou gesammelt worden ist. 
por GLAZIOU. 


Far. Martiana, MUELL. ARG. 


S. Paulo: Biológica, Alto da Serra, (SCHWEBEL leg.), n.º 1291; 
for. 10-917. et n.º 5609 idem, 14-5-20 leg. A. GEHRT. 


Parece ser frequente nas Scheint in den hygrophi- 
matas higrófilas do Brasil me- len Waáldern Siúdbrasiliens sehr 
ridional. hâufig zu sein. 


Far. Hoehnei, KRAUSE (Sp. nov.). 


Frutex ramis teretibus glabris cortice diluto obtectis. Foliorum 
stipulae basi in vaginam brevem 1,5-2mm. longam diutius per- 
sistentem connatae; petiolus tenuis paullum applanatus, 6-8 mm. 
longus; lamina tenuiter coriacea utrinque glaberrima oblongo-lan- 
ceolata acumine angusto longiusculo praedita, basi subacuta, cum 
acumine cire. 2em. metiente 1-1,25 em. longa, 3,5-5 em. lata, nervis 
lateralibus primariis utrinque 6-8 prominulis percursa. Inflores- 
centia laxa terminalis pauciflora, cum pedunculo 5-6cm. longa, 
Flores mediocres subsessiles; ovarium parvum obconicum, circ, 
2 mm. longum; calyx ovario subaequilongus cupulatus acute quin- 
quedentatus; corollae albae vel in siccitate nigrescentis tubus cy- 
lindricus, circ. 1cem. longus, lobi anguste oblongi subacuti tubo 
aequilongi vel paullum breviores; staminum filamenta paullum infra 
faucem affixa, tenuia, antherae lineares; stylus tenuis, 1,5-1,8 em. 
Jongus, 


Tabula nostra n.º 5. 


S. Paulo: Biológica, Alto da Serra, F. C. HOEHNE, n.º 2592; 
flor) 5-12:18: 


26 Contrib. ao Conhecim. das Rubiáceas do Brasil 


Esta planta cabe no gru- 
po e imediação da Far. mar- 
ginata, MART. e Far. latifolia, 
D. C.; distingue-se porêm muito 
bem pelas suas folhas longo 
cuspidadas. 


Die Art gehôrt in die Ver- 
wandischafi von Far. margina- 
ta, MART. und Far. latifolia, 
D. C., unterscheidet sich aber 
von beiden durch die lang zuge- 
spitzten Blátter. 


Richarsonia, L. 
Rich. stellaris, CHAM. ET SCHLECHTD. 
S. Paulo: Butantan, F. C. HoEHNE, n.º 2470; flor. 14-10-18. 
Planta dos campos secos, | Kleine, niedrige, fast krie- 
baixa ou mesmo um tanto ras- chende Kamppflanze, an trock- 


teira, flôres alvas. nen  Stellen, mit  weissen 
Blúmchen. 


Rich. acutifolia, KRAUSE (Sp. nov.). 


Herba caulibus tenuibus teretibus ramosis rigidis dense pilis 
hispidis oblique patentibus obsitis. Foliorum stipulae rigidae se- 
tiformes acutae 4-6 mm. longae, basi breviter vaginatim conjun- 
ctae; lamina rigida anguste linearis apicem versus longe acutatae; 
basi angustata, margine plerumque revoluta, 1,8-2,2cem. longa, 
1,5-8,5 mm. lata, costa media supra valde impressa subtus distincte 
prominente percursa. Flores in capitulis terminalibus 6-12-floris 
bracteis subfoliaceis rigidis basi latissimis involucratis dispositi; 
ovarium parvum subovoideum; calyx cupulatus denticulatus; co- 
rollae albae tubus anguste cylindricus sursum infundibulariformiter 
dilatatus, 6-8 mm. longus, lobi ovato-oblongi subacuti 2,5-3 mm. lon- 
gi; staminum filamenta fauce inserta, tenuissima, 2-3 mm. longa, 
antherae minutae ovoideae; stylus filiformis apice breviter lobatus. 


Tabula nostra n.º 6. 
S. Paulo: Butantan, F. C. HogHNE, n.º 2471; flor. 14-10-18. 


Diese Art steht der vorher 
gehenden sehr nahe, unter- 
scheidet sich aber von i1hr durch 
den hóôheren Wuchs, die grade- 
ren Stengel und lângeren In- 
ternodien, sowie durch lângere 
und mehr zugespitzte Blãtter. 
Wáchst aber trotzdem auf den 
selben, trocknen Kampos wie 
jene. 


Esta espécie aproxima-se 
muitissimo da precedente; dis- 
tingue-se porêm dela pelo cres- 
cimento mais erecto, caules 
mais rectos e internós mais lon- 
gos e folhas mais compridas e 
mais longo-acuminadas. Vive 
entretanto nos mesmos campos. 


Rich. brasiliensis, Gom. 


Minas-Gerais: Poços de Caldas, F. C. HoEHNE, n.º 294%; 
flor. 30-1-:19 et S. Paulo: Itirapina, (GEHRT), flor. 28-2-20. 


An. das Mem, do Instituto de Butantan — Vol. 1 - fasc. III 27 


Estes exemplares são bem Die erwâáhnten Exemplare 
típicos para esta interessante sind recht typisch fiúr diese siúd- 
e útil planta do sul do Brasil. brasilianische, sehr háufige und 
Nome vulgar « Poaia branca ». nútzliche Art. Volksname « Poa- 


ya branca ». 


Rich. rosea, CHAM. ET SCHLECHTD. 


S. Paulo: Araraquara, (EPAMINONDAS DO AMARAL), n.º 431; 
Flor, 16-8-17 — Butantan, F. C. HozrHNE, n.º 689; flor. 13-10-17. 


(Parece-nos fora de dúvida 
que deve haver um engano 
quanto à separação específica 
desta planta da precedente. Ao 
nosso ver, tanto estas duas como liegen muss. Nach unserer An- 
tambêm a Rich. scabra, ST. HIL. sicht sind sowohl Rich. scabra, 


(Es scheint uns zweifellos, 
e ainda a Rich. pilosa, H. B. K. Sr. Hir. wie Rich. pilósa, 


dass bei der spezifischen Tren- 
nung dieser, von der vorher- 
gehenden Art, eim Irrtum vor- 


pertencem a uma só espécie e H. B. K. Verireter einer und 
que as diferenças notadas e derselben Art. Die Unterschiede 
que serviriam para fundar as sind nichts weiteres als For- 
várias hoje existentes nada men, denn es ist ja eine bekann- 
mais são do que formas, pois te Tatsache, dass diese Pflanze 
é conhecido que a planta varia ganz ausserordentlich variiert, 
enormemente conforme o logar E nach dem Ort, wo sie lebt. — 
em que medra. — F. C. HoEH- . C. HoEgHNE). 

NE). 


Rich. astroides, K. ScH. 


So BRaulo: Butantan, in campis siceis, F. C. HOEHNE, n.º 
d19; flor. 3-8-18. et n.º 2468 flor. 14-10-18. 


Esta interessante planta Diese kleine, kriechend-ru- 
campestre, de porte cespitoso- delbildende Kamppflanze, wel- 


rasteiro, que seria muito pró- che sehr geeignet wáre fiúr die 
pria para formação de peque- Bildung kleiner Zierrasen in 
nos relvados, foi até hoje co- Gárten, wurde erst einmal von 
lhida apenas pelo Dr. SELLO no SELLO in Súdbrasilien ohne ge- 
sul do Brasil, sem indicação nauere Standortangabe gesam- 
certa de procedência. melt. 


Diodia, Groxoyv. 
Diod. polymorpha, CHAM. ET SCHLECHTD. 


S.Paulo: Butantan; FO HogHNE, n.º 985: flor. 1-12-|7, — 
Idem, n.º 247; flor, 22-6-17; n.º 994; flor. 1-12-17 e 4009, idem 
flor. 20-5-20. 


Pelo porte esta planta asse- Durch ihre 'Tracht erin- 
melha-se imensamente à algu- nert diese Pílanze sehr an 


28 Contrib. ao Conhecim. das Rubiáceas do Brasil 


mas espécies de Relbunium. Os 
dois últimos números são da 


SCHUMANN. 


variedade microphylla, K. | 


etliche Relbunium-Arten. Die 
zwei letzten Nummern gehôren 
zu die Varietãt microphylla, K. 
SCHUMANN. 


Diod. polymorpha, CHAM. ET SCHLECHTD. var. floribunda, K, ScH. 


S. Paulo: Jaraguá, F, O. HogHNE, n.º 5531; floret 29-4-21. 


Diod. alata, NEES ET MART. 


S. Paulo: Campinas, (Leg. Campos Novais), n.º 2061; flor. 


et ir. 5-918: 


Diod. radula, CHAM. ET SCHLECHTD. 


S. Pawlo::- Butantan, F. O. HozHNE, n.º 790: flor: 27000 


Planta rasteira dos campos, 
fl. alva. 


Kriechende  Kamppflanze 
mit weissen Bliúten. 


Borreria, G. F. W. Mer. 


Borr. Runkei, K. ScHUM. 


8. Paulo: Tatui, F. C HozHNE, n.º 1461: flor. S0JBlsmer 
Minas-Gerais: Poços de Caldas, nº 2915; flor. 26-119. 


Interessante e bem cara- 
cterizada espécie, até hoje re- 
colhida apenas duas vezes, à 
primeira pelo Dr. MosEN em 
Caldas e a segunda por RIEDEL 
perto do Rio Pardo, em S. Pau- 
lo. Os exemplares em mão con- 
cordam perfeitamente com o 
tipo descrito por SCHUMANN. 


Eine sehr charakteristische 
und interessante Pflanze, die 
bisher nur zweimal gesammeli 
worden ist, zuerst in Caldas von 
MosEN und zum zweiten Male 
von RIEDEL bei Rio Pardo in 
S. Paulo. Die  vorhandenen 
Exemplare stimmen sehr gut 
mit dem Original SCHUMANNS 
úberein. 


Borr. eryngioides, CHAaM. ET SCHLECHTD. 


S. Paulo: Campinas, (Enviada pelo Sr. BENTO DE TOLEDO, sob 


n.º 6), n.º 5368: flor. 14-52 


Bem características para 
esta espécie são as longas cer- 
das em que terminam as estí- 
pulas pluripartidas e os frutos 
relativamente grandes e pilo- 
sos. 


Sehr eigentiimlich sind 
bei dieser Art die langen bor- 
stenâhnlichen Teile der Stipeln 
und die relativ grossen und 
behaarten Frúchte. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. HI 29 


Borr. verticillata, G. F. W. MEyY. 


S. Paulo: Campinas, (BENTO DE ToLEDO, n.º 67), n.º 246; 
flor. 22-9-17 — Butantan, F. C. HogHNE, n.º 792; flor. 11-919 — 
Capital, (AMARO VAN EMELEN, n.º 35), n.º 2421; flor. 25-9-18 et 
Maranhão: Viana, (Ozimo DE CARVALHO, n.º 5), n.º 2161; flor. 


15-6-18. 


Herva vulgar e muito co- 
mum que aparece especialmente 
nas imediações das habitações e 
é vulgarmente conhecida pelos 
nomes de « Vassoura » ou « Her- 
va botão ». 


Borr. cupularis, D. €. 


Sehr gemeines und háâufi- 
ges Unkraut, das besonders in 
der Umgebung der mensehli- 
chen Wohnungen vorkommt, 
und allgemein als « Vassoura » 
oder «Herva Botão» bekannt 
ist. 


Celina Bortaleza;» (Dr: DIAS! DA! ROCHA, nº 18), mic ELO 


Borr. scabioides, CHAM. ET SCHLECHTD. 


Cienra: Fortaleza, (Dr. Dias DA RocHA, n.º 19), me 4102; 


Borr. tenella, CHAaM. ET SCHLECHTD. 


SE E uo Bu (DRT Pr Gomes) no 1692; flor: 21-51 
Minas-Gerais: Miguel Burnier, F. C, HorgHNE, n.º 5222; flor. 


30-1-21. 


Var. genuina, K. SCHUMANN. 


Minas-Gerais: Belo-Horizonte, (A. GEHRT), n.º 3328; flor. 


16-4-19. 


Var. platyphilla, K. SCHUMANN. 


Minas-Gerais: Belo-Horizonte, (A. GEHRT), n.º 3154; flor. 


21-2-19. 


Borr. poaya, D. C. var. genuina, K. SCHUMANN. 


Minas-Gerais: Belo-Horizonte, (A. GeHRT), n.º 3210; flor. 


30:12-18. 


Var. nervosa, K. SCHUMANN. 


Si Paulo: Bus (DRJ FL. Gomes), n.º 1668; flor 245518; 


Vulgo: « Poaia do campo ». 


Volksname: «Poaia do 


campo ». 


30 Contrib. ao Conhecim. das Rubiáceas do Brasil 


Borr. latifolia, D. C. var. sideritis, K. SCHUMANN. 


S. Paulo: Capital, (Dr. AMARO VAN EMELEN, n.º 34), n.º 
982; flor. 25-9-18. 


Vulgo: « Poaia do campo ». Volksname: «Poaia do 
campo ». 
Diese eigenartige Varietãt 
scheint nur eine beschrinkte 
Verbreitung zu haben, 


riedade parece ter uma área de 
dispersão bastante restrita. 


Esta bem caracterizada va- 
Borr. verbenoides, CHAM ET SCHLECHTD. 

S. Paulo: Campinas, (Campos Novais), n.º 2201; flór. 6-18. 
Borr. eupatorioides, CHaM. ET SCHLECHTD, 

S: Paulo: Ibatinga, (Aug. GRHRT), n.º 3529: flor. 19208] 


Borr. valerianoides, CHAM. ET SCHLECHTD. 


S. Paulo: Butantan, F. C. HogHNE, n.º 1022: flor. 7-12-17. 
Estas três espécies enume- | Diese eigenartige Varietãt 
radas por último são tôdas bas- ten Arten sind alle háufig und 


tante comuns e dispersadas no weit verbreitet. 
Brasil. 


Borr. asclepiadea, CHAM. ET SCHLECHTD. 
S. Paulo: Jaguaré, (A. GEHRT leg.) 57715; floret 14-9-21. 
Borr. cfr. equisetoides, CHAM. ET SCHLECHTD. 
Minas-Gerais: Miguel Burnier, F. C. HoEHNE, n.º 5232; 
floret 31-1-21, 
Emmeorrhiza, Pon. 
Emm. umbellata, (SPRENG.) K. SCHUMANN. 


8. Paulo: Butantan, F. C. HoEHNE, n.º 913; flor. 11-918. — 
Campinas, (Campos NovalIs), n.º 2205; flor. 6-918. 


Planta alto-escandente de | Hochschlingende  Pflanze 
flôres aromáticas e melíferas. mit wohlriechenden, honigrei- 
chen Blúten. 
Staelia, CHam. ET SchH. 
St. catechosperma, K. SCHUMANN. 


8. Paulo: Buri, (DR. J. FL. GoMEs), n.º 1676; flor. 21-3-18. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol I-fasc. III 31 


Esta espécie havia até hoje Diese Art wurde bisher nur 
sido registada exclusivamente von Bahia registriert, wo sie 
para a Baía, onde a encontrou | von BLANCHET gesammelt wor- 
BLANCHET. | den ist. 


Mitracarpus, Zucc. 


Mitr. frigidus, CHaM. ET ScHLECHTD, var. Humboldtianus, K. 
SCHUMANN. 


Minas-Gerais: Belo-Horizonte, (A. GEHRT), n.º 3172; flor. 


21-2-19. — St. Bárbara do Mato-Dentro, F.C. HozHNE, n.º 4845: . 
flor, 8-1-21. 


Mitr. hirtus, D. €. 


S. Paulo: Campinas, (Campos NovaIs), n.º 2206; flor. 6-918. 


Relbunium, EnvL. 
Relb. humile, (CHAM. ET SCHLECHTD.) K. SCHUMANN. 


SE Paulo: Butantan, PF, C. HoBHNE, nºº 374: flor, SB 
Idem n.º 923; flor. 11-917, — Idem, n.º 2569; flor. 29-10-18. 


Esta minúscula espécie do Diese auffallend kleine und 
género até hoje só havia sido zierliche Art wurde bisher nur. 
recolhida poucas vezes no sul von wenigen Standorten aus 
do Brasil e norte da República Súdbrasilien und dem nórdli- 
do Uruguai. É rasteira e se chen Uruguay bekannt. Sie ist 
presta bem para relvados em kriechend und eignet sich vor- 
logares húmidos e sombrios. trefílich fir kleine Rasen an 

Ieuchten und schattigen Stel- 
Fe! 


Relb. hyporcapum, HEMsL. 
S. Paulo: Butantan, F. C. HoEHNE, n.º 183; flor. 4-6-17. 
Var. indecorum, K. SCHUMANN. 


Minas-Gerais: Poços de Caldas, F. C, HoEHNE, n.º 2863; 
flor. 19-1-19. 


Relb. hirtum, K. SCHUMANN. var. reflexum, K. SCHUMANN. 
S. Paulo: Capital, F. CO. HozHNE, n.º 4496; flor. 5-920. 


Pelo seu porte e forma, | Durch Tracht und Form 
esta -planta faz lembrar es- ziemlich an gewisse Lycopo- 
pécies de Lycopodium. | dium-Arten erinnernd. 


32 Contrib. ao Conhecim. das Rubiáceas do Brasil 


Relb. buxifolium, K. SCHUMANN. 


S. Paulo: Campinas, (Campos Novals), n.º 2204; flor. 6-918, 


Desta bem caracterizada 
espécie, de folhas um tanto co- 
riáceas e quási espatulares, só 
existem poucos exemplares nos 
hervários europeus. 


A 


Von dieser, durch die fast 


lederigen und etwas spatelfór- 
migen Blátter gut charakte- 
risierten Art liegen im den eu- 
ropáischen Herbarien nur we- 
nige Exemplare vor. 


Reib. hirtum, K. SCHUMANN, var. camporum, K. ScH. 


Minas-Gerais: Poços de Caldas, campis alt. et siceis, F. €. 


HoEHNE, n.º 2696; floret 9-1-19. 


Uma planta bastante co- 
mum dos campos limpos do 
Brasil meridional, 


Relb. diffusum, K. SCHUMANN. 


Eme in den súdbrasiliani- 
schen Kampos ziemlich hâufi- 
ge und weit verbreitete Art. 


S. Paulo: Cantareira, F. C. HoEHNE, n.º 3972; flor. 13-5-20, 


Relb. ovale, K. SCHUMANN. 


Minas-Gerais: Poços de Caldas, F, C. HogHNE, n.º 2841; 


ilor. 14-1-19, 


Relb. vaillantioides, (CHAM. ET SCHLECHTD.) K. SCHUMANN. 


S. Paulo: Butantan, F. C. HoEHNE, n.º 3058; flor. 25-10-18. 


Este exemplar afasta-se 
um pouco do típico, mas pa- 
rece, entretanto, pertencer de 
facto à mesma espécie. 


Das vorliegende Exemplar 
weicht ein wenig vom 'Typus 
ab, doch scheint es, dass es 
zur selben Art gehórt. 


EXPLICAÇÕES DAS ESTAMPAS 


N.º 1-Coccocypselum cordatum, Krause. 


A. - Pedaço de um ramo. B. - Flôr iso- 
lada. C. - Segmento do calyx com 
apendice lateral intermediario. D. - 
Pêlo pluricelular do caule. E.-Flôór 
em corte longitudinal. 


N.º2-Psychotria florestana, KRAUSE. 
A. - Ramo florido. B.- Flôr isolada. 
C. - Flôr em corte longitudinal. D. - 
Estame do lado. E. - Pistilo. 


N.º3- Psychotria Hoehnei, Krause. 


A. - Ramo florido. B. - Flôr isolada. 
C. - Borda da corola. D. - Estames de 
frente e de lado. E.- Piístilo com o 
ovario. 


N.º4- Palicourea Hoehnei, KRAUSE. 


A. - Ramo florido. B.-Flôr isolada. 
C. - Corola em corte Jongitudinal. D.- 
Pistilo. 


N.º5-Faramea Hoehnei, Krause. 


A.-Ramo em flôr. B.-Flôr só. C.- 
Flôr em corte longitudinal. D. - Es- 
tame. E. - Pistilo. 


N.º 6- Richardsonia acutifolia, KRAUSE. 


A.- Uma planta pequena e pedaços 
de ramos em tam. nat. B.- Flôr iso- 
lada. C. - Segmentos de corola com 
estame. D.- Estame de lado. E. - 
Pistilo. 


FIGURENERKLAERUNG 


N.º1- Coccocypselum cordatum, Krause. 
A.- Zweigstiick. B.- Einzelbliite. C. - 
Kelchblatt mit seitlichen Zwischen- 
zipfeln. D. - Mehrzelliges Haar vom 
Stengel. E. - Bliite im Lângsschnitt. 


N.º2-Psychotria florestana, KRAUSE. 
A.- Bliihender Zweig. B. - Einzelbliite. 
C.- Blite im Lângsriss. D.-Staubblatt 
von der Seite. E. - Griífel. 


N.o3-Psychotria Hoehnei, KRAUSE. 
A.- Bliihender Zweig. B. - Einzelbliite. 
C.- Saum der Blumenkrone. D.-Staub- 
blãtter von vorn und von der Seite. 
E. - Griffel mit Fruchtknoten. 


N.º 4- Palicourea Hoehnei, KRAUSE. 
A.-Bliihender Zweig. B. - Einzelblite. 
C.- Blumenkrone im Lângsschnitt. D. - 
Griffel. 


N.º5-Faramea Hoehnei, KRAUSE. 


A. - Bliihender Zweig. B. - Einzelblite. 
C. - Blite im Lângsschnitt. D. - Staub- 
blatt. E. - Griffel. 


N.º 6 - Richardsonia acutifolia, Krause. 
A.-Fine kleine Pilanze und Zweig- 
stiicke. B.- Einzelbliite. C.- Blumenkro- 
nenabschnitte mit Staubblatt. D. - 
Staubblatt von der Seite. E. - Griífel. 


A f 
Ts | + 
edi 
na 
é Mae 


NE 


ea 
Ré Púe) ' 
4 


ASA 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. Ra] 


VA. 
VMA DO 


> 


A e PAPAI 


Ee 


do 


AML 


4 


C 


An. das Mem. 


do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. III 


Ss Mpotris ANNA Sorestana CALA o a / 


Re nie NÃ, 


ju O 
An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. III Sadé S 


l 


a Hs po ARA, E Ae Pio e 
A 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. Il] NADA 


ISZNVA PEGAVA O 
Salecouren Acelinei-Muuese 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. III 


HO, 
PU DO 


E, 


a 


(4 


, 


7) 


SUA 


[é 


he 


[Ea 


E CO 


A 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. III Lado UR 


RAN: ; 
WULP 
NA 
+ 
q 
A 
| 
N E 
va 


pa 


RCE PARA: 
Ei: 


ADS A É a Di A AD) 
Cd nentifotro, A AtLIE 


ES] 


E “ANEXOS O 


das e 


| | Secção de Botânica 


Vol. I-Fasc. IV 


: MARÇO - 1922 
| — 1922 
Vs E é y - Comp. Melhoramentos de S. Paulo 
rt WEISZFLOG IRMÃOS Incorporado 
: Caleiras, S. Paulo e Rio 


ADVERTÊNCIA: As “Memórias do Instituto de Butantan” 
bem como os “Anexos das Memórias do Instituto de Butantan” - Sgc- 
ção DE BOTÂNICA, e Os da SECÇÃO DE Zo0LOGIA serão publicados em fasci- 
culos agrupáveis em tomos e não aparecerão em datas fixas. 

A grafia portuguesa neles adoptada está, em suas linhas gerais, 
consoante as bases da reforma ortográfica, aprovada pelo Govêrno de 
Portugal, em 1 de Setembro 1911. 

Tôda correspondência concernente às publicações mencionadas 
deve ser endereçada ao “Director do Instituto de Butantan” ou aos 
chefes das respectivas Secções. “Caixa postal 65-S. Paulo - Brasil”. 


NOTICE: The “Memórias do Instituto de Butantan” and also 
the “Anexos das Memórias do Instituto de Butantan”, Secção DE 
Borânica, and those of the Secção DE ZooLociA will be published in 
parts constituting volumes and will not appear on fixed dates. 

The portuguese graphy used in the text is nearly according to 
the "bases of the orthographic reform approved by the Portuguese Go- 
verment, the 1 st. Sept. 1911. 

All correspondence relative to the above mentioned publications 
should be addressed to the “Director do Instituto de Butantan” or to 
one of the chiefs of the Sections. “Caixa postal 65 - S. Paulo Brasil”. 


BEMERKUNG: Die “Memórias do Instituto de Butantan” 
und die “Anexos das Memorias do Instituto de Butantan”, Secção DE 
Borânica, und der Secção npE ZooLocia werden zwanglos in Heften 
erscheinen, welche in Bânde zusammengefasst werden kônnen. 


Die in ihnen angewandte portugiesische Schreibweise, stimmt im 
aligemeinen mit den Grundlagen der orthographischen Reform iiberein, 
welche am 1.ten September von der portugiesischen Regierung ge- 
nehmigt worden ist. 

Alle Korrespondenz, welche auf genannte Schriften Bezug hat, 
muss an den “Director do Instituto de Butantan” oder an einen der 
Vorsteher der Sectionen adressiert werden. “Caixa postal 65 - S. Paulo - 
Brasil”. 


ANEXOS 


das 


Memórias do Instituto de Butantan 


Secção de Botânica 


Vol. I-Fasc. IV 


WEISZFLOQ IRMÃOS Incorporado 
Caieiras, S. Paulo e Rio 


CONTRIBUIÇÕES 


AO 


CONHECIMENTO DAS ORQUIDÁCEAS 
DO BRASIL 


(Beitraege zur Orchideenkunde Brasiliens) 


POR 


Dr: R; Schlechter | F. C. Hoehne 


Berlim- Alemanha S. Paulo- Brasil 


Pre 

' k j : ia PE 

PRP: A A VA SAS dq O ç 
, À ] di Sm 
Pt god om LOG Ri RT | E 
TAS 


a) É 
, 
A 
e 
+ 


Stanhopea graveolens, Ldl. 


Cult. na estufa do Horto “Oswaldo Cruz” 


NOTA PRELIMINAR 
(por F. C. Hoehne) 


Em tins de 1919 recebémos do Sr. ALexanDRE Curt BraDE, do Morro das Pe- 
dras, Município de Iguape, uma pequena colecção de Orquidáceas para classificação, 
mas, como não dispuséssemos de tempo suficiente, nem tão pouco a nossa biblio- 
teca se achasse aparelhada para podermos satisfazer com a rapidez desejável o pe- 
dido, enviámo-la pouco depois, com outra feita por nós, ão ProressoR DR. RUDOLF 
SCHLECHTER, com quem já então colaborávamos no estudo das Orquidáceas do Brasil, 
conforme já dissemos na Contribuição I desta série, publicada nos Anexos desta 
Secção. 

Pouco tempo depois comunicava-nos o Sr. Brapz ter enviado ao mesmo espe- 
cialista, por indicação nossa, uma grande colecção de Orquidáceas por êle reali- 
zada, no decorrer de alguns anos, em nosso Estado. 

De posse de todo o material, quis o nosso ilustre colaborador estudá-lo em 
separado, concordando, porêm, comnosco em publicar os resultados como uma con- 
tribuição à série que iniciámos nesta Secção. 

O presente trabalho é, por conseguinte, embora subordinado ao título da 
série de colaboração, trabalho do Dx. Rup. ScHLECcHTER, limitando-se a nossa cola- 
boração em traduzir para o português as notas e a introdução feita pelo autor e a 
confecção dos desenhos que ilustram o mesmo, que, em grande parte, se baseiam 
nos croquis analíticos feitos pelo último e pelo Sr. Brape. Foi para dar uniiormi- 
dade aos trabalhos e para auxiliar aos patrícios que desconhecem a lingua de GozrHE 
que nos entregámos a êste serviço. A tradução nem sempre é literal, procura antes 
exprimir o espírito ou sentido do original. 

Pela presente Contribuição vemos mais uma vez quão fundadas são as nossas 
ideas a respeito da multitude de espécies brasileiras de Orquidáceas ainda desco- 
nhecidas. Se num estado tão bem explorado e estudado botânicamente, como o de 
S. Paulo, em que durante anos seguidos esteve agindo uma comissão de botânicos, 
que fazia parte da Com. Geológica e Geográfica do Estado, em menos de dois anos 
registámos mais de sessenta espécies novas, imaginar podemos quanto ainda deve- 
mos esperar em novidades para a grande família das Orquidáceas de todo o Brasil. 
Estamos convencidos que desta grande família natural que tem os seus represen- 
tantes distribuidos tanto sôbre os ramos e troncos das árvores, como sôbre as ro- 
chas e solo, e que, mesmo como sapróflitas, às vezes, conquistam o espaço para 
viverem, o nosso Brasil, com uma enormíssima superíície, terrenos variados e dife- 
rentes climas, terá em breve a registar para a sua flora a maior variedade do mundo. 

O Sr. ALEXANDRE CURT BRADE, que já reside ha alguns anos no grande Estado 
de S. Paulo, a cujo estôrço devemos o material para o presente trabalho, é um 
dêstes cultores entusiastas das Sciências Naturais, e especialmente da Botânica, que 
podem ser tomados como padrão e exemplo pelos nossos patrícios, merecendo os 
mais sinceros encómios pelo muito que tem feito em prol do conhecimento da flora 
brasileira. A-pesar-de não ter os seus proventos garantidos com êste serviço, dedi- 
ca-lhe todo o tempo que sobeja às árduas e dignificantes ocupações de agricultor, 
profissão a que se dedica numa das regiões mais férteis do sul do nosso Estado, 
qual a do vale da Ribeira, perto de Iguape, já comparada à do Nilo, no Egito. 


8 Contrib. ao Conhecim. das Orquidáceas do Brasil 


Entre os milhares de espécies vegetais que o Sr. BraDE tem recolhido no 
Estado de S. Paulo destacam-se, pelo vulto, as Pteridófitas, de cuja importância 
nos deu ha pouco tempo uma idea o artigo exarado nas publicações da Sociedade 
Alemã de Sciências (Deutsche Gesellschait fir Kunst und Wissenschaft), que apre- 
senta a distribuição dêste grande grupo botânico nas cercanias da cidade de S. Paulo. 

Como bem aiirma o Dx. SCHLECHTER, O Sr. BRADE é um exemplo para os 
nossos compatriotas. Se êstes dedicassem o mesmo afecto e atenção às cousas da 
sua terra, principalmente àquelas que lhes oferece a Natureza pátria, e, colhendo 
amostras do 'que lhes despertasse mais curiosidade ou interêsse, as enviassem aos 
estabelecimentos competentes, não longe estaria o dia em que pudéssemos apresen- 
tar do nosso imenso País uma Flora, digna dêle e de seus filhos. 

A revisão ortográfica do português devemos à amabilidade do Dr. Afrânio 
Amaral. 


INTRODUÇÃO 


Ainda ha pouco tempo tive o pri- 
vilégio de escrever aqui sôbre a interes- 
sante colecção de Orquidáceas feita pelo 
Sr. F. C. HogunE no Estado de S. Paulo 
e, já então pude dar expansão ao pres- 
sentimento de que, em várias localida- 
des do Brasil, mesmo nos Estados mais 
bem explorados, ainda muita novidade 
poderíamos esperar das Orquidáceas. 
Que tive inteira razão documentam 
agora, novamente, as preciosas colec- 
ções recebidas do Sr. ALEXANDRE CURT 
BRADE, igualmente procedentes do Es- 
tado de S. Paulo, portanto de uma das 
regiões mais bem estudadas do Brasil. 

A colecção do Sr. BraDE, de que 
aqui apresento apenas os resultados do 
estudo da primeira metade, por não 
ter ainda chegado o restante do mate- 
rial, foi reunida em parte nas imedia- 
ções da cidade de S. Paulo, em grande 
parte procedendo, porêm, da região 
litorânea de Iguape e das margens da 
Ribeira, ao sul da cidade de Santos. 
A porcentagem de novas espécies é nesta 
colecção consideravelmente alta e pro- 
voca pasmo, sabendo-se que tantos botã- 
nicos e coleccionadores já trabalharam 
em S. Paulo; explica-se, porêm, quando 
examinamos a própria colecção. Esta é 
na realidade um dos melhores atesta- 
dos do espírito observador, aguçado do 
Sr. BrAaDE, ao qual mesmo nas espécies 
de flôres mais pequenas não escaparam 
os caracteres diferenciais de espécie. 
Desta forma foi-lhe possível recolher 
grande número de espécies que à mai- 
oria de outros coleccionadores menos 
observadores teriam escapado. Junte-se 
a isto agora o facto de que o Sr. BRADE 
dedica às Orquidáceas uma atenção e 
interêsse muito especiais, mesmo às mais 


VORWORT 


Erst vor kurzem hatte ich den Vor- 
zug, hier úber die interessante Orchi- 
deen-Sammlung des Herrn F. C. H »pH- 
NE aus dem Staate São Paulo berich- 
ten zu kônnen und konnte damals 
schon meiner Vermutung Ausdruck ge- 
ben, dass wir aus den einzelnen Teilen 
Brasiliens, selbst aus den bereits besser 
eriforschten Staaten, sicher noch zahl- 
reiche Novitâten zu erwarten haben. 
Dass ich damit vollkommen recht hatte, 
beweisen wieder die wichtigen Samm- 
lungen, welche ich von Herrn ALE- 
XANDRE CuURT BRADE ebenialls aus dem 
Staate São Paulo, also einem bereits bes- 
ser durchforschten Gebiete Brasiliens, 
erhielt. 

Diese Sammlung des Herrn BraDE 
deren ersten Teil ich hier zunâchst nur 
bearbeiten konnte, da das úbrige Mate- 
rial noch nicht eingetrofien ist, ist zum 
geringeren Teil in der Umgebung der 
Stadt São Paulo selbst, zum grósseren 
Teile aber in den kiistennahen Gegen- 
den am Iguape-Flusse siidlich der Stadt 
Santos zusammengebracht worden. Der 
Prozentsatz an neuen Arten ist in die- 
ser Sammlung ein ziemlich hoher und 
muss Erstaunen erwecken, wenn man 
bedenkt, dass schon so viele Sammiler in 
São Paulo tatig gewesen sind, wird aber 
erklárlich, wenn man die Sammlung 
selbst sieht. Diese Sammlung legt nâm- 
lich ein beredtes Zeugnis ab tir die 
úberaus scharfe Beobachtungsgabe des 
Herrn BraDE, dem selbst bei den ganz 
kleinbliitigen, einander nahe stehenden 
Arten, die Unterschiede nicht entgan- 
gen sind. Es ist inm so móôglich gewe- 
sen, eine ganze Reihe von Arten zu sam- 
meln, die wohl den meisten anderen, 
weniger scharisichtigen Beobachtern ent- 


10 Contrib. ao Conhecim. das Orquidáceas do Brasil 


insignificantes, analisando e fazendo de- 
las, enquanto vivas, croquis tão per- 
feitos quanto lho permitem os aiaze- 
res inerentes à sua profissão, que lhe 
absorvem quási totalmente o tempo. O 
seu talento extraordinário para desenho 
naturalmente muito lhe tem aprovei- 
tado nisto. 

Já no ano de 1913 tive ensejo de 
regosijar-me com o maravilhoso dom 
de observação de que é dotado o Sr. 
BrapE, quando recebi do falecido Pror. 
M. ScnuLzE, de lena, o afamado descri- 
tor das Orquidáceas da Europa Central, 
uma colecção de Orquidáceas reunida 
em Costa Rica (America Central) pelo 
Sr. BRADE, nos anos de 1910-1911,acom- 
panhada do pedido para identificá-la. 
Nesta colecção encontrava-se conside- 
rável número de Pleurothallideae de 
flôres minúsculas que já no local da 
colheita haviam sido seleccionadas acer- 
tadamente pelo próprio coleccionador. 
Também a presente colecção que aca- 
bei de receber agora é rica de espécies 
de Pleurothallis e Octomeria de ilôres 
pequenas e fornece uma bela contri- 
buição ao conhecimento dêste interes- 
sante grupo, de que naturalmente ainda 
podemos esperar muita novidade no 
Brasil, mais talvez do que de qualquer 
outro, incluindo-se mesmo o das Lae- 
lieae e, portanto, o grande género Epi- 
dendrum. 


Alêm das muitas novas Pleurothal- 
lideae, encontram-se na colecção algu- 
mas interessantes Spirantheae que de- 
monstram quão lacunoso é ainda o nosso 
conhecimento dos representantes brasi- 
leiros dêste grupo. 


Como soi acontecer em tôdas as 
colecções maiores procedentes do Bra- 
sil, na do Sr. BraDE o género Habena- 
ria é regularmente bem representado. 
Também o número de espécies novas 
é aqui consideravelmente grande e de- 
monstra que êste género é muito mais 
rico de espécies do que poderíamos 
supor, julgando pelo trabalho exposto 
na «Flora Brasiliensis». Já a colecção 


gangen waren. Hinzu kommt, dass Herr 
BrapE den Orchideen ein besonderes In- 
teresse entgegenbringt und die meisten 
Arten, soweit es seine beruilich stark 
in Anspruch genommene Zeit erlaubt, 
ja selbst die ganz kleinblitigen, an le- 
bendem Material genau studiert und von 
ihnen analytische Zeichnungen antfer- 
tigt. Sein besonderes Zeichentalent ist 
ihm dabei natiirlich sehr von Nutzen 
gewesen. 

Ich hatte schon im Jahre 1913 Ge- 
legenheit,mich iúber die vorziigliche Beo- 
bachtungsgabe des Herrn A. C. BRADE 
zu freuen, als ich von dem verstorbe- 
nen Prof. M. ScHuLZE. in Jena, dem 
bekannten Bearbeiter der Orchideen Mit- 
teleuropas, eine Sammlung von Orchi- 
deen mit der Bitte um Bestimmung er- 
hielt, dieHerr BraDE in Costa Rica (Cen- 
tral-Amerika) in dem Jahre 1910-1911 
angelegt hatte. In dieser Sammlung fan- 
den sich nâmlich eine auffallend grosse 
Zahl winziger Pleurothallideae, die schon 
an Ort und Stelle richtig unterschieden 
waren. Auch die mir nun zugegangene 
Sammlung ist reich an den kleinbliúti- 
gen Pleurothallis und Octomeria-Arten 
und liefert einen guten Beitrag zu 
unserer Kenntnis dieser interessanten 
Gruppe, von der wir wahrscheinlich aus 
Brasilien noch mehr Neuheiten erwar- 
ten diirfen, als von irgend einer ande- 
ren, selbst einschliesslich der Laelieae, 
also der grossen Gattung Epidendrum. 


Ausser den vielen neuen Pleurothal- 
lideae finden sich in der Sammlung in- 
teressante Spirantheae, die beweisen, 
wie liickenhaft auch hier unsere Kennt- 
nis der brasilianischen Vertreter der 
Gruppe ist. 

Wie in fast allen grósseren Samm- 
lungen, die aus Brasilien eintreffen, so 
ist auch in der Brape' schen die Gat- 
tung Habenaria ziemlich reich vertre- 
ten. Auch hier ist die Zahl der neuen 
Arten eine verhãltnismâssig hohe und 
zeiot, dass das Geschlecht ganz bedeu- 
tend artenreicher ist, als wir nach der 
Bearbeitung in der «Flora Brasiliensis > 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. 1 - fasc. IV 11 


feita por Dustx, no Paraná, continha 
uma surpreendente quantidade de novi- 
dades. Outras foram se reunindo com 
aquelas da colecção do Sr. HoEHNE e 
agora mais duas novas espécies para o 
género são descritas. De outras colec- 
ções feitas no Brasil sei de uma série 
de outras novidades para o género, de 
forma que o número das espécies já 
conhecidas no Brasil não deve ficar 
muito aquêm de 150. 


O género Pogonia é, como cada vez 
mais se evidencia, consideravelmente 
mais rico de espécies e estas de per si 
teem uma área de dispersão muito mais 
local do que se poderia admitir até 
aqui. Naturalmente muitas novidades 
poderemos ainda esperar para o mesmo 
e desejava por isto instigar os botâni- 
cos e coleccionadores do Brasil a dedi- 
carem maior atenção a estas tão belas 
Orquidáceas terrestres e a colherem ma- 
terial bom, pois mesmo aquele contido 
nos maiores hervários europeus padece 
na grande maioria da falta de flôres ou 
se encontra mal preparado. 


Uma menção especial merece ainda 
a curiosa nova espécie de Dipteranthus, 
descoberta pelo Sr. BraDE, à qual por 
um lado se aproxima do tipo, demons- 
trando por outro afinidade distinta com 
o interessante Dip. corniger, Con. Te- 
nho imenso prazer em dedicar esta sin- 
gular espécie ao seu emérito e digno 
descobridor. 


Fui obrigado aqui a fundar dois 
géneros novos. Ambos não representam, 
entretanto, tipos completamente desco- 
nhecidos; são, ao contrário, fundados 
sôbre formas já conhecidas, que, na mi- 
nha opinião, até aqui não haviam sido 
bem reconhecidas e que por isto mesmo 
foram distribuidas a géneros nos quais 
não mais poderiam permanecer sem cau- 
sar sérios distúrbios na circunscrição 
dos mesmos, a saber: Pseudostelis, que 
compreende espécies que até aqui figu- 
ravam sob Physosiphon, mas que cousa 
alguma têm a ver com as espécies 
central-americanas dêste género e pare- 


annehmen sollten. Schon die Dustn” 
sche Sammlung aus Paraná wies auffal- 
lend viele Novitâten auf. Weitere ka- 
men durch die HogHnE' sche Sammlung 
hinzu, und nun liegen wiederum zwei 
neue Arten vor. Aus anderen Sammlun- 
gen von Brasilien kenne ich eine ganze 
Reihe weiterer neuer Arten der Gattung, 
so dass die Zahl der von ihr bekannten 
Species in Brasilien nun von 150 nicht 
mehr so sehr fern sein diirite. 


Auch die Gattung Pegonia ist, wie 
sich immer mehr zeigt, bedeutend arten- 
reicher und in der Verbreitung der ein- 
zelnen Arten viel lokaler, als man bisher 
annahm. Von ihr sind ganz offenbar 
noch viele neue Arten zu erwarten, und 
ich móchte daher alle driiben tãtigen 
Botaniker und Sammler auffordern, die- 
sen schônen Erdorchideen doch beson- 
dere Beachtung zu widmen und gutes 
Material zu sammeln, denn das selbst 
in den grósseren europaischen Herba- 
rien belindliche leidet oft sehr an Blii- 
tenmangel oder schlechter Práparation. 


Besondere Erwâáhnung verdient fer- 
ner die neue, interessante Art von Dip- 
teranthus, welche Herr BraDE entdeckt 
hat, da sie einerseits dem Typus der 
Gattung nahe steht, anderseits aber 
auch deutliche Beziehungen zu dem 
merkwiirdigen Dipt.corniger, CGn. aul- 
weist. Es hat mir eine besondere Freu- 
de bereitet, diese auffallende Art ihrem 
rúhrigen und verdienstvollen Entdecker 
widmen zu kônnen. 


Ich habe mich veranlasst gesehen, 
hier zwei neue Gattungen zu begriin- 
den. Beide stellen aber nicht vollkom- 
men neue Typen dar, sondern sind auf- 
gestellt auf Formen, die meiner An- 
sicht nach bisher nicht richtig erkannt 
worden sind und daher in Gattungen 
verwiesen waren, in denen sie nicht ver- 
bleiben kônnen, ohne deren natiirliche 
Umpgrenzung zu stóren, nâmlich: Pseu- 
dostelis, welche Arten umschliessen soll, 
die bisher bei Physosiphon standen, aber 
mit dem centralamerkanischen Arten 
dieses Genus nichts zu tun haben und 


12 Contrib. ao Conhecim. das Orquidáceas do Brasil 


cem aproximar-se mais de Stelis; e Frac- 
tiunguis, que contêm duas espécies que 
até aqui eram consideradas pertencen- 
tes ao género Hexisea, mas que dêle 
se apartam por caracteres bem distin- 
tos. Esta divisão só se tornou possível 
com a entrada do material esplêndida- 
mente preparado do Sr. BraDE. Ambos 
êstes géneros serão descritos e circuns- 
critos melhor mais abaixo. 


Esta exposição bastará para de- 
monstrar quão importante é scientifica- 
mente a colecção de que aqui se trata. 
Ao Sr. BraDE devemos gratidão espe- 
cial porque, a-pesar-da sua ocupação 
de agricultor, êle aproveita todo o seu 
tempo disponível para consagrar-se à 
Botânica. O que isto significa só pode 
ser compreendido por aqueles que pes- 
soalmente e por experiência conhecem 
a vida do agricultor e sabem quanta 
energia é exigida para, nos trópicos, 
depois do extenuante trabalho quoti- 
diano, encontrar ainda algumas horas 
de lazer para ocupar-se em colheita de 
material e em sciências. Como, porêm, 
o Sr. BraDE não colecciona apenas as 
Orquidáceas da flora da região que 
habita, mas tambêm tôdas as outras 
plantas, possuindo já um enorme her- 
vário, facil é calcular-se quantos méri- 
tos tem êle conquistado como estudioso 
explorador scientífico da ilora do Es- 
tado de S. Paulo. Desejável seria que 
muitos outros agricultores de outras 
regiões do Brasil procurassem imitar o 
exemplo do Sr. BraDEe. Justamente ali, 
onde para o fim de abrir novas lavou- 
ras se derrubam as matas virgens, en- 
contra-se sempre a melhor oportunidade 
para o preparo das ilôres e ramos das 
árvores cortadas, das suas epífitas e lia- 
nas, material que, reunido, fornece os 
melhores elementos para podermos fa- 
zer idea do quadro em conjunto de uma 
tal vegetação silvestre. 


sich nãher an Sfelis anzuschliessen schei- 
nen, und Fractiunguis, die zwei Arten 
enthalt, die man bisher als Fexisea an- 
gesehen hat, die aber beide von dieser 
Gattung durch recht charakteristische 
Merkmale geschieden sind. Móglich wur- 
de diese Abtrennung erst durch das 
Eintreffen des vorziiglich práparierten 
Materials von Herrn BrapE. Beide neuen 
Gattungen werden unten nãher begriin- 
det und umgrenzt werden. 


Diese Austúhrungen môgen genii- 
gen, um darzulegen, um eine wie wichti- 
ge und wissenschailtich wertvolleSamm- 
lung es sich hier handelt. Wir schul- 
den daher Herrn BraDE ganz beson- 
dern Dank, dass er trotz seiner anstren- 
genden Tátigkeit als Pilanzer sich die 
Miihe nimmt, jede ihm sonst zur Ver- 
figung stehende Zeitin den Dienst der 
Botanik zu stellen. Was das heisst, kann 
nur derjenige verstehen, der das miihe- 
volle Leben des Pilanzers selbst kennt 
und weiss, wie vieler Energie es be- 
darf, um in den Tropen, nach ange- 
strengter Tagesarbeit in der Pilanzung, 
auch noch Zeit zu sammeln, um sich 
wissenschaitlich zu betâtigen. Da Herrn 
BrapE aber nicht allein die Orchideen 
der Flora seines jetzigen Aufenthaltsor- 
tes sammelt, sondern ein sehr umiang- 
reiches Herbarium auch aller anderen 
Pilanzen angelegt hat, so wird zu er- 
messen sein, welche Verdienste er sich 
schon jetzt um die Erforschung der Flo- 
ra von São Paulo erworben hat. Es 
ware nur zu wiinschen, dass recht viele 
Pilanzer in anderen Gegenden Brasi- 
liens seinem Beispiele folgen móchten. 
Grade da, wo zum Zwecke der Anlage 
neuer Pilanzungen Urwald niederge- 
schlagen wird, findet sich immer die 
beste Gelegenheit, durch Prâãparieren 
von Herbarexemplaren der einzelnen 
blihenden Waldbâume und ihrer Epi- 
phyten, sowie der Lianen, ein Material 
zu sammeln, das uns das beste Bild der 
Zusammensetzung einer sochen Wald- 
flora geben kann. 


Habenaria, WiziD. 


Hab. Bradei, ScHLTR. nov. sp. 


Terrestris, erecta, valida, elata, c. 110 cm. alta; caule stricto, 
tereti, glabro, basi vaginis paucis arcte et alte amplectentibus 
ohtecto. caeterum plurifoliato, medio fere 1 cm. diametro; foliis 
erectis caulem fere omnino obtegentibus lineari-ligulatis, acutis 
vel acuminatis, medianis lamina usque ad 18-cm. longis, medio 
ad 1,3em. latis, superioribus sensim in bracteas abeuntibus; ra- 
cemo erecto, c. 8-floro, c. l5cem. longo; bracteis erectis, folia- 
ceis, ovarium aequantibus vel paulo superantibus; floribus in genere 
inter majores, illis Hab. Vawpellii, REICHB.F. similibus et fere 
aequimagnis, glabris; sepalo intermedio incumbente, elliptico, bre- 
viter et obtuso acuminato, cucullato-concavo, 1,2cem. longo, la- 
teralibus patenti-adscendentibus, lanceolato-ellipticis, acuminatis, 
subfalcato-obliquis, 1,7 cm. longis; petalis usque supra basin bi- 
partitis, partitione posteriore oblique elliptico-ligulata, obtuse acumi- 
nata, sepalo intermedio aequilongo margine intus agglutinata, an 
teriore porrecto-adscendente, filiformi, 2,7 cm. longa; labello imo 
basi excepta tripartito, partitionibus lateralibus porrectis, filifor- 
mibus, 3,1em. longis, intermedia anguste lineari (subsubulata), 
2,1 cm. longa, parte basali impartita labelli lineari, c. tem. longa, 
calcare filiformi dependente, bracteis obtecto, 12,5cem. longo, di- 
midio apicali vix incrassato, obtusiusculo; anthera subincurvula, 
humili, 5,5 mm. alta, canalibus elongatis, c. 1 cem. longis, adscen- 
dentibus, rostello quam anthera vix altiore, apice manifeste et 
breviter tridentato; processibus stigmatiferis amplis spathulatis, 
obtusissimis, quam canales paulo brevioribus; ovario pedicellato, 
gracili, glabro, c. 5cm. longo. 


8. Paulo: In uliginosis apertis, Moóca prope urb. S. Paulo. — 
A. O BeADE, n.º 6200, flor. Mart. 1913. Tabula n.º 1, fig. IV. 


Uma das espécies mais Eine der stattlichsten Ar- 
vistosas que do género conheço, ten der Gattung, welche ich 
do Brasil. Ela tem alguma afi- aus Brasilien kenne. Sie ist 


nidade com a Hab: Vaupellii, 
REICHB.F., distingue-se porêm 
especificamente bem pelos seg- 
mentos posteriores dos pétalos 
mais estreitos e ainda pelo cál- 
car não visivelmente espessado 
para o ápice e canais das ante- 
ras muito mais longos. 


nahe verwandt mit Hab. Vau- 
pellii, REICHB. F. aber artlich gut 
unterschieden durch die schmã- 
leren hinteren Segmente der 
Petalen, den nach der Spitze 
nicht deutlich verdickten Sporn 
und viel lângere Antherenka- 
nále. 


14 Contrib. ao Conhecim. das Orquidáceas do Brasil 
Hab. polyrhiza, SCHLTR. n. sp. 


Terrestris erecta, 80-100 cm. alta; radicibus in caulis basi nu- 
merosis, filiformibus, flexuosis, pilosulis; caule stricto vel substri- 
cto basi paucivaginato, caeterum pluri — (7-8) foliato, tereti, glabro, 
supra basin usque ad 6 mm. diametro; foliis erecto-patentibus, lan- 
ceolatis vel ligulato-lanceolatis, acutis vel acuminatis, exsiccatione 
tenuibus, medianis usque ad 17 cem. longis, infra medium usque 
ad 3cm. latis, internodia bene superantibus, superioribus sensim 
decrescentibus; racemo erecto, subdense multifloro, usque ad 50 em. 
longo, 3 cm. diametro; bracteis erecto-patentibus, lanceolatis, acumi- 
natis, inferioribus flores nunc paulo superantibus, superioribus quam 
ovarium usque ad duplo brevioribus; floribus illis Hab. polygonoidis, 
SCHLTR. similibus et fere aecquimagnis, glabris; sepalo inter- 
medio erecto, obtuso, concavo, 3mm. longo, lateralibus deflexis, 
oblique elliptico-lanceolatis, acutiusculis, 7 mm. longis; petalis ere- 
ctis, usque ad basim fere bipartitis, partitione posteriore falcato- 
ligulata, obtusa, sepalo intermedio aequilongo margime intus ag- 
ejutinata, anteriore filiformi, 8 mm. longa; labello usque supra basim 
tripartito, partitionibus lateralibus filiformibus, deflexis 9 mm. longis, 
intermedia anguste lineari, subacuta, 7 mm. longa, calcare depen- 
dente, graciliter cylindraceo, subacuto, levissime curvato, supra 
medium levissime dilatato, 1,3 cm. longo, anthera humili; canalibus 
adscendentibus, brevibus; processibus stigmatiferis oblique oblon- 
goideis, canales duplo fere excedentibus; ovario pedicellato, gra- 
cih, costato, 15-16 mm. longo, 


8. Paulo: In paludibus ad Morro das Pedras prope Iguape, 
20 my;sem. -—- A.C. BRADE, nº 7626, flor. Oct. 1915, Tab. Sais 


Afim da Hab. Polygonoi- 
des, SCHLTR. porêm de porte 
mais robusto e folhas muito 
maiores, parte posterior dos pé- 
talos falciformes e mais estrei- 
tos e anteriores dêstes e laterais 
do labelo mais longos, cálcar 
mais comprido e prolongamen- 
tos estigmatíferos maiores. 


Hab. plygonoides, ScHLTR. 


Eine nahe Verwandte der 
Hab.  polygonoides, | SCHLTR. 
aber králftiger im Wuchs mit 
viel grósseren Blãttern, schmã- 
leren, mehr sichelfôrmigen hin- 
teren Abschnitten der Petalen, 
lângeren Vordersegmenten der 
Petalen und Seitensegmenten 
der Lippe, liângeren Sporn und 
lâingeren Narbenfortsátzen. 


S. Paulo: In locis humidis juxta fontes ad Morro das Pedras 
prope Iguape, 20 m.s.m. — A. C. BRADE, n.º 7627, flor. Aug. 1917. 


Os exemplares presentes 
concordam bem com aqueles 
trazidos do Paraná pelo Dr. 
DUSEN, são apenas. um pouco 
mais delgados que aqueles. 
Esta espécie é portanto nova 
para o Estado de São Paulo. 


Die vorlicgenden Exemplare 
stimmen gut mit den von Dr. 
DustN aus Parana gebrachten 
úberein, sind nur etwas schlan- 
ker als diese. Die Art ist also 
neu fir den Staat São Paulo. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. IV 15 


Hab. Reichenbachiana, RDr. 


S. Paulo: In pratis siccis prope Iguape, 30 m.s.m. — A. €. 
BRADE, n.º 7628, flor. Mai. 1917, et ad margines viarum, Morro 


das Pedras, n.º 7783, anno 1918. 


Trata-se aqui da mesma 
espécie que antes já identifi- 
quei, do Paraná e.de S. Paulo, 
como sendo a descrita por BAR- 
BOSA RODRIGUES. No hábito ela 
concorda perfeitamente; exis- 
tem porêm pequenas divergên- 
cias nas proporções dos péta- 
los e do labelo. O exemplar 
de n.º 7628 do Sr. BRADE me- 
rece atenção por ter junto à 
base do caule um ramo lateral 
florido (*). O exemplar de n.º 
1183 é mais delgado do que 
soi acontecer na espécie. 


Hab. minimiflora, Krzt. 


S. Paulo: paludis apertis 
Paulo — A. C. BRADE, n.º 5084, 


Especificamente esta plan- 
ta é diferente daquela que eu 
tenho por Hab. Parvifolia, LDL. 
Distingue-se principalmente pe- 
los prolongamentos estigmatife- 
ros. Contudo ainda resta es- 
clarecermos qual a planta que 
LINDLEY subordmou à sua es- 
pécie. Na Flora Brasiliensis, 
CognNIAUX misturou sob êste 
nome várias espécies. Por se- 
rem muito afins entre si, as 
espécies dêste grupo são difí- 
ceis de trabalhar e classificar. 


Hab. graciliscapa, RDr. 


Hier liegt die gleiche Art 
vor, welche ich schon friher 
aus Paraná und S. Paulo mit 
der von BARBOSA RODRIGUES be- 
schriebenen Spezies identifizier- 
te. Im Habitus stimmt sie voll- 
kommen mit dieser úberein, 
nur sind die Proportionen der 
Petalen und Lippe etwas ver- 
schieden. Ein Exemplar von 
Herrn BRADE, N.º 7628 ist da- 
durch bemerkenswert, dass am 
Grunde des Stengels ein Sei- 
tenzweig mit Blúten vorhan- 
den ist (*). Die Pflanze der N.º 
1183 ist schlanker, als es bei der 
Art der Rali ists 


prope Ss. Bernardo cirea Ss. 
flor Dec a 


Die Art ist spezifisch von 
der Pílanze, welche ich fir 
Hab. Parviflora, LDL. ansehe, 
verschieden. Sie zeichnet sich 
vor allen Dingen durch die 
dicken  Narbenfortsátze aus, 
Allerdings bedarf es noch der 
Klárung, was LINDLEY wirklich 
unter seiner Art verstand. In 
der Flora Brasiliensis hat Co- 
GNIAUX verschiedene Arten un- 
ter diesem Namen vermischt. 
Die ganze Gruppe dieser Ver- 
wandtschaft ist in ihrer Bearbei- 
tung recht schwierig, da die 
Arten alle nahe mit einander 
verwandt sind. 


S. Paulo: In palude aperto circa Vila Ema prope 5. 


Paulo — A. C. BRADE, n.º 7787, 


flor. Dec. 1914. 


(*) Em Butantan observâmos exemplares ramificados pouco acima da base em dois e até três 


ramos floridos. — HoEHNE. 


16 Contrib. ao Conhecim. das Orquidáceas do Brasil 


O nome da planta é bem 
pouco significativo, pois que o 
porte rijo e o caule de modo 
algum poderão ser classificados 
de «gracilis». Pelo que, me 
consta, esta espécie só havia 
sido assinalada para Minas- 
Gerais, portanto nova para 8. 
Paulo. 


Hab. foliosissima, KRZL. 


Der Name der Pflanze ist 
recht wenig bezeichnend, da 
der steife Wuchs und der 
Stamm durchaus nicht als « gra- 
cilis» aufgefasst werden kônnen. 
Die Art war soviel mir bekannt, 
bisher nur in Minas Geraes 
nachgewiesen worden, ist also 
neu fir São Paulo. 


S. Paulo: In campis apertis ad Campo Grande prope ss. 
Paulo “A, O. BRADE, n.º 7786, flor. Nov: 1918; 


O único exemplar em mão 
concorda bem com o tipo do 
Paraná e tambêm com uma 
planta do Hervário de Berlin 
que CogNIAUX havia identifi- 
cado como sendo Hab. santensis. 
A julgar pela descrição é po- 
rêm impossível tratar-se aqui 
daquela planta. 


Hab. secunda, LDL. 


Das einzige, vorliegende 
Exemplar stimmt ganz mit dem 
Typus von Paraná úberein, aus- 
serdem auch mit einer Pilanze 
des Berliner Herbars, welche 
CocnIAUX als Hab. santensis, 
bestimmt hatte. Der Beschrei- 
bung nach kann hier aber 
unmôógiich diese Pflanze vor- 
liegen, 


S. Paulo: In campo, Mogy das Cruzes — A. C. BRADE, n.º 


ISA, Tor 4 Jan, 1942; 


Esta espécie tem sido tra- 
zida repetidas vezes de S. Paulo. 
Não parece ser rara em todo 
o Estado. A estampa e as aná- 
lises na Flora Brasiliensis são 
para esta espécie pouco con- 
dizentes. 


Hab. foliosissima, KRZL. 


Diese Art ist schon wie- 
derholt von S. Paulo gebracht 
worden. Sie scheint im Staate 
keineswegs selten zu sein. Die 
Abbildung und die Analysen im 
der Flora Brasiliensis sind fúr 
diese Spezies nicht sehr zutrel- 
fend. 


S. Paulo: In ypaludis apertis prope Caiuva, Iguape. 25 
m.sm, — A. O. BRADE, n.º 7782, flór. Jan. 1919 mi declivaibas 
umbrosis, siccis, Morro das Pedras, Iguape, 25 m.s.m, — À. C. 


BRADE, n.º 1789, for Mago) ONG 


Evidentemente temos aqui 
a espécie ainda ha pouco des- 
crita do Paraná. Ambos os nú- 
meros concordam perfeitamente 


Ganz offenbar liegt hier 


| diese erst kúrzlich aus Paraná 


beschriebene Art vor. Beide 
Nummern stimmen, obgleich an 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. IV 17 


nos detalhes das suas flôres, 
embora tenham sido colhidos 
em logares bem diversos. No 
Paraná esta espécie foi encon- 
trada nos matos e entre ar- 
bustos. 


Pogonia, 


Pog. paranaensis, RDR. 


Syn.: Pog. Bradeana, Kkgzt. 


S. Paulo: Im campis apertis 
Inpistms AL CO BRADB) nº” 6226; 


O presente número é origi- 
nal para a Pogonia Bradeana, 
KRAENZL., contudo, não posso 
separar esta planta daquela que 
tive em mãos da colecção de 
DustN, do Paraná, e que identi- 
fiquei com a Pog. paranáensis, 
Rpr. É verdade que as flores 
são um pouco maiores e as 
folhas envaginantes um tanto 
mais desenvolvidas, mas no 
momento não encontro possibi- 
lidade para separar especifica- 
mente as duas plantas. 


recht verschiedenen Standor- 
ten gesammelt, in den Bliten- 
merkmalen vollkommen úber- 
em. In Paraná wurde die Art 
in Waldern und zwischen Ge- 
búsch angetroffen. 


JUSS. 


prope Ipiranga, S. Paulo, 800 
Ford 18 Rebr PiguZ 


Die vorliegende Nummer 
ist Original von Pogonia Bra- 
deana, KRAENZL., doch kann 
ich sie nicht von der Pflanze 
tremnen, welche mir von Para- 
ná im der DUSEN” schen Samm- 
lung vorlag und von mir mit 
Pog. paranaensis, RDR. identi- 
fiziert wurde. Allerdings sind 
die Bliúten etwas grósser und 
die scheidenartigen Blátter et- 
was stárker ausgebildet, doch 
sehe ich zur Zeit keine Môg- 
lichkeit beide artlich zu tren- 
nen. 


Pog. caloptera, REICHB.F. ET WARM. 


S. Paulo: In campo prope Jaraguá, 1050 m.s.m. — À. €. 


BRADE, n.º 6228, flor. 30 Mart. 


No seu todo esta planta 
parece concordar bem com a 
espécie até agóra só conhecida 
de Mimas-Gerais. Contudo não 
disponho de um original da 
espécie para fazer a compara- 
ção. Uma comparação com o 
tipo seria portanto ainda de- 
sejável, tanto mais quanto as 
espécies são muito difíceis de 
identificar com a descrição ape- 
nas. 


Pog. paulensis, SCHLTR. n. sp. 


LoLS: 


Im grossen und ganzen 
scheint die Pflanze gut mit der 
bisher nur aus Minas-Geraes 
bekannten Art iúbereinzustim- 
men. Allerdings liegt mir ein 
Original der Spezies nicht vor. 
Es wiúrde also hier em nâáherer 
Vergleich noch erwiuúnscht sein, 
umsomehr als die Arten nach 
der Beschreibung allein oft 
schwer zu identifizieren sind. 


Terrestris erecta, 34-55 cm. alta; caule stricto vel substricto 
basi breviter vaginulata excepta usque ad medium fere nudo, di- 


2 


18 Contrib. ao Conhecim. das Orquidáceas do Brasi] 


midio superiore distanter 2-foliato, laxe 1-3-floro, tereti, glabro, 
medio 2,5-8 mm. diametro; foliis erecto-patentibus vel suberectis, 
ligulato-lanceolatis, acutiusculis, superiore 5-8 cm. longo, infra me- 
dium 1,1-1,5cem. lato, inferiore paulo minore, quam internodium 
breviore; bracteis foliaceis, nunc ovarium manifeste superantibus, 
nunc vix excedentibus, foliis similibus sed paulo minoribus; flo- 
ribus in sectione mediocribus, ilis Pog. gracilis, RDR. fere aequi- 
magnis fide collectoris albidis, apicibus violaceis; sepalis ligu- 
latis, obtusiusculis vel subacutis, 3,2cm. longis, 4,5-5 mm. latis, 
elabris, lateralibus obliquis; petalis oblique ligulatis, obtusiusculis, 
elabris, quam sepala subaequilongis et supra medium vix latio- 
ribus, tenuibus; labello circuitu oblongo ligulato, 3cm. longo, im 
tertia parte apicali vix lem. lato, ima basi appendicibus vel 
elandulis 2 oblongoideo-clavatis ornato, carinis 2 e basi approxi- 
matis, medio vix dilatatis, apicem versus in lineas paucas mu- 
riculato-asperatas confluentes usque in apicem lobi intermedii de- 
currentibus donato, quarta parte apicali manifeste trilobo, lobis 
lateralibus oblique triangularibus obtusis, antice truncatis, brevibus, 
intermedio antice e isthmo perbrevi orbiculari, margine leviter 
undulato-crenulato, 7,5 mm. longo, 6 mm. lato, columna gracih, gla- 
bra, apicem versus leviter incrassata, 1,9cm. longa, clinandrio 
dorso elongato, lateribus irregulariter denticulato; ovario sessih, 
gracilh, glabro, c. 2,7 em, longo. 


S. Paulo: In campis apertis, prope Jaraguá ad S. Paulo, 
1100 m.s,m, —— A: C. BRADE, n.º 6230, flor, 80 Mart. 1915/0Mam 
atigo 


Em vários dos seus cara- In manchen (Charakteren 
cteres esta espécie faz lembrar erinnert die Art an Pog. bra- 
da Pog. brasiliensis, RODR., é sidiúensis, RODR., doch ist sie 
porêm muito mais delgada no sehr viel schlanker im Wuchs 
seu porte e possui flôres um und hat etwas gróssere Bliúten 
pouco maiores com sépalos e mit viel schmãleren Sepalen 
pétalos mais estreitos e labelo und Petalen und schmãlerer 
igualmente mais estreito com Lippe mit erheblich anders ge- 
lobo anterior bastante diferente. | stalteten Vorderlappen. 


Pog. fragrans, SCHLTR. n. sp. 


Terrestris erecta, pro genere rigidula, exsiccatione nigricans, 
35 em. et ultra alta; caule rigidulo, tereti, glabro, pro genere densius 
plurifoliato, (in specimine nostro 4-foliato) 4-6-floro, 3-4 mm. crasso; 
foliis erecto-patentibus, ellipticis, obtusiuscule acuminatis, ample- 
xicaulibus et marginibus paulo decurrentibus, textura rigidulis, im- 
ternodia semper superantibus, usque ad 45cm. longis, infra me- 
dium ad 3cem. latis; floribus magnis, speciosis, fide collectoris 
violaceis, fragrantibus, suberectis vel erectis; sepalis ligulatis, su- 
bacutis, 5,5-7,5 em. longis, usque ad 1 cem. latis, lateralibus obli- 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. IV 19 


quis; petalis oblique et anguste oblongis, obtusis, quam sepala 
subaequilongis, sed manifeste latioribus, 1,8 em. latis; labello cir- 
cuitu anguste oblongo, petalis aequilongo, infra medium explanato 
2-2,2 cm. lato inter apices loborum lateralium 1,5-1,8 em. lato, ima 
basi callis parvulis globosis, breviter stipitatis ornato, carinis 2 
in tertia parte basilari dilatatis, dimidio anteriore in lineas paucas 
confluentes leviter undulatas transeuntibus usque supra medium 
lobi imtermedii decurrentibus donato, 5-ta parte apicali manifeste 
trilobo, lobis lateralibus oblique triangulis, obtusiusculis, brevibus, 
intermedio multo longiore e isthmo brevi subordiculari, margine 
undulato-crenulato, 1,7 em. longo, 1,5 cm. lato; columna gracili, gla- 
bra, apicem incrassata, 4cm. longa, clinandrio dorso elongato, 
lateribus crenulato-dentato; ovario sessili, cylindraceo, glabro, 3,5- 
3,8em. longo, 


S. Paulo: In campis apertis ad Encontro prope S. Paulo — 
AM CG BrAaDE, n.º 6227. Tab 2, fig. III. 


A princípio acreditei ter 
nesta planta a nunca mais 
encontrada Pog. Libonii, 
REICHB.F., pois no seu porte e 
orgãos vegetativos ela concorda 
muito bem com aquela. Cara- 
cteres muito diferentes apre- 
sentam no entanto as suas flô- 
res, especialmente o labelo, de 
modo que já nenhuma dúvida 
poderá subsistir à respeito da 
identidade das duas plantas. A 
citada é no entanto a única 
que poderia merecer menção 
aqui. Creio que dificilmente 
Pog. fragrans, SCHLTR. será 
sobrepujada em beleza por qual- 
quer outra espécie. 


Anfangs glaubte ich, hier 
die verschollene Pog. Libonii, 
REICHB.F. vor mir zu haben, 
denn in ihren vegetativen 
Merkmalen passt die Pflanze 
recht gut zu dieser. Ganz an- 
dere Merkmale weisen aber die 
Blúten, vor allen Dingen das 
Labellum auf, so dass wohl 
keine Frage sein kann, dass 
unsere Art nicht mit. Pog. Li- 
bonii, REICHB.F. identisch ist. 
Diese ist aber die einzige, wel- 
che hier in Betracht kommen 
kann. Ich glaube kaum, dass 
Pog. fragrans, SCHLTR. am 
Schônheit von irgend einer an- 
deren Art úbertroffen wird. 


Vanilla, Juss. 


Van. angustipetala, ScHLTR. 


Terrestris, scandens (?), volubilis (?), ramosa; ramis pro ge- 
nere gracillimis, flexuosis, laxe foliatis, teretibus, glabris, siceis 
vix usque ad 3mm. diametientibus; foliis patentibus patulisve, 
subsessilibus, elliptico-lanceolatis, acuminatis, basi cuneatis, 9-10 em. 
longis, medio fere 2,4-2 8 em. latis, quam internodia subduplo lon- 
gioribus; racemis axillaribus, ut videtur semper bifloris, pedun- 
culo et rhachi flexuosis, usque ad 5cm. longis, pedunculo apice 


20 Contrib. ao Conhecim. das Orquidáceas do Brasil 


vaginula patente foliacea bracteis duplo minore ornato; bracteis 
foliaceis, lanceolatis, acutis vel acuminatis, 2,5-4,5 em. longis; flo- 
ribus in genere parvulis, suberectis, glabris; sepalis ligulatis, su- 
bacutis, c. 3,2em. longis, lateralibus subfalcato obliquis; petalis 
ligulatis, apicem versus sensim paululo angustatis, obtusiusculis, 
quam sepala paululo brevioribus et paulo angustioribus, subfal- 
cato-obliquis; labello columnam amplectente, 6-ta parte basilari 
tantum columnae marginibus adnato, explanato circuitu late ovali, 
obtuso, quarta parte apicali plica insiliente obscure trilobato, toto 
2,3cm. longo, medio fere 1,7 cm. lato, margine praesertim dimidio 
anteriore subundulato, intus lineis 3 incrassatis parallelis, e basi 
usque infra apicem decurrentibus, dimidio anteriore verruculosis 
ornato, dimidio anteriore limneis 2 verruculosis abditis ornato; co- 
lumna gracili, semitereti, leviter curvata, 1,7 cm. longa; ovario 
gracillimo, cylindraceo, glabro, 2,5 cm. longo. 


S. Paulo: Terrestris, in silvis prope Morro das Pedras ad 
Iguape — A. C. BRADE, n.º 777,5, flor. Dec. 1916. Tab. 2, fig. IV. 


Uma interessante espécie, 
que pela estrutura das suas 
flôres positivamente faz lem- 
brar da Van. Ditschiana, EDW., 
mas que por outro lado tam- 
bêm parece ter afinidade com 
a Van. parviflora, RDR. Embora 
disponha de material bom, não 
me, é contudo possível tirar dêle 
conclusões sôbre o porte da 
planta. A existência de raizes 
adventícias do lado oposto de 
cada folha parece indicar tra- 
tar-se de uma planta trepa- 
deira. Muito características são 
ainda as inflorescências nas 
axilas das folhas, de que te- 
nho presentes cinco, e tôdas 
bifloras. Um magnífico distin- 
tivo são finalmente os pétalos 
estreitos. 


Eine sehr imteressante Art, 
welche in der Struktur der 
Blúten entschieden an Van. Dit- 
schiana, EDWw. erinnert, aber 
auch der Van. parviflora, RDR. 
in mancher Hinsicht nahe zu 
stehen scheint. Leider Kann 
ich aus dem zwar guten Ma- 
terial keine Schliússe úber die 
Tracht der Pflanze ziehen. Das 
Vorhandensein einer Luftwur- 
zel gegenúber jedem Blaite 
scheint dafúr zu sprechen, dass 
wir es hier mit einer klet- 
ternden Art zu tun haben. Sehr 
charakteristisch sind uúbrigens 
die in den Achseln der Blãt- 
ter entspringenden Inflorescen- 
zen, von denen funf vorliegen, 
die alle zweiblútig sind. Ein 
cutes Merkmal der Spezies bil- 
den sodann die schmalen Pe- 
talen. 


Sauroglossum, Lpz. 


Saurog. nitidum, (VELL.) SCHLTR. 


S. Paulo: In silvis umbrosis ad Alto da Serra, prope São 
Paulo, 900m.s.m, — A, €. BRADE, n.º 7772, flor. 16 Mart. 1913 im 
cucumibus umbrosis Jaraguá, prope São Paulo. — A. C. BRADE, 


DES dns ilora! Ages ENQAiZ 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. IV 21 


A côr das flôres é «esver- 
deada» como afirma BRADE. 
Conforme já tive ocasião de 
me externar anteriormente, 
considero possível serem o 58. 
mitidum, (VELL.) SCHLTR. e 
S. elatum, LDL. duas plantas 
especificamente diferentes. 
Aconselhável seria talvez re- 
comendar-se a procura desta 
última no Estado do Rio de 
Janeiro e para o norte do 
mesmo. 


Pelexia, 


Pel. macropoda, (RDR.) SCHLTR. 


Als Bliútenfarbe giebt Herr 
BRADE fiúr die Art «grúnlich » 
an. Wie ich schon bei friúherer 
Gelegenheit ausfúhrte, halte 
ich es fiir wahrscheinlich, dass 
S. nitidum, (VELL.) SCHLTR, 
und S. elatum, LDL. zwei art- 
lich verschiedene | Pflanzen 
sind. Es diúrfte sich vielleicht 
emptfehlen, nach der letzteren 
mn Staate Rio de Janeiro und 
nórdlich davon zu suchen, 


Porr. 


S. Paulo: Ad margines silvarum, Rio Pariquera Mirim, Ri- 
beira. — A. C. BRADE, n.º 5012, flor. Nov. 1910.. 


Sem dúvida nenhuma esta 
planta possui muita afinidade 
com a Pel. adnata, L. C. RicH. 
o tipo indo-ocidental do género, 
embora bem distinto especifi- 
camente. De entre as espécies 
brasileiras, tanto quanto pode- 
mos julgar agora, ela mais se 


Ohne Zweifel ist diese 
Pflanze ziemlich nahe ver- 
wandt mit Pel. adnata, L. C. 
RicH., dem westindischen Ty- 
pus der Gattung, wenn auch 
arilich gut unterschieden. Un- 
ter den brasilianischen Artem 
steht sie, sowelt wir bis jetzt 


darúber urteilen kônnen, wohl 
der Pel. hypnophila, (RDR.) 
SCHLTR. am nãchsten. 


aproxima da Pel. hypnophila, 
(RDRB.) SCHLTR. 


Pel. septrum, ScHLTR. 


Terrestris, erecta, 60-75 cm. alta; radicibus satis numerosis, 
carnosulis, fasciculatis; foliis basilaribus 3-4, erecto-patentibus, pe- 
tiolatis, lamina lanceolata vel ligulato-lanceolata, acuminata, basin 
versus sensim in petiolum angustata, usque ad 14 cm. longa, medio 
fere ad 2,5 cm. lata, petiolo canaliculato, basi dilatata caulem am- 
plectente, usque ad 10cm. longo; scapo erecto, stricto, tereti, va- 
ginis pluribus, (c. 5) amplectentibus, inferioribus nunc foliaceis, su- 
perioribus minoribus, alte amplectentibus, acuminatissimis obsesso, 
e basi glabrata apicem versus subvilloso-piloso, supra basin ad 
6mm. diametro; racemo erecto, subdense multifloro, usque ad 
17 em. longo, cylindraceo, c. 5 cm. diametro; bracteis anguste lan- 
ceolatis, acuminatissimis, inferioribus flores paulo excedentibus, su- 
perioribus paulo brevioribus; floribus im sectione mediocribus, ere- 
cto-patentibus, extus dense pilosis; sepalo intermedio elliptico-lan- 
ceolato, obtusiusculo, concavo, 1,5cm. longo, lateralibus anguste 


22 Contrib. ao Conhecim. das Orquidáceas do Brasil 


et oblique lanceolatis, subacutis, 1,7 em. longis, porrectis, basi mar- 
gine anteriore productis et connatis cum pede columnae mentum 
deflexum, oblongoideum obtusum formantibus; petalis oblique li- 
gulatis, obtusiusculis, margine et dimidio anteriore papilloso-pube- 
rulis, sepali intermedii paululo longioris margine .interiore arcte 
agglutinatis, basi in pedem columnae decurrentibus; labello e ungue 
anguste obovato-spathulato, in 6-ta parte apicali consiricto et in 
laminam suborbicularem obtusam deflexam sursum dilatato, in basi 
laminas manifeste sagittato, toto 2,2em. longo, in basi laminas 
vix 2,5 mm. lato, supra medium 4,5 mm. lato, in sexta parte apicali 
2 5 mm. lato, lamina apicali 3 mm. lato; columna pro sectione satis 
gracili, facie minute puberula; ovario dense subvilloso-piloso, cla- 
vato, basi in pedicellum brevem attenuato, 1,5cm. longo. 


S. Paulo: In paludibus apertis prope Cajurá, Iguape — A. €. 
BRADE, n.º 7766, flor. Aug. 1912. Tab, 3 fig. T. 


Am besten dirfte die Art 
wohl mneben Pel. bonariensis, 
(LDL.) ScHLTR. untergebracht 
werden, von der sie aber 


Melhor colocada ficaria esta 
espécie talvez próxima de Pel. 
bonariensis, (LDL.) SCHLTR. da 
qual porêm se distingue 


especificamente bem, pelas 
folhas relativamente finas da 
base, que ainda persistem na âm- 
tese, a inflorescência longa e 
sceptriforme, forma e flôres ma- 
iores, labelo mais estreito e co- 
luna mais delgada 


durch die verhãltnismássig dún- 
nen, zur Bliútezeit noch vollkom- 
men vorhandenen Grundblãt- 
ter, den langen, scepterartigen 
Schaft, die Form der grósseren 
Bliten und die schmáãlere Lippe 
nebst schlankerer Sáule spezi- 


fisch gut unterschieden ist. 


Pel. laminata, SCHLTR. n. Sp. 


Terrestris, erecta, c. 40 em. alta; radicibus fasciculatis, fusiformi- 
carnosis; foliis basilaribus paucis, lanceolato-ligulatis, basin ver- 
sus sensim in petiolum brevem angustatis, ad 15 cm. longis, medio 
ad 1,4 cm. latis; scapo erecto, stricto vel substricto, vaginis pluribus 
alte amplectentibus, acuminatis, inferioribus foliaceis obsesso, te- 
reti, e basi glabrata apicem versus breviter villoso-tomentello; ra- 
cemo pro genere sublaxo pluri (6-7)-floro, 5-7 cm. longo, 4em. lato; 
bracteis erecto-patentibus, lanceolatis, acuminatis, inferioribus ova- 
rium excedentibus, superioribus paulo brevioribus; floribus in ge- 
nere mediocribus, erecto-patentibus, fide collectoris viridulis, intus 
albidis, extus dimidio inferiore breviter glanduloso-tomentellis; se- 
palo intermedio suberecto, ovato-lanceolato, obtusiusculo, concavo, 
1,5 em. longo, lateralibus porrectis, oblique elliptico-lanceolatis, obtu- 
sis, 1,7 em. longis, basi margine anteriore lobato-ampliatis et con- 
natis cum pede columnae mentum oblique semioblongoideum, obtu- 
sum, dimidio apicali libero patentem, 6-5 mm. longum formantibus; 
petalis oblique ligulatis, obtusis, medio margine anteriore paulo di- 
latatis, margine et dimíidio anteriore papilloso-puberulis, sepalo im- 
termedio aequilongo margine interiore arcte agglutinatis, basi de- 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. IV 23 


currentibus; labello e ungue brevi, lintari, cireuitu obovato-spa- 
thulato, toto 2,1 cm. longo, medio fere 5,5mm. lato, lobo apicali 
basi 8,5 mm. lato, e basi angusta sagittato-auriculata dimidio in- 
feriore sensim paulo dilatato, supra medium constricto et deinde 
in lobum apicalem decurvum, amplum, subquadrato trapezoideum, 
antice truncatum sursum dilatato, incrassatione V-formi, obscura su- 
pra medium in parte constricta donato; columna satis gracili, facie 
subglabra; ovario breviter pedicellato, clavato, dense et breviter 
glanduloso-tomentello, c. 1 cem. longo, 


S. Paulo: In campo aperto ad Mooca, prope S. Paulo — 
EC BRAD mio O20L ilori120 Apr. 1913. Tab. 'd figo) ER 


Na forma do labelo esta es- | In der Form des Label- 
pécie é tão bem caracterizada | lums ist diese Art so charakte- 
que dificilmente poderá ser con- | ristisch, dass sie schwer mit 
fundida com outra. Bastante | irgendeiner anderen verwech- 
singular nesse é o lobo anterior selt werden dirfte. Auffallend 
muito grande, que ocupa quási an diesen ist der grosse, fast 
tôda a parte mediana anterior die ganze vordere Hãlíte ein- 
e é quasi quadrado e largo nehmende, fast quadratische, 
truncado na frente, curvado vorn breitgestutzte Vorderlap- 
para baixo como na maioria pen, der wie bei fast allen Ar- 
das espécies desta secção. Me- ten der Sektion nach unten ge- 
lhor colocada ficará esta espé- schlagen ist. Am besten wird 
cie talvez perto da Pel. ven- | die Art neben Pel. ventricosa, 
tricosa, (CGN.) SCcHLTR. em- (CGN.) ScHLTR. unterzubrin- 
bora o cálcar formado pelos sé- gen sein, obgleich der Sepalen- 
palos laterais dela seja mui- sack bei ihr viel kleiner und 
to menor e não inflato co- garmichi aufgeblasen ist. 
mo naquela. 


Cyclopogon, PresL. 


Cyclop. graciliscapa, SCHLTR. n. sp. 


Terrestris, erectus, gracilis, c. 33 em. altus; radicibus fascicula- 
tis, carnosis, valde pilosis; foliis basilaribus in specimine nostro 
2, suberectis, gracilius petiolatis, lamina lanceolato-elliptica, acuta, 
basi cuneata, 7,5cm. longa, medio fere c. 1,1 cm. lata, petiolo 
basi scapum amplectente 5-6 em. longo; scapo gracili, subflexuoso, 
tereti, vaginulis dissitis, alte amplectentibus acuminatis obsesso, 
e basi glabrata apicem versus breviter glanduloso-pubescente; Ta- 
cemo sublaxe 15-20-floro, e. 7cm. longo, ut videtur subsecundo; 
bracteis lanceolatis, acuminatis, tenuibus, ovarium fere aequantibus 
vel paululo superantibus; sepalis oblongo-ligulatis, obtusis, basi spar- 
sim glanduloso-puberula excepta subglabris, 5 mm. longis, intermedio 
concavo, lateralibus obliquis, basi paulo dilatata cum pede co- 
lumnae mentum perbreve, vix prominulum formantibus; petalis 
oblique lineari-ligulatis, obtusiusculis, glabris, basin versus paululo 


24 Contrib. ao Conhecim. das Orquidáceas do Brasil 


angustatis, sepalo intermedio paululo longiori margine interiore arcte 
agelutinatis; labello subpandurato-oblongo, 5 mm. longo, basi medio 
et infra apicem 2mm. lato, e ungue perbrevi basi abrupte subsagit- 
tato, in tertia parte basilari et supra medium paulo constricto, apicem 
versus mox in laminam apicalem trasverse oblongum, antice trun- 
catum et obscure trilobatum dilatato, auriculis basilaribus perbre- 
vibus, anguliformibus; columna mediocris, facie minute papillosa; 
ovario subsessili, sparsim et perbreviter glanduloso-pubescente 
c. 5mm. longo. 


8. Paulo: Ad margines silvae superioris, Jaraguá prope 8. 
Paulo. — A. €C. BRADE, n.º 7774, flor. 11 Aug. 1912. Tab. 3 fig. IV. 


No seu porte e conforma- 
ção das suas flôres esta espé- 


Im Habitus und im der 
Form ihrer Bliúten erinnert 


cie lembra mais de algumas 
formas "andinas que de outras 
espécies brasileiras do género. 
Na estrutura das flóres ela re- 
corda um tanto o Cycl. sticto- 
phyllus, SCHLTR. originário da 
região limítrofe entre o Perú 


die Art eher an einige andine 
Arten als an brasilianische. In 
der Struktur der Bliúten erin- 
nert sie am Cycl. stictophyllus, 
SCHLTR.  welcher aus den 
Grenzgebieten zwischen Peru 
und Brasilien stammt. 


e o Brasil. 


Cyclop. Bradei, ScCHLTR. n. sp. 


Terrestris, erectus, gracilis, 20-28 cm. altus; radicibus fascicula- 
tis, carnosis, pilosis, foliis basilaribus ut videtur vulgo 2-3 erecto- 
patentibus, breviter petiolatis, ovatis vel anguste ovatis, acutis 
vel subacutis, basi rotundatis vel cuneato-rotundatis, 4-4,5 em. longis, 
infra medium 1,5-2,8cem. latis, petiolo 1-1,7 cm. longo; scapo per- 
eracili, stricto vel substricto, vaginis c. 6 alte et arcte amplec- 
tentibus acuminatis, tenuibus obsesso, tereti, e basi glabrata mox 
breviter glanduloso-puberulo; racemo laxe 10-20-floro, usque ad 
8Scm. longo; bracteis erecto-patentibus, lanceolatis, acuminatissi- 
mis, tenuibus, ovario vulgo brevioribus; floribus in genere inter 
mimores, erecto-patentibus; sepalis oblongo-ligulatis, subacutis, sub- 
glabris, 5 mm. longis, intermedio concavo, lateralibus obliquis, basi 
paulo dilatatis, vix mentum formantibus; petalis oblique et anguste 
ligulatis, obtusiusculis, sepalo intermedio paululo longiori margine 
interiore arcte agelutinatis; labello circuitu anguste oblongo, 5 mm. 
longo, c. 1,5 mm. lato, ungue vix distincte, e basi breviter sagittato- 
auriculata anguste oblongo, in 4-ta parte apicali conspicue constri- 
cto et im laminam apicalem transverse ovalem obtusum abruptius 
sursum dilatato, lamina apicali Jabelli basi aequilata, columna me- 
diocris, facie minute papillosa, rostello e basi semioblongo-dilatata, 
obtuse apiculata; ovario subsessili sparsim glanduloso-puberulo, 
5-6 mm. longo. 


S. Paulo: In silvis apertis ad Morro das Pedras, Iguape. — 
A. C. BRADE, n.º 7771, flor. 20 Mart. 1918. Tab. 4 fig. III, 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. IV 25 


Embora muito diferente no 
porte a presente espécie será 
talvez mais bem distribuida 
para a imediação do legítimo 
Cyclop. elatus, (RICH.) SCHLTR. 
ao qual muito se aproxima 
na estrutura das suas flôres. 
O que CognIAUX descreveu na 
«Flora Brasiliensis» sob o no- 
me de Spiranthes elata, L. €. 
RicH. é uma mistura de várias 
espécies, que talvez tôdas te- 
nham de ser especificamente 
separadas do tipo daquela es- 
pécie. O material que servio de 
base ao trabalho de COGNIAUX é 
o do Hervário de Berlin, e por 
ele se verifica ter se enganado 
aquele emérito autor, mais de 
uma vez, na classificação das 
espécies desta secção do gé- 
nero. 


Obgleich habituell recht 
verschieden von ihr, ist die 
vorliegende Art wohl am bes- 
ten in die Nãhe des echten 
Cyclop. elatus, (RICH.) SCHLTR. 
zu verweisen, da sie die- 
sem in der Struktur der Bliú- 
ten ziemlich âhmelt. Was Co- 
GNIAUX in der « Flora Brasilien- 
sis» als Spiranthes elata, L. €. 
RicH. aufgefasst hat, ist ein 
Gemisch verschiedener Arten, 
die wohl alle von dem Typus 
artlich zu trennen sind. Das 
Material des Berliner Herbars, 
das ja die hauptsáchlichste 
Grundlage der COGNIAUX" schen 
Bearbeitung bildet, zeigt, dass 
sich der verdienstvolle Forscher 
in der Bestimmung der Arten 
dieser Verwandschaft oft geirrt 
hat. 


Cyclop. iguapensis, SCHLTR. n. sp. 


Terrestris, erectus, gracilis, c. 40 cm. altus; radicibus fascicula- 
tis, carnosis, villosulis, flexuosis; foliis basilaribus, in specimine 
nostro 5, erecio-patentibus, petiolatis, lamina elliptico-oblonga, bre- 
viter acuminata vel acuta, basi cuneata, 5-6cm. longa, medio 
2-2,3em. lata; petiolo gracili, c. 5cem. longo; scapo pergracil, va- 
ginis c. 5 alte et arcte amplectentibus, acuminatis obsesso, tereti, 
e basi glabrata, apicem versus minute glanduloso-pubescente; ra- 
cemo subdense multifloro, segundo, c. 8cm. longo; bracteis an- 
guste lanceolatis, acuminatissimis, inferioribus flores fere aequan- 
tibus, superioribus sensim brevioribus; floribus illis Cyclop. bicoloris, 
(LDL.) SCHLECHTER similibus, in genere mediocribus, subhorizontali- 
bus, ut videtur viridi-albjs; sepalis ligulatis, obtusis, basi subdense 
glandulis sub-sessilibus obsessis, apicem versus urbglabris, “mm. 
longis, intermedio concavo, lateralibus obliquis, basi dilatata cum 
pede columnae mentum obtusatum, leviter prominens formantibus; 
petalis oblique ligulatis, valde obtusis, basin versus paulo angus- 
tatis, sepalo intermedio paulo longiore margine interiore arcte ag- 
glutinatis, glabris; labello subsessili;, e basi perlate cuneata, qua- 
drato-ovato, supra medium constricto, 4-ta parte apicali im lamima 
perlate reniformem, antice obscure 4-lobulatam abrupte dilatato, 
toto 7,5mm. longo, supra basin et infra apicem 3 mm. lato, im 
parte constricta vix 1,5 mm. lato, auriculis basilaribus intramargi- 
nalibus, subulato-triangulis inflexis; columna satis gracilis, Tacie 
minute papillosa; ovario subsessili subdense glandulis subsessilibus 
obsesso, 6 mm. longo. 


26 Contrib. ao Conhecim. das Orquidáceas do Brasil 


. S. Paulo: In silva aperta prope Morro das Pedras, Iguape, 
20 m.s.m -— À. O. BRADE, n.º 7168: Tab. 5 'fisit 


Eine sehr schlanke Art, 
welche mit den venezuelani- 
schen Cyclop. Lindleyanus, (Lk. 
Kt. ET OTTO) SCHLTR. am nãch- 
sten verwandt ist. 


Espécie muito delgada, que 
mais se aproxima do Cyclop. 
Lindleyanus, (LK. KL. ET OT- 
TO) ScHLTR. da Venezuela. 


Cyclop. saxicolus, SCHLTR. n. sp. 


Saxicolus, erectus, 30-40 em. altus; radicibus fasciculatis, car- 
nosis, villosis, foliis radicalibus 4-5, erecto-patentibus, ligulato-el- 
lipticis, acutis vel obtusiusculis, basi subpetiolato-angustatis, 8-16 em, 
longis, medio fere 1,5-2,5 cm. latis; scapo stricto vel substricto, 
vaginis 6 sSatis magnis, alte amplectentibus, setaceo-acuminatis ma- 
xima pro parte obtecto, tereti, e basi glabrata apicem versus dense 
et breviter glanduloso-pubescente, racemo secundo, dense multi- 
floro, usque ad 13 em. longo; bracteis suberectis, lanceolatis, acumi- 
natis, inferioribus flores subaequantibus, superioribus sensim paulo 
brevioribus; floribus illis Cyclop. Lindleyani, (LK. KL. ET OTTO) 
SCHLECHTER similibus et fere aequimagnis, subhorizontalibus; se- 
palis lanceolato-ligulatis, obtusis, dimidio inferiore extus minute 
glanduloso-puberulis, intermedio concavo, 7mm. longo, lateralibus 
obliquis, 8mm. Jongis, basi margine anteriore paulo dilatata cum 
pede columnae mentum obtusatum, vix prominens formantibus; pe- 
talis oblique ligulatis, obtusis, dimidio inferiore paulo angustatis, 
elabris, sepalo intermedio vix longiori margine interiore ageluti- 
natis; labello subsessili, e basi ovato-quadrata supra medium ma- 
nifeste constricto, 4-ta parte apicali in laminam late reniformem, 
antice obscure 4-lobulatam plica utrinque insiliente cordatam abru- 
pte expanso, in parte constricta supra medium incrassatione parvula 
lincari, minute papillosa ornato, toto 8mm. longo, basi apiceque 
4mm. lato, auriculis basilaribus intramargimalibus, infractis, bre- 
viter subulatis, obtusis; columna mediocri, facie minute papillosa; 
ovario subsessili minute et dense glanduloso-pubescente ce. 7mm. 
longo. 

S. Paulo: In rupibus, in litore maris, Iguape. A. O. BRADE, 
Ee TTO, Bor: Jun OBA: 4 fe 


Temos aqui uma espécie Wir haben hier eine nahe 


afim do acima descrito Caclop. 
iguapensis, SCHLTR. mas que, já 
externamente, bem se distin- 
cue pela forma das suas fo- 
lhas, inflorescência mais es- 
pessa com bainhas grandes e 
flôres tambêm um pouco maio- 
res, sendo ainda especificamen- 
te bem caracterizada pelos pé- 
talos e estrutura do labelo. 


Verwandte des oben beschriebe- 
nen Cyclop. iguapensis SCHLTR. 
vor uns, die jedoch schon 
ausserlich durch die Form 
der Blátter, den kráftigen ziem- 
lich dicken Schaft mit grosser 
Scheiden und etwas gróssere 
Bluúten, ferner durch die Peta- 
len und die Struktur der Lippe 
spezifisch gut gekennzeichnet 
ist. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fase. IV 21 
Cyclop. paulensis, SCHLTR. n. sp. 


Terrestris, erectus, c. 30cm. altus; radicibus fasciculatis, car- 
nosis, villosulis; folis basilaribus in specimino nostro singulo 4, 
graciliter petiolatis, erecto-patentibus, lamina ovato-elliptica, su- 
bacuta, basi rotundata, 5-6 cm. longa, infra medium 23-28 cm. lata, 
petiolo usque ad Y cm. longo; scapo erecto, substricto vel parum 
flexuoso, vaginis c. 5 angustis, acuminatissimis, amplectentibus 
obsesso, gracili, tereti, e basi glabrata apicem versus brevissime 
elanduloso-pubescente; racemo sublaxe 15-20-floro, erecto, c. 9cm,. 
longo; bracteis suberectis, lanceolatis, acuminatissimis, inferioribus 
ovarium excedentibus, superioribus sensim paulo brevioribus; flo- 
ribus in genere vix inter mediocres, subhorizontalibus; sepalis lan- 
ceolato-ligulatis, obtusis, basin versus glandulis sessilibus sparsis 
obsessis, intermedio concavo, 45 mm. longo, lJateralibus obliquis, 
5 mm. longis, basi paulo dilatatis sed vix mentum prominente for- 
mantibus; petalis oblique ligulatis, obtusis, glabris, basin versus 
sensim paululo angustatis, sepalo intermedio paululo longiori mar- 
gine interiore arcte agglutinatis; labello ungue perbrevi, lato de- 
midio inferiore ovali-quadrato, supra medium conspicue constricto 
et deinde in laminam apicalem transverse ovalem antice breviter 
trilobulatam sursum mox dilatato, callo didymo, elliptico, obscuro, 
parvulo, minute papilloso in medio laminae anticae, toto 8 mm. 
longo, infra medium 3,5 mm. lato, lamina apicali 4mm. lata, au- 
riculis basilaribus lateraliter intramarginalibus, perbrevibus, trian- 
gularibus, infractis; columna satis brevi, minute papillosa, ovario 
subsessili, c. 6mm. longo, glandulis sessilibus sparsis obsesso, 


S. Paulo: In decliveis apertis ad Cantareira, prope urben 
S. Paulo. — A. C. BRADE s.n. floret Sept. 1912. Tab. 3 fig. JII 


Auch diese Art wird am 
besten neben Cyclop. iguapensas, 


Também esta espécie fica | 

melhor colocada na imediação 

de Cyclop. iguapensis, SCHLTR. | SCHLTR. untergebracht. Sie 
Ela tem um labelo quási | hat ein âhnliches, in seiner 
parecido, porêm de forma di- Form aber doch verschiedenes 
versa, sendo alêm disto, me- Labellum, ist ausserdem kleiner 
nor e tendo racimo floral mais mit lockerer Traube, kleineren 
laxifloro, flôóres menores e ou- Blúten und anderer Behaarung 
tro revestimento piloso nos sé- | auf den Sepalen und dem Ova- 
palos e sôbre o ovário. rium. 


Cyclop. multiflorus, ScHLTR, n. sp. 


Epiphyticus, erectus, 28-35 em. altus; radicibus fasciculatis, car- 
nosis, villosis; foliis basilaribus 4-6, erecto-patentibus, petiolatis, 
lamina elliptica, acuta vel breviter acuminata, basi cuneata, usque 
ad 12cem. longa, medio fere ad 5cm. lata, petiolo satis gracih, 
usque ad 7 em. longo; scapus erectus vel subilexuosus, pro genere 
validiusculus, vaginis 5-6 arcte amplectentibus, acuminatis obses- 
sus, tereti, e basi glabrata apicem versus brevissime glanduloso- 


28 Contrib. ao Conhecim. das Orquidáceas do Brasil 


puberulus; racemo cylindraceo, pro genere permultifloro, denso, 
usque ad 15cm. longo, ec. 23em. diametro; bracteis erecto-pa- 
tentibus, acuminatis, inferioribus florem aequantibus, superioribus 
sensim paulo brevioribus; floribus subhorizontalibus, in genere vix 
inter mediocres; sepalis lanceolato-oblongis, obtusis, extus dimidio 
inferiore perbreviter glanduloso-puberulis, 4,5 mm. longis, interme- 
dio concavo, lateralibus obliquis, basi paulo dilatatis, sed mentum 
prominulum vix formantibus; petalis oblique ligulatis, obtuse api- 
culatis, supra medium margine anteriore ,paululo dilatatis, glabris, 
sepalo intermedio vix longiori margine interiore arcte agglutinatis; 
labello subsessili, e basi perlate cuneata oblongo-quadrata, in tertia 
parte anteriore manifeste constricto, 4-ta parte apicali in lami- 
nam transverse oblongam, antice retusam, obtuse apiculatam sursum 
dilatato, toto 4,5 mm, longo, antice 2 mm. lato, supra basin 1,75 mm. 
lato, auriculis basilaribus lateraliter marginalibus, vix prominulis; 
columna satis gracili, glabrata; ovario minute glanduloso-puberulo, 
c. 6mm. longo, sessili, 


S. Paulo: Epiphytica in arboribus (Ingae spe.) in silvis pa- 
ludosis ad Morro das Pedras, Mun. Iguape. — A, €. BRADE, n.º 7769, 
floret Novemb. 1915. Tab. 5 fig. II. 


Pela espiga floral espessa 
e cilíndrica esta espécie se dis- 
tingue bem de tôdas as demais 
espécies do género do Brasil. 
Também só conheço até agóra 
só mais uma espécie do grupo 


Durch die dichte cylindri- 
sche Bliútentraube ist diese Art 
vor allen anderen der Gaíitung 
aus Brasilien leicht zu unter- 
scheiden. Ich kKenne bisher 
auch nur noch eine epiphyti- 


que é epifítica o Cyclop. praso- sche Art des Geschlechtes, 
phyllus, (REICHB.F.) SCHLTR. nâmlich Cyclop. prasophyllus, 
de Guatemala. (REICHB.F.) SCHLTR. aus Gua- 
temala. 


Sarcoglottis, PresL. 


Sarc. tenuis, SCHLTR. n. sp. 


Gracilis, pusilla, tenuis, 10-18cm. alta; radicibus paucis, fas- 
ciculatis, carnosis; foliis basilaribus sub anthesi jam omnino emar- 
cidis, nondum: notis; scapo tenui, vaginis 3-4 dissitis, arcte et 
alte amplectentibus, acuminatis obsesso, tereti, subglabro, 1-2-floro; 
bracteis ellipticis, suberectis, ovarium paulo excedentibus vel fera 
aecquantibus; floribus in genere inter minores erectis; sepalis li- 
gulatis, obtusis, subglabris, intermedio dimidio inferiore paulo di- 
latato, concavo, c. 1,2cm. longo, lateralibus obliquis, intermedio 
paulo majoribus, basi margine anteriore valde productis et con- 
natis cum basi labelli et columnae pede cuniculum usque supra 
basin ovarii decurrentem, extus haud manifestum formantibus; pe- 
talis anguste ligulatis, obtusis, glabris, antice longius decurren- 
tibus, sepalo intermedio paulo sed manifeste longiori margine in- 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. IV 29 


teriore arcte adnatis; labello ex ungue lineari anguste lanceolato, 
basi alte sagittato, supra medium sensim angustato, 4-ta parte 
apical im laminam cordato-ovatam, obtusam, basi sigmoideo-fle- 
xuosum, margine leviter undulatam abrupte dilatato, toto 1,6 cem. 
longo, medio fere 2,5mm. lato, lamina apicali 3,5mm. longa, 
longa, 2,5 mm. lata, auriculis basilaribus retrorsis, anguste subu- 
latis; columna gracili, rostello amplo, latere utrinque lobo vel 
ala semicordata aucto; ovario sparsim piloso, sessili, apicem versus 
angustato, c. 5mm. longo. 


S. Paulo: In campis humidis, ad Campo Grande, inter urbem 
5. Edulo et Santos: JAM GC Bradr, n.º 6858, flor: Ame) 9a; 
in locis humidis camporum inter Osasco et Butantan, — A.C. BRADE, 
n.º 6859 (Leg. Firmino Tamandaré de Toledo jr.) flor. 9 Sept. 1918. 
Elia los 4 res 


Esta espécie é da afinidade 
do Sarc. neuroptera (WARM. & 
REICHB. F.) e Sarc. butantanen- 
sis, HOEHNE & SCHLTR., ca- 
racteriza-se porêm muito bem 
pelo porte mais delicado e for- 
ma do labelo. 


Sarc. rufescens, (FiscH.) KL. 


Die Ari gehórt in die Ver- 
wandtschaft von Sarc. neuro- 
ptera, (WARM. & REICHB.F.) 
SCHLTR. und Sarc. butanta- 
nensis, HOEHNE & SCHLTR., 
is; aber durch den zierlichen 
Wuchs und die Form der Lip- 
pe sehr gut charakterisiert. 


S. Paulo: In silva umbrosa, Rio Pariquera-assu, Ribeira. — 


A. C. BRADE, n.º 6206. 


A redescoberta desta espé- 
cie, cujo «habitat» exacto no 
Brasil ainda não era conhecido, 
é bastante interessante. O 
exemplar presente possui três 
erandes folhas elípticas basais 
cuja base é estreitada pecio- 
liformemente. A espécie cara- 
cteriza-se e é facilmente re- 
conhecida pelo revestimento 
longo piloso do ovário e pela 
forma do tabelo. 


Sarc. grandiflora, (Hook) KL. 


Die Wiederentdeckung die- 
ser Art, deren genaueres Vor- 
kommen in Brasilien noch 
nicht bekannt war, ist sehr inte- 
ressant. Das vorliegende Exem- 
plar weist auch drei grosse el- 
liptische, nach dem Grunde 
stielartig verschmáãlerte Grund- 
bláiter auf. Die Art ist leicht 
kenntlich durch die lange Be- 
haarung der Ovarien und die 
Form der Lippe. 


S. Paulo: Bosque da Saude ad urbem S. Paulo. — A. €. 


BRADE, n.º 7767, flor. 4 Jan, 1914. 


Erradamente esta espécie 
foi por COGNIAUX juntada com 
a Sarc. picta, (SM.) KL. Pela 
forma dos detalhes florais ela é 


Ganz zu Unrecht ist diese 
Art von CocNIAUX mit Sare. 
picta, (SM.) KL. vereinigt wor- 
den. Durch die Form ihrer 


30 Contrib. ao Conhecim. das Orquidáceas do Brasil 


relativamente bem caracteriza- | Blútenteile ist sie durchaus gut 
da e deve por isto mesmo ser charakterisiert und muss als 
considerada uma espécie à eigene Art angesehen werden, 
parte. 


Trachelosiphon, Scmrr. 
Trach. actinosophila, (RDR.) SCHLTR. 


S. Paulo: Epiphyticum in silvis paludosis, Morro das Pedras, 


Mun. Iguape. — A. C. BRADE, n.º 7757, flor. April 1917. 

Apenas uma inflorescência Es liegt nur eine Inflores- 
foi examinada, mas que eviden- cenz vor, die aber offenbar zu 
temente pertence a esta espé- dieser Art gehôrt, welche durch 
cie, bem caracterizada pela for- die Form des Labellums gut 
ma do seu labelo. charakterisiert ist. 


Trach. spc. 


S. Paulo: In arboribus silvae juvenilis ad Parque Jabaquara 
urbem S. Paulo. A. C. BRADE, n.º 7701, flor. 8 Mart. 1914; Serra 
da Cantareira, A. C. BRADE, n.º 77,56, flor. Jul. 1913. 


A respeito dêstes dois | Ueber diese beiden Exem- 
exemplares, que talvez pode- plare, welche vielleicht zu 
riam pertencer à Trach. para- Trach. paranaensis, —SCHLTR. 
naensts, SCHLTR. desejo externar gehóren kónnten, móchte ich 
minha opinião só depois de ter erst ein VUrteil fállen, wenn 
em mão material mais abun- reicheres Material vorlegt. 
dante. | 


Stenorrhynchus, L. €. RicH. 
Sten. Bradei, SCHLTR. n. sp. 


Terrestris, erectus, c. 50cm. altus, satis validus; foliis basi- 
laribus c. 5, erecto-patentibus, ligulatis, obtusiusculis vel suba- 
cutatis, basin versus sensim paulo angustatis, usque ad 23cm. 
longis, ad 3cm. latis; scapo stricto vel substricto, vaginis amplis, 
inferioribus foliaceis, superioribus alte amplectentibus, acuminatis, 
magna pro parte obtecto, tereti, apicem versus dense et bre- 
viter papilloso, glanduloso, supra basimn c. 8mm. diametiente; 
racemo erecto, stricto, demse multifloro, in specimine mostro 
17 cm. longo, c. 4em. lato; bracteis anguste lanceolatis, acuminatis 
erecto-patentibus, rubris, inferioribus nunc flores superantibus, su- 
perioribus flores fere aequantibus vel brevioribus; floribus erecto- 
patentibus, illis Sten. lanceolati, (AUBL.) L. C. RICH. similibus, fide 
collectoris rubris; sepalis lanceolatis, acuminatis, extus breviter 
glanduloso papillosis, 1,6 em. longis, intermedio concavo, lateralibus 
obliquis, basi dilatata et producta cum pede columnae mentum 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. IV Ji 


oblique conico-sacciforme, 4mm. longum, apice tantum liberum for- 
mantibus; petalis oblique ligulatis, obtusiusculis, antice paulo de- 
currentibus, sepalo intermedio paulo longiore margine intus arcte 
agelutinatis; labello sessili, e basi oblonga medio paulo dilatato, 
supra medium attenuato, anguste lanceolato, obtusiusculo, margine 
versus infra medium dense puberulo, toto 1,9cem. longo, medio 
fere 5 mm. lato, auriculis retrorsis, carnosis, omnino adnatis; columna 
mediocri, antice glabra, rostello longe subulato; ovario subsessili, 
subclavato, breviter glanduloso-pailloso, c. 8mm. longo. 


S. Paulo: In campo aperto, Vila Mariana, urbem 8. Paulo. — 


EURO BRADE, in no lortiS Jan, 1914 Tab, 2º el 


Esta espécie bastante sin- 
gular pertence à afinidade do 
Sten. orchioides, L. OC. RICH.; é 
porêm, pelo porte, que faz lem- 
brar um tanto do Sten. argenti- 
nus, GRIESEB., diversa. Tam- 
bêm o labelo é característico 
pela forte contracção na sua 
parte anterior, e o rostelo é 
considera velmente longo. 


Diese sehr auffallende Art 
gehórt in die Verwandtschaft 
des Sten. orchioides, L. O. RICH. 
ist aber durch die Tracht, in 
der sie etwa an Sten. argentinus, 
GRIESEB. erinnert, gut unter- 
schieden. Auch die Lippe ist 
durch die starke Verschmãle- 
rung in vorderen Teile ausge- 
zeichnet und die Nadel des Ro- 
stellums ist auffallend lang. 


Sten. balanophorostachys, (REICHB. & WARM.) Cn, 


S. Paulo: In campis apricis, Mooca, urbem S. Paulo. — A, O. 
BRADE, n.º 6212, flor. 20 April 1913. 


Esta espécie, pelo que pos- 
so julgar agora, ainda não ha- 
via sido constatada no Estado 
de S. Paulo. Ela nos fornece 
uma prova de que algumas Or- 
quidáceas campestres do Es- 
tado de Minas se extendem bas- 
tante para o litoral. A côr das 
flôres da espécie é pelo Sr. 
BraDE dada como « verde-ama- 
relada-clara »? 


Die Art war, soweit ich zur 
Zeit uberblicken kann, bisher in 
S. Paulo noch nicht nachge- 
wiesen. Sie bildet einen Beweis 
dafir, das von den Campos- 
Orchideen von Minas-Geraes 
doch einige ziemlich weit nach 
der Kiúste vordringen. Als Bluú- 
tenfárbung der Art gibt Herr 
BraDE an: «Bliúten griúnlicn- 
gelblich-weiss »? 


Sten. paraguayensis, (REICHB.F.) CGN. var. 


S. Paulo: In campo superiore, Jaraguá prope urbem Ss. 
Paulo. — A. C. BRADE, n.º 6210, 30 Mart. 1915. 


Até agora ainda não con- 
segui separar bem nitidamente 
as várias espécie até aqui des- 
critas para esta difícil estirpe 
do grupo. A separação das 


Bis jetzt kann ich noch 
nicht ganz klar die Arten un- 
terscheiden,  welche aus 
dieser schwlerigen Verwandt- 
schaft | beschrieben | worden 


32 Contrib. ao Conhecim. 


mesmas é dificultada pelo fa- 
cto de não conhecer eu ainda 
o original. Aqui incontestavel- 
mente temos a planta que o 
Sr. COGNIAUX determinaria co- 
mo sendo Sten. paraguayensis, 
(REICHB. F.) Can, 

Segundo indicação do SR. 
BRrADE, as Ílôres são alvacen- 
tas. 


Lyroglossa, 


Orquidáceas do Brasil 


sind. Die Klárung derselben 
wird dadurch erschwert, dass 
ich das Original noch nicht 
kenne. Hier liegt wohl sicher 
die Pflanze vor, welche Co- 
GNIAUX als Sten. paraguagensis, 
(REICHB.F.) Can. bezeichnen 
wurde. 

-  Nach Angaben des Herrn 
BraDE sind die Blúten weiss- 
lich gefárbt. 


ScHLTR. 


Lyrog. euglossa, (KRAENZLIN) HoEHNE & SCHLTR. 


8. Paulo: S. Bernardo, prope urbem S. Paulo, — A. C. BRADE, 


n.º 5082, flor» Decemb, 1911. 


Os exemplares que tenho 
em mão, são os originais do 
Spiranthes euglossa, KRAENZLIN. 
A planta é, o que passou des- 
percebido ao DR. KRAENZLIN, 
idéntica com aquela que (Co- 
GNIAUX, na «Flora Brasilien- 
sis», descreveu como Spiran- 
thes Griesebachii, CGN. na su- 
posição naturalmente de que 
ela fôsse idéntica com a das 
Indias ocidentais por êle de- 
nominada assim, Como é uma 
Lyroglossa, poderá perdurar o 
nome específico proposto por 
KRAENZLIN (*). 


Die vorliegenden Exempla- 
re sind die Originale von Spi- 
ranthes euglossa, KRAENZ. Die 
Pflanze ist, was von KRAENZLIN 
úbersehen wurde, identisch mit 
der Art, welche CoGNIAUX in 
der «Flora Brasiliensis» als 
Spiranthes Griesebachii, Can. 
beschrieben hat, allerdings un- 
ter der falschen Voraussetzung, 
dass sie mit der von ihm so 
genannten westindischen Art 
identisch sei, Da die Pflanze 
eine Lyroglossa ist, kann der 
von KRAENZLIN gegebene Spe- 
ziesname nun doch wohl beibe- 
halten werden (*). 


Craniches, Sw. 
Cran. Bradei, ScHLTR. n. sp. 


Terrestris, erecta, 25-30 em. alta; radicibus carnosulis, flexuo- 
sis, elongatis, pilosis; foliis basilaribus c. 4. erecto-patentibus, pe- 
tiolatis, glabris, lamina oblonga vulgo obtusiuscula, basi subro- 
tundata, 6-7 em. longa, medio fere 2,8-3,7 cm. lata, petiolo gracilh, 
canaliculato, 6-8 cm. longo; scapo erecto stricto vel substricto va- 


(*) Fica portanto rectificado o que saíu na pag. 27 da Contribuição I, onde, de acôrdo com as 
conclusões a que chegou Sehlechter, pela comparação do material original, demos como nome para a es- 
pécie o de Lyroglossa Griesebachii, Schl. — HOoEHNE. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. IV 33 


ginis 5-6 nunc subfoliaceis, dimidio, e basi angustata apicem versus 
laxe amplectentibus, ovatis, apiculatis obsesso, tereti, glabro; ra- 
cemo dense multifloro, ovali vel demum cylindraceo, 3-5 em. longo 
c. 1,8cm. diametro; bracteis erecto-patentibus, lanceolatis, acumi- 
natis, ovario plus minusve brevioribus; floribus parvulis, inversis, 
illis Cran. candidae, (RDR.) CGN. fere aequimagnis, glabris, fide 
collectoris niveis, labello intus viridi-punctatis (nervatis); sepalo 
intermedio antico, anguste oblongo, obtusiusculo, vix 4mm. longo, 
lateralibus deflexis, oblique lanceolato-oblongis, subacutis, sepalo 
intermedio aequilongis; petalis adscendentibus, oblique ligulatis, 
obtusiusculis, eciliatis, sed margine glandulis microscopicis sessi- 
lbus ornatis, basin versus paulo angustatis, quam sepala subae- 
quilongis; labello supero, sessili, subcucullato-concavo, oval obtuse 
apiculato petalis fere aequilongo, intus nervis 3 parallelis incras- 
satulis, hinc et inde ramulis lateralibus valde abbreviatis, diver- 
gentibus auctis; columna im genere mediocri, glabra, cylindracea, 
rostello brevi, erecto; ovario sessili, cylindraceo, glabro, c. 8 mm. 
longo. 


S. Paulo: Terrestris in silvis primaevis, Morro das Pedras, 
Iguape, 10 m.s.m. A. C. BRADE, n.º 7776, flor. Sept. 1917. Tab. 
Omo 


Esta espécie bem caracte- 
rizada e aproximada, pelo há- 
bito, um tanto da Cran. mus- 
cosa, Sw., tem de entre as es- 
pécies brasileiras mais afinida- 
de com a pouco descrita Cran. 
glabricaulis, HOBHNE, dela po- 
rêm já se distingue mui facil- 
mente pelo seu porte. 


Cran. candida, (RDR.) Can. 


Diese sehr charakteristi- 
sche, in Habitus etwa an Cran. 
muscosa, Sw. erinnernde Art, 
steht unter den brasilianischen 
pur der vor kurzem be- 
schriebenen Cran. glabricaulis, 
HoEgHNE nãher, ist aber auch 
von “dieser schon habituell 
leicht zu unterscheiden. 


S. Paulo: In silvis Jaraguá, prope urbem S. Paulo, 900 
m.sm — A, O. BRADE, nº 77746 bis flor. 12 Mai, 1912. 


Nos últimos tempos várias ve- 
zes tenho tido esta espécie em 
minhas mãos. Conforme se pode 
supor, não parece, por isto, ser 
muito rara. Ela é facilmente 
reconhecível pelas característi- 
cas manchas verdes levemente 
espessadas do labelo. A Cran. 
parvifolia, PoRSCH, descrita 
por êste autor, dos campos de 
S. Bernardo, perto de S. Paulo, 
bem como a Cran. micrantha, 
KRAENZ., do Paraná, pertencem 
ambas a esta espécie. 


In der letzten Zeit hat diese 
Art mir ziemlich hâufig vor- 
gelegen. Wie es scheint, ist sie 
also nicht sehr selten. Sie ist 
leicht kenntlich an den beiden 
grúnen, leicht verdickten Flek- 
ken auf dem weissen Label- 
Jum. Die von PoRrscH. als Cran. 
parvifolia, PORSCH. von S. Ber- 
nardo bei S. Paulo beschriebene 
Pflanze sowohl, als auch Cran. 
micrantha, KRAENZ. aus Paraná, 
gehóren beide hierher. 


34 Contrib. ao Conhecim, das Orquidáceas do Brasil 


Physurus, L. €. Rich. 


Phys. pictus, LDL. 


S. Paulo: In silvis umbrosis, Morro das Pedras, Iguape, 
30 m.s.m, — A OC BRADE,  n2iguro, Mor Ochob Ol 


Uma espécie muito disper- 
sada no Brasil central e Me- 
ridional, que tambêm já é co- 
nhecida de várias procedências 
do Estado de S. Paulo. 


Phys. bicolor, RDr. 


Eine weit verbreitete Art 
mn  Miitel-und  Siúd-Brasilien, 
welche auch aus São Paulo be- 
reits von verschiedenen Stand- 
orten bekannt ist. 


8. Paulo: In silvis umbrosis, Rio Piraúpava, 20 m.s.m, — 
A, O: BeaDe, nº 7718, or; Octob/.1918: 


Estes exemplares documen- 
tam mais uma vez quanto é 
grande a dispersão no Brasil 
de algumas Orquidáceas humi- 
colas. A espécie foi primitiva- 
mente descrita das margens do 
Rio Paraibuna, em Minas-Ge- 
rais e depois disto encontrada 
apenas ali e no Paraguai. O 
seu aparecimento na região li- 
torânea do Estado de S. Paulo, 
é por conseguinte duplamente 
interessante. 


Phys. arietinus, REICHB.F. & 


Die Exemplare legen wle- 
derum einen Beweis dafiúr ab, 
eine wie welte Verbreitung ei- 
nige der Humusorchideen im 
Brasilien haben. Die Art ist ur- 
sprúnlich aus der Gegend des 
Rio Parahybuna, in Mimas-Ge- 
raes, beschrieben und, wie es 
scheint; bisher nur dort und in 
Paraguay wieder gesammelt 
worden. Ihr Auftreten in den 
Kistengebieten von S, Paulo ist 
deshalb also doppelt interessant. 


WARM. 


S. Paulo: In silvis umbrosis, Morro das Pedras, Iguape, 20 
m.S.m,— AS O BerADE no 7780, Flor Decembiioiy 


Conforme parece, temos 
aqui diante de nós uma das 
espécies mais dispersadas do 
género no Brasil. Segundo in- 
dicações de CoGNIAUX, esta es- 
pécie deve estender-se para o 
norte até Belém do Pará. Do 
sul do Brasil ela tem sido tra- 
zida repetidas vezes de loca- 
lidades diversas. Aqui cabe 
tambêm a Phys. micranthaus, 
KRAENZL. descrita últimamente, 
do Paraná. 


Wie es scheint haben wir in 
dieser eine der weitverbreitet- 
sten Arten der Gattung m Bra- 
silien vor uns. Nach Angaben 
von CogNIAUX soll die Art 
nach Norden sogar bis Belém 
in Pará vorkommen. Aus dem 
súdlichen Teile Brasiliens ist 
sie verschiedentlich gebracht 
worden. Hierher gehôórt auch 
der letzthin beschriebene Phys. 
micranthus, KRAENZL. aus Pa- 
raná. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. 1-fase. IV 35 


Phys. longicalcaratus, SCHLTR. nov. sp. 


Terrestris erectus, in genere satis validus, usque ad 40cm. 
altus; caule adscendente plurifoliato, tereti, glabro, ad 6mm. dia- 
metro; radicibus filiformibus, elongatis, dense pilosulis; foliis erecto- 
patentibus, oblique ellipticis, acuminatis, basi cuneatis, glabris, 
10-12cm. longis, medio fere 3,5-4,5 cm. latis, petiolo basi valde 
dilatata caulem amplectente, c. 4cm. longo; inflorescencia erecta, 
folia superiora bene superante, pedunculo vaginis 3-4 obsesso, te- 
reti, glanduloso-pilosulo, c. 7 em. longo; racemo dense multifloro, 
cylindraceo, ad 15 em. longo, c. 3,5 cm. diametiente; bracteis erecto- 
patentibus, lanceolatis, acuminatis, praesertim margine manifeste 
ciliatis, inferioribus ovarium excedentibus, superioribus sensim. pau- 
lulo brevioribus; floribus erecto-patentibus, in genere inter majores, 
extus sparsim glanduloso-pilosulis; sepalo intermedio anguste ob- 
longo, obtusiusculo, 8 mm. longo, concavo, lateralibus oblique lan- 
ceolato-ligulatis, obtusiusculis, basi margine anteriore paulo decur- 
renti-dilatatis, intermedio fere aequilongis; petalis e basi lineari 
oblique elliptico-spathulatis, obtusiusculis, glabris, sepalo intermedio 
aequilongo margine interiore arcte agglutinatis; labello concavo, 
cireuitu oblongo, obtusiusculo, im tertia parte apicali latere utrinque 
plica insiliente leviter constricto, lobo apicali suborbiculari, mar- 
gme subcrenulato, toto c. 7mm. longo, medio fere 3mm. lato, 
calcare filiformi, leviter flexuoso, e basi paulo latiore apicem versus 
attenuato, dependente, c. 2,2em. longo, columna gracili, c. 5mm. 
alta, glabra, rostello oblongo-ovato, breviter exciso; ovario bre- 
viter pedicellato, sparsim glanduloso-piloso, c. 1,8cem. longo. 


S. Paulo: In silvis paludosis, Caiuva, Iguape, 20 m.s.m, — 
ARC GRADE mo reto tor, Aug) 1917, Tab; 6 fig. TI 


À princípio acreditava tra- Anfangs glaubte ich, dass 


tar-se aqui do Phys. longicornu, 
CaN., que não conheço, mas 
uma comparação feita com a 
descrição demonstrou haver 
tantas divergências que já não 
tenho dúvida de que se trata de 
uma nova espécie. Certamente 
esta espécie deve porêm ter 
grande afinidade com o Phys. 
longicornu, Can. 


hier der mir unbekannte Phys. 
longicornu, CGN. vorliegen kôn- 
ne, aber ein Vergleich mit der 
Beschreibung zeigte doch so 
viele Abweichungen, dass ich 
nicht daran zweifle, dass hier 
eine neue Art vorliegen muss. 
Sicher muss unsere Art aber 
mit Phys. longicornu, CGN, nahe 
verwandt sein. 


Liparis, L. €C. Rica. 


Lipar. elata, LpL. 


S. Paulo: Terrestris in silvis apertis, Morro das Pedras, 
Iguape. — A. €C. BRADE, n.º 7792, flor. anno 1918. 


36 Contrib. ao Conhecim. das Orquidáceas do Brasil 


Desta espécie bastante dis- 
persada tenho presentes exem- 
plares estraordinariamente ro- 
bustos, aos quais entretanto não 
quero subordinar, à  varie- 
dade longifolia, CGN. por con- 
siderá-los apenas uma fase do 
desenvolvimento da planta, na 
qual as folhas já se encontram 
mais adultas. Ao contrário, ter- 
se-ha talvez de reconhecer em 
breve a necessidade de subme- 
ter a « Liparis elata, LpL.», tal 
como se encontra delimitado 
hoje, a um estudo acurado, e 
então chegar-se-ha talvez à de- 
monstração de que sob êste 
nome se encontram provável- 
mente várias espécies fitogeo- 
graficamente bem definidas. 


Pseudostelis, 


O género Physosiphon, tal 
como era concebido uúltima- 
mente, compunha-se de uma 
série de tipos bastante hetero- 
géneos entre si, que davam ao 
mesmo o cunho de uma mistura 
demasiado inatural de espécies. 
Já em tempo havia concebido 
a idéa de esclarecer aqui me- 
lhor os limites naturais do gé- 
nero, adiei porêm a execução 
dêste plano, pelo facto de ser 
ainda bastante deficiente o ma- 
terial que possuia das espécies 
brasileiras críticas. Contudo 
vejo agora já uma possibilidade 
de separar uma série de espé- 
cies, que pelo que se me afigura, 
poderão constituir um género 
naturalmente delimitado, da- 
quelas espécies de que possuo 
material suficiente. Aqui dese- 
jo primeiramente apresentar os 
caracteres dêste novo género, 


Psendostelis, SCHLTR. 


Von dieser verbreiteten 
Art liegen besonders úppige 
Exemplare vor, die ich aber 
nicht als Varietãt longifolia, 
Can. bezeichne, weil ich diese 
nur fir ein Entwicklungssta- 
dium halte, bei dem die Blãtter 
schon weiter ausgewachsen 
sind. Wahrscheinlich diúrfte sich 
dagegen bald die Notwendigkeit 
herausstellen, die sogenannte 
«Liparis elata, LDL.», wie sie 
heute umgrenzt wird, einer ge- 
naueren Prúfung zu unterziehen, 
und dann wird sich vielleicht 
zeigen, dass sich unter diesem 
Namen verschiedene pflanzen- 
geographisch gut getrennte 
Arten verbergen. 


SCHLTR. gen. nov. 


Die Gattung Physosiphon, 
wie sie letzthn aufgetasst wur- 
de, setzte sich aus einer Reihe 
recht heterogener Typen zu- 
sammen, die das Geschlecht zu 
einer úberaus | unnatúrlichen 
Artengemeinschaft stempelten. 
Schon lângst hatte ich daher die 
Absicht hier eine Klãrung der 
Gattungsgrenzen vorzunehmen, 
verschob dieses Vorhaben aber 
noch, da mein Material von den 
kritischen, brasilianischen Ar- 
ten nicht reich genug war. Im- 
merhin aber sehe ich nun die 
Móglichkeit, schon eine Reihe 
von Arten als eigene, wie es 


scheint, durchaus natiúrliche 
Gattung abzutrennen, von de- 
nen mir gutes Material zur 


Verfúgung steht. Ich will hier 
zunâchst die neue Gattung cha- 
rakterisieren. 


Flores monoclini. Sepala similia, usque infra medium vel supra 
medium in tubum campanulatum connata, glabra, apicibus liberis 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. IV 37 


ovatis vel semioblongis, obtusis, lateralibus obliquis. Petala quam 
sepala muito minora, oblique ligulata vel ovalia, obtusa, tenuia, 
uninervia, subdiaphana; labellum suberectum, concavulum, colum- 
nam facie leviter amplectens, circuitu oblongo suborbiculare vel 
late ovale, vulgo obscure vel vix distincte trilobatum, glabrum, 
nudum, petalis vulgo aequilongum vel subbrevius sed bene latius, 
apice columnae pedis articulatim affixum. Columna mediocris, se- 
miteres, pede brevi, glabra, petalis et labello vulgo aequilonga, cly- 
nandrio vulgo plus minusve trilobulato; rostello brevi (vel persaepe 
abortu deficiente). Anthera reniformi-cucculata, obtusa, glabra. Pol- 
linia 2 oblique pyriformia. Stigma verticale excavatum vulgo se- 
mioblongum. Ovarium eylindricum, breve, i.e. quam corolla bene 
brevius, pedicello aequicrasso et vulgo subaequilongo articulato. 

Plantae parvulae epiphyticae, habitu Stelidis; rhizomate valde 
abbreviato; radicibus filiformibus, flexuosis, glabris; caulibus ri- 
gidulis, folium longitudine vulgo aequantibus vel superantibus, uni- 
foliatis, vaginis paucis arcte et alte amplectentibus primum obtectis; 
folio ligulato, obtuso, carnoso-coriaceo, basi petioliformi-attenuato, 
erectc; inflorescencia vulgo singula e spatha compressa in apice 
caulis nata, racemosa, secunda, pedunculo vulgo brevi, racemo 
ipso nunc folio breviore nunc paulo longiore, dense multifloro, 
erecto; bracteis parvulis hyalimis; floribus minutis, vulgo palli- 
diflavis vel viridiflavis, satis tenuibus, glabris. 

Species 3 adhuc notae, epiphyticae in arboribus silvarum Bra- 
siliae. 


No hábito estas plantas 
muito se assemelham à espé- 
cies de Stelis de flôres peque- 
nas, distinguem-se porêm dêste 
género pela forma da corola, 
pétalos mais ténues e de forma 
diversa, forma e textura do la- 
belo e sobretudo pela coluna 
muito diferente. De Physosi- 
phon, género a que até aqui 
se subordinaram estas plantas, 
elas se afastam pela corola mais 
curta e de forma diferente, for- 
ma dos pétalos, o labelo com- 
pletamente diverso na sua ex- 
trutura e a columna mais curta 
com clinândrio mais baixo e 
rostelo curto e quási insaliente. 

Biológicamente interessan- 
to é o facto de ser frequente 
nêste género a celistogamia. 
Nêste caso as flôres em regra 
não se abrem absolutamente e, 
alêm disto, atrofia-se o rostelo 
completamente e a frutificação 


Im Habitus gleichen die Arten 
der Gattung vollkommen kleim- 
blútigen Stelis-Arten, doch sind 
sie von diesen Genus durch die 
Form der Korola, die dinnen Pe- 
talen von anderer Form, die 


|. Form und Textur der Lippe und 


vor allen Dingen durch die ganz 
anderen Sáule getrennt. Von 
Physosiphon zu dem man diese 
Pflanzen bisher gestellt hatte, 
unterscheiden sie sich durch 
die kúrzere Korolla von anderer 
Form, die Form der Petalen, die 
vollkommen anders konstruerte 
Lippe und die kiúzere Sáule mit 
niedrigem —Klinandrium und 
sehr kurzem kaum vortreten- 
dem Rostellum. 

Biologisch interessant ist 
die Tatsache, dass sehr hâáufig 
in der Gattung Kleistogamie 
vorkommt. In diesem Falle 6ff- 
nen sich die Bliúten meist úber- 
haupt nicht, ausserdem wird 


38 Contrib. ao Conhecim. das Orquidáceas do Brasil 


se dá pelo facto de estender-se 
a matéria gelatinosa do estigma 
por sôbre as bordas e entrar 
em contacto com as polínias 
que se encontram justamente 
sôbre as mesmas, entrando in- 
continente a germinar. 

Alêm da abaixo descrita, 
pertencem a êste género as se- 
guintes espécies. 


dann die Bildung des Rostel- 
lums vollstândig unterdrúckt 
und die Befruchtung findet da- 
durch statt, dass der Narben- 
schleim nach oben iúber den 
Narbenrand quilt und so mit 
den direkt darúber liegenden 
Pollinien in Verbindung tritt, 
die dann sofort auskeimen. 
Ausser der unten beschrie- 


benen gehóren zu dieser Gai- 
tung die folgende Arten: 


1.º — Pseudostellis spiralis, (LDL.) SCHLTR, nom. camb. 
Pysosiphon spiralis, LDL. Bot. Reg. XXI (1835) sub t. 1797. 


Pleurothallis crassipes, RercB,F. in Warm. Prince. S. Coburg. II, 
(1888) p. 82. 


Brasil: St. Catarina, ( 


2.º — Pseudostelis deregularis, (RDR.) ScHLTR. nom. camb. 


Stelis deregularis, BARB. RODR. Nov. Gen et Spec. Orch. II, 
(1882) p. 94. 


Physosiphon deregularis, Can. Fl. Bras. III, IV, (1896) p. 341. 
Brasil: Rio de Janeiro, 


Pseudostelis Bradei, SCHLTR. nov. Sp. 


Epiphytica, erecta, e. 20-23cm. alta; rhizomate valde abbre- 
viato; radicibus filiformibus, flexuosis, glabris; caulibus erectis, 
teretibus, vix 2mm. diametientibus, vaginis 3 arcte et alte am- 
plectentibus, apiculatis, fere omnino obtectis, unifoliatis, 6-8 em, 
longis; folio erecto, ligulato, obtusiusculo, basin versus sensim subpe- 
tiolato-angustato, carnoso-coriaceo, 10-12cem. longo, medio fere 
1,6-1,8 cm. lato; inflorescentia gracili, e spatha angusta, compressa, 
brevi, singula, pedunculo plurivaginulato, ad 4cem. longo, racemo 
ipso tenui, dense multifloro, secundo, folium paululo superante; 
bracteis erecto-patentibus, tenuibus, diaphanis, ovato-cucullatis, pe- 
dicellum paululo excedentibus; floribus minutis, glabris, ut vide- 
tur pallidoflavis, in specimine nostro cleistogamis, nunquam apertis; 
sepalis obtusiusculis, oblongis, usque supra medium im tubum oblique 
et anguste campanulatum connatis, 3-nerviis, 2,25 mm. longis, la- 
teralibus obliquis; petalis oblique ligulatis, obtusis, tertia parte ba- 
silari semioblongo-dilatatis, quam sepala fere 3-plo brevioribus co- 
lumnam paulo superantibus, uninerviis; labello erecto cireuitu su- 
borbiculari, antice obscure 3-lobato cum lobo intermedio antico 
semiorbiculari, obtuso, petalis fere aequilongo, vix 1 mm. lato, nervis 
3 basi tenuiter incrassatulis; columna semitereti, vix 0,6 mm. lon- 
gitudine excedente, pede brevi, incurvulo; ovario cum pedicello 
cylindraceo, glabro, vix 3mm. longo. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol I-fasc. IV 39 


S. Paulo: Epiphytica in arboribus, Morro das Pedras, Iguape, 
20 m.s.m, — À. C. BRADE, n.º 7798, leg. anno 1919. Tab. 7 fig. I. 


De Pseud. deregularis, (RDR.) 
SCHLTR. sua afim, esta es- 
pécie se distingue pelas flôres 
mais estreitas e pétalos igual- 
mente mais estreitos. 

Não considero impossível 
que uma planta, por mim avis- 
tada na colecção de DusEN, do 
Paraná, de que infelizmente não 
tenho material em mão, per- 
tença a esta espécie. 


Von der verwandten Pseud, 
deregularis, (RDR.) SCHLTR. 
ist die Art leicht durch 
die schmileren Blúten und die 
viel schmãleren Petalen zu un- 
terscheiden. 

Ich halte es nicht fir aus- 
geschlossen, dass eine Pflan- 
Ze, welche ich in der Samm- 
lung von DusEN aus Paraná 
sah, von der ich aber kein Ma- 


terial hier zur Hand habe, 
hierher gehórt. 


Physosiphon, Lpz. 
Phys. Bradei, ScHLTR. nov. sp. 


Epiphyticus, repens, pussilus, c. 2-2,5 em. altus; rhizomate elon- 
gato, filiformi, flexuoso; radicibus filiformibus, flexuosis, glabris; 
caulibus c. 1-1,8cm. inter se distantibus, quam maxime abbreviatis, 
vaginula absconditis, unifoliatis; folio erecto, oblanceolato-oblongo, 
apiculato, basi subpetiolato-angustato, glabro, 2-2,3 cm. longo, medio 
fere 5-6 mm. lato; inflorescentia ad basin folii (i.e. im apice caulis) 
nata, valde abbreviata, uniflora; pedunculo subnullo; bractea par- 
vula, ovata, ovario duplo breviore; flore parvulo, glabro, atropur- 
pureo; sepalis usque ad medium in tubum campanulatum connatis, 
oblongis, acutis, 3-nerviis, intermedio 6 mm. longo, apice recurvo, 
lateralibus obliquis, usque ad tertiam partem apicalem connatis, 
c. “mm. longis; petalis oblique ovato-lanceolatis, acutis, uninerviis, 
c. 5mm. longis, apice recurvis; labello concavo, e ungue brevi 
lato circuitu ovato-oblongo, acuto, supra medium 3-lobo, c. 3,25 mm. 
longo, medio fere 1 mm. lato, lobis lateralibus abbreviatis anguste 
semioblongis, antice truncatis, intermedio antico ovato margine ir- 
regulariter denticulato; columna semitereti, marginibus subalato- 
dilatata, c. 2mm. longa, clinandrio ampliato subcrenulato, pede 
brevi; anthera semioblongo-cucullata, glabra; ovario cum pedicello 
perbrevi c. 2mm. longo. 


S. Paulo: Epiphyticus in silvis prope Morro das Pedras, 
louape AMC EnA nm sin. flor. 1 Febr. 1920 Tah: | fig mk 


Descrevo esta espécie por Ich beschreibe die Art nach 


um magnífico desenho feito pelo 
Sr. BRADE, que não só dá uma 
bela reprodução do hábito da 
planta, como traz tambêm os 
detalhes florais. 


einer vorzúglichen Zeichnung 
des Herrn BRADE, die nicht nur 
ein Habitusbild, sondern auch 
eine  genaue  Blitenanalyse 
gibt. 


40 Contrib. ao Conhecim. das Orquidáceas do Brasil 


Provisóriamente subordi- 
nei esta espécie bastante iso- 
lada, graças ao modo actual de 
interpretação, ao género Phy- 
sosiphon, quando porêm se fi- 
Zer a revisão crítica dêste, tal- 
vez difícil seja conservá-la aí. 


Zunâchst habe ich die iso- 
liertstehende Pflanze den bis- 
herigen 'Anschauungen  ge- 
mãss bei Physosiphon unter- 
bringen mússen, bei der kriti- 
schen Durcharbeitung der Gat- 
tung wird sie aber kaum darin 
verbleiben kônnen. 


Pleurothallis, R. Br. 


Pleuroth. fasciculata, Can. 


S. Paulo: Epiphytica in silva montana, Boa Vista, Rio Paraú- 
pava, 80 :m:;s.m. «A.C BRADE, n.º 7790, for, 1919 


Esta espécie pertence a-um 
pequeno grupo bem caracteri- 
zado, que em parte se compôi 
de espécies brasileiras e em 
parte de formas andinas, que 
se agrupam em torno do PI. 
obovata, LDL. 

A espécie era até aqui só 
conhecida de Mimas Gerais e 
é portanto nova para a flora 
do Estado de S. Paulo. 


Pleuroth. Mouraei, Can. 


Die Art gehôrt zu einer 
kleinen, charakteristischen 
Gruppe teils brasilianischer, 
teils andiner Arten, welche sich 
um Pl. obovata, LDL. schaart. 

Die Species war bisher nur 
aus Minas Geraes bekannt, ist 
also fúr die Flora des Staates 
Sao Paulo neu. 


S. Paulo: Epiphytica im silvis paludosis inter Mooca et Ipi- 
ranga. — A, O. BRADE, n.º 6235, flor. 6 Octob. 1912, 


Segundo opinião minha, 
esta espécie não foi com jus- 
tiça subordinada às « Lepanthi- 
formes». Sem dúvida nenhuma 
ela possui afinidade com as 
duas que se seguem, as quais 
por sua vez parecem ter re- 
lação de afinidade com a Pl. 
cuneifolia, CGN. 

As flóres são dadas como 
sendo purpúreas. 


Meiner Ansicht nach ist 
die Art von (CoGNIAUX nicht 
mit Recht zu den «Lepanthi- 
formes » verwiesen worden. Sie 
ist ohne Zweifel mit den beiden 
folgenden verwandt, die wie- 
derum auf Beziehungen zu PI. 
cuneifolia, CGN. hindeuten. 

Die Bliten werden als 
«purpurn » bezeichnet. 


Pleuroth. Edwallii, DUsEN & ScHLTR. 


S. Paulo: Ad Campo Grande prope Serra do Mar vel Cuba- 
tão: — A. OC. BrADE; nº 6878, for. Nov. 1913. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. IV 41 


Es ist mir nicht recht er- 


Ainda não consegui expli- 


car as razões que teriam klárlich, wie CogNIAUX dazu 
determinado CoGNIAUX a des- kam, die Pflanze als Restrepia 
crever esta planta como Res- plewrothalloides, Can. zu be- 
trepic  plewrothalloides, Can. schreiben. Ich habe sowohl bei 
Tanto nos exemplares presen- den vorliegenden, als auch an 
tes, como naqueles colhidos por den von EDWwALL ebenfalls im 
EDWALL, tambêm em S. Paulo, Staate São Paulo und den von 
como pelo exame daqueles por Dusen in Paraná gesammelten 
DusEN trazidos do Paraná, Exemplaren stets nur zwei Pol- 
sempre encontrei apenas duas lnien gefunden. Ausserdem 
polineas. Alêm disto, todo o aber spricht auch der ganze Ha- 
porte da planta contesta a sua bitus gegen die Zugehórigkeit 
afinidade com Restrepia, resp. der Pflanze zu Restrepia resp. 
Barbosella, na qual as inflores- Barbosella, bei der stets nur 
cências são sempre monantas. emnblútige Inflorescenzen vor- 
As flôres de Pl. Edwallis, kommen. 
DUSEN & ScHLTR. são purpú- Die Bliúten der PL. Edwallii, 
reo-sujas. DUsEN & ScHLTR. sind trúb- 
purpurn. 


Pleuroth. Bradei, ScHLTR. nov. spc. 


Epiphytica, erecta, gracilis, pusilla, 6,5-10 cem. alta; rhizomate 
valde abbreviato; radicibus filiformibus, flexuosis, glabris; caulibus 
gracillimis, rigidulis, unifoliatis, vix 0,75 mm. diametientibus, vagi- 
mulis vulgo 2 alte et arctissime amplectentibus, ostio incrassatis 
et muriculato-papillosis primum omnino obtectis, 2-3,5 em. longis; 
folio anguste elliptico, obtusiusculo, basi cuneata subpetiolato, co- 
riaceo, 1,8-2,2 cm. longo, medio fere 7-8mm. lato; inflorescentiis 
1-3-nis erectis, gracillimis, folium 2-3-plo superantibus, pedunculo 
setiformi, folium aequante vel paulo superante, racemo fractiflexo, 
perlaxe 3-7-floro, usque ad 3 em. longo; bracteis tenuibus, apiculatis, 
pedicello 2-3-plo brevioribus; floribus illis Pl. cuneifolia, CGN. si- 
milibus et fere aequimagnis, elabris; sepalo intermedio anguste 
ovato-lanceolato, obtusjusculo, 3-nervio, 4mm. longo, lateralibus im 
laminam oblongam obtusam breviter bifidam 4 mm. longam con- 
natis; petalis oblique oblongo-ligulatis, apiculatis, basin versus pau- 
lulo angustatis, uninerviis, 2,5 mm. longis; labello leviter curvato, 
e basi angustiore oblongo-spathulato, obtuso, superne praesertim 
dimidio anteriore verruculoso, dimidio inferiore tenuiter 2-costato, 
2,5 mm. longo, infra picem 0,8mm. lato, supra basin margine 
utrinque in Jobum parvulum anguste oblongo-paleatum, obtusius- 
culum producto; columna satis gracili, levissime curvata, apicem 
versus paulo dilatata, clinandrio dorso elato, e. 1,5 mm. alta; ovario 
cum pedicello 2-3-plo longiore 3-4mm. longo. 


8. Paulo: Ad Campo Grande, Serra do Cubatão. — A. €. 
BRADE Pr Ão io Tam. 1915. Tab.” 8 figo Ma 


CoGNIAUX naturalmente teria CoNIAUX hátte der Art 
colocado esta espécie na ime- sicher ihren Platz neben PI. 


42 Contrib. ao Conhecim. das Orquidáceas do Brasil 


diação de Pl. Mouraei, Can. Mouwraci, CGN. angewiesen, Von 
Desta espécie ela se distingue dieser unterscheidet sie sich 
pela forma do labelo, o qual | durch die Form der Lippe, die 


tem na base dois lobos laterais 


durch zwei sichelfôrmige klei- 
em forma de foice. 


ne Seitenlappen úber dem Grun- 
de ausgezeichnet ist. 


Pleuroth. subpicta, SCHLTR. nov. sp. 


Epiphytica, pusilla, 2,5-3 em. alta; rhizomate valde abbreviato; 
radicibus filiformibus, flexuosis, glabris; caulibus brevibus, vaginis 
2 alte et arcte amplectentibus usque supra medium omnino obtectis, 
teretiusculis, 4-6 mm. longis, vix 0,75 mm. crassis, unifoliatis; folio 
oblanceolato vel oblanceolato-ligulato, obtuso, basi sensim im pe- 
tiolum anguste ad 4mm. longum, canaliculatum angustato, petiolo 
incluso 1,5-2 em. longo, supra medium 3-4mm. lato; inflorescentiis 
singulis, laxe 2-4-floris, folia paulo sed distincte superantibus, pe- 
dunculo setiformi tenuissimo, usque ad 1,5 cem. longo, racemo ipso 
usque ad 1,8 cm. longo; bracteis ovato-cuculatis, apiculatis, tenuibus, 
diaphanis, pedicello vulgo paulo brevioribus; floribus tenuibus, fide 
collectoris albis, parvulis; sepalo intermedio lanceolato, acuto, 9-ner- 
vio, ec. 4mm. longo, lateralibus im laminam ovato-oblongam, apice 
breviter excisam usque infra apicem connatis, intermedio aequi- 
longis; petalis oblique ligulatis, breviter acuminatis, supra medium 
leviter dilatatis, uninerviis, c. 2 mm. longis; labello oblongo-ligulato, 
apicem versus paululo dilatato, obtusissimo, petalis fere aequilongo, 
costis vel carinis 2 tenuibus parallelis, e basi usque supra medium, 
decurrentibus ornato; columna leviter arcuata, demidio superiore 
paulo dilatata, apice tridentata, dentibus lateralibus falcato-trian- 
gularibus et acuminatis, dorsali (i. e. apice filamenti) triangulo paulo 
breviore; pede brevi, incurvulo; ovario brevi, cylindrico, cum pe- 
dicello c. 2,5mm. longo, glabro, 


S. Paulo: Rio Grande prope Serra do Cubatão. — A. C. BRADE, 
n.º 6879, flor. Aug. 1913, Tab. 8 fig. 1. 


Melhor colocada fica esta Am besten wird die kleine 
espécie minúscula, que faz lem- Art, welche an Pl. marginata, 
brar pela sua forma de Pl. mar- | LDL. von Central-Amerika erin- 
ginata, LDL. da América Cen- nert, neben Pl. picta, LLD. un- 
tral, ao lado de Pl. picta, LDL. tergebracht. Sie ist vor dieser 
Desta ela se distingue pelo gekennzeichnet durch niedrige- 
porte mais baixo, inflorescên- ren Wuchs, kirzere Inflores- 
cias: mais curtas, flôres alvas cenzen, weisse Blúten und die 
e a forma dos pétalos e labelo. Form der Petalen und Lippe. 


Pleuroth. Grobyi, LDL. 


S. Paulo: Campo Grande, Serra do Cubatão, — A. C. BRADE, 
n.º. 7990, flor, -17 Jan, 195 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fase. IV 43 


, | 


O exemplar é considerável- Das Exemplar ist auffal- 
mente robusto para a espécie, lend kráftig fir die Art, stimmt 
concorda porêm nos caracteres, in den Merkmalen, besonders 
principalmente nos detalhes flo- in den Bliútenteilen durchaus 
rais, perfeitamente com os cut mit den typischen Exem- 
exemplares típicos da espécie. | plaren der. Art úberein, Auffal- 
Excessivamente longos são so- lend sind bei unserm Stúck auch 
bretudo os pecíolos (aqui de | die ziemlich langen (hier bis 
2cm.) que chamam por isto a | 2cm.) Blattstiele. 


atenção. | 


Pleuroth. bicristata, Can. 


S. Paulo: Rio Grande prope Serra do Cubatão, — A. C. BRADE, 
MOSS ilor: CAs OS Tabi 8 fig. TIL 

Esta espécie já havia sido Die Art ist bereits von der 
encontrada, em Julho de 1901, oesterreichischen Expedition in 
nas margens do Rio Tieté, perto der Náhe der Stadt São Paulo, 
da cidade de S. Paulo, pela am Rio Tieté, im Juli 1901, ge- 
expedição austríaca. Primitiva- funden worden. Ursprúnglich 
mente ela foi descrita da Serra ist sie von Serra de Santa An- 
de Santa-Ana do Estado do Rio na, im Staate Rio de Janeiro, 
de Janeiro. Ela cabe na lista beschrieben worden. Sie gehóri 
daquelas de pouco realce do zu den kleinen unscheinbaren 
género. Suas flôres o Sr. BRADE Arten der Gattung. Ihre Bliú- 
dá como sendo amarelo-escu- ten gibt Herr BRADE als «dun- 
ras. kelgelb» an. 


Pleuroth. Curtii, SCHLTR. nov. spc. 


Epiphytica, pusilla, 5-8cm. alta; rhizomate valde abbreviato; 
radicibus filiformibus, flexuosis, glabris; caulibus gracilibus, uni- 
foliatis, vaginis 2 alte et arcte amplectentibus primum omnino 
obtestis, 2-3,5 em. longis, vix 1 mm. diametientibus, unifoliatis; folio 
erecto vel suberecto, lanceolato, obtusijusculo, basi longe cuneata 
sensim in petiolum usque ad 1 cm. longum angustato, petiolo in- 
cluso 3-4,5 em. longo, medio fere 4-7 mm. lato; inflorescentiis 1-3-nis 
erectis vel suberectis, gracillimis, quam folia semper bene bre- 
vioribus, laxe 2-4-floris; pedunculo setiformi-gracillimo petiolum 
vulgo paulo excedente, racemo ipso usque ad 1 em. longo, secundo; 
bracteis elliptico-cuculatis, apiculatis, pedicello brevioribus; flori- 
bus succedaneis, parvulis, tenuibus, fide collectoris aurantiacis, gla- 
bris; sepalo intermedio lanceolato, subacuto, concavo, 4mm. longo, 
lateralibus in laminam ovato-oblongam, apice breviter bifidam, con- 
cavam usque infra apicem connatis, intermedio fere aequilongis; 
petalis oblique ligulatis, apiculatis, apicem versus paululo dilatatis, 
uninerviis, 2,5 mm. longis; labello e basi breviter unguiculato-an- 
gustata circuitu ovato-oblongo, obtuso, medio paulo dilatato, de- 
midio anteriore superne minute papilloso-asperulato, carinis 2 te- 
nuibus medium versus paululo arcuato-divergentibus e basi usque 


44 Contrib. ao Conhecim. das Orquidáceas do Brasil 


supra medium donato, 2,5 mm. longo, medio fere imm. vix lato; 
columna levissime arcuata, apicem versus paululo dilatata, apice 
trilobata, lobis lateralibus falcato-triangularibus, acutis, dorsali trian- 
gulo paulo brevioribus; ovario pedicellato glabro, pedicello incluso 
c. 2,5-3 mm. longo, 


S. Paulo: Alto da Serra do Cubatão, — A. C. BRADE, n.º 6232, 


leg. anno 1913. Tab. 8 fig. IV. 


Sem dúvida nenhuma esta 
nova espécie muito se aproxi- 
ma de PJ. bicristata, CGN., e isto 
de tal forma que a princípio 
quis considerá-la uma varieda- 
de da mesma. Mas, como os 
orgãos vegetativos e a colo- 
ração das flôres não concor- 
dassem bem, tive a convicção 
de que de facto se tratava de 
uma espécie àa-parte. De PL. 
bicristata, Can. a PI. Curtis, 
SCHLTR. se distingue pelos cau- 
les mais longos e folhas relati- 
vamente estreitas, porêm mais 
compridas, inflorescências um 
tanto mais curtas e com flôres 
alaranjadas, e labelo mais 
longo. 


Die neue Art steht der 
Pl. bicristata, CGN. ohne Zwei- 
fel sehr nahe, so dass ich sogar 
anfangs beabsichtigte, sie als 
Varietát von ihr anzusehen. Da 
die vegetativen Merkmale aber 
mit Abweichungen in der Bliú- 
tenfárbung nicht stimmten, kam 
ich dann doch zu der Ueberzeu- 
gung, dass hier eine eigene Art 
vorliegen músse. Vor Pl. bi- 
cristata, CaN. ist Pl. Curti, 
SCHLTR. kKenntlich durch die 
lângeren Stâmmchen, gróssere, 
im Verháltnis schmãlere Blát- 
ter mit lângeren Stielen, etwas 
kiúirzere  Inflorescenzen, mit 
orangegelben Blúten und die 
lângere Lippe. 


Pleuroth. transparens, SCHLTR. nov. sp. 


Epiphytica, erecta, pusilla, 6,5-9 cm. alta; rhizomate valde ab- 
breviato; radicibus filiformibus, flexuosis, glabris; caulibus gra- 
cilibus, rigidulis, unifoliatis, vaginis 2 arcte et alte amplectentibus 
primumr omnino obtectis, 2-3,5 cm. longis, ce. 1mm. diametientibus; 
folio elliptico-lanceolato, apice sub lente minute 3-dentato, basi 
cuneata in petiolum satis longum usque ad 1,8 em. attenuato, petiolo 
incluso 3-5 cm. longo, lamina medio 7-10 mm. lato; inflorescentiis 
2-4-nis, erectis, gracilibus, folio vulgo plus duplo brevioribus, pe- 
dunculo setiformi-tenuissimo, usque ad 1 cem. longo, racemo laxe 
2-4-floro, usque ad 1,2 cem. longo; bracteis ovali-cucullatis, apicula- 
tis, tenuibus, pedicello brevioribus; floribus diaphanis, tenuibus, suc- 
cedaneis, fide collectoris flavo-albidis, punctis purpureis notatis, 
petalis flavescentibus; sepalo intermedio oblongo-obtusiusculo, 3-ner- 
vio, 3,5 mm, longo, lateralibus in laminam ovalem, tertia parte apicali 
bifidam connatis, intermedio aequilongis; petalis e basi angusta 
oblique cuneatis, tertia parte apicali manifeste 3-lobatis, uninerviis, 
quam columna paulo brevioribus, lobis triangulis obtusis, latera- 
libus intermedio paulo brevioribus; labello e basi breviter unguicu- 
lato-angustata quadrato-dilatato, antice in lobum parvulum oblongo- 
semiquadratum, superne papilloso-asperatum, obtusum producto, sub- 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. IV 45 


ecarinato, margine et demidio anteriore papilloso-asperato, 2,5 mm. 
longo, medio fere 1,3mm. lato; columna gracili, leviter curvata, 
apicem versus paulo dilatata, 2,5 mm. longa, clinandrio dilatato, 
trilobulato, lobulis lateralibus triangularibus, acutis, denticulatis, 
dorsali obtuso brevioribus; ovario cylindraceo, costato, cum pedi- 
cello genuiflexo aequilongo c. 3,5 mm. longo, glabro. 


S. Paulo: Campo Grande (Serra do Cubatão). — A. C. BRADE, 


NES OS, for Anel lols Tab) 8 fig, VI. 


Esta interessante pequena 
espécie pertence igualmente à 
afinidade da Pl. bicristata, CGN., 
da qual se distingue não só 
pelo porte consideravelmente 
mais alto, pecíolos mais longos 
e iflôres de colorido diverso, 
mas principalmente pelos pé- 
talos trilobados e labelo de cen- 
tro quadrado. As Ílôres são, 
no material exsicado e pren- 
sado tão transparentes que só 
dificilmente são descobertas. 


Diese interessante, Kleine 
Art gehórt ebenfalls in die 
Verwandtschaft der PI. bicrista- 
ta, UGN., von der sie aber durch 
bedeutend 'hóheren  Wuchs, 
lângere Blattstiele, die an- 
ders gefárbten Bliúten, vor al- 
len Dingen aber die dreilappi- 
gen Petalen und das in der 
Mitte quadratisch verbreiterte 
Labellum spezifisch recht gut 
getrennt ist. Die Bliúten sind 
an gepressten Exemplaren so 


durchscheinend, dass sie schwer 
zu entdecken sind. 


Pleuroth. Dryadum, ScHLTR. 


Epiphytica, pusilla, c. 4cm. alta; rhizomate valde abbreviato; 
radicibus filiformibus, flexuosis, glabris; caulibus rigidulis, unifo- 
liatis, vaginis 3 arcte et alte amplectentibus, ostio paulo ampliata 
ovata minute papillosis omnino obtectis, usque ad 1,2cem. longis, 
vix 0,5 mm. crassitudine excedentibus; folio erecto, obovato, obtuso, 
basi cuneata in petiolum brevem angustato, petiolo incluso usque 
ad 8 mm. longo, supra medjum 5 mm. lato, carnosulo; inflorescentia 
singula, erecta, folium 3-4-plo superante, pedunculo gracillimo nunc 
folium aequante nunc bene superante, racemo secundo laxe 2-5- 
floro, usque ad 1,5cm. longo; bracteis ovali-cucullatis, apiculatis, 
diaphanis, pedicellum aequantibus; floribus tenuibus ut videtur al- 
bidis, glabris; sepalo intermedio oblongo-acuminato, 3,5 mm. longo, 
uninervio, lateralibus usque ad medium Jiberis, anguste ligulato- 
oblongis, acuminatis, intermedio aequilongis, cum pede columnae 
mentum breve obtusum formantibus; petalis subfalcatis, lanceolato- 
ligulatis, longius acuminatis, quam sepala subaequantibus, uniner- 
viis; labello linguiformi, subacuto, medio leviter constricto, 3-nervio, 
2mm. longo; columna semitereti, demidio superiore conspicue di- 
latata, quam labellum paulo breviore, clinandrio dorso elato, pede 
brevi, apice leviter incurvulo; ovario cum pedicello ce. 2 mm. longo. 


8. Paulo: In silva paludosa, Rio Grande prope Serra do Cuba- 


tão. — A. C. BRADE. nº'6882, flor, 17 Aug. 1913. Tab. 8 fig. II. 


46 Contrib. ao Conhecim. das Orquidáceas do Brasil 


Uma atraente pequena es- 
pécie da relação da PI, Llepan- 
thiformis, Can. e Pl. hetero- 
phylla, Can. Pelo porte e forma 
do seu labelo ela é fâàcilmente 
reconhecível de entre as es- 


pécies brasileiras desta secção. 


Pleuroth. stenopetala, LDL. 


Eine reizende, kleine Art, 
aus der Verwandtschaft der PI. 
lepanthiformis, Cen. und Pl. 
heterophylla, Can. Sie ist durch 
die Tracht und die Form des 
Labellums unter den brasilia- 
nischen Arten der Sektion leicht 
kenntlich. 


S. Paulo: Campo Grande, Serra do Cubatão, — A. C. BRADE, 


nº qo90 or aa Oo: 


Segundo o que parece esta 
espécie tem grande dispersão no 
Brasil. Tambêm ela cabe no 
grupo daquelas que frequente- 
mente são encontradas em cul- 
tura na Europa. Em estado 
exsicado ela caracteriza-se bem 
pelas folhas completamente gla- 
bras um tanto acastanhado- 
claras e pelos sépalos estreitos 
e papiloso-pubescentes na parte 
interna. As espécies da alini- 


Wie es scheint, hat die Art 
in Brasilien eine weitere Ver- 
breitung. Sie gehórt auch zu 
den Arten, welche in Europa 
nicht selten in Kultur anzu- 
treffen sind. Im getrockneten 
Zustande ist sie stets leicht an 
den ganz glatten, ziemlich hell- 
braun-trocknenden Bláttermn 
und den schmalen innen pa- 
pillós-behaarten Sepalen kennt:- 
fich. Die Verwandten dieser 


dade desta são na maioria an- 


Spezies sind vorzugsweise an- 
dinas (*). 


o hhol Qi) 
Pleuroth. sororcula, SCHLTR. nov. sp. 


Epiphytica, erecta, c. 10 cm. alta; rhizomate valde abbreviato ; 
radicibus filiformibus, flexuosis, glabris; caulibus brevibus, unifo- 
liatis, teretibus, rigidulis, vaginis 2 arcte amplectentibus, cuspidato- 
apiculatis omnino obtectis, usque ad 1,8em. longis, e. 1,25mm, 
crassis; folio erecto, oblanceolato-ligulato, obtusiusculo cum apiculo 
minuto, basi longe cuneata subpetiolato-cuncato, carnoso-coriaceo, 
2,5-3 em, longo, 4-6 mm. lato; inflorescentia singula, erecta, folium 
dimidio vel duplo fere excedente, peduneulo distanter 3 vaginulato 
usque ad 2,5cm. longo, racemo laxe 5-8-floro, secundo, usque ad 
3em. longo; bracteis ovato-cucullatis, apiculatis, pedicellum fere 
aequantibus; floribus tenuibus, flavidis, glabris; sepalis anguste lan- 
ceolatis, acutis, 7mm. longis, lateralibus obliquis, usque ad basin 
liberis; petalis oblique et anguste lineari-lanceolatis, acuminatis, 
5 mm. longis; labello anguste linguiformi, obtusiusculo, dimidio am- 
teriore levissime angustato, glabro, nervo medio linea uniseriatim. 
margaritaceo-papulosa ornato, 3mm. longo; columna leviter cur- 
vata, 25 mm. longa, apicem versus dilatata, clinandrio irregula- 
riter serrulato, marginibus antice breviter unidentato, pede me- 
diocri; ovario cum pedicello glabro, ec. 3mm. longo, 


(*) Encontrámos esta espécie em 1915 na Serra da Piedade, em Minas, e dela demos uma ilus- 
tração fiel na Parte IX da Botânica, Anexo 5 da Comissão Rondon — HozHNE. 
e 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. IV 41 


S. Paulo: Rio Grande, prope Serra do Cubatão, — A. C, 
ERADE, no 6968, flor. Aug. 1913. Tab. 1 fig. E 


Uma espécie afim de PI. 
linearifolia, CGN., da qual se 
distingue pelos caules mais Jon- 
gos, folhas mais espessas e mais 
largas e o labelo mais estreito 
e de forma um pouco diversa. 


Pleuroth. peduncularis, LpL. 


Eime nahe Verwandte der 
Pl. linearifolia, CGN., von der 
sie durch die lingeren Stâmm- 
chen, die dicken und breiteren 
Bláiter und die schmale Lippe 
von etwas anderer Form ge- 
trennt ist. 


S. Paulo: In arboribus ad Morro das Pedras, Iguape, 80 


m. sm, — À. C. BRADE, n.º 1788. 


Desta espécie bem caracte- 
rizada recebera já material do 
Paraná, pelo Dr. P. DUSEN, ha 
algum tempo. A espécie acha-se 
bastante isolada no grupo. Ca- 
racteriza-se especialmente bem 
pelo revestimento ténue-papi- 
loso dos ovários e pilosidade 
das brácteas. No Jardim Botá- 
nico de Dahlem existe um belo 
espécime desta rara planta em 
cultura, que devemos ao Sr. 
Dr. DUSEN. 


Pleuroth. subcordifolia, Con. 


Von dieser charakteristi- 
schen Art erhielt ich vor eini- 
ger Zeit bereits Material durch 
Dr. P. DuskN, aus Paraná, Die 
Spezies steht offenbar ziemlich 
isoliert. Sie ist besonders gut 
gekennzeichnet durch die fein 
behaarten Bracteen und die pa- 
pillôsen Ovarien. Im Botani- 
schen Garten zu Dahlem be- 
findet sich em  prãáchtiges 
Exemplar dieser seltenen Pflan- 
ze in Kultur, das wir Herrn 
Dr. DuUsEN verdanken, 


S. Paulo: Parque Jabaquára in urbem S. Paulo. — A. C. 


BRADE, n.º 4594, flor. Dec, 1914, 


Até aqui esta rara espécie 
havia sido recolhida apenas 
uma vez e tambêm em S. Paulo. 
Segundo tôdas as aparências ela 
perience ao grupo das formas 
venezuelanas a que pertence Pl, 
chamensis, LDL., que se cara- 
cteriza bem pelos pétalos es- 
treitos, alargados na parte su- 
perior e no ápice um tanto re- 
tusos. 

De acôrdo com a indicação 
do Sr. BRADE, as flôres são 
amareladas. 


Bisher war diese seltene 
Art nur einmal, ebenfalls in São 
Paulo, gesammelt worden. Al- 
lem Anschein nach gehóri sie 
in den Formenkreis der vene- 
zuelanischen Pl. chamensis, LDL. 
in dem sie durch die an der 
Spitze verbreiterten und kurz 
ausgeschnittenen schmalen Pe- 
talen gekennzeichnet ist. 

Nach Herrn BRADES Anga- 
ben sind die Búten gelblich 
getárbt. 


48 Contrib. ao Conhecim. das Orquidáceas do Brasil 


Pleuroth. iguapensis, SCHLTR. nov. spc. 

Epiphytica, longe repens, 6-9 em. alta; rhizomate elongato, fle- 
Xuoso, vaginis omnino obtecto, c. 2mm. diametro; caulibus erectis, 
c. 1-25cm. inter se distantibus, rigidulis, unifoliatis, vaginis 3 
alte et arcte amplectentibus obtectis, teretibus, 2-4 em. longas, 1,5 mm. 
diametientibus; folio erecto-patente vel suberecto, oblongo, obtu- 
siusculo, basi subrotundato, coriaceo, 3-5 cm. longo, 1,8-1,8 em. lato; 
inflorescentiis 1-2-nis, e spatha parva, compressa, folio 3-4-plo bre- 
vioribus, unifloris, pedunculo c. 1 em. longo, gracili; bractea ovato- 
cucullata, obtuse apiculata, pedicello vix superante; flore carnoso, 
subnutante, albido, purpureo-violaceo-striato; sepalo intermedio obo- 
vato-oblongo, obtuso concavo, 5-nervio, 6mm. longo, lateralibus 
oblique oblongis, obtusiusculis, concavulis, 8mm. longis, usque ad 
apice laxe cohaerentibus sed haud connatis; petalis oblique oblongo- 
lanceolatis, acutis, uninerviis, margine dimidio superiore hinc et 
inde subdenticulatis, 2,5 mm. longis; labello carnoso, e basi late 
cuneato-rotundato quadrato-ovato, antice obtusissimo, 3,5 mm. longo, 
supra basin 1,75 mm. lato, dimidio anteriore et margine verruculoso- 
asperato, supra basin latere utrinque sublobato-dilatato (lobis valde 
abbreviatis, truncatis divergentibus) dimidio inferiore bicarinato, 
carinis incrassationem semioblongam formantibus; columna semi- 
tereti, apicem versus paulo dilatata, clinandrio trilobulato, lobulis 
triangulis, denticulatis, intermedio quam laterales duplo magjore; 
ovario cylindraceo, cum pedicello 3-plo longiore ec. 5 mm. longo. 


S. Paulo: Epiphytica in silva primaeva ad Morro das Pedras, 
Iguape. — A. C. BRADE, n.º 7845, flor. Aug. 1918. Tab. 9 fig. I. 


Da convizinha Pl. nemo- Von der verwandien Rh 
rosa, RDR., esta espécie distin- nemorosa, RDR. unterscheidet 
gue-se muito bem pela forma sich diese Art durch die Form 
dos seus pétalos e do labelo. der Petalen und durch das La- 

bellum recht gut. 


Pleuroth. riograndensis, CGN. var. longicaulis, Can, 

S. Paulo: Epiphytica in arboribus silvis prope Morro das Pe- 
dras, Iguape. — A. C. BRADE, n.º 7791, leg. anno 1918. 

Ich bin mangels genúgen- 
den Materials mir noch nicht 


Devido à insuficiência de 
material ainda não tenho abso- 


luta clareza sôbre se se de- 
verá deixar esta planta conti- 
nuar como variedade da Pl. 
rograndensis, CGN. ou se me- 
lhor seria considerá-la como 
espécie distinta. As espécies 
dêste grupo não são fáceis de 
distinguir quando não se tem 
o cuidado de analisá-las cri- 
teriosamente. Naturalmente o 
grupo todo possui muito mais 
espécies do que é geralmente 
suposto. 


ganz klar darúber, ob man die 
Pilanze als Varietãt der Pl. 
riograndensis, Can. bestehen 
lassen oder als eigene Art an- 
sehen soll. Die Arten dieser Ver- 
wandtschaft sind nicht leicht 
zu unterscheiden, wenn man 
sie nicht genau analysiert. Die 
ganze Gruppe ist sicher arten- 
reicher, als man bisher ge- 
glaubt hat. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. IV 49 


Pleuroth. Alexandri, SCHLTR. nov. sp. 


Epiphytica, erecta, 15-33 cm. alta; rhizomate crassiusculo, brevi, 
polyrhizo; caulibus erectis, rigidus, vaginis 2 alte et arcte am- 
plectentibus usque supra medium vestitis, e basi tereti apicem 
versus subancipito-triquetris, 5-12 cm. lJongis, medio fere 2-2 5 mm. 
crassis; folio erecto, ligulato, obtusiuscule apiculato, basi leviter 
decurrente, textura crasse coriaceo, 7-9cem. longo, medio fere 
6-12 mm. lato; inflorescentia gracili, folium nunc dimidio nunc plus 
subduplo superante, pedunculo rigidiusculo, tereti, paucivaginulato, 
folium subaequante vel paulo superante, racemo ipso pluri (6-) ad 
multifloro, usque ad 12em. longo; bracteis elliptico cucullatis, su- 
bacutis, pedicellum, subexcedentibus; floribus suberectis, carnosu- 
lis, glabris, siccis laete aurantiacis; sepalo intermedio lanceolato, 
acuto, 1 em. longo, 3-nervio, lateralibus oblique lanceolato-ligulatis, 
acutis, nervo intermedio extus subalato-carinatis, concavulis, usque 
ad apicem arcte cohaerentibus, ut videtur haud connatis, 3-nerviis; 
petalis oblique oblongis, subacutis, uninerviis, 3mm. longis, quam 
sepala textura tenujoribus; labello e basi perbreviter unguiculato- 
angustata subito lobato-dilatato, dimidio anteriore paulo angustata 
semiquadrato-obtuso, supra medium margines versus incrassionibus 
2 obscuris triangulis ornato, 4 mm. longo, infra medium 2 mm. lato; 
columna breviter arcuata, semitereti, apicem versus conspicue di- 
latata, clinandrio trilobato, lobulis lateralibus in dentem reductis, 
intermedio multo majore triangulo denticulato, tota labello paulo 
breviore, pede mediocri; ovario erecto, apicem versus triquetro, 
pedicello incluso e. 8mm. longo. 


S. Paulo: Epiphytica supra arboribus ad Rio Paraúpava (Boa 
Vista) Iguape, 30 m.s,m, — A. CO. BRADE, n.º 7789, flor. Dec. 1917. 
alo O je E 


Incontestâvelmente esta 
planta tem muita afinidade com 
a Pl. vitellina, PoRSCH. que 
tambêm é procedente de S. Pau- 
lo. Pouca probabilidade existe 
no entanto em ser idéntica 


Offenbar ist die Pflanze 
mit Pl. vitellina, PORSCH., wel- 
che ebenfalls aus São Paulo 
stammt, nahe verwandt. Sie 
kann aber wohl kaum mit ihr 
identisch sein, da bei ihr die 


com ela, pois as inflorescencias 
aqui são sempre multifloras, 
quando na Pl. vitellina, PORSCH. 
só tem de 4-6 flores segundo 
se afirma. Alêm disto, os pé- 
talos e o labelo desta es- 
pécie tem margens inteiras, 
quando em Pl. vitellina, PORSCH. 
devem ser tênuemente denticu- 
ladas. Infelizmente não possuo 
nenhum dado sôbre a côr das 
flôres, que em estado prensado 
sao alaranjado-claras no abun- 
dante e magnificamente bem 
preparado material recebido. 


Trauben meist vielblútig, bei 
Pl. vitellina, PoRsCH. dagegen 
4-6 blútig sein sollen. Ferner 
sind bei dieser Art die Pe- 
talen ganzrandig wie auch die 
Lippe, welche bei PI. vitellina, 
PorscH. am Rande fein gezâáh- 
nelt sein sollen. Leider fehlen 
bei meinen Exemplaren Anga- 
ben iúber die Bliútenfárbung; 
im gepressten Zustande sind an 
dem reichen, vorziúglich prápa- 
rierten Material alle Blúten 
hell-orangegelb. 


50 Contrib. ao Conhecim. das Orquidáceas do Brasil 


Octomeria, R. Br. 
Oct. similis, SCHLTR. nov. sp. 


Epiphytica, in genere satis valida, 22-30 cm. alta; rhizomate 
breviter repente, crasso, polyrhizo, ec. 5mm, diametro; caulibus 
erectis, 1,5-2 cm. inter se distantibus, rigidis, unifoliatis, vaginis 4-5 
arctissime amplectentibus, magna pro parte obtectis, teretibus, 
10-14 cem. longis, medio 3-3,5 mm. diametientibus; folio erecto, li- 
gulato, obtusiusculo, basin versus paululo angustato, carnoso-co- 
riaceo, 10-13,5 em. longo, medio fere 1-1,4cm. lato; inflorescentiis 
in apice caulis capituliformi-aggregatis, unifloris, quasi capitulum 
pluriflorum formantibus; pedunculis perbrevibus; bractea ovato- 
cucullata, obtusiuscula, ovario pedicellato breviore; flore im genere 
mediocri, glabro, pallidiflavo; sepalis oblongis, obtusiusculis, 3-ner- 
viis, 7 mm. longis, lateralibus obliquis; petalis sepalis persimilibus 
et subaequimagnis, 3-nerviis, paulo obliquis; labello e ungue brevi 
trilobo, 5mm. longo, infra medium carinis 2 e margine medium 
versus decurrentibus donato, lobis lateralibus erectis, rotundatis, 
oblique semioblongis, parvulis, intermedio amplo rhombeo-ovato, 
antice subaequaliter grosse et obtusiuscule 3-dentato, 3 mm. longo, 
2-3 mm. lato; columna curvata, satis gracili, semitereti, 4 mm. longa, 
pede brevi; ovario pedicellato, glabro, c. 5mm. longo. 


S. Paulo: Epiphytica in silva primaeva ad Morro das Pedras, 
Iguape. — A, C. BRADE, n.º 7631, flor. Mai. 1915. Tab. 10 fig. I. 


Melhor distribuida ficaria 
esta espécie ao lado da Oct. 
grandiflora, LpDL.; distingue-se 
desta pelo rizoma, embora 
curto, mais distintamente pro- 
longado, folhas um tanto mais 
estreitas e flôres um pouco me- 


Am besten diúrfte die Art 
neben Oct. grandiflora, LDL. 
untergebracht werden. Sie un- 
terscheidet sich von ihr durch 
das kurz aber deutlich verlân- 
gerte Rhizom, schmalere Blát- 
ter, etwas kleinere Blúten und 


nores e a forma do labelo. die Form des Labellums. 


Oct. iguapensis, SCHLTR. nov. sp. 


Epiphytica, erecta, 14-17 em. alta; rhizomate repente, brevi, po- 
lyrhizo, 2-3 mm. diametro; caulibus 5-8 mm. inter se distantibus, 
erectis, gracilibus, rigidulis, vaginis 4 arcte amplectentibus primum 
omnino obtectis, teretibus, ce. 1,5 mm. diametientibus, 7-11 em. longas; 
folio erecto anguste lanceolato-ligulato, subacuto, basi subpetiolato- 
cuneato, carnoso-coriaceo, 7-9cem. longo, infra medium 77-11 mm. 
lato; inflorescentiis in apice caulis capituliformi-ageregatis, unifloris, 
quasi capitulum-pluriflorum formantibus, pedunculis perbrevis; bra- 
ctea ovato-cucullata, subacuta, ovario pedicellato breviore; flore 
in genere vix mediocri, tenui, glabro, pallidiflavo; sepalis oblongo- 
lanceolatis, subacutis, trinerviis, 6 mm. longis, lateralibus obliquis; 
petalis oblique lanceolatis, subacutis, quam sepala paululo brevio- 
ribus et angustioribus; labello e basi subunguiculato-angustata brevi 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. IV 51 


trilobato, 4mm. longo, carinis 2 infra medium e margine medium 
versus decurrentibus, brevibus ornato, lobis lateralibus parvulis 
erectis semiovalibus, obtusis, intermedio oblongo, apice praemorso 
cum apiculo mediano, 2,75 mm. longo, 1,35 mm. lato; columna me- 
diocri, semitereti, labello subduplo. breviore, pede brevi; ovario 
pedicellato, glabro, c. 4mm, longo. 


S. Paulo: Epiphytica in silvis primaevis ad Morro das Pedras, 


Iguape. — A, C. BRADE, n.º 7630, flor. Oct. 1917. Tab. 11. 


Quanto à forma do labelo 
esta espécie recorda de Oct. 
oxychila, RDR., mas no. porte 
é bastante divergente. Já pelo 
facto de serem os fascículos 
de flôres tão floribundos ela é 
bem caracterizada, alêm disto, 
o labelo distingue-se tambêm 
pelo lobo mediano relativamen- 
te longo e estreito. 


Oct. diaphana, LDL. 


In der Form der Lippe 
erinnert die Art an Oct. oxy- 
chila, RDR., aber habituell ist 
sie doch recht verschieden. 
Schon dadurch, dass die Kópf- 
chen so vielbliútig sind, ist sie 
gut gekennzeichnet, ausserdem 
ist das Labellum dadurch cha- 
rakteristisch, dass der Mittel- 
lappen ziemlich lang und 
schmal ist. 


S. Paulo: Epiphytica in silvis primaevis ad Morro das Pedras, 
Iguape. — A, C. BrADE, n.º 6240, flor. Dec. 1912. 


Esta espécie é facilmente 
reconhecível pelas vaginas que 
frouxamente abraçam os caulí- 
culos, sendo um tanto compri- 
midas dos lados, e pelas flô- 
res alvas quási transparentes 
com mácula vermelha na base 
do labelo. Pela forma do labelo 
ela faz lembrar da Oct. albina, 
RDR., mas aqui o lobo mediano 
é apenas denticulado e não tão 
profundamente laciniado como 
naquela espécie. 


Oct. albina, RDR. 


Diese Art. ist | dueçh 
die verhiltnismássig locker 
das Stâmmchen umfassenden, 
seitlich | zusammengedrúckten 
Scheiden und mittelgrosse, fast 
weisse, durchsichtige Blúten mit 
am (Grunde purpurner Lippe, 
meist leicht zu erkennen. In der 
Form des Labellums erinnert 
sie an Oct. albina, RDR., doch 
ist der Vorderlappen hier nur 
gezâhnelt und nicht so tief zer- 
schlitzt wie bei dieser Art. 


S. Paulo: Campo Grande, prope Serra do Cubatão. — A, €. 
BRADE, n.º 7528, flor, 22 Aug. 1913. 


Tanto pelas folhas relativa- 
mente estreitas e atenuadas em 
um pecíolo na sua base, como 
pelas margens franjadas do lobo 
anterior do labelo, esta espécie 
se acha bem caracterizada. Ao 


Sowohl durch ihre schma- 
len am Grunde in einen Stiel 
verschmãlerten  Blátter, wie 
durch das am Rande des Vor- 
derlappens zerschlitzte Label- 
lum ist diese Spezies vorzig- 


52 Contrib. ao Conhecim 


que parece, é planta rara, que 
todavia já foi colhida, tambêm 
em S. Paulo, pelo Sr. GusT. 
EDwALL. Primeiramente foi 
descoberta por BARB. RODRI- 
GUES, na parte mais septentrio- 
nal da Serra do Mar, que fica 
no estado do Rio de Janeiro. 


. das Orquidáceas do Brasil 


lich gekennzeichnet. Sie ist, 
wie es scheint, eine seltene 
Pilanze, die allerdings auch 
schon von Herm G. EDwALL 
in São Paulo gesammelt wor- 
den ist. Ursprúnglich ist sie 
etwas weiter nórdlich m dem 
zum Staate Rio de Janeiro 


gehórenden Teile der Serra do 
Mar von BARB. RODRIGUES ent- 
deckt worden. 


Oct. Bradei, ScHLTR. nov. sp. 


Epiphytica, erecta, gracilis, 22-30cm. alta; rhizomate abbre- 
viato, polyrhizo, c. 2 mm. diametro; radicibus filiformibus, flexuosis, 
elabris; caulibus 2-7 mm. inter se distantibus, erectis, gracillimis, 
rigidulis, unifoliatis, vaginis 4-5 arctissime amplectentibus primum 
magna pro parte obtectis, 7-12 em. longis, c. 1 mm. diametientibus; 
folio erecto, angustissimo, lineari, acuto, basi leviter angustato, 
8-15 cm. longo, medio fere 2-3 mm. lato, coriaceo; inflorescentiis in 
apice caulis paucis, fasciculatis, unifloris, pedunculo abbreviato; 
bractea ovato-cucullata, subacuta, ovario pedicellato breviore; flore 
in genere vix inter mediocres, tenui, diaphano, glabro, flavescenti- 
albido; sepalis lanceolato-oblongis, subacutis, 3-nerviis, 6 mm. longis, 
lateralibus obliquis; petalis oblique lanceolatis, subacutis, 3-ner- 
vils, quam sepala subaequimagnis et vix angustioribus; labello vix 
unguiculato, subsessili, supra basin 3-Jobo, ec. 3mm. longo, carimis 
2 e basi lateralium usque supra medium decurrentibus ornato, lobis 
lateralibus erectis, parvulis, quadrato-rotundatis, intermedio ovali 
vel semioblongo, apicem versus margine subcrenulato, apice ipso 
bidentato, 2 mm. longo, basi et medio 1 mm. lato; columna mediocri, 
semitereti, quam labellum paulo breviore, pede brevi, incurvulo ; 
ovario pedicellato, glabro, c. 4mm. longo, 


S. Paulo: Epiphytica im silvis primaevis, Morro das Pedras, 
Iguape. — A. C. BRADE, n.º 7753, flor. Nov. 1918. Tab. 12 fig. 1. 


Graças às folhas relativa- 
mente estreitas, porêm planas, 
esta espécie faz lembrar da 
Oct. albina, RDR.; as suas flôres 
sao porêm bem diferentes e 
caracterizadas pela forma pe- 
culiar do labelo. Provavelmente 
esta planta forma sôbre as ár- 
vores grandes céspedes, 


Oct. gracilis, LoDD. 


Infolge ihrer schmalen aber 
flachen Blátter erinnert die Art 
an Oct. albina, RDR., ihre Bliú- 
ten sind aber recht verschieden 
und durch eine recht charakte- 
ristische Lippenform ausge- 
zeichnet. Offenbar bildet die Art 
auf den Báumen ziemlich gros- 
se, dichte Bischel. 


S. Paulo: Epiphytica in silva primaeva paludosa, Rio Grande, 
prope Serra do Cubatão, inter urbem S. Paulo et Santos. — À. €. 


BRADE, n.º 7526, flor. Mart. 1913. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. IV 53 


A presente planta concorda Die vorliegende Pflanze 
perfeitamente com os exempla- stimmt genau mit den von 
res recolhidos por SCHENK, em SCHENK bei Theresopolis ge- 
Teresópolis, e que foram, por sammelten Exemplaren úber- 
CocnNIAUX, determinados como ein, welche CocnIAUX als Oct. 
sendo de Oct. gracilis, LODD. gracilis, LODD. bestimmt hat. 
Conheço porêm (em cultura na Ich kenne aber noch eine an- 
Europa) outra planta diferente dere Pflanze (in Kultur in Eu- 
desta, que tambêm concorda ropa), welche von dieser ver- 
com a descrição original de schieden ist und mit der Ori- 
Oct. gracilis, LODD. tanto quan- ginal-Beschreibung von Oct. 
to ela adianta. Somente por gracilis, LODD., soweit diese 
meio da comparação com o tipo geht, auch úbereinstimmt. Es 
será possivel averiguarmos qual wird also erst durch einen 


das duas espécies é a verda- 


Vergleich mit dem Original 
deira Oct. gracilis, LODD. 


festzustellen sein, welche von 
beiden Arten die echte Oct. 
gracilis, LODD. ist. 


Var. paulensis, SCHLTR. var. nov. 


Differt a forma typica caulibus foliisque longioribus, floribus 
paulo majoribus, sepalis petalisque angustioribus et acutioribus. 


S: Paulo: Morro Jaraguá cirea urbem S. Paulo — AH 
En meios, flor Ang: 1913. Tab. 12 fig. TI. 

Dei esta planta aqui como Ich habe die Pflanze hier 
variedade. (Comparações com als Varietãt angegeben. Ver- 
material, se possível, abundante eleiche an weiterem, móglichst 
decidirão se será melhor con- reichem Material mússen ent- 
siderá-la uma espécie isolada. scheiden, ob sie nicht besser 

als eigene Art zu fiúhren ist. 


Oct. Alexandri, ScHLTR. nov. sp. 


Epiphytica, erecta, gracilis, c. 13-18 cm. alta; rhizomate valde 
abbreviato; radicibus filiformibus, flexuosis, glabris; caulibus ere- 
ctis, pergracilibus, rigidulis, unifoliatis, vaginis 3 artissime ample- 
ctentibus, minutissime nigro-punctatis, primum omnino obtectis, 
4-8 em. longis, 1,25 mm. diametientibus; folio erecto vel sub-erecto, 
subulato, acuto, gracili, 7-11 cm. longo, sicco c. 2 mm. diametiente; 
inflorescentiis in apice caulis, fasciculatis, unifloris, pedunculo ab- 
breviato; bractea ovato-cucullata, subacuta, ovario breviore; flore 
in genere mediocri, glabro, diaphano, flavido, petalis apice et la- 
bello lateribus purpureo-marginato, carinisque purpureis; sepalis 
oblongis, subacutis, 3-nerviis, 8 mm. longis, lateralibus obliquis; pe- 
talis anguste rhombeo-obovatis, obtusiuscule et breviter acuminatis, 
3-nerviis, quam sepala paulo brevioribus; labello e basi semiob- 
longo-unguiculata medio quadrato-cilatata (1. e. in lobos laterales 
semiquadratos dilatato), antice in lobum intermedium, anticum, se- 
mioblongum, parvulum breviter excisum producto, carinis 2 subpa- 


54 Contrib. ao Conhecim. das Orquidáceas.do Brasil 


rallelis medio ornato, toto 5 mm. longo, 3,5 mm, lato; columna gracih, 
semitereti, labello paulo breviore, pede satis gracili, incurvulo; ovario 
pedicellato glabro, ec. 4mm. longo. 


8. Paulo: Epiphytica in silvis paludosis, Rio Grande, prope 
urbem S. Paulo, 800 m.s.m. — A. C. BRADE, n.º 41527, flor. 17 


Aug. 1913, Mapa era 


Tanto pela forma do labelo 
como pela coloração das Ílôres, 
isto é, pelas margens purpúreas 
do ápice dos pétalos e dos lobos 
laterais do labelo, fica bastante 
isolada no grupo. Quanto ao 
porte faz lembrar de formas 
bastante delgadas de Oct. gra- 
cilis, LODD. ou de Oct. decum- 
bens, CGN. 

' Provavelmente esta espé- 
cie é bastante rara, pois o Sr. 
BRADE conseguiu recolher pou- 
co material dela. 


Oct. juncifolia, RDR. 


Sowohl in der Form der 
Lippe als auch im der Fárbung 
der Blúten, d.h. durch die nach 
der Spitze breit purpurn-be- 
randeten Petalen und die pur- 
purn-berandeten Seitenlappen 
des Labellums steht die Art 
ziemlich isoliert. Habituell erin- 
nert sie an sehr schlanke For- 
men der Oct. gracilis, LODD. 
oder der Oct. decumbens, CN. 

Offenbar ist die Art ziem- 
lich selten, denn Herr BRADE 
konnte nur wenig Material sam- 
meln. 


S. Paulo: Epiphytica in silvis montanis, Rio Paraúpava, Bôa 
Vista, 80 m.s.m, — A. C. BRADE, n.º 7754, flor. 2 Sept, 1919. 


A minha primeira relação 
com esta espécie fiz ha mais ou 
menos 15 anos, quando floriram 
no Jardim Botânico de Berlin 
alguns espécimes, que foram 
trazidos do sul do Brasil pelo 
afamado coletor de plantas, o 
Sr. GROSSMANN. Desde aquela 
época, os referidos exemplares 
teem florido quási anualmente 
no citado Jardim, onde se jun- 
taram outros ainda, recebidos 
do Paraná, oferecidos pelo Dr. 
DUSEN. 

Provavelmente esta espé- 
cie tem uma grande dispersão 
no Brasil meridional. Por suas 
folhas longas e flageéliformes 
distingue-se de entre tôdas as 
demais espécies conhecidas até 
ao presente. 


Meine erste Bekanntschaft 
mit der Art machte ich vor 
etwa 15 Jahren, als Exemplare 
von ihr, welche der bekannte 
Pflanzensammler, Herr GROss- 
MANN aus Siúdbrasilien gebracht 
hatte. im Berliner  Botani- 
schen Garten zur Bliúte ge- 
langtemn. Seit dieser Zeit hat 
die Art wohl alljáhrlich bei 
uns geblúht und neuerdings er- 
hielt der Garten noch einige 
Exemplare von Hermn Dr. DU- 
SEN aus Paraná. 

Offenbar hat die Art in 
Sudbrasilien eine ziemlich weite 
Verbreitung. Durch ihre lan- 
gen peitschenfôrmigen Blátter 
zeichnet sie sich vor allen an- 
deren bisher bekannten aus. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. IV 55 


Fractiunguis, ScHLTR. nov. gen 


Para grande alegria minha, Zu meiner grossen Freude 


| 
recebi do Sr. BRADE, material | erhielt ich durch Herrn BRADE 
de uma planta, que ha muito | Material einer Pflanze, welche 
tempo desejava estudar e exa- | ich schon seit langem genauer 
minar mais cuidadosamente, | untersuchen wollte, da mir ihre 
pois a sua subordinação ao gé- | Zugehórigkeit zur Gattung He- 
nero FHexisea parecia-me sem- | xisea, in die sie verwiesen 
pre mal feita e duvidosa, é o | worden war, als recht unwahr- 
da espécie que CoGNIAUX, na | scheinlich erschien, nâmlich der 
«Flora Brasiliensis» tratou co- | Art, welche CogNIAUX in der 
mo idéntica com a Hexisea re- « Flora Brasiliensis » als Hexisea 
flexa, REICHB.F. O exame do reflexa, REICHB.F. behandelt 
material bastante abundante e | hat. Die Untersuchung des rei- 
magnificamente preparado, de- | chen und vorziúglich prãparier- 
monstrou-me não só que esta ten Materials zeigte nicht nur, 
espécie é diversa da Hexisea | dass die Spezies von der 
reflexa, REICHB.F., das Índias | westindischen Hexisea reflexa, 
occidentais, mas ainda que am- | REICHB.F. zu trennen ist, son- 
bas devem ser consideradas co- dern auch, dass beide als Ver- 
mo pertencentes a um género treter einer Gattung anzusehen 
à-parte, separado de Hexisea, | sind, die von Hexisea getrennt 
dando o que ora faço a seguir werden muss. Ich lasse deshalb 
a diagnose do novo género. | hier die Diagnose des neuen 
Genus folgen. 


Fractiunguis, SCHLTR. 


Flores monclini. Sepala similia, oblonga, acuminata, lateralia 
similia, apicibus patenti-recurvata, lateralia obliqua. Petala oblique 
ligulata, apicem versus recurvula, sepalis fere aequilonga. Labellum 
longius unguiculatum, usque dimidio inferiore columnae marginibus 
adnatum, medio fractiflexum et saccum parvulum formante, la- 
mina cuneato-flabellata vel late pandurata, antice excisa vel biloba, 
basi tricallosa vel subnuda, sepala et petala superante. Columna, 
gracilis, semiteres, clinandrio excavato, dorso leviter adscendente. 
Anthera cucullata, brevis. Pollinia 4, lateraliter leviter compressa, 
obovoidea. Ovarium leviter pedicellatum, cylindraceum, glabrum, 

Plantae epiphyticae pendulae, pluricaules; caulibus ramisque 
ramosis, i.e, pseudobulbis, vaginis persistentibus omnino obtectis, 
unifoliatis; foliis anguste linearibus, tenuiter coriaceis; inflorescen- 
tiis ad apices pseudobulborum, 1-3-nis, abbreviatis, unifloris, ses- 
silibus; floribus parvulis, diaphaneis, glabris. 

Species 2 adhuc notae, altera in India occidentali et Guiana 
indigena, altera in Brasilia meridionali. 


Este género possui de facto Die Gattung ist mit Hexisea 
alguma relação com Hexisea, zwar verwandt, unterscheidet 
dêle porêm se distingue não | sich aber sowohl durch den 


56 Contrib. ao Conhecim. das Orquidáceas do Brasil 


somente pelo porte todo, como 
ainda pela estrutura particular 
do labelo e seu concrescimento 
com a coluna. Ambos êstes gé- 
neros não pertencem entretanto 
à secção das Ponereae, como 
até aqui sempre se supôs, mas 
sim à das Laelieae, onde serão 
subordinados nas imediações do 
género Epidendrum. 

Além da espécie descrita 
mais em baixo, faz parte deste 
género e deve ser subordinado 
à êle a seguinte: 


ganzen vegetativen Auíbau, als 
auch durch die sehr eigenartige 
Struktur des Labellums und 
seiner Verwachsung mit der 
Sáule. Beide Gattungen geho- 
ren aber nicht, wie bisher im- 
mer angenommen wurde zu den 
Ponereae, sondern mússen bei 
den Laelicae in der Nâáhe von 
Epidendrum untergebracht 
werden. 

Ausser der unten beschrie- 
benen Art ist zu der neuen Gat- 
tung noch zu stellen: 


Fractiunguis reflexa, (REICHB.F.) SCHLTR nom. camb. 


Hexisea reflexa, REICHB.F in Linnaea XLI, (1877) pag. 131. 


Fract. brasiliensis, SCHLTR. nov. sp. 


Epiphytica, pensilis, usque ad 1 m. longa, estipite (1. e. rhizomate 
vel caule primario) cauliformi, ramosa; pseudobulbis, si licet ap- 
pellare, superpositis, cylindraceis, vaginis arcte amplectentibus om- 
nimo obtectis, unifoliatis, 6-10 em. longis, 2-2,5 em. diametientibus; 
folis anguste linearibus, carnosis vel subulatis, acutis, usque ad 
1,5 mm. crassis; inflorescentiis ad apices pseudobulborum 1-3-nis, 
sessilibus unifloris, vaginis c. 3-4 imbricatibus basi obtectis; bra- 
ctea parvula, ovata; flore tenui, glabro, ut videtur albido; sepalis 
oblongis, acuminatis, c. 7mm. longis, lateralibus obliquis; petalis 
oblique ligulatis, medio paululo dilatatis, quam sepala subaequi- 
longis; labelli ungue lineari, 45 mm. longo, usque infra medium 
marginibus columnae adnato, medio infracto, sacciformi-excavato, 
lamina late pandurata, antice obtuse bilobulato-excisa, 4mm. longa, 
infra medium 3mm. infra apicem 2,25 mm. lata, nervis medianis 
basi incrassatis, caeterum nuda; columna semitereti generis, 5,5 mm. 
longa; ovario pedicellato glabro, ec. 6mm. longo. 


S. Paulo: Epiphytica im arboribus, Morro das Pedras prope 
Iguape. — A, C. BeRADE, mei 7792 s-d. Tab: dO fig. TE 


Sem dúvida nenhuma tra- 
ta-se aqui da mesma planta que 
na «Flora Brasiliensis», por 
CoGNIAUX, foi citada como sen- 
do Hexisea reflexa, REICHB. F. 
Pela forma do labelo porêm, 
ella, se distingue muito bem 
de Fract. reflexa, (REICHB.F.) 
SCHLTR. 


Wir haben hier ohne Zwei- 
fel die Pflanze vor uns, welche 
CocnNIAaUX in der «Flora Bra- 
siliensis» aus Siúdbrasilien als 
Hexisea reflexa, REICHB.F. be- 
sprochen hat.. Durch die Form 
der Lippenplatte ist sie aber 
von Fract. reflexa, (REICHB.F.) 
SCHLTR. artlich vollkommen 
getrennt. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. IV 57 


Tetragamestus, Rercmp. r. 


Tetrag. modestus, REICHB. F, 


S. Paulo: Epiphytica 


Iguape. — A. C. BRADE, n.º 7804. 


Desde muito tempo notara 
que dos exemplares procedentes 
das Indias Ocidentais, também 
tidos sempre como pertencentes 
à Tetrag. modestus, REICHB. F., 
divergiam os brasileiros pelas 
folhas mais estreitas e botões 
florais mais agudos. Aprovei- 
tei agora a ocasião para estudar 
os dois tipos comparativamente, 
e, com isto verifiquei que a 
planta das Índias Ocidentais 
(Tetrag. modestus, CGN. im 
Syigb. Antill. VI, p. 214 non 
REICHB.F.) é uma espécie 
à-parte que aqui denominarei: 
Tetrag. antillanus, SCHLTR. Esta 
espécie das Índias Ocidentais 
distingue-se de Tetrag. modestus, 
ReicHB.F. pelos pseudobulbos 
ou articulações laterais do cau- 
le, em geral, mais espessos, fo- 
lhas mais largas e mais obtu- 
sas, botões florais mais obtusos, 
pétalos mais largos e 5-nerva- 
dos, pétalos tambêm mais lar- 
gos e 3-nervados, o espessa- 
mento triangular do centro do 
labelo não tão saliente e co- 
luna mais curta. 


arboribus, 


Morro das Pedras, 


Schon seit langem ist mir 
aufgefallen, dass die brasilia- 
nischen Exemplare der Spezies 
von den westindischen, die man 
auch immer als Tetr. modestus. 
REICHB. F. bezeichnet hat, durch 
die schmãleren Blãtter und 
spitzeren Blútenknospen unter- 
schieden sind. Ich habe nun 
die Gelegenheit benutet, beide 
Typen neben einander zu unter- 
suchen, und stellte dabei fest, 
dass die westindische Pflanze 
(Tetr. modestus, CGN in Urb. 
Symb. Antill, VI, p. 214 non 
REICHB. F.) eine eigene Art ist, 
die ich hiermit Tetrag. antilla- 
nus, SCHLTR. benenne. Diese 
westindische Spezies unterschei- 
det sich von Tetrag. modestus, 
ReIcHB.F. durch die durch- 
schnittlich dickeren Pseudobul- 
ben oder Stammstiúcke, breitere 
und stumpfere Blátter, stum- 
pfere Blitenknospen, breitere 
nur 5-nervige Sepalen, breitere 
nur dreinervige Petalen, nicht 
so deutlich hervortretende drei- 
eckige Verdickungen auí der 
Mitte der Lippe und die kúrzere 
und dickere Sáule. 


Lanium, Lpz. 


Lan. avicola, LpL. 


S. Paulo: Epiphytica in arboribus, Morro das Pedras, Iguape, 


20 msm, — A; €. 


Exemplares bem robustos 
são êstes que aqui examinei, 
em alguns dêles os pseudobul- 


BRADE, n.º 7794, flor. Dec. 1918. 


Es liegen recht iúppige 
Exemplare der Art hier vor, 
bei denen die Pseudobulben 


58 Contrib. ao Conhecim. das Orquidáceas do Brasil 


bos ostentam até tres folhas e 
as inflorescências são bem ra- 
mificadas. Uma inflorescência 
tem 15cm. de altura. Indivi- 
duos desta espécie que foram 
introduzidos no Jardim Botá- 
nico de Dahlem, pelo Sr. Dr. 
Dustn, florescem ali todos os 
anos. 


nicht selten dreibláttrig und die 
Inflorescenzen ziemlich reich 


- verzweigt sind. Ein Blúten- 


stand hat eine Hôhe von 15 em. 
Piflanzen dieser Spezies, wel- 
che Dr. DusEN aus Paraná 
einfúhrte, blihen alljáhrkich im 
Botanischen Garten in Dahlem. 


Epidendrum, Linn. 


Epid. variegatum, Hook. 


S. Paulo: Epiphyticum in arboribus, Morro das Pedras, Igua- 
pe, 20 m.s.m. — A. C. BRADE, n.º 7798, flor. Nov. 1918. 


Tornar-se-ha oportunamente 
necessário reunir, de tôdas as 
procedências, as várias formas 
que até aqui se subordinaram a 
esta espécie para compará-las. 
Tenho a convicção de se tratar 
aqui de varias espécies diferen- 
tes, e daquele modo se veri- 
ficaria tambêm o facto de não 
ser a espécie tão dispersada 
como se crê actualmente. No 
Hervário em Berlin encontra- 
mos, por exemplo, alguns exem- 
plares do Estado de Minas-Ge- 
raes que foram, por COGNIAUX, 
determinados como de Ep. va- 
riegatum, Hook. e que com cer- 
teza não cabem aqui. 


Epid. fragrans, Sw. 


Es wird nôtig sein, die 
Pflanze aus den verschiedenen 
Florengebieten, welche alle un- 
ter diesem Namen gefiúhrt Wwer- 
den, einmal nãher zu verglei- 


chen. Ich habe die Uber- 
zeugung, dass es sich hierbei um 
verschiedene  Arten handelt. 
Vielleicht wird sich dann auch 
herausstelen, dass die Art doch 
nicht so weit verbreitet ist, wie 
allgemein angenommen wird. 
Im Berliner Herbar finden sich 
z. B. einige Exemplare aus 
Minas-Geraes, welche von Co- 
GNIAUX als Ep. variegatum, 
Hoox. bezeichnet worden sind, 
die aber sicher nicht hierher 
gehóren. 


S. Paulo: Morro das Pedras, Iguape. — A C. BRADE, n.º 4797. 


Provavelmente uma espé- 
cie bastante dispersada e, ao 
que parece, pouco inclinada 
para a variação. Infelizmente 
o material em mão não se acha 
em bom estado de conservação, 
mas penso não errar em dis- 
tribuí-lo para esta espécie. 


Offenbar eine sehr welt 
verbreitete und, wie es scheint, 
nicht sehr zur Variation nei- 
gende Art. Leider ist das. vor- 
liegende Material nicht sehr 
gut erhalten, doch glaube ich 
nicht zu irren, wenn ich es 
hierher verweise. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fase. IV 59 


Epid. ramosum, JACQ. 


S. Paulo: Epiphyticum in arboribus, Morro das Pedras, Igua- 
peso mesma AS O BRADE, n.º,:7641, flor; Sept 19L7: 


A espécie se encontra 
dispersada desde as Índias Oci- 
dentais, por toda a América 
tropical oriental até ao sul do 
Brasil, parece entretanto con- 
servar-se sempre mais próxima 
do litoral. Quanto ao porte os 
exemplares presentes concor- 
dam bem com aqueles das Ín- 
dias Ocidentais; na estrutura do 
labelo encontram-se, porêm, al- 
gumas discrepâncias, cujo valor 
e constância deverão ainda ser 
objecto de futuras observações 
e estudos. 


Epid. strobiliferum, REICHB. F. 


S. Paulo: Epiphyticum in 


Die Spezies ist von West- 
Indien úber das ganze óstliche 
tropische Amerika bis nach 
Súdbrasilien verbreitet, scheint 
sich aber nie sehr weit von 
der Kiúste zu entfernen. Ha- 
bituell stimmen die vorliegen- 
den Exemplare mit solchen 
aus Wesi-Indien gut úberein, 
mm der Struktur der Lippe fin- 
den sich aber einige Abwei- 
chungen uúubér deren. Wert und 
Bestândigkeit noch weitere 
Beobachtungen zu machen sein 
werden. 


arboribus, Morro das Pedras, Igua- 


pe; 20 m.s.m., — A, C. BrADE, n.º 7800, leg. anno 1918, 


Não ha muito tempo tive 
ensejo de examinar Ep. stro- 
biliferum, REICHB.F., €, OS re- 
sultados das análises não foram 
pouco diferentes daqueles dos 
exemplares presentes, de for- 
ma que tenho minhas dúvidas, 
sôbre serem ambos pertencen- 
tes à espécie. Necessário se- 
rá fazer-se futuramente compa- 
rações e estudos de material 
mais abundante do que êste de 
que agora disponho, para apu- 
rar se se trata de uma espé- 
cie muito dispersada ou de vá- 
rias espécies muito afins en- 
tre si. 

Ro coni das iórest o sr 
BRrADE dá como sendo «alva ». 


Epid. rigidum, Jaco. 


Ich hatte vor kurzem Ver- 
anlassung E. strobiliferum, 
REICHB.F. zu untersuchen. Die 
Befunde der Analysen wichen 
nicht unerheblich von denen 
der vorliegenden Exemplare 
ab, so dass ich meine Zweifel 
habe, ob beide eimer einzigen 
Art angehóren. Es wird wel- 
terer,  ausfúhrlicher | Unter- 
suchungen an reicherem Ma- 
terial, als es mir zur Zeit zur 
Verfigung steht, bedúrfen, um 
festzustellen, ob wir hier eine 
weitverbreitete Art oder ver- 
schiedene mit einander nahe 
verwandte vor uns haben. 

Herr BRADE gibt die Blú- 
tenfárbung «weiss» an. 


S. Paulo: Epiphyticum in arboribus, Morro das Pedras, Igua- 
pe; 20 m.s.m. — A. €. BRADE, n.º 7642, flor. Aug. 1917. 


A respeito desta espécie 
poderia dizer a mesma cousa 


Ueber diese Art kônnte ich 
fast das gleiche sagen, wie úber 


60 Contrib. ao Conhecim. das Orquidáceas do Brasi] 


que disse com referência ao 
Ep. strobiliferum, REICHB. F. 
As análises dos exemplares em 
mão divergem, especialmente 
na conformação do labelo, tan- 
to daqueles das Índias Ociden- 
tais, que me fazem presumir 
tambêm aqui duas espécies. Es- 
tas questões serao porêm re- 
solvidas melhor em trabalhos 
especiais ou por um futuro mo- 


Ep. strobiliferum,  REICHB. FF. 
Die Analysen der vorliegenden 
Exemplare weichen besonders 
im Bau der Lippe von denen 
des westindischen Ep. rigidum, 
JACQ. so sehr ab, dass ich auch 
hier zwei verschiedene Arten 
vermute. Diese Fragen werden 
aber besser durch Spezialstu- 
dien oder durch einen zukiúnf- 
tigen Monographen der gros- 


nógrafo que se occupar com o sen Gattung Epidendrum ge- 
grande género Epidendrum. klárt. 


Epid. Alexandri, SCHLTR. nov. sp. 


Epiphyticum, erectum, certe usque ultra 90 cm. altum; rhizo- 
mate valde abbreviato; caulibus simplicibus, teretibus, basi va- 
ginata excepta multifoliatis, vaginis foliorum arcte amplectentibus, 
striatis, persistentibus omnino obtectis, supra basin 6-7 mm. dia- 
metientibus; foliis erecto-patentibus, ligulatis vel lanceo-ligulatatis, 
acutis, coriaceis, 12-20 em. longis, medio vel infra medium, 1,2-2 em. 
latis; inflorescentiis apicalibus, nutantibus, pedunculo brevi, usque 
ad 3cem. longo, vaginis compressis, imbricantibus, apicibus tantum 
liberis omnino obtecto, racemo dense multifloro, usque ad 18cm. 
longo, 8cm. diametiente; bracteis patentibus oblongis vel lanceo- 
latis, acutis, ovario pedicellato 3-4-plo brevioribus; floribus pa- 
tentibus, illis Ep. ramiferi, LDL. similibus et fere aequimagnis, gla- 
bris; sepalis patentibus, oblongo-ligulatis, obtusiusculis, 1,7 em. lon- 
eis, lateralibus paulo obilquis; petalis erecto-patentibus, anguste 
et oblique linearibus, supra medium paululo dilatatis, quam sepala 
fere aequilongis sed multo angustioribus; labelli ungue anguste li- 
neari, columnae marginibus omnino adnato, 1 em. longo, lamina 
alte triloba, 1 em. longa, inter apices loborum lateralium 1,2cem, 
lata, basi subcordato-latirotundata, lobis lateralibus divergentibus, 
inaequaliter et obtuse paucidentatis, antice in lobulum leviter di- 
vergentem anguste linearem c. 6mm. longum abrupte producto, 
lobo intermedio antico e ithmo lineari 45mm. longo, valde di- 
latato, bilobulato, lobulis divergentibus, oblique quadrato-oblongis, 
antice truncatis, subcrenulatis, apice 7mm. lato, callis 2 brevibus 
subconfluentibus clavatis in basi laminae, linea mediana e basi 
usque in apicem laminae carinato-incrasata; columna gracilh, le- 
viter curvata, apicem versus dilatata, 1 cm. longa, auriculis obtuse 
triangulis; ovario pedicellato, gracil, glabro, c. 3,3-4em. longo. 


S. Paulo: Epiphyticum im arboribus, Morro das Pedras, Igua- 
pe, 20 m.s.m, ——- A, CG, BrADE, nº 7801, flor. Dec, 1918: Tablails 
ue: 


Não ha dúvida nenhuma de 
que temos aqui a planta que 
CocNIAUX, na « Flora Brasilien- 


Wir haben hier ohne Zwei- 
fel die Pflanze vor uns, welche 
CocnIaAuXx in der «Flora Bra- 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. IV 61 


sis» determinou como Epid. | siliensis» als Epid. raniferum, 
raniferum, CGN. var. Loefgreni, Can. var Loefgreni, Can. be- 
Cen. Esta planta diverge, po- zeichnet hat. Von dem central- 
rêm, do Epid. raniferum, LDL. amerikanischen Ep. raniferum, 
da América Central, pelo porte, LDL. ist die Pflanze aber durch 
inflorescências mais delgadas | den Wuchs, die sehlankeren 
e labelo. Como já existe um Inflorescenzen und das Label- 
Epid. Loefgreni, CGN. aprovei- lum spezifisch durchaus ver- 
to-me da oportunidade para de- schieden. Da bereits ein Ep. 
dicar a espécie ao Sr. ALEXAN- Loefgreni, CN. vorhanden ist, 
DRE CURT BRADE. nehme ich die Gelegenheit 


Wwahr, die Spezies Herrn ALE- 
XANDER CURT BRADE Zu wid- 
men, 


Epid. iguapensis, SCcHLTR. nov. sp. 


Epiphyticum, c. im. longum; rhizomate valde abbreviato; ra- 
dicibus filiformibus, flexuosis, glabris; caulibus simplicibus, leviter 
curvatis, carnosulis, teretibus, basi vaginata excepta bene foliatis, 
vaginis foliorum arcte amplectentibus, persistentibus omnino stria- 
tis, mox striato-sulcatis, supra basin ec. 6mm. diametientibus, api- 
cem versus attenuatis, foliis erecto-patentibus, anguste ligulâto- 
lanceolatis, acutis, usque ad 11 em. longis, infra medium ad 9mm, 
latis, coriaceis, glabris; racemis lateralibus abbreviatis, c. 8-floris, 
subsessilibus; bracteis angustis, acutis, ovario pedicellato brevio- 
ribus; floribus im sectione inter minores, glabris, patentibus; se- 
palis patentibus, unguste oblongis, obtusiusculis, 9 mm. longis, la- 
teralibus paulo obliquis; petalis erecto-patentibus, anguste linea- 
ribus, obtusiusculis, supra medium paulo dilatatis, uninerviis, quam 
sepala subaequilongis; labelli ungue anguste lineari, marginibus 
columnae omnino adnato, 5 mm. longo, lamina circuitu late rhombeo- 
rotundatum, basi cordata, demidio anteriore manifeste triloba, ca- 
rinis 2 parallelis semilanceolatis e basi ungue supra medium de- 
currentibus ornata, carina tenuiore intermedia usque infra apicem 
decurrente interjecta, lamina tota c. 4mm. longa, medio fere 5,5 mm. 
lata, lobis lateralibus oblique semirhombeis obtusis, intermedio fere, 
duplo longiore oblongo, obtuso; columna curvata, apicem versus 
paulo incrassata, auriculis semiquadratis; ovario pedicellato, gla- 
bros tem! longo: 


8. Paulo: Epiphyticum in arboribus, Morro das Pedras, Igua- 
pe, c. 10 m.s.m, — A €, BRADE, n.º 7796, flor. Majo 1913. Tab. 13 
Ee INTE 


Sempre é acontecimento Es ist immer ein interes- 
interessante quando surge uma santes Ereignis, wenn einmal 
nova espécie de Epidendrum da ein neues Epidendrum aus der 
secção Pleuranthium. Esta no- Gruppe Plewranthiwum auftaucht. 
va espécie tem alguma relação Die vorliegende neue Art 


com o Epid. cauliflorum, LDL. ist mit Epid. cauliflorum, LDL. 


62 Contrib. ao Conhecim. das Orquidáceas do Brasil 


possui porêm flôres menores e 
distingue-se muito bem dêle 
pela forma do labelo. 


verwandt, hat aber kleinere 
Blúten und ist durch die Lippen- 
form recht gut von diesem ver- 
schieden. 


Cattleya, Lpr. 


Catt. Forbesii, LDL. 


S. Paulo: Epiphytica in arboribus, Morro das Pedras, Iguape, 
20:m,s.m, = A, CIBRADE, nº 7635, flor; Febro MOIS: 


Das espécies afins esta 
distingue-se especialmente pe- 
los sépalos e pétalos castanho- 
esverdeados ou mais geralmen- 
te verde-amarelados, a menor 
largura dos ultimos, labelo al- 
vo, por dentro amarelo e es- 
triado de vermelho sôbre o 
disco. Pelo que parece esta es- 
pécie acha-se bastante disper- 
sada nas regiões litorâneas do 
sul do Brasil. 


Catt. guttata, LDL. var.? 


Von den anderen Arten 
dieser Verwandtschaft ist die 
vorliegende durch die grúnlich- 
braunen oder ófters grúnlich- 
gelben Sepalen und Petalen, 
die geringe Breite der letzte- 
ren und die weisse, innen gelbe 
und rot geaderte Lippe kennt- 
lich. Die Spezies ist, wie es 
scheint, in Suúdbrasilien beson- 
ders in den Kistengebieten 
verbreitet. 


S. Paulo: Epiphytica in arboribus, Rio Paraúpava, Iguape. — 
A O MBeADE; m 9 7795, or: Dec 1918. 


Só examinei uma inflores- 
cência com Íflôres relativamente 
abundantes e pequenas. Não de- 
sejaria externar a minha opi- 
niao com respeito à colocação 
exacta desta planta sem ter 
primeiro visto os pseudo-bulbos 
e as folhas. 

Os sépalos e pétalos são 
descritos como esverdeados 
com manchas e pontos purpu- 
reos e 0 labelo como alvo por 
fora e internamente violeta. 


Eulophia, 


Es liegt nur eine auffal- 
lend vielblútige Infloreszens 
vor mit auffallend kleinen Blú- 
ten. Ich móchte mich, ohne 
Pseudobulben und Blátter ge- 
sehen zu haben, nicht úber die 
genaue Stellung des Exempla- 
res áussern. 

Die Sepalen und Petalen 
werden als grúnlich mit pur- 


' purnen Flecken und Punkten 


beschrieben, die Lippe als aus- 
sen weisslich, innen violett. 


R. Br. 


Eulophia longifolia, (H. B. K.) ScHLTR. var. flavescens, n. v. (*). 
Differt a forma typica floribus paulo minoribus ceraceo-fla- 


vidis. unicoloribus, 


(& Na parte IX da Botânica da Comissão de Linhas Telegráficas e Estratégicas de Mato-Grosso 
ao Amazonas, pag. 34, já fizemos uma nota sôbre a distribuição sistemática desta espécie. — HoEHNE. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol, I-fasc. IV 63 


S. Paulo: Terrestris, Morro das Pedras, Iguape, 50 m.s.m. — 
AO BRADE; no 4802) for. Dec. 1918. 


Segundo a nota do Sr. | Nach Herm BraDES Be- 
BraDE, esta variedade aparece merkungen zu dem Exemplar 
juntamente com o tipo da es- tritt die Varietãt zusammen 
pécie, que, nas imediações de mit den Typus der Art auí, 
Morro das Pedras, é porêm der aber in der Umgebung von 
raro. Morro das Pedras selten ist. 

A nomenclatura da espécie Die Nomenklatur der Art 
ainda não está bastante escla- ist noch nicht ganz geklárt. 
recida. FawcEIT &  RENDLE FawcEeTT und RENDLE glauben 
pensam que a estampa A 189 die Abbildung A 189 in Plu- 
na obra de PLUMIER, que re- miers WERK, Welcnhe das Ori- 
presenta o original de Limo- ginal zu Limodorum obtusum, L. 
dorum obtusum, L. e é, pelo ist und von HiITCHCOCK als zu 
Sr. HiITcHCOCK, considerada Bletia purpurea, D. C. (BL. ve- 
como pertencente a Bletia pur- recunda, R. BR.) gehórig an- 
purea, D. C. (Bl. verecunda, gesehen wird, als diese Pflanze 
R. Br.) deve ser tomada como darstellend deuten zu mússen, 
representando esta planta, e und haben sie deshalb Eulophia 
denominaram-na por isto Eulo- alta, (L.) Fawc. et REND. ge- 
phia alta, (L.) Fawc. & REND. nannt. Meiner Ansicht nach 
Na minha opinião aquela tá- gehórt die betreffende Tafel 
bula pertence talvez à Ghies- aber vielleicht zu Ghiesbreghtia 
breghtia (Calanthe mexicana, (Calanthe mexicana, REICHB. F,). 
REICHB, F.). Da unsere Pflanze unzwei- 

Como a nossa planta, sem | felhaft das Dendrobium longifo- 


dúvida alguma, é a descrita lium, H. B. & UTH. ist, dúríte 
como Dendrobium longifolium, es sich wohl empfehlen, sie als 
H. B. & UrH., recomendável Eulophia longifolia, (H. B. & 
seria naturalmente que a colo- UrH.) ScHLTR. zu fúhren. 


cássemos sob o nome Eulophia 
longifolia, (H. B. & UTH.) 
SCHLTR. 


Promenaea, Lpr. 
Prom. paulensis, SCHLTR. nov. sp. 


Epiphytica, habitus generis; pseudobulbis foliisque mihi notum, 
notis; inflorescentiis basilaribus, adscendentibus, 1-2-floris, pedun- 
culo vaginulis ec. 4 amplectentibus, brevibus obsesso, usque ad 
45cem. longo; bracteis lanceolatis, acuminatis, erecto-patentibus, 
ovario pedicellato subduplo brevioribus; floribus in genere me- 
diocribus, erecto-patentibus, illis Pr. Rollinssoni, LDL. similibus, 
glabris, ut videtur flavescenti-albidis, sepalis petalisque et toto 
labello violaceo-guttulatis; sepalis lanceolato-oblongis, acutis, 1,9 em. 
longis, lateralibus obliquis; petalis oblique oblongis, acuminatis, 
basi breviter decurrentibus, 1,6 em. longis, quam sepala subaequi- 
latis; labello e basi cuneata circuitu late ovali; explanato 1,7 cm. 
longo, inter apices loborum lateralium 1,2 cm. lato, lamella trans- 


64 Contrib. ao Conhecim. das Orquidáceas do Brasil 


versa lobos laterales intus conjungente tridentata cum dentibus 
lateralibus breviter triangulis, obtusiusculis, intermedio calloso-in- 
crassato, quadrato, antice exciso, postice callo lato V-formi bi- 
cruri aucto, squama quadrata obliqua in basi loborum lateralium, 
lobis lateralibus ovatis, subacutis, intermedio 3-4-plo brevioribus, 
intermedio suborbiculari obtuse apiculato, 1 em. longo, medio 9 mm, 
lato; columna semitereti generis 7 mm. alta, pede decurvo, e. 4mm, 
longo; ovario pedicellato, gracili, glabro, c. 1,3-1,5em. longo. 


S. Paulo: Epiphytica im arboribus, Morro das Pedras, Igua- 
pe. — A. €C, BrADB; n.º 77/58, les: anno Sir Tab dscitedao 


A princípio acreditei ter Anfangs glaubte ich die 


diante de mim a Pr. Rollins- 
sonii, LDL. que já conhecia de 
cultura ha alguns anos. O exa- 
me das flóres demonstrou po- 
rêm que se trata de uma nova 
espécie, que deverá ser inter- 
calada entre Pr. Rollinssonii, 
Lot. e a Pr. acuminala, 
SCHLTR. 


Maxillaria, 


Max. ochroleuca, LpL. 


bisher nur aus der Kultur von 
frúheren Jahren bekannte Pr. 
Rollinssonii, LDL. vor mir zu 
haben. Die Untersuchung der 
Blúite zeigte aber, dass eine 
neue Art vorliegt, welche zwi- 
schen Pr. Rollinssonii, LDL. 
und Pr. acuminata, SCHLTR. 
einzureihen ist. 


Ruiz ET PAyv. 


S. Paulo: Epiphytica in arboribus, Morro das Pedras, Igua- 
pe. — A,/O. BRADE, n.º 7803, flor. Jan. 1920. 


Sôbre os pelos pabulares 
(Futterhaare) do labelo o Dr. 
PorscH, aproveitando da opor- 
tunidade do estudo das Orqui- 
dáceas da Expedição austríaca, 
dirigida pelo Pror. Dr. WETT- 
STEIN, escreveu detidamente. 
Esta espécie foi ha anos muito 
cultivada em colecções euro- 
peas, hoje porêm só raramente 
conseguimos encontrá-la aqui 
ou ali. 


Uber diese Art und ihre 
Futterhaarbildungen auf der 
Lippe hat Dr. PorscH bei Ge- 
legenheit einer Bearbeitung der 
Orchideen der oesterreichischen 
Expedition unter ProF. Dr. 
WETTSTEIN  ausfúbrlich ge- 
schrieben. Die Spezies ist frúher 
in europáischen Sammlungen 
oiters in Kultur gewesen, jezt 
ist sie nur noch selten einmal 
anzutreffen. 


Eulophidium, Prrrz. 


Eulop. maculatum, (LpL.) PrITZ. 


S. Paulo: Terrestris in silvis apertis, Morro das Pedras, Igua- 
pe, 50 m.s.m, — A. C. BRADE, 7634, flor. Jan. 1918. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. |-fasc. IV 65 


Os exemplares presentes 
distinguem-se do tipo pelas fo- 
lhas mais estreitas e labelo 
mais curto e largo. As lamelas 
da base do labelo são obliquo- 
rombiformes com extremidades 
obtusadas, e portanto, não pou- 
co diferentes daqueles dados na 
estampa da «Flora Brasilien- 
sis» e tambêm muito mais se- 
parados do que se vê naquela 
tábula. Chamo, por isto, a plan- 
ta recolhida pelo Sr. BRADE de 
var. Bradei, SCHLTR. 


Die vorliegenden Exempla- 
re weichen von dem 'Typus 
durch etwas schmálere Blãtter 
und das kiúrzere und breitere 
Labellum ab. Die beiden La- 
mellen am Grunde des Label- 
lums sind hier schief-rhombisch 
mit stumpflichen Enden, al- 
so doch nicht unwesentlich an- 
ders gestaltet, als sie in der 
«Flora Brasiliensis» darge- 
stellt sind, und dabei erheblich 
weiter von einander entfernt, als 
es diese Tafel zeigt. Ich be- 


zeichne die von Herrn BRADE 
gesammelte Pflanze deshaib 
var. Bradei, SCHLTR. 


Dipteranthus, Rpr. 
Dipt. Bradei, ScHLTR. nov. sp. 


Epiphyticus, pusillus, c. 6 cm. altus; rhizomate valde abbreviato; 
radicibus filiformibus, flexuosis, glabris; pseudobulbis parvulis, an- 
guste ovoideis, compressus, vaginis 1-2 foliiferis latere utrinque 
fere omnino absconditis, c. 5mm. altis, unifoliatis; foliis anguste 
et oblique ligulatis, acutiusculis, basin versus sensim subpetiolato- 
angustatis, glabris, subcoriaceis, 2,8-4,5 em. longis, medio fere ad 
5 mm. latis; inflorescentiis singulis in axillis vaginarum exteriorum 
natis, suberectis, folia paulo tantum superantibus, pedunculo gracilh, 
distanter paucivaginulato, c. 3 cm, longo, racemo ipso laxe 7-10-floro, 
usque ad 3cm. longo; bracteis ovatis, minutis, tenuibus, ovario 
pedicellato multo brevioribus; floribus in genere mediocribus, te- 
nuibus, glabris, sepalis viridiflavis; petalis labelloque albidis; se- 
palis obovato-oblongis, obtusissimis, infra apicem minute apiculatis, 
margine subcrenulato-irregularibus, intermedio reflexo, ec. 5mm, 
longo, lateralibus deflexis, obliquis, intermedio fere aequilongis; 
petalis erectis, oblique quadrato-oblongis, obtusissimis, margine sub- 
irregularibus, uninerviis, nervio medio paululo incrassatulo, quam 
sepala fere aequilongis, sed paulo latioribus; labello perlate obo- 
vato-quadrato, basi lata, sessili, obtusissimo, callo magno quadrato, 
antice excisso, depresso antice libero magna pro parte obtecto, 
3,9 mm. longo, supra medium 3,25 mm, lato; columna brevi, erecta 
brachiis subulato-conicis patentibus, carnosis margine ornata, vix 
1,5 mm. alta, apice angustata, rostello perlongo, subsubulato adscen- 
dente; anthera ovato-cucullata, apice subacuta; polliniis 4 obo- 
voideis, stipite elongato gracillimo apicem versus filiformi-attenuato, 
visciolio parvulo; ovario pedicellato, glabro, c. 7mm. longo. 


S. Paulo: Epiphyticus in Myrtaceis, Morro das Pedras, Igua- 
pes AC BRAnE Sen aTad. n.º)7 fig 


66 Contrib. ao Conhecim. das Orquidáceas do Brasil 


Uma descoberta muito in- Eine sehr interessante 
teressante. A espécie coloca-se Entdeckung. Die Art steht 
mais ou menos no meio de etwa in der Mitte zwischen 
Dipt. pellucidus, CGN. e Dipt. Dipt. pellucidus, CGN. und Dipt. 
pseudobulbifer, RDR. Com o úl- pseudobulbifer, RDR. Mit letzte- 
timo ela tem de comum a forma rer stimmt sie in der Sáule 
da coluna e, das duas, distin- vollkommen iúberein, von bei- 
gue-se muito bem pela forma den ist sie aber durch das La- 
do labelo. bellum sehr gut unterschieden. 


Dichaea, Lpz. 
Dichaea Cogniauxiana, SCHLTR. nov. sp. 


Epiphytica, erecta vel subpendula patentulaque, usque ad 40 em. 
longa; radicibus filiformibus, flexuosis, glabris; caulibus simpli- 
cibus vel parum ramosis, vaginis foliorum persistentibus, imbri- 
cantibus, tenuiter striato-nervosis omnino obtectis, leviter compres- 
sis, vulgo 2-2,5 mm. crassis; Ífoliis erecto-patentibus, articulatis, |- 
nearibus, oblique subacutis vel acutis, textura tenuioribus, 3-4 em. 
longis, medio fere 2,5-5 mm. latis; inflorescentiis axillaribus, uni- 
Horis, gracilibus, pedunculo gracillimo, dimidium folii nunc su- 
baequante, usque ad 1,5 cm. longo, glabro;. bractea elliptico-cucul- 
lata, acuminata, ovarium breve bene superante; flore in genere 
mediocri, glabro, illo Dich. graminoidis, LDL. simili; sepalis oblongo- 
lanceolatis, acuminatis, 5-nerviis, c. 5 mm, longis, lateralibus obli- 
quis; petalis sepalis similibus, sed paululo minoribus et angustioribus, 
3-nerviis, paulo obliquis; labello e ungue longo, lineari, 3 mm. longo, 
subito in laminam reniformem, apiculatam, obscure obtusangulam 
lateribus basi in auriculum oblique triangulam obtusam retrorso-pa- 
tentem productam expanso, toto 5 mm. longo, lamina basi 3,5 mm. 
lata; columna brevi, crassiuscula, 3 mm. alta, clinandrio dorso elato, 
excavato, altimarginato, ligula infrastigmatica adscendente, obtusa; 
ovario cylindraceo, sessili, c. 1,5mm. longo. 


S. Paulo: Epiphytica in arboribus, Morro das Pedras, Igua- 
pe. — A, €C. BRADE, n.º 7638. Tab. 14 fig. II. 


Temos aqui certamente a | Wir haben hier offenbar 
planta que o Sr. COGNIAUX, na die Pilanze vor uns, welche Co- 
«Flora Brasiliensis», descreveu GNIAUX in der « Flora Brasilien- 
e reproduziu em estampa como sis» als Dich. graminoides, LDL. 
sendo a Dichaea graminoides, aus Súdbrasilien angegeben 
LpL., do sul do Brasil. Pela und abgebildet hat. Durch die 
forma do labelo é, porêm, es- Form der Lippe ist sie aber 
pecificamente, sem dúvida, mui- ohne Zweifel von dieser west- 
to diferente daquela espécie das indischen Art spezifisch voll- 
Indias Ocidentais. kommen verschieden. 

Veja-se também a primeira Man sehe auch den Er- 
Contribuição (Anexos, etc., vol. sten Beitrag (Anexos, etc., vol. 
I, fase. II, pag. 47) onde já I, fasc. II, Seite 47) woselbst 


se falou a respeito desta planta. | schon davon gesprochen wurde. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fase. IV 67 


Dich. coriacea, RDR. 


S. Paulo: Epiphytica in arboribus, Morro das Pedras, Iguape, 
20 m.s.m, — A. C. BRADE, n.º 7805, flor. Dec. 1918 et n.º 7632. 


Tenho minhas dúvidas a Ich habe meine Bedenken, 
respeito das diferenças especi- ob Dich. australis, CGN. von 
ficas entre a Dich. australis, dieser Art wirklich verschieden 
Can. e a presente. Meus exem- ist. Meine Exemplare stimmen 
plares concordam igualmente .| gut zu beiden Arten und in den 
bem com as duas espécies e Analysen sehe ich auch keine 
nas análises tambêm não en- Unterschiede. Die Behaarung 
contrei diferenças. O revesti- der Sáule ist sicheniirecht 
mento piloso da coluna é na leicht zu úbersehen. 
realidade cousa que facilmente Im Jahre 1918 bliúhte die 
passa despercebida. Art im Botanischen Garten zu 

No ano de 1918 esta es- Dahlem. Das Exemplar war 
pécie floriu no Jardim Botá- von Dr. DuskN aus Paraná 
nico de Dahlem. O exemplar lebend úbergefúhrt worden. 
foi, pelo Dr. DUSEN, importado 
do Paraná. 


Campylocentrum, BrH. 


Camp. pubirhachis, ScHLTR. nov. sp. 


Epiphyticum, acaule, aphylum; radicibus filiformibus, elongatis, 
valde flexuosis, glabris, usque ad 40cm. longis, vix 1,5mm. latis, 
paulo applanatis; axis caulini apice squamis ovatis, acutis, imbri- 
cantibus parvulis omnino obtectis; inflorescentiis in axillis squa- 
marum natis, erectis, gracillimis, pedunculo et rhachi minutissime 
papilloso-puberulis, pedunculo paucivaginulato, tenui, usque ad “ mm. 
jongo, racemo ipso subdense multifloro, subsecundo, usque ad 2 cem. 
longo, rhachi leviter flexuosa; bracteis ovatis, subacutis, tenuibus, 
ovario pedicellato fere duplo brevioribus; floribus minutis, tenuibus, 
ut videtur niveis; sepalis ovato-lanceolatis, obtusis, vix 1 mm. lon- 
gis, uninerviis, dorso nervimedii carinato-incrassatis et sparsim sub- 
furfuraceo-papillosis, lateralibus obliquis; petalis oblique ovato-lan- 
ceolatis, obtusis, uninerviis, glabris, quam sepala subaequimagnis; 
labello concavulo, circuitu late ovato, e medio obscure trilobato, 
apice obtuso, tenuiter 5-nervio, quam sepala paululo breviore, sed 
infra medium latiore, calcare pro magnitudinae labelli laminae amplo, 
antrorsum curvato, utriculato-cylindraceo, obtuso, crassiusculo, 
c. 2mm, longo; columna perbrevi, glabra, lateribus semioblongis 
antrorsum ampliatis, rostello emarginato; ovario breviter pedicel- 
lato, clavato, subglabro, c. 1 mm. longo. 


8. Paulo: Epiphyticum im silvis paludosis, Morro das Pedras, 
Iguape. — A. C. BRADE, n.º 7806. Tab. 14 fig. 1. 


Esta interessante espécie Die interessante Art ge- 
fica proxima do Camp. hirtel- hórt in die Náhe des Camp. 


68 Contrib. ao Conhecim. das Orquidáceas do Brasil 


lum, CaN. do qual se distingue 
pela forma do labelo e cálcar, 
bem como pelo revestimento 
papiloso-pubescente das inflo- 
rescências até a sua base. 

O abundante e magnifica- 
mente bem preparado material 
permitiu-me um exame bem 
acurado da coluna. Esta é na 
sua conformação semelhante a 
de algumas espécies africanas 
do género Angrecum com ros- 
telo largo e retuso. 


hartelum, Can. vor dem sie 
durch die Form des Labellums 
und den Sporn, sowie durch die 
bis zum Grunde papillós-be- 
haarten Blútenschafte zu erken- 
nen ist. 


Das reiche und vorzúglich 
práparierte Material liess eine 
genauere  Untersuchung der 
Sáule zu. Diese ist âhnlich ge- 
staltet wie bei den afrikani- 
schen Angrecum-Arten mit aus- 
gerandetem. breitem Rostellum. 


Camp. parahybunense, (RDR.) Can. 


S. Paulo: Epiphyticum m arboribus, Rio Paraiúpava, Iguape, 
20 m.s.m, — A. C. BRADE, n.º 7807, leg. anno 1919, 


Esta espécie recorda um tanto 
de Camp. Sellowii, (REICHB.F.) 
RoLFE, é porêm mais delgada 
de porte e tem folhas mais 
estreitas quási aciculares. Ex- 
ternamente é facilmente reco- 
nhecível pelas raizes relativa- 
mente espessas e recobertas de 
minúsculas excrescências ou 
protuberâncias bem visiveis. 


Die Art erinnert etwas 
an Camp. Sellowii, (REICHB. F.) 
RoLFE, ist aber schlanker im 
Wuchs mit diúnneren, fast na- 
delfôórmigen Blãttern. Sie ist 
ãausserlich immer leicht dadurch 
zu erkennen, dass die ziemlich 
dicken Wurzeln dicht mit sehr 
deutlichen kegelfórmigen Wáãrz- 
chen oder Auswiichsen be- 
deckt sind. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan ——- Vol. I-fasc. IV LÃ ZA 


) 7626-8 | | 
de | 


Ê, 


HEHE line (NM et W see. Silo) dl 


> Menwlthalliosororeuta Str W Laponihon Lado Sith 
nu ddenmin pola Str TO Lado; Sbli 


E 


Sad É 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fase. IV 


a 


z 


Ler/del 


43 


MJ, 


7 


prio frorestos 


AM ACM 


A 
CS 
( 

co A 


ade Sá Miu 
didi W 


As 


/) 


4 


Do 


ZA IDAS 
UM « , 
j 


tlgue 
fugia 14), 


Z7) 


Seraot 
E? 
— EMA 


Z 
MH 


J 
RES 


a 


DE A 


Zh 


Sfolo 
us SSL. 


ZA 
A 


piuacelerco 


oqum. 


z 


Del Lamereada 


dy 


/ 
E CA 

A 
, 


V/ 


, arthz 7 
sf 7 


(LG4/4 


a scefilatem; Sefilr 
A, 


o 
lp 


V/A 


MDA 2 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. IV 


Mr 


Es 


/ 


port Serercotes 


po 
Iolilin 


Ó 


É bs / 


E 
Ro 


ZC0 


Herucocs SMA 7º 
DAI: 


rplilãs 


vhs 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. ]-fasc. IV BZ & 


Rs ; a a) A Ea 
e LE Lpegonequa en Sidi É: neto; ZA AAA muenllflones Lhtdy. 
< 


[da 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. IV Sado & 


WS 


re 
pe 


is Ê 
É IDP 
StAloaine del. 


mid: ZA ei fi NE Hi prorus din no Coegpurenico reto ZE, a 1) Dl 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. IV Ja É Pi 


e 


A o Rd RE A) 7, E 
H/E Bos > ndo tipo MEDE, UAI DULJ Doador Silo, 


MIL ZA Lg 


7 
he 
anfrtons Siltr 


4; 


zdeoma Silla. 
hs g A E AI 


id 


a 


hudho 


dir 


7 
e 


pa 


4 


7 


pa 


e 


o 


IT) 7 

ink 
AA 

% 
/Á 


dj 
7 
e 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. 1 -fasc. IV Da G 


DAS Al E Ta? Z 7 Sr) E Ee 
JA Lerodiad: Luger) Sid WU Heroiliado Aerondui: Sia 


—- 


Jal TO 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. IV 


= 


SD, 


CNI 


Z) 


DE 


ddr poi 


Fe 


2 


Sitio. 


Sojrtã 


). 
re nro 


Vis 


AV 7 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. IV 


RS a ir ee — 


< 
Ea SUR 
A VN 

(A 


> 
E 


Ci AdOLetA Md HA Leeprernde, SAL, 
l 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. IV Sat Iê 


o A 


/> Pr ) ) . 5/4 ) E CLAI 

Pés CA Sltu W- Ce graceits Lotion, souoerro Til 
o) ; A í .. 7) 
V/A Ez ULUULA iramari TflA. 


> Tolila 


A 


a 


4 


r 


2 


Gone Loft: 


AS 


) pilerligme : 


verei 


VA 


e AA DD San 0 25 SÊ NA VD 


ft 
PA 


e A 
CHE 
nó 


MAL 


MICO 


/ 


CAS 
Goonil. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fase. IV LS /7 


ANEXOS 


das 


Memórias do Instituto de Butantan 


/ 


Secção de Botânica 


Vol. I- Fasc. V 


ABRIL - 19Z%8 


1922 
- Comp. Melhoramentos de S, Paulo 
WEISZFLOG IRMAOS Inaorporado 
Caletras, S. Paulo e Rio 


“deve ser endereçada "ao “Director do Instituto de Butantan” ou aos. 


ADVERTÊNCIA: As à Meraórias do Aabitdto de Paltantan É 
bem como os “Anexos das Memórias do Instituto de. Butantan” - Eid A 
ção pE BorÂnica, e os da Secção DE ZooLoara serão publicados em. fasci- Sp o 
culos agrupáveis em tomos é não aparecerão em “datas fixas. a Re: 


a sos 


A grafia portuguesa neles adoptada está, em suas linhas gerais, epa 4 
consoante as bases da reforma ortográfica, pprovaa per Govêrno de, 
Portugal, em 1 de Setembro-1911. Do na e 


Tôda- correspondência concernente às poblicanhes oia 


chefes das respectivas Secções. “Caixa postal 65-58. Paulo - Brasil”, Edo 


sta) 


“ 


NOTICE: The “Memórias do Instituto de Butantan” ad also - 
the “Anexos das Memórias do Instituto de Butantan”, Sroção DE. 
BorÂnica, and those of the Secção pe ZooLogia will be published in: 
parts constituting volumes and will not appear on fixed dates. EA, 

The portuguese graphy used in the text is nearly according to Es 
the bases: of the orthographic reform spprosea by the: ERA q ar Fono 
vernment, the 1 st. Sept. 1911. - - à a 

All correspondence relative to the above nina pblicabioes: se 
should be addressed to the “Director do Instituto de Butantan or to 
one of the chiefs of the Sections. “Caixa É ap 65-58. Paulo Brasil”, EA 


a ; Í ç 
dd E E: 


BEMERKUNG: Die “Memórias do Instituto de Butantan” 
und die “Anexos das Memorias do Instituto de Butantan”, Secção DE. Ga 
Borânica, und der Secção pE ZooLocia wérden zwanglos in Heften «| 


ae: 


erscheinen, welche in Binde zusammengefasst werden. ane Eta e a Fer is 


Die in ihnen angewandte portugiesische Schreibweise, stimmt im 
allgemeinen mit den Grundlagen der orthographischen Reform “iiberein, 
welche am 1.ten September - von der. porugtaniachon Eni a se 
nehmigt-worden ist. - ço 


Alle Korrespondenz, welche E genannte Schriften se hat, Eid ; | 
muss an den “Director do Instituto de Butantan” oder an einen der . Ea: : 
Vorsteher der Sectionen adressiert werden. PO RiEa PRM 65- 5. Paulo - E e 
Brasil”. ; o ps 


( e AR a fg 


ANEXOS 


das 


Memórias do Instifufo de Butantan 


Seccão de Botânica 


Vol. I-Fasc. V 


Comp. Melhoramentos de S. Paulo 
WEISZFLOG IRMÃOS Incorporado 


MELASTOMÁCEAS 


DOS 


Hervários: Horto “Oswaldo Cruz”, Museu Paulista, Comissão de 
Linhas Telegráficas Estratégicas de Mato-Grosso 
ao Amazonas, Jardim Botânico do 
Rio de Janeiro, etc. 


Revistas e estudadas em conjunto 


POR 


F. C. HOEHNE 


j 
m 
5 9 
” á 
eo 
: 


ASA 
Ra j 


(9IJS9ATIS ) 
uvjuring wo uBO Sseqoynu mugyonoqrr op oduis) 


O ad 


Egbrctas sieaças 


INTRODUÇÃO 


A família natural das Melastomáceas tem a maior parte das suas espécies 
distribuidas às regiões tropicais e subtropicais do globo. Aparecem elas na faixa 
compreendida entre os paralelos 30.º de lat. septentrional e 40.º de lat. meridional. 
Especialmente bem representada é na América tropical e justamente no Brasil ela 
tem o maior desenvolvimento e dispersão. São endémicos aqui vários géneros e 
centenares das espécies dos mais ricos. Das grandes tríbus em que se subdivide a 
família, 7 são exclusivos do Brasil e, as 8 restantes, tambêm são representadas aqui 
por algumas espécies. Compõe-se ela de 148 géneros diversos e dêstes mais de 60 
são quási endémicos no nosso País. Dêstes os mais ricos são: Miconia, que possúi 
220 espécies, Leandra, que tem mais de 160, Tibouchina, cêrca de 150 e Microlicia 
com mais de 100 espécies brasileiras. 

Miconia é, de tôda a família das Melastomáceas, o género que maior número 
de espécies encerra e, ao mesmo tempo, um dos poucos que têm representantes em 
várias floras do globo. Elas são, geralmente, arbustiformes ou arborescentes e as 
suas ilôres, muito abundantes, são pequenas e de pouco realce. Assim acontece 
tambêm com as Leandras, são, porêm, de porte mais esguio ou arbustiforme e às 
vezes meio decumbente, raro herbáceo. As Tibouchinas compreendem espécies her- 
báceas e arborescentes ou arbustivas e são as de ilôres mais decorativas: Em algu- 
mas espécies dêste género elas atingem quási 20 cm., outras ha tambêm que as teem 
de apenas 1 cm. de diâmetro, como as da secção Purpurella. As Microlicias são 
quási sempre subarbustiformes e campestres, muito decorativas, pela abundância e 
colorido das suas flôres, podem ser contadas no número das plantas mais ornamen- 
tais dos nossos campos gerais mesotermais. 

Ao contrário do afirmado pelo professor Dr. KRAssER (Die Nat. Pilanzenfami- 
lien, de ExgLER e PRANTL. vol. III, 7, pag. 142) são muitas as espécies de Melasto- 
máceas úteis na indústria de cortume, porque a casca de muitas encerfa tanino e é, 
no interior, frequentemente aproveitada para curtir couros. 

Várias Tibouchinas e Mouririas fornecem tambêm madeira aproveitável para 
a construção de pontes ou para estaqueadas, especialmente então quando esta fica 
completamente submersa na agua ou no lôdo. Nestas condições, empregando-se 
verde, ela se conserva incorruptível durante muitos decénios e parece bater o re- 
cord na durabilidade. 

Para a carpintaria e marcenaria a madeira das Melastomáceae pouca aplica- - 
ção tem encontrado, porque, embora seja bastante resistente, ela se fende geral- 
mente com grande jacilidade. 

Frutos comestíveis dignos de nota são os de espécies de Bellucia, Mourira e 
algumas Leandras. Em uma maioria dos géneros êles são capsulares e de nenhuma 
utilidade directa para o homem. Muitas produzem, porêm, pequenas bagas negras 
e suculentas muito procuradas pelas aves, especialmente pelos pombos, sabiás e ou- 
tros pássaros migratórios que as procuram aos bandos. A demora das grandes levas 
de trocaís nas matas húmidas e ribeirinhas é justamente devida à maturação dos 
frutos das Miconias, que sempre vegetam em grandes formações nesses logares. As 
deliciosas bagas da Mouriria pusa, GaRrDN. o “Puçá” de Mato-Grosso, “Jaboticaba 
do campo” de Goiás e “Mandapuça” de Minas-Gerais, é um dos alimentos princi- 


6 Melastomáceas 


pais dos selvícolas da Serra do Norte. Assim, são tambêm apreciados os de outras 
espécies do género, como os da Mour. elliptica, Marr. vulgo “Xiputa” ou “Corôa 
de frade”; Mour. apiranga, SPRUCE. a “Apiranga” do indígena e muitas outras. 

De algumas espécies de Leandra colhem-se as folhas para fins therapêuticos 
empregando-se como estípticas e adstringentes. 

Poucas fornecem substâncias tintoriais aproveitáveis e realmente úteis. As ba- 
gas de muitas Leandras e Miconias são, entretanto, pelo povo, aproveitadas para 
êstes fins; assim é que ha a “Tinta de sapateiro” obtida de espécies de Leandra, a 
tinta para escrever preparada com os frutos de Miconias. Para tingir de negro e 
tambêm de amarelo se aproveita o tanino das Tibouchinas, Mouririas, etc. 

Como plantas decorativas as Melastomáceas merecem um logar de destáque. 
A grande maioria das espécies dos géneros: Chactostoma, Microlicia, Cambessede- 
sia, Lavoisiera, Salpinga, Bertolonia, Siphanthera, Acisanthera, Comolia, Tibouchi- 
na, Trembleya, Rhynchanthera, Macairea e outros, podem ser classificadas entre as 
mais decorativas do Reino Vegetal. Poucas têm, entretanto, sido as tentativas feitas 
no sentido de introduzí-las nos nossos jardins e parques. 

Dignas de atenção são tambêm as Melastomáceas quando temos de escolher 
espécies arborescentes da nossa flora para arborização das ruas e parques. E” justa- 
mente para êstes fins que elas poderão fornecer a maior variedade e os tipos mais 
belos. Poucas outras famílias de plantas encerram tantas espécies próprias para êstes 
fins, como esta. Não só pela beleza das flôres, mas ainda, pela harmonia de formas, 
colorido das folhas e ramificação, elas reunem os predicados necessários para figu- 
rarem nas nossas vias publicas e nos grandes jardins. São as Miconias, Tibouchi- 
nas e Mouririas que maior variedade apresentam para isto. Raras são as árvores da 
nossa ilora que rivalizam em beleza de forma e crescimento próprio, redondo e re- 
gular, com as Melastomáceas. Neste número encontramos Miconia Candolleana, 
TrianNA, Mic. ligustroides, Nau. vulgo “Vassourinha” ou “Vassoura mansa” ou 
ainda “Jacatirão” que formam uma copa cónico-arredondada que não exige trato 
nem poda e que de Novembro a Janeiro se cobrem de alvos cachos de flores pe- 
queninas aromáticas, quási semelhantes às do “Alfeneiro”, que ao cairem não pre- 
judicariam as calçadas nem sujariam as ruas, sendo, alêm disto, árvores que não se 
elevam mais de 4-6 metros, com raizes profundas. Com formas idénticas e folhagem 
tambêm perene, mas lindas flôres roxas em Fevereiro a Maio, temos as espécies de 
Tibouchinas que aqui, em S. Paulo, conhecem pelo nome de “Quaresma”, isto é 
Tib. mutabilis, Cen. Tib. Sellowiana, Cen. Tib. Raddiana, Cen. e outras afins, que 
crescem menos do que a verdadeira “Quaresmeira” (Tib. stignocarpa, Cen. Tib. 
scrobiculata, Can., etc.) que aparece no Rio de Janeiro e Minas-Gerais, tendo alêm 
disto forma mais copada e mais folhas, cobrindo-se de grandes ilôres a princípio 
roxo-claras e mais tarde roxo-escuras, razão porque são algumas vezes confundidas 
com as da Brunfelsia “Manacá”, às quais excedem em tamanho. Tôdas estas espé- 
cies, como muitas outras ainda desta grande família de plantas, são dignas da nossa 
atenção e merecem ser estudadas com entusiasmo, pois, uma vez introduzidas nos 
jardins e ruas das nossas urbs, é mais do que provável que desbanquem dali as es- 
pécies exóticas com que as temos enchido, dando pouca prova de patriotismo. 


Em se tratando de espécies arbustivas para a formação de pequenos grupos 
e bosques de parques e jardins, poderemos ainda escolher de entre as Melastomá- 
ceas as mais próprias e decorativas para o fim. Nada existe sem dúvida mais orna- 
mental e belo do que um arbusto bem formado, que se cobre literalmente de gran- 
des flores vistosas, durante um mês e mais, sem derrubar as folhas. Isto temos em 
muitas Tibouchinas, especialmente em Tib. multiceps, Cen. que tem flôres roxo-es- 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. V 7 


curas e em Tib. Martialis, Can. que as possui alvas ou róseo-claras, bem como vá- 
rias Macaireas dos nossos sertões, que as apresentam roxo-claras até roxo-escuras. 
Dêste último género merece menção a bela Mac. Hoehnei, Cen. que aparece nos 
campos húmidos dos sertões matogrossenses. 


Para grupos (bosque) em parques, poucas são as plantas que reunem tan- 
tos atractivos como as: Tibouchina Moricandiana, BarLL. Tib. Fothergillae, C6N. Tib, 
Chamissoana, Can. Microlepis oleaefolia, TriaNA e as várias Rhynchantheras e Mi- 
contas. 

Ultimamente tem-se, felizmente, notado algum interésse para as nossas plan- 
tas indígenas por parte daqueles que se acham responsáveis e encarregados da es- 
colha das espécies que devem adornar as nossas ruas, praças e jardins. Em Poços 
de Caldas, por exemplo, tivemos a satisfacção de observar que a Companhia de Me- 
lhoramentos do local, está cultivando a Tib. Sellowiana, Cen. e vendendo mudas 
aos visitantes e empregando-a tambêm para arborização de algumas praças e jar- 
dins. Conversando sôbre este assunto com o prefeito da cidade e o Dr. OrozimBo 
CorrEIA NETTO, médico distinto do local, que muito se interessam pelo progresso e 
desenvolvimento daquela estação de banhos, verilicámos que existe uma certa pro- 
pensão em aproveitar-se várias das árvores indígenas para a arborização das ruas e 
largos da cidade. Aqui, em S. Paulo, observamos tambêm que o “Alfeneiro” da 
Avenida Paulista, está sendo substituido pelo nosso “Ipê (Tecoma umbellata, SOND.) 
e tambêm nas praças novas já se notam exemplares de Tib. mutabilis, Cen. e es- 
pécies afins. 

Idéa louvável e realmente patriótica sería, porêm, introduzir-se, por exemplo, 
no jardim do Anhangabaú, muitas das belas plantas que aparecem indígenas nos 
arredores desta cidade. Que belo eleito não produziriam ali a Tib. multiceps, Cen. 
especialmente vista do alto do viaduto e, quanta beleza não emprestariam ao local 
as graciosas espécies arborescentes dêste género? E porque não tentaremos aqui, 
que é a pátria das plantas e onde elas se encontrariam no meio natural, a cultura das 
encantadoras Cambessedesias, Microlicias, Chaetostomas, Rhynchantheras, Marce- 
tias, Trembleyas e tantas outras Melastomáceas campestres, que até hoje teem zom- 
bado das tentativas dos europeus no sentido de introduzí-las nas suas estufas e jar- 
dins? Ali temos as belas Bertolonias, Salpingas e outras espécies selvagens, fazendo 
o encanto dos amantes das belas folhagens. A Salpinga margaritacea, TRIANA, com 
suas folhas coloridas e semeadas de duas séries de manchas alvas qual botões de farda 
de militar, formando ao lado das Gloxineas, Caladios e Begonias. Quem sabe se com 
repetidas tentativas não conseguiríamos, em logares adrede escolhidos e tratados, ver 
medrar em nossos jardins as alvas Lavoisiceras, ou as áureas Cambessedesias? Ao 
lado dos rios e lagos dos parques desenvolver-se-hiam iâcilmente as nossas Rhyn- 
chantheras, Microlepis, Acisantheras e Siphantheras e certamente tambêm as Ma- 
caireas e Comoleas. Grupos de Tib. gracilis e Tib. herbacea, Can. dariam tão bem 
em nossos jardins como dão a Tib. grandifolia, Cen. Tib, Benthamiana, Can, e 
Tib. holosericea, BAarLL. que já são hóspedes queridos dos grandes jardins, porêm 
de torna-viagem da Europa. Quem sabe se as espécies de Microlicia e Marcetia, 
não dariam até magníficos filetes para emoldurar grupos em substituição ao já muito 
banal “Periquito” e “Mangerico”? 


Se, porêm, para os admiradores do belo já os órgãos macroscópicos das Me- 
lastomáceas tantos atractivos revelam, que diremos se aplicarmos a lente para os 
vários segmentos florais, com o espírito de botânico? São as flores das Melastomá- 
ceas, como as das Orchidaceas, Lauraceas e várias outras famílias naturais, aque- 
las que mais se distinguem pela complexidade dos órgãos masculinos. As anteras e, 


8 Melastomáceas 


] 


às vezes tambêm, os filamentos estaminais que as ostentam, são, geralmente, de con- 
formação interessante e complicada. Quási sempre as anteras se abrem por meio de 
poros terminais existem em número de 8-10, raro se abrem por meio de fendas 
longitudinais ou são em número inferior ou superior ao citado e, quando isto soi 
acontecer, então, em regra, é apenas uma anomalia de uma ou mais espécies de um 
género e nunca um característico para êste. O que torna as anteras muito interes- 
santes para a botânica, são os apêndices e acessórios de que quasi sempre se acham 
munidas. Em alguns géneros êstes órgãos aparecem na base do conectivo, que pode 
ser até muito longo, e, em outros, tambêm na base dos lóculos da antera, sendo 
ora descendentes, terminando em ponta aguda ou mesmo em uma esfera ou ápice 
arredondado. Estes órgãos contribuem para a fecundação das flôres quando visita- 
das pelos insectos, porque fazem, em algumas espécies, o papel de suportes para os 
últimos, obrigando, com o pêso do hóspede, o imborcamento da antera e o conse- 
quente derrame do pólen sôbre os mesmos. Tambêm a coloração das anteras e dos 
filamentos estaminais é um facto curioso que se observa nas Melastomáceas. Assim, 
como a didinamia em várias espécies, existe tambêm a diversidade do colorido das 
anteras, às vezes a metade ou as menores são amarelas enquanto as demais são 
roxas, ou vice-versa. Nas Lavoisieras, por exemplo, a disposição das anteras dentro 


Eq 


do perianto é egualmente digno de nota. 


Os pétalos, sempre mais ou menos bem desenvolvidos, de forma váriavel, 
nenhuma particularidade especial apresentam. 

O calyx, porêm, já é mais variável e pode constituir, para muitas espécies, 
pela sua conformação ou ainda pelos apéndices que às vezes o adornam, um caracte- 
rístico bastante seguro. O limbo calicino é, em uma grande parte de géneros, com- 
pletamente atrofiado e em algumas tambêm caduco com a ântese. A's vezes fende-se 
tambêm irregularmente em vez de destacar-se em forma de uma caliptra. A existên- 
cia de pêlos em forma de pincel entre os segmentos do calyx constitue um caracte- 
rístico para Pterolepis, de que algumas espécies muito se aproximam das Tibouchi- 
nas. Mais interessantes são talvez as alas erguidas que se desenvolvem longitudinal- 
mente sôbre o tubo calicino de algumas Tococas, Microphyscas, etc. 

O ovário por sua vez pode ser bi- até multilocular; é súpero e livre ou mais 
ou menos concrescido com o tubo calicino. 

Particularidades interessentes aparecem ainda nos pecíolos ou base dos lim- 
bos das folhas de algumas Tococas, Microphyscas e Mayetas, em que aquela parte 
da planta se desenvolve numa grande vesícula bilobada, que, na maioria das espé- 
cies hospeda formigas, que assim vivem em simbiose com a planta, tomando, tal- 
vez, parte activa na fecundação das flôres, ou defendendo-a contra inimigos. 

Em regra as flôres das Melastomáceas são regulares e radiantes, abrindo-se 
perfeitamente, pois só em um caso foi observado a clistogamia, e isto na Itatiaia 
cleistopetala, ULe, que pelo autor foi encontrada pela primeira vez na Serra do Ita- 
tiaia em 1894; planta que êle antes havia subordinado ao género Purpurella, que 
agora, na Flora Brasiliensis, figura como um subgénero das Tibouchinas e ao qual 
pertence tambêm a Tib. clinopodifolia, Cen. que é bastante irequente na Serra do 
Cubatão e na Cantareira. 

Com propensão à formação de bulbos ou rizomas existem algumas espécies 
epífitas ou sub-epífitas bem como rupícolas, a cujo respeito ha notas no trabalho do 
Dr. E. ULe (Berichte der Deutschen Botanischen Gesellschait (1900) pag. 252). Nos 
arredores de Butantan, encontramos a Tib. Chamissoana, Can, Tib. multiceps, Can., 
Tib. gracilis, Can. e outras que têm grande numero de raizes tuberiformes car- 
nosas. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. V 9 


O presente trabalho que nada mais é do que a exposição dos resultados do 
estudo sistemático das espécies de Melastomáceas, existentes nos Hervários: do Jar- 
dim Botânico, Museu do Estado de S. Paulo, Comissão Rondon, Horto “Oswaldo 
Cruz” e do particular, compreende espécies de quási todo o Brasil. Porque, no 
Hervário do Jardim Botânico, por exemplo, encontramos muitas espécies que vieram 
do Museu do Pará e outras que o De. A. Ducke recolheu no Brasil septentrional 
como botânico do Jardim, alêm de outras tantas, que a êle foram incorporadas pelo 
pranteado Dr. ALB. LOEFGREN, do Hervário da Comissão de Obras Contra as Sêcas e 
do hervário do falecido Da. CAPANEMA; outras foram tambêm para ali levadas pelo 
Dr. LuETZELBURG, que coleccionou no Estado da Baía e Piauí, vindo as demais nas 
colecções que o pessoal do Jardim fez nos Estados de Minas, S. Paulo e Rio de 
Janeiro. As espécies que figuram no Hervário do Museu Paulista, são na sua tota- 
lidade do Estado de S. Paulo, ao passo que as do Horto “Oswaldo Cruz” são tam- 
bêm em parte procedentes de Minas Gerais e Ceará. Do Estado de Mato-Grosso e 
Minas vieram as que se encontram na colecção da Comissão Rondon, que hoje se 
encontra no Museu Nacional, do Rio de Janeiro. 

E” regra ou praxe publicarem-se somente as novidades de espécies ou varie- 
dades que se encontram numa colecção, mas, considerando que a presente colecção 
encerra ao lado das espécies novas, outras tantas menos conhecidas e outras que 
trazem importantes subsídios para o conhecimento da distribuição geográfica do 
grupo ou da espécie, resolvemos, fazer, como já fizemos com todo o material da 
Comissão Rondon que tivemos ensejo de estudar, isto é, registar tôdas as espécies 
e dar a respeito de cada uma algumas notas interessantes para os que desejarem 
conhecer algo a respeito destas curiosas plantas. Isto dará oportunidade a que o pú- 
blico que nos lê, possa formar uma pálida idea do papel importante qne as Melas- 
tomáceas representam no conjunto florístico do nosso País. 


Com referência às novidades que aqui descreveremos, devemos dizer que, tal- 
vez, uma parte delas já tenha sido registada anteriormente e que as damos como 
desconhecidas para os autores que conseguimos consultar. E” provável que alguma 
cousa tenha sido publicada fora daquilo que nos chegou às mãos, e de alguns dês- 
tes trabalhos até encontramos citação, mas foi-nos totalmente impossivel obtê-los 
para o exame que conviria ser feito. Os que melhor aparelhados de literatura do 
que nós quiserem prestar-nos o favor de passar uma revisão nestas novidades, en- 
contrarão, para maior facilidade da tarefa, as reproduções que a cada espécie nova 
juntamos, e bem assim as descrições minuciosas que fazemos. Em contraposição ao 
facto que isto talvez venha a aumentar a enorme sinonímia já existente, resta-nos o 
consôlo de termos contribuido para o melhor conhecimento das mesmas espécies, 
pois é realmente lamentavel o facto de publicarem-se ainda hoje tantas novas espé- 
cies fazendo apenas uma descrição ou diagnose muito deficiente, sem juntar ao me- 
nos uma fotogravura ou estampa ilustrativa das mesmas. 


Para que os interessados estejam perfeitamente informados a respeito do nos- 
so critério scientífico e certos que tivemos exclusivamente desejo de acertar, aqui 
juntaremos a relação bibliográfica do que foi compulsado para a classilicação do 
material. 

As notas que fizemos para algumas espécies já conhecidas servem ainda para 
chamar a atenção dos especialistas para o critério por nós seguido na determinação 
do grande material que estudamos. Algumas espécies de aspecto geral bastante pa- 
recido, mas pela dessemelhança dos segmentos florais, especialmente as anteras, su- 
bordinadas, na Flora Brasiliensis, a Secções muito diversas da família, trazem, pelo 
facto de serem as descrições daquela obra feitas sem o cuidado de chamar atenção 


10 Melastomáceas 


para estas semelhanças externas, muita dificuldade aos que procuram classificar as 
espécies recolhidas com o auxílio exclusivo da bibliografia. Foi com o intuito de 
remover alguns dêstes obstáculos, que fizemos algumas descrições comparativas das 
espécies já conhecidas scientificamente pelos especialistas. 


Com as Melastomáceas, um dos maiores grupos indígenas do Brasil, tem-se 
observado o mesmo fenómeno que se observa, com referência à bibliogralia, nas 
Orchidaceas e quási tôdas as famílias monograficamente tratadas na grande obra de 
Freperico VON MARTIUS; à bibliografia sôbre elas tem-se multiplicado e o trabalho 
primitivo da “Flora Brasiliensis” já não satisfaz, já é deficiente. Muito conveniente 
seria naturalmente que de tôda a obra fôsse feita desde já uma revisão ou uma se- 
gunda edição que incluisse as ultimas novidades recenseadas, mas como isto é muito 
difícil e, até certo ponto, totalmente impossível para os botânicos nacionais, não se- 
ria de todo descabido que começássemos a fazer isto pelo menos com as últimas fa- 
mílias ali estudadas, que foram justamente as Melastomaceas e Orchidaceas trata- 
das pelo pranteado De. ALFREDO CoGnIAUX. Nestes grupos, relativamente pequena é 
ainda a literatura aparecida posteriormente às monografias daquela obra e relativa- 
mente fácil por conseguinte a tarefa. Alêm disto, mais do que em outras, justificar- - 
se-hia a iniciativa, pois se trata de duas grandes famílias que podem ser considera- 
das como as mais bem representadas e por conseguinte constituem uma boa parte 
da flora do nosso País, estando nós, por isto mesmo, na obrigação moral, de dizer- 
mos a última palavra sobre elas, especialmente quanto à aiinidade ou relação das 
várias espécies, géneros e secções da família. Na nossa opinião, ainda existem vá- 
rios pontos bastante obscuros com referência à classilicação das várias espécies. Bem 
assim estamos crentes que a separação dos géneros é ainda pouco segura ou incerta 
e os caracteres que os separam nem sempre são constantes. Vejamos por exemplo 
os limites dos géneros: Clidemia e Leandra, Microlicia e Trembleya, Acisanthera e 
Comolia, Tococa e Microphysca e Mayeta e tantos outros em que se encontram es- 
pécies que poderiam ser subordinadas a um ou a outro dos citados géneros. Limi- 
tes tão incertos seguramente muito contribuirão para aumentar a sinonímia das es- 
pécies. Quem sabe, porém, se não seria possível encontrarmos, observando o mate- 
rial vivo, caracteres mais seguros, que permitissem uma delimitação mais racional e 
prática do que esta feita sob material de hervário? Não terão por ventura algum 
valor, a côr das flôres, a forma da planta e talvez o fruto de muitas espécies para 
serem aproveitados como caracteres de género? De grande proveito seria incontes- 
tavelmente se cada colecionador tivesse, futuramente, o cuidado de tomar nota de 
tôdas estas cousas. A côr das flóres, por exemplo, muda totalmente em muitas es- 
pécies com a exsicação. Alêm das espécies já conhecidas como epífitas e rupícolas 
devem aparecer naturalmente muitas outras que até aqui escaparam aos coleciona- 
dores. Tudo isto, são, em resumo, dados que interessam grandemente a sistemática 
das Melastomáceas e é mais do que provavei que, se ligarmos atenção a êstes fac- 
tores, em poucos anos estaremos em condições de rever todo o grupo, dividindo-o 
mais praticamente em secções e géneros naturais. 


Das quatro grandes colecções que estudámos, a do Jardim Botânico, do Rio de 
Janeiro, é a mais importante quanto ao número de espécies. Lamentável é, entre- 
tanto, que muitíssimos dos exemplares, que a compõem, fôssem incorporados sem o 
cuidado de se juntarem as notas sôbre procedência, data, colector, etc. e que uma 
boa parte já esteja bastante estragada pelo ataque de insectos. Isto, naturalmente, 
não é devido a falta de zêlo e cuidado do pessoal do Jardim, mas sim resultante do 
facto de ter sido incorparada àquele Hervário a coleção feita pelo falecido DR. CA- 
PANEMA, a qual, depois da morte dêste ficou sem conservação até que foi oferecida 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. V 11 


pelos herdeiros ao Dr. LOBFGREN, que por sua vez, presenteou com ela o Jardim Bo- 
tânico. Parece-nos que, desta maneira, esta citada colecção de Melastomáceas é, dos 
Hervários no Brasil, a segunda em número de espécies, devendo vir em primeiro 
plano a do Museu Nacional, pelo facto de se acharem incorporadas a ela as cole- 
cções de Grazrou e da Comissão RonDon. Devido à complexidade burocrática que 
encontramos sempre que desejamos fazer o estudo de material do Museu Nacional, 
fora do estabelecimento, desistimos da primeira idea de estudarmos conjuntamente 
tambêm o material de Melastomáceas daquele importante Hervário. Cremos entre- 
tanto que entre êle muitas espécies desconhecidas devem existir, porque realmente 
estudado e catalogado só parece estar o do Hervário GLAZIOU, 

Para maior facilidade de consulta por parte daqueles que desejarem continuar 
os estudos das Melastomáceas do Brasil, damos a seguir a relação numérica de cada 
uma das colecções que estudamos e isto simplificará ainda, aos varios estabeleci- 
mentos possuidores do material, o serviço de sua catalogação. Não fizemos o mes- 
mo tambêm com a colecção do Horto “Oswaldo Cruz”, porque pretendemos, opor- 
tunamente, publicar o catálogo geral e então isto será realizádo. 

O material estudado compunha-se de mais de 1200 números das diversas co- 
lecções e o total das espécies verificadas, não contando as variedades, é de 325, 
sendo 26 nóvas para a sciência. Foram tambêm constatadas e descritas muitas va- 
riedades e fórmas ainda desconhecidas pelos especialistas. EE 

A revisão ortográfica do português devemos à amabilidade do Dr. AFRÂNIO 
AMARAL. 


tra! f !, 


h 5 WTEr MM N 
Vht (4 My OE Er 
o! nos 4 dito per A 


BIBLIOGRAFIA 


Esta relação compreende exclusivamente os trabalhos que tivemos em mão 
para consulta, quando estudávamos o material. 


Engler: — Botanische Jahrbiicher — vol. 1-LVI. 
A. Cogniaux: — Flora Brasiliensis de F. von Martius — vol. XIV, HI e XIV, IV. 
» — Boletim do Museu Paraense —vol. V, pag. 253. 
» — Bulletin de P Herbier Boissier—2 serie, vol. IV (1904), n.º 12, p. 1. 
» — Comissão de Lin. Tel. Estr.— Annexos 5, Bot. Part. III. 
P. Dusén: — Arkiv fôr Botanik—vol. 9, n.º 5 (1909), pag. 12. 
> — > » »  —vol. 9, n.º 15 (1910), pag. 8. 
Jacg. Huber: — Boletim do Museu Paraense —vol. IV (1905), pag. 595. 
> — Bulletin de la Soc. Bot. de Genêve—vol. VI (1914), pag. 191. 
» — Bulletin de [ Herbier Boissier — vol. I (1901), pag. 317. 
W. Schwacke: — Plantas Novas Mineiras — fasc. II (1900), pag. 2. 
Ern. Ule: — Beih. der Deutschen Botan. Gesellschaft—vol. XVII (1900), pag. 252. 
» — Notizblatt des Kôngl. Bot. Gartens und Museums zu Dahlem- 
Berlin—vol. VI (Spt. 1915), pag. 348. 
» — Ver tambêm os trabalhos dêste autor no Jahrbiicher de ENGLER, 


já acima citado. 
C. Rechinger: — Ergebnisse der Bot. Exp. der Kaiser. Akad. der Wiss. nach Siid- 
brasilien (1901) erste Hãlite des Bandes, pag. 246. 


Fred. Fedde: -— Repertorium Spec. Nov.—tôda a obra e todos os autores que ali 
foram transcritos. 


CAMBESSEDESIA, D. €. 


Camb. espora, D. €. var. chamaedrifolia, (SCHRANK. ET MART.) UGN. 
(CoenIaux, Flora Brasiliensis, vol. XIV, III, pag. 17). 


Museu Paulista: — UsSTERI: n.º 2358, Encontro da Reprêsa, 
em St. Amaro e em Vila Mariana, S. Paulo, em 20-4-05. 


Jardim Botânico: — s-A: 10832, Serra dos Viadeiros, 
Goiás, 9-12, do tipo — IDEM 1422, Moóca, S. Paulo, em 11-12 e — 
Frazão 10804, Barretos, S. Paulo, em 1917. 


Arbustinho campestre, de 20-40cm. de alt. parecido com .a 
Camb. ilicifolia, Tr. dela porêm distinguida pelos caules mais te- 
trágonos, revestimento mais esparso e folhas de base mais cordada. 
Ornamental, flôres amarello-áureas. Vulgo « Cinheirinho do Campo ». 


Camb. ilicifolia, TrIANA. 
(CocnNIAUX, ob. cit. pag. 18). 


Horto Oswaldo Cruz: — HoEHNE: n.º 2716, Poços de Cal- 
das, Minas, em 9-1-19 e 3746, idem, em 10-3-20; n.º 5088, Caeté, 
Minas, em 24-1-21, da var. setigera — G. GEHRT: n.º 3644, Rubião 
Meira, S. Paulo, em 16-2-20 — A, GEHRT: n.º 3147, Belo-Horizonte, 
Minas, em 2-919. Esta última bem caracterizada pelas folhas me- 
nores e caules basto-ferrugíneos — n.º 5958 (BRADE 5320), Saude, 
em 12-911 e n.º 5959 (BRADE 7448), Jundiaí, S. Paulo, em 21-3-919. 


Museu Paulista: — LórGREN: n.º 1, Sorocaba, S. Paulo, 
em 4-8-87 (det.) e 2337, Campo da Bocãina, em 1-4-94 (det.) — 
UsrERI: s-n, Jundiaí, 27-10-07 (det.) — C. DUARTE: n.º 134, Atibaia, 
em campo sêco, 8-00 e S-a: 45, Itu 20-10-97. Pertencentes às va- 
riedades genuina e integerrima. 


Comissão Rondon: — HoEHNE: n.º 6307, Caeté, Minas- 
Gerais, em 11-915. 
Jardim Botânico: — Campos PoRrTO: n.º 7964, Ouro 


Branco, Minas, 1916. 


Pequeno arbusto simples até basto-ramoso, de 20-40 cem. de 
alt. curto e basto áspero-piloso, folhas fasciculares, sésseis, de 
base arredondada ou ligeiramente cordada, esparso pilosas ou gla- 
bras, inteiras ou denticuladas; flôóres amarelas nas partes terminais 
dos ramos. Recomendável para jardins e parques. 


16 Melastomáceas 


Camb. Hilariana, D. €. var. lanceolata. 
(CocNIAUX, Ob. cit. pag. 21). 


Horto Oswaldo Cruz: — A. GEHRT: n.º 3148 Belo-Hori- 
zonte, Minas, em 3-919. — HoEHNE: n.º 5196, Ouro Branco, Minas, 
em 29-1-21. 


Jardim Botânico: — CAMPOS PORTO: 7968, Serra de Ouro 
Branco, Minas, em 12-16. 


Var. vulgaris. 


Museu Paulista: — LOFGREN: n.º 1051, Fortaleza, linha 
de Rio Claro, S. Paulo, em 22-11-88 (det.) — EDwALL: s-n. Morro 
Pelado, S. Paulo, em 1-01 (indet.). 


Jardim Botânico: — s-A: n.º 221, Rijo de Janeiro, em 6-10, 
Var. linearis. 


Museu Paulista: — ARS. PUTTEMANS: n.º 3658, Santa Rita 
de Passa Quatro, Minas, em 26-3-07, (dada como Camb. setacea, CGN.). 


Var. grandiflora. 
Horto Oswaldo Cruz: — HoEHNE: n.º 4939, Serra do Ga- 
rimpo, Cocais, Minas, em 13-1-21. 


Esta planta é geralmente prostrada e tem as folhas vermelhas 
no lado dorsal; vive nas grandes altitudes entre as pedras; as 
flôóres são vistosas e têm os pétalos na metade inferior amarelos 
e na superior vermelho-coccineas. As variedades são caracterizadas 
pela maior ou menor largura das folhas e revestimento. 


Camb. setacea, Can. 
(CoGNIAUX, ob. cit. pag. 23). 


Horto Oswaldo Cruz: — HOEHNE: n.º 4940, Serra do Ga- 
rimpo, Cocais, Minas, em 13-1-21. 


Jardim Botânico: — (LUETZELBURG 451), n.º 6242, Baia, 
Morro Alegre, em 24-10-12. 


Distingue-se da precedente especialmente pelas folhas mais 
estreitas, quási setáceas, de 5-8 mm. de comp. e 0,4-0,5 mm. de larg. 
e por ser mais erecta; flôres amarelas no centro e vermelhas 
para os bordos, de 8-10mm. de diâmetro, 


Chaetostoma, D. €. 


Chaetost. Glaziovii, Cen. var. rubella. 


(ConIAUX, ob. cit. pag. 30). 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. V 17 


Museu Paulista: — LOFGREN: n.º 2335, Campo da Bo- 
câina, Invernada do Pinhal, S. Paulo, em 1-4-94 (det. como La- 
voisiera chamaepitiys, NAUD. de que pode ser distinguida pelo ovário 
trilocular, cerdas do calyx, estames quási iguais e anteras não tu- 
biformis, além do tamanho e forma das folhas, ete.). 


Jardim Botânico: — CAmPos PorTO: n.º 5780 (ex 160 do 
col.) Itatiaia, 26-12-15. No material presente verifica-se, alêm das 
cerdas comuns do calyx da espécie, mais algumas sétulas. 


Arbustinho ramificado desde a base, na parte inferior despido 
e na superior basto-folioso, de 20-30 cm. de alt.; folhas triangulares 
até triângulo-lineares, agudas, de dorso arredondado e curvo, sés- 
seis e amplexicaules, margens inteiras, de 5-6 mm. de comp. e, na 
base, de 1-1,4mm. de larg. flôóres róseas, axilares nos extremos 
dos ramos, de 1,5-2cm. de diâm.; calya de segmentos tão longos 
quanto o tubo, inteiros ou ciliados nas margens, alternando com 
cinco dentes cerdosos a metade mais curtos que êles; estames 
quási iguais, anteras com conectivos longos e a metade mais curtos 
que os lóculos; ovário trilocular. 


Chaetost. pungens, D. €. 
(CogNIAUX, ob. cit. pag. 31). 


Horto Oswaldo Cruz: — n.º 5960 (BRADE 5319) 8. Cae- 
tano, 21-1-912. 


Museu Paulista: — UsTERI: s-n. Encontrado da Reprêsa 
de Santo Amaro e Vila Mariana, S. Paulo, em 29-5-05 (dada como 
Chaetost. armatum, Can. de que bem se distingue pelas folhas muito 
agudas e pungentes) — BRADE, s-n. S. Caetano, S. Paulo, em 21-1-12 
(det.). 


Pequeno arbusto multicaule, de 15-20cm. de alt. caules na 
base simples e despidos de folhas, na superior pluriramosos e qua- 
drifário-foliosos; folhas glabras triângulo-lineares, com margens ser- 
rilhadas e aculeadas calosas, ápice pungente e base amplexicaule, 
de 5-7 mm. de comp. por 0,1-1,8mm. de larg. 5-7-nervadas, a 
nervura central mais calosa e saliente que as demais; flôres roxas, 
nos extremos dos ramos, de 1,5-1,8cem. de diâm. calya glabro, 
no ápice, junto a base dos segmentos, coroado de uma roda de 
cerdas mais curtas que os segmentos igualmente agudos e ciliados, 
tão longos quanto o tubo; pétalos de 7-9 mm., estames pouco des- 
iguais, conectivo curto igual a um têrço do comp. das anteras, 
estas não lobulosas; ovário trilocular. 


Chaetost. Riedelianum, Can. 


(COGNIAUX, ob. cit. pag. 33). 


Comissão Rondon: — HoEHNE: n.ºs 2463-2465, Casa da 
Pedra, Linha Telegráfica de Cuiabá a Goiás, Mato-Grosso, 4-911. 


nz 


18 Melastomáceas 


Arbustinho de 30-40cem. de alt. bem ramificado, despido na 
parte inferior; ramos ascendentes; folhas triângulo-ovais, agudas 
e um tanto mucronadas, imbricadas e opostas em cruz, glabras, 
as superiores junto às flóres às vezes ciliadas ou denticuladas, 
de 4-5 mm. de comp. base amplexicaule de 1,5mm. de larg. pal- 
lido-verde amareladas, margens e dorso calosas e plurinervadas, 
rijas; flôres (ao cont. do afirmado na descrição) geralmente so- 
litárias, nos extremos dos ramos, de côr roxo-escura, de 2,5-3 em. 
de diâmetro; calyax glabro na parte inferior, na base dos segmentos 
ornado de duas filas de cerdas meio triangulares e agudas, de 
0,5-2 mm, de comp. segmentos de margens ciliadas ou serrilhadas 
de 4mm. e tubo de 3mm. de comp.; pétalos obovais, agudos, de 
1,5em. de comp.; ovário glabro, livre, no ápice distintamente 5-lo- 
bado, penta-locular. Quanto ao ovário, convêm frisar que na des- 
crição do género êle é dado como sendo sempre tri-locular e 
que na presente espécie existe portanto uma excepção. Seria me- 
lhor dizer-se na descrição do género: «Ovario 3-5-locular ». 


Microlicia, D. Dox. 


Microl. viminalis, TRIANA. 
(CocnIAUX, ob. cit. pag. 45). 


Jardim Botânico: — S-A: n.º 10822, Serra dos Pirineus, 
Goiás, em 8-892. 


Pequeno arbusto, de 30-50em. de alt. ramos ascendentes e 
folhas rijas e apressas, de margens curto-ciliadas e glandulosas; 
flóres terminais, de 3cem. de diâm.; calya glanduloso-piloso com 
segmentos mais curtos que o tubo, 


Todo o aspecto desta planta é mais de uma Lavoisiera ou 
Chaetostoma que de uma Microlicia, a forma dos estames, anteras, 
ovário súpero e trilocular, são, entretanto, do género em que foi 
colocada. 

Microl. Warmingiana, Can. var. glandulosa, HoEHNE (var. nov.). 

(COGNIAUX, ob. cit. pag. 47, para juntar). 

Dorso foliorum et calyce sparse setuloso-glandulosis. 


Horto Oswaldo Cruz: — HoEHNE; n.º 5209, Serra do Ouro 
Branco, Miguel Burnier em Minas, em 29-1-21. 


O exemplar que encontramos florido distingue-se do tipo da 
espécie exclusivamente pelo revestimento esparso do dorso das 
folhas e calya de cerdas alvas glandulíferas. 

Microl. pallida, Can. 


(Coentaux, ob. cit. pag. 49). 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I - fasc. V 19 


Comissão Rondon: — HOEHNE: n.º 2466 e 2467, Casa de 
Pedra, Chapada de Mato-Grosso, entre Cuiabá e Rio Manso, em 
4-911. 


Arbustinho rupícola ou dos campos limpos, de 30-50 cm. de 
alt., quási glabro e, quando sêco, verde esbranquiçado pálido; folhas 
ovo-lanceolares, sésseis, de margens ornadas com 1-6 longos cílios, 
no ápice terminadas em ponta cerdiforme, de 6-11 mm. de comp. 
e 1,5-3 mm. de larg., pouco patentes e trinervadas, duas vezes mais 
longas que os entrenós, esparsamente resinosas e impresso-pun- 
tuladas; flóres nos extremos dos ramos, roxo-claras; calyx esparso 
cerdoso, com cerdas mais longas na base e entre os segmentos, 
êstes duas vezes mais longos que o tubo, linear-acuminados e 
terminados em ponta aristada, gilabros ou no dorso com 1-3 cerdas; 
pétalos de apice agudo, de 7-9 mm. de comp.; estames amarelos. 


Microl. insignis, CHAM. var. genuina. 
(CoGnNIAUX, Ob. cit. pag. 50). 


Comissão Rondon: — HoEHNE: n.º 2413, Coxipó da Ponte, 
Cuiabá, Mato-Grosso, em 3-911. 


Pelo revestimento no dorso das folhas menores e mais es- 
treitas distinta das demais, 


Var. cearensis, (DUCKE). 
(Microl. cearensis, DUCKE). 


Jardim Botânico: — n.º 10841 (Ducke 15616) Bairro de 
Tocantins, Campina de Arumatena, Pará, em 4-1-15. (Dada como 
espécie nóva do colector). 


Esta planta afasta-se da forma típica da espécie principalmente 
pela ausência das cerdas que esparsamente ornam o calya na base 
dos segmentos do mesmo. Pelo único raminho que examinámos 
póde-se concluir que a planta é tambêm de pórte mais ramoso. 


Var. chloracea. 
(COGNIAUX, Ob. cit. pag. 49). 


Comissão Rondon: — HoEHNE: n.º 2414-2417, Coxipó da 
Ponte, Cuiabá, em Mato-Grosso, em 3-911. 


Arbusto multicaule ou singelo, caules na base despidos e mais 
ou menos castanhos, do meijo para cima multi-ramosos, ramos 
mais ou menos tetrangulares, glabros ou esparso cerdosos; folhas 
não imbricadas, indistintamente trinervadas e geralmente glabras, 
sésseis, oblongo-lanceolares, na base pouco atenuadas e ápice ter- 
minadas em longa aresta, margens denticuladas e ornadas de longas 
cerdas patentes e rijas, de 7-11mm. de comp. e 2-35mm. de 
larg., bastamente impresso-puntuladas; flôres nos extremos dos ra- 
mos, de côr roxa, de 2em. de diâm.; calyae quási glabro tendo 


20 Melastomáceas 


apenas esparsas cerdas sôbre o tubo e alguns mais longos na 
base e entre os segmentos, êstes ovo-acuminados mais longos que 
o tubo, terminados em ponta cerdosa; pétalos de 8-11 mm. de comp.; 
estames e ovário como em geral. 


Microl. insignioides, HOoEHNE (sp.nov.). 
(Intercalar depois do n.º 9 da Fl. Br. de MARTIUS, vol. XIV, III). 


Caudice crassa; caulibus pluribus sub-simplicibus, usque ad 
basin subsparse foliosis, prope apicem paullo ramosis; ramis subte- 
tragonis laxe setosis; foliis internodiis subdemidio brevioribus, sub- 
ovalibus, base subcordato-rotundatis, apice acuto longissime se- 
tulosis, marginibus serrato-ciliatis, sessilibus, dorso parce setulo- 
sis, 5-7 mm. longis et infra medium 4mm. latis; floribus purpureis, 
axillaribus terminalibusque, brevissime pedicellatis, solitariis vel 
approximatis subglomeratis; calyce sparse glanduloso-resinoso, tubo 
inferme, ad apicem et segmentis im dorso sparse setulosis, tubo 
3-3,5 mm. longo, segmentis paullulo longioribus apice longissime 
setulosis; petalis staminibusque eis Microl. insignis aequalibus. 


Comissão Rondon: — HoEHNE: n.º 2411 e 2412, Morro 
Podre, Chapada, Mato-Grosso, 3-911. Tábula n.º 1 fig. 1. 


Var. gracilis, HOEHNE. 


Caulibus simplicibus, 10-15cm. altis, folis minoribus, dorso 
glabris. 


Comissão Rondon: — HoEHNE: n.º 2410, Casa da Pedra, 
Chapada, Mato-Grosso, em 4-911. 


Esta planta tem grande afinidade com a Microl. insignis, CHAM. 
que tambêm trouxemos de Coxipó, Cuiabá; dela distingue-se prin- 
cipalmente pela forma e dimensões bem como revestimento das 
folhas e do calyax. Melhor seria talvez considerá-la variedade da- 
quela, mas, considerando que a forma das folhas e do calyax são 
tomadas como base para a separação das espécies e sabendo-se 
que êstes orgãos são de facto iguais nas variedades já apontadas 
mais acima, julgámos preferível separá-la desde logo come espécie 
definida. 

A variedade gracilis tem o caule sempre simples, de apenas 
10-15 cem. de alt., as suas folhas são menores e mais glabras. Os 
caules da forma típica, ao contrário, nascem em regra de um 
cáudice espêsso mais ou menos subterrâneo e parecem por isto 
ser ânuos e êste somente perene. Naturalmente ainda um resultado 
da adaptação ao meio, devido ao fogo que anualmente devasta 
as regiões em que ela vive. 


Microl. Clauseniana, CcN.? 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 54): 


Horto Oswaldo Gruz: — HoBHNE: n.º 4942, Serra do Ga- 
rimpo, Cocais, Minas-Gerais, em 13-1-21. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. V 21 


Arbustinho que pelas folhas e porte em geral bem combina 
com a descrição da espécie a que supomos pertencer, mas que 
infelizmente não está florido, 


Microl. isophylla, D. C. var. laxa, CHAM. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 63). 


Horto Oswaldo Cruz: — A. GEHRT: n.º 3146, Belo-Hori- 
zonte, Minas, em 2-19. — HogHNE, n.º 5087, Caeté, o Miguel Burnier, 
Minas, em 24 e 31-1-21. 


Arbustinho, desde a base escopariforme-ramoso, glabro e um 
tanto vernicoso e visciduloso, com ramos castanhos e folhas minus- 
culas, de apenas 3-5 mm. de comp. e 0,5-0,8mm. de larg., termi- 
nadas em ponta muito aguda; flôres róseas nos extremos dos ramos. 
Vulgo — « Vassourinha do Campo», nome que lhe foi dado pela 
disposição dos seus ramos e aspecto em geral. 


Var. latifolia. 


(COGNIAUX, Ob. cit. pag. 64). 


Horto Oswaldo Cruz: — HoEHNE: n.º 5163, Miguel Bur- 
mier, Minas, em 24-1-21 — n.º 5961 (BRADE 7449), Jundiaí, S. 
Paulo, 4-4-915. 


Distinguida do tipo pelas folhas um pouco mais largas. Igual- 
mente planta dos campos mais elevados de Minas. 


Microl. suborbicularifolia, HOEHNE (sp.nov.). 


(Intercalar depois, de n.º 36 da Secção Eumicroliciae da Fl. Br. 
de MARTIUS, vol. XIV, III). 


Frutex erectus, inferne simplice, infra medium altitudinem dense 
et trichotomo-ramosus, fere 100-150 em. altus; ramis subtetragonis, 
usque ad basin foliosis, glabris; foliis suborbicularibus vel obovato- 
ellipticis, internodiis subaquilongis, raro paullulo longioribus, uni- 
nerviis, sessilibus, supra medium ad margines crenulatis et apice 
abrupte obtuseque cuspidatis, non vel] indistincte et sparsissime 
resinoso-punctulatis, levissime glutinosis, saepius glaberrimis et pla- 
niusculis, fere 5-6 mm. longis et paullo supra medium 3-5 mm. latis; 
floribus purpureis, brevissime pedicellatis, axillaribus terminalibus- 
que, ad apices ramorum sublaxe dispositis; pedicello glabro, 1-2 mm. 
longo; calyce glabro et sparse resjnoso-furfuraceo, tubo campa- 
nulato fere 1,5-2 mm. longo latoque, segmentis anguste triangulari- 
bus, glaberrimis, quam tubum paullo longioribus, acuminatis et 
non cuspidatis nec setulosis; petalis subovato-oblongatis, acutius- 
culis vel subobtusjusculis, 5-6 mm. longis et 3mm. latis, purpu- 
reo-violaceis; staminibus inaequalibus, majorum filamenta capilla- 
ria, leviter flexuosa c. 2mm, longa et connectivo subaequilongo ; 
antheris non ultra 1 mm. longis et c. 0,5 mm. crassis; capsula tri- 
loculare, calyce persistente vestita, fere 2,5 mm. longa et 2mm, 
diametiente. 


22 Melastomáceas 


Horto Oswaldo Cruz: — HoEHNE: n.º 5017, Serra do Ca- 
raça, Minas-Gerais, em 18-1-21. Tábula n.º 1 fig. 2, 


Esta bela planta distingue-se das demais espécies conhecidas 
do género, pela forma das suas folhas, ramificação abundante e 
diâmetro das flôres, caracteres que em conjunto não se encontram 
em outra espécie. É arbustiva, com caule simples em sua base e 
muito ramoso acima do meio, atinge de 1-1,5m. de altura vege- 
tando entre e às vezes quási sôbre as pedras da serra citada, 
proximo à chacara do colégio. 


Microl. sulfurea, HogHNE (sp.nov.).. 
(Intercalar na Secção Eumicroliciae depois do n.º 37 da FI. Br.). 


Fruticolosa subfastigiatim di-trichotoma ramosissima, in parte 
denudata subarticulata, usque 1m. alta; ramis tetragonis, eglabris 
et dense elevatoque aureo resinoso punctatis et subfurfuraceis, as- 
cendentibus, apice subaequialtis; foliis ovatis vel ellipticis, erecto- 
patulis, carnosulis, apice acutis, basi levissime attenuatis et bre- 
vissime petiolatis, marginibus integerrimis, utrinque glaberrimis, cre- 
berrime elevato resinoso-punctatis, uni vel indjstincte irinervatis; 
floribus aurantio-sulfureis, breviter pedicellatis, solitariis, ad api- 
cem ramulorum terminalibus axillaribusque; calyce glabro, cre- 
berrime elevato-resinoso punctato, tubo campanulato tenuissime 
10-nervio, segmentis lineari-subulatis, acutissimis, basi remotius- 
culis, tubum brevioribus; petalis oblongo-obovatis, apice rotundatis 
non apiculatis; antheris ovoideo-oblongatis, Joculis rugulosis, apice 
breviter rostellatis, majoribus connectivo infra loculis longe pro- 
ducto, inferne ultra insertionem filamenti valde porrecto et dilatato 
truncato, minoribus brevioribus et minus porrectis; capsula tri- 
loculare, ovoide subglobulosa; semina matura fusco-pallida, oblon- 
cata minutissime foveolata. 


Jardim Botânico: — (LEO ZEHNTNER: n.º 260), n.º 6396, 
Sentocé, Baia, em 8-912. Tábula n.º 2 fig. 1. 


Arbusto ramoso de mais ou menos 1 m. de alt. com ramos quási 
de altura igual e por isto como que aparados no tôpo, glabros, 
tetrágonos revestidos de pontinhos elevados áureo-resinosos, mais 
tarde, quando despidos de folhas, um tanto acinzentados e cheios 
das cicatrizes das últimas. Folhas pequenas, sôbre pecíolos curtos 
de imm. de comp., limbo carnoso, uni-raro indistintamente tri- 
nervado, oval ou eliptico, na base um tanto atenuado ou arredondado 
e no ápice mais ou menos obtuso, margens inteiras, em ambas as 
faces bastamente recoberto de pontinhos áureo-sulfurósos elevados, 
ao todo de 3-4mm. de comp. por 1,5-2mm. de larg. Flôres soli- 
tárias, axilares e terminais, amarelo-sulfúreas, sôbre pedicelos de 
1-2mm. de comp.; calyax glabro e basto resinoso, amarelo-sulfúreo 
elanduloso, tubo campanulado de 2,5 mm. e segmentos folgados entre 
as bases, de 1,5 mm. de comp., estreitos é agudos; pétalos obovais, 
de ápice arredondado, amarelo-sulfúreas, de 5 mm. de comp. e 3 mm, 
de larg.; estames desiguais, os maiores de conectivo longo ou 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I - fasc. V 23 


mais comp. que as anteras, na base longamente projectado alêm 
da inserção do filamento e, nesta parte, um tanto dilatado, os 
menores de conectivo mais curto e menos projectado; anteras 
ovóideo-oblongadas, curto rosteladas, com os lóculos rugosos, de 
pa, de comp.; ovário glabro, trilocular; cápsula trivalvada, de 

2,9 mm. de comp.; sementes fusco-claras, ténuemente foveoladas. 

As flóres de côr amarela e de apenas 1 em. em diâmetro, o 
porte interessante da planta, como o revestimento resinoso ama- 
relado em tôdas as suas partes vegetativas e reprodutivas, o diá- 
metro das folhas e demais detalhes. florais constituem os PDS 
caracteres desta interessante espécie baiana. 


Microl. doryphylla, NAUD. 


(CoGNIAUX, ob. cit. pag. 74). 


Jardim Botânico: — (Campos PoRrTO 415), n.º 7962, Es- 
perança, Minas-Gerais, em 1916. 


Pequeno arbusto campestre, basto-ramoso, glabro, de folhas 
e ramos bem como sôbre o calyx glanduloso; folhas elípticas e 
impresso-puntadas, sésseis; calyx, às vezes, esparso pubérulo; co- 
rola de 16-18mm. de diâm., roxa. 


Var. puberula, NAUD. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 75). 


Horto Oswaldo Cruz: — HogHNE: n.º 5092, em Caeté, 
em 24-1-21 e n.º 5139, em Miguel Burnier, Minas-Gerais, em 
eme tai 


Museu Paulista: — LOFGREN: n.º 1575, Batatais, S. Paulo, 
em 20-12-89 (det.). 
Comissão Rondon: — HOEHNE: n.º 2455-2460, Coxim, Ma- 


to-Grosso, em 5-911. 


Distingue-se esta variedade da precedente pelo revestimento 
hirto-pubérulo em tôdas as partes vegetativas, especialmente dos 
ramos, e pelos segmentos calicinos um pouco mais curtos que o 
tubo e pétalos um tanto menores. 


Microl. parvifolia, NAUD. var. viscosa, NAUD. 
(CoenIAUX, ob. cit. pag, 74). 


Museu Paulista: — LóFGREN: n.º 2336, Bocâina, Inver- 
nada do Pinhal, S. Paulo, em 1-4-94 (det.). 


Arbustiva, pequena, de ramos e folhas glabras e um tanto ver- 
nicosas, as últimas sésseis, impresso-puntuladas, de 3-4mm. de 
comp. e 1-1,5mm. de larg., uninervuladas; flôres nos extremos 
dos ramos, sôbre pedicelos de 1-2mm. de comp., roxo-pálidas, de 
1,3-1,5 cm. de diâm.; calysx glabro, um pouco vernicoso ou resinoso- 
glanduloso, tubo de 2-25 mm. e segmentos de 1,5 mm. de comp.; 


24 Melastomáceas 


pétalos róseos, de 7-8 mm. de comp.; estames e ovário como nas 
demais espécies da secção. 


Microl. Riedeliana, Can. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 80). 


Horto Oswaldo Cruz: — HoErHNE: n.º 4963 e 4977, Serra 
do Garimpo, Cocais, em Minas-Gerais, em 13-1-21. ; 


Arbustinho erecto, na parte superior pluri-ramoso, com folhas 
e caule glabro, êste último roliço e as primeiras quadrifariamente 
dispostas e viscosas, tênuemente resinoso-puntuladas. 

O exemplar de n.º 4977 era de crescimento um tanto prostrado 
e tem, alêm disto, as folhas mais viscosas ou vernicosas, ignorando 
nós se isto é apenas o resultado de qualquer acidente ou mesmo 
característico de uma variedade, 


Microl. cuneata, NAUD.? 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 87). 


Horto Oswaldo Cruz: — HOEHNE: n.º 5208, Serra do Ouro 
Branco, Miguel Burnier, Minas-Gerais, em 29-1-21. 


Ficamos em dúvida a respeito da identidade desta planta por 
nos parecerem um pouco pequena as folhas do exemplar presente. 


Microl. euphorbioides, MART, e variedades, 


(CoGNIAUX, Ob. cit. pag. 97, etc.). 


Museu Paulista: — LÓFGREN ET EDWALL: n.º 2027, Fran- 
ca, em 3-1-93, vale húmido; pertencente à variedade brevifolia, 
(det.) — n.º 2026 da mesma procedência, mesma data e mesmos 
autores (det. como sendo Microl, neglecta, CGN.). Para convencer- 
nos de que neste caso não se trata positivamente de Microl. ne- 
glecta, CGN. é bastante que consideremos que as folhas tem 2em., 
de comp. e que a planta não é resijno-glandulosa-hirta e que os 
pétalos têm apenas 5-6 mm. de comp. por 3-4mm. de larg., quando 
na espécie citada êstes ultimos são descritos como tendo 11-13 mm. 
e de côr purpúrea, quando aqui são alvos ou róseo-pálidos. 


Comissão Rondon: — HoEHNE: n.º 2526-2529, Coxipó da 
Ponte, Cuiabá, Mato-Grosso, em 3-911 e n.º 1450, 1456 e 1459, 
Tapirapuan, em Mato-Grosso, em 3-09, n.º 5466, Juruena, Mato- 
Grosso, em 12-911. — n.º 6856, Sabará, Mimas-Gerais, em 1-16. Esta 
última da variedade ionantha, MART. 


Jardim Botânico: S-A. e S-ind, n.º 821. — n.º 10827 (n.º 
dd s-a.) Serra dos Pirineus, Goiás, em 12-92 (dada como Microl. 
tomentella, NAUD.), pertencente à variedade setosa. 


É um arbusto muito ramoso que aparece nos campos mais sujos, 
com folhas sésseis, de ápice arredondado e um pouco atenuadas 
para a base, às vezes tambêm ligeiramente aguçadas no ápice, 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. V 25 


em ambas as faces impresso-puntuladas e como o caule e os ramos 
recobertas de pêlos finos e esbranquiçadas; flôres nos extremos 
dos ramos, de 1,5cm. de diâm., arroxeadas. 

Na variedade brevifolia as folhas são de 10-16 mm. de comp. 
e 5-6mm. de largura e têm o ápice mais ou menos obtusado, 
sendo em ambas as faces curto hirto-pubérulas. Arbustos de 
50-100 em. de alt. 

A variedade ionantha, MART. distingue-se pelas flôres quási 
alvas e folhas mais agudas e base mais atenuada, de 15-30 mm. de 
comp. Também as flóres não excedem a 1 cem, de diâm. 

Das espécies dêste género esta é uma das mais frequentes em 
todo o Brasil. Prefere, como já dissemos, os campos mais cerrados, 
às vezes pedregulhentos, 


Microl. humilis, NAUD. 


(COGNIAUX, Ob. cit. pag. 101). 


Museu Paulista: — LórGREN: n.º 1110, Serrito, Arara- 
quara, S. Paulo, em 30-10-88 (det.). 
Comissão Rondon: — HoEHNE: n.º 1828, Juruena, Mato- 


Grosso, em 5-909, em campo húmido. Já citada na Parte III, da 
Botânica, da Comissão Rondon. 


Jardim Botânico: — (TOLEDO: n.º 575) n.º 2037, Itirapina, 
S. Paulo, em 4-13, 


Planta pequena sub-herbácea dos brejos e dos campos mais 
húmidos, de caule e folhas glanduloso-pubérulas, estas sésseis e 
ovo-cordiformes, margens serrilhadas, de 6-10mm. de comp. Al 
tura total da planta 10-20 em., flôres roxo-claras, nos extremos dos 
ramos, de 15mm. de diâm. 


Microl. polystemma, NAUD. 
(CocNIAUX, ob. cit. pag. 102). 


Museu Paulista: — EDwALL: s-n. Morro Pelado, S. Pau- 
lo, em 1-01 — LórgRrEN, n.º 808, Colónia, em 30-7-88 (det. como 
Micr. vestita, D. 0.) — IDEM, n.º 1052, da mesma procedência, em 
22-11-88 (det. como Microl. fulva, CHAM. var. Martialis, CGN.). 
Tanto Morro Pelado como Colónia são pontos que ficam na linha 
para o Rio Claro. 


Os exemplares enumerados representam varias idades da es- 
pécie, têm um caudice espêsso e muitos caules ascendentes e pouco 
ramificados em sua parte superior; folhas ovo-acuminadas, no dorso 
e nas margens basto-setulosas, sésseis, indistintamente trinervu- 
ladas, de 5-6mm. de comp., na face superior glabras ou quási 
elabras; flôres nos extremos dos ramos, de côr roxa, de 1,5em. 
de diâm. As folhas, alêm de setuloso-hirsutas, são recobertas de 
pequeníssimas impressões puntiformes transparentes. Embora bas- 
tante variável, esta espécie tem as folhas e o revestimento cara- 
terísticos. 


26 Melastomáceas 


Microl. graveolens, D. O, 
(CoGNIAUX, ob. cit. pag. 103). 


Horto Oswaldo Cruz: — HoEHNE: n.º 5202, Serra do Ouro 
Branco, Minas, em 29-1-21. 


Esta planta, que, pela côr das folhas e forma das inflores- 
cências, faz lembrar da Microl. decussata, NAUD, distingue-se da 
mesma pela forma mais ovalada e cordada das folhas, pelo re- 
vestimento piloso, serrilhado das margens das mesmas, e, logo à 
primeira inspecção, pelo aroma peculiar e bastante agradável que 
desprende em estado exsicado ao mais leve contacto. É, como 
aquela citada, natural dos campos elevados de Minas e outros 
estados centrais do Brasil. 


Microl. decussata, NAUD. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 108). 


HortoOswaldo Cruz: — A. GEHRT: n.º 3149, Morro-Velho, 
em Minas-Gerais, em 12-918 — HoEHNE, n.º 4943, Serra do Gas 
rimpo, Minas-Gerais, em 13-1-21. 


Comissão Rondon: — HoEHNE: n.º 6310 e 6311, Caeté, 
Minas-Gerais, em 1-915. “ 


Arbustinho de caules desenvolvidos sôbre um cáudice comum, 
mais ou menos ramificados na parte superior e despidos e acinzen- 
tados na inferior, de 30-60 cm. de alt.; folhas ovais até ligeira- 
mente lanceoladas, base arredondada e um tanto atenuada e ápice 
obtusiúsculo ou agudo, 1-3-nervuladas, de 5-8mm. de comp., por 
1-2mm. de larg. como os ramos, bastamente pilosas; Íflôres nos 
extremos dos ramos, roxo-escuras, de 1,5 cm. em diâmetro; calya 
com segmentos tão longos quanto o tubo, piloso; pétalos de 7-8mm,, 
por 3-4mm.; estames, os majores com anteras roxas e os menores 
com elas amarelas, as primeiras com conectivo alongado abaixo 
da inserção do filamento e ali alargado, de cor amarela, as úl- 
timas com êste mais curto; as anteras costumam, tambêm ser tran- 
sversalmente enrugadas. 


Microl. fulva, CHAM. 
(CocnIAUx, ob. cit. pag. 109). 


Jardim Botânico: — CAPANEMA: n.º 831, s-ind. — S-A. n.º 
223, Tijuca, Rio de Janeiro Junho de 1910. Esta última em dúvida, 
pela deficiência do material. 


Pequeno arbusto de 40-70 cem. de alt. inferiormente singelo e 
despido e superiormente ramoso e basto-folioso; ramos hirto-to- 
mentulosos; folhas elípticas até ob-ovais, tambêm hirto-piloso-glan- 
dulosas, sésseis, de 5-8mm. de comp. e 3-5 mm. de larg.; Íflôres 
axilares e terminais nos extremos dos ramos, sôbre pedicelos de 
4-9 mm. de comp., ao todo de 15mm. em diâmetro. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. V 2 


Var. Martialis. 


(CoenNIAUX, ob. cit. pag. 110). 
Horto Oswaldo Cruz: — HoEHNE: n.º 4842, Miguel Bur- 
nier, em 30-1-21 e n.º 5138, Serra do Garimpo, Minas, em 13-1-21. 


Alêm dos caracteres acima apontados, esta espécie distingue-se 
facilmente de entre as demais afins, pelas flôres longo-pediceladas. 


Microl. cardiophora, NAUD. 


(CoGNIAUX, ob. cit. pag. 110). 


Museu Paulista: — A. PUTTEMANS: n.º 3659, Santa Rita 
de Passa Quatro, Minas, em 26-3-97 (det. como Microl. cordata, 
CHAM.). 


Arbustinho de até im. de alt. com folhas elíptico-orbiculares, 
base um pouco cordada e ápice obtuso-arredondado, sésseis e tri- 
nervuladas, como o caule e ramos, em ambas as faces curto to- 
mentulosas, de 8-12mm. de comp. e pouco menor larg. as supe- 
riores sempre muito menores; flôres abundantes nos extremos dos 
ramos, roxas e de 12mm. em diâmetro; calyz pouco mais de 
2mm. de comp. no tubo e outro tanto nos segmentos, tomentuloso 
e impresso-puntulado como as folhas; pétalos de ápice agudo, de 
5-7mm. de comp. e 3mm, de larg.; estames e ovário como nas 
espécies do género em geral. Na descrição encontram-se ligeiras 
discrepâncias. 


Microl. cordata, CHAM. 

(COGNIAUX, Ob. cit. pag. 111). 

Horto Oswaldo Cruz: — HoEHNE: n.º 4979, Serra do Ga- 
rimpo, Cocais, Minas-Gerais em 13-1-21 e n.º 5162, Miguel Burnier, 
idem, em 27-1-21. 

Jardim Botânico: — S-A: n.º 222, Tijuca, Rio de Janeiro, 
s-data. 

Esta espécie distingue-se da precedente por ter as folhas mais 


estreitadas para o ápice, isto é, mais ovais e na base mais cor- 
dadas; é, porêm, facilmente confundida com ela. 


Microl. pilosissima, (Can. 


(CocNIAUX, Ob. cit. pag. 116). 


Museu Paulista: — Dr. ORVILLE A. DERBY: n.º 3906, Dia- 
mantina, 4-98. 


Trata-se de apenas um fragmento da planta, ponta de um ramo 
com algumas flôres. A espécie é, porêm, bastante bem caracteri- 
zada pelas folhas de base e ápice arredondado e pelo revestimento 
hirto e glandulígero, que, no calyx, é especialmente basto, os 
segmentos do calya mais curtos que o tubo, etc. 


28 Melastomáceas 


Microl. fasciculata, MART. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 116). 


Museu Paulista: — LOFGREN: n.º 2060, Franca, S. Paulo, 
em 6-1-93 — LOFGREN ET EDWALL, n.º 2114, do mesmo logar, em 
12-1-93 (dada como Microl. fulva, CHAM. de que é distinguida pelos 
segmentos do calyx mais curtos que o tubo) — LóFGREN, n.º 981, 
Campo, Feijão, perto de Rio Claro, em S. Paulo, em 1-10-88 (tambêm 
dada como Microl. fulva, CHAM.). 


Comissão Rondon: — HOEHNE: n.º 6317 e 6318, Lagoa 
Santa, Minas-Gerais, em 11-915. — Este exemplar tinha 40 em. de 
alt. e possui as flôres muito aglomeradas quási fasciculadas. 

Jardim Botânico: — (CaMPos PoRTO: 455), n.º 7977, Es- 


perança, Mimas-Gerais, em 1916 — (LUETZELBURG, 1570 e 1573), 
n.º 6059, Rio Preto, Goiás, em 4-12 (material sem órgãos de re- 
produção). 


Arbusto de variável aspecto, em regra de 20-60 cm. de alt. 
e muito ramificado alêm de basto-folioso na metade superior e às 
vezes mesmo até perto da base; folhas ovo-cordiformes, sésseis, de 
5-9mm. de comp. por 3-5mm, de larg. pubérulas, trinervuladas; 
flóres roxo-claras, às vezes muito aglomeradas e quási fasciculadas 
nos extremos dos ramos e axilas das folhas, de 1,5em. de diâm.,; 
ovário tetra-locular; anteras como em geral no género. 


Microlicia Bradeana, HogHNE (sp.nov.). 


(Sp. nov. ex sect. III — Euwmicroliciae S 2, B, post n.º “1 im- 
serenda est). 


Fruticulosa, irregulariter ramosa; ramis tetragonis, sparse bre- 
vissimeque hispido-pilosis, saepius usque ad basin laxiuscule fo- 
liosis; foliis in genere sat magnis, sessilibus, plauis, rigidiusculis, 
ovato-oblongatis, apice acutis, inferne attenuatis, margine brevissime 
tenuiterque serrulato-ciliatis non punctulatis, supra glabris et subtus 
praecipue ad nervos sparse hispislulo-pilosis vel setulosis, omnino 
inconspicuo lutescentibus, tri- raro indistincie pentanerviis, nervulis 
secundariis nullis; floribus purpureis, sessilibus vel ad apicem ra- 
morum brevissime pedicellatis, solitariis vel subcorymboso-aggre- 
gatis; calyce brevissime sparsissimeque setuloso, tubo anguste cam- 
panulato ad faucem brevissime annulato incrassato et minute se- 
tuloso, segmentis anguste triangularibus subsubulatis, apice setulosis, 
margine minute hispidis, tubo aequilongis; petalis obovatis, apice 
rotundatis, brevissime mucronatis, glabris; staminibus paullo imae- 
qualibus, glabris, antheris oblongis, apice breviter rostellatis, ma- 
jorum connectivo ultra insertionem filamentum distincte producto 
basi dilatata et subtruncata, minorum connectivo vix prominulo; 
ovario distincte triloculare; stylo glabro, 


Museu Paulista: - BRADE: 6065, Moóca, S. Paulo, em 
23-2-912, com o rotulo Trembleya Bradeana, NORDLIND. Tábula 2, 
fig. 2 parte 6065-B. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. V 29 


Ao DR. NORDLIND escrevemos a respeito desta planta e êle 
garantio-nos não ter descrito esta espécie, apezar de a ter reco- 
nhecido como nova. 


“Pequeno arbusto erecto, irregularmente ramificado, de 30-60 em. 
de altura; caule e ramos tetrágonos, esparso e curto setulosos, quási 
até a base Jaxo-foliosos; folhas grandes para o género, quando sêcas 
verde amareladas, erecto-patentes, sésseis, tri- raro ponta-nervu- 
ladas, sem nervuras transversais ou secundárias, ápice agudo e 
base atenuada, margens tênuemente serrilhadas e cilioladas, na 
face superior glabras e na dorsal, especialmente sôbre as nervuras, 
curto e esparso setulosas, de 1-1,5cem. de comp. e 3,5-5 mm. de 
larg.; flôres roxas, axilares e terminais, sésseis ou curto-pedicela- 
das nos extremos dos ramos, geralmente solitárias ou aos pares; 
calyx esparso e curto setuloso, de tubo estreito campanulado, na 
fauce um pouco espessado e às vezes munido de pequenas cerdas 
um pouco mais grossas em sua base e tão longo quanto os segmentos, 
êstes estreito-triangulares, aciculares, levemente setulosas em suas 
margens e terminados em ponta aristada aguda, ao todo de 4,5 mm. 
de comp.; pétalos obovais, no ápice arredondados e tênuemente 
mucronados, roxos, de 1 em. de comp. por 7mm. de larg. na parte 
superior; estames glabros, pouco desiguais; anteras oblongadas; 
ápice curto rosteladas, as maiores com conectivo bem prolongado 
e dilatado abaixo da inserção do filamento e as menores com êle 
pouco projectado e menos dilatado nesta parte; pistilo mais curto 
que os filamentos dos estames, glabro e não espessado em seu 
ápice. 

Pelo seu aspecto e porte esta planta lembra de facto muito 
das Tremblegyas, com que foi confundida pelo DR. NORDLIND, mas 
pelo ovário trilocular e forma das anteras deve ficar entre as Ma- 
“crolicias. Entre as espécies dêste género ela se coloca naturalmente 
perto de Microl. trembleyformis, NAUD., de que se distingue pelas 
folhas sésseis e não venuladas transversalmente e pelo revesti- 
mento em geral, que não é furfuráceo, mas sim setuloso. 


Trembleya, D.(. 


Tremb. parviflora, Can, 
(CoGnIAUX, Ob. cit. pag. 127). 


Horto Oswaldo Cruz: — HoEHNE: n.º 342, Butantan, em 
16-7-17; — idem, n.º 355, da mesma procedência, em 23-7-17; — 
idem, n.º 2017, Poços de Caldas, Minas, em 1-18; — Campos No- 
vAES, s-n. Poços de Caldas, Minas, ofer. em 5-18; — A. GEHRT, 
n.º 4156, na Estrada do Jaguaré, S. Paulo, em 2-6-20: — HOEHNE, 
n.º 5472, Pico do Jaraguá, S. Paulo, em 24-4-21, — n.º 5962 (BRADE 
6054 e 6821) Jaraguá e Moóca, em 21-3-16 e 6-915. 


Museu Paulista: — USTERI: n.º 32, Vila Mariana, 26-8-06 
(det.); — LOFGREN, n.º 2203, S. João da Bôa Vista, 5. Paulo, em 


30 Melastomáceas 


7-6-93 (det.); IDEM, n.º 3996, Campos do Jordão, S. Paulo, colhida 
com o n.º 8997, em 28-8-98; — IDEM, n.º 557, Rio Claro, S. Paulo, 
em 28-5-88. Estão representadas neste material as variedades par- 
vifolia e triflora. 


Jardim Botânico: — (ToLEDO n.º 506), n.º 2012, Morro 
do Jaraguá, S. Paulo, em 3-13; — FRraAZÃo, n.º 10768 e 10783, 8. 
Paulo, sem mais indicações, 1917. 


Arbusto de 2-3 metros de alt.; folhas lanceolares, pecioladas, 
mais ou menos glabras por cima e deprimido pubérulas ou to- 
mentulosas no dorso, às vezes um pouco viscidulosas; flôres róseo- 
claras, em cimos axilares na parte terminal dos ramos; anteras 
dimorfas, tendo umas o conectivo com apêndice espêsso projectado 
abaixo da inserção dos filamentos estaminais e curvado para cima 
e outras com êste apêndice quási imperceptível. 

No pico do Jaraguá, S. Paulo, onde encontrámos a espécie em 
princípios de 1921, ela ocupa uma grande extensão acima das 
pedras e entre estas nos pontos mais elevados da serra, atingindo 
apenas 30-50 em. de altura. 


Trembl. phlogiformis, D. O. e variedades, 
(COGNIAUX, Ob. cit. pag. 131-133). 


Horto Oswaldo Cruz: — HoEHNE: n.º 3747, Poços de Cal- 
das, Minas, em 10-3-20 e IDEM, n.º 2723, da mesma procedência, 
em 9-1-19. Estes da variedade ramosissima, — HOEHNE, n.º 3097, 
Araçá, S. Paulo, em 22-3-19; — IDEM, n.º 1248, Butantan, S. Paulo, 
em 8-1-18; — IDEM, n.º 5093, Miguel Burnier, Minas-Gerais, em 
1-21. Estes restantes da var. genuina — n.º 5963 (a 5818) 
Vila Prudente, S. Paulo, 21-1-912. 


Museu Paulista: — UsTERI: n.º 25, Jaraguá, S. Paulo, 
em 1-2-07, da var. stachyoides — LUEDERWALDT, sn. Ipiranga, 8. 
Paulo, em 1-07, da var. latifolia, — LOFGREN, n.º 2332, Campo da 
Bocâina, S. Paulo, em 31-3-94 (det.) da var. ramosissima; — idem, 
n.º 2174, Franca, em 16-1-93 da var. ramosissima; — idem, n.º 
3435, Morro do Hilário Córrego Alegre, S. Paulo, em 8-1-97, ainda 
da mesma variedade, porêm pêlo colector, dada como pertencente à 
var. quinquenervis. 


Comissão Rondon: — HoEHNE: n.º 2509-2513, Coxim, sul 
de Mato-Grosso, em 6-911. Da variedade genuina, distinguida porêm 
pelas flôres alvas e anteras amarelas; — IDEM, n.º 6783 e 6784, Sa- 
bará, Minas-Gerais, em 1-916. 


Jardim Botânico: — (LOFGREN n.º 432), n.º 3967, Retiro, 
S. Paulo, em 26-10-09, da var. parvifolia — FRAZÃO, n.º 10808, 
Barretos, S. Paulo, em 12-17. 


Esta bela espécie, com suas múltiplas variedades e formas, apa- 
rece em quási todo o Brasil, vive de preferência nos campos 
limpos e mais altos; distingue-se logo à primeira vista pelo porte 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. 1-fasc. V 31 


gracioso e folhas e ramos mais ou menos glutinoso-pilosas e um 
tanto pegajosas, que deixam uma mancha amarelada no papel 
em que se prepara. Raro atinge mais de 30-70 em. de alt. podendo 
ser de caule simples, ramoso desde a base ou só na parte su- 
perior, conforme as variedades em que se subdivide a espécie; 
as folhas são sésseis e um tanto oblongadas, depois de exsicadas 
geralmente amareladas, 3-5-nervuladas e as flóres aparecem nos 
extremos dos ramos, são roxo-claras e têm de 2-2,5cm. em diá- 
metro. É uma plantinha que valeria a pena ser introduzida nos 
parques e jardins das cidades mais serranas e de clima mais 
ameno. 


Lavoisiera, D. €. 


Lavois. pulcherrima, D. C. var. major. 
(CoGNIAUX, ob. cit. pag. 138). 


Horto Oswaldo Cruz: — HOoEHNE: n.º 4962, Serra do Ga- 
rimpo, Minas-Gerais, em 13-1-21. 


Arbusto de 2-3 metros de alt. pouco ramoso e virgado; folhas 
verde escuras, sésseis, lânceo-oblongadas, com 5-6 em. de comp. 
e 1,5-3 cm. de larg. quadrifariamente dispostas dando a planta o 
aspecto de uma Araucaria; flôres terminais, roxo-claras a prin- 
cípio e mais tarde roxo-escuras, de até 10cm. em diâmetro; an- 
teras áuneas e dispostas unilateralmente em forma de um diadema. 
É, incontestâvelmente uma das plantas serranas mais ornamentaes 
da nossa flora e que bem mereceria as honras de figurar ao 
lado das nossas roseiras e mamnacás dos jardins, 


Lavois. Riedeliana, Can. 
(CoGNIAUX, Ob. cit. pag. 141). 


MuseuPaulista: — LOFGREN ET EDWALL: n.º 2078, Franca, 
S. Paulo, em 7-1-98. (Dada como sendo Lavois. grandiflora, NAUD.). 


Arbusto glabro, de folhas algo viscidulosas e vernicosas, de 
1-1,5m. de alt. estas últimas sésseis, ovo-oblongadas, amplexicaules 
e agregadas, de 3-5 cm. de comp. e 1,5-2 cm. de larg. 3-5-nervuladas 
“um tanto patentes como as da espécie precedente; flôres nos ex- 
tremos dos ramos, que em geral são as partes vestidas com as 
folhas, de 5-6cm. em diâmetro e 6-meras; calyx com segmentos 
triangulares, persistentes, agudos; pétalos 6, ob-ovais, quási espatu- 
lares, de 3cm. de comp. e 1,5-2cm. de larg.; estames 12, alter- 
nando desiguais; cápsula relativamente grande emcimada pelo calya 
persistente, esparsamente setulosa. 

Da Lavois. grandiflora, NauD. do Estado de Goiás, com que 
foi confundida, afasta-se esta espécie especialmente pela forma 
dos segmentos calicinos, 


EV. Melastomáceas 


Lavois. alba, D. €. 
(COGNIAUX, Ob. cit. pag. 143). 


Horto Oswaldo Cruz: — A. GEHRT: n.º 3150, Pico da 
Serra, Belo-Horizonte, Minas em 3-919; — HOoEHNE, n.º 5195, en- 
costa da Serra de Ouro Branco, lado de Miguel Burnier, Minas- 
Gerais, em 29-1-21. 


Pequeno arbusto de mais ou menos um metro de alt. caule 
dicótomo-ramoso, na parte inferior despido de folhas e geralmente 
um tanto amarelado e noduloso, na superior e ramos, basto-folioso 
e distintamente tetrágono até quási tetra-alado; folhas bastas e 
patentes, como nas espécies precedentes, elíptico-ovaladas, sés- 
seis, glabras, com 3-7 nervuras pouco distintas, de 3-5em. de 
comp. e 1,5-2em. de larg.; flôres terminais, geralmente solitárias, 
alvas, de 5em. em diâm., anteras amarelas. Como as precedentes, 
muito decorativa, porêm distintamente xerófila. 


Lavois. australis, NAUD. 
* (CognIAUX, Ob. cit. pag. 150). 


Museu Paulista: — LOFGREN ET EDWALL: n.º 2426, Cam- 
pos da Bocâina, Invernada do Pinhal, 14-4-94 (det.). 


Arbusto um tanto herbáceo, de 2-3 dm. de alt. com folhas sés- 
seis e amplexicaules, ovais, glandulosas ciliadas nas suas margens 
e esparso piloso-glandulosas no dorso, de 1-1,8cm. de comp., 
pálido amarelado-esverdeadas; flóres nos extremos dos ramos, so- 
litárias ou em grupos de até 3, de côr rósea e de 3em. de 
diâmetro, 5-6-meras; calyax esparso glanduloso-piloso, de segmentos 
ovo-triangulares, glanduloso-pilosos; pétalos ob-ovo-espatulares, de 
14-15mm. de comp.; estames muito desiguais, os cinco maiores 
com anteras de conectivos muito mais longos. 


Lavois. Bergii, CGnN. 
(COGNIAUX, Ob. cit. pag. 154). 


Museu Paulista: — ORVILLE DERBY: n.º 3907, Diaman- 
tina, Minas, em Maio de 1898; — Esta planta (indet. na col.), acha- 
va-se junta com um pedaço da Lavois. cataphracta, D. U. 


Jardim Botânico: — n.º 1154 (CAPANEMA) s-ind. 


Pequeno arbusto, com folhas oblongo-ovaladas, muito imbri- 
cadas, margens caloso-espessadas e curto ciliadas, com uma ner- 
vura central revestida com algumas cerdas esparsas; flôres roxas, 
de 2,5 cm. em diâmetro; calyx concrescido até ao meio com o ová- 
rio, por fora, nesta altura, glanduloso-piloso, segmentos ovais, curtos 
um tanto avermelhados e quási inteiros ou curto ciliados em suas 
margens. Este último caracteristico distingue-a bem da Lavois. ca- 
taphracta, D. C. com a qual fora juntada pelo colector. A altura 
total da planta vae de 50-180 em. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. V 33 


Lavois. Glazioviana, Cn. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 157). 


Horto Oswaldo Cruz: — G. GEHRT: n.º 3718, Curitiba, 
Paraná, 17-1-20. 


Subarbusto ramoso, de 20-30cm. de alt. glabro, com folhas 
ciliadas nas margens e cerdosas no dorso, sésseis, agudas, de 5-8 mm. 
de comp. por 3-4mm. de larg.; flôres terminais, de 2cem. de diá- 
metro; calyx esparso piloso-glanduloso, segmentos de 6 e tubo de 
mm. de comp.; pétalos roxo-escuros, de to- 12mm, de comp.; an- 
teras 6, amarelas, com conectivos curtos e não dilatados em sua 
base e 6 roxas, com êles longos e dilatados abaixo da inserção 
dos filamentos. 


Lavois. cataphracta, D. €. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 159). 


Museu Paulista: — ORVILLE DERBY: 3907, Diamantina, 
Minas, em Maio de 1898. Junta com a Lavois. Bergii, CGN. supra 
citada. 


Distinguida da espécie a que se achava reunida, pelos segmen- 
tos calicinos mais longos e escariosos de margens ciliadas e pé- 
talos de até 17 mm. de comp. 


Lavois. itabirana, HOEHNE (sp.nov.). 
(Sp. nov. ex sect. cataphractae, II, post 36 inserenda est). 


Fruticulusa satis ramosusa; ramis subtetragonis, e basi ad apicem 
foliosis, flavo-cinereis, densiuscule breviterque elaní duloso-hirtellis ; 
foliis internodiis aequantibus vel paullulo longioribus, rigidiusculis, 
sessilibus, base brevissime attenuatis et amplexicaulibus, ovatis, 
apice acutis, 3-5-nervatis, margine levissime serrulatis vel ciliato- 
glandulosis, dorsaliter sparse breviterque glanduloso-hirtellis, intus 
praecipue summis glabris vel ad margines brevissime hirtellis, flo- 
ralibus satis imbricatis et magius ovatis, intus glaberrimis; floribus 
6-meris, violaceis, ad apices ramulorum solitariis sessilibusque folis 
subinvolucratis; calyce densiuscule breviterque glanduloso-ciliato 
et setuloso, tubo campanulato superne dilatato, segmentis lmeari- 
acutis tubum subduplo longioribus, glanduloso-ciliatis; petalis obo- 
vatis, apice rotundatis, margine minutissime ciliato-glandulosis; sta- 
minum connectivo in 6 1 mm. longo et in 6 3 mm. longo producto, 
majorum ultra insertionem filamentum 1 mm. longo producto, satis 
incrassato obtusoque; ovario 3/, infero, 4-loculare. 


Jardim Botânico: — n.º 7968 (Campos PORTO, n.º 557), 
Pico do Itabira, Minas-Gerais, 1916 sem indicação precisa da data 
de colheita. 

Tábula n.º 2 fig. 2 parte 7963. 


Arbusto ramoso, de 50-100cm, de alt. de ramos foliosos, in- 
distintamente tetrágonos, ascendentes e pouco patentes, curto 


34 Melastomáceas 


hirto-glandulosos; folhas tão ou pouco mais longas do que os in- 
ternós, ovais, levemente atenuadas em sua base, semi-amplexicaules, 
3-5-nervuladas, erectas ou algo patentes, margens ligeiramente ci- 
liadas e algo serrilhaidas e glandulosas, ápice agudo, face interna 
glabra ou próxima às margens um tanto hirto-glandulosa, na dorsal 
glanduloso-ceridosas, de 6-9mm. de comp. por 3-5mm. de larg. 
as terminais mais largas e imbricadas envolvendo às vezes as 
flôóres em sua base; flôres sésseis, terminais, solitárias, 6-meras; 
calyx esparso-glanduloso-setuloso, tubo campanulado, inferiormente 
concrescido com o ovário e oblongado, mais para cima mais di- 
latado e fauce larga, de 3-4mm. de comp. e igual largura em, 
cima; segmentos livres, linear-agudos, quási duas vezes tão longos 
que o tubo, mais basto-glandulosos e setulosos, nas margens glan- 
duloso-ciliados, de 6-7 mm. de comp.; pétalos obovais, plurinervados, 
nas margens ténue curto-ciliado-glandulosos, de 14mm. de comp. 
e 8mm. de larg.; estames os 6 menores com conectivos de Ii mm. 
e pouco projectado abaixo da inserção dos filamentos e 6 maivres 
com conectivos de 3 mm. de comp. distintamente projectados abaixo 
da inserção dos filamentos; anteras oblongadas com rostro curto 
e recurvado; ovário tetralocular, 3/, infero; pistilo glabro tão longo 
quanto os estames, 

Esta planta, que a julgar pela estampa da: Flora, deve ter afi- 
nidade grande com a Lavois. scaberula, NAUD. cujo desenho difere, 
aliás, da descrição no que refere ao comp. dos segmentos calicinos 
e sua relação com o tubo, distingue-se dela primeiramente pelas, 
folhas menores, tão longas ou pouco mais longas que os entrenós 
dos ramos. A estampa aproxima-se de facto mais da presente es- 
pécie que da espécie descrita na Flora. Será apenas um êrro da 
descrição ou tratar-se-ha de uma estampa feita por um'outro exem- 
plar diferente do descrito? 


Lavois. goyazensis, Can. 


(CoenIAUX, « Beitrige zur Kenntnis der Flora des Centralbrasi- 
lianischen Staates Goyaz», in Bot. Jahrbiicher, vol. 21 (1895), pag. 
447). 


Jardim Botânico: — ULE: n.º 10828, Serra da Balisa, 
Goiás, em 9-902, em uma altitude de 1500-1900 m.s.m. dada como 
Lavois. goyazensis, TRIANA. 


Dentre as espécies afins esta caracteriza-se pelas suas flôres 
5-meras e ovário trilocular (quando flôres 6-8-meras e ovário plu- 
rilocular são característicos para o genero) forma das folhas glan- 
duloso-punctuladas. 


Lavois. sp.? 


Jardim Botânico: — (Ex. Comm, de Obras contra as sêcas 
LUETZELBURG 1260), n.º 6158, Rijo das Fémeas, Baia, em 1912. 


Material sem flóres e sem frutos e por conseguinte indeter- 
minável. : 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fase. V 35 


Rhynchanthera, pe: 


Rhynch. brachyrhyncha, CHam. 
(CoonIAUX, Fl. B. de MARTIUS, vol. XIV, III, pag. 166). 


Jardim Botânico: — FRAZÃO: n.º 10784 e 10786, 8. Paulo, 
sem indicação e sem data certa, 1917. 


Pequeno arbusto de 30-80 cm. de alt. geralmente simples em 
sua base e pouco ramificado na parte superior; caule tetrágono, 
esparso-híspido-glanduloso; folhas ovais cordiformes em sua base, 
sésseis ou curtissimo-pecioladas, margens serrilhadas, 5-7-nervuladas 
e esparso glanduloso-pilosas, de 3-6em. de comp. por 2-4em. de 
larg.; flôres nos extremos dos ramos, pequenas, constituindo fasci- 
culos foliosos em sua base; calya glabro com segmentos triangulares, 
esparso glanduloso-ciliados, tão longos quanto o tubo; pétalos 
8-10 mm. de comp.; anteras pouco desiguais entre si, uns com 
conectivo e rostro mais longos e outros com êstes ôrgãos curtos; 
ovário trilocular. 


Rhynch. stricta, Can. 
(CoGNIAUX, ob. cit. pag. 168). 


Horto Oswaldo Cruz: n.º 5965 (BRADE 7433). Campo 
Grande, S. Paulo, 17-2-915. 


MuseuPaulista: —- LÓFGREN ET EDWALL: n.º 2077, Franca, 
S. Paulo, em 7-1-95. 


Arbustinho de 50-120 cem. de alt., híspido e curto piloso, não 
glandulígero, raro ramoso; folhas cordato-ovais, sésseis, margens 
crenadas, com Y nervuras salientes na página inferior e ali curto 
hirsutas, na face superior glabras, com nervuras transversais dis- 
tintas impressas e um pêlo cerdoso curto no centro de cada rectân- 
gulo formado por estas, por cima verde escuras e por baixo acas- 
tanhadas, de 2-3,5 cm. de comp. e 1,5-2,5 cm. de larg.; flôres nos 
extremos dos ramos, às vezes de mais de 4cem. de diâmetro; calya 
quási glabro, tendo apenas alguns pêlos curtos junto a base dos 
segmentos que são estreito-triângulo-assovelados e mais curtos que 
o tubo de 5-6 mm. de comp.; petalos violáceos escuros, de 2-2, 2 em. 
de comp.; estames cinco desenvolvidos e dêstes um muito mais 
longo que os demais quatro. 


Rhynch. ursina, NAUD. 


(CoenIAUx, ob. cit. pag. 169). 


Horto Oswaldo Cruz: — n.º 4136 (G. GEHRT), Fortaleza, 
S. Paulo, em 7-5-20. 


Museu Paulista: — LóFGREN: n.º 4315, Araraquara, 8. 
Paulo, em campo húmido, em 14-4-99. 


36 Melastomáceas 


Arbustinho de caule simples ou pouco ramificado, de 30-80 em. 
de alt. basto seríceo-viloso, ramos ascendentes; as folhas quási 
sésseis ou sôbre pecíolos de 1-4mm. de comp. limbo oval-cordado, 
7-nervuladas, na face superior mais seríceo-pilosas e na inferior 
mais tomentosas, amarelo áureas ou amarelo-esverdeadas depois 
de sêcas, de 3-5 em. de comp. e 2-3cm. de larg.; flôres nos ex- 
tremos dos ramos, em cimos ou panículos curtos axilares, longo 
e basto-vilosas no calyx e sôbre os pedicelos e brácteas; calyx de 
tubo de 5-6 mm. de comp. e lobos acuminados de 4-5 mm.; pétalos 
roxos, de 15-20 mm. de comp. obovais; estames desiguais, sendo 
cinco férteis dos quais um maior; anteras com rostro de 2,5-3 mm. 
de comp.; ovário trilocular, longo cerdoso em seu ápice. 

Nem sempre os pêlos do caule são eglandulosos como afirma 
CoGNIAUX; no material do Horto Oswaldo Cruz, supra enumerado, 
apresentam minúsculas glândulas bem distinguíveis com a lente. 


Rhynch. spicata, HogHNE (sp.nov.). 
(Ex set. Anisostemones post 5 inserenda est). 


Suffruticosa erecta, paullo ramosa, dense foliosa, longe den- 
seque hirsuto-villosa; ramis patulis, subtetragonis, pilis mollibus 
patentibusque aureo-ferrugineis dense villosis; foliis 5-10 mm. longo 
petiolatis, quam internodiis sat vel duplo longioribus, late ovatis, 
basi plus minusve cordatis vel subrotundatis, apice acutis vel bre- 
viter acuminatis, margine vix conspicue serrulato-ciliatis, 7-9-ner- 
vatis, supra et subtus aureo-ferrugineo molle villosis; floribus ma- 
enis, in corymbis axillaribus terminalibusque 3-5-floris foliis bra 
cteisque intermixtis pseudothyrsam confertiflorem formantibus; bra- 
cteis magmnis, integris, ovato-lanceolatis, aureo-ferrugineo-villosis; 
calyc2 longissime denseque aureo-villoso, tubo oblongo-suburceolato, 
basi obtusa apice paullulo constricto, dentibus linearibus acuminatis, 
longe sparseque villosulis tubo aequilongis; petalis obovatis apice 
rotundatis minuteque apiculatis, intense purpureis; staminibus inae- 
qualibus, sterilibus im filamentam tenuissimam mutatis, fertilibus 
paullo inaequalibus, majore connectivo longiore apice incurvo-apla- 
natoque munito, rostris, longis; ovario apice hirsuto-piloso, 5-lo- 
culare, 


Comissão Ronden: — HoEHNE: n.º 2461 e 2462, St. Luzia, 
margens do Rio Piquiri, perto do Coxim, Mato-Grosso, em 5-911. 


Tábula 3 fig. 1. 


Pequenc arbusto dos campos húmidos, com ramos patentes e 
basto foliosos, um tanto tetrágonos, revestidos de pêlos áureo-fer- 
rugineos depois de sêcos, quási mole vilosos, entrenós de 2-4em. 
de comp. e folhas cordiformes ovaladas ou ovais, com 7-9 nervuras, 
moles e revestidas em ambas as faces de pêlos moles amarelentos, 
sôbre pecíolos curtos de 2-10mm. de comp. base cordiforme ou 
arredondada, ápice agudo ou ligeiramente acuminado, margens in- 
distintas e tênuemente serrilhadas, de 5-8 cm. de comp. por 2,5-4 em. 
de larg. sempre mais ou menos patentes; flôres de 3-5 sôbre curtos 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. V Si 


pedúnculos axilares e terminais intermixtos de brácteas e folhas 
constituindo pseudo-tirsos espiciformes; pedicelos curtos, de 1-2 mm. 
brácteas lânceo-ovaladas, agudas, de 7-10mm. de comp. longo vi- 
losas por fora e mais ou menos glabras por dentro; calyx longo- 
viloso, de tubo urceolado-campanulado, de 7mm. de comp. e seg- 
mentos estreito-triângulo-lineares, acuminados, terminados e re- 
cobertos de longos pêlos, de 7mm. de comp.; pétaios obovais, 
roxo-escuros, de 15mm. de comp. margens glabras e ápice breve 
apiculado; estames desiguais, estéreis reduzidos a curtos filamentos 
de 2-3 mm. de comp. e os férteis com filamentos iguais de 8mm 
de comp. um dêles, porêm, com conectivo maior, isto é, de até 
9mm. de comp. curvo e achatado em seu ápice e os outros quatro 
com êles igualmente espessados e a metade mais curto e quási 
rectos e sem apêndice na sua base; anteras de 4-5 mm. e rostros 
destas de 4,5 mm. de comp. sempre bem delgados e rectos; ovário 
ovoide, trilocular, no ápice hirsuto-piloso; pístilo glabro, do comp. 
dos estames com as anteras, 

Nesta planta o que mais desperta a nossa atenção, são as folhas 
mais juntas, revestimento hirsuto-viloso de côr áurea e as inflo- 
rescências cônico-espiciformes entremeadas de folhas reduzidas e 
brácteas igualmente áureo-ferrugineo-vilosas com que terminam 
os ramos. 

A julgar pela descrição, não deixa de apresentar alguma afi- 
nidade com a Rhynch. intermedia, ULE (Plantae novae vel minus 
cognitae, do Beiblatt, n.º 60, vol. VI, pag. 348), que é porêm des- 
crita como sendo basto-hirsuto-glandulosa, diferindo ainda por ou- 
tros detalhes alêm do aspecto e porte em geral. 


Rhynch. grandiflora, D. €. 
(CoGNIAUX, ob. cit. pag. 172). 


Jardim Botânico: — n.º 3486 (KUHLMANN 492), Retiro 
da Serra da Lua, Rio Branco, Amazonas, em 8-913. 


Arbusto dos miritisais brejosos, de 50-100 em. de alt. com ramos 
erecto-patentes um tanto obtuso-tetrágonos, recobertos de pêlos 
glandulosos alvacentes; folhas sôbre pecíolos de 2,5cem. de comp. 
patente viloso-glandulosos, limbo oval, base cordada e ápice um 
tanto acuminado, margens tênuemente serrilhadas, com 9, raro Y, 
nervuras, em ambas as faces breve setuloso-vilosas, de 5-10 cem. 
de comp. e 3-5 cm. de larg. flôres em curtos panículos terminais e 
axilares quási sésseis, de 4-5cm. de diâmetro, tendo um dos es- 
tames férteis muito maior que os demais quatro, com conectivo 
espessado e comprimido de até 18mm. de comp. 

Não só esta dimensão citada do conectivo difere da descrição 
da Flora Brasiliensis, mas tambêm os segmentos do calyx teem 
no material presente mais do dobro de comp. do tubo ou seja 
lômm. e o ovário tem de 3-4 lóculos, conforme verificámos em 
vários frutos do material dêste número. No demais nenhuma di- 
ferença notável foi constatada e, sendo o material procedente da 
mesma região de que veio o original, fica demonstrado ser a 
descrição errada nestas partes. 


38 Melastomáceas 


Rhynch. grandiflora, D. €. var. microphylla, NAUD. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 173), 


Comissão Rondon: — m.º 2216, CORONEL RONDON, Serra 
da Paca Nova, extremo Norte de Mato-Grosso, conhecido pelo 
nome de Cabeceiras do Cautário, 1917. 


Distingue-se da forma típica, pelas folhas menores. 


Rhynch. novemnervia, D. €. 
(CoeNIAUX, ob. cit. pag. 173). 


Comissão Rondon: — HoOEHNE: n.º 2444-2447 e 4652, Co- 
xipó da Ponte, Cuiabá, em Março e Abrit de 1911, vulgo «S. João- 
zimho». (Na Parte III de trabalho botânico da Comissão Rondon, 


por um lamentável engano nosso, confundida e subordinada à 
Desmocilis villosa, NAUD. var, stachyoides, CGN.). 


Jardim Botânico: — n.º 5161 CAPANEMA, s-ind. (Material 
estragado que só poude ser identificado pela comparação com o 
supra enumerado). 


Arbustinho glanduloso, ramos erecto-patentes com pêlos es- 
parsos; folhas sôbre pecíolos de 1-4em. de comp. limbo membra- 
náceo, cordato-ovalado, de até 9em. de comp. e mais de 6em. 
de larg. mais geralmente menor para o ápice dos ramos, margens 
serrilhado-ciliadas, com 9 nervuras principais bem nítidas; flôres 
nas axilas das últimas folhas, sésseis até curto pediceladas; cala 
piloso-glanduloso com segmentos estreito-triangulares tão longos 
quanto o tubo de 6mm. de comp.; pétalos roxo-escuros, de 2em. 
de comp. e como os da BRhynch. riparia, SP. MOORE um pouco 
denticulados e agudos no ápice; estames perfeitamente iguais aos 
da citada espécie, os conectivos das anteras mais curtos, porêm, 
com dois minúsculos apêndices na sua base do lado interno e o 
rostro de tôdas mais delgado e de até 6 mm. de comp. em algumas, 

A espécie citada de SPENCER MOORE distingue-se desta, prin- 
cipalmente pelas folhas menores, hase arredondada, cinco nervuras e 
pecíolos mais curtos, alêm do revestimento dos ramos e caule mais 
longo e rijo. 


Rhynch. corumbaensis, HoEHNE (sp.nov.). 


(Ex sect. Anisostemones, post n.º 11 inserenda est). 


Fruticosa dichotoma-ramosa, submacrophylla, longe molle spar- 
seque glanduloso-villosa vel subsetosa; foliis inferioribus cordali- 
ovatis sat longe petiolatis basi profunde cordatis, apice breviter 
acuminatis, margine tenuiter-serrulatis, 7-9-nervatis, utrinque spar- 
seque adpresso setulosis, superioribus gradatim decrescentibus basi 
magis rotundatis et breviter petiolatis, floralibus subsessilibus oblon- 
eis parvis; floribus mediocribus alaribus terminalibusque ad apices 
ramulorum subternatis brevissime pedicellatis; panicula dichotoma- 
ramosa foliosa; calyce longiuscule sparseque setuloso-glanduloso, 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fase. V 39 


tubo anguste campanulato base rotundato, segmentis triangulo 
acuminatis aequilongo; petalis obovatis, apice rotundatis minuteque 
apiculatis; staminibus fertilibus majore connectivo arcuato quam 
in mimoribus duplo longiore in parte superiore aplanato basi non 
tubercuiato; ovario triloculare eglabro; stylo longissime, glabro. 


Comissão Rondon: — HoEHNE: n.º 2507, 2508 e 4864, 
Corumbá, Mato-Grosso, campo alagadiço, em 2-911. 


Tábula 3 fig. 2. 


Arbustinho viscoso das margens da Baia de Cáceres em Co- 
rumbá, de 1-1,5m. de alt. com ramos e caule indistintamente 
angulosos revestidos de pêlos esparsos, patentes, moles e glanduli- 
geros; folhas inferiores ovais, de base cordada ou arredondada, 
de 6-7 cm. de comp. por 5cm. de largura, sôbre pecíolos de 2em. 
de comp. as superiores gradativamente menores, mais curto pecio- 
ladas e mais arredondadas e menos cordadas em sua base, as florais 
sésseis ou de apenas 1 em. de comp. tôdas membranáceas, com 5-9 
nervuras, margens serrilhadas e curto-ciliadas, em ambas as faces 
esparso-apresso-setulosas; flôres axilares ou em ramúsculos, quási 
sésseis com pedicelos de apenas 1-2mm. de comp. sempre entre- 
meadas de folhas reduzidas; calya de base obtusa, tubo esparso- 
setuloso-glanduloso, de 6 mm, de comp. e segmentos de igual comp. 
triângulo-acuminados; pétalos obovais, roxos, obtuso-arredondados 
e apiculados no ápice, de 15mm. de comp.; estames férteis com 
filamentos de 6mm. de comp. os menores com conectivo de 
4-5 mm. e o maior com êle de 15mm. bastante dilatado e um 
tanto sulcado na face interna superior; anteras de 5 mm. de comp. 
e com rostro de 4mm.; ovário glabro, trilocular. 

Esta planta que durante algum tempo nos deixou em dúvida 
quanto à sua afinidade com a Rhynch. grandiflora, D. C. distingue-se 
da mesma pelas flores menores e segmentos calicinos tão longos 
quanto o tubo. Da Rhgynch. ovalifolia, NAUD. que, alêm do demaas, 
é descrita como de caule singelo e simples, ela se aparta pele 
revestimento do caule, calyx e pelos detalhes dos estames em 
geral. 


Rhynch. cordata, D. €. 
(CoGnNIAUX, ob. cit. pag. 175). 


Horto Oswaldo Cruz: — HoEHNE: n.º 3845, Poços de Cal. 
das, Minas-Gerais, em 27-3-20; IDEM n.º 1770, Butantan, S. Paulo, 
em 6-4-18. 


Jardim Botânico: — n.º 1708, ToLEDO, S. Paulo, Capital. 
em 5-913. 


Arbusto dos brejos, caule ramoso, avermelhado e revestido es- 
parsamente de longos pêlos rijos e glandulosos bem patentes, atin- 
gindo de 1,5-2m. de altura; folhas cordiformes ou ovais, sôbre pe- 
cíolos longos, margens duplo-serradas e com sete nervuras lon- 
gitudinais, depois de velhas geralmente avermelhadas; flôres roxo- 


40 ' Melastomáceas 


escuras, dispostas em panículos terminais, tendo um estame muito 
mais desenvolvido que os demais. Planta bem caracterizada pelo 
revestimento e forma das suas folhas, 


Rhynch. cordata, D. C. var. bracteata. 
(CoGNIAUX, Ob. cit. pag. 176). 


Museu Paulista: — USTERI: n.º 2c., Jaraguá, S. Paulo 
em 1-2-07 (det. COGNIAUX). 


b) 


Distingue-se da forma tipica, pelas brácteas mais desenvol- 
vidas. O material está em péssimas condições e não permitte uma 
determinação segura. 


Dr, 


Rhynch. secundiflora, NAUD. 
(CocnIAUX, ob. cit. pag. 177). 


Comissão Rondon: — HOEHNE: n.º 38, Amolar, Mato- 
Grosso, margens do Rio Paraguai na região do Grande Pantanal, 
em 8-908. 


Arbusto delgado inferiormente simples e mais em cima di- 
cótomo-ramoso, recoberto de esparsos pêlos negros glandulígeros 
bastante rijos; folhas ovais, arredondadas em sua base, com 3-5 
nervuras e sôbre estas no lado dorsal e pecíolos revestidas de 
pêlos um pouco mais curtos que os dos caules e ramos, as infe- 
riores maiores e com pecíolos de 1,5-2 cm. e as florais mais curto 
pecioladas e muito menores, margens ciliadas glandulosas e um 
tanto serrilhadas; flôres de 4-5cm. em diâmetro, roxo-escuras; 
calya com tubo esparso híspido-glanduloso, de 5mm. de comp. 
e segmentos triângulo-acuminados tão ou pouquinho mais longos 
que o tubo, híspido-ciliados e pilosos na parte de fora; pétalos 
obovaes abruptamente aguçados, com alguns cilios esparsos e glan- 
dulosos no seu ápice, de 2-25cm. de comp.; estames estéreis re- 
duzidos a filamentos finos de côr amarela, os férteis em número 
de 5, um dêles maior que os demais com um conectivo curvo 
e achatado de 10mm. de comp. Até hoje citada só para o Para- 
guai. 


Rhynch. cacerensis, HOEHNE (sp.nov.). 
(Ex sect. Anisostemones, post n.º 15 inserenda est). 


Fruticulosa parva, dichotomo-ramosa, ramis tetragonis, parce 
longeque hispido-pilosis vel setuloso-glandulosis; foliis ovatis vel 
oblongatis, 3-5-nervatis, subglabratis, supra inter nervis et subtus 
supra et inter eis sparsissime setulosis, margine ciliato-serrulatis, 
inferioribus ovalibus, acutis, 1,5cem. longo petiolatis et plus mi- 
nusve 2em. longis et 1,5cem. latis, floralibus vel summis mino- 
ribus et breviter petiolatis; floribus brevissime pedicellatis, me- 
diocribus, in axillis foljorum solitariis subsecundis; calyce sparse 
longeque setuloso-hispido-glanduloso, tubo inferne obtuso, ad me- 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. V 41 


dium paullo constricto et apice ad faucem dilatato, subglabro, den- 
tibus triangularibus, glabris, margine sparse 2-5 ciliatis, tubo ultra 
demidium brevioribus; petalis purpurei;s, obovatis, 1,3cm. longis; 
staminibus inaequalibus; capsulis trilocularis. 


Comissão Rondon: — HogHNE: n.º 263, Fazenda do Fa- 
cão, perto de Cáceres em Mato-Grosso, em 8-908. 


Tábula n.º 4 fig. 1. 


Arbustinho ramoso, de 50-100 em. de alt. com os ramos tetra- 
gonais esparso híspido-setulo-glandulosos e glabros nos nós; folhas 
3-5 nervuladas, patentes ou quasi reflexas, quási glabras, na face 
superior entre e na dorsal sôbre e entre as nervuras principais 
ornadas de esparsos pêlos cerdosos, margens ciliadas e um tanio 
serrilhadas, as inferiores sôbre pecíolos de 1,5cm. de comp. de 
âmbito oval, base arredondada e ápice agudo, de 2-3 em. de comp., 
as superiores ou florais gradativamente menores e mais curto pe- 
cioladas; flôres de 2,5-3cm. em diâmetro, solitárias nas axilas 
das folhas superiores e um tanto unilaterais sôbre pedicelos de 
1-2mm. de comp. bem espaçadas sobre os ramos; calyx ornado 
de esparsos pêlos cendosos glandulígeros, patentes e; como as dos 
ramos e folhas, mais ou menos rijos, tubo um pouco contraído no 
meio, de 4-5 mm. de comp. e segmentos triangulares, glabros com 
dois a tres cílios glandulosos em cada margem, de 2 mm.-de comp.; 
pétalos obovais, de 1,3 em. de comp. e 1 cm. de larg. roxo-escuros; 
estames atrofiados reduzidos a filamentos amarelos “de 2,5 mm. de 
extensão, os férteis desiguais entre si, sendo quatro com filamentos 
de 4mm., conectivo de 3,5 mm. com dois tubérculos em sua base 
e antera de 4mm. e rostro de 4mm. e o quinto com filamento 
de 7mm., conectivo sem tubérculo e um tanto achatado na parie 
superior, tão longo quanto o filamento, antera e rostro iguais aos 
dos demais quatro citados; pistilo glabro; ovário trilocular, glabro; 
cápsula trivalvada, glabra, ovoide, de 7mm. de comp. e pouco 
acima da base de 4mm. de diâmetro; sementes alongadas e fo- 
veoladas. 

Afinidade tem esta planta com a Rhynch. secundiflora, NAUD. 
citada mais acima, dela afasta-se pelas dimensões menores das 
flôres, revestimento mais esparso e-ovário glabro. Da Rhynch. 
riparia, Sp. Moore distingue-se pelos segmentos calicinos mais 
curtos, tendo no entanto muita afinidade com ela pelos péialos, 
folhas, etc. Nesta citada espécie os dentes do cala atingem o 
comp. do tubo ao passo que nesta nossa êles mal alcançam à 
metade do comp. daquele, 


Rhynch. rostrata, D. €. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 178). 


Comissão Rondon: — HoOEHNE; n.º 6323, Lagoa Santa, Mi- 
nas-Gerais, em 11-915. 
Jardim Botânico: — (LUETZELBURG: n.º 1830), n.º 6163, 


Baia, Rio Preto, 1912 s-ind, de data exacta, 


42 Melastomáceas 

Planta arbustiva bem característica pelo seu porte mais ou 
menos rijo, caule acastanhado e como os parcos ramos recoberto de 
curtos pêlos glandulígeros, folhas lânceo-elípticas, atenuadas na 
sua base, erectas, sobre pecíolos curtos, com o comp. de 0,5 cm. 
e limbo de 4-6em. de comp. ornado de 5-7 nervuras salientes 
na página inferior, em ambas as faces mais ou menos áspero-hirtas; 
flóres grandes de até 5cm. em diâmetro, de côr roxo-escura, dis- 
postas em cimos axilares na parte terminal dos ramos; calyx hir- 
suto-glanduloso, com tubo de até 6mm. de comp. e segmentos 
de até 8mm.; pétalos de 2,5ecm. de comp.; estames cinco per- 
feitos e férteis e dêstes um maior com conectivo longo e anteras 
de todos terminados em longo tubo rostriforme. 


Frequente nas localidades indicadas. Em Lagoa Santa, já havia 
sido constatada e recolhida pelo Dr. WARMING. 


Rhynch. linearifolia, HOEHNE (sp.nov.). 
(Ex sect. Anisostemones, post 17 inserenda est). 


Subfruticosa simplex vel raro ramosa; caule distincte tetra- 
gono, dense longeque inaequalaeque glanduloso-setuloso, ad nodos 
annulato-setuloso; foliis anguste lanceolatis sublinearibus, patu- 
lis, brevissime petiolatis, basi rotundatis vel attenuatis, apice abru- 
pte acutatis vel brevissime acuminatis, siccis cum caule purpuras- 
centibus, 5-nervaiis et subtus transversim reticulatis, internodiis 
subduplo longioribus, margines minutissime serrulatis utrinque ad- 
presso-setulosis; floribus in pedunculis alaribus terminalibusque bre- 
vissimis 1-3-nis corymboso aggregatis, majusculis, brevissime. pe- 
dicelatis; bracteis parvis; calycis tubo anguste campanulato su- 
burceolato, sparse brevissimeque hispidulo-piloso, segmentis anguste 
triangularibus subsetaceis, apice longe setulosis, sat longe pilosis, 
tubum aequilongis; petalis obovatis, apice levissime truncatis mi- 
nuteque apiculatis, purpureis; staminibus sterilibus parvissimis apice 
levissime incrassatis, fertilibus inaequilongis et inaequalibus, 4 satis 
minoribus et uno longissimo; ovario glabro, triloculari. 


Museu Paulista: — LOFGREN: n.º 4316, Araraquara, 8. 
Paulo, em 28-3-99, Campo do Retiro. 


Tábula n.º 4 fig. 2. 


Arbustinho delgado, caule simples, de 60-80 cm. de alt. mais 
ou menos tetrágono e revestido de pêlos patentes, curtos e glan- 
dulosos, de 1-2mm. de comp.; folhas estreito-lanceolares, quási 
lineares, com pecíolos de 3-6 mm. de comp. e limbo 5-nervulado, 
no dorso transversalmente reticulaflo e em ambas as faces apresso 
curto setuloso-piloso, de 4-6em. de comp. e 10-13mm. de larg., 
base atenuada ou arredondada e ápice agudo ou ligeiramente acumi- 
nado, margens indistintamente serrilhadas; flóres dispostas de 1-3 
em curtos cimos axilares, bracieadas, às vezes tambêm terminais 
ou solitárias; pedicelos de 1-2mm. de comp.; calyax de tubo cam- 
panular-alongado, hirto-piloso, de 5-6 mm. de comp. e segmentos 
estreito triângulo-acuminados setulosos em seu ápice do comp. do 
tubo; pétalos roxo-claros, obovais, ápice truncado e ténue api- 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fase. V 43 


culado, glabros, de 2em. de comp. e 1,2cm. de larg. na parte 
superior; estames rudimentares reduzidos a pequeníssimos filamen- 
tos um pouco espessados em seu ápice, de 1-2mm. de comp. os 
ferteis desiguais entre si, sendo quatro com filamentos de 4mm. 
conectivos de 2mm., anteras de 3mm. e rostro de 2mm. de comp 
e um, o quinto, mais robusto, com filamento de 10 mm. e conectivo 
de 13mm. curvo, antera de 6mm. e rostro desta de 2mm. de 
comp.: ovário glabro e trilocular. 

O que melhor distingue esta nova espécie das demais co- 
nhecidas e de entre estas especialmente da Rhynch. rostrata, D. €. 
de que tratamos ha pouco, são as suas folhas estreitas sempre 
bem patentes, bem como os pêlos que revestem os ramos e as 
folhas e ainda a disparidade dos estames, de que o maior é real- 
mente agigantado em relação aos demais quatro. Da Rhynch. Hen- 
keana, D. C. citada para a flora do Perú, ela destingue-se, a 
julgar pela descrição, pelos segmentos do calyx, iguais em comp. 
ao tubo e pelas folhas mais estreitas e pétalos maiores, alêm dos 
demais detalhes supra descritos, 


Rhynch. verbenoides, CramM. 
(CoGNIAUX, ob. cit. pag. 180). 


Museu Paulista: — HAMMAR: s-n. Mogy-Mirim, S. Paulo, 
em 2-2-02. 


Arbusto pouco ramoso, de até 2m. de alt. caule acastanhado, 
obtuso-tetrágono, esparsamente recoberto de cerdas, às vezes glan- 
dulosas, mas em regra eglandulosos, nos nós muito longas e mais 
rijas; folhas lânceo-oblongadas, base arredondada, sôbre pecíolos 
de 0,5 em. de comp. com cinco nervuras, na página inferior bem 
salientes e esparsamente cerdosas, no restante glabras, de 7-10 em. 
de comp. por 0,5-4cm. de larg.; flôres roxas em panículos ter- 
minais, de até 3cm. de diâmetro; calyr glabro ou quási glabro, 
com segmentos pouco mais longos que o tubo e terminados em 
ponta aguda; pétalos roxos de 1,5cm. de comp.; estames férteis 
desiguais; ovário trilocular e quási esferoide. 


Rhynch. dichotoma, D. C. 


(CoGNIAUX, ob. cit. pag. 182). 


Horto Oswaldo Cruz: — n.º 2984, CAMPOS Novais, Cam- 
pinas, em S. Paulo, em 5-918. 

Museu Paulista: — Campos NovaIs: s-n. Campinas, 8. 
Paulo. 


Jardim Botânico: — n.º 10766 (Frazão), S. Paulo, sem 
proc. certa e sem data precisa. 
Arbustiva ramosa, de caule um tanto acastanhado e curto-hirto- 


elanduloso, de até mais de metro de alt.; folhas cordato-ovais, com 
7-9 nervuras, pilosas em ambas as faces, de 5 10cem. de comp. e 


44 Melastomáceas 


3-7 em. de larg. sôbre pecíolo de 1-4 cem. de comp. geralmente glan- 
duloso-pilosas; flôóres em curtos cimos axilares constituindo com 
os ramos pseudo-panículos terminais; calyax esparso glanduloso-hir- 
suto, com segmentos linear-acuminados um pouco mais curtos que 
o tubo de 3-4mm. de comp.; pétalos de 12mm. roxos; estames 
férteis cinco mais ou menos iguais entre si. 


Rhynch. coxinnensis, HogHNE (sp.nov.). 
(Ex sect. Isostemones, 8 A, post n.º 22 inserenda est). 


Fruticosa plus minusve ramulosa; ramis obscure tetragonis, pilis 
breviusculis sat inaequilongis et glanduloso-viscidulosis denseque 
vestitis, ad nodos longe setulosis; foliis patuli-reflexis, breve pe- 
tiolatis, ovato-cordatis, apice breviter acuminatis, margine indis- 
tincte minutissimeque ciliato-serrulatis, 7-9-nerviis, supra pilis inae- 
qualibus subadpressis setulosis, subtus praecipue supra nervos hirto- 
puberulis et viscidulosis; floribus majusculis, purpureis, brevissime 
pedicellatis; cymis axillaribus in parte superiores ramorum subag- 
eregatis, saepius 5-6-floris; calyce brevissime densissimeque vis- 
cidulo-hirto-glanduloso, tubo ovoideo, segmentis anguste triangu- 
laribus tubo paullo longioribus; petalis obovatis, apice rotundatis 
et minute apiculatis; staminibus subaequalibus vel uno saepius paul- 
lulo majore connectivo longiore munito; ovario tetraloculai, glabro; 
capsula subglobosa. 


Comissão Rondon: — HogHNE: n.º 2480-2486, pântanos 
dos arredores de Coxim e nas margens e campos do Rio Taquari, 
Mato-Grosso, em 5-911. 

Tábula n.º 5 fig. 1. 


Arbustinho um pouco ramuloso, com caule e ramos revestidos 
de pêlos bastos de comprimento desigual e geralmente bastante 
viscidulosos e glandulosos, um tanto tetrágonos, de 50-150 em. de 
alt.; folhas reflexas ou pelo menos bem patentes, amareladas, pe- 
cíolos de 5-12mm. de comp. e limbo de âmbito cordiforme, 
com 7-9 nervuras longitudinais, na face superior ornado de pêlos 
quási setuliformes desiguais e apressos, no dorso hirsuto-pubérulo 
especialmente sôbre as nervuras, margens indistintamente ciliado- 
serrilhado, ápice agudo e base profundamente cordato-inciso, as 
inferiores de 6-8 cm. de comp. por 4-5 cm. de larg. e as superiores 
ecradativamente decrescentes; flôres relativamente grandes, de 4-6 
em cimos axilares de 2-3 cm. de comp. e tambêm terminais, consti- 
tuindo com os ramos racimos foliosos; brácteas foliáceas quási 
sésseis, de 5-10mm. de comp.; calyz urceolado bastamente reco- 
berto de pêlos viscosos patentes, tubo de 4 mm. e segmentos estreito 
acuminados de 5-6 mm. de comp., ápice setáceo acuminado e mar- 
gens longo cerdoso-pilosas; pétalos obovais, roxos, ápice arredondado 
e apiculado, de 15mm. de comp. e 10mm. de larg.; estames es- 
téreis reduzidos a filamentos de base amarela e ápice arroxeado, 
de 1,5mm. de comp., os férteis quási iguais entre si, com fila- 
mentos de 4mm. conectivos de 3mm., anteras de 4mm. e rostros 
de 2mm. de comp., às vezes um é maior que os demais quatro 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. V 45 


e ostenta um conectivo de até 5 mm. de comp., todos os conectivos 
são indistintamente tuberculados em sua base; ovário glabro e 
tetralocular; cápsula quási esferoide, de 5-7mm. de diâmetro. 

Julgando pelas descrições expostas na Flora Brasiliensis não 
podemos deixar de constatar a afinidade desta nova espécie com 
a Rhynch. Regnellii, CN. mas, olhando a estampa, verificamos que 
o revestimento desta última espécie deve ser mais longo; tambêm 
os estames às vezes desiguais em nossa planta e as folhas mais 
curto pecioladas, alêm das dimensões dos pétalos, autorizam-nos 
a admitir a hipótese de uma espécie desconhecida até aqui. 

Da Rhynch. dichotoma, D. C. separa-se pelas folhas mais hir- 
sutas, sépalos tão longos quanto o tubo calicino e caule mais sin- 
gelo e folhas tambêm mais curto pecioladas. 


Rhynch. Maximowiczii, Can. 
(CoGnNIAUX, ob. cit. pag. 186). 


Museu Paulista: — LÓFGREN: n.º 4314, Brejo do Ribeiro 
do Chibarro, Araraquara, em 20-3-99. (Veja-se a nota na des- 
crição abaixo). 


Todo o aspecto desta planta é o da Rhyynch. novemnervia, D. O.; 
dela distingue-se porêm pelos estames férteis iguais e forma e 
dimensões do calya. 


Arbustinho ramoso, de 1-1,5m. de alt. bastamente recoberto 
de pêlos curtos e glandulígeros; folhas cordato-ovais, sôbre pecíolos 
pubérulo-glandulosos de 2-4 em. de comp. limbo com 9-11 nervuras 
salientes na página inferior, na face superior esparso e apresso 
setuloso e na inferior pubérulo, principalmente sôbre as nervuras, 
de 4-8cm. de comp. e 3-5 cm. de larg. margens serrilhadas; flôres 
roxo-escuras em panículos foliosos terminais, de quási 3em. em 
diâmetro; calya com segmentos estreito triangulares, no espécime 
presente tão ou pouco mais longos que o tubo, mas pela descrição 
mais curtos que êste, isto é, de 2-3mm. e tubo de 4mm. de 
comp. (aqui ambos de 4mm.), glanduloso-pilosos; pétalos obovais 
terminados em uma pequena cerda glandulífera, de 11-14mm. de 
comp.; estames férteis iguais entre si; ovário com tres lojas. 


Siphanthera, Pomr. 
Siphanth. villosa, Can. 
(CocNIAUX, ob. cit. pag. 192). 


Horto Oswaldo Cruz: — HoEgHNE: n.º 4980, Serra do Ga- 
rimpo, Cocais, em Minas-Gerais, em 13-1-21. 


Pequena planta herbácea de caule ascendente meio rasteiro 
e radicífero, vilosa e às vezes quási lanosa, no caule e ramos 
recoberta de pêlos glandulíferos avermelhados; flôres vóseas até 
arroxeadas. Frequente nos planaltos das serras de Minas-Gerais, 


46 Melastomáceas 


vivendo entre Lentibulariaceas, Burmanniaceas e Habenarias, bem 
como outras plantinhas que medram nos campos charcosos nas 
localidades citadas. 


Siphanth. cordata,, Por. 
(CoGNIAUX, ob. cit. pag. 196). 


Horto Oswaldo Cruz: — HoEHNE: n.º 3753, Poços de Cal- 
das, Minas-Gerais, em 31-3-20 — n.º 5966 (BRADE 5323), Moóca, 
S. Paulo, em 7-4-12. 


Museu Paulista: — EDwaALL: n.º 4311, Estação do Ipi- 
ranga, S. Paulo, em campo húmido, em 3-99 (det.) e USTERI, n.º 
3b. Araçá, S. Paulo, em 18-3-06 (det.). 


Comissão Rondon: — HoErHNE: n.º 2431-2436, região da 
Chapada, no Rio Manso, afluente do Araguaia, entre Cuiabá e 
Goiás, em 4-911. 


Plantinha herbácea como a precedente, igualmente frequente 
nos logares húmidos e altos e associada às espécies supra men- 
cionadas; folhas sésseis e cordiformes, caule basto glanduloso-hir- 
suto; flôres em capítulos, envolvidas em parte por grandes bráe- 
teas que constituem uma espécie de receptáculo para todo o 
capítulo formado por elas; pétalos róseos como as brácteas in- 
ternas, de 4mm. de comp. 


Siphanth. subtilis, Pomr. var. ramosa. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 198). 


Comissão Rondon: — HogHNE: n.º 2428-2430, Coxim, 
Mato-Grosso, em 5-911. 


Planta pequena e herbácea, ramosa, de 10-15cm. de alt. que 
ostenta uma roseta de folhas ovo-oblongadas, pecioladas e hirsutas, 
com dorso arroxeado na sua base e outras, menores esparsas, 
opostas, ao longo do caule; flôres tetrámeras, pequenas, róseas 
ou roxas; estames com anteras roxo-escuras emcimadas por um 
rostro alvo e a metade mais curto que .elas. As folhas de dorso 
avermelhado agrupadas na base dos caules e o tubo das an- 
teras a metade mais curto que os lóculos destas, são os melhores 
característicos para esta bela plantinha dos nossos campos húmidos. 
Registada pela primeira vez para Mato-Grosso. 


Siphanth. ramosissima, Cc». 


(CoGNIAUX, Anexos n.º 5, História Natural, Botânica, Parte 
II, pag. 3 da Comissão de Linhas Telegráficas Estratégicas de 
Mato-Grosso ao Amazonas (1912). 


Herbácea pequena, totalmente curto esparso glanduloso-pu- 
bérula, de 6-8cm. de alt. avermelhada; caule delgado, geralmente 
até perto da base tricótomo-ramoso; folhas patentes, de 2-4mm. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I -fasc. V 47 
de comp. e 1,5-3 mm. de larg. curto pecioladas e de âmbito oval 
ou oval-alongado, ápice obtuso e base quási aguda, margens in- 
distintamente denticuladas e tênuemente trinervadas; flóres pe- 
quenas, sub-sésseis, nos extremos dos ramos laxamente aglomerados 
ou, raro, solitárias; calyx de tubo campanulado, tênuemente 4-cos- 
tulado, lobos triangulares, agudos a metade mais curtos que o 
tubo e êste de 2mm. de alt. e na fauce de 1,5mm, de aber- 
tura; pétalos obovais, ápice obliquo truncados ou arredondado, 
de 2-2,5 mm. de comp.; estames com anteras atro-purpúreas, ápice 
mais pálido e obscuro-rostelado, as imperfeitas lineares; conee- 
tivos de 0,8 mm. de comp. abaixo dos lóculos e na base tênuemente 
biauriculado; pistilo recto, tênuemente capilar, em cima um tanto 
espessado, de 3 mm. de comp.; cápsula ovoide, compressa, de 2mm. 
de comp. Proxima da Siphanth. tenera, PoHL. 


Comissão Rondon: — HoEHNE: n.º 1940 e 1941, Juruena, 
Mato-Grosso, em 6-909. 


Tábula n.º 5 fig. 2. 


A ramificação desta planta constitue com os detalhes das flôres 
e a sua côr, mais ou menos avermelhada, e revestimento hirto- 
glandulo, um carácter inconfundível. 


Siphanth. Hostmannii, Cocn, 


(CogNIAUX, Flora Brasiliensis de Martius, vol. XIV, III, 
pag. 200). 


Comissão Rondon: — HoEHNE: n.º 2395-2398, Casa da Pe- 
dra, Chapada em Mato-Grosso, em 4-911. 


Em terreno húmido sobre lJage de pedra, entre Burmanniaceas, 
Droseraceas, Habenarias associada com a Poteranthera pusilla, 
BONGARD e outras espécies do género a que pertence. 

Registada para a Venezuela e as Guianas, pela primeira vez 
constatada em Mato-Grosso. 

Plantinha delicada, hem variável quanto ao seu porte, podendo 
ter de 5-15 em. de alt. caule simples ou parco-ramoso; folhas mem- 
branáceas quási orbiculares, longo-pecioladas e flóres em fascí- 
culos entre grandes brácteas nos extremos dos ramos e últimas 
axilas das folhas, com 4 sepalos, 4 petalos e 4 estames férteis. 
Os petalos, que CogNIAUX desconhecia e por isto deixou de des- 
crever, são roxos, obovais, mais ou menos truncados em seu ápice, 
muito caducos e teem de 3,5-4mm. de comp. por 3-3,5mm. de 
larg. na parte superior. Pelo facto de não possuirem as anteras 
o tubo ou rostro terminal, esta planta aproxima-se imensamente 
das Poterantheras; as anteras são porém mais largas que as das 
espécies deste género. 


48 Melastomáceas 


Tulasnea, NAUD. 


Tulasn. foliosa, NAUD. 
(COGNIAUX, Ob. cit. pag. 201). 


Comissão Rondon: — HOoEHNE: n.º 2439-2442, Coxim, sul 
de Mato-Grosso, em 6-911. 


Tábula ni 6 sms 


Esta interessante espécie tambêm constatada pela primeira vez 
em Mato-Grosso caracteriza-se muito bem pela sua côr averme- 
lhada e porte esguio em geral. Como damos uma reprodução dela, 
deixaremos de descrevê-la aqui. 


Poteranthera, BoNGARD. 


Poteranth. pusilla, BONGARD. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 202). 


Comissão Rondon: — HOEHNE: n.º 5360, Casa da Pedra, 
entre Cuiabá e Rio Manso,no Chapadão em Mato-Grosso, em 4-911. 


Pábula, n.º:62 fig. II. 


Plantinha minúscula, talvez a menor da família, que vive entre 
Droseras, Lentibulariaceas e Orquidaceas terrestres e paludícolas 
e que à primeira vista, mais se parece com uma Drosera do que 
uma Melastomacea. 

Justamente por ser pouco conhecida e extremamente interes- 
sante pelo contraste flagrante que apresenta entre as espécies 
em regra arbustivas e mesmo arborescentes desta familia natural, 
damos dela uma ilustração, 


Poteranth. pauciflora, TRIANA. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 204). 


Jardim Botânico: — n.º 3490 (KUÁLMANN 503), Bôa Vista, 
Rio Branco, Amazonas, em 9-913. 


Tábula n.º 6a fiel II. 


Plantinha de 3-10cm. de alt. caule inferiormente inflato ou 
ligeiramente espessado, glabro e anguloso ou mesmo estreito alado, 
superiormente esparso e curto-glanduloso-hirtelo, singelo ou bi-tri- 
iurcado; folhas cordato-ovaladas, amplexicaules sésseis, as infe- 
riores muito juntas e menores, as do meio do caule maiores e 
mais espaçadas, tendo de 3-4mm. de comp. e largura, obtusas 
e glabras, as terminais finalmente bem distanciadas entre si, mais 
agudas e nas margens, às vezes, ligeiramente denticuladas e no 
dorso esparso glandulosas, menores que as medianas; flôóres so- 
litárias ou aos pares nos extremos dos ramos, alvas com anteras 
roxas, das quais cinco reduzidas e atrofiadas quási caliciformes 
e cinco desenvolvidas e férteis curto ovoides e obtusas com co- 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fase. V 49 


nectivo longo, projectado abaixo da inserção dos filamentos e ali 
bem dilatado e bipartido; calya esparso-hirsuto-glanduloso, com 
segmentos triangulares obtusos de 2mm. de comp. e tubo cam- 
panulado de 2,5mm. de alt. 


Poteranth. genliseoides, HogHNE (sp. nov.). 
(Ex sect, IE, PI Br de Manr). 


Caule erecto, stricto, subtetragono, basi non vel indistincte 
inflato vel incrassato, inferne subglabro, superne sparse breviterque 
elanduloso-piloso; foliis sessilibus, glabris, crebre punctulatis, ener- 
vis, semiamplexicaulibus, ad basin caulis 6-8 late ovatis densis- 
sime rosulatis, magmnis, deinde laxiusculis et sat minoribus et magis 
oblongatis; floribus parvis, brevissime pedicellatis, alaribus ter- 
minalibusque, subsolitariis, bracteis duabus lanceolatis sparse bre- 
viterque glanduloso-pilosis ad basin munitis; calyce subsparse bre- 
viterque glanduloso, tubo campanulato vel subhemispherico, den- 
tibus triangulari-lanceolatis, acutis vel acuminatis; petalis obovatis, 
obtusis, apice setuloso-glandulosis; antheris ovoideis vel subo- 
blongatis, apice truncatis, connectivo infra loculis subdorsaliter pro- 
ducto, arcuato, basi antice lobis duabus imnferne confluentibus 
obtusis crassisque munito, 

Comissão Rondon: — HOoEHNE: n.º 2399-2405, Casa da Pe- 
dra, Chapada, entre Cuiabá e Rio Manso, caminho para Goiás, Mato- 
Grosso, em 4-911. 

Tábula no ga fe 


Herbácea pequena, mais ou menos côr de vinho, frequente nos 
logares húmidos e encharcadiços, na mesma localidade onde re- 
colhemos a Poteranth. pusilla, BONG. que é menor do que ela e 
se distingue pela ausência das folhas rosuladas na base dos caules. 
Ah vivem também várias espécies minúsculas de Paepalanthus, 
Habenaria, Drosera e Lentibulariaceas. 

Caule singelo de 5-8cm. de alt. e como as folhas geralmente 
avermelhado côr de vinho, um tanto tetrágono, glabro na parte in- 
ferior e mais para o ápice esparso glanduloso-piloso; folhas am- 
plexicaules, ovais, as inferiores rosuladas na base dos caules e 
maiores que as demais, as caulíneas opostas e muito menores e 
esparsas, alongadas, tôdas tênuemente puntilhadas e enervadas, 
as rosuladas da base de até 5mm.. de comp. por 2-5mm. de 
maior largura e as caulíneas de 3mm. de compr. e pouco mais 
de 1mm. de largura; flóres solitárias axilares e nos extremos dos 
ramos, sôbre pedúnculos bibracteados em seu ápice e pedicelos 
de 2mm. ce compr.; calyx como as brácteas e pedicelos curto 
elanduloso-piloso, com tubo campanulado ou quási hemisférico, de 
1,5 mm. de comp. e segmentos longo-triangulares, agudos, de 3 mm, 
de comp.; pétalos obovais, obtusos, roxo-róseos, de 4mm. de comp. 
e 25mm. de larg. no ápice munidos de uma sétula glandulosa; 
estames 10, dêstes cinco atrofiados reduzidos à metade do comp. 
dos cinco férteis, êstes de 3,5mm. de comp. com anteras ovoides 
truncadas em seu ápice, providas de conectivo incurvo, na base 


50 Melastomáceas 


com dois espessamentos confluentes e obtusos quási tão longos 
como as lojas; ovário bilocular, glabro, terminado com um Ppis- 
tilo recto e estigma puntiforme. 

O nome por nós escolhido para designar a nova espécie jus- 
tifica-se pela enorme semelhança dela com algumas espécies de 
Gelinsea, da fam. das Lentibulariaceas. 

No Hervário GLAZIOU, no Museu Nacional, do Rio de Janeiro, 
encontramos esta planta, sob o número 21434, determinada como 
Poteranth. pusilla, BonNG. 


Acisanthera, R. Br. 
Acisanth. divaricata, Can. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 212). 


Jardim Botânico: — n.º 6016 (LUETZELBURG 1235), Lagoa 
Rangel, Piauí, em 6-7-12. 


Herbácea pequena, raro subarbustiva, de caule ramoso e basto- 
hirto-glanduloso, um tanto tetrágono na parte superior; folhas igual- 
mente revestidas, cordato-ovais, sésseis, de 4-7 mm. de comp., por 
3-5 mm. de larg.; flôres 5-meras, com ovário bilocular, de 1,5 em. 
de diâmetro. 


Acisanth. fluitans, Cn. var. repens, Can. 
(CocNIAUx, ob. cit. pag. 215). 


Horto Oswaldo Cruz: — n.º 5953 (BRADE 6823), Osasco- 
Butantan, 9-11-918. 


Museu Paulista: — LOFGREN: n.º 177, Lagoa da Chapa- 
dinha, Itapetininga, S. Paulo, em 22-9-87, 


Herbácea palustre, de 3-30 em. de comp. na parte inferior do 
caule rasteira ou flutuante e os extremos levantados; folhas 
sésseis, amplexicaules, cordiformes, margens inteiras, glabras, de 
lem. de comp. e pouco menor larg. distantes entre si; flôres 
nos extremos dos ramos, de 2 cm. de diâmetro, pentâmeras e com 
ovário bilocular; estames desiguais, cinco maiores, com conecti- 
vos bem desenvolvidos e anteras longas e curvas e cinco me- 
nores com conectivos quási nulos e anteras oblongadas, rectas 
e muito menores, 


Acisanth. limnobios, TRIANA. 
(CoGNIAUX, ob. cit. pag. 215). 


Comissão Rondon: — HoEHNE: n.º 2420-2497, Coxim, 
Maio de 1911 e 1279, Tapirapuan, Mato-Grosso, em Março de 1909. 


Plantinha limnófila, de base mais ou menos espessada: e abun- 
dantemente radicifera, singela, de 5-10cm. de alt. ou ramosa e 
então geralmente um pouco major; folhas quási cordiformes oval- 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. V 51 


arredondadas; flôres alvas, nos extremos dos ramos, raro róseas 
ou roxo-pálidas; anteras desiguaes, conectivos maiores prolongados 
e na parte anterior biauriculados; sementes reniformes, escuras, 
distintamente foveoladas. Muito frequente nas lagoas temporárias 
dos logares indicados, principalmente nas imediações de Coxim, 
onde vive associada com a Tulasnea foliosa, NAUD. e Gentianaceas 
e Caryophyllaceas que infestam as vasantes e lagos temporários 
que se estendem ao longo do Rio Taquari junto à sua confluência 
com o Coxim. 


Acisanth. trivalvis, Can. 
(CoGNIAUX, ob. cit. pag. 217). 


Jardim Botânico: — n.º 5906 (LUETZELBURG, n.º 1389), 
Brejo do Corrêa, Piauí, 1912. 


Plantinha paludícola, avermelhada, singela ou ramosa com tres 
a quatro ramos divididos desde a base onde é geralmente espes- 
sada e radicifera, na parte superior de caule tetrágono até tetra- 
alado, glabro e de 20-40 em. de comp. com folhas oblongo-lineares, 
sésseis e obtusas, de 5-10mm. de comp. por 3-4mm. de larg., 
flôres nos extremos dos ramos, glabras; calyx com segmentos acumi- 
nados de 3,5mm. de comp. e tubo campanulado de 2,5mm.; pé- 
talos de 6-7mm. obovais e obtusos; estames parecidos com os 
das Microliaceas porêm sem o rostro terminal das anteras; ovário 
trilocular. 


Acisanth. recurvata, TRIANA. 
(CoGNIAUX, ob. cit. pag. 218). 


Jardim Botânico: — n.º 3479 (KUHLMANN n.º 193), Serra 
Grande, Rio Branco, Amazonas, em 7-9183. 


Pequeno arbusto um tanto herbáceo, de 20-40 cm. de alt. na 
parte superior basto ramoso, com os ramos tetrágonos e esparso 
elanduloso-pilosos; folhas quási sempre dobradas e bem patentes, 
oblongo-lanceolares ou ovaladas, sobre pecíolos de 5-6 mm. e de 
1-1,5cm. de comp. na face superior tênuemente puntuladas e na 
dorsal esparso-pilosas e glandulosas, margens serrilhadas; flóres 
solitárias nas axilas superiores dos ramos e folhas; calyax claro 
e esparso glanduloso-piloso, segmentos oblongo-lineares, mais longos 
que o tubo, isto é de 3-3,5 mm. de comp.; pétalos roxo-claros, de 
6-7 mm. de comp.; estames desiguaes, os maiores com anteras de 
2-2,5 mm. de comp. ligeiramente atenuadas para o ápice, com cone- 
ctivo longo e abaixo da inserção do filamento bituberculado; as me- 
nores com anteras menores e sem rostro, quási truncadas em seu 
ápice; ovário trilocular. 


Acisanth. variabilis, TRIANA e variedades. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 220, etc.). 


Horto Oswaldo Cruz: — HoEHNE: n.º 2686 e 3102, Butan- 
tan, S. Paulo, em 3-19 — G. GEHRT, n.º 3720, Castro, Estado do 


52 Melastomáceas 


Paraná, em 14-1-20 todos da variedade glabriuscula, — HOEHNE, 
n.º 2986, Butantan, S. Paulo, em 10-18, da variedade parvifolia, CGN. 
e n.º 5009, HogHNE, St. Barbara, Minas-Gerais, em 17-1-21, da 
variedade triflora, CGN.; — n.º 5955 (BRADE 6051), St. Ana, S. Paulo, 
3-3-912 var. glabriuscula, CGN. e 5956 (BRADE 7430 e 7431), Tira- 
pina, S. Paulo e Botequim, Butantan, em 13-5-914 e 1-4-915. 


Museu Paulista: — n.º 3436, LOFGREN, Córrego Alegre, 
S. Paulo, em 6-1-97, da variedade herbacea, ScHR. et Mart. (det.) — 
n.º 214, s-a., Itú, S. Paulo, em 1-10-97 (det.) — n.º 2369, UsTERI, 
Ipiranga, S. Paulo, em 7-12-06, — n.º 1222, LórgRrEN, Feijão, 8. 
Paulo, em 12-12-88 (det.) — n.º 629, IDEM, Rio Claro, S. Paulo, 
em 9-6-88 (det.), da variedade glabriuscula, CGN. — n.º 13, IDEM, 
Horto Botânico da Cantareira, S. Paulo, em 26-3-01 (det. como 
Microlicia) — s-n. HAMMAR, Mogi-Mirim, S. Paulo, em 15-11-901 
e IDEM, idem Serra da Cantareira, em 26-3-01. 


— Comissão Rondon: — HoEHNE: n.º 6776, Sabará, Minas- 
Gerais, campo cascalhoso, 1-16. 


Jardim Botânico; -— n.º 10798,. FRAZÃO, S. | BPanlo, FA 
sem indicações da procedência e época exacta da colheita. 


Esta planta variável, como bem indica o seu nome, aparece 
ora em forma de uma herva quási rasteira ora em forma de pe- 
queno arbusto. Ela se distingue da Ac. alsinaefolia, TRIANA, logo à 
primeira vista pelo diamêtro dos pétalos e das folhas sempre muito 
menores que naquella, alêm do porte mais ascendente. Quanto ao 
comp. dos filamentos estaminais, apéndices dos conectivos, etc. 
que são resaltados como característicos diferenciais nas descrições 
da Flora Brasiliensis de MARTIUS, devemos confessar que não 
nos inspiraram tanta confiança, pois variam de maneira asombrosa 
e podem facilmente induzir a erros. Muito mais seguros são 
os dados fornecidos pelo porte em geral e dimensões das folhas. 

Trata-se, conforme bem demonstram os vários números e pro- 
cedências supra-enumeradas, de uma espécie largamente dispersada 
pelos estados de Mimas, Paraná, S. Paulo, Goiás e Mato-Grosso, 


Acisanth. Glazioviana, Can, 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 223). 


Museu Paulista: — USsTERI: n.º Íc e 2c, Moóca, 8. Paulo, 
em 4-06 (det.) e arredores de Vila Mariana, em 3-6-06 (det. como 
sendo Ac. variabilis, TRIANA). 


Planta herbácea de 30-60 cem. de alt. caules mais ou menos 
tetrágonos, glabros, um tanto radicíferos e prostrados, tendo le- 
vantadas apenas as extremidades dos ramos, tal qual acontece 
com a Ac. alsinaefolia, 'TRIANA., nO terço superior em regra é um 
pouco ramificada e glanauloso-hirsuta; folhas esparsas, ovais, de 
base arredondada, ápice e margens crenadas e indistintamente ser- 
rilhadas, nos espécimens presentes glabras e de 10-12 mm. de comp. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. V 53 


por 7-9mm. de larg: as superiores gradativamente decrescentes 
para o ápice dos ramos; calyx glanduloso-piloso, tubo tão alto 
como os segmentos, de forma triangular-linear; pétalos róseos de 
8-9 mm. de comp. estames bastante desiguais, os maiores com as 
anteras longas e conectivos geralmente compridos e com dois longos 
apéndices pouco claviformes do lado interno da base e um pe- 
queno tubérculo na parte posterior, os menores com conectivos 
mais curtos e anteras e apéndices destas menores. 

Facilmente distinguida da Ac. variabilis TrRIANA pelas folhas 
mais arredondadas na base, mais estreitas e rijas, bem como mais 
esparsas, com margens tênuemente crenadas e caule glabro. 


Acisanth. alsinaefolia, TrIANA e variedades. 
(CocNIAUX, ob. Cit. pag. 223). 


Horto Oswaldo Cruz: — HoEHNE: n.º 2657, baixada de 
St. Amaro, S. Paulo, em 12-18; — G. GEHRI, n.º 3528, Itatinga, 
S. Paulo, em 19-11-19 e HozgHNE, 3101, Guatemim, S. Paulo, em 
3-19 — n.º 5954 (BRADE 5317, 6822 e 7432), Vila Mariana, S. Cae- 
tano e Vila Ema, S. Paulo, 11-914, 15-11-13 e 11-14, 


Museu Paulista: — UsrERI: s-n. vários exemplares, de 
Vila Mariana, em 7-11-05, Ipiranga, 23-3-06, Saúde 17%-11-07 nas 
imediações da Capital, S. Paulo; — LóFGREN, n.º 310, Itapetininga, 
5-11-87 var. glabriuscula, CGN. (det.); — n.º 112, s-A., Kú, S. Paulo, 
em 30-10-97; — n.º 95, LUEDERWALDT, Ipiranga, 5-11-07; — n.º 831, 
LorgrEN, Feijão, S. Paulo, em 9-8-88; da variedade parvifolia, 
Cen.; — s-n, da Secretaria de Agricultura, ex. Herv. CAMPOS NO- 
VAIS, S-ind. de proc.; — s-n. HAMMAR, Mogi-Mirim, S. Paulo, em 
16-11-01. 


Comissão Rondon: — n.º 1148, KuHLMANN, Aquidauana, 
Mato-Grosso, 9-14, var. glabriuscula, UN. 
Jardim Botânico: — n.º 2040 e 2041 (ToLEDO n.º 578 e 


579), Itirapina, Abril 1913; — n.º 1448, s-a., Moóca, S. Paulo, 
11-912: — n.º 3980, LórFGREN, S. Paulo, em 10-11-08: — n.º 10811, 
Frazão, Barretos, S. Paulo, em 12-17. 


Planta herbácea, mais geralmente de caule rasteiro na parte 
inferior e ascendente na terminal, glanduloso-piloso, raro glabra, 
variável quanto ao porte; folhas de 2-3cm. por 1,5-2,5em. com 
3-5 nervuras, sôbre pecíolos de 1-3 mm. de comp.; flôres relati- 
vamente grandes, com pétalos de 15-18 mm. de comp. róseos até 
roxo-claros, pelo diâmetro dos quais e pelo porte facilmente, dis- 
tinguida da Ac. variabilis, 'TRIANA que os tem menores e é de 
crescimento mais erecto e arbustiforme. 


Acisanth. alata, Can. var. ciliata, CN. 


(COGNIAUX, ob. cit. pag. 226). 


Comissão Rondon: — HoEHNE: n.º 2468-2473, Coxim, sul 
de Mato-Grosso, em 5-911. 


54 Melastomáceas 


Planta herbácea de caule geralmente estreito porêm distinta- 
mente alado, mais ou menos prostrada como a, precedente e pouco 
ramosa: folhas cordato-ovais ou ovais, de base mais ou menos 
arredondada e margens denticuladas e ciliadas, ápice agudo ou 
quási obtuso, vistas sob a lente cheias de pequenissimas im- 
pressões orbiculares, de 2-3 em. de comp. e pouco menor largura; 
flôres, em vivo, vistosas, roxo-claras, dispostas nos extremos 
dos ramos nas axilas das folhas e 1-3 sôbre pequenos pedún- 
culos; calyx quási glabro, com segmentos lineares mais longos que 
o tubo e tênuemente ciliados em suas margens; pétalos obovais 
oblongados, ápice abruptamente agudo, de até 1,5cm. de comp. e 
5-7mm. de larg.; estames pouco desiguais entre si, os maiores 
com filamentos de 5-7 mm. de alt. e anteras de 5 mm. com conec- 
tivos de 2mm. de comp. e os menores com anteras de tmm,, 
conectivos de 1,5mm.; na base dos conectivos das anteras, na 
parte interna, existem dois apéndices claviformes de quási 1 mm. 
da extensão e na posterior êles são um tanto calcarados. 

Os caules alados desta espécie e a falta quási completa de 
revestimento piloso, que aparece apenas em esparsos fios, nos bor- 
dos das estreitas alas, nas margens das folhas e do cálice, são 
característicos. 


Acisanth. bracteosa, (HupER) HoEHNE (nom. camb.). 


(Syn.: Comolia bracteosa, HuBER, Bullentin de la Soc. Bot. de 
Genéve, vol. VI, pag. 192, ano 1914). 


Jardim Botá nico: — n.º 10840 (Dr. A. DUCKE, n.º 8008), 
Campos do Ariramba, Rio Trombetas, Estado do Pará, em 20-12-06. 


As anteras desiguais, isto é, quatro maiores e quatro menores, 
com conectivos apendiculados, isto é, providos de dois longos fi- 
lamentos e inapendiculados nos outros, ovário tétralocular, bem 
como flôres meio envolvidas em brácteas foliáceas coloridas, colocam, 
esta planta entre as espécies do género Acisanthera da secção 
Dichaetandrae. 


Nepsera, Nav. 


Neps. aquatica, NAUD. 
(CocentAUX, Fl. Br, de MARTIUS, vol. XIV, III, pag. 281). 


Jardim Botânico: — n.º 3482 (KUHLMANN, n.º 495), Bôa 
Vista, Rio Branco, Amazonas, em 6-913; — n.º 4713, AQ. LISBOA, 
Maranhão, em 1914, sem ind. de data e proc. exacta, 


Arbusto das margens e beiras dos brejos e lagoas, de ramos 
muito delgados e esparso glanduloso-pilosos; folhas cordadas, base 
incisa, ápice curto-acuminado, sôbre pecíolos de 0,5-2 em. de comp. 
com 5-7 nervuras, de 4-6 em. de comp. e 1,5-2,5 em. de larg. glabras, 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. V 55 


em ambas as faces; flôres 4-meras, alvas, laxamente dispostas em 
grandes e delgados panículos terminais, cujos ramos inferiores são 
sostidos por folhas; calyx glabro, de segmentos estreitos acuminados 
tão longos quanto o tubo; corola de tem. em diâmetro, pétalos 
agudos em regra meio clausos; estames 8, desiguais entre si, fi- 
lamentos glabros; anteras desiguais, assoveladas e uniporosas com 
dois prolongamentos em sua base. 


Desmocelis, Nav». 


Desm. villosa, NAUD. e variedade. 
(CoGNIAUX, ob. cit. pag. 234). 


Comissão Rondon: — HorHNE: n.º 2514-2520, 1415, 1477, 
1673, 4599 e 4700, procedentes de Coxim, Cuiabá, Rio Manso e Ta- 
pirapuan, em Mato-Grosso, coligidos de Março a Junho. Os n.º 
167.3, 1415 e 1477 sairam, por um engano, sob o titulo de Rhgynchan- 
thera vriparia, SP. MooRE, na Parte III do nosso “trabalho na 
Comissão Rondon. Todos êstes números pertencem à var. stachyoi- 
des, Can, 


Jardim Botânico: — n.º 5806 (LUETZELBURG, n.º 1268), 
Brejo do Rangel, Piauí, 7-8-12. 


Pequeno arbusto bem caracterizado pelo revestimento alvo- 
viloso, estames desiguais, sendo 5 menores com conectivos curtos 
e espessamente auriculado na base, com anteras curtas e espessas 
e 5 maiores com conectivos bastante longos com dois apéndices 
lineares mais longos que êles na base da antera, que é rostelada, 
e longa; ovário pentalocular e viloso no ápice. 

O material do Jardim Botânico acha-se, infelizmente, em pés- 
simas condições de conservação e preparo, o que torna impossível 
a identificação da variedade a que deve pertencer. 


Microlepis, Mrq. 


Microl. Mosenii, Can. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 235). 


Museu Paulista: — LOFGREN: n.º 2329, Bocâãina, Inver- 
nada do Pinhal, S. Paulo, em 30-3-94 (det.). 


Arbusto de 80-150 cm. de alt. com caule bastamente furfuráceo 
cinzento estrelado-tomentuloso, e êste tomento entremeado de pêlos 
mais longos ásperos ou pubérulos; folhas em verticilos de 3-4, 
(mais geralmente 3), oblongo-lanceolares, com 5 nervuras distintas, 
raro 7, na face superior revestidas de pêlos estrelados muito curtos 
e na dorsal basto e deprimido-tomentulosas, nas nervuras esparso 


56 Melastomáceas 


e mais longo-pilosas, de 7-12em. de comp. por 2-4em. de maior 
larg. sobre pecíolos de 0,5-1 cm. de comp.; flôres cerúleas em 
panículos terminais, de 1,5 em. em diâmetro, 5-meras, segmentos 
do calyx triangulares, de 2 mm. de comp. e tubo dêste de 6-7 mm, 
veralmente basto-tomentuloso; estames pouco desiguais, os maiores 
com conectivos longos e êstes com dois apéndices maiores pa 
sua base; anteras longo acuminadas. 


Microl. oleaefolia, TRIANA. 
(CocNIAUX, ob. cit. pag. 235). 


Horto Oswaldo Cruz: — HoEHNE: n.º 3763, Poços de Cal- 
das, em 11-3-20; — n.º 3105 e 2651, Guatemim, S. Paulo, em 3-19 
e 23-12-:18 — n.º 5957 (BRADE 6061), Moóca, S. Paulo, 1-918. 


MuseuPaulista: — LUEDERWALDT:S-N., Ipiranga, S. Paulo, 
em 1-12-07; — USTERI, s-n. Pinheiros, S. Paulo, em 16-12-06; — 
IDEM, n.º 18. Freguezia do ÔÓ, em 28-10-06 e IDEM, Vila Mariana 
s-n, em 25-12-05. 


Jardim Botânico: — n.º 10781, FRAZÃO, S. Paulo, em 1917, 
s-ind. certa de data e proc. — n.º 4492 (LUEDERWALDT n.º 105), 
Ipiranga, S. Paulo, em 1-12-07; — m.º 1550, s-A., Miguel Calmon, 
S. Paulo, em 1-913; — n.º 2035 (ToLEDO n.º 573), Itirapina, S. Paulo, 
em 4-9183. 


Arbusto imensamente parecido com o da espécie precedente, 
porêm com folhas opostas, mais longo-pecioladas e revestimento 
mais regular e não intermixto de pêlos maiores como naquela. As 
inflorescências são perfeitamente idénticas às daquela espécie. 


Macairea, D. C. 


Macairea Mosenii, Can. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 244). 


Museu Paulista: — LOFGREN: n.º 806, S. Carlos do Pinhal, 
S. Paulo, Kilom. 69, em 30-7-88; — IDEM, n.º 1145, Monte Alegre, 
Araraquara, S. Paulo, em 7-12-88, êste da var. ursina, SCHRANK; — 
EDWwALL, s-n. Morro Pelado, em 1-01, campo húmido; — n.º 269, 
S-A., Iíiú, S. Paulo, em 2-2-98 (det.); — Em grande parte, dados 
como sendo de Mac. adenostemon, D. C. e variedades, de que se 
distingue pelos pêlos mais patentes, curto-tomentulosos e glandu- 
lígeros. 


Arbusto ramoso, com caule castanho, áspero-piloso a prin- 
cípio e mais tarde glabro; folhas pecioladas, com limbo de 5-10 em, 
e pecíolos de 1-1,2em. de comp. trinervadas, raro quási 5-nervu- 
ladas, por baixo um tanto foveoladas e pubérulas, ásperas e bul- 
loso-estrigilosas, por cima pilosas, na base atenuadas e ápice agudo 
ou mais geralmente obtusado, de 5-10cm. de comp. e 2-4em. de 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. V 57 


larg.; flôres em panículos terminais, a princípio albacentas, mais 
tarde completamente roxas, de 1,8-2 em. em diâmetro; calya curto 
glanduloso-piloso, com segmentos mais curtos que o tubo; pétalos 
de 8-10mm. de comp.; estames com filamentos glabros na base, 
na parte superior curto-glanduloso-pilosos e gibosos; ovário te- 
tralocular. 


Macairea sericea, CGN.. 
(CoGNIAUX, ob. cit. pag. 2483). 


Jardim Botânico: -— n.º 16567, s-ind.; — n.º 5120, sA,, 
João Gonçalo, Jequitinhonha, Baia em 10-86. 


Arbusto ramificado, com caule, ramos e folhas basto-ferrugineo- 
pilosos; pêlos apressos ou pouco patentes; folhas obovais ou oblon- 
cadas, basto-ferrugineo-tomentoso-seríceas e até vilosas; inflores- 
cências terminais, paniculares, flôres de 1,5 em. em diâmetro, róseo- 
claras. A disposição das nervuras em número de cinco, das quais 
as medianas se unem antes de alcançarem a base do limbo com 
a central, o revestimento do limbo e demais detalhes indicados 
constituem os melhores caracteres desta espécie. Segundo o ró- 
tulo, vulgarmente conhecida como « Capuchinha » e empregada como 
alterante contra as sarnas e moléstias da pêle. 


Macairea adenostemon, D. €. e variedades. 


(COGNIAUX, ob. cit. pag. 245). 


Museu Paulista: — n.º 2028, LOFGREN ET EDWALL, Franca, 
S. Paulo, em 3-1-93. Esta da var. Martiana, Cen. 
Comissão Rondon: — n.º 2437 e 2438, HoEHNE, Coxipó 


da Ponte, Cuiabá, Mato-Grosso, em 3-911 e n.º 1171, KUHLMANN, 
IDEM, em 10-914. Todos da variedade Martiana, Can. 


Jardim Botânico: — n.º 10847 (A. DUCKE, n.º 2344 do 
Hrv. Mus. Paraense), Maranhão, em 18-8-09. 


Esta espécie distingue-se da Mac. Mosenii, CaN., com que a 
primeira vista pode ser facilmente confundida, pelos pêlos mais 
rijos e não glandulígeros, apressos aos ramos e pecíolos. Muito 
ornamental e tambêm parecida com a Mac. rosea, CgN. descrita 
na parte III e redescrita embaixo. 


Macairea rosea, CN. (sp. nov. desc. na Parte III). 


Arbusto de ramos indistintamente tetrágonos, delgados, simples, 
cinéreo-sórdidos, como as folhas, pecíolos destas e inflorescências, 
revestidos de pêlos deprimidos e curtos; folhas de âmbito elíptico- 
oblongo, pecíolo de 5-8 mm. e limbo de 5-9 cm. de comp. e 23-42 em. 
de larg. 3-nervadas, base arredondada e ápice obtuso; panículos 
florais amplos, piramidados, flôres não aglomeradas, sôbre pedi- 
celos curtos, róseas e de 2cem. de diâmetro; brácteas tênue-mem- 


58 Melastomáceas 


branáceas, fortemente apressas, largo-ovaladas, acuminadas, por 
dentro glabras e por fora recobertas de longos pêlos, ao todo de 
3-5 mm. de comp.; calya Ífulvo-cinéreo, tubo de base aguda, de 
4mm. de comp. e no ápice de 3mm. em diâmetro de abertura, 
segmentos erectos, de 5 mm. de comp.; pétalos patentes, róseo-des- 
botados, ovo-arredondados, glabros, de 9-10 mm. de comp.; anteras 
sôbre filamentos capilares de 4-5 e 7-8mm. de comp. pouco in- 
curvadas, de 4 mm. de comp. com conectivo prolongado de 3-3,5 mm. 
um tanto arqueado, os filamentos glabros na sua parte inferior 
apresentam na superior alguns pêlos curtos e glandulosos; pistilo 
filiforme igualmente revestido, como os filamentos, de alguns pêlos 
elandulíferos. 


Comissão Rondon: — HoEHNE: n.º 1761, 1762, 1800, e 
1801, Juruena, Chapadão dos Parecis e Nambiquaras, em Mato- 
Grosso, em Abril de 1909. (Classificada pelo Dr. ALFREDO Co- 
GNIAUX, e descrita na Parte III, pag. 4). 

TPabulazmnie ie do 


As flóres róseas, revestimento e forma das folhas são bons ca- 
racteres para esta espécie. 


Macairea Hoehnei, Can. (sp. nov. descrita na Parte III). 


Arborescente ou arbusto grande de mais ou menos 2-3m. de al- 
tura, ramos algo delgados, obtuso tetrágonos, como os pecíolos, pedún- 
culos e calya:, quando novos, recobertos de pêlos curtos, bastos e 
glandulosos, um tanto hirsutos e, entre êstes pêlos, ornados de 
outros mais longos e esparsos; pecíolos das folhas de 5-15 mm. de 
comp. e estas de 6-8cm. por 2,5-4cem., de âmbito ovo-oblongado, 
obtuso, na base arredondadas, margens inteiras, na face superior 
irregulares com estrias de saliências vesiculiformes salientes, e 
na inferior ou dorsal, cheias de covinhas e esparsamente recobertas 
de pêlos glandulosos, um tanto hirsutas; flóres curto pediceladas em 
panículos piramidados, muito aglomeradas; brácteas tênue-mem- 
branáceas, de forma ovo-ljanceolar, pilosas e um tanto viscosas, 
longo e bastamente ciliadas, de 5-8 mm. de comp.; pedicelos curtos; 
calya de tubo campanulado e lobos triangulares, o primeiro de 3 mm. 
de comp. e 2,5 de abertura e os últimos de 3,5-4 mm. de comp.; 
pétalos patentes, obovo-sub-orbiculares, glabros, levemente ciliados 
nas margens da parte superior, de 6-7 mm. de comp.; filamentos 
estaminais glabros na parte inferior e, na superior, esparso glan- 
duloso-pilosos, de 3-4 mm. de comp. anteras de 3-3,5 mm. de comp. 
com conectivos de 0,7 até 1,5 mm. de comp. levemente espessados 
em sua base; pistilo capilar, flexuoso, de 6-8 mm. de comp. na parte 
inferior esparso e indistintamente piloso-glandulígero e na supe- 
rior glabro. 

Comissão Rondon: — HogHNE: 2020, 2051, 2079 e 2080, 
Utiariti, Salto do Rio Papagaio, em Mato-Grosso, em 6-909 e 
KUHLMANN, S-n. (2 exemplares) da mesma região, porêm de entre 
os rios Buriti e do Calor, em %-918. 

Tábula mio mg fez 


An. das Mem. do Instituto de Butantan -- Vol. I-fasc. V 59 


/ Macairea villosa, HogHNE, (sp.nov.). 

(Ex sect. I, ovarium 4-Joculare). | 

Fruticosa, caule irregulariter di-trichotomo-ramoso; ramis ere- 
cto-patulis, indistincte tetragonis, pilis longis albo-ferrugineis saepius 
plus minusve erecto-patentibus dense vestitis, et praecipue in par- 
tibus superioribus rhachisque inflorescentiae dense longeque vil- 
losis; foliis breviuscule petiolatis, oblongatis, apice basique rotun- 
datis, margine integerrimis, trimervatis vel subtriplinerviis, rarius 
indistincte 5-nerviis, supra minute sparseque strigoso-asperrimis et 
subtus breviter densissimeque villoso-hirsutis, reticulatis et ad ner- 
vos adpresso setulosis; floribus rosei$, breviter pedicellatis, in pa- 
niculam magnam multifloram terminalem dispositis; bracteis longe 
ciliato-villosis cum pedicellis rhachibusque dense longeque ferru- 
gineo-albicante villosis; pedicellis breviusculis; calyce longe den- 
seque villoso, tubo suburceolato, segmentis anguste subulatis longe 
hirsuto-villosis, tubo paulo longioribus; petalis roseis, obovatis, mar- 
gme brevissime hirsuto-ciliatis; staminjbus satis inaequalibus, fi- 
lamentis inferne glabriusculis superne pilis glandulosis brevissimis 
hirtellis, connectivo in majoribus infra loculis longe producto an- 
therae subaeguilongo, in minoribus subincurvato et ultra demidium 
breviore, omnibus basi postice brevissime calcaratis subgibbosis; 
ovaric tetraloculare, apice brevissime glandulo-piloso; stylo giabro, 
filamentis paullulo excedente, apice subincurvo. 

Comissão Rondon: — HoEHNE: n.º 2476-2479, Morro Po- 
dre e Casa da Pedra, na Chapada Central, em Mato-Grosso, em 
Março e Abril de 1911. 

Tábula, n.º 8 figo 1 

Arbusto ramoso, de 60-120 cm. de altura, com ramos ascen- 
dentes quási imperceptivelmente tetrágonos, recobertos de pêlos 
moles patentes e bastos, que nos extremos dêles e na raque floral 
são mais abundantes e sempre destituidos de glândulas e de côr 
alvo-ferruginosa; folhas esparsas, oblongadas, de ápice e base ar- 
redondada, sôbre pecíolos de 5-15mm. de comp. basto e longo- 
vilosos, com limbo tri, raro indistintamente, penta-nervulado, de 
margens inteiras, de 4-7 cm. de comp. por 2,5-4cm. de largura, 
na face superior curto e apresso setuloso e na dorsal entre as 
nervuras basto hirsuto-tomentuloso e sôbre estas longo-apresso se- 
tuloso; inflorescências terminais, paniculadas, floribundas, mais hir- 
suto-vilosas que os ramos, de 15-20cm. de comp. às vezes entre- 
meadas de folhas reduzidas; flôres róseas, curto pediceladas; brá- 
cteas ovo-lanceolares, de 4-6 mm. de comp. igualmente longo-vi- 
losas; calyax de tubo urceolado-campanulado, base obtuso, de 4mm. 
de comp. segmentos estreito-triangulares quási aciculares, de 5 mm. 
de comp.; pétalos obovais, de 8-10mm. de comp. nas margens 
curto crespo-hirsutos, no demais glabros; estames desiguais entre 
si, com filamentos glabros na parte inferior e curto hirsuto-glan- 
dulosos na superior, de 4mm. de comp. com conectivos, nos maio- 
res de 4mm. e nos menores de 2mm. e anteras de 4mm. de 
comp., na parte posterior giboso-calcaradas; ovário téiralocular, 
no ápice curto glanduloso-hirsuto; cápsula com 4 lojas, no ápice 


60 Melastomáceas 


dividido em 4 pontas salientes; sementes cócleo-incurvadas, tê- 
nuemente escrobiculadas, 

Da Macairea rosea, CGN. distinguida pelo revestimento alvo- 
ferruginoso viloso dos ramos e especialmente abundante e longo 
nas inflorescências e extremidades dos primeiros. 


Macairea goyazensis, HOEHNE (sp.nov.). 
(Ex. sect. 1 PLS: 


Caule irregulariter di-trichotomo ramoso; ramis teretiusculis 
interdumque levissime sulcatis, pilis brevibus, rigidiusculis ferru- 
gimeis arcte adpressis dense vestitis, praecipue ad nodos; foliis 
brevipetiolatis, obovato-oblongatis, apice acutiusculis subrotunda- 
tis, basi attenuatis, margine integerrimis, quintuplinerviis supra 
brevissime densissimeque strigoso-bullatis asperrimis, subtus den- 
sissime villoso-hirtellis et ad nervos adpresso-setulosis; paniculis 
terminalibus floribundis, subpyramidatis, ramis breviusculis cum 
rhachis dense adpresso pilosis non glandulosis; floribus roseis vel 
subviolaceis, brevissime pedicellatis; calyce dense adpresso-piloso 
non glanduloso, tubo campanulato, segmentis triangulo-subulatis, 
acutissimis, apice jn setam breviusculam abeuntis tubum brevioribus; 
petalis obovatis; staminibus satis inaequalibus, filamentis inferne 
elabriusculis, superne pilis glandulosis parvissimis ornatis; con- 
nectivo majoris antherae aecquante vel paullo breviore ad basim 
satis incrassato et postice distincte gibboso calcarato; ovario apice se- 
tuloso, tetraloculari; stylo glabriuscule staminibus subaequilongo. 


Jardim Botânico: — n.º 5966 (LUETZELBURG n.º 1280), 
S. Gonçalo, Goiás, em 1912, sem uma indicação da época de 
floração. 

Tábula n.º 8 fig. 2. 


A julgar-se pelo material, arbustiva; de ramos roliços, erecto- 
patentes, recobertos de sétulas apressas, curtas e ferrugineas; fo- 
lhas obovais, sôbre pecíolos de 10-12 mm. de comp. com 5 nervuras, 
das quais as medianas confluem com a central antes de atingirem a 
base do limbo, as externas bastante menos distintas e junto às 
margens, nervuras transversais bem visíveis, limbo na base ate- 
nuado e agudo e no ápice quási arredondado ou abrutamente 
aguçado, na face superior curto e basto estrigiloso-setuloso um 
tanto bulado e na dorsal curto hirto-viloso e nas nervuras mais 
apresso setuloso, de 5-8em. de comp. e na parte superior com 
2-3,5 em. de larg.; inflorescências paniculadas com ramos e raque 
basto-apresso-setulosos, ao todo de 12-18em. de comp.; brácieas 
ovo-lanceolares, apresso-vilosas e ciliadas, de 3-5 mm. de comp.; 
pedicelos de 1,5-3 mm, de comp.; calyx hirsuto-piloso, de tubo cam- 
panulado, com 2,5 mm. de altura e segmentos triangulares agudos, 
terminados em uma cerda, mais curtos que o tubo; pétalos obovais, 
róseo-arroxeados, de 7-8mm. de comp.; estames desiguais, fila- 
mentos glabros na sua parte inferior e na superior curto glan- 
duloso-hirsutos, conectivos dos maiores tão longos ou pouco mais 
curtos que as anteras, na base espesso-calcarada ou gibosa; pis- 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. V 61 


tilo glabro, do comp. dos estames; ovário setuloso em seu ápice, 
tétralocular. 

Infelizmente o material se acha pêssimamente preparado; deve 
ter sido exsicado sem a necessária compressão, apresentando-se 
por isto com as folhas por demais encarquilhadas, o que não 
permite avaliar-se bem a sua forma e estado natural em vivo. A 
planta confunde-se, à primeira vista, com a Mac. adenostemon, D. €. 
de que se aparta pelo revestimento não glanduloso do calyx, se- 
ementos dêstes mais curtos que o tubo e folhas geralmente dis- 
tintamente quintuplinervadas. De Mac. rosea, CN, distingue- -se pelas 
suas inflorescências de ramos e flôóres mais compactas e pelas 
folhas atenuadas em sua base, característicos êstes que a se- 
param também da Mac. arirambae, HUB. 


Macairea rotundifolia, Can. (nov. spc. já descrita na Parte III). 


Arbusto bem desenvolvido até arvore pequena, nos ramos novos 
recoberta de longas cerdas bastas e apressas, mais tarde fusco- 
cinzentas; folhas curto-pecioladas, quási ovo-orbiculares, na base 
e ápice arredondadas, planas e patentes, 5-plinervadas, na face 
superior estriadas de series de minúsculas bolhas e na dórsal re- 
cobertas de pêlos glandulosos e um tanto sedosas, de 5,5-8,5 em. 
de comp. por 4,5-6,5 cm. de largura; panículos florais piramidados, 
Horibundos, de 20em. de comp. na parte inferior geralmente fo- 
hosos; flôres agregadas, sôbre pedicelos de 4-6mm. de comp.; 
brácteas tênue-membranáceas, triângulo-ovaladas ou lanceoladas, 
elabras e um tanto viscosas pela parte interna e na externa re- 
cobertas de bastos e longos pêlos, de 3-6 mm. de comp.; calya 
basto e curto piloso-glanduloso, tubo campanulado de base obtusa, 
de 3mm. de. comp. e na fauce de 2mm. de diâmetro, lo- 
bos triângulo-lineares, bastante mais curios que o tubo; pétalos 
largo-ovais, ápice obliquamente arredondado, glabros, de 1 em. de 
comp.; estames desiguais entre si, filamentos maiores de 7-8 e 
menores de 4-45 mm. de altura, na parte inferior glabros e na 
superior basto-curto-hirsuto-glandulosos, anteras bastante incurva- 
das, de 3-4mm. de comp. conectivos prolongados abaixo destas 
nos estames maiores até 4mm. e nos menores até 1,5 mm. de comp. 
subfiliformes e na base bastante incrassados; pistilo delgado, pouco 
smuoso ou arqueado, de 8-9mm. de alt. Segundo CoaNIAUX afim 
de Mac. Therezia, Can. 


Comissão Rondon: — HoEHNE: n.º 2184, Três Jacús, na 
Chapada da Serra dos Parecis, entre Aldeia Queimada e Útiaritá, 
Mato-Grosso, em 6-909. 


Tábula 9 fig. 1. 


Esta interessante planta que foi encontrada uma única vez 
por nós, na localidade citada, caracteriza-se muito bem pelas suas 
folhas de âmbito quási orbicular e pelo revestimento peculiar das 
mesmas. 


62 Melastomáceas 


Macairea arirambae, Hp. 

(HuBER, Bul. de la Soc. Bot. de Genéve, vol. VI, Out. a Nov. 
de 1914, pag. 193). 

Jardim Botânico: -- no 10871 (A. Ducke, n.º ar 
Bella Vista, Rio Tapajós, Pará, em 22-6-18. 


Difere esta planta da Mac. rosea, CGN. (representada na Com. 
Rondon) apenas pelo formato atenuado dos limbos foliolares; não 
podemos dizer se este carácter bastará para firmar a espécie. 


Pterolepis, Miq. 
Pterol. trichotoma, Can. 
(Coentavx, Fl Br. de” Mart. vol XIV; NL paso Pol 


Comissão Rondon: — HoEgHNE: n.º 1729, Tapirapuan, Mato- 
Grosso, em 3-09. 


Planta erecta, di-trichomo-ramosa, caule tetrágono e nos âàm- 
gulos apresso-piloso, êstes pêlos de hase prolongada; folhas es- 
parsas, opostas, com três nervuras, na face superior basto e na 
inferior mais laxo-pilosas, de 3-4em. de comp. por 8-12mm. de 
larg. curto pecioladas; flôres nos extremos dos ramos; calyx es- 
parsamente recoberto de pêlos de ápice pluripartido; sépalos es- 
parso-pilosos e ciliados; estames 8, os maiores com conectivos 
tão longos quanto as anteras, estas geralmente lânceo-lineares, 
rosteladas de até 3mm. de comp. e menos de imm. de espessura, 
os lóculos transversalmente rugulosos. 

Aqui rectificamos o engano que fez aparecer êste número 
subordinado a Pterolepis pumila, Can. na Parte III, pag. 9. Ficou, 
porêm, com o DR. CoGNIAUX o número 2247, que êle dera como 
pertencente a esta referida espécie, motivo porque nada poderemos 
dizer sobre êle. 


Pterol. pumila, CGN. var. procera. 
(COGNIAUX, Ob. cit. pag. 264). 


Comissão Rondon: — HoEHNE: n.º 4826, Cuiabá, Mato- 
Grosso, em 3-911. 


Herbácea erecta, de até 30 cm. de alt. caule obtuso-tetrágono 
e, especialmente nos angulos e nós, apresso-cerdoso, pêlos de base 
um pouco livre e calcarada; folhas ovo-lanceolares, esparsas, com 
cinco nervuras, em ambas as faces recobertas de pêlos rijos e 
patentes, quási sésseis ou sôbre pecíolos de 1-3mm. com limbo 
de 2-3,5em. de comp. por 1-1,5cm. de largura; flôres pequenas, 
róseas ou roxo-claras, nos extremos dos ramos, quási sésseis, so- 
litárias ou em grupos de 2-3; calyx esparsamente recoberto de 
pêlos de ápice pluripartido entremeados de pêlos glandulosos sim- 
ples, geralmente com segmentos mais curtos que o tubo que tem 
2-3 mm. de altura; pétalos de 5-6 mm. de comp. róseo-claros; es- 
tames 8, desiguais, com anteras oblongas não acuminadas, abrindo 
por meio de poros obliquos, tendo ao todo 1,5-1,8 mm. de comp. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. V 63 


conectivos das maiores de 1 mm. de comp. ligeiramente biauri- 
culados na base; ovário de 1,5 mm. piloso-cerdoso em seu ápice. 


Pterol. Riedeliana, Con. 

(CoaNIAUX, ob. cit. pag. 265). 

Comissão Rondon: — HoEHNE: n.º 2394, Amaral, (Linha 
telegráfica sul de Mato-Grosso), entre Rio Manso e S. Lourenço, 
Abril de 1911. 

Pequeno arbusto muito ramoso, recoberto de pêlos rijos bem 
patentes, de 5-6 mm. de comp. atingindo até 80 em. de altura total; 
folhas lânceo-lineares, de 2-25cem. de comp. e 0,5-1 cm. de larg. 
tambêm revestidas de pêlos semelhantes aos dos ramos e caule, 
tri-nervadas; flôres solitárias nos extremos dos ramos, com calyzx 
parcialmente revestido de pêlos simples e outros pluripartidos em 
seu ápice, entre os segmentos de forma triangular, aparecem porêm 
cerdas de ápice pluripartido e parte inferior glanduloso-pilosos, 
êstes mesmos pêlos glandulosos revestem tambêm tôda a parte 
superior do tubo e dorso dos segmentos; pétalos de 6-8 mm. de 
comp. roxos; estames 8, desiguais entre si, com anteras longas 
e acuminadas com conectivos curtos e bilobados em sua base; 
ovário do ápice piloso, tétralocular. 


Pterol. pauciflora, TRIANA. 

(CoeNIaUx, ob. cit. pag. 265). 

Horto Oswaldo Cruz: — HoEHNE: n.º 4805, Caeté, Minas- 
Gerais. em Janeiro de 1921, n.º 5936 (BRADE 7429), Jabaquara, 
S. Paulo, 8-3-94. 

Museu Paulista: — PuIGGARI: n.º 2556, Jundiaí S. Paulo, 
em III-894 (det. como Tibouchina gracilis, CGN. var. gracillima, 
Can.) — UsrTERI, n.º 5 Rch. Vila Mariana, S. Paulo, encontro da 
represa de St. Amaro, em 29-4-05 (det. como da variedade intermedia, 
de que esta, que é da var. genuina, se distingue pelos segmentos 
calicinos pilosos em seu dorso) — LUEDERWALDT, s-n. Ipiranga, 
S. Paulo, em V-07. 

Planta sub-arbustiva de porte e aspecto semelhante com a 
variedade gracillima da Tibouchina gracilis, CaN.; com flôres te- 
trámeras e calyx recoberto de pêlos de ápice pincelado entre os 
segmentos e parte superior do tubo e dorso dos segmentos aver- 
melhado e glabro, tendo apenas as margens ciliadas. E mui pro- 
vavel que as duas plantas, que ambas aparecem nos campos dos 
logares mencionados, sejam pertencentes à mesma espécie. 


Pterol. glomerata, Mio. 

(COGNIAUX, ob. cit. pag. 275). 

Jardim Botânico: — n.º 8483 (KUHLMANN N.º 494), Lago 
do Sítio, Boa Vista, Rio Branco, Amazonas, em 6-915. 

Arbustinho de caule e ramos obtuso tetrágonos, revestidos de 
cerdas apressas mas não livres em sua base e não muito bastas; 
folhas estreitamente lânceo-oblongadas, de 2-3 em. de comp. sôbre 


64 Melastomáceas 


pecíolos de 1-+mm. de comp. em ambas as faces mais ou menos 
esparsamente apresso setulosas; flóres em seudo-capítulos termi- 
nais, pequenas e alvas, com calyax basto setuloso, sétulas compostas 
ou pinceliformes em seu ápice, segmentos glabros de margens 
ciliadas, terminados em longa cerda; estames com anteras lineares, 
acuminadas, com conectivo curto e espesso, com duas excrescên- 
cias em sua base, 


Pterol. repanda, TRIANA. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 281). 


Jardim Botânico: — n.º 3982 (LOFGREN: n.º 404), Re- 
tiro, S. Paulo, em 13-10-09. 


Herbácea pequena, de aspecto semelhante ao da Tibouchina 
gracilis, CGN. e o da Pt. pauciflora, Tr. com caule simples, roliço 
e apresso. setuloso-viloso, pêlos porêm com a base prolongada em 
forma de esporão e muito bastos; folhas curto pecioladas, ovo- 
lanceolares, recobertas de pêlos setulosos apressos; flôres nos ex- 
iremos, raro solitárias nas axilas dos ramos; calyx revestido de 
sétulas rijas e pouco patentes, segmentos glabros tão longos quanto 
o tube e ciliados, alternando com êles pêlos rijos de ápice plu- 
ripartido em forma de pincel. 


Pterol. longistyla, Can. 
(CoGNIAUX, ob. cit. pag. 283). 


Comissão Rondon: — HoEHNE: n.º 2502 e 2503, Coxim, 
campo húmido, Mato-Grosso, em 5-911. 


Igualmente parecida com a Tibouchina gracilis, CGN. e com 
a espécie precedente; da primeira porêm distinguida, logo à pri- 
meira inspecção, pelas flôres tetrámeras e calyx com segmentos 
alternando com cerdas de ápice pinceliforme e da segunda pelos 
segmentos calicinos mais curtos que o tubo e recobertos na face 
exterior de pêlos curtos e glandulosos. Flôres roxo-claras, com 
pistilo relativamente muito longo. Os presentes exemplares apar- 
tam-se da descrição da espécie pelos pistilos glabros, pétalos de 
até 12mm. de comp. por 8mm. de largura, no restante nenhuma 
diferença notável foi encontrada. 


Pterol. striphnocalyx (D. C.) Ccn. 
(CoGNIAUX, ob. cit. pag. 286). 
Jardim Botânico: — n.º 10842 (A. DuckE, Herb. Ama- 


zónico do Mus. Paraense, n.º 12282), Rio Caquetá (Japurá), cume 
do serro Cupati, Colombia, fronteira do Brasil, 24-11-12. 


Esta planta aparta-se bastante das demais espécies do género 
pelo seu porte mais arbustivo, calyax albo-piloso, com 5 segmentos 
alternando com cerdas de ápice pluripartido; flóres pequenas de 
menos de 1 cem. em diâmetro, 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. V 65 


Pterol. cearensis, HuBER (?) 
(HuBER, J. — Boll. Herb. Boissier, 2 serie tome I, pag. 318). 


Jardim Botânico: — n.º 5125 (CAPANEMA s-ind.) e n.º 
10843 (Dr. J. HUBER n.º 50), Fortaleza, Benfica, Ceará, em 9-97. 


Planta pequena, herbácea, de caule simples até muito ramoso, 
de 10-50 cm. de alt. recoberta de pêlos amarelados, não ou parco 
elandulosos; folhas estreito-lânceo-lineares, de 2-3cem. de comp. 
e 2-4mm. de larg.; flôóres nos extremos dos ramos e tambêm 
axilares, de 1ômm. em diâmetro com calyx revestido de pêlos 
estrelados longos, às vezes glandulíferos; anteras alongado-acumi- 
nadas, com conectivo espesso noduloso. O espécime sôbre o qual 
HuBER fundou a nova espécie, bem como o recolhido pelo Dr. 
CAPANEMA, talvez na mesma localidade, onde durante longo tempo 
trabalhou, afastam-se do Pterol Trianaei, Can. pelas folhas mais 
largas e pêlos não ou parco glandulosos. Os pétalos no exemplar 
da colecção CAPANEMA, teem 9mm. de comp.; no material exa- 
minado colhido pelo Dr. HuBER, não foram constatados. Os pêlos 
cerdosos do calyx, no primeiro exemplar são quási . sésseis, ao 
passo que no segundo são estipitados. Estamos inclinado a crer 
serem ambos os números apenas formas ou talvez variedades da 
espécie já mencionada, mas não nos é permittido compará-los com 
material tipo ou cotipo daquela espécie. 


Tibouchina, AvzL. 


Tib. canescens, Can. 
(CoGNIAUX, FI. B. de Mart. vol. XIV, III, pag. 298). 


Museu Paulista: — n.º 3430, LOFGREN, S. Francisco dos 
Campos, beira de capão e mata, arb. dei 3m. de alt. fl. purpúreas. 


Arbusto ou arvore pequena, de 2-5 metros de altura, bem 
caracterizada pelo seu revestimento canescente e conerescimento 
das duas brácteas que, à maneira de uma calipira, cobrem as 
flóres, enquanto em botão, caindo com a ântese. Planta de flôres 
grandes e ornamentais, porte belo, porêm com ramos bastante 
frágeis e por isto contra-indicada para arborização das ruas, muito 
própria entretanto para grandes grupos de parques e jardins, onde 
nós meses de Março e Abril as suas grandes flôres roxo-escuras 
produzem belo efeito. 


Tib. arborea, Cc. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 299). 


Jardim Botânico: — n.º 2714, s-ind., Estado do Rio de 
Janeiro, s-d. 


Árvore grande, de 10-15m. de alt. esparso e apresso setulosa 
nos ramos mais novos, mais tarde glabra; folhas oblongo-ovaladas, 


õ 


66 Melastomáceas 


curto-pecioladas, rijas, base arredondada ou atenuada e ápice acumi- 
nado, na face superior indistintamente apresso-setulosas e na dorsal, 
especialmente sôbre as nervuras, esparso e apresso-setulosas; flôres 
antes da ântese cobertas por duas brácteas concrescidas que caem 
quando esta se efectua, abertas com mais de 8cem. em diâmetro 
e de côr roxo-claras a princípio e depois de dois dias roxo-escuras. 


Tib. mutabilis, Can. 
(CoanIAUX, ob. cit. pag. 300). 


Horto Oswaldo Cruz: — n.º 855, HoEHNE, em Butantan, 
S. Paulo, em 3-917 e n.º 983, IDEM e idem, em 1-12-17; — n.º 5945 
(BRADE 6058) Jaraguá, S. Paulo, em 22-12-912. 


Museu Paulista: — LOFGREN: n.º 2924, Pirituba, S. Paulo, 
em 2-1-95 (det. como Tib, arborea, CGN. de que'se distingue per- 
feitamente pelas brácteas florais livres entre si); — n.º 7, USTERI 
Santo Amaro, S. Paulo, em 2-12-06 e sn. Ipiranga, 7-12-06. 


Jardim Botânico: — n.º 1771, Jaraguá, 8. Paulo, em 12-12 
e n.º 6559, NAVARRO DE ANDRADE, Cantareira, 8, Paulo em 1-916. 


Árvore grande e basto ramosa, muito decorativa pela sua forma, 
e colorido verde escuro, porêm muito atacada por uma larva de 
coleóptero que perfura os ramos e produz a sua morte. Pela extrema, 
fragilidade destes ramos esta bela planta não poderá servir para arbo- 
rização de ruas, entretanto para jardins e parques ela produzirá 
sempre bom efeito, especialmente quando carregada de suas grandes 
flôres roxo-claras no primeiro dia e roxo-escuras nos seguintes. 
Distingue-se ela da Tab. pulchra, Can. pelo revestimento piloso 
patente, carácter que tambêm a separa da Tib. Sellowiana, OGN. 
As flóres são um pouco menores que as da primeira especie citada 
e as folhas são elíptico-oblongadas e teem 5-10 cm. de comp. por 
à-4cm. de largura, 5-nervadas e agudas. 

Desta planta temos cultivados vários exemplares no Horto 
para experiencia do seu aproveitamento como planta de adorno 
para jardins. | 

Veja-se tábula 9 fig. 2 e a estampa do frontespício. 


Tib. pulchra, Can. 


(COGNIAUX, ob. cit. pag. 301). 

HortoOswaldo Cruz: — n.º 5947 (BraDE 5038) Pariquera, 
Iguape, 12-910. 

Museu Paulista: — n.º 46, USTERI, Alto da Serra, 8. Paulo, 
em 6-1-07 (det.); — s-n. LUEDERWALDT, Raiz da Serra, S. Paulo, 
em 30-12-07, base da Serra do Cubatão, 


Comissão Rondon: — HoEHNE: n.ºs 2379 e 2380, 8. Fran- 
cisco, St. Catarina, em 12-910, 
Jardim Botânico: — n.º 2391 (CAPANEMA) Estrada da 


Linha (?). S. Paulo, s-d.; — n.º 4489 (LUEDERWALDT, n.º 158) Raiz 
da Serra, S. Paulo, em 12-907. 


An, das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I - fasc. V 67 


Árvore grande, bastante copada, frequente nas formações hi- 
grófilas das matas do litoral e encostas, vulgarmente conhecida, 
como quási tôdas as demais desta secção, pelo nome de «Qua- 
resma » Bem facilmente distinguida da Tib. mutabilis, CGN. pelo 
porte maior, revestimento mais apresso e flôóres maiores. As ner- 
vuras laterais em regra confluem entre si antes de atingirem 
a base do limbo, que tem 6-8cm. de comp. e é um pouco ate- 
nuado para a base e acuminaddo para o ápice. As flóres, igual- 
mente mutáveis em colorido, tem 7-9 em. em diâmetro, ficam so- 
litárias nas axilas ou em ramúsculos de duas a três nos extremos 
dos ramos. 

Desta árvore existe um exemplar cultivado no Horto do Museu 
Paulista que tem mais de dez metros de altura e anualmente, 'em 
Março e às vezes tambem em Dezembro, se cobre de flóres. 


Tib. Raddiana, Cn. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 303). 


Horto Oswaldo Cruz: — HOEHNE: n.º 357, Butantan, S. 
Paulo, em 23-7-17. 

Museu Paulista: — n.º 1002, LUEDERWALDT, Ipiranga, 8. 
Paulo, em 5-7-09. 

Jardim Botánico: — n.º 819, s-a. Rio de Janeiro, sd, 


Árvore de tamanho regular, folhas elíptico-acuminadas ou agu- 
das na base e ápice, com três nervuras bem distintas e mais duas 
marginais quási imperceptíveis. Distingue-se da Tib. Sellowiana, 
Can. com que é facilmente confundível, pela presença das ci- 
tadas nervuras marginais que naquela não existem, e pelo re- 
vestimento do pistilo esparso piloso na parte inferior. 


Tib. Sellowiana, Can. 


Horto Oswaldo Cruz: — HoOEHNE: n.º 3774, Poços de Cal- 
das, Minas-Gerais, em 20-3-20; — IDEM, n.º 3012, Alto da Serra, 
S. Paulo, Estação Biológica, em 3-19; — Campos NOVAIS, n.º 2017, 
Campinas, em 5-18 e HoEHNE, n.º 117, Butantan, S. Paulo, em 
11-5-17; — n.º 5946 (BRADE 7423), Campo Grande, S. Paulo, em 
24-5-914. 


Museu Paulista: — S-n, HAMMAR, Serra da Cantareira, 
em 24-3-01; — s-n. PUTTEMANS, idem em 20-3-900 (Ambas da Se- 
cretaria de Agricultura do Estado de S. Paulo, Gabinete de Fi- 
topatologia da Secção da Defesa Agrícola da Directoria de Agri- 
cultura); — n.º 2924, s-A., litoral, sul de Santos, em 11-11-98; — n.º 
3164, EDWALL, Horto Botânico da Cantareira, S. Paulo, em 
21-5-96; — n.º 10, UsTERI, Vila Mariana, Encontro da Represa 
de Santo Amaro, S. Paulo, em 29-4-05; — s-n. IDEM, Agua Branca, 
S. Paulo, em 9-6-92; — s-n. Campos Novais, Poços de Caldas, 
Minas, em 6-906. 


68 Melastomáceas 


Jardim Botânico: — n.º 1707 (ToLEDO n.º 644), S. Paulo, 
em 5-913 e.n.º 1415 s-ind. 


Esta pequena arvore bastante ornamental pela sua forma bem 
copada é, em Poços de Caldas, aproveitada para arborização de 
jardins e praças. Atinge ela de 3-7 metros de altura e suas flôres 
regulam com as da espécie precedente, de que se distingue pelos 
caracteres já ali apontados. Veja-se os nossos trabalhos: « Flora do 
Brasil» (Ministerio d' Agricultura) e « Arborisação das ruas e praças 
publicas» (Revista Nacional, n.º 6). 


Tib. caldensis, Can. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 306). 
Jardim Botânico: — n.º 826, s-ind. 


Arbustiva de ramos erectos e um tanto angusto-tetrangulares, 
recobertos de sétulas apressas; folhas rijas, na base curto-atenuadas 
ou quási arredondadas, ápice agudo, com 5 nervuras espessas re- 
vestidas pelo lado dorsal de sétulas apressas sendo no demais 
apresso-pilosas e na face superior ténue apresso-setulosas, e, quando 
exsicadas, escuras, de 7-9cem. de comp. e 2-3 em. de largura; flôres 
solitárias ou ternadas nos extremos dos ramos, quando em botão, 
envolvidas por duas brácteas quási glabras com uma faixa de 
pêlos apressos no dorso e de 1 em. de comp.; calyax seríceo-setuloso, 
com tubo de 6 e segmentos de 4-5 mm. de comp.; pétalos grandes, 
de 3-4em. de comp. roxo-escuros; estames na parte superior dos 
filamentos setulosos e na inferior glabros; pistilo glabro. O material 
está completamente estragado pelos insectos que o atacaram. 


Tib. organensis, Cn, 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 308). 


Museu Paulista: — n.º 2461, LÓFGREN ET EDWALL, Campo 
da Bocâãina, mata da descida da serra, fl. maxima, de 14em. diâm. 
violacea, em 24-4-94 (det. como Tab. mutabilis, CGN.). 


Árvore pequena com ramos recobertos de pêlos bastos, pa- 
tentes e ferruginosos; folhas grandes, ovo-lanceolares, base ligei- 
ramente arredondada e ápice acuminado ou agudo, com cinco 
nervuras, na face superior buloso-setulosas e na dorsal mais claras 
e bastamente tomentosas e foveoladas entre as nervuras de terceira 
ordem, bastante ásperas ao contacto; pecíolos de 1-3 em. de comp. 
flóres solitárias nos extremos dos ramos, com quatro brácteas 
setuloso-pilosas no dorso e glabras por dentro, que envolvem os 
alabastros florais antes da ântese; calyas com tubo de 1-1,5em. 
de comp. e segmentos de 2cm. por 5-7 mm. de largura, revestidos 
de cerdas alvo-seríceas e apresas; estames muito desiguaes entrs, 
si, cinco muito grandes e de filamentos de 22mm. de altura e 
anteras de 12 mm. sobre conectivos de 12 mm. filamentos pilosos 
em sua base e pistilo completamente glabro; pétalos roxos, de 
o-6cm. de comp. e quási igual largura. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol, I- fasc. V 69 


Tib. Valtherii, Can. var. minor, HOEHNE (v. nov.). 


(Acrescente-se esta variedade à espécie, pag. 317 da ob. im- 
dicada). 


Horto Oswaldo Cruz: — HOEHNE: n.º 4974, Serra do Ga- 
rimpo, em Minas-Gerais, em 13-1-21. 


Comissão Rondon: — HOoEHNE: n.º 6320, Caeté, Minas- 
Gerais, em 11-915. 
Jardim Botânico: — n.º 7961 (Campos PoRTO, n.º 488), 


Ouro Branco, Minas-Gerais, em 12-916. 
Tábula n.º 10 fig. 1 


Arbustinho de campo sêco, de 1-1,5m. de altura; folhas pe- 
quenas quási sésseis e auriculiformes, arredondadas, com Y7 ner- 
vuras, basto hirto-pilosas, de pouco mais de 1,5em. de comp. e 
largura, bastante agregadas; flóres solitárias, terminais, com es- 
tames pilosos na parte superior e de côr arroxeada. 

Pelo diâmetro das folhas distinguida do tipo da' espécie de 
que infelizmente não conseguimos comparar material. 


Tib. Gardneriana, Can. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 319). 


Museu Paulista: — n.º 2448, Dr. LÓFGREN ET EDWALL, 
Alto da Bôa Vista, Campos da Bocâina, S. Paulo, arb. de 3m. 
de alt. folhas rubescentes; — n.º 3432, LOFGREN, Pico dos Marins, 
Campo, em 10-7-97, arb. de 1,5m. de alt. fl. alvas base violácea. 


Arbusto ramosos de 1-3 metros de altura; folhas ovais, pe- 
cioladas, por cima estrigiloso-setulosas e por baixo foveoladas e 
pubérulas, de 5-7 cm. de comp. e 3-4cm. de maior largura; flôres 
em panículos, de 3-7 flôres, nos extremos dos ramos, roxo-claras, 
de 3-3,5 cm. de diâmetro; calyax cerdoso, cerdas curtas e espessadas 
em sua base, patentes. O exemplar de n.º 3432 de Lófgren acha- 
va-se determinado como sendo de Tib. foveolata, CaN.; êle tem 
as folhas um pouco mais estreitas. 


Tib. Fothergillae, Can. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 320). 


Horto Oswaldo Cruz: -— HoEHNE: n.º 3829, Poços de Cal- 
das, em mata de capoeira, em 25-3-20 — n.º 5942 (BRADE 6376), 
Itatiaia, 10-7-913. 


Museu Paulista: — n.º 1829, LOFGREN ET EDWALL, 8. 
Luis do Paraitinga, em 9-9-92. 


Jardim Botânico: — n.º 10770 e 10785 (Frazão), S. Paulo, 
s-ind. e s-proc. exacta. 


70 Melastomáceas 


Arbusto ou árvore pequena da mata ou das capoeiras, muito 
semelhante e parecida em aspecto com a Tib. Moricandiana, BAILL. 
dela porêm distinguida pelas folhas mais obtusadas em sua base 
e nervuras livres até ali, revestimento mais basto principal- 
mente nos ramos e dorso das folhas, onde chega a ser quási 
sericeo-argenteo. Planta muito apropriada para parques e jardins 
maiores, prestando-se admira velmente para a formação de pequenos 
grupos e bosques, As suas flóres de um roxo muito escuro re- 
saltam bem sôbre o fundo verde escuro das suas folhas. 


Tib. Moricandiana, BaILL. 


(CoGNIAUX, Ob. cit. pag. 321). = 


Museu Paulista: — n.º 3101, Dr. Campos NovaIs, Poços 
de Caldas, Minas, em 6-96. 
Jardim Botânico: — n.º 1972 (TOLEDO JÚNIOR, n.º 711), 


Serra do Itatiaia, 800 m.s.m. em 6-913 (Provavelmente da coll. 
ALEXANDRE CURT BRADE). É da variedade Kunthiana, Un. 


Arbusto delgado como a precedente, da qual se distingue pelas 
folhas mais atenuadas em sua base e por serem menos vilosas, 
alêm do característico das nervuras, já apontado ali. Pode ser- 
vir para os mesmos fins que a precedente. 


Tib. paulistana, HoEHNE (sp.nov.). 
(Sp. nov. ex sect. Involucrales, post n.º 28 inserenda est). 


Fruticosa macrantha, ramis obscure tetragonis, setis subrigidis, 
inferne paullo incrassatis plus minusve adpressis sparsiusculis ves- 
titis et ad nodos annulato-setulosis; foliis 1 cm. longo-petiolatis, 
ovato-oblongatis, basi rotundatis, apice acutis, 5-nervatis, inter- 
dumque marginalibus valde indistinctis ornatis et Y-nervatis, la- 
teralibus inferne brevissime confluentibus, integerrimis, supra sparse 
adpressoque setulosis et subtus praecipue ad nervos subvillosis 
setulosisve; floribus terminalibus alaribusque in racemis parvis saepe 
trifloris dispositis; bracteis 2, obovatis, apice obtusjusculis, margine 
non vel levissime ciliatis, intus et extus brevissime sparseque 
adpresso setulosis subsericeis; calycis tubo superne levissime con- 
stricto, densissime sericeo-setuloso, segmentis triangularibus, acumi- 
natis, margine brevissime ciliatis et dorsaliter adpresso-setulosis, 
tubo aequilongis, post anthesim deciduis; petalis obovatis, inferne 
levissime attenuatis, apice truncatis subretusis, margine minute 
ciliatis; staminibus inaequilongis, filamentis inferne longissime spar- 
seque pilosis subglandulosisque, superne glabris; antheris majo- 
ribus longis et sat longe rostratis et acuminatis, connectivo longo, 
gslabro, incurvo, loculis undulatis quam connectivo brevioribus; 
stylo inferne sparseque setuloso superne glabro et subincurvato. 


Arbusto lenhoso, segundo a nota do rótulo, de im. de altura, 
basto ramoso e ramos um tanto tetrágonos, quando novos recobertos 
de pêlos setulosos mais ou menos apressos, de base espessada, 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. V rá! 


mais tarde glabros, castanho escuros; folhas sôbre pecíolos de 1 em. 
ou mais de comp. com limbo ovo-elíptico, base arredondada e ponta 
aguda, penta-nervulados raro obscuramente 7-nervado, nervuras, la- 
terais perto da base um tanto confluentes entre si, dorso hirsuto- 
setuloso e na face superior mais esparso apresso-setuloso, de 
5-8 cm. de comp. por 2,5-3,5 cm. de largura; flôres nos extremos 
dos ramos dispostas em pequenos racimos trifloros axilares ou tam- 
bêm em ternos terminais, a princípio ou quando em botão quási 
totalmente envolvidas por duas brácteas obtusas de 1 em. de comp.; 
calyz apresso-seríceo-setuloso, segmentos triangulares agudos, tão 
longos quanto o tubo e êste pouco contraido em seu ápice e de 
16 mm. de comp.; pétalos obovais, ápice retuso, de 3cm. de comp, 
e 16mm. de largura, nas margens tênuemente ciliado-glandulosos; 
estames de filamentos vilosos na parte inferior e glabros na su- 
perior, de 17mm. de comp. anteras de 10mm. e conectivos de 
5mm. de comp. e cinco menores com filamentos de 10mm. an- 
teras incurvadas e lóculos ondulados de 7 mm. e conectivos de 1 mm. 
de comp. êstes últimos glabros e pouco projectados em sua base; 
pistilo inferiormente, como os estames, esparso so e elabro 
na parte superior, de 23 mm. de altura. 


Museu Paulista: — n.º 3433, Dr. ALBERTO LÓFGREN, 8. 
Francisco dos Campos, em 29-12-96 (dado como Tib. ochypetala, 
BaILL. com que, aliás, a julgar pela descrição, parece ter de 
facto muita afinidade; faltam-lhe, porêm, as glândulas sôbre os 
conectivos, e tambêm as flôóres são maiores que náquela espécie, 
do Perú e Bolívia). 


Tábula.n.º 10 fig. 2. 


O Professor RECHINGER, especialista que foi encarregado do 
estudo das Melastomaceae da « Botanische Expedition der Kaiser- 
lichen Akademie der Wissenschaften nach Brasilien», determina, 
no I vol. «Pterydophyta und Anthophyta» do Dr. R. voN WETT- 
STEIN, material colhido pelo último citado e ScHIFFNER, perto de 
Conceição de Itanhaem, como pertencendo a Tib. ochypetala, BAILL. 
afirmando que o material citado concorda perfeitamente com a 
descrição e o original. Isto quer dizer que no Estado de S. Paulo 
aparece de facto a espécie em questao. 

Pelo seu aspecto esta planta assemelha-se extr ordinariamente 
a Tib. canescens, Can. que tambêm existe na colecção do Museu 
Paulista e é citada em outro logar. Da Tib. trichopoda, BAILL. afas- 
ta-se igualmente muito pouco. 


Tib. trichopoda, BaILL. (2?) 
(CoGNIAUX, ob. cit. pag. 324). 


Jardim Botánico: — n.º 449 (CAPANEMA sS-n.), Parana- 
guá, s-d. 


Este material é deficiente demais para poder determinar-se 
com exactidão a espécie a que pertence. Faltam flôres e as folhas 


72 Melastomáceas 


e os caules com o revestimento, embora combinem, bem com a des- 
crição, não bastam para garantir a identidade. Assemelha-se muito 
à espécie precedente. 


Tib. Glazioviana, Can. (?). 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 325). 


Jardim Botánico: — n.º 2496, s-A., areias banhadas, em 
S. João da Barra, Rio de Janeiro, em 1-69. 


Deste material temos a dizer a mesma cousa que do pre- 
cedente. As folhas, revestimento e tambêm as cápsulas concordam 
bem com a descrição da espécie em questão, faltam porêm as flôres. 


Tib. multiceps, Cn. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 326). 


Horto Oswaldo Cruz: — n.º 3094, HogHNE, Guatemim, 
S. Paulo, em 3-19 e tambêm de Butantan na mesma data; — 
n.º 3104 (A. GEHRT), Guatemim, em 31-3-19 — n.º 5951 (BRADE 
5043), Moóca, S. Paulo, em 26-1-915. 


Museu Paulista: — n.º 37, USTERI, Ipiranga, S. Paulo, em 
1-12-06 (det.); — s-n. LUEDERVALDT, idem em 13-12-07; — n.º 12, 
UsTERI, Avenida Paulista, S. Paulo, em 30-10-06 var. parvifolia, Con. 
(det.); — n.º 2925, EDWwALL, Pirituba, 3-1-95 (det.): — s-n. UÚSTERI, 
Avenida Paulista, em 11-5-07; — Outros sem indicações. 


Jardim Botânico: — n.º 10764 e 10816 (Frazão), S. Paulo, 
em 191% s-ind. certa. 


Arbusto pequeno de 1-2 metros de altura, mais ou menos bem 
formado e copado, com revestimento piloso mais ou menos patente, 
nos ramos angusto-alado ou com êles pelo menos tetrangulares; 
folhas pecioladas, ovo-lanceolares, de 5-8cm. de comp. e 3-4em. 
de largura; flóres nos extremos dos ramos, solitárias ou mais 
frequentemente em curtos racimos de 3-4, roxo-escuras e de 
4,5 cm. em diâmetro; calyax setuloso quási hemisférico; brácteas 
grandes e revestidas de pêlos setulosos um tanto patentes e rijos. 


Tib. frigidula, Can. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 328). 


Horto Oswaldo Cruz: — n.º 2973, DR. AFRÂNIO AMARAL, 
Aguas Virtuosas, Minas, em 15-1-19; — n.º 2693, HoEHNE, Poços 
de Caldas, Minas, em 9-1-19; — m.º 5167, IDEM, Miguel Burnier, 
Minas, em 27-1-21 — n.º 5941 (BRADE 6066), Vila Ema, S. Paulo, 
10-7-914. 


Museu Paulista: — n.º 42, UsTERI, Vila Mariana, S. Paulo, 
em 15-1-06; — s-n. LUEDERWALDT, Ipiranga, S. Paulo, em 5-07, 
(dada como Tb. verticillaris, CeN.): — n.º 2432, LOÓFGREN ET 


An, das Mem, do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. V 13 


EDwALL, Campos da Bocâina, S. Paulo, em 15-4-94 (dada como 
Tib. verticillaris, CGN.). 


Jardim Botánico: — n.º 10797 (A. FRAZÃO), S. Paulo, 
s-ind. certa e sem data. 


Arbusto campestre de caule geralmente singelo ou pouco ra- 
mificado, apresso-piloso, tetrangular quási roliço; folhas geralmente 
sésseis ou curtíssimo pecioladas, oblongo-ovaladas ou quási ovo- 
lanceolares, trinervadas, ápice agudo, dispostas em verticilos de 
três ou opostas; flôres em panículos ou racimos terminais, relativa- 
mente grandes, roxo-escuras, com filamentos estaminais piloso-glan- 
dulosos. 

Distingue-se bem da Tib. verticillaris, CGN. com que foi con- 
fundida, pelas folhas sésseis ou quási sésseis e mais glabras. É 
frequente nos campos altos, especialmente nos mais despidos de 
vegetação arbustiva. Planta de altitudes e climas temperados. 


Tib. adenostemon, Ocn. 
(CoGnNIAUX, ob. cit. pag. 332). 


Horto Oswaldo Cruz: — n.º 5119, HoEgHNE, Miguel Bur- 
nier, Minas, em 27-1-21 e 5204, IDEM, Serra do Ouro Branco, Minas, 
em 29-1-21. 


Comissão Rondon: — n.º 6702, 6703, 6814, 6816, 6817 e 
6908-6910, HogHNE, Sabará, Minas, em 1-916. 


Pequeno arbusto dos campos cascalhosos dos arredores de 
Sabará e da Estação Miguel Burnier, em Minas, frequente nas 
serras do Rio de Janeiro e S. Paulo; caule estreitamente tetra- 
alado, recoberto de pêlos apressos um tanto rijos; folhas curto-pe- 
cioladas, moles, com cinco nervuras livres até a base, por cima 
verdes e seríceo-pilosas, por baixo cinzento-tomentosas e albican- 
tes, de 10-12 cm. de comp, e 4-6 em. de largura; flôres em panículos 
terminais, de côr roxo-escura, de 2cm. de diâmetro; calyx de 
segmentos triângulo-acuminados, pouco mais curtos que o tubo, 
revestido de pêlos seríceos e glandulosos e muito apressos e al- 
bacentes; estames com filamentos glandulosos e conectivos dos 
maiores tambêm glandulosos. 

Arbustinho muitíssimo ornamental, que ao nosso ver não se 
distingue especificamente da Tib. multiflora, CGN. pois que os pe- 
cíolos, embora geralmente sejam mais curtos, parecem ser va- 
riáveis em comprimento, conforme a exposição da planta. Nada 
entretanto podemos resolver sem confrontarmos primeiro o material 
tipo das duas espécies. 


Tib. multiflora, Ccn. 


(COGNIAUX, ob. cit. pag. 333). 


HortoOswaldo Cruz: — HoEHNE: n.º 2900, Pedra Branca, 
em Minas-Gerais, em 21-1-19 e IDEM, n.º 3820, Poços de Caldas, 


74 Melastomáceas 


em. 18-3-20; — IDEM, n.º 5040, Serra do Garimpo, em Cocais, Mi- 
nas-Gerais, em 13-1-21. 


Arbustinho ramificado desde a sua base, com os caules e ramos 
mais ou menos tetrágonos ou profundo-tetrasulcados, às vezes quási 
tetra-alados; folhas e pecíolos recobertos de pêlos bastos e apressos, 
viloso-aveludados, limbo com 5-7 nervuras das quais as tres centrais 
mais espessas e salientes, na base arredondado e ápice agudo, nos 
extremos dos ramos mais curto pecioladas e menores; iflôres em 
amplos panículos terminais, roxo-escuras, com calyx seríceo e pé- 
talos de até lômm. de comp. e não só de 8-10mm. conforme 
descritos. 

Esta planta que, pelas suas belas folhas e lindas inflorescências, 
bastante se recomenda como decorativa, parece não ser especi- 
ficamente diversa da precedente, conforme já fizemos ver mais 
acima. 


Tib. Gardneri, Can. 
(CocNIAUX, ob. cit. pag. 334). 


Jardim Botânico: — n.º 10812 (Frazão), Teresópolis, à 
sombra da floresta densa, Março de 1918. 


Planta muitíssimo parecida com a Tib. grandiflora, Can. e 
dela somente distinguida pelo maior desenvolvimento das quatro 
alas que decorrem pelo caule e ramos, o que aliás tambêm se 
observa muitas vezes, naquella, nos exemplares cultivados. 


Tib. grandifolia, Can. e variedades, 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 336). 


Museu Paulista: — LUEDERWALDT: n.º 1689, Ipiranga, 
S. Paulo, em 1-2-:10 (cultivada) pertencente a var. obtwusifolia, 
Cen. — n.º 3155, Campos Novais, Mun. de Campinas, em 11-4-95 
(det. como Tab. heteromala, CGN.). 


Jardim Botânico: — n.º 10775 (Frazão), S. Paulo, em 
1917 s-d.; — n.º 4494 (LUEDERWALDT, número suqne, citado do M. P. ) 
Ipiranga, em 1-2-10. 


Arbusto de 1-2 metros de altura, bem caracterizado pelas suas 
erandes folhas quási basto tomentosas e inflorescências panicula- 
das, floribundas; flôóres roxo-escuras, de 2,5cm. de diâmetro. Os 
conectivos das anteras são glanduliferas e os ramos e caules, algumas 
vezes, tambêm alados; conforme já chamamos atenção mais em 
cima, isto faz crer que os caracteres tomados por base para se- 
parar especificamente esta espécie das Tib. heteromalla, CaN. Tib. 
multiflora, CGN. e Tib. Gardneri, CGN, não merecem: a importância 
que se lhes deu; parecem antes existir ou deixar de existir con- 
forme o logar em que a planta aparece e vegeta. 

É planta já introduzida em algums jardins, que bem merece 
ser mais divulgada como espécie decorativa para grandes grupos 
de parques. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fase. V 75 


Tib. heteromalla, Can. 
(CoGNIAUX, Ob. cit. pag. 336). 


Jardim Botânico: — n.º 7228 (Frazão), Gávea, Rio de 
Janeiro, em 6-16. 


Arbusto erecto ou as vezes algo prostrado, vegetando no hwmus 
sôbre as pedreiras ou em logares sombrios das matas litorâneas e 
encostas, de aspecto semelhante ao da Tib. grandifolia, Can. de 
que se distingue pelas folhas mais tomentosas (o que pode ser 
resultado do meio em que vive), pistilo glabro e conectivos de 
tôdas as anteras glandulíferos. As inflorescências são terminais 
e paniculadas, mui floribundas e as flôres sostidas por brácteas 
erandes seríceo-pubescentes por fora e na base da parte interna, 'ca- 
ducas com a ântese, Estas são descritas pequenas demais pelo 
Dr. CognIAUX, que as dá como tendo apenas 1/2-1 em. quando 
na realidade atingem até 1,5em. de comp. nas flôres inferiores, 
Veja-se tambêm as notas das precedentes. 


Tib. granulosa, Ccn. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 340). 


Horto Oswaldo Cruz: — HoEHNE: n.º 4202, Rio de Ja- 
neiro, em 1-7-20. 


Jardim Botânico: — n.º 7785 (Frazão), Gávea, Rio de 
Janeiro, em 7-16 e n.º 7755 (DIoNÍsIO CONSTANTINO), Jardim Bo- 
tânico, em 18-1-16. 


Colecção Exsicatas Hoehne: — n.º 604, Tijuca, Rio de 
de Janeiro, em 6-911. 


Árvore grande, comum nas matas higrófilas das encostas das 
serras e montanhas das imediações do Rio de Janeiro, vulgarmente 
conhecida pelo nome de « Quaresmeira » distinguindo-se, durante a 
floração, de grandes distâncias, pelas manchas roxas que forma na 
mata. Os ramos são mais ou menos tetrágonos e até tetra-alados 
e apresso setulosos; folhas grandes, oblongo-lanceolares, com 5 
nervuras, das quais as laterais confluem antes de alcançarem a 
base do limbo, na face superior apresso-setulosas, não hulosas e 
na dorsal sôbre as nervuras principais esparso e apresso-setulosas 
e nas secundárias albo-pilosas e entre estas tênuemente estrelado- 
tomentulosas; flôres em panículos terminais grandes, antes da ân- 
tese envolvidas por duas brácteas, calyx seríceo-pubescente com 
segmentos obtusados pouco mais longos que o tubo, nas margens 
ciliados e no meio da parte dorsal seríceo-pubescentes com as 
margens um tanto fuscas e glabras; pétalos obovais, de 2-3em. 
de comp. e 1,5-2em. de largura; estames pouco desiguais, fila- 
mentos inferiormente glabros e na parte superior longo barbelados. 

Da Tib. scrobiculata, Can. com que muita afinidade tem, esta 
espécie se distingue pelas folhas não escrobiculadas e mais apresso- 
setulosas e nervuras laterais confluentes antes de chegarem à 


76 Melastomáceas 


base do limbo. É um dos adornos das matas da Tijuca e Gávea 
durante os meses de Abril a Julho, florindo, entretanto, tambêm 
em Janeiro. 


Tib. scrobiculata, Can. 
Jardim Botánico: — n.º 3979, s-ind. e sd, 


Árvore menor que a precedente, porêm de ramos tambêm 
tetrangulares e estreito alados, revestidos de pêlos curtos e rijos 
mais patentes e mais crespos; folhas oblongadas, na base e ápice 
atenuadas, 5-nervuladas, por cima escrobiculadas e por baixo fo- 
veoladas, de 8-13cm. de comp. e 2-4cm. de largura; flôres em 
grandes panículos terminais, de até 6-7 cm. em diâmetro, 


Tib. stenocarpa, Can. e variedades. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 345). 


Horto Oswaldo Cruz: — HoEHNE, n.º 3145, Butantan, 
S. Paulo, em 3-18; — n.º 31452 (A. GEHRT), Belo-Horizonte, Minas, 
em 2-1) e n.º 3651 e 3653 (G. GEHRT), de Itirapina e Rubião 
Junior, em S. Paulo, respectivamente em 26-2-20 e 16 de Fevereiro 
de 1920 — n.º 5948 (BRADE 7425), Jundiaí, S. Paulo, em 14-3-915, 


Museu Paulista: — n.º 9, UsTERI, Avenida Paulista, 8. 
Paulo, em 19-4-07 (det. como Tib. fissinervia, CGN.); — n.º 318, 
S-a. Itú, S. Paulo, em 2-3-?; — n.º 73, sind. da var. longifolia, 
Can.; — sn. LóFGREN, Ressaca, S. Paulo, em 10-3-02; — n.º 4318, 
IDEM, Araraquara, S. Paulo, em 14-4-99, pertencente a var. la- 
tifolia, Can. 


Comissão Rondon: — HoEHNE: n.º 2382-2388 e 6811, Rio 
Manso, afluente do Araguaia, em Mato-Grosso, em 4-911; e Sa- 


bará, Minas-Gerais, em 1-16; — KUHLMANN, s-n. Campo de Maria 
de Molina, em José Bonifacio, Mato-Grosso. 
Jardim Botânico: — n.º 2039 (T. TOLEDO JUNIOR), Iti- 


rapina, S. Paulo, em 4-913, da var. latifolia, Cen. 


Árvore grande com folhas lânceo-oblongadas, atenuadas na 
base e no ápice, de 8-15cm. de comp. por 4-6cm. de larg., 
ô-nervuladas, e pecíolos de 1,5-2cm. de comp. na face superior 
esparso setulosas e algo seríceas e na dorsal seríceo-tomentosas, 
com cerdas apressas sôbre as nervuras principais; flôres roxas, 
de 4-5 cm. de diâmetro, dispostas em amplos panículos terminais, 
quando novas e antes da ântese envolvida por grandes brácteas 
seríceo-pubescentes por fora; calyax com segmentos tão longos quanto 
o tubo; estames basto-pilosos na parte superior dos filamentos; 
anteras longo-acuminadas. 

Os exemplares floridos durante os meses de Outubro a TFe- 
vereiro ostentam panículos tão floribundos quanto os dos meses 
de Abril a Julho. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fase. V ra 


Tib. Martialis, Can. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 346). 


Horto Oswaldo Cruz: -— HOEHNE: n.º 2759, Poços de Cal- 
das, em Minas, em 10-1-19; — IDEM, n.º 3809, idem em 22-3-20; — 
n.º 2974, Aguas Virtuosas, DR. AFRÂNIO AMARAL, em 15-1-19; — 
n.º 5032, HoEgHNE, Serra do Caraça, em Minas, em 18-1-21 — 
n.º 5944 (BRADE 7422) Jabaquara, S. Paulo, em 11-914. 


Museu Paulista: — n.º 2431, LOFGREN ET EDWwALL, Cam- 
pos da Bocâina, em 15-4-94; — n.º 3431, LóÓFGREN, 8. Francisco 
dos Campos, em 21-7-96; — n.º 68, UsrTERI, em S. Paulo, no Ja- 
raguá, em 30-1-06 (det. como Tib, debilis, CGN. var. vulgaris); — 
n.º 3434, LÓOFGREN, S. Fr. dos Campos, em 26-12-96 (det. como 
Tib. Ackermannii, CN. de que se distingue pelas flôres menores e 
outros caracteres de secção). 


Lindo arbustinho dos campos cerrados e beira das matas nos 
lugares mais húmidos, que se distingue pelas flôres alvas ou róseas 
dispostas esparsamente em panículos terminais, com filamentos es- 
taminais longo-barbelados; folhas pequenas e apresso-setulosas, de 
3-5 em. de comp. Em regra este arbusto não atinge mais que dois 
metros de altura; e é sempre bastante ramificadoa e mui floribundo. 


Tib. pauciflora, Ccn. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 348). 


Comissão Rondon: — HoEHNE: n.º 2452-2454, Rio Manso, 
afluente do Araguaia, Mato-Grosso, em 4-911. 


Arbusto de 2-3 metros de altura, com ramos e caule esparso é 
apresso-setulosos, um tanto acastanhados, finos e delgados; íolhas 
lânceo-oblongadas, de 3-6em. de comp. por 1-2cm. de largura, 
com três nervuras bem distintas na página dorsal e ali revestidas 
de cerdas apressas pouco visíveis: flóres pediceladas, axilares, so- 
litárias ou em corimbos de 3-5 nos extremos dos ramos, roxas e 
de 4-5cm. de diâmetro com calyax recoberto de longas cerdas 
muito apressas, com segmentos mais curtos que o tubo e arre- 
dondados no' ápice; pétalos de 2-2,5 cm. de comp. e estames com 
os filamentos longo-barbelados na parte superior; anteras acumi- 
nadas de longe, roxas, 

Pela primeira vez citada para a flora de Mato-Grosso; até 
aqui apenas conhecida dos estados de Minas-Gerais e S. Paulo. 


Tib. Chamissoana, Cn. 


(COGNIAUX, ob. cit. pag. 349). 


Horto Oswaldo Cruz: — HoEHNE: n.º 677, Butantan, 
S. Paulo, em 12-10-19; — IDEM, idem, n.º 291, em 4-7-17; — IDEM, 
idem, n.º 2501, em 15-10-18 e n.º 3106, Guatemim, S. Paulo, em 
3-19 — n.º 5938 (BRADE 7428), Vila Ema, S. Paulo, em 11-914. 


78 Melastomáceas 


Museu Paulista: — LÓFGREN: n.º 112, campos de êste 
de Itapetininga, 15-9-87, arbusto campestre (dado como sendo Tib. 
Glazioviana, CGN.); — EDWALL, s-n. Taipas, em 31-9-98; — C. DUARTE, 
n.º 251, Atibaia, 9-900 «Flôr de S. Miguel»; — s-n. USTERI, Ave- 
nida Paulista, S. Paulo, em 5-9-06 (det. pelo Dr. CoGNIAUX); — 
s-n. LUEDERWALDT, Ipiranga, dois exemplares sendo um de 3-2-07 
e outro de 20-4-09 (det. como Tib, Glazioviana, CGN.). 


Pequeno arbusto campestre de folhas lânceo-ovaladas, arre- 
dondadas em sua base ou mesmo ligeiramente cordadas e ápice 
agudo, por cima espárso pubérulas e por baixo albo-tomentosas, 
de 5-6em. de comp. e 1-2 em, de larg., pecioladas; flôres terminais 
formando pequenos panículos ou quási solitárias, geralmente abun- 
dantes (graças à ramificação dos caules), de côr roxa e não muito 
grandes. Os segmentos do calyx são caducos depois da floração. Pelo 
aspecto e revestimento peculiar, esta planta faz recordar de Mi- 
crolepis oleaefolia, 'TRIANA, que aparece nas mesmas localidades dos 
arredores desta Capital. Raizes tuberosas e carnosas tuberíformes. 


Tib. ursina, Cn. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 351). 


Horto Oswaldo Cruz: — HoEHNE: n.º 1232, Butantan, 
S. Paulo, em 7-1-18 — n.º 5949 (BRADE 7426), Jabaquára, S. Paulo, 
3-915. 


Museu Paulista: — LOFGREN: n.º 2328, Invernada do Pi- 
nhal, Campos da Bocáina, em 30-3-94, Campo húmido (determ. como 
Tib. decemcostata, CGN.). 


Jardim Botânico: — n.º 10780 (Frazão), S. Paulo, em 
ESB EL SE 


Arbustinho singelo ou raro um tanto ramoso, de folhas sésseis 
e quási amplexicaules, em tôdas as partes recoberto de pêlos 
bastos e longos; folhas geralmente 7-nervuladas, ursino-hirsutas; 
flóres relativamente grandes de até 5-6cm. em diâmetro, roxas, 
sostidas por brácteas grandes e piloso-glandulosas em seu verso. 

As folhas sésseis e o revestimento ursino-hirsuto da planta 
são um bom característico para a espécie, de Tab. decemcostata, CGN., 
com que foi confundida, ela se distingue pelos estames destituidos 
de pêlos glandulosos e folhas com apenas sete nervuras e sésseis. 
Alêm disto esta é de S. Paulo é aquela mais restrita a Minas. 


Tib. holosericea, BAILL. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 353). 


Horto Oswaldo Cruz: — n.º 1862, HozgHNE, Iguape, 58. 
Paulo, em 26-4-18; — n.º 1055, Dr. JoÃo FLORÊNCIO GOMES, Iguape, 
em 12-12-17 — n.º 5943 (BRADE 6078), Pariquéra, Iguape, em 1-911. 


Museu Paulista: — n.º 248, ARS. PUTTEMANS, cult. no 
Horto Botânico da Cantareira, S. Paulo, 3-900; — n.º 1634, LOFGREN, 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. V 79 


Piruíbe, 30-10-91; — n.º 17, UsTERI, Alto da Serra, S. Paulo, em 
12-8-06; — s-n. LUEDERWALDT, Ipiranga, S. Paulo, em 20-10-07 (to- 
dos identificados). 


Jardim Botânico: — n.º 920 s-ind. e s-d. 


Colecção de Exsicatas Hoehne: — n.º 609, HoEHNE, 
Rio de Janeiro, Meyer, em 9-910. 


Planta mais geralmente halófila, de pórte bastante variável 
mas raro de mais de metro de altura, folhas sempre basto e 
apresso-seríceo-vilosas; inflorescências terminais, flôres roxas e bem 
decorativas. Nome vulgar «Pracajá-nambi» da lingua indígena e 
« Orelha de onça» em português, que é a traducção exacta. Este 
nome lhe é dado pela forma e revestimento peculiar das suas 
folhas; que são sésseis e um tanto amplexicaules e cordadas em 
sua base. 


Tib. urceolaris, Can. 
(CoGNIAUX, Ob. cit. pag. 355). 


Jardim Botânico: — n.º 10795 (Frazão), Teresópolis, Rio 
de Janeiro, 3-919. 


abala, ns Mt fis o 


Arbusto de 150 cm. de alt. parco ramoso, com caule e ramos 
tetrangulares, as vezes até um tanto alados e revestidos de pêlos 
moles pouco patentes; folhas curto-pecioladas, ovo-acuminadas, na 
face superior esparso apresso-pubescentes e setulosas e na dorsal 
basto-seríceo-tomentosas, de 5-9 em. de comp. por 2-5cm. de larg. 
com 5-Y nervuras; inflorescências terminais, paniculadas, às vezes 
com os ramos inferiores sostidos por folhas; flôres purpúreo-violá- 
ceas, de 3cem. de diâmetro, sostidas por pequenas brácteas; pistilo 
longo e estames inferiormente esparso-glandulosos; segmentos do 
calyx curto triangulares e o tubo longo e urceolado revestido de 
pêlos um tanto glandulosos, 


Tib. urceolaris, Can. var. papillosa, HOEHNE (var. nov.). 


(Juntar à forma anterior). 
Pilis subpapillosis et bracteis majoribus. 


Museu Paulista: — n.º 2850 a (ex Herv. CAMPOS NOVAIS), 
sem outras indicações, mas, provavelmente, procedente do Mun. de 
Campinas, S. Paulo. 


Tábula n.º 11 fig. 2. 


Durante alguns dias vacilamos entre o descrever esta planta 
como uma espécie difinida e uma varjedade, mas, finalmente, con- 
siderando que apenas diferem da espécie precedente: o revésti- 
mento e o tamanho das brácteas, optámos pela última. Pedimos 
entretanto a atenção dos interessados para a descrição que fa- 
zemos a seguir e as ilustrações que juntamos. 


80 Melastomáceas 


A julgar pelo material em mão (tres ramos apenas), esta 
planta deve ser arbustiva de mais ou menos 1 metro de altura, 
ter ramos bifurcados ou simples, mais ou menos tetra-angulares, 
revestidos, em tôdas as partes vegetativas e na raque floral, de 
pêlos papilosos como os da Tab. formosa, Can. de que aliás se 
aproxima por outros caracteres. As folhas são oblongo-elipsoidess, 
curto (1 cm.) pecioladas na base arredondadas e no ápice agudas; 
de 7-10em. de comp. e 3-4cm, de larg. no meio, com 7 nervuras, 
das quais as duas externas são pouco visiveis e mais curtas, na 
face superior, quando sêcas, côr de havana e basto apresso-papiloso- 
pilosas e, na dorsal, em idénticas condições, alvo-acinzentadas, 
basto-tomentosas. Imflorescências paniculadas, amplas, terminais, 
na base foliosas, quási sempre com os cálices e brácteas um tanto 
avermelhadas ou fuscas, de 10-16 cm. de diâmetro; pedicelos de 
5-7mm. de comp. e brácteas grandes e obtusadas, de até l cm. 
de comp. e 3-4mm. de largura maior, glabras por dentro e 
apresso-pilosas por fora; calyx alongado com o tubo de mm. 
e segmentos triangulares, egualmente seríceo-pubescentes, de 
3-5 mm. de comp.; pétalos roxo-claros, de 16 mm. de comp. e 10mm. 
de larg., esparso e indistintamente ciliados; estames glabros ou com 
poucos pêlos glandulosos próximo à base; filamentos pouco de- 
siguais, os maiores de 10mm. de comp.; anteras de 7mm. e 
conectivos de 2-3 mm. de comp.; pistilo de 20mm. glabro. 


Tib. Gandichaudiana, BaILL. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 360). 


Jardim Botánico: — n.º 7234 (CAPANEMA), sind. (pro- 
vavelmente de St. Catarina ou dos arredores do Rio de Janeiro). 


Arbusto de 1-2 metros de alt.; caule e ramos um tanto an- 
gulosos, os últimos revestidos de pêlos apressos de base um tanto 
projectada; folhas estreitas oblongo-lanceolares, de 5-11 em. de comp. 
e 2-4cm. de larg. sôbre pecíolos de 1-1,5cm., na face inferior 
amareio-douradas, basto e apresso-pilosas e nas nervuras basto- 
apresso-setulosas, na superior esparso apresso-setulosas e verdes, 
o-nervuladas; inflorescências terminais, paniculadas delgadas, fo- 
losas nos ramos inferiores; flóres roxo-claras, de 4cem. de diá- 
metro; calyx apresso-setuloso, com tubo de 7-8mm. de comp. e 
segmentos de 3-4mm.; estames quasi iguais entre si; filamentos 
na parte inferior esparso-curto-glandulosos; anteras longas com 
conectivo de 1-1,5mm. de comp. em sua base espessado e bi- 
lobado. 


Tib. Reichardtiana, Can. 


(COGNIAUX, ob. cit. pag. 361). 


Jardim Botânico: — n.º 212 (CAPANEMA), s-ind. (prova- 
velmente dos arredores do Rio de Janeirq). 


Arbustiva de caule e ramos um tanto angulosos e recobertos, 
quando novos, de sétulas apressas e curtas, mais tarde glabros; 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. V 81 


folhas curto-pecioladas, rijas, na face superior apresso e mole- 
setulosas e. na dorsal tomentuloso-sericeas, com as nervuras sa- 
lentes e recobertas de sétulas apressas, de 6-10cm. de comp. e 
3-5 cm. de largura; inflorescências paniculadas, floribundas, bem 
características para a espécie; flôóres de 3-4 cm. em diâmetro; calyx 
apresso-setuloso, com segmentos muito mais curtos que o tubo; 
estames em sua base esparso e indistintamente piloso-glandulosos. 


Tib. corymbosa, Can. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 368). 


Jardim Botânico: — n.º 7232 e 7233 (FRAZÃO), Praia da 
Gávea, Rio de Janeiro, 6-910 e n.º 754, s-ind. 


Colecção de Exsicatas Hoehane: — n.º 608, HoEHNE, 
Morro de S. João, Rio de Janeiro, em 11-915. 


Arbustiva ou arborescente, de 3-7 metros de altura, com os 
ramos obtuso-tetrágonos, recobertos de esparsos pêlos algo pa- 
tentes e crespos, de base um pouco projectada; folhas superiores 
pequenas, de 4-6 cm. de comp. por 2-3cm. de largura mediana, 
ô-nervadas, nervuras externas mais curtas e fundidas com a me- 
diana antes de alcançarem a base; pecíolo curto e como o limbo 
esparso-setuloso; flôóres em panículos curtos e corimbiformes de 
4-6 cm. de comp. de 5 cm. de diâmetro; calyax esparso-setuloso cora 
os segmentos mais curtos que o tubo, isto é de 2-3 mm. de comp. 
e aquele de 6-7 mm.; estames com filamentos esparso-glanduloso- 
pilosos em sua base; anteras longas e glabras. 

O n.º “235 distingue-se do primeiro pelas folhas menores e 
mais agregadas, inflorescência mais curta. Isto talvez por ter sido 
recolhido de um exemplar raquítico do litoral. 


Tib. asperior, Cn. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 366). 


Horto Oswaldo Cruz: — n.º 4170 (leg. Dr. NOVA GOMES), 
Pelotas, Rio Grande do Sul, em 1-20. 


Pequeno arbusto ramoso desde a sua base, de 0,5-1Im. de 
altura, ramos tortuosos levemente tetrangulares, a princípio re- 
cobertos de pêlos quási escamiformes espessos e de base mais 
ou menos livre e projectada, mais tarde glabros e de casca solta 
e descorticante; folhas elíptico-ovais, pequenas, sôbre pecíolos de 
3-5 mm. e limbo com 5 nervuras, de que as laterais são pouco, 
perceptíveis, comp. 3-5 em. e de 1,5-2 em. de largura, no dorso cras- 
smervadas e basto escamiforme pilosas, na face superior esparso 
e apresso setulosas; flôres de 2-6, em pequenos racimos nos ex- 
tremos dos ramos, com calys patente aspero-viloso ou setuloso 
e pétalos de margens ciliadas, de 2,5 cm. de comp.; estames longos 
e desiguais entre si, glabros e com conectivo bastante longo. 

Esta planta parece ser tipicamente halófila. 


82 Melastomáceas 


Tib. aspera, AVUBL. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 374). 


Comissão Rondon: — n.º 2215 (GENERAL RONDON), Serra 
da Paca-Nova, Mato-Grosso, próximo áàá cabeceira do Cautário 
Grande no extremo norte, em 3-917. 


Arbusto do chavascal, caracterizado pelas escamas lanceo- 
ladas de margens ciliadas ou ligeiramente crenadas de base pro- 
jectada e livre que recobrem os ramos e o calyx. Estes caracteres 
são tambêm observados na Tib. Spruceana, CGN. que citamos abaixo, 
daquela se distingue porêm pelas folhas penta-nervadas e estri- 
giloso-pilosas por cima e pilosas no dorso. 


Tib. Spruceana, Ccn. 
(COGNIAUX, Ob. cit. pag. 376). 


Comissão Rondon: — HogHNE:n.ºs 5085, 5179 e 5180, mar- 
gens do Rio Juruena, duas léguas abaixo da confluência do Rio 
Camararé, em Mato-Grosso, em 1-912. 


Jardim Botânico: — n.º 3195 (KUHLMANN n.º 450), Alto 
Rio Branco, Amazonas, em 2-913. 


Arbusto de ramos recobertos de escamas alongadas e espessas 
de margens um tanto fimbrilhadas, especialmente na superior; no 
calyo estas escamas são maiores e as duas brácteas, — um tanto 
concrescidas em sua base, — o envolvem em parte. À primeira vista 
esta planta se assemelha um tanto com Tib. pogonanthera, Can. 
que encontrámos nas cabeceiras do Rio Juruena e em Cuiabá, 
mas, dela, é facilmente distinguida pelo concrescimento das ci- 
tadas brácteas, pela forma dos estames, respectivos conectivos 
elabros e ainda a forma das escamas. É bastante interessante 
devido ao revestimento peculiar. 


Tib. papyrifera, Por. 
(CocNIAUX, ob. cit. pag. 378). 


Jardim Botánico: -— n.º 10833, s-a. Serra Dourada, àr- 
vore ana, 1-893. Vulgo: « Arvore do papel». 


Arvore de 3-4 metros de altura, caracterizada pela casca alva, 
e membranosa que se destaca em pedaços mais ou menos grandes 
como folhas de papel; ramos novos e dorso das folhas recobertas 
de pêlos escamiformies apressos, que tambêm cobrem o calyx; 
folhas de âmbito ovalado, agudas, com 5 nervuras, claras no dorso 
e verdes na face superior; flôres desconhecidas para COGNIAUX, € 
no material presente tambêm só representadas pelos cálices que 
envolvem as cápsulas já maduras. 

Esta planta é bastante conhecida devido à maneira pela qual 
se destacam as camadas papiriformes da casca, o que lhe mereceu 
o nome vulgar. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. V 83 


Tib. crassiramis, Can. 


Jardim Botânico: — n.º 10826 s-Aa. Serra dos Pirineus, 
Estado de Goiás (Talvez colhida pelo Dr. ULE ou GLAZIOU). 


Árvore pequena um tanto raquítica bem caracterizada pelos 
ramos relativamente espessos e tortuosos recobertos de casca aver- 
melhada e membranacea. 


Tib. pogonanthera, Cn. 


(COGNIAUX, ob. cit. pag. 381). 


Comissão Rondon: — HoEgHNE: n.ºs 2530 — 2532, 1311 — 
1314, 1258, 1263, 1765, 1767, 1427, 1237, 4690 e 4815, procedentes 
de Cuiabá, Coxipó da Ponte, Tapirapuan, Juruena, etc. em Mato- 
Grosso, florindo de Março a Maio. 


Jardim Botânico: — n.º 10829 s-a. Serra de St. Bárbara, 
Goiás, 1-893. 


Arbusto de 1-3 metros de altura, com os ramos recobertos de 
escamas espessas muito apressas e de margens ciliadas, que tam- 
bêm revestem o calya e as nervuras da parte dorsal das folhas, 
que são curto pecioladas, trinervadas e na face superior apresso 
setulosas, de 5-8em. de comp. e 3-4em. de largura, base ar- 
redondada e um tanto atenuada e ápice agudo; flôres roxas, dis- 
postas nos extremos dos ramos em grandes panículos; os segmentos 
do calya são triangulares-agudos e ornados de longas cerdas em 
suas margens. Já foi citada na Parte III pelo DR. CoGNIAUX. 


Tib. gracilis, CGN. e variedades. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 387). 


Horto Oswaldo Cruz: — (diversas variedades e formas), 
n.º 124 e 216, HoguNE, Butantan, respectivamente em 17-5-17 e 
13-6-17; — n.º 2937, IDEM, Poços de Caldas, Minas, em 30-1-19 e 
n.º 3749, IDEM, idem, em 10-3-20; —m.º 1458, IDEM, Tatuí, em 30-1-18; 
— n.º 8005 (ToLEDO), Campinas, em 27-2-19 — n.º 3077, HOEHNE, 
Butantan, 3-919; — n.º 3719 (G. GEHRT) Ponta Grossa, Paraná, 
em 15-1-20; — n.º 3731 (IDEM), Castro, Paraná, em. 14-1-20; — n.º 
4169 (Nova Gomes), Rio Grande do Sul, Pelotas, em 3-20. 


MuseuPaulista: — n.º 1053, LOFGREN, Fortaleza, S. Paulo, 
em 22-11-88; — n.º 8, UsTERI, Avenida Paulista, 18-1-06; — n.º 5 
IDEM, Pinheiros, 16-12-06; — n.º 7 IDEM, Cantareira, em 16-7-05; — 
n.º 2160, LOFGREN ET EDwaALL, Sapucaí 15-1-93; — n.º 42, USTERI, 
Parada Zero, 16-2-07; — sn. LUEDERWALDT, Ipiranga, S. Paulo, 
em 17-6-06; — s-n. CAMPOS PorTO, 2-12-01; — n.º 71 SA, e s-p.; — 
n.º 9 sa. Itú, 10-10-97; — m.º 41, UsTERI (em parte, juntada à 
Tib. debilis, CGnN.), Avenida Paulista, em 12-11-06. 

Comissão Rondon: — HOoEHNE: n.ºs 2488-2490, Coxim, sul 
de Mato-Grosso, em 6-11; — KUHLMANN n.ºs 1155 e 1160, Aqui- 
dauana e Rio Arinos, Mato-Grosso, em 2-917. 


84 Melastomáceas 


Jardim Botânico: — n.º 10773 (FRAZÃO), S. Paulo s-d.; — 
n.º 8297 s-ind. e n.º 7976 (C. Porto, n.º 443), Esperança, Minas, 
em 1916; — n.º 1551, Jaraguá, S. Paulo, em 12-912. 


As variedades representadas neste material são: vulgaris, hir- 
suta, fraterna, gracilima, strigillosa, etc. 


Plantinha de caule geralmente singelo, erecto, de: 20-50 em. 
de altura; caule hipogeu espesso e sinuoso; folhas gquási sés- 
seis, recobertas de pêlos mais ou menos patentes; flôres na parte 
superior dos ramos e caule, relativamente grandes e ornamentais. 
Frequente nos logares mais húmidos e comum em todo o Brasil 
e Paraguai. 


Tib. hieracioides, Can. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 389). 


Horto Oswaldo Cruz: — n.º 2981, HogHNE, Poços de Cal- 
das, campo sêco; — n.º 5460, IDEM, Miguel Burnier, Minas, em 
31-1-21. 


Museu Paulista: — n.º 1990, LÓFGREN ET EDwALL, Fran- 
ca, S. Paulo, em 3-1-93. 


Comissão Rondon: — n.ºs 6312-6315, HOBHNE, Miguel Bur- 
nier e Caeté, Minas, em 11-915. 


Jardim Botânico: — n.º 7967 (Campos PorTO n.º 505), 
Ouro Branco, Minas, em 1916 s-d; — n.º 3981 (LOFGREN n.º 67 e 97), 
s-proc. 10-908 (determinada como Tib. gracilis, CON); — 7957 
(Campos PorTO n.º 516), Metalúrgica, Mimas, 1916 s-d. 


Planta campestre, erecta, de 15-35 cm. de altura, com folhas 
oblongo-ovaladas, reduzidas à metade inferior do caule e reco- 
bertas de pêlos patentes, depois de sêcas amareladas; flôres nos 
extremos dos caules, agrupadas em grupos de 2-7, róseo-arroxeadas, 
com anteras amarelas tendo na base dos pedicelos duas brácteas 
foliáceas; calya recoberto de pêlos cerdosos escuros, ou arroxeados 
em vivo, que são bem patentes, segmentos lânceo-lineares, agudos, 
pouco mais curtos que o tubo; filamentos dos estames glabros, 
conectivos das anteras em sua base espessos e bituberlados. Muito 
comum nos campos de Minas e Goiás, etc. 


Tib. Benthamiana, Can. 


(COGNIAUX, ob. cit. pag. 391). 


Jardim Botânico: — n.º 10796 (Frazão), Teresópolis, 
Rio de Janeiro, 4-918. 


Arbusto de 1-3 metros de altura, com os caules e ramos novos 
largamente tetra-alados e curto hirsuto-pubérulos; folhas ovo-lan- 
ceolares, moles, de base arredondada ou cordada e ápice acuminado 
ou agudo, margens inteiras, com 7-9 nervuras, na face superior 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. 1 - fasc. V 85 


ténue aveludadas e na dorsal basto seríceo-albicantes, de 10-13 em. 
de comp. por 3-6 cem. de largura, sôbre pecíolos de 1-3em.; flôres 
em panículos terminais, de 1-2dm. de comp. e de 4-4,5 cm. de diã- 
metro; calya recoberto de pêlos glandulíferos algo patentes, com 
tubo de 4-6 mm. e segmentos de 1,5-2mm. de comp. triangulares; 
estames bem desiguais, com anteras terminadas em poros dilatados 
que fazem lembrar os das Rhynchantheras, e as dos estames menores 
curvas e unduladas transversalmente com conectivo curto e glan- 
dulífero em sua base, as dos maiores delgadas e mais rectas, 
terminadas em rostro e conectivo longo e sem glândulas. 


/ Tib. rupicola, HogHNE (sp.nov.). 
(Specie nov. ex sect. Diotantherae, 8 A,99 a). 


Fruticulosa nana; radice tuberosa vel xylopodifera; caule sim- 
plici anguste tetraptero-teirangulari brevissime cano tomentoso 
et ad nodos annulato setuloso, inferne nudo et supra medium fo- 
loso; foliis brevipetiolatis, mollibus, ovatis, basi rotundatis vel 
subcordatis, apice acutis vel subobtusatis, margine indistincte minute 
denticulatis seu integerrimis, 7-nervatis, nerviis exterioribus usque 
ad basin liberis et duabus intermediaris inferne levissime confluen- 
tibus, supra breviter denseque tomentosis et subtus majius cano 
tomentosis et ad nervos venaque dense adpresso sericeis; pani- 
culis terminalibus, sat magmnis; floribus mediocribus distincte pe- 
dicellatis, bibracteatis; calyce longiuscule denseque adpresso se- 
riceo-glanduloso-piloso, tubo anguste campanulato, segmentis e basi 
lata abrupte acuminatis subtriangularibus, acutissimis tubum aequi- 
longis vel paullo brevioribus; petalis obovatis, apice subrotundatis, 
margine glanduloso-ciliatis; staminibus inaequilongis, filamentis in- 
ferne sparse glanduloso-pilosis, connectivo infra loculos breviter 
producto in mimoribus breviter arcuatoque et basi distincte biau- 
riculato et in majoribus inferne pluriglanduloso; stylo inferne sparse 
adpressoque piloso; capsula subglobosa, obovoidea, distinete 10- 
costulata; semina fusca vix cochleata. 

Rupícola com espesso xilópodo de que emergem os 2-5 caules 
de 30-5Cem. de altura, ligeiramente tetrangulosos e recobertos 
de tomento aicinzentado, mais tarde glabros e roliços, despildos 
de folhas na metade inferjor; folhas ovais, moles, com sete nervuras 
principais e veios paralelos transversais, entre elas, por cima curto 
tomentosas algo aveludadas e no dorso basto tomentosas e sôbre 
elas apresso-seríceo-pilosas, de 10-12em. de comp. por 5-7 cem. de 
largura; pecíolos de 1 cm.; inflorescências terminais e amplo- 
paniculadas, de 15-20em. de comp. um tanto piramidadas, nos 
ramos, calyx, pedicelos e brácteas revestidas de pêlos vilosos mais 
ou menos glandulíferos e apressos; ramos curtos e di-tricótomos 
cgom 6-9 flôóres em cada um; flôres roxo-escuras, de 1,8cm. de 
diâmetno; calya campanulado até urceolado, durante a ântese com 
tubo de 3mm. e segmentos de 2 mm. de comp., depois aesta au- 
mentado e 10-costulado, com segmentos persistentes; pétalos roxo- 
escuros, de âmbito oboval, ápice arredondado, margens glanduloso- 
ciliadas, de 12 mm. de comp.; estames desiguais, filamentos inferior- 


86 Melastomáceas 


mente esparso glandulaso-pilosos, anteras dos menores incurvas 
com os lóculos transversalmente ondulados, de 2mm. de comp. 
conectivo curto, glabro e na base com um prolongamento bifwr- 
cado, a dos maiores mais longas, menos incurvadas, com conectivo 
igualmente mais longo mas não projectado na base, mas sim pouco 
acima desta ornado de pêlos glandulosos; pistilo do comprimento 
dos estames com as respectivas anteras, na metade inferior um 
tanto piloso; cápsula globosa até oval, de 5 mm. de comp. e pouco 
menor diâmetro transversal. 

Distingue-se da Tib. tuberosa, CGN., que é citada para Goiás, — 
portanto de região mais ou menos ijdentica à em que foi recolhida 
esta, — pelos caules mais altos e tetrangulares a princípio, pelas 
elândulas dos pedicelos e do calyx, glândulas do conectivo das 
anteras maiores, estames desiguais entre si e pistilo piloso na 
metade inferior e folhas menos bulosas, não foveoladas e in- 
florescência maior. 

Da Tib. amoena, Herzog (Fedde, Rep. Sp. VII, pag. 64), 
ela tambêm se distingue pelo porte menor e folhas maiores e 
pecioladas. 

Planta muito decorativa que cresce sôbre as pedras, barrancas 
sêcas e encostas da Serra, na Chapada; floresce abundantemente 
de Março a Abril. 


Comissão Rondon: — HoEHNE: n.º 2389-2391, Casa da 
Pedra e Morro Podre, na Chapada, em 3-911 e 4-911. 


abula n.º 12 figo 


Tib. scaberrima, Can. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 400). 


Horto Oswaldo Cruz: -— n.º 3013, HorHNE, Biológica, 
Alto da Serra, logar menos cerrado da mata, 3-919 e 3736, IDEM, 
idem, mata húmida, 5-4-20; — n.º 5950 (BRADE 7424), Campo Grande, 
S. Paulo, serra do Cubatão, em 24-3-914. 


Museu Paulista: — n.º 3904, GustTAVO EDWALL, Rio Gran- 
de, Alto da Serra, S. Paulo, em mata virgem, 15-4-98; — s-n, 
LUEDERWALDT, Raiz da Serra, em 20-5-08. 


Jardim Botânico: — n.º 2025 (ToLEDO n.º 493), Biológica, 
Alto da Serra, S. Paulo, em 3-13. 


Esta espécie, que, ao que parece, é pouco comum, foi, na 
Flora Brasiliensis distribuida à secção Diotantherae II, que com- 
preende, de acórdo com a chave, espécies comi flôres ecaliculadass, 
pediceladas, pedicelos com brácteas pequenas ou quási nulas e 
flóres pentámeras. No material do hervário do Museu Paulista ela 
não estava determinada e ali, como no Jardim Botânico, ignorava-se 
a sua afinidade, mas não sabemos porque o DR. RECHINGER à 
descreveu como nova sob o nome de Tib. nobilis, RECH. (R. V. 
WETTISTEIN, Erg. der Bot. Exp. der Kaiserl. Ak. der Wiss. nach 
Sudbrasilien, pag. 254 et tab. XXI). Ela é mais arborescente 
que arbustiva, e na mata atinge até 10 metros de altura. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fase. V 87 


Árvore relativamente esguia no interior da mata virgem, com 
tronco e ramos adultos glabros, quando novos, como as folhas 
áspero apresso-pilosos, estas últimas de 10-18cem. de comp. sôbre 
pecíolo de 1-1,5 cm. base arredondada, penta-nervuladas, nervuras 
laterais confluentes em sua base; flôres roxo-escuras dispostas em 
grandes panículos terminais de ramos patentes; calyax urceolado 
recoberto de sétulas apressas incurvadas, segmentos estreito-trian- 
gulares, mais curtos que o tubo, persistentes; pétalos obovais, ate- 
nuados para a base e ápice arredondado, de 1,5cm. de comp.; 
estames glabros. 


Tib. debilis, Can. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 401). 


Horto Oswaldo Cruz: — HogHNE: 3297, Butantan, 8. 
Paulo, em 3-919 — n.º 5940 (BRADE 7435), Jaraguá, S. Paulo, em 
22-12-912. 


Museu Paulista: -— n.º 41, UsTERI, Avenida Paulista, 
S. Paulo, em 12-11-06 (misturada com a Tib. gracilis, CGN.). 


Quási herbácea, pequena, erecta, de 50-70 em. de altura, muito 
parecida com a Tib. gracilis, CGN. forma longisetosa, CGN., mas dis- 
tinguida pelos pêlos mais patentes, flôres pediceladas, calyx es- 
parso piloso e o revestimento em geral mais cerdoso e mais pátulo 
e em estado exsicado sempre mais escura que aquela. Folhas 
lanceolares elípticas de 8-12cem. de comp.; flôóres nos extremos 
dos caules ou ramos, com brácteas pequenas e muito menores que 
as da espécie ha pouco referida. 


Tib. cerastifolia, Can. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 403). 


Horto Oswaldo Cruz: — n.º 1344, HogHNE, Butantan, S. 
Paulo, em 18-2-19 — n.º 3103, IDEM, perto de Guatemim, em 3-919 e 
n.º 2988, Biológica, S. Paulo, Alto da Serra, em 18-2-19 — n.º 1985, 
IDEM, idem, em 17-1-19 e n.º 2985, IDEM idem, em -9-3-18 — n.º 
5987 (BRADE n.º 7434), S. Caetano, S. Paulo, 24-2-915. 


Museu Paulista: — n.º 3049, LOFGREN, Sitio Doll, Serra 
da Cantareira, S. Paulo, em 14-6-95 (dada como Comolia lanceae- 
folia, 'TRIANA) — sn. HAMMAR, Cantareira, idem, (var. major) 
2-99 — n.º 2135, LUEDERWALDT, Ipiranga, S. Paulo, em 3-912 (var. 
major) — n.º 9, UsTERI, perto do Horto Botânico, S. Paulo, (det, 
como Tib. herbacea, CGN.) — n.º 1 b. IDEM, Ipiranga, S. Paulo, 
(tambêm dada como sendo Tib. herbacea, CON.) — n.º 24, IDEM, 
Alto da Serra, S. Paulo, em 6-1-907 (dada como Tib. sebastianopoli- 
tana, Cen.) — n.º 10, IDEM, Mandaqui, 23-11-906 (tambêm dada 
como Tib. sebastianopolitana, CaN.). 


88 Melastomáceas 


Jardim Botânico: — n.º 4495 (LUEDERWALDT n.º 2135), 
Ipiranga, S. Paulo, em 3-913. 


Esta planta atinge de 50-100 cm. de altura, é subarbustiva e 
bastamente ramificada, geralmente revestida de pêlos patentes e 
elandulígeros nas partes mais novas e tambêm sobre o calyx. As 
flôres são tetrámeras, dos estames quatro teem conectivo bastante 
longo e quatro o teem menor. Por êste último característico ela 
se distingue bem das espécies com que foi confundida nos hervários 
supra mencionados. 

(De Comolia o genero Tibouchina é facilmente distinguido pelo 
ovário de vértice piloso). 


Tib. herbacea, Cn. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 408). 


Horto Oswaldo Cruz: — n.º 3811, HoEHNE, Poços de Cal- 
das, Minas, em 22-3-20 e n.º 3076, IDEM, Butantan, em 3-919. 


Museu Paulista: — n.º 3156, Campos Novais, Município 
de Campinas, S. Paulo, em 2-3-95 — s-n. USTERI, em margens do 
Rio Tieté, S. Paulo, — sn. LUEDERWALDT, Ipiranga, 6-2-908. 


Comissão Rondon: — n.º 6316, HOEHNE, Lagoa Santa, Mi- 
nas, em 11-915. 


Pequeno arbusto de 60-100 cm. de alt. geralmente bem ramoso, 
com caule e ramos hirsuto-pilosos, pêlos com ou sem glândulas 
no ápice; folhas pilosas em ambas as faces, pecioladas, com 5 
nervuras, de que as laterais podem ser livres ou confluir entre 
si antes de alcançarem a base, margens crenadas, de 5-7 em. de 
comp. por 2-4cem. de larg.; flôres nos extremos dos ramos for- 
mando pseudo-panículos, pediceladas ou quási sésseis quando axi- 
lares: calya recoberto de pêlos mais ou menos glandulosos com 
quatro segmentos mais curtos que o tubo, largo triangulares; péta- 
los roxos, de 7-9mm. de comp. e 4-6 mm. de larg.; estames 8, 
quási iguais entre si, com anteras erectas providas de conectivo 
auriculado em sua base e de 1-1,5mm. de comp.; pistilo longo, 
de 8-10mm. de comp. 

Julgando pela procedência e descrição, parece-nos possível 
que a Tib. sebastianopolitana, CGN. não passe talvez de uma va- 
riedade da presente. COGNIAUX estabeleceu como diferença espe- 
cifica a presença de glândulas em uma e a ausência delas em 
outra e os nervos laterais livres até à base ou confluentes entre 
si antes de atingi-la; mas, o exemplar que recolhémos em Lagoa 
Santa, — onde WARMING recolheu um, classificado depois pelo 
Dr. CoGNIAUX como pertencente a Tib. sebastianopolitana, CGN. — 
possue as nervuras distintamente confluentes na base e tem entre- 
tanto os ramos recobertos de pêlos glandulíferos. Os outros exem- 
plares encontrados em S. Paulo teem, porêm, pêlos destituidos 
de glândulas e nervuras livres até à base. Esta planta distingue-se 
bem da precedente pelos conectivos de comprimento igual. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. V 89 


Tib. sebastianopolitana, Can. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 410). 


Horto Oswaldo Cruz: — n.º 3771, HoEHNE, Poços de Cal- 
das, Minas, em 11-3-20. Pertencente à variedade Miqueliana, Can. 


Jardim Botânico: — n.º 2362, Petrópolis, Mejo da Serra, 
s-d e s-a. — n.º 7227 (ARMANDO FRAZÃO), Gávea, Rio de Janeiro, 
em 6-916 — n.º 10794 (IDEM), Teresópolis, 1917 — n.º 10778 (IDEM), 
S. Paulo, em 1917 — n.º 6927, Campos PorTO, Guaratinguetá, 5. 
Paulo, em 916. Estes exemplares do tipo e n.º 4590 sp. sd. e 
s-a. da variedade hirsuta, Can. 

Para a descrição veja-se a precedente e nota. 


Tib. clinopodifolia, Can. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 411). 


Horto Oswaido Cruz: -— n.º 1575, HoErHNE, Cantareira, 
alto da serra, em 1-3-918 — n.º 4705, IDEM, Caminho ' do Mar, 
Vergueiro, Alto da Serra, em 23-12-:20 — n.º 5939 (BRADE 7435), 
Campo Grande, S. Paulo, em 24-3-914. 


Museu Paulista: — n.º 2683, LOFGREN ET EDWALL, Iguape, 
3-4-94 (dada como Tib. Urbanii, CGN.) — n.º 1883, EDwALL, Campo 
Grande, S. Paulo, em 26-10-92 — n.º 179, s-a. Cantareira, S. Paulo, 
14-4-901 (dada como Microlicia spc.). 


Jardim Botânico: — n.º 549 (CAPANEMA) S-p. e s-ind, — 
n.º 633 s-ind. (do typo) e n.º 10792 (A. FRAZÃO), S. Paulo, 191%, 
da variedade PRurikiana, CHAM. que se distingue do tipo pelos 
caules geralmente singelos, erectos e ramosos só na parte su- 
perior, folhas um tanto maiores e flóres mais abundantes nos ex- 
tremos dos ramos. 


O tipo é geralmente herbáceo multicaule de 20-45 cm. de al- 
tura, com os ramos e as folhas recobertos de pêlos albacentes 
patentes; estas últimas ovais, de base arredondada, com cinco 
nervuras, de que as laterais confluem entre si antes de alcan- 
carem a base, margens denteadas, de 2-4cm. de comp. e 1,5-3 em. 
de largura; flôres terminais, geralmente solitárias ou até cinco em 
cada grupo, quási sésseis, albacentes até róseo-desbotadas; caltyx com 
tubo de 3mm. e segmentos de 2mm. de comp. glanduloso-piloso ; 
pétalos de 6-8 mm. de comp.; estames iguais entre si com anteras 
curtas, truncadas, no ápice abertas por um largo poro em que 
difere distintamente da Tib. Urbaniana, CGN. que as possui acumi- 
nadas. 


Tib. hospita, Can. var. minor, CGn. 


(COGNIAUX, ob. cit. pag. 418). 


Museu Paulista: — n.º 12, s-a., Retiro do Ramos, Ita- 
tiaia, Rio de Janeiro, em 12-3-13. 


90 Melastomáceas 


Arbusto pequeno de 40-100 em. de altura, ramoso, com os ramos 
apresso-setulosos; folhas pequenas, de 1,5-2ecm. de comp., arre- 
dondadas na base, sôbre pecíolos curtos, ápice agudo, trinervadas, 
por cima apresso-setulosas e por baixo sôbre as nervuras mais 
setulosas, margens inteiras; flóres terminais axilares, pequenas, 
alvas, de 1,3-1,5cecm. em diâmetro; calyx apresso-setuloso, com 4 
pequenos segmentos caducos após a ântese e muito mais curtos 
que o tubo; ovário tetralocular cerdoso no ápice; pétalos alvos, 
obovais arredondados, de 6-7 mm. de comp. e 5-6 mm, de largura; 
estames 8, com filamentos curtos, conectivos distintos e de base 
bifurcada, anteras oblongadas, no ápice não atenuadas, amplo 
e oblíquo uni-porosas. 


Comolia, DG! 


Com. Hoehnei, Can. 


(CoGNIAUX, Comissão de Limh. Tel. Estr. de Mato-Grosso ao 
Amazonas, Anexos n.º 5, Botânica, Parte III, pag. 9). 


Comissão Rondon: -— n.ºs 1829-1830, HoEHNE, Juruena, . 
Mato-Grosso, em 5-909 e s-n, KUHLMANN, Campos do Puté, entre 
Melgaço e Pimenta Bueno, 6-918. 


CogNIAUX subordinou esta espécie às da Secção Tricentrum ; 
examinando, porêm, o ovário, verificámos que êle é sempre perfeita- 
mente bilocular, devendo portanto ser incorporada entre as da Secção 
Eucomoliae. Devido a êste engano repetimos aqui a descrição con- 
venientemente modificada. 

Frutex parvus, ramis robustiusculis, obscure tetragonis, Ju- 
nioribus petiolis pedunculisque setis plus minusve adpressis subti- 
hter plumosis interdunque eglandulosis dense vestitis; foliis brevis- 
sime petiolatis, coriaceis, anguste ovatis, acutis, base levissime 
attenuatis rotundatisque, margine minute denticulatis, 5-nerviis, su- 
pra glabris siccitate leviter rugulosis ad nervos longiuscule sub- 
sparseque glanduloso-setulosis, caeteris creberrime reticulato-ner- 
vulosis et brevissime glanduloso-pilosulis; petiolis 1-5 mm. longo 
et limbo 4-6,5 em. longo et 1,9-2,5 cem. lato; floribus subsessilibus, 
in paniculam multifloram congestam inferne foliosam ultra 10-20 em. 
longam dispositis; bracteis ovatis, acutis, leviter sparseque pilosis, 
8-5 mm. longis; calyce sparsiuscule breviterque glanduloso-piloso, 
viride vel dilute purpureo, tubo basi rotundato, 2-2,5 mm. longo, 
1,5 mm. lato, lobis erecto-patulis, triangulare subulatis, tubo multo 
brevioribus, 2-3 mm. longis; petalis purpureo-violaceis, leviter obli- 
queis, anguste ovatis, acutis, 4-6 mm. longis; staminibus paullo 
imaequalibus, filamentis capillaribus 3-5 mm. longis, antheris pur- 
pureo-violaceis, apice pallidioribus et longe attenuatis, 2,5 mm. lon- 
eis, comnectivo infra Joculis 0,8-1,85mm. longo producto, postice 
inappendiculato, antice minute biauriculato; ovario ovato, glaber- 
rimo, biloculari; stylo glabro, purpureo, sigmoideo-flexuoso 11 mm. 
longo. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. 1 - fase. V 91 


Este arbusto é um dos mais comuns nos brejos dos arredores 
do acampamento de Juruena, e caracteriza-se muito bem pela sua 
forma e consistência das folhas, número de flóres, etc. 


Com. lythrarioides, NAUD. 
(CoenIaux, Fl. Br. de Martius, vol. XIV, III, pag. 423). 


Jardim Botânico: — n.º 3478 (KUHLMANN n.º 499), Serra, 
do Murupú, Rio Branco, Amazonas, em 6-918. 


Arbusto erecto de caule agudo tetrágono, singelo e ramoso 
na parte superior, de 2-5cm. de alt.; folhas oblongo-lanceolares, 
inferiormente atenuadas de longe, ápice agudo, de 1,5-2em. de 
comp. por 6-10cm. de largura, completamente glabras, margens 
denteadas, com tres raro cinco nervuras; flóres axilares, solitárias, 
raro em pequenos fascículos, roxo-claras, de 1,5-2 em. em diâmetro; 
calyax glabro, com os segmentos terminados em cerda e com mais 
duas a tres nas margens próximo ao ápice, tão longos quanto o 
tubo; estames iguais entre si; anteras com conectivo de 1-1,5 mm. 
de comp. não calcarado porêm bituberculoso na parte interna. 

Entre esta e outras espécies da secção existe grande seme- 
lhança com! a de algumas Acisantheras do grupo da Ac. alsineacjolia, 
TRIANA. 


Com. affinis, HOEHNE sp. nov. 
(Post n.º 5 inserenda est). 


Suffruticosa erecia, ramosa, caule ramisque "acute tetragonis, 
pilis breviusculis glandulosisque dense hirtella, subrobustiuscula; 
foliis patulis vel erecto-patulis, Iongiuscule petiolatis, obovatis vel 
obovato-ellipticis, apice breviuscule acuminatis acutis, basi bre- 
vissime attenuatis, margine crenulato-denticulatis, glanduloso-cilia- 
tis, 5-nervatis, supra longiuscule sparseque pilosis, subtus praecipue 
ad nervos densiuscule breviterque glanduloso-hirtellis; floribus axil- 
laribus terminalibusque, solitariis vel saepius ternis, sessilibus vel 
brevissime pedicellatis; calyce tubo oblongo-campanulato, sparsis- 
sime longeque setuloso-glanduloso, segmentis lineari-ligulatis, apice 
acutis et ad margines sparse ciliato-glandulosis, tubo paullo bre- 
vioribus; petalis obovato-oblongatis, apice rotundatis et breviuscule 
glanduloso-setosis; staminibus aequalibus, conneetivo infra loculis 
1 mm. longo producto, postice non tuberculato, antice ad basin ultra 
insertionem filamentam distincte porrecto et bifido, lobis 3-4mm. 
longis, adscendentibus; capsula glabra, ovoidea, 5mm. longa et 
circiter 3,5 mm. diam. 


Jardim Botânico: -—- n.º 4711 (AQUILES LISBOA n.º 6), 
lha Mongunça, Maranhão, em 6-904. 


Tábua; nes ie 


Planta sufrutescente ramosa, de caule e ramos agudo-teirá- 
gonos, recobertos bastamente de curtos pêlos glandulígeros claros 


92 Melastomáceas 


de imm. de comp.; folhas oboval-oblongadas atenuadas para à 
base, sôbre pecíolo de 4-8 mm. de comp., 5-nervuladas com mar 
gens breve crenulado-denteadas e glanduloso-ciliadas, ápice agudo 
ou obtusado, por cima esparso e na dorsal, especialmente sôbre 
as nervuras, mais basto piloso-glandulosas, de 2-3 cm. de comp. 
e 1-1,5cm. de largura, as últimas às vezes muito menores; flôries 
solitárias ou ternadas, axilares e terminais, sésseis ou curto-pedi- 
celadas; calyax de tubo oblongo-campanulado, claro e esparso longo- 
piloso-glanduloso, de 5 mm. de comp. e segmentos linear-ligulados, 
agudos, de 3mm. de comp. ciliados; pétalos roxo-claros, obovais 
até oblongo-ovalados, arredondados no ápice e providos de um 
curto pêlo glanduloso, de 12mm. de comp. e 7mm. de larg.; 
estames de filamentos delgados, glabros, de 6 mm. de comp.; an- 
teras longo-acuminadas, de 7mm. de comp.; conectivos prolon- 
gados, de 1-1,5 mm. de comp. não calcarados ou gibosos pelo lado 
posterior, porêm na parte anterior prolongados em dois chifres 
de 3-4mm. de comp.; ovário glabro; cápsula ovoide, bilocular, 
de 5mm. de comp. e 3mm. de diâmetro; sementes escuras, fo- 
veoladas em séries e de 0,7 mm. de comp. 

A afinidade desta espécie com a Com. neglecta, CGN. (deduzindo 
pela descrição na Flora Brasiliensis), é tão grande, que não po- 
demos deixar de externar a nossa dúvida a respeito da sua se- 
paração; talvez se trate apenas de uma variedade. As dimensões 
do tubo do calyx e sua relação para os segmentos, são entretanto 
justamente o contrário do que deve ser na espécie referilla, onde 
êstes últimos são descritos como mais longos, quando nesta são 
quási a metade mais curtos que o tubo. Tendo CoGNIAUX considerado 
esta relação como característico específico, é natural que não 
poderemos resolver esta questão de outra forma sem examinarmos 
o material original que lhe serviu de base para a espécie men- 
cionada. 


Com. Kublmannii, HogHNE sp. nov. 
(Post precedentiam inserenda est). 


Herbacea vel suffruticosa, ramosa, rupicola, tota pilis sat longis 
et non glandulosis sparseque vestita; caule obtuse tetragono, erecto 
vel decumbente, robustiusculo, inferne interdum descorticato; ramis 
patentibus, purpureis, subarticulatis; foliis patulis vel erecto- patulis, 
obovatis vel oblongatis, inferne attenuatis et longiuscule petio- 
latis, margine serrulato-dentatis, 3-5-nervatis, apice acutis vel su- 
bobtusis, subtus et supra sparse et ad petiolum magis longe villosis 
et non glandulosis; floribus axillaribus terminalisbusque, solitaris vel 
frequenter ternatis, brevissime pedicellatis; calycis tubo campanu- 
lato-oblongo, glaberrimo, segmentis lineari-subulatis, glabris, apice 
acutis et “Jongissime setuloso- -apiculatis, tubo paullo brevioribus ; 
petalis obovatis, apice rotundatis interdumque subtruncatis, non 
setulosis, glaberrimis; staminibus aequilongis, connectivo infra lo- 
culis brevissime producto, postice non calcarato et antice ultra 
insertionem filamenti distincte porrecto et bifido, lobis brevissi- 
mis, acutiusculis, adscendentibus; ovario biloculari. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol: I-fasc. V 93 


Jardim Botânico: — n.º 3481 (KUHLMANN n.º 498), Serra 
Grande, Rio Branco, Amazonas, em 6-915. 


Tábula, ng She 2 


Herbácea até subarbustiva, erecta ou mais ou menos decum- 
bente, ramosa, de 20-30 em. de altura; caule e ramos um tanto ar- 
ticuliforme anelados, obtuso-tetrágonos, avermelhados, esparso e 
longo pilosos, não glandulosos, na base de casca mais ou menos 
soluta; folhas obovais, oblongadas, com 3-5 nervuras, atenuadas 
para a base em pecíolo de 3-5 mm. no ápice abruptamente agudas, 
margens perto da base mais inteiras e para o ápice serrilhadas 
e ciliadas, de 2,5-3,5cem. de comp. e 1,2-1,5cm. de largura, em 
ambas as faces esparso, mas na inferior e especialmente sôbre 
as nervuras e o pecíolo; mais longo pilosas, não glandulígeras; 
pêlos acuminados e ruivos, pluricelulares; flôres axilares e ter- 
minais, solitárias ou ternadas sôbre curtos pedúnculos entre fo- 
lhas reduzidas; pedicelos glabros, de 1-2 mm. de comp.; calyax cam- 
panulado-oblongo durante a ântese e depois desta urceolado, gla- 
bro, tubo de 4-5 mm. e segmentos linear-agudos de 2 mm. de comp, 
terminados em cerda tão longa quanto êles; pétalos levemenie 
róseos, obovais obtusos ou truncados, de 9-10mm. de comp. por 
1-8 mm. de larg.; estames iguais, com filamentos glabros, de £,5 mm. 
de comp.:; anteras roxas, acuminadas, de 4,5 mm. de comp.; co- 
nectivos de 0,8-1 mm. sem esporão, na parte ijanterior, porêm pro- 
longados em duas pontas de 0,5 mm. acima da inserção dos filar 
mentos; ovário bilocular, glabro; pístilo glabro, de 1 cm. de comp.; 
cápsula glabra, de 5mm. de comp. e 3mm. de diâmetro. 

Os pêlos esparsos, longos, destituidos de glândulas e terminados 
em ponta aguda que revestem os ramos e folhas, bem como o 
caliya completamente glabro, com segmentos lineares terminados 
em longa cerda e a forma dos pétalos, formam os característicos 
que separam esta planta especificamente das demais afins. 


Com. purpurea, MrQ. 

(COGNIAUX, ob. cit. pag. 425). 

Jardim Botânico: — n.º 10854 (DuckE). Campina are- 
nosa, Garupá, Pará, em 29-8-919. 

A semelhança desta planta com a Acisanthera variabilis, TRIANA 
é surpreendente. As flôres tetrâmeras e ovário bilocular a distin- 
guem; mas, êstes caracteres são tambêm observados em outras 
espécies dêste citado género, e como as anteras são realmente um 
pouco desiguais, embora menos que alij, não vemos motivos para 
separar os dois géneros tanto como o foram pelo Dr. COGNIAUX, 


Com. sessilis, TRIANA. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 431). 


Hortolswaldo Cruz: — n.º 5462, HoEHNE, Miguel Bur- 
nier, Minas, em 27-1-21. 


94 Melastomáceas 


Jardim Botânico: — n.º 7834 (Campos PoRrTOo n.º 500), 
Serra do Ouro Branco, Minas, em 1916 s-d. certa. 


Arbustinho erecto; caule simples ou parco-ramoso; folhas ovais, 
sésseis e imbricadas, recobertas bastamente de curtos pêlos glan- 
dulígeros; flôres axilares nos extremos dos ramos, tetrâmeras, de 
2 cm. de diâmetro, roxo-claras; calyx com segmentos estreitos mais 
curtos que o tubo, alternando com pequenos dentes ocultados entre 
o basto revestimento glanduloso, quanto aos quais talvez ficaria 
melhor entre os Pterolepis, que tambêm possuem ovário quadri- 
locular, etc. 


Com. lanceaefolia, TRIANA. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 434). 


Horto Oswaldo Cruz: — n.º 2960, HogHNE, Poços de Cal- 
das, Minas-Gerais, em 31-1-19. 


Comissão Rondon: — n.ºs 2448-2451, HogHNE, Rio Manso, 
estação telegráfica entre Cuiabá e Goiás, em Mato-Grosso, em 
4-911. 


Arbusto de terrenos húmidos, geralmente bastante viscoso, de 
50-100 cem. de altura; caule mais ou menos tetrágono, recoberto 
de pêlos patentes glandulosos quási híspidos; folhas curto-pecio- 
ladas, ovo-orbiculares, obtusas ou agudas, de margens rênuemente 
serrilhadas, penta-nervadas, de 1-2em. de comp. e quási igual 
largura; flôres purpúreo-violáceas, curto-pediceladas, dispostas em 
longos panículos terminais, de até 2em. em diâmetro; pétalos gla- 
bros, no ápice levemente esparso-glandulosos; calyax basto-hirto- 
elanduloso; estames desiguais, os maiores com longo conectivo 
e os menores com êle mais curto e na base posterior levemtnte 
tuberculado; ovário tétralocular. 


Com. sertularia, TRIANA. 

(COGNIAUX, ob. cit. pag. 435). 

Horto Oswaldo Cruz: — n.º 5016, HogHNE, Serra do Ca- 
raça, Minas-Gerais, em 18-1-21. 


Arbustinho pluriramoso ericoide, um tanto parecido com al- 
gumas iMicrolicias; folhas pequenas e carnosas, de 2-3 mm. de 
comp. e 2mm. de largura, margens recurvadas e no dorso, como 
tambêm os ramos e o calyx, recobertas de pêlos bastos e glan- 
dulosos; flóres roxas, tetrâmeras, axilares, nos extremos dos ramos. 


Marcetia, D. €. 


Mare. cordigera, D. €. 
(CoeNIAUX, ob. cit. pag. 445). 


Horto Oswaldo Cruz: — n.º 5091, HogHNE, Caeté, Minas- 
Gerais, em 24-1-21 — n.º 5967 (BRADE 6053), Jaraguá, 12-5-12. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. V 95 


Comissão Rondon: — n.ºs 6777, 6785, 6822, 6900, HOEHNE, 
Sabará e n.º 6303, Caeté, Minas-Gerais, em Nov. de 1915 e Jan, 
de. 1916. 


Arbustinho campestre de 30-50 em. de altura; folhas sésseis e 
como o caule recobertas de pêlos bastos e glandulígeros, margens 
mais ou menos recurvadas e base cordaida, oblongo-ovaladas, de 
3-9 mm. de comp. e 1-6 mm. de largura, as superiores menores; 
flôres tetrámeras, alvas em estado vivo e amarelo-pálidas depois 
de sêcas, de 1,2cm. de diâmetro; calyx urceolado um pouco con- 
traído na parte superior especialmente após a âmtese, com segmentos 
triângulo-acuminados, aciculares, mais curtos que o tubo; estames 
quási iguais entre si, com filamentos de 4-5 mm. e anteras ama- 
relas de 3mm. de comp.; ovário quádrilocular. 


Marc. taxifolia, D. €. 


(CoOGNIAUX, ob. cit. pag. 446). 


Horto Oswaldo Cruz: — n.º 5242, HogHNE, Miguel Bur. 
nier, Minas-Gerais, em 31-1-21; — n.º 3144, A. GEHRT, Belo-Hori- 
zonte, Minas-Gerais, em 2-919 (da var. pubescens, CGN.). 


Museu Paulista: — n.º 3, UsTERI, Jaraguá, 8. Paulo, em 
2-3-07 — sn. A. C. BRADE, Jaraguá, S. Paulo, em 12-5-12. 
Jardim Botânico: -— n.ºs 2013 e 2014 (TAMANDARÉ DE 


ToLEDO n.º 505), Morro do Jaraguá, S. Paulo, em 3-913 — n.º 
“966, s-ind. 


A descrição da Flora Brasiliensis discorda um tanto dos exem- 
plares que tivemos em mãos, mas tratando-se de material que, 
em parte, foi determinado pelo proprio Dr. A. CoGNIAUX (USTERI 
n.º 3), não pode haver dúvida, e sendo os demais da mesma 
procedência, teremos de alterar um pouco a mesma. Os espéci- 
mens presentes são de 15-20cm. de altura, teem as folhas cor- 
dadas na base e âmbito oblongado, de 5-6 mm. de comp. indis- 
tintamente trinervadas, margens fortemente recurvadas e pubes- 
cente hirsutas como os ramos; flôres alvas, nos extremos dos 
ramos, 

A planta pelo seu porte e aspecto faz lembrar exemplares de 
« Alecrim cheiroso» mais ou menos raquíticos. 


Marc. fastigiata, Can. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 452). 


Jardim Botânico: — n.º 10807 (Frazão), S. Paulo, em 
1917 sd. 


Pequeno arbusto muito ramificado e escopariforme, de caule 
inferiormente excoriado e vermelho; ramos e folhas curto e basto- 
hirto-glandulosas, as últimas estreitas uninervadas, de 5-7mm. de 
comp. e 1,5 mm. de largura, margens recurvadas, base arredondada 
ou cordada, ápice agudo; flôres nos extremos dos ramos, axilares, 
com calyae hirto-glanduloso e pétalos roxos de 4mm. de comp. 


96 Melastomáceas 


Marc. gracillima, Can. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 456). 


Jardim Botânico: — n.º 6208 (LEO ZEHNTNER n.º 269), 
Serra do Tinguá, Santosé, Baia, em 8-912. 


Herbácea pequena, hirto-glandulosa, de 5-15 cm. de altura, em 
aspecto semelhante a algumas Siphantheras e Microlicias, delas, po- 
rêm facilmente distinguida pela forma das anteras e sementes. 
Flôres-alaranjadas e brilhantes, de acôrdo com as notas do 
colector ou roxas segundo CoGNIAUX, tetrámeras e de 1 cm. em 
diâmetro. 


Aciotis, D. Dor. 
Aciot. dichotoma, Can. 
(CoGNIAUX, Ob. cit. pag. 460). 


Comissão Rondon: — n.º 1153 e 1154, KuUHLMANN, Porto 
Velho, Mato-Grosso (Arinos), em 11-914 (do typo); — n.º 5184 e 
5531-5588, HogHNE, Barra do Camararé, Rio Juruena, Mato-Grosso, 
em uma ilha do mesmo nome, etc. em, 1-912, (êstes da, variedade. 
anomala). 


Herbácea pequena, de 15-20 cm. de altura; caules tetra-alados 
e sôbre as alas esparso-pilosos; folhas mui membranáceas, margens 
ciliadas e serrilhadas, curto-pecioladas, trinervadas, ápice agudo, 
de 1,5-2cem. de comp.; flôres em panículos dicótomos terminais. 
pequenas, arroxeadas; cala com tubo de 2-3 mm. e segmentos curto- 
triangulares de 1,5 mm. de comp., esparso piloso-glandulosos; pé- 
talos arroxeados, de 2mm. de comp. terminados com um pêlo 
gclandulígero; estames 8, isto é, em número dobrado ao dos pé- 
talos, com anteras elípticas, sem conectivos e de menos de 0,5 mm. 
de comp. As folhas ostentam, às vezes, esparsos pêlos sôbre as 
nervuras principais. 

A variedade supra citada distingue-se pelas folhas maiores, 
mais atenuadas para a base e decurrentes pelo pecíolo, alêm 
disto são quási penta-nervadas e o caule é tambêm bastante 
mais alto, isto é, de 20-40cm. Ambas são comuns nos banhados. 


Aciot. aequatorialis, Can. 


(CocnIAUX, Ob. cit. pag. 464). 


Jardim Botânico: — n.º 2772. (KUHLMANN n.º 12), Ma- 
nãos, Amazonas, em 10-912. 


Herbácea erecta, tricótomo-ramosa; caule e ramos agudo-te- 
trangulares e esparso vilosos, de 10-40 cm. de altura; folhas ovais, 
base truncada ou arredondada e ápice acuminado ou agudo, com 
5 nervuras, nas margens tênuemente serrilhadas e cilioladas, tanto 
em uma como em outra face esparso vilosas, de 2-5 em. de comp. 
por 1,5-3cm. de largura (as vezes menores), sôbre pecíolo de 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. V: 97 


1-3cm. de comp.; flóres arroxeadas, em laxos panículos terminais, 
de 5-6 mm. de diâmetro; anteras ovoides ou oblongadas, com cone- 
etivo pouco prolongado. Frequente em campos húmidos. 


Aciot. brachybotrya, TRIANA. 

(COGNIAUX, ob. cit. pag. 465). 

Jardim Botânico: — n.º 10801 (Dionísio), Rio de Ja- 
neiro, 1918 s-d. 


Herva ramosa, de caule tetrágono ou estreito alado e especial- 
mente sôbre as alas ou quinas e nos nós ferrugineo-crespo-viloso; 
folhas quási glabras, ovais, atenuadas ou arredondadas na base 
e ápice agudo ou obtuso e mucronado, com cinco nervuras esparso 
pilosas no lado posterior; pecíolo de 0,5-1,2cem. de comp. basto- 
ferrugineo-piloso; limbo de 4-6cm. por 2-3cm.; flôóres em curtos 
panículos terminais, pequenas, com pétalos agudos, de 3-4mm. de 
comp.: estames 8, com anteras ovais, ápice truncado e sem co- 
nectivo na base; ovário bilocular e sementes abundantes, pálido- 
castanhas, levemente cocleariformes e foveoladas, no. dorso in- 
distintamente pluricotuladas e tuberculadas. 


Aciot. paludosa, TRIANA. 

(CoGNIAUX, ob. cit. pag. 466). 

Horto Oswaldo Cruz: — n.º 5952 (BRADE 5037), Região 
da Ribeira, S. Paulo, 11-910. 


Planta igualmente rasteira e divergente da anterior só pela 
forma mais oblongada das folhas e outros pequenos caracteres. 


Aciot. circaeifolia, TRIANA. 
(COGNIAUX, Ob. cit. pag. 472). 


Jardim Botânico: — n.º 2779 (KUHLMANN n.º 18), Ma- 
nãos, Amazonas, em 10-912. 


Herbácea até subarbustiva, de 40-60 cm. de altura; caule quási 
roliço, escuro e glabro; ramos erecto-patentes, quando novos, às 
vezes, esparso-glanduloso-pilosos; folhas glabras, raro sôbre as ner- 
vuras do lado dorsal esparso piloso-glandulosas, sôbre pecíolo de 
10-15 mm. de comp. limbo oval ou tambem um tanto cordado na 
sua base e no ápice acuminado e agudo, margens tênuemente 
serrilhado e ciliado, penta-nervado, de 5-8 cm. de comp. por 2-3 em. 
de largura, no exemplar presente (apenas extremidade de um ramo) 
muito menor; flóres alvas, de 6mm. de diâmetro, dispostas em 
pequenos panículos terminais; calyax glabro; anteras linear-alonga- 
das; conectivos distintos. 


Aciot. purpurascens, TRIANA var. pellucida, CGN.? 
(CoOGNIAUX, ob. cit. pag. 473). 


Comissão Rondon: — sn. (KUHLMANN), Melgaço, perto 
de Formigueiro, Mato-Grosso, em 6-918. 


=] 


98 Melastomáceas 


Herbácea pequena, com folhas de dorso purpureo e flôres ró- 
seas. 

O material é por demais deficiente para permitir uma identi- 
ficação segura. Quanto ao revestimento, êle poderia antes per- 
tencer a Ac. caulialata, TRIANA, do Perú, pois que ambas as faces, 
bem como as estreitas alas dos ramos e os pecíolos, são esparsa- 
mente revestidas de pêlos curtos e até os ramos da inflorescência 
e os pedicelos são distintamente tetra-alados. Devido à deficiencia 
da nossa bibliografia, não podemos resolver a questão da sua 
afinidade. 


Aciot. dysophylla, TRIANA. 
(COGNIAUX, Ob. cit. pag. 478). 


Jardim Botânico: — n.º 832, sind. (Provavelmente do 
Herv. CAPANEMA e procedente do Ceará, onde êste botânico coligiu 
quando serviu na Comissão de FREIRE ALEMÃO); — n.º 3480, 
(KUNLMANN n.º 500), Boa Vista, Rjo Branco, Amazonas, em 6-913. 


Herva subarbustiva de 30-50cm. de altura; caule tLetrágono 
quási singelo ou parco ramoso, revestido de curtos pêlos, às vezes, 
glandulígeros; folhas ovais de base mais ou menos cordada, 
ápice agudo, margens tênuemente serrilhadas, curto-pilosas em 
ambas as faces, penta-nervadas (raro 7-nervadas):; panículos Noráis 
dicótomos e terminais, curto vilosos; flôres pediceladas e bracteadas ; 
calyax curto glanduloso-hirsuto, pétalos de 2mm. de comp. 


Huberia, D. €. 
Hub. ovalifolia, D. €. 
(COGNIAUX, Ob. cit. vol. XIV, IV, pag. 7). 


Museu Paulista: — n.º 1788, EDwaALL, Caraguatatuba. a 
Ubatuba, S. Paulo, em 29-4-92. 


Jardim Botânico: — n.º 1039 s-ind. 

Colecção de Eaxs. Hoehne: — n.º 607, HogHNE, Alto da 
Tijuca, Rio de Janeiro, em 6-915. 

Árvore bastante grande, caracterizada pelas folhas de margens 
inteiras e de âmbito oval-elíptico, ligeiramente obtuso-rostradas ou 
arredondadas no ápice e quando novas, como o calyx e os pe- 
dúnculos, vernicoso-brilhantes por cima; flôres em panículos ter- 
minais, alvas; anteras com prolongamentos caudiformes no lado 
posterior da base. Nome vulgar: « Jacatirão ». 


Hub. semiserrata, D. €. 


(COGNIAUX, ob. cit. pag. 9). 


Horto Oswaldo Cruz: — n.º 1080, HogHNE, Butantan, em 
14-12-17 e n.º 2999, IDEM, Alto da Serra (Biológica), em 1-11-18; — 
n.º 5968 (BRADE 6841), St. Amaro, S. Paulo, 23-11-913, 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. V 99 


Museu Paulista: — n.º 3429, LOFGREN, 8. Franc. dos Cam- 
pos, em 21-12-96 — s-n., EDwALL, em Alfredo Rodrigues, 10-99 — 
s-n, UsTERI, Vila Mariana, S. Paulo, em 10-12-05 e do Ipiranga 
em 7-12-06 — sn. LUEDERWALDT, Ipiranga, em 12-07. 


Comissão Rondon: — n.º 2381, HogHNE, S. Francisco, St. 
Catarina, 12-911. ; 
Jardim Botânico: — n.º 6560 (NAVARRO DE ANDRADE N.º 


49), Serra da Cantareira, S. Paulo, em 12-915; — n.º 10782 (FRAZÃO), 
S. Paulo, s-d.; — n.º 4058 (LOFGREN n.º 530), S. José dos Campos, 
S. Paulo, em 1907 s-d.; — n.º 4493 (LUEDERWALDT n.º 85), Ipiranga, 
S. Paulo, em 1907 s-d, g 


Árvore pequena ou arbusto; folhas glabras, geralmente verni- 
cosas e brilhantes por cima, elíiptico-lanceolares, longo pecioladas, 
do meio para o ápice de margens serrilhadas, de 5-9 cem. de comp. 
por 2-3,5cm. de largura; flôres alvas terminais; calyx alado, 
segmentos pouco mais curtos que o tubo, glabro e vernicoso bri- 
lhante: pétalos alvos, de 2em. de comp. por 8-18mm. de largura; 
estames de filamentos de 7-10 mm. anteras amareladas de 8-12 mm, 
de comp. na base linear-apendiculadas; sementes aladas. Vulgo 
« Jacatirão ». 


Behuria, CrHam. 


Beh. insignis, CHaM. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 11). 


Horto Oswaldo Cruz: -—n.º 2997, HogHNE, Alto da Serra 
(Biológica), S. Paulo, em 18-2-:18; — n.º 5969 (BraDE 6069), Alto 
da Serra, S. Paulo, 2-2-913. 


Museu Paulista: — n.º 4312, EDwALL, Alto da Serra, 
Sd Paulo cem 3:09: 


Arbusto de ramos delgados e mais ou menos reclinados, fre- 
quente nas matas higrófilas da serra do Cubatão, ramos e folhas 
completamente glabras, estas lanceolares agudas, de margens es- 
parsamente denticuladas; flóres em panículos terminais, alvas e 
sostidas por duas brácteas grandes antes da ântese, depois desta 
despidas; estames como os do género Huberia mas dêle destinguida 
pelas sementes não aladas. 


Beh. parvifolia, Can. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 12). 


Jardim Botânico: — n.º 5749 (Campos PorTO n.º 183), 
Itatiaia, em 26-12-15. 


Pequeno arbusto de ramos obtuso-tetrágonos esparso e curto 
piloso-glandulosos; folhas pequenas, sésseis, ovais, de margens ser- 


100 Melastomáceas 


rilhadas, verde-escuras na face superior e mais amareladas na 
dorsal, de 2-4cem. de comp. e 1,3-2em. de largura; flôres nos 
extremos dos ramos, axilares e terminais, ebracteadas, curto-pe- 
diceladas, de 1,5 cm. em diâmetro; anteras na base longo calcaradas. 


Adelobotrys, D. €. 


Adel. ciliata, TRIANA. 


(CoGNIAUX, ob. cit. pag. 18). 


Jardim Botânico: — n.º 10855 (A. DuckE), Altamira, 
mata das margens do Igarapé do Ambé, no Rio Xingu, em 22-8-19. 


Arbusto mais ou menos escandente, caule ramoso e esparso- 
folioso, a princípio esparso-ferrugineo-piloso, mais tarde glabro; 
folhas com 5 nervuras que são ferrugineo-pilosas no lado dorsal, 
ovais, base arredondada e às vezes até um tanto cordiforme incisa, 
ápice curto acuminado, margens ciliadas sôbre ténue serrilha, de 
5-10em. de comp. por 3-7 cm. de largura; flôóres em grupos nos 
extremos dos ramos; calyax de 5-6 mm. de comp., segmentos agudos 
e esparso-ferrugineo-pilosos; pétalos de 1 cm. de comp. róseos; es- 
tames e anteras iguais aos das Merianias, que dêste género se dis- 
tinguem por serem arborescentes, 


Meriania, SwaRTZ. 
Mer. glabra, 'TRIANA. 


(COGNIAUX, ob. cit. pag. 26). 

Jardim Botânico: — n.º 490 s-ind. (Provavelmente dos 
arredores do Rio de Janeiro, onde a espécie é comum); — n.º 8222 
(Campos PoRTO e SILVEIRA n.º 615), Paineiras, Rio de Janeiro, 
em 4-917; — n.º 334 (CAPANEMA), s-ind. 


Hervário Hoehne: — n.º 610, HOEHNE, Tijuca, Rio de Ja- 
neiro, em 3-916. 


Árvore de 5-7 metros de altura, completamente glabra; folhas 
pecioladas, 3-nervadas ou tripli-nervadas, margens inteiras ou si- 
nuosamente denteadas, ápice rostrado, rijas de 5-16 cm. de comp. 
por 3-7cm. de largura; flôres em grupos terminais, alvas, de 
15-18 mm. de diâmetro; pétalos nunca bem patentes; calya de bordos 
truncados e tubo longo-campanulado. 


Mer. Claussenii, TRIANA. 

(CoGNIAUX, Ob. cit. pag. 27). 

Jardim Botânico: — n.º 10756 (Campos PoRrTO n.º 667), 
Itatiaia, 1918 s-d. 

Vulgo: «Caixêta» — seg. o collector; — parece entretanto que 
este nome é reservado para designar as espécies do género Ta- 
bebuia das Bignoniaceas. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fase. V 101 


Árvore regular ou arbusto grande; folhas ovo-lanceolares, 5-ner- 
vadas, duas nervuras medianas confluentes com a central antes 
de atingirem a base, margens profundamente denteadas, base aguda 
e ápice curto acuminado, de 12-16cm. de comp. e 4-6em. de 
largura; flôres em panículos terminais de 5-10cm. de comp. e 
igual diâmetro; pétalos alvos, de 12-14mm. de comp.; calyx de 
bordos truncados, de 4mm. de comp. e quási igual largura. 


Mer. Glazioviana, Ccn. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 30). 


Jardim Botânico: — n.º 5191 (CAPANEMA) s-ind. (natural- 
mente dos arredores do Rio de Janeiro). 


Arbusto de ramos erectos pouco patentes, flexuosos e delgados, 
recobertos nas partes mais novas, como os pedúnculos, verso das 
folhas e o calyx, de curtos pêlos papilosos um tanto aveludaido- 
tomentosos; folhas elípticas ou lanceolares, pecioladas, base e ápice 
agudo. de 18-22 cm. de comp. e 5-8cm. de largura, nervuras la- 
terais em regra confluentes com a central antes de atingirem a 
base; flóres alvas dispostas em panículos pendentes longo pedun- 
culados; pétalos de 1-1,2cm. de comp.; estames com anteras na 
base apendiculadas, de um prolongamento terminado em ponta esfé- 
rica e na base dêste com outra minúscula saliência. 

Espécie bem característica pela forma das inflorescências lon- 
gas e pendentes e conformação singular das anteras. 


Mer. urceolata, TRIANA, 
(COGNIAUX, Ob. cit. pag. 31). 


Comissão Rondon: — n.º 2164-2166, HoEHNE, Ponte de 
Pedra, Chapadão dos Parecis, Mato-Grosso, em 6-09; — n.º 2213, 
KUHLMANN, Campos do Mimoso, próximo de Cataqui-iamain no 
mesmo Estado, em 1-919. 


Árvore pequena das margens dos rios, com as partes mais 
novas dos ramos, dorso das folhas e calyx mais ou menos fur- 
furáceo-estrelado-pubérulos; folhas coriáceas frágeis, com pecíolo 
de 2-3cm. e limbo mais ou menos recurvado com 5 nervuras e 
nervuras secundárias transversajs bastante salientes, de 10-16 em. 
de comp. e 6-10 cm. de largura, glabras por cima, base arredondada 
e ápice agudo; flóres em racimos ou panículos terminais, mais 
ou menos verticilares; calyx truncado, de 1 cem. de comp.; pétalos 
de até 18mm. de comp. e 1 cm. de largura — e não só de 9-11 
conforme descreveu COGNIAUX, que foi o próprio quem classificou 
o primeiro exemplar supra mencionado, 


102 Melastomáceas 


Graffenrieda, D. €. 
Graff. Weddellii, NAUD. 
(COGNIAUX, Ob. cit. pag. 38). 


Comissão Rondon: — n.º 1163-1166, KuHLMANN, Caminho 
do Porto Velho do Rio Arinos, Mato-Grosso, em 11-914; — n.º 50%4, 
HozgHNE, Juruena, no mesmo Estado, em 1-912; — n.º 2220 (Ron- 
DON ex Herb. Kuhlmann), Serra da Paca-Nova, mesmo Estado, 
em 3-17. 


Arbusto dos campos baixos e brejosos, ramos pulverulentos 
ferrugineo-pubérulos, castanhos, mais tarde glabros; folhas largas, 
5-7-nervadas, de dorso furfuráceo-albacente e na face superior verde 
claras com minúsculas escamas, base arredondada até cordiforme; 
pecíolo de 1-2cm. de comp. limbo de 6-13 por 3-8em.; flôres 
em panículos terminais, agregadas; calyax furfuráceo com segmentos 
linear-triangulares; pétalos pequenos, de 6-7 mm. de comp. alvos; 
estames com filamentos achatados, de 3mm. de comp.; anteras 
sôbre conectivo de 1 mm. de comp. na base providas dum prolonga- 
mento semelhante ao das Behwrias, lojas unduladas e abrindo por 
meio de um pequeno poro terminal. COGNIAUX à registou para 
as cabeceiras do Paraguai, ponto em que foi tambêm colhida por 
KUHLMANN. Parece ser comum em todo o Estado do Mato-Grosso 
e tambem no do Pará. 


Bertolonia, Rappi. 
Bert. Mosenii, Can. 
(COGNIAUX, Ob. cit. pag. 55). 


Horto Oswaldo Cruz: — n.º 5970 (BRADE 7446), Serra 
do Mar, 8. Paulo, em 1-915. 


Museu Paulista: — n.º 2823, LOFGREN ET EDWALL, Juru- 
mirim, em mata virgem, 30-10-94; — n.º 3138, EDwaALL, Colónia 
Capivari, 15-8-95; — s-n. LUEDERWALDT, Raiz da Serra, S. Paulo, 
em 28-11-07; — n.º 5, UsTERI, Morro de Iguape, 25-6-07 (dada como 
Bert. longifolia, CHAM.). 


Jardim Botânico: — n.º 2105, s-a. Araraquara, S, Paulo, 
em 15-1-79. 

Herv. Hoehne: — n.º 611, HogHNE, Rio de Janeiro, Tijuca, 
em 11-915. 


Plantinha herbácea das matas sombrias e húmidas; caule um 
tanto prostrado ou ascendente; folhas longo-pecioladas, limbo eli-. 
ptico-ovalado, obtuso na base e ápice, margens ligeiramente es- 
piniforme denteadas; inflorescências terminais; flôres quási secun- 
das nos ramos do panículo floral; pétalos alvos; frutos capsulares 
trígonos com três alas decurrentes e denteadas que fazem recordar 
os da Tococa stephanotricha, MART. que, porêm, não são trígonas, 
nem secundas nos ramulos da inflorescência, como estas. 


An. das Mem do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. V 103 


Macrocentrum, Hoox. rIL. 


Macr. cristatum, TRIANA. 


(COGNIAUX, ob. cit. pag. 58 e KRASSER, Die Nat. Pflanzenf. 
de Engler  umdl Prantlilivol, HL 74 pag. 172), 


Jardim Botánico: — n.º 447 (CAPANEMA) s-ind. 


Herbácea pequena, ramosa e glabra, de 3-50 em. de alt.; folhas 
ovo-lanceolares, trinervadas, margens serrilhadas e um tanto ci- 
liadas, de 3-5 em. de comp. por 2-3 cm, de largura, sobre pecíolos 
de 1-1,2em. de comp., na face superior ornadas de pêlos esparsos 
que emergem de minúsculas máculas dispostas em séries longitu- 
dinais, inferiormente glabras e tênuemente muriculado-puntuladas; 
flôóres nos extremos dos ramos, em cimos bi-trifurcados, secundas 
em duas séries paralelas erectas à maneira das de algumas Bor- 
raginaceas do género Heliotropium, 4-meras com calyx 8-sulcado. 

O material presente acha-se em estado de frutificação; segundo 
a descrição os pétalos são agudos e os estames têm anteras com 
lóculos undulosos e conectivo longo caudado abaixo da inserção 
dos filamentos. Planta bem caracterizada pela disposição das flóres. 


Salpinga, MarrT. 


Salp. margaritacea, TRIANA, 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 62). 


Horto Oswaldo Cruz: — n.º 1226, Alto da Serra (Bioló- 
gica), S. Paulo, em 18-2-19, 


Museu Paulista: — n.º 1618, LórgRrEN, Peruíbe, caminho 
para Una, mata virgem, 29-10-91; — n.º 10, UsrERrI, Alto da Serra, 
S. Paulo, em 6-1-07 (det. por CocNIAUx). — Provavelmente tam- 


bêm 2822, LórgRrEN ET EDwaALL, Jurú-Mirim, em 30-10-94, que 
não possui flôres abertas nem tem as folhas maculadas em série, 
que está determinada como sendo Salp. secunda, SCHL. ET MART. 


Jardim Botânico: -— SA. e sind. n.º 1692. 


Planta umbrófila, das matas higrófilas, de folhas ovo-elípticas, 
avermelhadas longo-pecioladas, margens tênuemente denteadas, 
5-7 nervuladas, na face superior com quatro séries de máculas 
alvas de forma orbicular, ornato êste que as torna muito apreciadas 
como plantas de adorno para estufas e salas. Flôres em pequenos 
panículos axilares, pálido-róseas, de 2-2,5cm. em diâmetro; es- 
tames com anteras na base munidas de um apéndice linear quási 
tão longo quanto elas e projectado para o lado. Planta já intro- 
duzida nas estufas e salas na Europa. 


104 Melastomáceas 


Leandra, RADDI. 


Leand. pectinata, Cn. 

(COGNIAUX, ob. cit. pag. 78). 

Horto Oswaldo Cruz: — n.º 4459, HoEHNE, Alto da Serra, 
(Biológica), S. Paulo, em 5-1-20; — n.º 6012 (BRrADE 6820), Can- 
tareira, S. Paulo, 6-918. 

Museu Paulista: — n.º 3691 (PuUIGGARI), Apiaí, 8-1891 
(det. como L. amplexicaulis, D. C. de que se distingue pela des- 
proporção dos segmentos do calyx e folhas mais estreitas em sua 
base bem como pela inflorescência menor); — n.º 50 (Dr. G. VERT), 
Camp. do Viamão, capoeira, 21-10-10. j 


Arbusto de 1-2 metros de altura; folhas alongadas curto áspero- 
pilosas, na base atenuadas e amplexicaules, ápice longo-acumi- 
nadas, triplinervadas e nas margens com mais uma nervura pouco 
perceptível; flôóres em panículos curtos e terminais, agregadas entre 
as grandes brácteas nos extremos dos ramulos da inflorescência, 
formando glomérulos; calya hirto-setuloso, segmentos internos mais 
longos que os externos. 


Leand. umbellata, D. €. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 82). 


HortoOswaldo Cruz: — n.º 4916, HogHNE, Santa Bárbara 
do Mato-Dentro, Minas, em 12-1-21. 


Arbusto bem caracterizado pelas flôóres 6-meras, dispostas em 
glomérulos envoltas pelas grandes brácteas; folhas longo-pecio- 
ladas, de limbo oval-oblongado e revestido de pêlos glandulígeros. 


Leand. sericea, D. €. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 83). 
Museu Paulista: — n.º 2473, LOFGREN, Fazenda de S. Mi- 


guel, em S. José dos Barreiros, S. Paulo, em 26-4-94 (dada como 
L. mollis, Can. que pertence à Secção Carassanae e tem brácteas 


muito menores e glomérulos menos compactos). 


Arbusto de revestimento ferrugineo-velutino; folhas longo-pe- 
cioladas, seríceo-albo-pubescentes no dorso e mole setulosas na 
face superior, 7-plinervadas, membranáceas; flôóres em panículos 
terminais agrupadas nos extremos dos rámulos dos mesmos e emn- 
voltas por brácteas sericeo-pilosas por fora e glabras por dentro 
e de 3-5mm. de comp. 


Leand. melastomoides, RADDI e variedades. 
(COGNIAUX, Ob. cit. pag. 84). 


“Horto Oswaldo Cruz: — n.º 1589, HogHNE, Alto da Serra, 
(Biológica), S. Paulo, em 1-19, da variedade paulina, CGN. e n.º 4460, 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. V 105 


IDEM, idem, em 5-1-20, da variedade longifolia, CGN. que se dis- 
tingue do tipo pelas folhas mais longas, crescimento mais arbustivo, 
ramos e folhas mais verdes e maiores em todos os sentidos. 


Museu Paulista: — n.º 3689 (PuIGGaRI), Apiaí, S. Paulo, 
em 8-91; — n.º 52, USsTERI, Alto da Serra, S. Paulo, em 6-1-07 (a 
primeira tipo da espécie e a segunda da variedade paulina, CGN.). 


Arbustinho muito hirsuto das matas, com folhas quási sésseis, 
buloso-pilosas por cima e foveolado-hirsutas por baixo; inflores- 
cências paniculadas, curtas; flôres compactas entre grandes bra- 
cteas. As anteras sempre distintamente calcaradas na base, são 
mál descritas pelo DR. COGNIAUX. 


& Leandra purpureo-villosa, HogHNE (sp. nov.). 
(Ex sect. I Leandrariae, post n.º 6 inserenda est). 


Frutex silvestris e. 2-3 metr. altus, ramis superne satis com- 
pressis et cum petiolis nerviisque foliarum pilis mollibus purpu- 
rascentibus densissimis vestitis subvelutino-villosis et pilis glandu- 
losis sparsis inspersis; foliis submembranaceis, 4-5 cm. longo pe- 
tiolatis, 7-plinerviis, late ovatis, base levissime attenuatis, apice 
acuminatis, margine integerrimis, utrinque brevissime densegque ve- 
lutino-villosis, praecipue supra nervos parte dorsale saepissime pur- 
purascentibus, c. 15-18cem. longis, medio fere 6-9cm. latis; in- 
florescentiis terminalibus axillaribusque, paniculatis, 8-15 em. longis, 
rhachibus dense purpurascenti-velutinis; floribus 5-meris, sessilibus, 
bracteatis, ad apicem ramulorum paniculae dense capitatis, primum 
bracteis subabconditis; bracteis laxis levissime imbricatis, mem- 
branaceis, margine ciliatis, intus glabris, extus pilis breviusculis 
patentibusque pallido virescentibus eglandulosis vestitis, oblongatis, 
apice obtuso, 5-6 mm. longis et medio fere 3 mm. latis; calyce den- 
siuscule piloso et inter pilos furfuraceo (non glanduloso setuloso 
vel piloso), tubo campanulato-oblongo, 2,5 mm. longo, lobis inter- 
nis majoribus c. 1 mm. longis, margine ciliatis, externis minoribus, 
subcaloideis, quam internis fere demidio brevioribus; petalis trian- 
gulari-oblongatis, acutis, glabris, 2 mm. longis, siccis lutescentibus; 
antheris oblongo-attenuatis, crassis, aequilongis, filamentis ce. 2 mm. 
longis; ovario triloculari, apice glabro. 


HortoOswaldo Cruz: — n.º 7530, Biológica, Alto da Serra, 
S. Paulo, em 8-11-21. 


Arbusto das matas higrófilas mesotermais, bem caracterizado 
pelo revestimento arroxeado das partes mais jovens dos ramos e 
folhas bem como da raquis da inflorescencia, de 2-3 metros de 
altura. Ramos na parte terminal um tanto achatados ou com- 
primidos, basto velutino-vilosos e entre estes pêlos cá e lá glan- 
duloso-pilosos; folhas ovais, largas, na base um tanto atenuadas. 
ápice acuminado, margens inteiras, 7-plinervadas, as nervuras da 
face dorsal salientes e geralmente purpúreo-vilosas; pecíolos de 
4-5 em. e limbo de 15-18cm. de comp. por 6-9em. de larg.; 


106 Melastomáceas 


inflorescências paniculadas, de 8-15cm. de comp., raquis ar- 
roxeada e extremos dos ramos e flôóres verde amarelados; flôres 
agrupadas em capiteis nos extremos dos rámulos do vanículo, 
quando em botão escondidas pelas brácteas que as ornam na base 
do calyx, estas de margens ciliadas, internamente glabras e exte- 
riormente esparso pilosas, oblongadas, de 5-6 mm. de comp. por 
3mm. de largura mediana, ápice obtuso, caducas; calyx de tubo 
oblongo-campanulado de 2,5 mm. de comp. esparso piloso, mas não 
elanduloso e entre os pêlos furfuráceo; lobos internos de apenas 
1 mm. de comp. com margens ciliadas, externos nódiformes e pi- 
losos, mais curtos que os internos; pétalos triangular-acuminados, 
glabros, de 2 mm. de comp. exsicados amarelados; anteras oblongo- 
lineares, ápice poroso, sobre filamentos curtos; ovario trilocular, 
ápice glabro com um circulo de elevações duras em meio das 
quais sai o piístilo. 

Esta espécie que, a julgar pela descrição, deve ter afinidade 
com a Leandra involucrata, D. O. — de que se aparta não só pela 
ausência dos pêlos glandulosos do calyx, mas ainda pelo tamanho 
dos segmentos do mesmo e outros detalhes supra descritos, — é 
bem caracterizada pelo revestimento arroxeado dos ramos e folhas 
mais novas e pelas brácteas que ornam as flôres e as envolvem 
antes da ântese. 


Leand. Glazioviana, Can. 

(CoGNIAUX, ob. cit. pag. 86). 
— Museu Paulista: — S-n. ARTUR LÓFGREN, Itapetininga, 
S. Paulo, s-d.; — s-n. UsTERI, Jaraguá, S. Paulo, s-d. (det. como 
Miconia brasiliensis, BTH.). 

Bem facilmente distinguível da Leand. scabra, D. C. — de que 
tem grande afinidade, — pelo revestimento mais hirsuto. Da L. jra- 
gilis, CGN. distingue-se pelas flôres 6-meras, 


Leand. scabra, D. €. 

(COGNIAUX, ob. cit. pag. 86). 

Horto Oswaldo Cruz: — n.º 199, HogHNE, Butantan, 5. 
Paulo, em 8-6-17 e Alto da Serra, dito, em 20-2-20; — n.º 3643 
(G. GEHRT), Rubião Meira, S. Paulo, em 10-2-20; — n.º 2015 (Dr. 
Campos Novais), Campinas, em 6-18; — n.º 2977 (DR. AF. AMA- 
RAL), Aguas Virtuosas, Minas, em 15-1-19; — n.º 2706, HOEHNE, 
Poços de Caldas, Minas, em 9-1-19; — n.º 6003 (BRADE 6060), 
Guapira, S. Paulo, 27-4-913. R 


Museu Paulista: — n.º 16, UsTERI, Cantareira, S. Paulo, 
em 7-4-90 (dada como L. Glazioviana, CGN.); — n.º 51, UsTERI, Ja- 
raguá, S. Paulo, em 30-1-06 (determinada); — n.º 494, LOFGREN, 
Caminho para Tatuí, 20-12-87 (det.); — n.º 2775, LOFGREN ET ED- 
WALL, Jurú-Mirim, S. Paulo, em 22-10-94; — dada com L. fragilis, 
Cen. com que tambêm concorda, excepção feita das flôres sempre 
e distintamente 6-meras e não 5-meras como naquela secção. Isto 
nos faz crer que tambêm o material recolhido pelos Des. WETTSTEIN 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I - fasc. V 107 


e SCHIFFNER, em S. Bernardo e em Pilar, e determinado por 
RECHINGER (Erg. der Exp. von Wettstein und Schiffner nach Súdb. 
pag. 255), como L. fragilis, CGN. pertença. a. esta espécie. 


Jardim Botânico: — n.º 10763 (Frazão), S. Paulo, s-d, 
EO: n.º 2488 s-ind.; — n.º 3974 (LOFGREN n.º 311), s-ind.; — 
n.º 233 sind. 


Herv. Hoehne: — n.º 605, HogHNE, Estrada da Tijuca, Rio 
de Janeiro, em 15-11-16. 


Nome vulgar: «Camará do mato ». 

Arbusto silvestre, com folhas e caules áspero-pilosos e im- 
florescências terminais e compactas, flôres 6-meras sostidas e en- 
voltas parcialmente por grandes brácteas arroxeadas ou verde claras 
por dentro. 


Leand. scabra, D. €C. var. Luederwaldtii, HogHNE. 


Foliis brevissime petiolatis basi attenuatis et obtusis subro- 
tundatisque illis L. pectinatae, CGN. im memoriam revocans. 


Museu Paulista: -— Sn. e s-d. LUEDERWALDT, Hammo- 
nia, St. Catarina (det. como L, fragilis, CGN. de que se afasta pelas 
ilôres 6-meras). 


Distinguida da fórma típica pelas folhas de base atenuada, po- 
rêm obtusa ou mesmo arredondada e sobre ela um tanto contraídas. 


Leand. dubia, D. €. 
(CocnIATX, ol cit; pag. 89); 


Horto Oswaldo Cruz: -— n.º 2124 (Ex Herv. DR. CAMPOS 
NovaIs), Campinas s-d. 
Jardim Botânico: — n.º 2712 s-d e s-jnd. (Provavelmente 


dos arredores do Rio de Janeiro. Exemplares frutificados); —n.º 
5199 (CAPANEMA), idem, idem. 


Arbustiva ramosa, delgada, de ramos patentes e híspido 
setuloscs; folhas lânceo-oblongadas, membranâceas, 5-plimervadas, 
de 5-7 cm. de comp. por 2-3cm. de largura; flôres alvas, em glo- 
mérulos, bracteadas, dispostas em pequenos panículos terminais. 

Esta planta distingue-se da L. Bergiana, CGN. pelo revestimento 
setuloso-eglanduloso, 


Leand. Bergiana, Can. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 90). 


Horto Oswaldo Cruz: — n.º 6008 (BRADE 6076), Ribeira, 
Iguape, 12-910. 


Da precedente facilmente distinguida pelas folhas um pouco 
maiores, crescimento mais esguio e revestimento glanduloso-piloso 
esparso. 


108 Melastomáceas 


Leand. xanthostachya, Cc», 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 93). 


Museu Paulista: — n.º 32, S-A. Rio Claro, S. Paulo, em 
20-10-01. 


Material incompleto, que entretanto concorda bem com a des- 
crição. 


Leand. xantholasia, CN. var. setulosa, HOEHNE (var. nov.). 
(Adicionar ao tipo, ob. cit. pag. 95). 
Foliis supra setulis subadpressis subseriatis munitis. 


Museu Paulista: — n.º 3437, LórcREN, Lorena, 8. Paulo, 
em 19-12-96. 


Arbusto de caule e ramos longo cerdosos; folhas Jânceo-oblon- 
gadas, acuminadas; pelas séries de cerdas apressas da face superior 
distinguida do tipo. 


Leand. Gardneriana, Can. var. setulosa, Con. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 96). 


Horto Oswaldo Cruz: — n.º 973, HogHNE, Rio Pequeno, 
Butantan, S. Paulo, em 28-11-17; — n.º 6002 (BRADE 7440), Pi- 
rituba, S. Paulo, em 9-2-914, 


Jardim Botánico: — n.º 1486 (s-A., n.º 262), Carandirú, 
S. Paulo, em 12-12. 


Pequeno arbusto de caule e ramos armados de cerdas rijas e 
patentes; flôres alvas com anteras amarelas. Esta variedade tem 
à parte superior das folhas esparsamente armadas de cerdas e à 
dorsal esparso-estrelado-tomentosa; calyx com segmentos internos 
bem distintos a metade mais curtos que os externos; toda a in- 
florescência é recoberta de pêlos amarelados. 


Leand. nianga, Can. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 96). 
Jardim Botánico: — n.º 2281, s-A. Rio de Janeiro, s-d.; — 


n.º 5211 (CAPANEMA), sind.; — n.º 2715, AQ. LISBOA, St. Maria 
Madalena, Rio de Janeiro, em 1-913. 


Herv. Hoehne: — n.º 606, Tijuca, Rijo de Janeiro, em 11-15. 
Vulgo: « Pixirica ». 


Arbusto recoberto de pêlos cendosos, rijos e patentes entre- 
meados de pêlos estrelados e deprimidos; inflorescências termi- 
nais, geralmente amplas, um tanto caídas e arroxeadas, longo 
cerdosas; flôóres amarelentas; calyx arroxeado quási esférico e longo- 
setuloso. No aspecto, semelhante a L. australis, CGN., dela porêm 
especificamente distinta pelos segmentos internos do calyax quási 
a metade mais curtos que os externos e outros detalhes florais 
e vegetativos. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. V 109 


Leand. Wettsteinii, RECHINGER. 


(RECHINGER, Erg. der Bot. Exp. der Kaiserl. Ak. der Wis- 
sensch. nach Suúdbr. (1901), vol. I, Pterydophytae e Anthophytae, 
pag. 255 e tab. XXIII, fig. 1-3). 


Museu Paulista: — n.º 3690, Dr. PUIGGARI, Apiai, 8. 
Paulo, em 9-91 (dada como L. nianga, CGN. var. ovata, CGN.). 
Jardim Botânico: — n.º 5210 (CAPANEMA), s-ind. 


Um dos exemplares citados tem flôóres e o outro frutos, ambos 
combinam bem com a descrição supra citada. 


Leand. erinacea, Can. 


(COGNIAUX, ob. cit. pag. 98). 


Horto Oswaldo Cruz: -— n.º 922,. HogHNE, Butantan, 
S. Paulo, em 11-917 e n.º 3337, IDEM, em 12-5-19. 
Museu Paulista: — n.º 3159, CaAMPos NovaIs, Campinas, 


S. Paulo, em 9-915. 

Arbusto ascendente da mata e das capoeiras; caule e ramos 
setulosos; folhas quintuplinervadas, ovo-oblongadas, ápice acumi- 
nado e base arredondada, por cima basto e menos patente pilosas 
e por baixo, especialmente sôbre as nervuras, mais patente vilo- 
sas; flôres em panículos terminais, recobertas de pêlos amarelados. 


Leand. erinacea, CGN. var. parvifolia, Can. 


(COGNIAUX, ob. cit. pag. 98). 


Museu Paulista: — n.º 8022 (Campos NovaIs n.º 394), 
Campinas, S. Luciano, s-d. 


Distinguida pelas folhas e inflorescências menores do que no 
tipo supra citado. 


Leand. cardiophylla, Can. 

(CoGNIAUX, ob. cit. pag.: 99). 

Horto Oswaldo Cruz: — n.º 5991 (BRADE 6831), St. 
Amaro, 8. Paulo, em 23-11-9183. 

Museu Paulista: — n.º 2597 (PuIGGARI n.º 3088), Sitio 
do João Coelho, Apiaí, 6-885; — n.º 2583, LOFGREN ET EDWALL, 
St. Amaro, capoeira, S. Paulo, em 29-7-94. 

Este arbusto caracteriza-se bem pelo formato das folhas de 


margens crenuladas que lhe renderam o nome e pelo revestimento 
cerdoso-glandulígero. 


Leand. cardiophylla, Can. var. integra, HogHNE (var. nov.). 


Horto Oswaldo Cruz: — n.º 6004 (BRADE 6833), Campo 
Grande, S. Paulo, 11-913. 


110 Melastomáceas 


Esta variedade nova caracteriza-se por ter as folhas de margens 
perfeitamente inteiras, não denteadas. 


Leand. australis, Can. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 104). 


Horto Oswaldo Cruz: — n.º 147, HopHNE, Butantan, em 
22-5-17; — n.º 916, IDEM, idem, em 11-17; — n.º 3014, IDEM, idem, 
em 4-319; — n.º 3122, IDEM, idem, em 28-3-19; — n.º 4477, cultivado 
no Horto, na estufa, tendo se desenvolvido sôbre o tronco de uma 
Alsophila atrovirens, Pr. que havia sido aproveitado das matas 
de Butantan. Nestas condições o crescimento é muito delgado e 
o lado dorsal das folhas, bem como os pêlos em geral e as 
inflorescências são roxo-avermelhadas, os sépalos vermelhos e pé- 
talos alvos; — n.º 5974 (BRADE 5040), Região da Ribeira, S. Paulo, 
em 12-910. 


Museu Paulista: — n.º 15, UsrTERI, margens do Tiete, 
S. Paulo, em 28-8-05 (det. como L. nianga, CGN.); — n.º 21, IDEM, 
Freguezia do Ô, S. Paulo, em 28-10-06 (dada como L. cordifolia, Cen. 
com a indicação « Det. CoGNIAUX!»); — n.º 29, IDEM, Alto da Serra, 
S. Paulo, em 6-1-07 (classificada como L, atropurpurea, CGN., com 
a mesma nota da precedente); — n.º 20, IDEM, Arredores de 
Vila Mariana, S. Paulo, em 3-6-06 (det. como L, miangaeformis, CGN.). 


Esta interessante espécie é de crescimento arbustivo, tem ramos 
mais ou menos reclinados e delgados, folhas geralmente arro- 
xeadas no lado dorsal e é bem distinguida das demais da secção, 
pelo revestimento setuloso dos ramos entremeiado de curtos pêlos 
estrelados, que sôbre o calyr são mais bastos. 


Leand. Balansaei, Can. 
(CoGNIAUX, ob. cit. pag. 106). 


Museu Paulista: — n.º 34, UsTERI, Mandaqui, S. Paulo, 
23-11-06 (dada como L. erinacea, CGN. sob a nota: «det. COGNIAUX »):; 
— n.º 20, UsTERI, Avenida Paulista, S. Paulo, em 16-9-06 (de- 
terminada como L. miangaejormis, CN. levando a mesma nota 
que a precedente); — n.º 1695, EDwALL, Consolação, S. Paulo, em 
18-10-93 (class. como L. Gardneriana, CGN, ainda com a mesma 
indicação de autor). 


É realmente curioso que várias das espécies descritas para a 
Hora do Paraguai, tenham sua distribuição até S. Paulo; tal como 
sutcede com esta e a L. atropurpurea, CGN. e outras, 


As inflorescências nem sempre são nitidamente terminais; sur- 
gem às vezes os novos rebentos dos ramos ao lado destas. Pelo 
tamanho das folhas e dos panículos, esta especie distingue-se bem 
da L. erinacea, CgN. de que é afim, 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. V 111 


Leand. purpurascens, Cc. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 110). 


HortoOswaldo Cruz: — n.º 2012 (Campos Novais), ofer- 
tado em 5-918 sob o nome de L. confusa, CGN. que não pode 
ser, por lhe faltarem os pêlos plumosos; — n.º 2458, HOEHNE, Araçá. 
S. Paulo, em 7-10-18; — n.º 4481, HoEHNE, Parque Jabaquara, 
S. Paulo, em 12-10-20; — n.º 6000 (BRADE 6829), Araçá, S. Paulo, 
41-12-9138. 


Museu Paulista: — n.º 223, LOFGREN, Pinhalzinho, entre 
Tatuí e Itapetininga, S. Paulo, em 2-10-87 (dada como L. confusa, 
Con.). Vide nota abaixo; — s-n. USTERI, Avenida Paulista, S. Paulo, 
em 28-9-906. 


Arbusto de pêlos bastos, curtos e bastante crespos, extremidades 
dos ramos purpurascentes; panículos florais terminais e hirsutos; 
flôóres alvas e estames com anteras áureas; calyx recoberto de 
pêlos crespos e patentes não cerdosos. De L. confusa, Cen. fa- 
cilmente distinguida pelas folhas não quintuplinervadas e pêlos 
simples, não plumosos. 


Leand. dasytricha, Can. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 113). 


Jardim Botânico: -— n.º 10788 (Frazão), S. Paulo, em 
191% s-d. 


Arbusto de ramos profundamente tetrasulcados e quando novos 
bastamente recobertos de pêlos plumosos cinzentos que se esten- 
dem até sôbre as nervuras da partie dorsal das folhas e sôbre 
o calyx; folhas largas, oblongo-ovaladas, 5-plnervadas ou 5-ner- 
vadas, de 2-25dm. de comp.; panículos reclinados, na base de 
novos rebentos dos ramos, bastante laxífloros. Bons caracteris- 
ticos são os caules angulosos e o revestimento basto e acinzentado. 


Leand. Mosenii, Can. 


(COGNIAUX, ob. cit. pag. 114). 


Museu Paulista: — n.º 4153, LÓFGREN, Praia Grande, San- 
tos, S. Paulo, em 25-10-98; — n.º 4156, IDEM, idem, em 10-11-98. 
Jardim Botânico: — n.º 4490 (LUEDERWALDT n.º 80), Raiz 


da Serra, S. Paulo, em 10-07. 


Esta planta assemelha-se extraordinariamente a L. sublanata, 
Can. de que se afasta pela forma das folhas menos distintamente 
5-plmervadas, mais iguais e o revestimento da parte dorsal e 
inflorescência diferentes. Arbusto de caule e ramos recobertos de 
pêlos plumosos nas partes mais novas, onde os ramos são mais ou 
menos tetrágonos; folhas ovo-lanceolares, 5-plinervadas; panículos 
terminais esparso-plumoso-pilosos. 


mai Melastomáceas 


Leand. dispar, CGN.? 
(COGNIAUX, Ob. cit. pag. 117). 
Jardim Botânico: -— n.º 5124, s-ind, 


Material incompleto que não permite uma classificação segura. 


Leand. sublanata, Can. 

(COGNIAUX, ob. cit. pag. 118). 

Horto Oswaldo Cruz: — n.º 4487, Alto da Serra (Bio- 
lógica), S. Paulo, em 6-2-20, 

Museu Paulista: — n.º 31, UsTERI, Jaraguá, S. Paulo, em 
30-4-06 (det.). 

Pequeno arbusto decumbente, bem caracterizado pelo basto 


revestimento de pêlos plumosos dos ramos e dorso das folhas, 
que na face superior são setulosas e 5-7-plinervadas. 


Leand. carassana, CN. var. estrellensis, Can. 

(COGNIAUX, ob. cit. pag. 120). 
— Museu Paulista: — n.º 2433, LórcREN, Bocâina, Pinhal, 
S. Paulo, em 15-4-94 (det. como L. Moesenii, CGN. de que se dis- 
tingue, logo à primeira inspecção, pelo revestimento e pela forma 
do limbo foliar). 

Arbusto Jenhoso; ramos obtuso-tetrágonos ou comprimidos, re- 
vestidos de pêlos plumosos, quando novos avermelhado-amarelentos; 
folhas ovais ou oblongadas, longo pecioladas e Y7-plinervadas, base 
arredondada e ápice agudo, de 3-15cm. de comp. por 5-7 cem, de 
largura, por cima apresso e ténue setulosas e por baixo, especial- 
mente sôbre as nervuras, longo estrelado-tomentosas; panículos ter- 
minais, em tôdas as partes, inclusive o calyx, basto plumoso-pilosos. 


Leand. variabilis, RADDI. 

(CoeNIAUX, ob. cit. pag. 121). 

Horto Oswaldo Cruz: — n.º 6001 (BRADE 5035), Ribeira, 
Iguape, 12-12-910. 

Museu Paulista: — Sn. LUEDERWALDT, Raiz da Serra, 
S. Paulo, em 20-10-907. 


Distinguida da precedente pelos pecíolos mais curtos e revesti- 
mento da face superior menos basta. 


Leand. ribesiaefolia, CGn. 

(CoGNIAUX, Ob. cit. pag. 121). 

Horto Oswaldo Cruz: — n.º 4464, Alto da Serra, S. Paulo, 
em 830-9-20; — n.º 6006 (BRADE 7443), Campo Grande, S. Paulo, 
em 26-4-14. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I - fasc. V 113 


em 27-9-96. 


Pequeno arbusto bem descrito na Flora Brasiliensis, Só re- 
gistado para S. Bernardo do Rio Grande do Sul. Não será isto 
uma indicação errada? Talves seja S. Bernardo ou Rio (Grande, 
da Linha Inglesa, perto do Campo Grande, de onde procedem 
estes exemplares por nós estudados. As folhas e as inflorescências 
sao muito características para a espécie. 


Museu Paulista: — n.º 3347, s-a. Campo Grande, S. Paulo, 


Leand. xanthopogon, CGN.? 

(COGNIAUX, ob. cit. pag. 123). 

HortoOswaldo Cruz: — n.º 3015, Biológica, Alto da Serra, 
em 4-3-19. | 


Revestimento hirsuto, composto de pêlos simples, um tanto 
crespos e reflexos; folhas ovo-oblongadas, base arredondada é ápice 
agudo um tanto acuminado, 5-plinervadas ou quási 5-nervadas, 
por cima basto e apresso longo-setulosas e por baixo longo tomen- 
tosas; panículos compactos amarelados. ; 


Leand. xanthocoma, Can. 

(COGNIAUX, ob. cit. pag. 124). 

Horto Oswaldo Cruz: — n.º 2700, HoOEHNE, Poços de Cal- 
das, Mimas-Gerais, em 9-1-19; — n.º 5999 (BRADE 6830), Araçá, 
em “7-12-913. 

Museu Paulista: — n.º 3438, LOFGREN, S. Francisco, 8. 
Paulo, em 13-7-97 (det. como L. nianga, Can. var. parvifolia, CaN.). 


Planta bem facilmente reconhecível pelo revestimento aureo- 
amarelado e folhas 5-plinervadas, membranáceas e inflorescências 
pequenas e compactas. 


Leand. ionopogon, Cn. 

(COGNIAUX, ob. cit. pag. 129). 

Horto Oswaldo Cruz: — n.º 6013 (BRADE 5022), Ribeira, 
Iguape, S. Paulo, em 16-10-910. 

Jardim Botânico: — n.º 384 (CAPANEMA), capoeiras do 
Gragoá (?) 10-867. 


O calya longo amarelo-avermelhado piloso com segmentos mais 
longos que o tubo e as folhas 5-plimnervadas membranáceas, consti- 
tuem os principais caracteres para esta planta. 


Leand. sylvatica, Con. 

(COGNIAUX, ob. cit. pag. 131). 

Museu Paulista: — n.º 13, USTERI, Avenida Paulista, SS. 
Paulo, em 30-9-06 (det. como L. erostrata, CGN. de que se afasta 


pelo tamanho das inflorescências, forma das folhas e revestimento 
em geral); — s-n. IDEM, Avenida Paulista, S. Paulo, 12-11-906. 


8 


114 Melastomáceas 


Distingue-se da L. polystachya, CaN., pelo maior revestimento 
das folhas e pelas inflorescências de ramos mais curtos e às vezes 
só florígeros no ápice e, por conseguinte, quási capitelados e não 
como indica a estampa na Flora. 


Leand. polystachya, Can. 

(COGNIAUX, ob. cit. pag. 132). 

Horto Oswaldo Cruz: n.º 6009 (BraDE 7439) Vila Ema, 
S. Paulo, em 11-914, 


Museu Paulista: n.º 7 (CAMPOS NovaIS n.º 783) Soro- 
caba, campo arenoso, S. Paulo, em 4-8-87. 


Comissão Rondon: -—n.º 6328 e 6329, HogHNE, Lagoa Santa, 
Minas-Gerais, em campo baixo Íl. roxa e estames e anteras iguais, 
11-915 e 6327, IDEM, idem, da variedade petiolata, CGN. 


Esta espécie afasta-se da L. aurea, CGN. pelas folhas mais 
ovais, quási sésseis, menos pilosas na face superior e panículos de 
ramos mais longos e quási espiciformes. A variedade citada tem 
folhas mais distintamente pecioladas e aproxima-se nisto mais da 
espécie ha pouco mencionada. Aparece de permeio com o tipo. 


Leand. lacunosa, Can. 


(CoOGNIAUX, ob. cit. pag. 138). 


Horto Oswaldo Cruz: — n.º 4484, HogHNE, Butantan, Ss. 
Paulo, em 6-9-20. 
Museu Paulista: — n.º 3768, CAMPOS NOVAIS, Esp. Santo 


do Pinhal, 11-96 (det.); — n.º 8, :UstTERI, Vila Mariana, S. Paulo, 
em 18-12-905 (dada como L. Lindeniana, OGN.); — n.º 5, IDEM, 
Lapa, S. Paulo, s-d.; — n.º 1687, EDwaLL, S. Paulo, em 18-10-98 
(det.). 


Arbusto campestre caracterizado pelo revestimento hirto-se- 
tuloso, cerdas um tanto apressas, nos extremos dos ramos geralmente 
avermelhadas; folhas ovo-oblongadas, foveoladas por baixo e bul- 
loso-pilosas por cima, de 10-15 cem. de comp. por 4-7 em, de lar- 
egura; flôres com estames e anteras roxos, sésseis com brácteas 
na sua base e dispostas em panículos terminais. 

Confessamos que não encontramos base para separar esta planta 
da descrita como L. foveolata, CGN. e subordinada pelo citado autor 
a outra secção, porque o revestimento é bastante variável nos 
diversos espécimes de uma mesma procedência. 


Leand. erostrata, CcnN. 
(CoGNIAUX, ob. cit. pag. 139). 


Horto Oswaldo Cruz: — n.º 3524 (GEHRT leg.), Itatinga, 
S. Paulo, em 19-11-19; — n.º 6011 (BRADE 7437), Jabaquara, 5S. 
Paulo, 12-914. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fase, V 115 


Museu Paulista: — n.º 39, UsTERI, Vila Mariana, S. Paulo, 
em 19-10-06 (det.); — n.º 1210, LóFGREN, Feijão, Linha do Rio Claro, 
S. Paulo, em 12-12-88 (det.). 


Jardim Botânico: — n.º 10765 (Frazão), S. Paulo, em 
LOTA sd. 


Planta bem facilmente reconhecível pela forma peculiar das 
suas folhas, relativamente pequenas, orbiculares alongadas e obtusas 
e imflorescências curtas e recobertas de pêlos bastos amarelados. 


Leand. simplicicaulis, Ccn. 
(COGNIAUX, Ob. cit. pag. 141). 


Horto Oswaldo Cruz: — n.º 6010 (BRADE 7438), Jaba- 
quara, S. Paulo, em 12-914 e n.º 924, HogHNE, Butantan, S. Paulo, 
em 1i-917. 


Quási herbacea campestre, de 30-50 cm. de altura com caules 
em touceiras e geralmente simples; folhas quási glabras e obtusas 
nos extremos. 


Leand. aurea, Can. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 142). 


Horto Oswaldo Cruz: -— n.º 276, HogHNE, Butantan, S. 
Paulo, em 30-6-17; — n.º 4306, IDEM, idem, em 22-8-20; — n.º 3379, 
IDEM, idem, 28-6-19; — n.º 3340, IDEM, Araçá, S. Paulo, em 12-5-19 
e n.º 4957, IDEM, Serra do Garimpo, Minas-Gerais, em 13-1-21; — n.º 
9943 (BRADE 7441 e 5322), Barueri e Jaraguá, em 10-914 e 11-912 
e tambêm n.º 5321, Ipiranga, 18-8-12. 


Museu Paulista: — n.º. 31, USsTERI, Ipiranga, e Moóca, 
S. Paulo, em 27-8-905 (det.); — n.º 6, IDEM, Isolamento, em 15-7-06 
(dada como L. lacunosa, CGN.); — n.º 4763, LOFGREN, St. Amaro, 
S. Paulo, em 29-7-94 (dada como Leandra xanthopogon, CGN.). 


Jardim Botânico: n.º 3978 (LórgrEN n.º 402), Re- 
tiro (?) em 13-10-909; — n.º 5361 s-ind. (Provavelmente dos ar- 
redores do Rio de Janeiro). 


Arbusto de revestimento basto-viloso; folhas mole-seríceo-pi- 
losas por cima e basto vilosas por baixo, com Y nervuras; flôres 
róseas com anteras roxo-escuras, 

Leand. aurea, CGn. var. aggregatiflora, HOEHNE (v. nov.). 


Paniculis ramis breviusculis satis ageregatifloris subglomeratis. 


Horto Oswaldo Cruz: — n.º 4480, HogHNE, Parque Jaba- 
quara, S. Paulo, em 12-10-20. 
Museu Paulista: — n.º 2582, LÓFGREN ET EDWALL, St. 


Amaro, S. Paulo, em 29-7-94 (dada como tipo). 


116 Melastomáceas 


Esta variedade afasta-se do tipo especialmente pelas inflores- 
cências compactas e flôres muito agregadas. 


Leand. lancifolia, CGnN. 
(COGNIAUX, Ob. cit. pag. 145). 


Museu Paulista: — n.º 3696, EDwALL, Botucatu, Bôa Vista 
do Araquá, em 27-11-96 (dada como L. strigilliflora, Can. var. 
oblongifolia, CGN., de que se distingue à primeira inspecção pelas 
folhas 5-nervadas em-vez-de 5-plinervadas). 

As inflorescências são relativamente pequenas no exemplar 
em mão. 


Leand. salicina, Con. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 150). 


Museu Paulista: — n.º 2382, Campos da Bocâãina, Inver- 
nada do Pinhal, S. Paulo, em 9-4-94 (det. como L. linearifolia, Can. 
de que se aproxima pelo porte, etc. mas se distingue pelos segmen- 
tos calicinos terminados em longa aresta, quando os daquela são 
obtusos). 


Bem caracterizada pelo porte e forma das folhas, etc. 


Leand. lutea, Can. var. glabriuscula, Cn. 
(CoOGNIAUX, ob. cit. pag. 152). 


Jardim Botânico: — n.º 113 e 1146, ambos sem outras 
indicações (provavelmente das imediações do Rio de Janeiro). 


Esta variedade distingue-se do tipo pelo revestimento mais 
raro, que nas folhas se limita às margens e bifurcações das ner- 
vuras; o que faz crêr que L. newrotricha, CGN. ou talvez L. bar- 
binervis, CaN. tambêm sejam apenas variedades desta mesma es- 
pécie. 


Leand. sulfurea, Can. Dé 
(CoGNIAUX, ob. cit. pag. 153). 


Horto Oswaldo Cruz: — n.º 5997 (BRADE 6377), Itatiaia, 
4-6-913 (dada como Miconia nov. sp.). 


Museu Paulista: — n.º 2354, LOFGRrEN, em Campos da 
Bocáina, S. Paulo, em 3-4-94 (tida como L. calvescens, CGN., de 
que se aparta especialmente pelo calyax de segmentos caducos); — 
n.º 48 s-A, Itatiaia, 12-3-03. 


Jardim Botânico: — n.º 1963, ALEXANDRE CURT BRADE & 
TOLEDO, Itatiaia, 2250 s.m. em 6-13. 


Arbusto glabro de 2 metros de altura; folhas de base quási 
arredondada e 3-5-nervadas; panículos florais furfuráceos e, como 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. V 117 


o restante da planta, mais ou menos amarelo-sulfúreo depois de 
sêcas. Espécie bem distinguida pelos segmentos calicinos caducos 
e ciliado-denticulados, mais curtos que o tubo. 

Leand. quinquedentada, Cc». 


(CoGnNIAUX, ob. cit. pag. 156). 


Horto Oswaldo Cruz: -— n.º 5998, HogHNE, Biológica, 
Alto da Serra, em 25-3-20. 
Museu Paulista: — n.º 3444, DR. ÁLVARO C, DA SILVA, 


S. Francisco dos Campos, Bôa Vista, S. Paulo, em 21-12-96 (det.). 


Arbusto glabro de ramos mais novos e folhas esparso e tê- 
nuemente furfuráceas, quando sêcas amareladas, rijas e coriáceas. 
Folhas geralmente oblongo-lanceoladas terminadas em rostro quási 
obtuso, trinervadas raro quási ou indistintamente pentanervadas, 
na parte inferior das nervuras da face dorsal esparso-pilosas; in- 
florescências paniculadas; calyax com segmentos pequenos 'concres- 
cidos e dentiformes. 


Leand. quinquenodis, Can. 
(COGNIAUX, Ob. cit. pag. 157). 


Horto Oswaldo Cruz: -— n.º 3366, Biológica, S. Paulo, 
em 25-3-19. 


Jardim Botánico: — n.º 10779 (Frazão), S. Paulo, em 
1917 s-d. e 10793 (Frazão), Teresópolis, Rio, em 3-18. 


Arbusto que se distingue da L. quinquedentata, Can. pelas fo- 
lhas mais membranáceas, mais regularmente lanceoladas, trmerva- 
das e completamente glabras, flóres menores e segmentos calicinos 
mais nodiformes. 


Leand. vesiculosa, Can. 
(CoGnIAUX, ob. cit. pag. 158). 


Museu Paulista: — n.º 3443, LÓFGREN, S. Francisco dos 
Campos, S. Paulo, em 27-12-96 (det.). 


Arbusto glabro de folhas lânceo-oblongadas, 5-nervadas, bem 
caracterizado pelo calyax urniforme contraído em seu ápice e dila- 
tado ao meio, fazendo lembrar a forma do cambuci, sempre um 
tanto vesiculoso e furfuráceo. 


Leand. pulverulenta, Can. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 158). 


Horto Oswaldo Cruz: -—n.º 1082, HoEHNE, Alto da Serra, 
Biológica, S. Paulo, em 19-4-18; — n.º 5975 (BRADE 6824), Cam- 
po Grande, S. Paulo, em 11-9-913. 


118 Melastomáceas 


Museu Paulista: — n.º 3995, EDwALL, Alto da Serra, 8. 
Paulo, em 6-98. 


Arvore pequena com folhas e ramos novos tenuemente pul- 
verulentos e furfuráceos, as primeiras 5-nervadas, mais ou menos 
rijo-membranáceas, sêcas verde-amareladas ou verdes por cima 
e mais pálidas por baixo, de 10-15 cm. de comp. e na parte su- 
perior de 5-8 em. de largura; flôres alvas; calyx pulverulento-fur- 
furáceo. Panículos geralmente terminais, às vezes, porém, mais tar- 
de axilares. 


Leand. acutiflora, Can. 


(CoGNIAUX, ob. cit. pag. 162). 


HortoOswaldo Cruz: — n.º 1228, HogHNE, Biológica, Alto 
da Serra, S. Paulo, em 18-2-18. 
Museu Paulista: — n.º 3902, EDwALL, Alto da Serra, 8. 


Paulo, em 15-4-98 (exemplar frutificado). 


Árvore pequena quási arbustiforme, glabra, com folhas 5-pli- 
nervadas; barbeladas, atenuadas para a base e acuminadas para o 
ápice, de 5-8cm. de comp. por 2-4cm. de largura; flôres quando 
em botão acuminadas, dispostas em panículos laxos e um tanto 
nutantes. 


Leand. acutiflora, Can. var. grandifolia, CGn. 


(CoGNIAUX, ob. cit. pag. 162). 


Museu Paulista: — n.º 3441, LOFGREN, Barreiro do Alegre, 
S. Paulo, em 12-1-97 (det.). 
Jardim Botânico: — n.º 7958, CAPANEMA, Joinville, St. 


Catarina, 4-1-83. 


Variedade que se caracteriza pelas folhas muito maiores e mais 
distintamente 5-plinervadas, partindo as nervuras laterais em ponto 
mais alto da central. 


Leand. cordigera, Ccn. 
(CoGNIAUX, ob. cit. pag. 166). 
Syn: Leand. furfurella, RECHINGER. 


Horto Oswaldo Cruz: — n.º 2601, HoeNHE, Alto da Serra, 
Biológica, S. Paulo, em 5-12-18. 


Museu Paulista: — n.º 1932, EDwALL, em Campo Grande, 
S. Paulo, 9-11-92 (det.). 


Pequeno arbusto ramoso das regiões descobertas altamente 
higrófilas da Serra do Cubatão, em S. Paulo, bem caracterizado 
pelo revestimento escamoso-furfuráceo-estrelado; folhas longo pe- 
cioladas, cordiformes. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. V 119 


A concluir pelas descrições, esta planta deve ter muita afi- 
nidade com a L. fluminensis, CGN. que é citada para o Rio de 
Janeiro. | 

Devido ao revestimento peculiar,* menos bem descrito por 
CognIaux, na Flora Brasiliensis, foi descrita como nova pelo autor 
que estudou as Melastomaceas da colecção feita por WETTSTEIN 
e SCHIFFNER, que a colheram em Campo (Grande. Afirma êste 
citado autor que a planta é tipicamente xerófila e se acha bem 
adaptada pelo seu revestimento às grandes sêcas periódicas dos 
campos, isto naturalmente deduzindo do nome citado como pro- 
cedência, que, entretanto, é uma das regiões mais tipicamente 
higrófilas dêste Estado. 


Leand. deflexa, Can. var. velutina, TRIANA? 
(CoGNIAUX, ob. cit. pag. 169). 


HortoOswaldo Cruz: — n.º 5056, HogHNE, Santa Bárbara 
do Mato-Deniro, Minas, em 19-1-21. 


Quanto ao revestimento temos a nossa dúvida, pois existe hir- 
suto, composto de pêlos indistintamente plumosos entremeados de 
esparsos fios furfuráceos, mas não pêlos ou cerdas estreladas, como 
diz o autor. 


Leand. glabrata, Ccn. 
(COGNIAUX, Ob. cit. pag. 172). 


Horto Oswaldo Cruz: — n.º 5041, HogHNE, Serra do Ca- 
raça, Minas, em 18-1-21. 


Árvore pequena ou arbusto da mata, com ramos e folhas glabras, 
as últimas 5-nervadas, lânceo-oblongadas, longe acuminadas e de 
margens tênuemente apresso-ciliadas, por cima verde escuras & 
por baixo roxo-avermelhadas quando vivas; flóres em panículos, 
mais ou menos agrupadas nos extremos dos rámulos, raro fascicula- 
res, caracterizadas pelos segmentos calicinos oblongados, persis- 
tentes, glabros e pouco mais curtos que o tubo; pétalos alvos. 


Leand. sparsisetulosa, HoEHNE (sp. nov.). 
(Post n.º 108 Pis inserenda est). 


Frutex parvus, divaricato-ramosus, ab L. sessiliflorae, Can, dis- 
tinctus ramis sparsissime et marginibus foliorum petiolisque supra 
longior densiorque setulosis praeter calycis segmentis apice lon- 
gissime setulosis vel acutissimis et prope basin saepius paucisetulo- 
sis, tubo omnino minuteque sparse stellato-furfuraceo. 

Ramis obtuse tetragonis sparsissime setulosis et inter setas 
subglabratis; foliis ovato-oblongatis, basi rotundatis, apice brevis- 
sime acuminatis, 5-nerviis raro subquintuplinerviis, margine integra 
et subdense longeque setulosa, supra primum ad nervos et inter 
eis uniseriatim sparseque setulosis, subtus ad mnervos sparsis- 


120 Melastomáceas 


sime setulosis et sparse indistincteque furfuraceis, demum margine 
longe setulosis exceptis subglabris, fere 7-10cm. longis et 3-4em. 
latis; petiolis usque ad 2 cm. longis, supra profundiuscule sulcatis 
et dense patenteque setulosis; inflorescentiis primum terminalibus 
demum subaxillaribus, laxifloris, paniculatis, sparsissime setulosis, 
fere 5-10cm. longis; floribus 5-meris, brevissime (1-2mm. longo), 
pedicellatis ad apicem ramulorum saepius 3-4 dispositis, basi pedicel- 
lorum bracteatis et subsetulosis; bracteis lanceolato-linearibus, gla- 
bris vel paucisetuloso-ciliatis, fere 2-3 mm. longis; calyce oblongo- 
campanulato, demum apice subconstricto, tubo sparse stellato-fur- 
furaceo, 4 mm. longo, segmentis internis externis 4-plo brevioribus, 
clabris, externis anguste lineari-acicularis apice acute setulosis ei 
margine saepius longisetulosis 4-4,5 mm. longis; petalis anguste trian- 
gularibus, glabris, albidis, 4mm. longis; staminibus glabris, am- 
theris conformibus, levissime acuminatis, fere 2 mm. longis; ovario 
apice glabro; bacca globoso-urceolata calyce persistente abscondita 
fere 5 mm. longa. 


Horto Oswaldo Cruz: — n.º 4673, HoEHNE, Alto da Serra, 
Caminho do Mar, S. Paulo, em 23-12-20. 


Esta planta que vegeta nas beiras da mata junto à estrada 
citada, distingue-se das demais pelos caracteres supra descritos. 
Parece ter mais afinidade com a L. sessiliflora, CGN. e L. glabrata, 
CaN., mas é especificamente bem distinguida pela forma peculiar 
das folhas e o revestimento em geral. 


Leand. laevigata, Can. 

(COGNIAUX, ob. cit. pag. 177). 

Horto Oswaldo Cruz: -— n.º 985, Butantan, S. Paalo, 
em 23-11-17; — n.º 5976 (BRADE 6075), Iguape, 1-12-912. 


Museu Paulista. — n.º 47, s-a. Rio Claro, em S, Paulo, 
em 21-10-01; — n.º 3230, LÓFGREN ET EDWALL, Serra da Cantareira, 
S. Paulo, em 14-11-95 (det.). 


Jardim Botânico: — n.º 10761, Campos PorTO, Ttatiaia, 
Rio de Janeiro, em 1918 s-d.; — n.º 714, CAPANEMA, Rio dos Patos, 
s-d. (Este exemplar tem folhas menores). 


Ramos e folhas glabras, as últimas 5-plinervadas de margens 
esparso-ciliadas, ápice longo-acuminado e base um tanto atenuada; 
inflorescências amplas, laxifloras, glabras; calya glabro, com se- 
gmentos exteriores longos, corniforme-roliços e patentes. 


Leand. Brackenridgei, Can. 


(COGNIAUX, Ob. cit. pag. 179). 


Horto Oswaldo Cru z: — n.º 2600, HoEHNE, Alto da Serra, 
Biológica, 5-12-18. 


Arbusto quási completamente glabro, com folhas, ramos novos 
e as inflorescências, especialmente o calyx, recobertos de pêlos 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. 1- fase. V 121 


ou escamas estreladas muito apressas; folhas 5-plinervadas (no 
material presente mais 3-plmervadas), estreito lânceo-oblongadas, 
ápice longo-acuminado e base atenuada; inflorescências recurvadas, 
pequenas e paucífloras, de 3-5 cm. de comp.; calyx de segmentos 
externos estreitos, a metade mais curtos que o tubo. 


Leand. limbata, Can. 
(CoenIAUX, ob. cit. pag. 179). 


Museu Paulista: — n.º 50 e 28, UsTERI, Jaraguá, S. Paulo, 
em 30-1-06 e Mandaqui, em 23-9-06. (A primeira dada como Ossaea 
marginata, TR.). 


Arbusto de 1-2 metros de altura, com ramos novos esparso 
e curto estrelado-furfuráceos e pilosos, mais tarde glabros; folhas 
5-plnervadas, por cima esparso e curto setulosas e por baixo 
crespo-pilosas, base aguda e ápice acuminado; panículos terminais 
e axilares; calyax com segmentos exteriores tão longos quanto o 
tubo e como êle esparso-crespo-setulosos. 


Leand. longisetosa, Can.? 


(COGNIAUX, ob. cit. pag. 181). 


Museu Paulista: — n.º 3440, LOFGREN, subida para o Cha- 
péu, S. Paulo, em 4-1-97. 


O material é incompleto e não permite classificação certa. 


Leand. fallax, Can. 
(CogNIAUX, Ob. cit. pag. 125). 


Museu Paulista: — n.º 33, USTERI, Alto da Serra, S. 
Paulo, em 6-1-07 (dada como L. mollis, Can. com a nota det. 
Coenraux; dela, porêm, bem se distingue pelo revestimento fer- 
rugíneo velutino patente e não apresso-setuloso, como é o desta); — 
n.º 3439, LOFGREN, S. Francisco dos Campos, 26-12-96 e Barreiro. 
dos Marins, em 9-1-97. 


Arbustiva, especificamente distinguida pelo revestimento fer- 
rugíneo-velutino, pelas nervuras e forma das folhas. No exemplar 
de n.º 3439 as folhas são mais largas e mais longo-pecioladas. 


Leand. refracta, Cc». 


(COGNIAUX, ob. cit. pag. 187). 


Horto Oswaldo Cruz: — n.º 4680, HoEHNE, Alto da Serra | 
da Estrada do Vergueiro, S. Paulo, em 23-12-20. 


Museu Paulista: -—- n.º 26, USTERI, Jaraguá, S.. Paulo, 
em 30-1-06 (det. CGN.) — s-n., PUTTEMANS, Alto da Serra, S. Paulo, 
em 2-12-02. 


122 Melastomáceas 


Pequeno arbusto de ramos quando novos esparso patente se- 
tulosos, depois glabros; folhas relativamente pequenas, 5-plinerva- 
das, de 5-10 cem. de comp. por 2,5-5 em. de largura; calyx esparso 
patente setuloso, com os segmentos exteriores aciculares, patentes 
e pilosos; inflorescências às vezes reiractas. 


Leand. hirtella, Cn. 
(CoGNIAUX, ob. cit. pag. 187). 


Horto Oswaldo Cruz: — n.º 3001, Alto da Serra, S. Paulo, 
em 19-2-19; — n.º 6007 (BRADE 6825), Campo Grande, S. Paulo, 
em 11-913. ; 


Museu Paulista: — n.º 3047, LórgRrEN, Campo Grande, 
perto do Alto da Serra, S. Paulo, em 7-5-95 (det. como L. pen 
duliflora, CGN. de que se afasta pelo número de nervuras); — n.º 47, 
UsrteRrI, Alto da Serra, S. Paulo, em 6-1-07 (dada como L. hirta, 
CGN.). 


Arbusto hirsuto-piloso ou pubérulo, delgado e pluriramoso, com 
aspecto de Clidemia, inflorescências paniculadas axilares, pétalos 
alvos (exsicados amarelos), e anteras amarelas; folhas 5-plinerva- 
das, raro só 3-plinervadas. 


Leand. hirtella, Can. var. Lôófgrenii, HogHNE (var. nov.). 
(Adicione-se esta variedade ao tipo, ob. cit. pag. 188). 
Ramis sparsissime hirtells, magius erectis; foliis subglabris 

et basi magius rotundatis saepius longius petiolatis, sieco lutes- 

centibus; calyce ad basin sparsissime puberulo caetera furfuraceo 
lutescenta. 


Museu Paulista: — n.º 3442, LOFGREN, 8. Francisco dos 
Campos, 22-12-96 (dada como L. sulfurea, CGN. var. robusta, Can. 
de que se aparta pela consistência do limbo foliar e por ser o 
mesmo 5-plinervado e não 5-nervado). 


Os ramos mais esparsamente hirtos e mais ascendentes; fo- 
lhas mais glabras, de base mais arredondada, mais longo-pecio- 
ladas e em estado sêco mais amareladas, calyax de base esparso 
pubérulo, etc. são caracteres que distinguem esta variedade do 
tipo. 


Leand. pauloensis, HogHNE (sp. nov.). 
(Sp. nov. ex sect. Secundiflorae). 


Frutex erectus, 2-3m. altus; ramis primum levissime tetra- 
gonis et quadrisulcatis demum teretiusculis vel obscure obtuseque 
tetragonis, papillis depressis stellatisque dense furfuraceis, vetus- 
tioribus glabratis et scabriusculis; foliis longe petiolatis, membra- 
naceis, im eodem jugo disparibus, late ovato-oblongatis, basi le- 
vissime subabrupteque attenuatis et ad petiolum levissime decur- 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fase. V 123 


rentibus, acutis, apice acutis vel acuminatis, margine minute den- 
ticulatis et dense ciliatis, septiplinerviis, supra subdense brevis- 
simeque setulosis asperrimis, subtus ad nervos primarios secun- 
cundariosque brevissime stellato-papillosis et inter nervos spar- 
sior longiorque stellato-pilosis; paniculis mediocribus, terminalibus, 
multifloris, rachis et ramis densissime longiuscule stellato-puberulis 
subvillosis, ferrugineo-rubescentibus foliis saepius brevioribus; flos 
ribus 5-meris, sessilibus, basi minute bracteolatis, ad apices ramulo- 
rum paniculae subaggregatis; calyce dense subpatenti hirsuto-se- 
tuloso, tubo campanulato 3 mm. lato, segmentis exterioribus in- 
terioribusque brevissimis tubo 4-5-plo brevioribus, subdentiformibus, 
valde inconspicuis; petalis anguste triangularibus acuminatis, cir- 
citer 2mm. longis, glabris; staminibus aequilongis, glabris, antheris 
ovalibus vel crasse oblongatis; ovario apice setuloso. 


Museu Paulista: — n.º 29, Ss-A., capoeirão, Rio Claro, S. 
Paulo, em 19-10-01 e n.º 2173, LUEDERWALDT, Hammonia, St. Ca- 
tarma, tambêm representado pelo n.º 4487 do Jardim Botânico, 
do mesmo autor e procedência. 

Tábula n.º 12 fig. 2. 

A julgar pelas descrições da Flora Brasiliensis, êste arbusto 
deve ter grande afinidade com a Leand. dispar, CGN., de que se 
distingue pelo revestimento dos ramos um tanto tetrasulcados, 
forma das folhas, de base mais ou menos atenuada e decurrente 
pelo pecíolo de 2-4 em. de comp. e segmentos calicinos muito mais 
curtos e os pêlos setulosos e bastos do mesmo. As folhas sempre 
desiguais em tamanho em cada jugo, são Y-plinervadas, curto às- 
pero-setulosas na face de cima e apresso-estrelado-tomentosas nas 
nervuras e, entre estas, na dorsal, basto estrelado-vilosas ou, às 
vezes, têenuemente estrelado-tomentosas em tôda esta parte, — con- 
forme se observa nos exemplares procedentes de Hammonia, — as 
maiores tem 13-20 em. de comp. e as menores do mesmo jugo são à 
metade menores, margens tênuemente denteadas; inflorescências 
terminais ruivo-hirsutas, paniculadas, de 7-12 cm. de comp.; flôres 
sésseis e bracteoladas, 5-meras, mais ou menos agrupadas nos 
extremos dos rámulos da imflorescência antes de desabrochadas, 
depois disto perfeitamente secundas; calyx basto hirsuto-setuloso, 
tubo campanulado, de 3 mm. de comp. e segmentos, tanto os im- 
ternos, como os externos, pouco distintos, 4-5 vezes mais curtos 
que o tubo; pétalos estreito-triangulares e acuminados, de 2 mm. 
de comp., glabros; estames iguais entre si, mais longos que os 
pétalos; anteras espessas e oblongadas, de 1,7 mm. de comp.; ovário 
setuloso em seu ápice. 

Pelo revestimento peculiar, esta planta se afasta de tôdas as 
demais da Secção Secundiflorae. 


Leand. reversa, D. €. 

(COGNIAUX, ob. cit. pag. 198). 

Horto Oswaldo Cruz: — n.º 6005 (BRADE 5018), Ribeira, 
Izuape, em 15-12-910. 


124 Melastomáceas 


Museu Paulista: — n.º 1760, EDwALL, Caraguatatuba, S. 
Paulo, em 12-4-92. 
Comissão Rondon: — n.º 2214, KUHLMANN, Rio Jamari, 


Mato-Grosso, em St. Cruz, em 12-18. 


Jardim Botánico: — n.º 10800, A. Dronísio, Rio de Ja- 
neiro, em 1917 s-d. 


Arbusto erecto, de 1-5m. de altura, caracterizado pelo revesti- 
mento basto-ferrugineo-viloso reflexo que recobre os ramos; folhas 
“-9-nervadas, membranáceas, base arredondada e pecíolo longo, 
margens serrilhadas ou denteadas e algo ciliadas, àe 1-2,5 dm. 
de comp. por 5-15 em. de largura, por cima mais esparso, mas em 
ambas as faces pilosas; panículos terminais; flôóres como toda a 
raquis basto vilosas, geralmente 5-6-meras e de côr rósea, de 7-8 
mm. de diâmetro. Pelo revestimento mais basto e ovário setuloso 
no ápice, fácilmente distinguida da L. retropila, CGN. que aparece 
no vale do Amazonas. — Alguns exemplares especialmente em co- 
mêço da ântese, tem as flôres menos distintamente secundas, mas 
o revestimento é bem cáracteristico. 


Miconia, Ruiz ET Pav. 


Mic. jucunda, TRíAaNA, var. Selloana, Can. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 229). 


Horto Oswaldo Cruz: — n.º 606, HogHNE, Butantan, S. 
Paulo, em 29-9-17; — n.º 1168, IDEM, idem, em 29-12-17; — n.º 1375, 
IDEM, idem, em 25-1-18; — n.º 5980 (BRADE, 6828, 6062 e 6073), ca- 
pital, Agua Branca e Moóca e na região da Ribeira, em 21-12-9183, 
1-913 e 12-911. 


Museu Paulista: — n.º 2759, LOFGREN ET EDWwALL, 1,2 
Parada do vapor da Ribeira de Iguape, S. Paulo, em 14-10-94 (dada 
como Mic. staminea, D. C. var. parvifoa, CGN.); — s-n., USTERI, 
Freguesia do Ó, S. Paulo, em 27-5-06; — n.º 77, LUEDERWALDT, 
Ipiranga, S. Paulo, em 30-11-05. 


Jardim Botânico: — n.º 4484 (LUEDERWALDT n.º 77), 
Ipiranga, S. Paulo, em 12-07; — n.º 10791 (A. FRAZÃO), 8. Paulo, 
em 1917 s-d.; — 6985 (Campos PORTO n.º 352), Aparecida, S. Paulo, 
em 1916, s-d. e n.º 7259 (FRAZÃO), Gávea, Rio de Janeiro, em 
6-916. Este último em dúvida. 


Arbusto bastante frequente nas baixadas dos arredores de 5S. 
Paulo. 

Esta variedade afasta-se do tipo pelas folhas de margens 
denteadas e da espécie seguinte pelas mesmas mais oblon- 
gadas e anteras desiguais, sendo uns calcarados e outros não. De- 
vido à abundante produção de flôóres êste arbusto se recomenda 
para grupos de parques, 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. V 125 


Mic. jucunda, TRIANA var. Olfersiana, Ccn. 

(COGNIAUX, ob. cit. pag. 229). 

Jardim Botânico: — n.º 10790 (A. FRAZÃO), 8. Paulo, 
em 1917 s-d. 


Distingue-se do tipo pelas folhas mais estreitas e quási tri- 
plinervadas ou indistintamente 5-nervadas. 


Mic. staminea, D. €. 

(CoGNIAUX, ob. cit. pag. 230). 

Jardim Botânico: — n.º 2602, s-A., Rio de Janeiro, s-d.; 
— n.º 7452 (D. CONSTANTINO), Jardim, Gávea, Rio de Janeiro, em 
14-12-15 e n.º 7237 (A. FRAZÃO), Gávea, Rio de Janeiro em 6-16. 


Esta planta afasta-se da precedente pelas folhas mais geral- 
mente largas e de margens mais inteiras e anteras iguais, tôdas 
calcaradas na base posterior. 


Mic. Milinonis, NAUD. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 231). 


Jardim Botânico: — n.º 10837 (Museu PARAENSI 1.º 
10857), Rio Acará, Pará, em 22-8-910. 


Folhas muito menores que as das duas anteriores e panículos 
mais laxífloros. Só citada para o norte do Brasil. 


Mic. Langsdorffii, Can. 
(COGNIAUX, Ob. cit. pag. 232). 


Horto Oswaldo Cruz: — n.º 3006 (BENTO DE TOLEDO, 
leg.), Campinas, S. Paulo, em 27-2-19; — n.º 2195 (Campos NOVAIS, 
leg), Campinas, em 6-918 e n.º 4524 (G. GEHRT, leg.), Matão, S. 
Paulo, em 20-9-20. 

Museu Paulista: — n.º 147, EDwALL, Exp. Rio Feijo, Pacas, 
10-15; — n.º 418, LOFGREN, Itapetininga, S. Paulo, em 2-12-87 (det.); 
— S-n., HAMMAR, Mogi-Mirim, S. Paulo, em 16-11-01. 

Jardim Botânico: — n.º 2036 (TAMANDARÉ DE TOLEDO), 
Itirapina, S. Paulo, em 4-913. 


Arbusto de folhas trinervadas, pequenas, lanceolares, glabras 
na face superior e estrelado-furfuráceas na dorsal, especialmente 
sôbre as nervuras; panículos florais laxífloros; flôres 5-meras com 
anteras lineares Jongas. 


Mic. holosericea, TRIANA, var. bracteata, CGnN. 

(COGNIAUX, ob. cit. pag. 237). 

Comissão Rondon: — n.ºs 1167-1169, KUHLMANN, Estrada 
do Porto Velho no Arinos, Mato-Grosso, em 11-914 e n.ºs 1135-1140, 
IDEM, margens do Rio Arinos, em 12-914. 


126 Melastomáceas 


Jardim Botânico: — n.º 3889 (KUHLMANN n.º 496), Bôa 
Vista, Alto Rio Branco, Amazonas, em 6-9183. 


Arbusto até árvore pequena, com folhas grande, 5-nervadas 
ou quási 5-plinervadas ferrugineo-tomentosas e estreladas por baixo 
e verde escuras por cima (depois de sêcas, escuras nesta parte); 
flôres em panículos terminais, com calga basto furfuráceo-tomentoso 
e lobos alongados caducos depois da ântese. 


Mic. dodecandra, Cn. var. longifolia, Ccn. 
(COGNIAUX, Ob. cit. pag. 244). 


Museu Paulista: — n.º 49, UsTERI, Guarujá, Santos, 8. 
Paulo, em 13-1-07 (det.). 


Bastante parecida com, a seguinte, dela, porêm, divergente pelo 
calyx sempre basto-tomentoso-estrelado e flóres mais geralmente 
6-merass. 


Mic. guianensis, Ccn. var. vulgaris, Cn. 
(COGNIAUX, Ob. cit. pag. 246). 


Jardim Botânico: -— n.º 1252, s-a. Tijuca, Cascatinha, 
Rio de Janeiro, em 3-880; — n.º 10809 (Campos Porto n.º 625), 
s-p. e sd.; —n.º 829 (n.º 366), s-ind.; --n.º 8220 (Campos PoRTO 
n.º 625), Paineira, Rio de Janeiro, em 4-917. 


Hervário Hoehne: — n.º 86, HogHNE, Tijuca, Rio de Ja- 
neiro, em 6-915. 


Grande árvore, com folhas 5-nervadas, por baixo alvacentas ou 
acinzentadas e basto estrelado-tomentosas e por cima verdes e 
elabras; flôres em panículos terminais, longo pediceladas, alvas, 
com calya quási glabro ou esparso-furfuráceo, quando em botão 
cobertas por duas brácteas igualmente basto tomentosas e furfurá- 
ceas por fora e mais esparso furfuráceas por dentro, que caem 
com a ântese. Nome vulgar: «Tangaraca ». 


Mic. amplexans, Can. 


(COGNIAUX, ob. cit. pag. 256). 


Jardim Botânico: — n.º 10868 (A. GOELDI n.º 4003, ex 
Mus. Paraense), Rio Purús, Canacurí, Amazonas, em 8-9-03 (det.). 


Dentre as da secção III Adenodesmae da Fl. Brasiliensis, bem 
caracterizada pelas folhas amplas, sésseis, auriculadas e amplexicau- 
les, triplinervadas, nascendo as nervuras laterais da central muito 
acima da base. Folhas de 3-4dm. de comp. e 15-20 em. de largura; 
inflorescências paniculadas quási racemiformes. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fase. V 127 


Mic. multinervia, Can. var. minor, CG. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag: 259). 


Horto Oswaldo Cruz: — n.º 4995, HoEHNE, mata do ca- 
minho de Cocais a Serra do Garimpo, em Minas-Gerais, em 13-1-21. 


Arbusto da mata sombria, de aspecto mais parecida com al- 
gumas espécies de Leandra que com Miconia, e na disposição da 
inflorescência, a princípio terminal e mais tarde axilar e flôóres mais 
geralmente 4-meras, com pétalos obtusos e raquis do panículo aver- 
melhada facilmente confundível com as Clidemias, de que se aparta 
pela disposição mais laxa idas flôres nos panículos de até 12cm. 
de comp. Não fôsse, porêm, a forma mais alongada das anteras e os 
dois aurículos de que são munidas em sua base, bem como os 
pétalos obtusos, esta planta poderia ficar perfeitamente bem entre 
as Leandras da secção Chaetodon, como excepção 4-mera. 

O aspecto já descrito, folhas multinervadas ou mais geralmente 
multiplinervadas, inflorescências avermelhadas com flôres alvas 
4-meras e 5-meras na mesma planta são bons característicos para 
esta espécie. 


Mic. pseudo-aplostachya, Can. 

(COGNIAUX, ob. cit. pag. 263). 

Comissão Rondon: — n.ºs 1908, 1909 e 1911, HogHNE, Ju- 
ruena, iMato-Grosso, em terreno brejoso, 5-909. 


As folhas têm o ápice menos acuminado do que descrito e de- 
senhado pelo D. CoGNIAUX, mas, como êle mesmo identificou um dos 
exemplares recolhidos por nós, não resta dúvida nenhuma a res- 
peito da identidade desta planta. 


Mic. aplostachya, D. (. 

(COGNIAUX, ob. cit. pag. 264). 

Jardim Botânico: — n.º 1898 (KUHLMANN n.º 86), Ca- 
racaraí, Rio Branco, Amazonas, 12-912. 

Quanto ao aspecto, esta planta se assemelha extraordimária- 
mente com a Mic. pepericarpa, D. C.; dela aparta-se porêm, pelas 
inflorescências espiciformes e flôres em verticilos, quando, na ci- 
tada, estas ficam sôbre curtos ramos e em glomérulos. 


Mic. organensis, (GARDN.? 

(COGNIAUX, ob. cit. pag. 281). 

Jardim Botânico: — n.º 6555 (NAVARRO DE ANDRADE N.º 
54), Serra da Cantareira, S. Paulo, s-d. 

O material está sem flôres; concorda entretanto no demais 
perfeitamente com a descrição da espécie em questão; somente 
as folhas são às vezes mais ou menos 5-plinervadas em vez de 
distintamente 5-nervadas. 


128 Melastomáceas 


Mic. Warmingiana, CGN.? 

(COGNIAUX, Ob. cit. pag. 282). 

Jardim Botânico: — n.º 7235 (FRAZÃO), Gávea, Rio de 
Janeiro, em 28-5-15. 


O material é deficiente para uma identificação segura; nele, 
as folhas são mais triplinervadas do que 5-nervadas e tambêm 
a inflorescência é menor do que descrita. Só material mais abun- 
dante poderá tornar possível a classificação exacta. 


Mic. discolor, D. €. 
(COGNIAUX, Ob. cit. pag. 283). 


Horto Oswaldo Cruz: -— n.º 2197 (Campos NovaIs n.º 
624), Campinas, S. Paulo, em 6-918. 
MuseuPaulista: — n.º 222, LÓFGREN, Estação de Amora, S. 


Paulo, em 1897 s-d. e tambêm s-n. de Tatuí, S. Paulo, em 2-10-87 
(det.); — n.º 8021 (Campos Novais n.º 382), Campinas, S. Luciano, 
em 20-9-94. 


A forma das folhas muito grandes, obovais-oblongadas, longo 
atenuadas na base e quási sésseis, bem como o revestimento, a 
caracterizam bem melhor que a significação do nome que lhe 
foi imposto, que ficaria melhor para a Mic. argyrophylla, D. O. ou 
alguma afim. 

As flôres mais ou menos agrupadas nos extremos dos ramos 
do panículo racimiforme fazem-nos procurar esta espécie entre 
as de outras secções, pois são em realidade bem pouco secundifloras 
antes da ântese. 


Mic. secundiflora, CcnN. 

(COGNIAUX, ob. cit. pag. 285). 

Jardim Botânico: — n.º 4592 (BARBOSA RODRIGUES n.º 
267), Óbidos, Pará, em 19-11-72 e n.º 10858, DuckE, idem, idem, 
em 5-11-19. 


As folhas elíptico-oblongadas ou ovaladas, esparsamente longo- 
píilosas na face de cima, auriculadas e amplexicaules na base, 
margens cilioladas e um tanto undulado-sinuosas ou inteiras, bem 
como as inflorescências de ramos bipartidos e secundifloros, com 
a forma peculiar das anteras, constituem caracteres inconfundíveis 
para esta espécie. 


Mic. albicans, TRIANA. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 288). 


Horto Oswaldo Cruz: — n.º 1459, HogHNE, Tatuí, em 
30-1-18; — n.º 5981 (BRADE 6836), Araçá, S. Paulo, em 7-12-9183. 
Museu Paulista: — n.º 19, UsrERrI, Avenida Paulista, 


S. Paulo, s-d. (det.); — n.º 20, IDEM, Isolamento, S. Paulo, em 3-8-05 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. V 129 


(dada como Mic. stenostachya, D. C); —n.º 1830, EDwALL ET Lór- 
GREN, Taubaié, S. Paulo, em 9-9-92 (det.); — n.º 169, LOFGREN, 
Iiapetimninga, Chapada Grande, S. Paulo, em 22-9-87 (det. como 
Mic. holosericea, Tr. var. subquituplinervis, Can. que é da secção 
Jucunda e não da Seriatiflora, como a presente). 


Comissão Rondon: — n.º 69392 (CorONEL RONDON), entre 
Vilhena e Amarante, Mato-Grosso, em 5-918. 
Jardim Botânico: — n.º 10825 (s-a., n.º 117), Serra dos 


Pirineus, Goiás, 8-1892 (det.); — n.º 3971 (LóFGREN n.º 349), 8. 
Paulo, em 8-9-09; — n.º 6051 (LUETZELBURG n.º 28), Piauí, s-ind, 
certa e s-d. 1912. 


As folhas apresso alvo-seríceas e lanosas no dorso e glabras 
na face superior e escuras em estado exsicado, margens inteiras, 
v-nervadas e base sempre um tanto cordada, flóres alvas com 
anteras amarelas, depois de sêcas côr de enxofre, são, alêm dos 
demais detalhes, bons dados para reconhecer-se esta espécie; é, 
porêm, preciso notar que os pétalos são esparso ciliolados como 
os da Mic. cinerea, CGN. e não glabros e margens lisas, como 
são descritas na Flora Brasiliensis, pelo DR. COGNTAUX. 


Mic. ferruginata, D. €. 


(CoGNIAUX, ob. cit. pag. 291). 


Jardim Botânico: -— n.º 10823 (s-a., n.º 118), entre Rio 
de Janeiro e Goiás, 6-892 (det.). 


Característica dos cerrados sêcos, recoberta de camada sube- 
rosa nos caules e ramos mais velhos; folhas rijas, curto-pecioladas 
e 5-nervadas, crassas. 


Mic. lepidota, D. €. 
(CoeNIAUX, Ob. cit. pag. 292). 


Comissão Rondon: — n.º 2219 (CORONEL RONDON), Serra 
da Paca-Nova, Mato-Grosso, no extremo norte do estado, 2-3-917. 


Planta muito bem caracterizada de entre as Miconias da Secção 
Seriatiflorae pelo revestimento escamoso ferrugineo-amarelado do 
verso das folhas e pela ramificação em geral. Infelizmente, o 
material veiu em péssimo estado de conservação. 


Mic. stenostachya, D. C. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 294). 


Horto Oswaldo Cruz: — n.º 720, HoEHNE, Butantan, 8. 
Paulo, em 16-10-17 e n.º 4482, IDEM, St. Ana, idem, em 12-10-20. 


Museu Paulista: — 1411, LóFGREN, Casa Branca, S. Paulo, 
em 23-9-89 (dada como Mic. ibaguensis, TR); — n.º 1172, IDEM, 


9 


130 Melastomáceas 


Araraquara, S. Paulo, em 9-12-88 (det.); — n.º 870, IDEM, idem, em 
11-9-88 (det.); —n.º 1398, IDEM, S. José do Rio Pardo, em 19-9-89 
(dada como Mic. argyrophylla, D. €.); —n.º 884, IDEM, Araraquara, 


S. Paulo, em 14-9-88 (det. como Mic. holosericea, TR.); — s-n., CAM- 
POS NOVAIS, s-d. 
Comissão Rondon: — n.ºs 2494-2501, HoEgHNE, Coxim, Ma- 


to-Grosso, em 5-911. (Estes exemplares se distinguem pelas in- 
florescências mais robustas, mais tomentosos, ramos mais recur- 
vados e flôres um pouco maiores); — n.ºs 1172-1175, KUHLMANN, 
Estrada do Paranatinga, Mato-Grosso s-d.; — n.º 6306, HoEHNE, 
Caeté, Minas-Gerais, em 11-915. 


Jardim Botânico: — n.º 3976 (LOFGREN n.º 269), 8. Paulo, 
em 22-3-09. 


Esta planta distingue-se da Mic. argyrophylla, D. C. especial- 
mente por ter anteras sem conectivo desenvolvido e pelas folhas 
mais obtusas no ápice e de Mic. albicans, Tr. pelas folhas mais mem- 
branáceas e de base mais arredondada. 


Mic. argyrophylla, D. €. 
(CoGnNIAUX, Ob. cit. pag. 296). 


Horto Oswaldo Cruz: -— n.º 3637 (G. GEHRT leg), Mi- 
guel Calmon, S. Paulo, em 22-9-19 e n.º 3618 (IDEM), Heitor Legrú, 
S. Paulo, em 19-9-19. 


Arbusto bem caracterizado pelas folhas e revestimento. Pela 
descrição dificilmente distinguida da precedente, mas as folhas 
mais rijas, dorsalmente mais basto tomentosas quási lanulosas, 
inflorescências de ramos mais rijos, mais distintamente secun- 
difloros e calgya menor, facilmente separada. Parece ter muita 
afinidade com a seguinte de que se distingue pelos ramos angulosos. 


Mic. serialis, D. €. 
(CocnIAux, ob. cit. pag. 297). 


Jardim Botânico: — n.º 10857, DuckE, Óbidos, Pará, em 
8-11-19; — n.º 388 (BARBOSA RODRIGUES n.º 277), idem, idem, em 
12-872, dada com o nome vulgar de «Canela de Velha», e a nota: 
«madeira de construção civil e a casca tem tanino»; — n.º 3155 
(KUHLMANN 410), Pão Brasil, Alto Rio Branco, Amazonas, em 
12-913. 


Afasta-se da precedente pelos ramos mais distintamente ro- 
liços e inflorescências menores, com ramos mais recurvados e 
folhas menos coriáceas e menos acuminadas; anteras mais largas 
e mais largo-porosas no ápice. Estes últimos caracteres a colocam 
perto das da secção Glossocentrum. 


- 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. V 131 


Mic. heliotropoides, TRIANA. 
(CoGNIAUX, ob. cit. pag. 297). 


Comissão Rondon: — n.ºs 1176-1178, KUHLMANN, Estrada 
de Cuiabá ao Arimos, perto da Larga, Mato-Grosso, em 10-914. 


Tambêm registada pelo DR. SPENCER LE M. MooRE, de perto 
de As Cruzes, no Rio Sepotuba ou Paraguai. 

Bem facilmente reconhecível pelas inflorescências panicula- 
das, ramos mais ou menos distintamente bifurcados e flóres uni- 
laterais como as do género Heliotropium das Borraginaceas ; folhas 
largas, quási obovais e margens denticuladas sôbre pecíolo de 
2-6 em. de comp. 


Mic. eriodonta, D. (. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 300). 


Museu Paulista: — n.º 4318, LOFGREN, Araraquara, 8. 
Paulo, em 18-4-99. , 


Citada apenas para o Brasil setentrional. O material pre- 
sente se afasta da descrição apenas pela disposição das folhas, 
que, na secção, ficam mais ou menos (como as da Mic. disco- 
lor, D. C.), nos extremos dos rámulos. Um bom característico 
para distinguir esta espécie são, as nervuras das folhas, revesti- 
mento destas e as brácteas persistentes até próximo da ântese, 
que envolvem os grupos florais, e outros detalhes do androceu, etc. 


Mic. nambyquarae, HogHNE (sp. nov.). 
(Ex sect. Seriatiflorae, post n.º 78 inserenda est). 


Frutex erectus, satis ramosus; ramis superne obscure tetragonis, 
inferne teretiusculis, junioribus petiolis pedunculis dorso foliorum 
calicibusque pilis stellatis plus minusve patentibus canescenti-ci- 
nereis fel flavescentibus, mollibus, densissime tomentosis et inter 
tomentum pilis nigris tenuibus satis sparsis inspersis, vetustioribus 
subglabratis; foliis longiuscule petiolatis, rigidiusculis, oblongo-lan- 
ceolatis, basi levissime attenuatis saepius obtusiusculis raro acutatis 
vel rotundatis, apice breviuscule acuteque acuminatis, margine in- 
tegerrimis saepius revoluctis, trinerviis rarissime obscure penta- 
nerviis, supra junioribus dense furfuraceis stellato- tomentosis demum 
elabratis, siccis nigricantibus, subtus densissime adpresso stellato- 
tomentosis canescentibus vel flavo-albacentibus; paniculis termi- 
nalibus, elongatis, racemiformibus, ramis inferioribus bifidis et sum- 
mis simplicibus; ramulis secundifloris et saepius tantum recurvatis; 
floribus 5-meris, sessilibus, congestis, basi bracteatis; calycis tubo 
anguste campanulato, limbo minute sed distincte 5- lobato, lobis 
obtusiusculis, rectis, tubo 4-plo brevioribus, extus densissime subpa- 
tenteque stellato-tomentosis; petális late obovato- oblongis, per an- 
thesin reflexis, apice rotundatis et levissime oblique retusis; sta- 
minibus paullo inaequalibus, filamentis glabris, connectivo “infra 
loculis levissime producto, basi incrassato. antice biauriculato, pos- 


132 Melastomáceas 


tice tuberculato, antheris linearibus; ovario 3-4-Joculari, glabro; 
stylo glabro, apice capitellato-incrassato. 


Comissão Rondon: — n.º 68002 (KUHLMANN leg.), Cururú, 
no chavascal, Mato-Grosso, em 5-918. 


Tábula n.º) dA aa 


Arbusto do cerrado sujo ou chavascal, ramoso; ramos quási 
candelabriformes, quando novos, como os pecíolos, verso das folhas, 
inflorescências, etc. recobertos de tomento composto de minúsculos 
pêlos estrelados cinéreos ou alvo-amarelados, adultos glabros, em 
primeira fase tambêm obtuso-tetrágonos depois roliços; folhas sôbre 
pecíolos de 15-20mm. de comp. de limbo oblongo-lanceolado, um 
tanto atenuado para a base, que é obtusa e, no ápice curto-acumi- 
nado e agudo, de 8-12 em. de comp. por 2-4 cm. de largura, sempre 
distintamente trinervado, raro ligeiramente 5-nervado; panículos 
florais terminais e racimiformes, de 10-20 em. de comp. e 4-5em, 
de largura; ramos inferiores bífidos e os superiores simples, râmulos 
secundífloros e geralmente um tanto recurvados; flôres 5-meras, 
sésseis, bastante aglomeradas; calyax de tubo angusto-campanulado, 
no ápice distintamente curto pentalobado, por fora basto estrelado- 
tomentoso, lobos 4 vezes mais curtos que o tubo e êste de 3mm. 
de i'comp.; pétalos largo-obovais, no ápice oblíquo-retusos, de 
2,5-3 mm. de comp. glabros; estames pouco desiguais entre si, -gla- 
bros; conectivos prolongados abaixo dos lóculos das anteras, na 
base anterior biauriculados e na posterior tuberculados; estas 
lineares, de 2,5 mm. (de comp. rectas; ovário glabro, 3-4-locular, 
pistilo no ápice quási capitelado, glabro. 

Das afins distinguida pelo revestimento e pelas nervuras das 
folhas e forma das imflorescências. 


Mic. microcarpa, D. O.? 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 305). 


Jardim Botânico: — n.º 3485 (KUHLMANN n.º 497), Serra 
do Malacacheta, Rio Branco, Amazonas, 8-913. 


O material em mão se afasta da espécie em questão 
(julgando pela descrição), pelas folhas mais membranáceas e mais 
longo-pecioladas, caracteres que o colocam mais perto de Mic. 
calvescens, D. O., que as possui, porêm, maiores e tem as flóres 
dispostas em glomérulos. É possível que esta planta já tenha sido 
descrita pelo Dr. PiLGER no «Bot. Verh. der Prov. Brandenburg », 
trabalho que infelizmente não possuimos, nem conseguimos consultar. 


Mic. calvescens, D. (. 

(CoeNIAUX, Ob. cit. pag. 307). 

Museu Paulista: — 1793, EDwALL, Caraguatatuba, em 
30-4-92 (det. como Mic. eriocalyax, CGN. de que se distingue por ser 
menos revestida de pêlos estrelados no verso das folhas e por 
ter pecíolos mais longos). 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. V 133 


Jardim Botânico: — n.º 10776 e 10777 (Frazão), S. Pau- 
lo; em 1917, sd, 1917, s-d; > n.º 2328, s-ind. e s-d; — nº 652, 
sind. 


Árvore grande com folhas membranáceas, amplas, longo-pecio- 
ladas, um tanto variáveis na forma, mas mais geralmente oblongo- 
ovaladas, com 5-nervuras, margens crenadas e esparsamente den- 
teadas, por cima, a princípio, esparso-furfuráceas e estrelado-tomen- 
tulosas por baixo, especialmente sôbre as nervuras, mais tarde 
quási elabras; panículos florais amplos; flôres em glomérulos ter- 
minais e verticilares; estames com anteras auriculadas na sua 
base. 


Mic. Chamissois, NAUD. 
(CoGNIAUX, ob. cit. pag. 309). 


Museu Paulista: —S-n., EDwALL, Morro-Pelado, S. Paulo, 
s-d.; — s-n. HAMMAR, Mogi-Mirim, 15-29-01; — n.º 4317, Araraquara, 
s-A., em 15-4-99; — n.º 762, LOFGREN, S. Carlos, em 21-8-88 (det.); — 
n.º 3660, PUTTEMANS, St. Rita de Passa Quatro, Minas, em 20-3-07 
(dada como Mic. umbrosa, CGN. de que se distingue pelas folhas ere- 
cto-patentes, nervuras, a base das mesmas, etc.); — n.º 556, 
LOFGREN, S. Carlos do Rio Claro, S. Paulo, em 28-5-88 (det. como 
sendo Mic. elegans, CGN.). 


Comissão Rondon: -— n.º 2157 e 2163, HogHNE, Ponte 
de Pedra, Chapadão dos Parecis, Mato-Grosso, em 6-909 e n.º 2521 
e 2525, IDEM, Coxim, idem, em 6-911. 


Jardim Botânico: — n.º 2038 (TOLEDO), Itirapina, S. Pau- 
lo, em 4-913; — n.º 3975 (LOFGREN n.º 310), S. Paulo, em 14-8-09; — 
n.º 39417 (IDEM n.º 413), Retiro, S. Paulo, em 16-10-09. 


Árvore bastante dispersada em todo o Brasil e relativamente 
variável na forma das suas folhas, que em alguns exemplares da 
mesma procedência são oblongadas como as da Mic. elegans, Can. 
que se distingue dela pelo calyx e ramos não vernicosos e glabros, 
mas sim pilosos quando novos. É muito provável que uma parte 
das espécies novas e afins dadas pelo DR. RECHINGER, no trabalho 
sôbre as Melastomáceas do DR. WETTSTEIN e SCHIFFNER, Sejam per- 
tencentes a esta, pois, conforme fizemos ver, a planta é assás 
variável e é possível que tambêm novas espécies de outros autores 
tenham sido fundadas sobre material desta. 


Mic. stephananthera, ULE. 


(ULE, Notizblatt des Kôngl. Bot. Garten und Museum zu Berlin- 
Dante meo u vol VI (1915) pas. 359). 


É incontestável (julgando pela descrição), termos sob o número 
abaixo citado material da espécie supra, descrita pelo Dr. ERNESTO 
ULE, de Bôa Vista, do Alto Rio Branco. Como a descrição seja um, 
tanto deficiente e nós não tenhamos material original para compara- 


134 Melastomáceas 


ção, descreveremos aqui o material trazido pelo Sr. KUHLMANN, da 
mesma região, para fornecermos dados aos especialistas que ti- 
verem ocasião de fazer o exame do material tipo da espécie uleana. 

Frutex vel arbor parva; ramis teretibus vel superne levissime 
compressis et bilateraliter sulcatis, junioribus densiuscule adpres- 
soque stellato-furfuraceis demum glaberrimis laevibusque; foliis bre- 
viuscule petiolatis, membranaceis, ovato-oblongatis, basi rotundatis 
et justa petiolum undulatis seu levissime auriculatis, apice paul- 
lulum acumimnatis, longitudinaliter recurvis, praetermisso utroque 
nervulo paullo distincte submarginali triplinerviis vel subtrinerviis, 
margine integerrimis, utrinque glaberrimis vel minutissime spar- 
seque furfuraceis, siccis supra nigro-fuscis, maculis opacis elbican- 
tibus parvis dense inspersis, subtus viride-flavescentibus, nerviis 
secundariis bene distinctis et subparallelis subtus magis proeminen- 
tibus; paniculis terminalibus, majusculis vel magnis, pyramidatis 
et valde trichotomo-ramosis, minutissime densiuscule stellato fusco- 
furfuraceis, foliis subaequantibus; floribus 5-meris, sessilibus vel ra- 
ro brevissime pedicellatis, basi minutissime bracteolatis, irregula- 
riter, raro ad apices ramulorum paniculae 2-3 aggregato-dispositis; 
calyce dense brevissimeque adpresso stellato-furfuraceo, non vis- 
ciduloso, tubo campanulato, limbo minute 5-lobato, lobis rotundatis 
extus prope apicem minutissime dentatis tubo 6-plo brevioribus; 
petalis oblongo-obovatis, apice rotundatis, densissime furfuraceis; 
staminibus paullo inaequalibus, glabris, filamentis satis longis; anthe- 
ris limearibus, brevissime acuminatis, connectivo levissime produ- 
cto et ad basin antice subauriculato-lobato-appendiculato, auriculis 
subretangularibus ad apicem emarginatis, postice paullo producto ; 
ovario glabro, usque ad tertiam inferiorem libero; stylo ad apicem 
subtruncato, staminibus aequilongo. 


Jardim Botânico: — n.º 3484 (KUHLMANN n.º 502), Bôa 
Vista, Alto Rio Branco, Amazonas, em 9-9183. 


Tábula n.º 14, fig. 2. 


Presente material se caracteriza principalmente pelas folhas 
distintamente triplinervadas e um tanto auriculadas ou unduladas 
na base, na face superior semeadas de pequenas máculas alvo- 
opacas e limbo, em regra, longitudinalmente recurvo-patente; in- 
florescências e calyax fusco e basto-furfuráceos, o último curto, 
porêm, distintamente obtuso-loculado; pétalos furfuráceos. Somente 
por êstes detalhes se aparta presente exemplar da déscrição feita 
para a espécie em questão pelo DR. ERNESTO ULE, que aliás é 
deficiente e incompleta, conforme dissemos mais em cima. 


Mie. elegans, Cn. var. pauciflora, UGnN. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 313). 


Horto Oswaldo Cruz: — n.º 4217, HoEgHNE, Pão de As- 
sucar, Rio de Janeiro, em 1-7-20. 


Árvore de folhas oblongo-ovaladas, quási glabras, verde escuras, 
com pecíolo alado e panículos paucifloros, de 5-10cem. de comp. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fase. V 135 


Mic. pteropoda, BrH. 
(CoGNIAUX, Ob. cit. pag. 315). 
Comissão Rondon: — n.º 2082 e 2116, HogHNE, Rio Sacre, 


Mato-Grosso, em Ponte de Pedra, em 6-909. (Já referidos na Parte 
III dos Annexos n.º 5 dos trabalhos da Com. Rondon. 


Os pecíolos das folhas dos exemplares presentes não possuem 
alas tão decurrentes e são mais longos que os descritos na Flora 
entretanto não ha dúvida alguma a respeito da identificação, que 
foi feita pelo proprio COGNIAUX. 


Mic. obovalis, NAUD. 

(COGNIAUX, ob. cit. pag. 314). 

Jardim Botânico: — n.º 10855 (DUCKE), Rio Xingú, Pará, 
em 24-8-19. 

Exemplar fructificado que concorda bem com a descrição, 
excepção feita apenas dos pecíolos que são um pouco longos demais. 
Mic. prasina, D. €. 

(CogNIAUX, ob. cit. pag. 316). 

Museu Paulista: — n.º 1809, EDwALL, Ubatuba, S. Paulo, 
em 3-5-92 (det.). 


Comissão Rondon: — 2473 (CORONEL RONDON leg.), Rio 
Manoel Correia, cabeceira principal do S. Manoel, Mato-Grosso, em 
22-4-19. (Este número em dúvida). 

Jardim Botânico: — n.º 10849 (DuckE), Óbidos, Pará, em 
10-1-20 da variedade attenuata, CGN.; — n.º 611, s-ind. e n.º 828, 
idem. (Provavelmente dos arredores da Capital Federal, para onde 
é citada a variedade collina, TRIANA, a que pertencem e que 
se distingue pelas folhas mais ou menos crenadas). 


Mic. ibaguensis, TRIANA. 


(COGNIAUX, ob. cit. pag. 331). 


Honrto Oswaldo Cruz: — n.º 3638 (Leg. G. GEHRT), Mi- 
guel Calmon, S. Paulo, em 22-9-19. 


Museu Paulista: — n.º 1303, LórgreN, Mogi-Guassu, 8. 
Paulo, em 13-7-89 (dada como Mic. argyrophylla, D.C); — n.º 1394, 
IDEM, S. José do Rio Pardo, S. Paulo, em 18-9-87 (det.) que per- 
tence à variedade glabrata, Can. 

Comissão Rondon: — n.ºs 2491 e 2492, HoEHNE, Coxim, Ma- 
to-Grosso, em 5-911. 

Jardim Botânico: — n.º 830, s-ind. (exemplar fructifi- 
cado), ex Herb. CAPANEMA. 


136 Melastomáceas 


Quanto ao aspecto em geral esta planta lembra mais de alguma 
Leandra que de Miconia. O revestimento ruivo composto de pêlos 
simples longos e crespos, entremeados de outros mais curtos e 
estrelados, é bem característico ao lado das folhas 5-plinervadas 
de base arredondada ou cordiforme e panículos pequenos e pau- 
cílloros. 


Mic. Camposnovaesii, HOEHNE (sp. nov.). 
(Ex sect. F., Paniculatae: II; pos 118 inserenda est). 


Frutex erectus, ramis teretiusculis vel obscure tetragonis, pe- 
tiolis, paniculis calycibusque dense longeque molle hirsuto-pilosis; 
foliis mediocribus, brevi-petiolatis, membranaceis seu subrigidius- 
culis, ovato-lanceolatis, inferne rotundatis vel raro levissime at- 
tenuatis acute cuneatis, apice paullo acuminatis, margine tenuiter 
denticulatis et ciliolatis, insigniter Y-plinerviis rarius 5-plinerviis 
vel sub 5-nerviis, supra ad nervos dense adpresso hirtello-setulosis, 
caeterum breviter adpressoque setulosis, subtus longissime denseque 
subadpresse cinereo-pilosis, praecipue ad nervos; paniculis medio- 
cribus, terminalibus, anguste subracemiformibus; ramis brevissimis 
basi distincte bracteatis; floribus 5-meris, sessilibus ad apices ra- 
mulorum paniculae densissime glomerulatis; calycis tubo oblongo- 
campanulato suburceolato, limbo obsoleto 5-lobato, dense longe 
adpressoque cinereo-hirsuto; petalis obverse oblongis, apice rotun- 
datis, per anthesim reflexis; staminibus subaequalibus, filamentis 
glabris, inferne rectis et superne uncinato-incurvis; antheris fla- 
vescentibus, superne satis acuminatis, incurvis, loculis satis undula- 
tis; connectivo brevissime producto et inappendiculato. 


Museu Paulista: — n.º 27582 (Campos Novais, s-n.), Va- 
linhos, S. Paulo, s-d. . 


Tábula faze dbs; irei 


Arbusto que, a julgar pela descrição, deve aproximar-se bas- 
tante de Mic. nervosa, Tr. e de Mic. ceramicarpa, CGN. com cuja 
variedade Candolleana, Can. talvez tenha muita afinidade, mas que 
se caracteriza pelo revestimento cinéreo-albacente do verso das 
folhas, composto de pêlos moles e um tanto apressos que são 
mais bastos sôbre as nervuras, e pela forma e tamanho destas. 

Ramos roliços ou obtuso tetrágonos, bastamente recobertos de 
pêlos mais ou menos apressos, amarelo-ferrugíineos e simples; folhas 
ovo-lanceolares, sôbre pecíolos de 8-12mm. de comp., na base 
arredondadas ou curto-atenuadas e agudas, 7-plinervadas, raro 5-ph- 
nervadas, na face superior ténue e apresso-setulosas e nas nervuras 
mais bastamente apresso-hirsutas, na dorsal e principalmente sôbre 
as nervuras basto e subapresso cinéreo-albacente vilosas ou hir- 
sutas, margens crenadas ou denticuladas e tênuemente cilioladas, 
ápice acuminado ou agudo, de 7-12cm. de comp. e 5-7 em. de 
largura; panículos curto-ramosos e, em consequência, quási ra- 
cimiformes, igualmente hirsuto-pilosos, ramos simples e raro de 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. V 137 


mais de 1 cem. de comp. com brácteas na base; flôres aglomeradas 
nos extremos dos rámulos; calyx oblongo-campanulado indistin- 
tamente 5-lobado, longo-hirsuto, de 3 mm. de comp.; pétalos glabros, 
obverso-oblongados, na âmtese reflexos, de 3mm. de comp., es- 
tames de filamentos glabros, na parte terminal mais ou menos 
uncinado-incurvatos formando com os conectivos das anteras uma 
curva que à primeira vista se parece com um apéndice dêstes 
últimos; anteras acuminadas, bem curvadas, lóculos undulados; pis- 
tilo glabro e não espessado no ápice; ovário trilocular, no ápice 
ligeiramente setuloso. 


Mic. pseudo-nervosa, Can. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 337). 


Museu Paulista: — n.º 77,6, LOFGREN, 8. Carlos do Pinhal, 
Macaúbas, S. Paulo, em 28-888 (dada como Leandra elterninervia, 
Cen.); — n.º 838, IDEM, Feijão, Linha do Rio Claro, S. Paulo, 
em 9-8-88 (dada como Leandra paulensis, LFG. sp. nov.). 


Comissão Rondon: — n.º 1857-1860, HogHNE, Juruena, na 
mata, Mato-Grosso, em 5-09 (det. pelo Pror. CogNIAUX e citada na 
Parte III dos trabalhos botânicos da Com. Rondon). 


Arbusto bem caracterizado pela forma e nervação das folhas, 
que fazem lembrar das Leandras com que foi confundida, como vimos 
mais em cima, mas de que é facilmente distinguida pelos pétalos 
obtusos. 


Mic. alata, D. C. var. amazonica, SCHRANK. 
(CoGNIAUX, ob. cit. pag. 341). 


Jardim Botânico: — n.º 2773 (KUHLMANN n.º 13), Ma- 
naus, Amazonas, em 10-912. 


Espécie bem caracterizada pelos caules e ramos mais novos 
alados, folhas relativamente grandes, sésseis e 5-plinervadas, por 
cima esparso e por baixo basto-estrelado ténue pilosas, na base 
abrupto atenuadas e decurrentes pelo pecíolo; panículos florais gran- 
des; flôres alvas, 5-meras; anteras delgadas de 3mm. de comp. 
na base anterior com duas minúsculas saliências. 


Mic. rubiginosa, D. €. 

(COGNIAUX, ob. cit. pag. 343). 

Horto Oswaldo Cruz: -— n.º 4645 (leg. G. GEERT), St. 
Dumont, S. Paulo, em 6-12-20.- 

Museu Paulista: — n.º 55, HAMMAR, Mogi-Mirim, S. Paulo, 
em 17-11-01 e n.º 3908 (RussEL n.º 312), Itú, S. Paulo, em 2-3-98. 
Esta última de uma variedade. 

Comissão Rondon: — n.ºs 6308 e 6309, HogHNE, Lagoa 
Santa, Minas-Gerais, em 11-915; — n.ºs 5489 e 5490, IDEM, Campos 


138 Melastomáceas 


de Comemoração de Floriano, Mato-Grosso, em 11-911; —n.º 2221, 
KUHLMANN (Leg. CORONEL : RONDON), Serra da Paca Nova, 
Mato-Grosso, em 3-917 e n.º 1162, KUHLMANN, Caminho do Cuiabá 
ao Arinos, Mato-Grosso, em 11-914. 


Jardim Botânico: -— n.º 3972, sa. e sind.; — n.º 3978, 
(LOFGREN n.º 65), 8. Paulo, s-d. 


Arbustiva até arborescente, bem facilmente reconhecível pelo 
revestimento ferrugíneo-tomentoso dos ramos e verso das folhas 
e toda a inflorescência. As folhas variam em tamanho e também 
no comprimento do pecíolo; da mesma maneira observamos va- 
riação nas flóres, que em um mesmo exemplar podem ser 4-6-me- 
ras (n.º 3972 do J. B.). Isto nos leva a crer que talvez algu- 
mas das espécies afins terão de ser mais tarde fundidas com ela. 


Mic. rubiginosa, D. €. var. Kuhlmannii, HogHNE (var. nov.). 
(Post n.º 125, pag. 343 inserenda est). 


Foliis longius petiolatis, lanceolato-oblongatis, acuminatis, sae- 
pius 3-nervatis et 5-7 cm. longis et 2-3 cm. latis, patentibus subrefle- 
xisque. 


Jardim Botânico: — n.º 2961 (KUHLMANN n.º 215), Bôa 
Vista, Alto Rio Branco, Amazonas, em 3-913. 


Distingue-se do tipo da espécie pelas folhas menores e mais 
longo-pecioladas (8-12cm.), de ápice mais acuminado. 


Mic. brasiliensis, TRIANA 
(CoGNIAUX, Ob. cit. pag. 352). . | 
Jardim Botânico: — n.º 10767 (FRAZÃO), S. Paulo, s-d. 


Esta planta citada para o Rio de Janeiro, caracteriza-se bem 
pelo revestimento e pelas nervuras um tanto confluentes e ligadas 
entre si por uma pequena membrana na parte posterior. Os pêlos 
são estrelados e mui bastos. 


Mic. fasciculata, GARDN. 


(CoGNIAUX, ob. cit. pag. 354). 


Horto Oswaldo Cruz: — n.º 4488, HogHNE, Alto da Serra, 
S. Paulo, em 5-1-20. 


Museu Paulista: — n.º 4154, LóFGREN, Praia Grande, 8. 
Paulo, em 1898 s-d.; — 4155, IDEM, idem, em 17-11-98 (da variedade 
robusta, CGN.). 

Jardim Botánico: —- n.º 886, sa. n.º 889). Provaável- 


mente dos arredores do Rio de Janeiro; — n.º 10769 (FRAZÃO), SS. 
Paulo, em 1917 s-d. e n.º 2251, sind. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. V 139 


Herv. Hoehne: — n.º 22, HogHNE, Tijuca, Rio de Janeiro, 
em 15-11-16. 


Arbusto com inflorescências terminais, ramosas e flôres 4-meras 
em grupos verticilares, sésseis, alvas, pequenas; pétalos retuso- 
emarginados. As folhas ferrugineo-tomentosas por baixo e negro ar- 
roxeadas por cima, de forma oblongo-lanceolada, atenuadas para 
a base e acuminadas no ápice, constituem caracteres seguros para 
a espécie nesta secção. 

A var. robusta, Can. têm as folhas mais triplinervadas e mais 
arredondadas e maiores que o tipo da espécie. 


Mic. lurida, Cc. 
(CoGNIAUX, ob. cit. pag. 356). 


Horto Oswaldo Cruz: -— n.º 4708, HogHNE, Estrada do 
Vergueiro, Alto da Serra, S. Paulo, em 23-12-2921. 


Os ramos fortemente achatados na parte superior de cada 
entrenó, folhas rijas e como os ramos recobertas de ténue 'pubes- 
cência amarelado-suja, na face dorsal, composta de pêlos estrelados, 
inflorescências paniculadas e flôóres em glomérulos nos extremos dos 
rámulcs, constituem caracteres para a espécie. No exemplar pre- 
sente os panículos são maiores que os descritos, e as folhas são 
igualmente indistintamente unduladas e crenadas nas suas mar- 
gens bem recurvadas. 


Mic. cubatanensis, HOEHNE (sp. nov.). 
(Ex sect. Glossocentrum). 


Arbor parva seu arbuscula; ramis superne valde compressis, 
inferne teretiusculis, junioribus petiolis pedunculis calycibusque te- 
nuissime adpresso-stellato-furfuraceis, vetustioribus glabris cineras- 
centibus; foliis brevipetiolatis rigidiusculis, anguste ovato-lanceo- 
latis, basi breviter attenuatis obtusis, apice longe rostrato-acumi- 
natis, margine integerrimis, trinerviis raro obscure 5-nerviis, supra 
ante evoluctionem et praecipue ad nervos sparse stellato-furfuraceis 
demum glaberrimis et siccis nigricantibus, subtus tenuissime et 
densissime albido-flavicante stellato-tomentosis, subvelutineis et ad 
nervcs sparse ferrugineo-stellato-punctatis; paniculis parvis vel me- 
diceribus, terminalibus vel subterminalibus; floribus 5-meris, ses- 
silibus, basi ebracteatis, ad apices ramulorum paniculae 3-5 aggre- 
satis; calyce densissime tenueque cinereo-fusco-furfuraceo, tubo an- 
custe campanulato, limbo minute 5-lobato, lobis obtusis, dorso le- 
vissime gibbosis; petalis anguste oblongis, apice obtuse rotundatis, 
elabris; staminibus subaequalibus, filamentis glabris; antheris in- 
ferne satis attenuatis, apice subtruncato-uniporosis; connectivo infra 
loculis levissime producto, basi antice inappendiculato, nostice mi- 
nute calcarato; ovario apice et tubo calycino intus prope basin dense 
stellato-tomentuloso. 


Horto Oswaldo Cruz: -— n.º 3341, Biológica, Alto da 
Serra, 12-5-19. 


140 Melastomáceas 


Pábula n.º: 15 he, 1 


Árvore pequena quási arbustiforme, de 2-4 metros de altura, 
com ramos divaricados e patentes, quando novos fortemente com- 
primidos dos lados na parte superior de cada internó e, como os 
pecíolos, pedúnculos e calyx, basto e tênuemente apresso fusco- 
cinéreo-estrelado-tomentosos, mais tarde glabros e roliços com casca 
fusco-acinzentada; folhas pequenas, não considerando duas nervuras 
marginais quási imperceptíveis que às vezes aparecem, distinta- 
mente trinervadas, base arredondada ou um pouco atenuada, ápice 
quási rostriforme acuminado, margens inteiras, por cima antes de 
totalmente desenvolvidas, e especialmente sôbre as nervuras, esparso 
furfuráceas, mais tarde glabras e em estado exsicado negras, por 
baixo mais ou menos velaminoide basto e deprimidamente estrelado- 
tomentosas, alvo-amareladas e sôbre as nervuras esparso-ferrugi- 
neo-tomentosas e pontilhadas, quando adultas acinzentadas e as 
nervuras transversais bem distintas nesta parte; pecíolo de 8-12 em. 
e limbo de 5-10cem. de comp. por 15-25cem. de largura abaixo 
do meio; panículos florais piramidados, de 3-6 em. de comp. basto- 
multífloros, rámulos inferiores às vezes trifurcados na parte superior, 
os demais curtos e com 3-6 flôres sésseis no seu ápice, destituidas 
de brácteas e de bractéolas ou com estas escamiformes; flôres 
sésseis, D-meras; calyax de tubo angusto-campanulado, com limbo 
obtuso e curto 5-lobado, de 2mm. de comp. e quási igual largura 
na fauce, por fora basto e apresso estrelado-tomentoso e acinzen- 
tado ou fusco, por dentro na base um pouco seríceo; pétalos es- 
treito-oblongados, de ápice arredondado ou obtuso, de 1,5 mm. de 
comp. glabros; estames mais ou menos iguais entre si, glabros; 
anteras inferiormente muito atenuadas e na parte superior clavi- 
formes e amplo uniporosos; conectivo curto, na parte posterior 
calcarado, na anterior inapendiculado, com a antera de 1,7 mm. 
de comp. 

O revestimento e a nervação das folhas, de ápice longo ros- 
triforme e as inflorescências curtas e bastas, em estado sêco ama- 
reladas, são bons caracteres para esta interessante espécie das 
formações higrófilas da serra supra mencionada. Ela se coloca 
mais perto da precedente. 


Mic. paulensis, NAUD. 
(CoGNIAUX, ob. cit. pag. 356). 


Horto Oswaldo Cruz: — n.º 605, HoEgHNE, Butantan, S. 
Paulo, em 29-9:17: — n.º 72%, IDEM; idem, em 17-1i-17e nº:8078) 
IDEM, idem, 17-4-19; — n.º 59717 (BRADE 6351), St. Ana, S. Paulo, 
1-12-912. 


MuseuPaulista: — n.º 1692, LOFGREN, S. Paulo, em 2-11-93 
det.); —n.º 6, UsTERI, em Ponte Grande, S. Paulo, em 23-10-905 
e s-n. LUEDERWALDT, s-ind. 


Jardim Botânico: — n.º 2340 (CAPANEMA), S-ind.; — n.º 
1483, SA. St. Ana, 8. Paulo, em 12-12. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. V 141 


Este arbusto bastante frequente nas baixadas dos arredores 
da capital dêste Estado, se acha mal distribuido na chave da Flora 
Brasiliensis pelo DR. COGNIAUX, pois que, pelo que constatâmos, as 
folhas só são inteiras por excepção; são antes menos crenadas e 
mais estreitas que as da Mic. cinerascens, MIQ. e trinervadas bem 
como mais canescentes por baixo que os desta. De forma que po- 
deríamos dizer que os caracteres essenciais que a distinguem da 
mencionada, são: folhas mais lanceolares e alongadas, trinervadas 
e inflorescências mais floribundas. O porte do arbusto é bem cara- 
cterístico, pelos seus ramos mais erectos do que na mencionada, 


Mic. cinerascens, Mr1o. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 357). 


Horto Oswaldo Cruz: -— n.º 2804, HoEgHNE, Poços de 
Caldas, Minas, em 12-1-19; — n.º 5979 (BRrADE 5044), Pariquéra, 
Ribeira, S. Paulo, 11-910. 


Museu Paulista: — n.º 3445, LóFGRrEN, Campo Alegre, S. 
Paulo, em 24-12-96 (det. como Mic. ovata, CaN. espécie que talves 
seja realmente idéntica com esta, pois conforme afirma CoGNIAUX, 
ela foi descrita sem as anteras e os pétalos. A presente cabe porêm, 
quanto à forma das anteras e demais, na secção Glossocentrum); — 
n.º 2371, IDEM, Campo da Bocáima, S. Paulo, em 7-4-94 (det. como 
Mic. hyemalis, St. HIL. et NAUD. de que se aparta pelas inflores- 
cências, folhas e forma das anteras); — sn. USTERI, Iguape, 8. 
Paulo, em 25-7-907 (dada como Mic. cubensis, LOUR.), exemplar em 
frutificação e com as folhas um, tanto ferrugíneas no lado dorsal, 


Jardim Botânico: — n.º 10789 (Frazão), S. Paulo, em 
1917 s-d.; — n.º 663 s-ind. 
Hervário Hoehne: — n.º 59, HogHNE, Tijuca, Rio de Ja- 


neiro, em 12-919. 


Arbusto dos logares altos; folhas com margens profundamente 
crenadas ou denteadas, branco-tomentosas por baixo e verdes por 
cima; inflorescências paniculadas; flôres em grupos nos extremos 
dos rámulos, sésseis e alvas. 


Mic. pepericarpa, D. €. 


Comissão Rondon: — n.ºs 6304, 6305 e 6324-6326, HOEHNE, 
Caeté e Lagõa Santa, em Minas-Gerais, em 12-1-916. 


Jardim Botânico: — n.º 10614 s-ind.; — n.º 7965 (CAaM- 
pos PorTO 418), Esperança, Minas, em 1916 s-d. 


As inflorescências peculiares e as folhas estreitas de margens 
bem recurvadas e forma estreito-lanceolar quási Imnear, com três 
nervuras, na face superior escuras, depois de exsicadas, e então 
alvo-tomentosas na dorsal, são caracteres que a distinguem entre 
as demais. 


142 Melastomáceas 


Mic. Valtherii, NAUD. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 361). 


Jardim Botânico: —n.º 1127 (SA, n.º 1058), sindilmas 
turalmente dos arredores do Rio de Janeiro); — n.º 1035, s-ind. 


Hervário Hoehne: — n.º 39, HorHNE, Serra da Tijuca, 
tio de Janeiro, em 1-917. 


Arbusto de flôres alvas dispostas em panículos, agregadas 
sôbre os curtos rámulos da mesma. CoaNIAUX, descrevendo a es- 
pécie, não se refere ao número dos estames; entretanto êle é 
um caracter bem notável, pois às vezes é de até 15, isto é, 
até tres vezes maior que o dos pétalos. 


Mic. leucocarpa, D. C. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 364). 


Horto Oswaldo Cruz: — n.º 4033 (G. GEBRT leg.), Fran- 
ca, em 11-4-20. 


A premeira vista, esta planta faz lembrar de Mic. ibaguensis, 
Tr.; dela distingue-se, porêm, pelo revestimento mais curto e plu- 
moso, forma das folhas mais curto-pecioladas, base arredondada e 
ápice obtuso, 5-nervadas e flôóres estrelado-tomentosas no calyz. 


Mic. racemifera, TRIANA. 

(COGNIAUX, ob. cit. pag. 376). 

Museu Paulista: — n.º 27, USTERI, Jaraguá, S. Paulo, em 
30-1-908 e s-a. e sd. Cantareira, idem em 12-12-901 (det. como 
sendo Mic. stelligera, OGN.?). 

As folhas, menos acuminadas e mais denticuladas e crenadas 
nas margens, fazem recordar da Mic. fasciculata, GARDN., de que se 
distingue pelo revestimento mais longo, inflorescência maior e calyz, 


bem como pelas nervuras das folhas e flôres em glomérulos glo- 
bulares. 


Mic. Willdenowii, KLOTZSCH. 


(COGNIAUX, ob. cit. pag. 367). 


Museu Paulista: — n.º 2172, LUEDERWALDT ET SCHWEBEL, 
Cajuru, S. Paulo, em 1910 s-d. 
Jardim Botânico: — n.º 4491 (LUEDERWALDT ET SCHWE- 


BEL, n.º 2172), Alto da Serra ou Cajuru, S. Paulo, em 1910 s-d.; 
— n.º 6557 (NAVARRO ET SCHWEBEL n.º 70), Alto da Serra, 
em 12-915. 

Vulgo « Quina Brava ». 


Árvore de folhas rijas e coriáceas, ferrugineo e basto estre- 
lado-tomentosas no verso e negras por cima quando sêcas, sôbre 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. V 143 


peciolo longo e alado na parte superior pela decurrência do limbo 
que é triplinervado; panículos florais grandes; flôóres em verticilos 
e glomérulos sésseis. 


Mic. chartacea, TRIANA. 
(CocNIAUX, ob. cit. pag. 369). 


Jardim Botánico: — n.º 3969 (LOFGREN n.º 472), Capão, 
Alto (?), 16-9-09, do tipo; — n.º 7969 (Campos Porto n.º 428), 
Esperança, Minas-Gerais, em 1916 s-d. da variedade Miquelina, 
CaN., que se distingue pelas folhas maiores e panículos mais ra- 
mosos. 


Folhas coriáceas, triplinervadas, com nervuras espessas e 
salientes no verso, nervuras secundárias paralelas e simples, no 
dorso ferrugíineo-amareladas e basto estrelado-tomentosas e por 
cima glabras e negras em estado exsicaldo; panículos grandes e 
flôóres em glomérulos verticilares e terminais; calysx cinéreo-ama- 
relado e 10-costulado. 


Mic. budlejoides, TriANA. 
(CoGNIAUX, ob. cit. pag. 370). 


Jardim Botânico: — n.º 10760 (Campos PorTO), Itatiaia, 
Rio de Janeiro, em 1918, s-d. 


Afasta-se da Mic. chartacea, Tr. principalmente pelas folhas 
mais membranáceas e panículos com râmulos mais patentes. 


Mic. brunnea, D. €. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 371). 


Museu Paulista: — n.º 4486 (Campos Novais), Funil, 5. 
Paulo, s-ind. e tambêm do Capão de Queluz, em 27-6-89, s-A. e s-n. 


Jardim Botânico: — n.º 995 (CAPANEMA), Alto da Pe- 
dra, 11-886 (dada com o nome vulgar de «Carvão Vermelho » 
e a nota: «madeira pesada, dura e empregada para páos-á-pique 
e nas carvoarias»); — n.º 6556 (NAVARRO DE ANDRADE), Loreto, 
S. Paulo, em 12-915. Nome vulgar: « Velame do cerrado ». 


Uma das maiores árvores do género, com folhas muito grandes, 
triplinervadas, tendo nas imediações das margens mais uma nervura 
que parte da base do limbo, cujo dorso é vermelho-amarelado ou 
amarelado e têm a base decurrente pelo pecíolo e ápice agudo; 
panículos muito grandes e flôres relativamente pequenas. 


Mic. Saldanhaei, Ccn. 
(CoGNIAUX, Ob. cit. pag. 372). 


Museu Paulista: — s-n. HAMMAR, Serra da Cantareira, 
S. Paulo, em 12-12-901. 


144 Melastomáceas 


Árvore de 5-6 metros de altura, verso das folhas patente es- 
trelado-tomentoso, limbo 5-plinervado, margens profundamente cre- 
aado-denteadas; flôóres sésseis, 5-meras, dispostas em bastos glomé- 
rulos verticilares e terminais nos râmulos dos grandes panículos. 
Pelo aspecto geral, esta planta recorda Mic. fasciculata, GARDN. que 
tem flôres 4-meras e folhas trinervadas e inteiras ou pelo menos 
quási inteiras e inflorescências menos revestidas de pêlos. 


Mic. subvernicosa, Cn. 
(CoGNIAUX, ob. cit. pag. 374). 
Jardim Botânico: — n.º 171 (CAPANEMA), «beirada dos 


descampados de Gragoá», s-ind.; — n.º 10757 (Campos PoRTO n.º 
666), Itatiaia, Rio de Janeiro, em 1918 s-d. vulgo « Jacatirão ». 


Espécie bem caracterizada pela forma, consistência e nervação 
das folhas; panículos florais pequenos e calyx. Confessamos, en- 
tretanto, que não tivemos .ensejo de estudar as flóres. No exemplar 
colhido pelo DR. CAPANEMA elas estão estragadas pelos insectos e 
o recolhido pelo Sr. C. PorTO é estéril, 


Mic. doriana, Con. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 376). 
Horto Oswaldo Cruz: — n.º 2983, HoEHNE, Alto da Serra, 


Biológica, em 12-1-19 e n.º 3554 (A. GEHRT leg.), idem, em 8-12-19; — 
n.º 5986 (BRADE 6819), Bosque da Saude, S. Paulo, 4-1-914, 


Arbusto que pelo seu porte faz lembrar a Mic. elacodendron, 
NAUD. mas que dela se distingue pelas folhas indistintamente tri- 
plinervadas e mais abrupto-atenuadas e de ápice rostrado e flôres 
com 15-20 estames. 


Mic. paniculata, NAUD. 


(COGNIAUX, Ob. cit. pag. 377). 

Museu Paulista: — n.º 21, UsTERI, Cantareira, S. Paulo, 
em 7-5-05 (det.) sem flôres; — sn. (ex Herb. Campos NOVAIS), 
Atibaia, S. Paulo, s-d. 


Parecida com a Mic. petropolitana, CGN. de que se aparta pelas 
folhas triplinervadas, nervuras laterais na base unidas com a cen- 
tral por meio de uma pequena membrana e segmentos calicinos 
mais agudos. 


Mic. tristis, SPRING. 

(CoGnIAUX, ob. cit. pag. 378). 

Museu Paulista: — n.º 2467, LÓOFGREN ET EDWALL, 8. José 
dos Barreiros, S. Paulo, em 25-4-94 (dada como Mic. inaequidens, 
NAUD. de que bem facilmente é distinguida pela forma das anteras 
com conectivo calcarado e pela posição das inflorescências). 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fase. V 145 


Jardim Botânico: — n.º 7753 (DIONÍSIO CONSTANTINO), 
Jardim, Gávea, Rio de Janeiro, em 13-2-16; — n.º 10802 (FRAZÃO), 
S. Paulo, s-d.; e outro exemplar encontrado junto com a Mic. 
tentaculifera, NAUD. (n.º 10805), que mencionamos mais em baixo. 


Planta bastante bem caracterizada pelas inflorescências às ve- 
zes axilares e pela forma oblongo-lanceolar das folhas undulada- 
mente crenadas em suas margens e na face superior junto ao centro 
branco-opacas. 


Mic. petropolitana, Ccn. 
(CoenNIAUX, ob. cit. pag. 613). 


Museu Paulista: — n.º 1853, LóFGRrREN, Fazenda da Bôa 
Vista, S. Luis de Paraitinga, em 13-9-92 (det.); — n.º 1874, IDEM, 
Fábrica, na mesma localidade, em 18-9-92 (det.); — n.º 110, IDEM, 
Jaru-Mirim, Itapetininga, 14-9-87 (det. como Mic. minutiflora, D. O.). 


Jardim Botânico: — n.º 1392, sa., S. Paulo, em 10-912. 


Árvore pequena da mata, com folhas oblongo-ovaladas, de base 
atenuada e ápice abrupto e longo cuspidado ou rostrado, trinervu- 
ladas, glabras, de 5-11 cm. de comp. e 2-3,5em. de largura; im- 
florescências paniculadas, terminais, de 5-7 cem. de comp. tênue- 
mente recobertas de minúsculos pêlos estrelados; flóres 5-meras, 
de 2,5-3mm. de diâmetro, alvas; calya [urfuráceo estrelado-pu- 
bérulo, segmentos arredondados e pequenos; pétalos obtusos ou 
arredondados no ápice; estames glabros com filamentos de 2mm. 
de comp. e anteras muito atenuadas para a base, no ápice trun- 
cadas e amplo-porosas. Os pétalos nem sempre são distintamente 
furfuráceos como descritos e as folhas são tambêm maiores e 
mais longo pecioladas em alguns exemplares. 


Mic. petropolitana, Can. var. macrophylla, HogHNE (var. nov.). 

(Adicionar à precedente). 

Jardim Botânico: — n.º 10771 (Campos PoRrTO), Itatiaja, 
em 1918 s-d. 

Foliis et floribus majoribus. 

Esta planta distingue-se do tipo da espécie pelas folhas e 
flores maiores. 

Parece um pouco com a Mic. latecrenata, NAUD.; dela distingue- 
se, porêm, pelas anteras que se abrem por meio de poros termi- 
nais amplos. 


Mic. Candolleana, TRIANA. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 382). 


Horto Oswaldo Cruz: — n.º 3080, HogHNE, Butantan, 
em 17-3-19; — n.º 1142, IDEM, eultivada no Horto, em 3-1-19; — n.º 
2482 (D. AMARO VAN EMELEN), Fazenda do Seminário, S. Paulo, 


10 


146 Melastomáceas 


em 25-9-18; — n.º 1658 (DR. OcT. VECCHI), Loreto, S. Paulo, em 
12-17; — n.º 5978 (BRADE 6840), St. Amaro, S. Paulo, 23-11-913. 
Museu Paulista: — n.º 479, LOFGREN, Itapetininga, 8. Pau- 


lo, em 19-12-87 (dada como M. ligustroides, NAUD.); — n.º 36, Us- 
TERI, Ipiranga, S. Paulo, em 7-12-06 (dada como sendo Mic. ligus- 
troides, NAUD.); — S-n., PUTTEMANS, Cantareira, em 23-3-900; — n.º 
252, IDEM, Horto da Cantareira, 23-3-900. 


Jardim Botânico: — n.º 10821 (NAVARRO DE ANDRADE 
n.º 66), Arredores de S. Paulo (dada como Mic. theaezans, Can. 
var. milleflora, /CGN.); — n.º 10799 (Frazão), Barretos, S. Paulo, 
em 12-17; — n.º 2615 (Campos PoRrTO), Corcovado, Rio de Jameiro, 
em 7-10-19; — n.º 10762 (IDEM), Itatiaia, 1918 s-d.; —- n.º 16570, 
S-a. Rio de Janeiro, sd. 


Arvore pequena bem formada que se recomenda para a arbori- 
zação de ruas, distinguida da seguinte pelas folhas mais longo- 
pecioladas e de base atenuada e um tanto decurrente e calya 
glabro. Vulgo: «Jaquetirão» ou « Vassoura-Meuda ». 


Mic. ligustroides, NAUD. 
(CoenNIAUX, ob. cit. pag. 383). 


Horto Oswaldo Cruz: — n.º 3780, HOEHNE, Poços de Cal- 
das, Minas, em 31-3-20; — n.º 2682, IDEM, em idem, em 9-1-19: — 
n.º 5218, IDEM, Miguel Burnier, Minas, em 30-1-21. 


Museu Paulista: — n.º 548, LÓFGREN, Linha do Rio Claro, 
S. Paulo, em 27%-5-88 (det.); — n.º 1128, IDEM, Agua Branca, Ara- 
raquara, S. Paulo, em 1-12-88 (det.); — n.º 849, IDEM, idem, em 
10-8-88; — n.º 2586, LÓFGREN ET EDWwALL, St. Amaro, S. Paulo, 
em 29-7-94 (det.); — s-n. HAMMAR, Mogi-Mirim, S. Paulo, em 15-11-01; 
— sn, LUEDERWALDT, Ipiranga, S. Paulo, em 3-2-07 e em 
10-1-08. 


Jardim Botánico: — n.º 16569 (LUEDERWALDT n.º 155), 
Ipiranga, S. Paulo, em 1-908; — n.º 16561 (IDEM n.º 154), idem, em 
11-910; — n.º 4331, LórcRrEN, em Retiro, S. Paulo, em 24-12-909 


e n.º 10803 (Frazão), S. Paulo, em 1917 s-d. 


Como a precedente arborescente de 3-5 metros de altura, sem- 
pre muito bem formada e verde frondosa, mas dela distinguida 
pelas folhas curto pecioladas e de base arredondada até cordada. 
Vulgo: « Vassoura-Brava ». 


Mic. minutiflora, D. C. var. latifolia, Can. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 385). 


Museu Paulista: — n.º 3901 (PADRE A. RUSSEL n.º 350), 
Itú, S. Paulo, em 20-4-98 e n.º 72, s-A. e s-d. Este material dis- 
tingue-se do encontrado no Jardim Botânico e citado em seguida, 
pelas inflorescências menores e mais curto-ramulosas. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. V 147 


Jardim Botânico: — n.º 10831, s-a. Serra de St. Bár- 
bara, Goiás, em 1-893. 


Espécie bem facilmente reconhecivel pelas folhas negras de- 
pois de exsicadas, flôres 5-meras, muito pequeninas, em panículos 
terminais. As flôres não são entretanto as menores do género. 


Mic. mattogrossensis, HOEHNE (sp. nov.). 
(Ex sect. Glossocentrii, post n.º 175 inserenda est). 


Frutex 2-3m. altus. Ramis teretiusculis, raro obscure tetra- 
gonis vel levissime compressis, junioribus petiolis, pedunculis ca- 
lycibusque tenuissime subsparseque stellato-furfuraceis, vetustiori- 
bus glabratis laevibus et nigricantibus; foliis sparsis, brevissime 
petiolatis, membranaceis vel subrigidiusculis, ovatis vel soboblon- 
gatis, basi rotundatis, apice subabrupte et longiuscule rostratis et 
acuminatis, margine integerrimis, praetermisso utroque nervulo te- 
nuissimo submarginali trinerviis raro obscure triplinerviis, supra 
primum sparsissime furfuraceis, demum glaberrimis laevibusque, 
subtus sparsissiuscule breviterque stellato-furfuraceis praecipue ad 
nervos, adultis glaberrimis; paniculis majusculis, terminalibus, late 
pyramidatis, floribundis; floribus parvis, 4-meris, breviter pedicel- 
latis, basi minute bibracteatis; bracteolis satis caducis, oblongo- 
lanceolatis, parce furfuraceis; calyce late campanulato, limbo obscure 
4-lobato, sparse stellato-furfuraceo; petalis obovatis, apice rotundatis 
subtruncatis, glabris; staminibus glabris, aequalibus, antheris basi 
m connectivo levissimo curvatis, erectis vel saepius reclinato-pa- 
tentibus, inferne inappendiculatis; ovario apice glabro; stylo glabro, 
apice subclaviforme incrassato. 


Comissão Rondon: -—n.ºs 5446-5448, HoEHNE, Mutum Ca- 
valo, Mato-Grosso, Chapadão dos Parecis, perto da Serra do Norte, 
em 11-911; — n.º 1145-1147, KUHLMANN, nas margens do Rio Ju- 
ruena, Salto Augusto, em 1-915. 


Tábula n.º 16 fig. 1. 


Arbusto de 2-3 metros de altura, nas partes mais novas, bem 
como sôbre as inflorescências esparso e tênuemente estrelado-fur- 
furáceo, mais tarde glabro e em estado exsicado escuro quási 
negro. Ramos tricótomos, erecto-patentes, roliços ou algo tetran- 
gulares ou comprimidos quando novos; folhas esparsas, ovais até 
eliptico-oblongadas, sôbre pecíolos de 5-10mm. de comp. e com 
limbo membranáceo ou um tanto rijo, de 5-10cem. de comp. e 
à-D cm. de largura, na base arredondado e no ápice abruptamente 
longo-rostrado e acuminado, margens inteiras, com tres nervuras 
mais salientes e duas marginais quási imperceptíveis, raro um 
tanto triplinervado; panículos florais amplos e muito ramosos, pi- 
ramidados, tênuemente estrelado-furfuráceos, ramos patentes; flôres 
pediceladas e bracteoladas, 4-meras, alvas; bractéolas oblongo-lan- 
ceolares ou lanceolares, pequenas, de 1,5-2 mm. de comp. e caducas 
com a ântese; calyx de tubo campanular de 1,2mm. de comp. e 


148 Melastomáceas 


1,2 mm. de largura na fauce, com 4 minúsculos lóbulos; pétalos obo- 
vais, glabros, na ântese patentes ou reflexos, de 1,3 mm. de comp., 
ápice arredondado; estames iguais, 8, glabros; anteras reflexas 
ou patentes, inapendiculadas na base; ovário glabro e pistilo cla- 
viforme espessado para o ápice. 

A forma das folhas, inflorescências floribundas e outros ca- 
racteres descritos a distinguem bem da Mic. Klotschii, 'TRIANA 
com que deve ter grande afinidade. 


Mic. tentaculifera, NAUD. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 392). 


Jardim Botânico: — n.º 10805 (FRAZÃO), S. Paulo, s-ind. 
ERR 


Espécie bem definida pela forma das folhas que são longo- 
rostradas, revestimento esparso, flôres em panículos medíocres e 
espaçadas, 5-meras e anteras abrindo por meio de fendas que se 
alongam até perto da base dos lóculos. 


Mic. urophylla, D. €. 
(CocNIAUX, ob. cit. pag. 393). 


Jardim Botânico: — n.º 3968 (LOFGREN n.º 473), Capão 
Alto (?), 16-11-09. 


Espécime frutificado, mas cujos detalhes vegetativos concor- 
dam bem com a descrição. 


Mic. hispida, Ccn. 
(CoGNIAUX, ob. cit. pag. 395). 


Museu Paulista: — n.º 606, LOFGREN, em Rio Claro, 5. 
Paulo, em Y-6-88 (det.). 


Arbusto muito bem caracterizado pelas suas folhas ovo-lan- 
ceolares, denteadas irregularmente em suas margens, triplinervadas, 
com mais uma nervura pouco visível em cada margem e, tanto por 
cima, como em baixo, basto hispido-pilosas; flóres em panículos 
termimais, 5-meras, com anteras abrindo por meio de fenda curta 
terminal. 


Mic. latecrenata, Can. 
(CoOGNIAUX, ob. cit. pag. 397). 


Museu Paulista: — n.º 187, LOFGREN, Serra da Cantareira, 
S. Paulo, em 14-4-90; — n.º 3765 (CaMpos Novais), Mun. de Cam- 
pinas, s-d. (det. como Mic. urophylla, D. C.); — 2666, LóFGREN, 
Iguape, 29-9-94 (det. como Mic. globulariflora, CHAM.); — n.º 3158 
(Campos Novais n.º 450), Mun. de Campinas, em 5-8-95 (dada como 
Mic. cuneata, CGN.). As três últimas estão sem flôres, mas os- 
tentam frutos. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. V 149 


Jardim Botânico: — n.º 6553 (NAVARRO DE ANDRADE), 
Cantareira, S. Paulo, em 12-915; — n.º 7238 (FRAZÃO), Gávea, Rio 
de Janeiro, em 6-916. 


Arbusto grande que se distingue pelas suas folhas oblongo-lan- 
ceolares, trinervadas, margens esparso-crenadas e ápice acuminado, 
glabras em ambas as faces e flôres 5-meras dispostas em panículos 
terminais, com anteras abrindo por meio de fendas terminais que 
se estendem até ao meio dos lóculos. 


+ 


Mic. rigidiuscula, Ccn. 


(COGNIAUX, ob. cit. pag. 398). 


Horto Oswaldo Cruz: — n.º 4213, HOEHNE, Mundo Novo, 
Rio de Janeiro, em 1-7-20. 
Museu Paulista: — n.º 2596 (PUIGGARI), Apiaí, S. Paulo, 


em 5-886 (det.). Este da variedade parvifolia, Con. 


Pequeno arbusto das capoeiras sujas, com folhas muito pa- 
recidas com as da espécie seguinte, que, porêm, se distingue por 
tê-las triplinervadas e nervuras unidas em sua base por meio 
de uma pequena membrana. De Mic. Sellowiana, NAUD. aparta-se pe- 
las folhas trinervadas e tamanho das mesmas e forma das inflorescên- 
cias. Com a Mic. pussilliflora, Tr. e Mic. elaeodendron, NAUD. ela 
tambêm tem alguma afinidade, mas da primeira destas afasta-se 
pelo denticulado das folhas e da segunda pelas flóres 5-meras. 


Mic. hymenonervia, Can. 
(CoGNIAUX, ob. cit. pag. 399). 


Jardim Botânico: — n.º 10772 (Campos PorTO), Itatiaia, 
Rio de Janeiro, em 1918, s-d. 


Da seguinte facilmente distinguida pelas folhas maiores com 
as nervuras ligadas entre si, na base, por uma membrana. 


Mic. Sellowiana, NAUD. 
(CocnIAUx, ob. cit. pag. 400). 


Horto Oswaldo Cruz: — n.º 460, HoEHNE, Butantan, S. 
Paulo, em 27-8-917; — n.º 5982 (BRrADE 6064), Moóca, S. Paulo, 
em 9-912. 


Museu Paulista: — n.º 1471, LOFGREN, Córrego Fundo, 
S. Simão, em 14-11-89 (det.); — n.º 28, USTERI, Moóca, S. Paulo, 
s-d. (det.). 


Jardim Botânico: — n.º 6552 (NAVARRO DE ANDRADE), 
Cantareira, S. Paulo, em 1915, s-d. 


Arvore pequena que se distingue da precedente por ter folhas 
menores, mais alto-triplnervadas e sem a membrana característica 
daquelas. 


150 Melastomáceas 


Mic. inaequidens, NAUD. 
(CogNIAUX, Ob. cit. pag. 401). 


Horto Oswaldo Cruz: — n.º 1999 (Campos NovalIs n.º 
622), Campinas, ofertada em 5-918 (dada como Mic. rigidiuscula, 
Cen.); — n.º 4015 (leg. G. GEHRT), Ribeirão Preto, S. Paulo, em 
1-4-20; — n.º 5533, HOEHNE, Pico do Jaraguá, S. Paulo, em 29-4-21. 


Museu Paulista: — n.º 196, PUTTEMANS, Cantareira, Hor- 
to, S. Paulo, em 13-3-900; — alêm de outros do mesmo autor e da 
mesma localidade em datas diferentes; — n.º 2462, USTERI, Fregue- 
sia do O, S. Paulo, em 27-4-906 (det. como Mic. pussilliflora, TR.); — 
s-n. CAMPos Novais, Valinhos, s-d. e n.º 97, Cantareira, em 3-98. 


Jardim Botánico: — n.º 10774 (Frazão), S. Paulo, em 
1917 s-d.; — n.º 16568 (CAPANEMA), Rio Chagas, (?), em 10-883. 


As folhas não são distintamente denteadas, conforme diz a 
descrição; parecem-se até muito com as da Mic. pussilliflora, 'TR., 
mas desta ela é distinguida pelas flóres 4-meras. De Mic. 
elaeodendron, NAUD. aparta-se pelas folhas maiores e mais largas, 
negras depois de exsicadas e panículos florais maiores e flôres 
menores. 


Mic. elaeodendron, NAUD. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 402). 


Horto Oswaldo Cruz: — n.º 145, HogHNE, Butantan, 8. 
Paulo, em 22-5-11. 


Da precedente facilmente distinguida pela menor largura e 
maior comp. das folhas e pelos panículos muito menores e es- 
parsífloros. 


Mic. pussilliflora, 'TRIANA. 
(CoGNIAUX, ob. cit. pag. 402). 


Museu Paulista: — n.º 8, UsTERI, Jaraguá, S. Paulo, em 
30-12-06 (det. pelo Dr. COGNIAUX). 


O exemplar não tem flóres, nem frutos. 
Mic. hyemalis, Sr. HiL. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 417). 


Horto Oswaldo Cruz: -— n.º 5985 (BRADE 6832), 5. Ber: 
nardo, S. Paulo, em 2-10-913. 


Museu Paulista: — S-n. PUTTEMANS, Chora-Menino, S. 
Paulo, em 18-9-902. 


Jardim 'Botánico: — n.º 1388 (S-A., n.º 83), St. Ana, S. 
Paulo, em 9-912. 


- 
An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. V 151 


A forma das folhas é bem característica para esta espécie. 
Convêm notar que os pêlos que revestem as folhas e ramos são 
plumosos e estrelados e não como foram descritos. 


Mic. cyathanthera, TRIANA. 
(CoGNIAUX, ob. cit. pag. 417). 


Jardim Botânico: — n.º 10834 (sA, n.º 20), Região do 
Alto Maranhão, em 9-892. 


Dentre as demais da Secção Cremanium esta espécie se dis- 
tingue pelo tamanho das folhas e inflorescências; as primeiras 
curto-pecioladas (1-4mm.), de limbo lanceolar, trinervado e de 
2-4em. de comp. e 4-10mm. de largura, esbranquiçado no dorso 
e verde, depois de sêco negro na face superior; as últimas pe- 
quenas, terminais e recurvadas, de 2-3cm. de comp. 


Mic. theaezans, Can. var. glaberrima, Cn. 
(CoGNIAUX, ob. cit. pag. 420). 


Horto Oswaldo Cruz: -— n.º 264, HoEHNE, Butantan, 5. 
Paulo, em 30-6-17; — n.º 2676, IDEM, cult. no Horto, em 4-1-19; — 
n.º 3116, IDEM, Guatemim, S. Paulo, em 24-3-19; — n.º 5983 (BRADE 
6839), St. Amaro, S. Paulo, 23-11-9153. 


Museu Paulista: — n.º 355, LOFGREN, Itapetininga, Ss. 
Paulo, em 12-12-87; — sn. EDwaALL, St. Ana, em 12-97; — sn, 
LUEDERWALDT, Ipiranga, em 13-12-07; — n.º 6, UsTERI, Avenida 
Paulista, S. Paulo, em 23-9-06 (det. como sendo da var. vulgaris, 
Cen.); — s-n, UsTERI, Vila Mariana, S. Paulo, em 3-6-06. 


Jardim Botânico: — n.º 4485 (LUEDERWALDT n.º 78), Ipi- 
ranga, S. Paulo, em 12-907. , 
Das demais variedades facilmente separada pelas folhas ob-ovo- 


oblongadas, de margens tênuemente esparso-serrilhadas, verdes, no 
ápice abruptamente agudas ou mesmo arredondadas. 


Var. vulgaris, Cn. 

(Ob. cit. pag. 421). 

Horto Oswaldo Cruz: — n.º 2877, HOEHNE, Pedra Branca, 
Minas (Caldas), em 21-1-19 e n.º 2014 (Campos Novais leg.), 


Campinas, S. Paulo, em 6-918; — n.º 5984 (BRADE 6838), St. Amaro, 
23-11-9183. 


Museu Paulista: -— n.º 70, RUssEL, Hú, s-d. 
Jardim Botânico: — n.º 8970, LÓFGREN, Retiro, (?), em 
13-10-09. 


Distinguida pelas folhas ovo-oblongadas e obtusas em ambas 
as extremidades. 


152 Melastomáceas 
Var. milleflora, Can. 

(Ob. cit. pag. 422). 

Horto Oswaldo Cruz: -— n.º 4570, HogHNE, Butantans 
S. Paulo, em 10-20. 


Museu Paulista: — n.º 1221, LOFGREN, Feijão, perto de 
Rio Claro, S. Paulo, em 12-12-88; — s-n., LUEDERWALDTI, s-ind. 


Var. minutiflora, Can. 


(Ob. cit. pag. 421). 


Horto Oswaldo Cruz: n.º 1288 (SCHWwEBEL, Serv. FI. 
Comp. Paulista n.º 85), Alto da Serra, Biológica, S. Paulo, em 10-17; 
— n.º 2982, HogHNE, idem em 18-2-19:; — n.º 3589, IDEM, idem, em 
22-12-19; — n.º 4679, IDEM, Alto da Serra do Vergueiro, S. Paulo, 
em 23-12-20. 


Jardim Botânico: -— n.º 7754 (CAPANEMA), Alto da Serra 
de Itupara (2?) em 10-2-880. 


Folhas esparso denteadas de forma oblongo-lanceolares e ver- 
des; inflorescências grandes, floribundas e flôres relativamente pe- 
quenas. 

Var. paludosa, Can. 


(Ob. cit. pag. 421). 

Horto Oswaldo Cruz: — n.º 2982, HogHNE, Alto da Ser- 
ra, Biológica, 18-2-19. 
Var. Glazioviana, Can. 


(Ob. cit. pag. 421). 


Museu Paulista: — n.º 23, USsTERI, Alto da Serra, 5. 
Paulo, em 6-1-07. 
Jardim Botânico: — n.º 6554 (NAVARRO DE ANDRADE), 


S. Paulo, em Alto da Serra, 12-15. 


Var. parvifolia, Can. 


(Ob. cit. pag. 422). 
Museu Paulista: — n.º 3446, LÓFGREN, Cascata, Córrego 
Alegre, 8. Paulo, em 8-1-97 (dada como var. Saldanhaei, CGN). 


Jardim Botânico: — n.º 2005 (T. ToLEDO), St. Ana, 
S. Paulo, em 4-913. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. V 153 


Var. cuneata, Ccn. 
(Ob. cit. pag. 421). 


Museu Paulista: — n.º 1562, LOFGREN, Batatais, S. Paulo, 
em 16-12-89 (det.). 
Jardim Botânico: — n.º 7959 (Campos PorTO n.º 468), 


Metalúrgica, Minas em 1916 s-d.; — n.º 10810 (Frazão), S. Paulo, 
em 1917 s-d. e n.º 4526, LOFGREN, Retiro, S. Paulo, em 16-10-09 
(forma raquítica). 


Var. setulosa, HOEHNE (var. nov.). 
(Da subespécie viridis). 


Rami superne obscure tetragoni, inferne leretiusculi. Petiolus 
1,5-2 em. longus. Folia oblongo-lanceolata, trinervia, infra sparse 
adpressoque punctulato-furfuracea, supra glabra, margine minutissi- 
me spinuloso adpressoque ciliata, inferne attenuata, et apicem versus 
acuminata et acuta, 10-15 em. longa et 3-4 em. lata. Paniculae parvas, 
paullo ramosae, 3-6 em. longae, pyramidatae. Calyx pallidus. sublu- 
tescens, sparse setulosus. 


Museu Paulista: — 2311, LóFGREN, Campos da Bocâãina, 
Invernada do Pinhal, S. Paulo, em 27-3-94 (dada como Mic. Candol- 
leana, Tr.). 


Esta planta que aqui, pela falta de maiores recursos, descre- 
vemos como variedade nova para a espécie em questão, é bem ca- 
racterizada pelo revestimento esparso setuloso do calyax e pelas di- 
mensões reduzidas da inflorescência. 

A Mic. theaezans, CaN., que, conforme vimos, conta um grande 
número de variedades subordinadas por sua vez a duas subespécies: 
viridis e flavescens, distinguidas pela côr verde ou amarelada das 
folhas depois de sêcas, é uma árvore de dimensões variáveis, 
cujas folhas são desde séculos usados pelos indígenas para infu- 
sões que substituem o chá da Índia. Ela se presta muito bem 
para arborizações de praças e ruas, e pode ser considerada, depois 
da Mic. Candolleana, Tr. e Mic. ligustroides, NAUD. a mais im- 
portante de todo o género, para êste fim. 


Mic. spc. 


Comissão Rondon: — n.º 2218, KUHLMANN, leg. GE- 
NERAL RONDON), Cautário Grande, em Mato-Grosso, em 3-917 (im- 
determinável pela falta de flôres). 


Mic. spc. 


Jardim Botânico: — n.º 10824 (ULE n.º 24), Serra dos 
Veadeiros, Goiás, 9-892 (det. como sendo Mic. chartacea, CGN.? que 
não pode ser de modo algum, devendo antes ter afinidade com Mic. 
Burchellii, Tr. ou Mic. Pohliana, CGN.), sem flóres. 


154 Melastomáceas 


Pleiochiton, Nav». 


Pleioch. crassifolium, NAUD.? 
(CoGNIAUX, ob. cit. pag. 425). 


Horto Oswaldo Cruz: — n.º 841, HoEHNE, Biológica, 
Alto da Serra, S. Paulo, em Bromeliaceas associada à Utricularia 
reniformis, ST. HiL., 3-11-17; — n.º 5972 (BRADE 6834), Campo 
Grande, S. Paulo, 11-915. 


Museu Paulista: —n.º 1901, EDwALL, Campo Grande, perto 
do Alto da Serra, S. Paulo, s-d. — (De logar mais exposto que a pre- 
cedente, e por isto de crescimento mais erecto, no demais, porêm, 
perfeitamente igual). 


Planta mais ou menos prostrada, de caule genuflexuoso, es- 
parso-setuloso, especialmente nos nós; folhas elíptico-ovais, de base 
arredondada e ápice obtuso, margens cilioladas e sôbre as ner- 
vuras esparsamente setulosas no lado dorsal; flôres em capitéis 
curto-pedunculados axilares e terminais, envolvidas por brácteas 
ovais de margens cilioladas, em que, como no revestimento em 
geral e dos segmentos do calysx, comprimento dos pétalos (5-mm.), 
se afasta da descrição. Talvez se trate de outra espécie. 


Pleioch. ebracteatum, TRIANA. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 427). 


Horto Oswaldo Cruz: — n.º 5461 (GEHRT), Alto da Serra, 
Biológica, em 6-4-21; — n.º 5971 (BRADE 6052 e 7447), Alto da 
Serra e Jaraguá, em 14-7-912 e 21-3-915. 


Museu Paulista: — n.º 2537, EDwALL, Campo Grande, epi- 
fita na mata virgem, 25-5-94 (det. como Pl. Glaziovianum, CGN.). 
Este espécime tem as Ílôres agrupadas e distintamente sésseis 
nos extremos dos rámulos da inflorescência; — n.º 3137, EDwWwaALL, 
Colónia de Capivari, epífita em mata virgem, 15-8-95; — s-n. IDEM, 
Rio Grande (estação), S. Paulo, em 5-904 (det.); — n.º 6, USTERI, 
Jaraguá, S. Paulo, s-d. 


Arbustiva epífita; folhas curto-pecioladas e um tanto espes- 
sadas ou coriáceas; inflorescências axilares, ramosas; flôres so- 
litárias ou em grupos de duas a três, sésseis entre bractéolas 
nos extremos dos rámulos. 

Os exemplares presentes apresentam alguns pêlos glandulosos 
e cerdas mais ou menos esparsas sôbre os ramos mais novos e 
na base do calyx, teem os segmentos dêste tão longos quanto o 
tubo e êste de 4-5 mm ; ovário glabro e umbilicado no seu ápice. 
Não podem ser consideradas pediceladas as flôres solitárias que 
em alguns ráâmulos aparecem entre as bractéolas, pois que em 
espécimes com as inflorescências paniculadas tambêm vemos pe- 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. V 155 


dúnculos ostentando apenas uma Ílôr em seu ápice. A não ser 
o ovário perfeitamente glabro, poucos são os caracteres que a 
separam do Pl. Glaziovianum, UGN. que tambêm possui algumas 
cerdas glandulígeras. 


Haterotrichum, D. €. 


Heter. octonum. D. (. 
(CoGNIAUX, ob. cit. pag. 428). 


Jardim Botánico: — n.º 10830 (s-ind n.º 394), Mossa- 
medes, Goiás, 1-893. 


Arbusto erecto, de 2-3 metros de altura, com caule e ramos 
basto e longo setulosos e entre as sétulas com pêlos patentes 
desprovidas de glândulas mas basto-estrelado-tomentosos; folhas 
ovais oblongadas, na base cordadas, sôbre pecíolos longos e patente 
pilosos, limbo com 7 nervuras, por baixo basto estrelado-tomentoso e 
por cima esparso apresso-setuloso e nas nervuras estrelado-tomemn- 
toso, de 1-2dm. de comp. e 6-12cm. de largura; flôres em pa- 
nículos terminais ou axilares, esparsas e geralmente 8-meras. 


Tococa Ater: 


Toc. stephanotricha, NAUD. 


(CoOGNIAUX, ob. cit. pag. 434). 


Comissão Rondon: — n.º 2217 (RonDoN), Serra da Paca- 
Nova, extremo norte de Mato-Grosso, na cabeceira do Cautário 
Grande, em 3-917. : 


Tábula n.º 16 fig. 2. 


Arbusto das margens das matas, capões, etc., bem caracterizado 
pelo calyx com as alas decurrentes e alternados com os curtos 
segmentos, como elas longo ciliados e glandulíferos. Estes cara- 
cteres mal descritos e ainda as inflorescências mais ou menos 
axilares no exemplar presente (aliás bem deficiente), deixaram-nos 
durante algum tempo em dúvida a respeito da colocação desta 
planta, que, com as outras duas da mesma secção, certamente 
ficariam melhor entre as Mycrophyscas do que aqui. Veja-se a 
ilustração que vae junto. 


Toc. cardiophylla, NAUD. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 436). 


Jardim Botânico: — n.º 4716 (LISBOA n.º 35), Cururupú, 
Maranhão, 8-914. 


O revestimento é um pouco menos rijo que o da Toc. formicaria, 
MART. e as folhas são menores e mais cordadas na sua base, 


156 Melastomáceas 


às vezes desiguais no mesmo par, tendo a menor o pecíolo des- 
tituido ou ornado da vesícula característica mais raquítica, sempre 
5-nervadas; calya esparso setuloso-viloso, com os segmentos ex- 
teriores mais longos que os internos; inflorescências paniculadas, 
de 5-10 em. de comp. 

No exemplar em mão as folhas são mais acuminadas que as 
descritas para a espécie. 


Toe. subglabrata, Ccn. 

(COGNIAUX, ob. cit. pag. 438). 

Jardim Botánico: — n.º 5903 (LUETZELBURG n.º 1276), 
Piauí, em 3-7-912; — n.º 5905 (IDEM n.º 1276), Rio das Fémeas, 
Goiás, em 6-7-912. 

Aparta-se da Toc. formicaria, MART. pelo revestimento mais 
esparso e mais mole, folhas maiores, isto é de até 30cm. de comp. 
por 15cm. de largura, com 5, em vez de 3, nervuras e calyx esparso 
viloso-setuloso; ramos comprimidos na parte superior e glabros 
como as folhas na face de cima. Pétalos semelhantes. 


Toc. formicaria, MART. 


(COGNIAUX, ob. cit. pag. 440). 


Museu Paulista: — n.º 1448, LórgrEN, Casa Branca, S. 
Paulo, em 28-10-89. Pertencente à variedade didymophysca, Can. 
Comissão Rondon: — n.ºs 1982-1985, 2474 e 2475, HoEHNE, 


Entre Rio Manso e S. Lourenço em Mato-Grosso, em 4-911. 


Jardim Botânico: — n.º 5990 (LUETZELBURG n.º 1782), 
Rio Preto, Goiás, em 6-912 e 8-12. 


Ambos sem flóres e sem frutos. 


Arbusto das matas, de 1,5-2 metros de altura, armado de pêlos 
cerdosos, patentes, de 4-6 mm. de comp. de côr negra; folhas com 
pecíolos igualmente revestidos e de 3 em. de comp. ostentando na 
parte superior uma vesícula escrotiforme, curta e ôca em que habitam 
formigas, que não raro tambêm ocam os ramos e o caule; limbo 
oval, acuminado de perto, com 12-20 em. de comp. por 8-15 cem. 
de largura, 5-nervado, revestimento de pêlos cerdosos mais ralo na 
face superior; flôres em panículos terminais, alvas, de 8-9 mm. de 
diâmetro; calya glabro ou esparso piloso com os segmentos exte- 
riores mais longos que os interiores; ovários trilocular. 


Toc. aristata, BTH. 
(CognIAUx, ob. cit. pag. 442). 


Jardim Botânico: — n.º 10838 (DUCKE n.º 15358), Belêm 
do Pará, em 9-7-14 (det.). 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fase. V 157 


Pequeno arbusto de caule e ramos mais novos patente hirsuto- 
pilosos; folhas grandes, ovo-oblongadas, 5-plinervadas, esparso se- 
tulosas por cima: e por baixo, na base ligeiramente atenuadas e con- 
fluentes no pecíolo com a vesícula estreito alongada do ápice 
dêste; flóres de 12-14 mm. de diâmetro, em panículos terminais de 
5-10 em. de comp. com pétalos assimetricamente ob-cordiformes, 
alvos. 


Toc. subciliata, TRIANA. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 456). 


Jardim Botânico: — n.º 2778 (KUHLMANN n.º 17), Ma- 
naus, Amazonas, em 10-912. 


À primeira vista esta planta em nada lembra das Tococas, por- 
que lhe faltam as vesículas características dos pecíolos, mas ela per- 
tence, como outras ainda, à secção Anaphyscae. Bem típicas são as 
anteras. Folhas 5-nervadas e depois de adultas quási totalmente 
elabras, ápice longo acuminado e base arredondada e às vezes até 
um tanto cordada, margens tênuemente denteadas ou crenuladas 
e curto-cilioladas; pecíolos de 2-3,5em. de comp. 


Toc. nitens, TRIANA. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 458). 


Jardim Botânico: — n.º 10861 (DuckE n.º 11960), Óbidos- 
Faro, Pará, em 17-7-912; — n.º 6169 (LUETZELBURG n.º 1999), Rio 
das Fémeas, em 1912 s-d. 


Arbusto de 1 metro de altura; folhas coriáceas, elíptico-alon- 
gadas, curto-pecioladas, 3-nervadas, glabras, arredondadas na base 
e no ápice, de 7-10 em. de comp. e 4-6 cm. de largura, destituidas, 
como a precedente, das vesículas peciolares; flôóres de 2 cem. de 
diâmetro, róseas e dispostas em panículos terminais. 

Bem facilmente reconhecivel de entre as da secção, pelas fo- 
lhas glabras e coriáceas e caules um tanto vernicosos. 


Toc. Kuhlmannii, HogHNE (sp. nov.). 
(Ex sect. Anaphyscae, post n.º 30 inserenda est). 


Arbuscula; ramis superne hinc et inde compressiusculis et m- 
distincte furfuraceis, pilis rigidis glandulosis sparse inspersis, de- 
mum teretiusculis et glaberrimis, fusco-cinereis; foliis 2-3 em. longo 
petiolatis, coriaceis, basi cordato-emarginatis vel late rotundatis, 
5-nervatis, apice subacuto-obtusis, nerviis transversalibus c. 5-8 mm, 
inter sese distantibus, supra primum sparse setulosis et inter setu- 
lis sparse minuteque stellato-puberulis, demum area marginalem 
excepta subglabris vel sparse setulosis et glandulosis, subtus te- 
nuissime et subindistincte puberulis et ad nervos sparse rigido 


158 Melastomáceas 


cerdosis et glandulosis; petiolo supra canaliculato et praecipue in 
parte superiore sat dense rigidoque glanduloso-setuloso; paniculis 
terminalibus, trichotomo-ramosis, glabris, ramis erecto-patulis; flo- 
ribus subsecundis, sessilibus, minute bracteolatis; calyce glaberrimo 
et brunnescenti, tubo anguste campanulato, limbo membranaceo 
integerrimo, leviter dilatato et extus indistincte minuteque 5- 
tuberculato-dentato; petalis patulis, pallido-roseis, subovovatis et 
tortis, apice subtruncatis, calyce subaequilongis; staminibus albi- 
dis, glabris; antheris lineari-acuminatis, antice albo-flavicantibus 
et postice fuscescentibus, apice uniporosis; ovario glabro, purpu- 
rascenti, vertice minutissime acutoque 10-denticulato; stylo glabro 
superne incurvo, stigmate subpeltato. 


Comissão Rondon: — n.º 1170, KUHLMANN, entre Cuiabá 
e Porto Velho, Rio Arinos, 11-12. 


Tabúla no di ie E 


Arbustiva de 1-2 metros de altura, de logares humidos; caule 
glabro, ramos ascendentes um pouco comprimidos dos lados e às 
vezes esparso cerdosos-glandulosos, mais tarde glabros e fusco- 
arroxeados; folhas rijas, coriáceas, ovais, raro agudas no ápice e 
na base cordato-arredondadas, 5-nervadas, transversalmente venu- 
losas, na face superior quando novas esparso e patente cerdoso- 
glandulosas e tênuemente aspergidas de esparsos e minúsculos pêlos 
estrelados, mais tarde, com excepção da zona juxta-marginal sem- 
pre híspido-pilosa, glabras, no dorso recobertas de ténue e quási 
imperceptível pubescência e sôbre as nervuras esparso e patente 
cerdosas e glandulosas, de 8-14cem. de comp. por 6-9cm. de lar- 
gura, sôbre pecíolos furfuráceo-arroxeados, canaliculados e especial- 
mente na parte superior cerdoso-glandulosos, de 2-3 cem. de comp.: 
inflorescências paniculadas, terminais, glabras, de 20 cem. de comp. 
com os rámulos ascendentes e pouco patentes e flôres 5-meras, 
sésseis, quási unilaterais sôbre os rámulos; calyx glabro, tubo es- 
treito-campanulado, de 5-6 mm. de comp. de limbo inteiro e trun- 
cado, pouco dilatado, de 1-1,5 mm. de comp. com 5 minúsculos dentes 
tuberculiformes na parte exterior, depois da ântese um tanto am- 
pliado, glabro e fusco-acastanhado depois de sêco; pétalos roxo- 
claros, patentes e um tanto torcidos, de 7mm. de comp. e 3mm. 
de largura; estames 10, com filamentos de 5mm. de comp.; an- 
teras lineares e acuminadas, de 6mm. na face anterior alvo-ama- 
reladas e na posterior um tanto acastanhadas e providas de um 
calo alongado; ovário trilocular, inferiormente até quási ao meio 
concrescido com o tubo calicino, no ápice coroado de um anel 
que tem dez pequenos dentes; pistilo glabro, na parte superior 
espessado; estigma quási peltado; fruto de 1 cm. de comp. e 8mm. 
de diâmetro. 

Das espécies afins distinguida pela forma das folhas e reves- 
timento em geral. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fase. V 159 


Clidemia, D. Don. 
Clid. tiliaefolia, D. (. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 472). 


Jardim Botânico: — n.º 2777 (KUHLMANN 19), Manaus, 
Amazonas, em 10-912. 


Arbusto de crescimento erecto, facilmente distinguido da Cl. 
hirta, D. DON. pelas folhas mais ovais e revestimento esparso glan- 
duloso entremeado de minúsculos pêlos estrelados; calyx mais se- 
tuloso e sétulas glandulosas; pecíolo basto crespo-hirsuto na parte 
superior e os pétalos de até 9mm. de comp. 


Clid. hirta, D. Don. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 473). 


Horto Oswaldo Cruz: — n.º 4214, HogHNE, Mundo Novo, 
Rio de Janeiro, em 1-7-20 e n.º 296, IDEM, idem, em 10-7-1%; — n.º 
5039, IDEM, Serra do Caraça, Minas, em 18-1-21; — n.º 5988 (BRADE 
n.º 5041), Ribeira, Iguape em 11-910 e (do mesmo n.º 7444), Campo 
Grande, S. Paulo, 4-914. 


Museu Paulista: — n.º 1647, LOFGREN, Piruíbe, S. Pau- 
lo, em 31-10-891; — n.º 3139, IDEM, beira da praia, S. Se- 
“bastião, S. Paulo, em 27%-8-95 (dada como Clid. bullosa, Can. de 
que se aparta pelas folhas não ou parco bulosas e especialmente 
pelos segmentos calicinos, exteriores muito mais longos que os 
internos); — n.º 2738, LOFGREN ET EDwALL, Xiririca, S. Paulo, 
15-10-894 (det. como Cl. dentata, Don. que se afasta pelo formato 
das folhas. Alêm disto esta espécie é das regiões sul-americanas 
septentrionais). 


Jardim Botânico: — n.º 7240 (Frazão), Gávea, Rio de 
Janeiro, 6-916, s-d.; — n.º 870, s-A. Jardim Botânico, Rio de Ja- 
neiro, s-d.; — n.º 825, IDEM; — n.º 679, IDEM e 820 s-ind, 


Hervá rio Hoehne: — n.º 603, HogHNE, Morro dos Cabritos, 
Rio de Janeiro, em 5-914. 
Comissão Rondon: — n.ºs 5057, 5058 e 5072, HoEHNE, 8. 


Manoel, Amazonas, no Rio Tapajoz, em 2-912 en.ºs 1149 e 1150, 
KUHLMANN, margens do Rio Arinos, Mato-Grosso, em 11-914. Esta da 
variedade elegans, GRIES., à que ainda pertencem os números 930, 
(CAPANEMA), sind. e 613 (BARBOSA RODRIGUES), Pará, 14-7-872, 
do Jardim Botânico. 


Vulgo « Pixirica». Arbusto erecto ou decumbente; folhas cor- 
diformes e patentes, ornados de ténues pêlos estrelados; flôres em 
pequenos panículos divaricados, axilares, pálido-róseas; os extre- 
mos dos ramos e calyx em regra mais ou menos avermelhados. 
Frequente em quási todo o Brasil e vizinhanças, até ao México. 
O facto do não concrescimento do calyx com o ovario, nesta es- 
pécie, só é observado durante a ântese, mas mesmo então nem 


160 Melastomáceas 


sempre êle é porêm completamente livre; às vezes é concrescido 
em sua base com aquele; as cápsulas são soldadas ao tubo ca- 
licino até perto do ápice. Os pétalos em muitos dos exemplares 
aqui citados são de apenas 6 mm. de comp. 

A variedade elegans, GRIESB. que encontrámos entre o material 
do Jardim Botânico e no da Comissão Rondon, possui pétalos 
de até 1em. de comp. e distingue-se ainda pelo porte mais erecto 
e forma das folhas. Os recolhidos pelo Sr. KUHLMANN são ainda 
caracterizados por terem as mesmas mais ovo-cordiformes e de 
margens grosso-crenadas e mais bastamente estrelado-pubérulas en- 
tre as longas cerdas patentes; é perfeitamente possível que estes 
tenham de ser mais tarde separados como pertencentes a uma espécie 
à-parte. 


Clid. suffruticosa, O. BERG. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 479). 


Horto Oswaldo Cruz: -— n.º 3605, HozgHNE, Biológica, 
Alto da Serra, S. Paulo, em 16-1-20; — n.º 1601, IDEM, Alto da 
Serra, S. Paulo, em 4-3-918; — n.º 5986 (BRADE 7445), Campo 
Grande, S. Paulo, 17-1-915. 


Museu Paulista: — n.º 3048, LórgRrEN, Campo Grande, 
nas barrancas da Linha Inglesa, entre Santos e S. Paulo, em 
1-5-95. 


Subarbustiva um tanto lenhosa, de caule e ramos às vezes 
mais prostrados e estoloniformes, de 20-50 cm. de comp. mais ou 
menos patente pilosos quando novos e mais tarde glabros; folhas 
ovais, 5-nervadas, de base arredondada, ápice agudo, em ambas 
as faces estrigilosas e pilosas, de 5-7 cm. de comp. e 2-3cem. de 
largura; flôres em curtas umbelas axilares de 1,5cm. em diã- 
metro; calya piloso-avermelhado com segmentos externos longos 
e estreitos; pétalos róseos. 


Clid. blepharodes, D. (. 
(CoGnNIAUX, ob. cit. pag. 479). 


Horto Oswaldo Cruz: -— n.º 3671, HogHNE, Biológica, 
Alto da Serra, S. Paulo, em 4-3-19 e ainda em 6-2-20; — n.º 5987 
(BRADE 6074), Ribeira, Iguape, 12-910. 


Museu Paulista: — n.º 3, EDWALL, Pirassununga, 10-906; 
— n.º 1602, LOFGREN, Piruíbe, epífita péndula, fl. alva, 28-10-91; — 
n.º 4152, IDEM, Praia Grande, Santos, no caminho para o porto 
Piassabussú, em 21-11-98. 


Jardim Botânico: -— n.º 697, s-A., Linha de Joinville, St. 
Catarina, em 28-12-882. 


Planta quási herbácea, epífita, comum nas matas higrófilas, 
aparecendo tambêm nas barrancas e pedras húmidas. Caule meio 
escandente ou rasteiro, radicifero e cá e lá espessado e mesmo 
tuberiforme; ramos e folhas, bem como pecíolos e inflorescências, 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fase. V 161 


recobertas de pêlos patentes e glandulíferos ou não em seu ápice; 
pétalos róseos, 

Dos múltiplos exemplares examinados, de que uma parte tinha 
folhas 5-plinervadas e outras as mesmas, 5-nervadas, uns com 
pêlos glandulíferos sôbre e calyx e os demais patentes e outros 
com êstes apressos e os do calya esparsos e não glanidulosos, 
não conseguimos separar os que poderiam pertencer a Cl. pa- 
rasitica, O. BERG. daqueles desta espécie em questão. Cremos por 
isto mesmo que ambas sejam idénticas, baseando-se esta última 
citada apenas em formas. Estas diferenças mencionadas foram 
observadas em exemplares procedentes do mesmo logar e tambêm 
em alguns de procedências diversas. 


“Clid. cubatanensis, HOEHNE (sp. nov.). 
(Ex sect. Staphidii, post 10 inserenda est). 


Frutex erectus, satis ramosus; ramis junioribus obscure te- 
tragonis cum petiolis pilis eglandulosis sat densis et erecto-paten- 
tibus densissime hirtellis, vetustioribus teretibus subglabratis as- 
perisque; foliis membranaceis, in eodem jugo saepius valde inae- 
qualibus sat longe petiolatis, ovato-ellipticis, raro oblongis vel obo- 
vatis, basi rotundatis vel obtusiusculis, apice subabrupte acuminatis 
quasi rostratis vel acuminatis, margine tenuiter sed bene distincte 
serrulatis et molle ciliatis, 5-7-nerviis, utrinque breviterque hirto- 
villosis, planis; paniculis majusculis, axillaribus et terminalibus, 
eracilibus et subsparsifloris, densiuscule glanduloso-villosis, pur- 
pureo-coeruleis, ramis saepius bi-trichotomis; floribus brevissime 
pedicellatis, interdumque subsessilibus, 5-meris, basi imperceptibile 
bracteatis; calyce villis glandulosis sat longis densissime hirsuto, 
tubo campanulato, superne constricto, lobis interioribus obsoletis, 
dentibus exterioribus minutissimis et rotundatis, dense villosis et 
setuloso glandulosis, tubum 4-5-plo brevioribus; petalis obovatis, 
apice rotundatis, roseis; staminibus aequalibus, glabris; antheris 
lineari-oblongatis, levissime acuminatis, connectivo infra loculis nom 
producto, basi postice ecalcarato; ovario usque ad basin libero 
et superne ultra medium longe villoso-setuloso, triloculari; stylo 
elabro, longiuscule, apice abrupte et minute capitellato, 


Horto Oswaldo Cruz: — n.º 1751, HorHNE, Biológica, 
Alto da Serra, em 4-11-19 e 6-4-18, etc. 

Museu Paulista: — n.º 1671, LUDERWALDT, Cajurú, Alto 
da Serra, S. Paulo, em 25-3-910. 


Jardim Botânico: — n.º 2026 (TAMANDARE DE TOLEDO), 
Alto da Serra, S. Paulo, em 3:913; — n.º 10787 (FrRAzÃo), idem 
1917, s-d.; — n,º 4486 (LUDERWALDT n.º 1671), idem, idem, em 
3-910. 

Pábula n.º dy figo 2: 


Esta planta que a julgar pela procedência do material encon- 
trado, parece ter uma área de dispersão bastante limitada, deve 


1 


162 Melastomáceas 


ter sido confundida pelo Dr. RECHINGER (Erg. der Bot. Exp. der 
Kaiserl. Akadem. der Wissenschaften nach Súdbr. (1908), pag. 264), 
com a Clid. japurensis, D. O. que tem sua distribuição ao norte 
do Brasil até a Colómbia. De facto parece existir grande afinidade 
entre as duas plantas; a nossa distingue-se logo à primeira inspee-. 
ção, pelas folhas 5-7-nervadas e de base regular e não assimétrica 
e 5-7-plinervadas, como o são as daquela. Alêm disto, deve-se notar 
que o ovário desta planta é revestido acima do meio e a inflo- 
rescência é mais bastamente recoberta de pêlos glandulosos e roxo- 
azulada em estado vivo e os pétalos, então, são róseos ou al- 
vacentes. 

Arbusto da mata higrófila, com ramos finos e delgados, re- 
cobertos bastamente de pêlos erecto-patentes quási vilosos, porêm 
eglandulosos; folhas membranáceas, ovais ou oblongo-ovaladas, 
sôbre pecíolos basto-vilosos de 1,5-5 em. de -comp., limbo na base 
arredondado ou mesmo um tanto obtuso-agudo e ápice quási 
abruptamente acuminado ou rostrado, margens distintamente ser- 
rilhadas e molemente ciliadas, 5-7-nervadas, em ambas as faces re- 
cobertas de pêlos ligeiramente patentes e moles, geralmente de- 
siguais em cada jugo, as maiores de 10-15 em. de comp. por 6-8 em, 
de largura e as menores 1/, menores que êstes, quando vivas verde- 
escuras, depois de exsicadas no dorso um tanto acinzentadas, e 
negros por cima, inflorescências axilares ou terminais, em. vivo roxo- 
azuladas, depois de sêcas escuras ou negras, bastamente viloso- 
elandulosas, ramificadas e de 5-15em. de comp.; flóres curto-pe- 
diceladas ou sésseis, 5-meras; calya roxo-azulado, longo crespo- 
viloso-glanduloso, tubo campanulado, de 3-5 mm. de comp. e segmen- 
tos internos nulos e externos 4-5 vezes menores que o tubo; pétalos 
alvos ou róseos, obovais, ápice arredondado, de 4mm. de comp. 
elabros; estames iguais entre si; anteras oblongo-lineares, ama- 
relas, acuminadas; conectivo não prolongado abaixo dos lóculos 
nem calcarado; ovário trilocular, livre até a base e do meio para 
cima recoberto de pêlos moles; pistilo delgado, longo, ápice abrupta- 
mente atenuado e levemente capitelado. 


Clid. neglecta, D. Don. 
(CoOGNIAUX, ob. cit. pag. 483). 


Horto Oswaldo Cruz: — n.º 4848, HorHNE, St. Bárbara, 
Minas-Gerais, em 8-1-21. 


Museu Paulista: — n.º 3350, LórgRrEN, Cubatão, S. Paulo, 
em 18-10-896 (det. como Clid. tiliaefolia, D. C. que até agora só. 
tem sido registada para o alto Amazonas, Pará, Guianas, Perú, etc. 
e que se aparta pelas folhas não bulosas nem foveoladas e peios 
segmentos internos do calyx menos distintos). 


Comissão Rondon: — n.ºs 6321 e 6322, HogHNE, Margens, 
da Lagoa Santa, Minas-Gerais, em 11-915, onde a planta foi tam- 
bêm encontrada pelo Professor WARMING. 


Jardim Botânico: — n.º 4715 (AQ. LISBOA), Cururupú, 
Maranhão, em 8-1914 e n.º 822, s-ind. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. V 163 


Arbusto erecto, ramoso, patente piloso e às vezes glanduloso, 
de 15-30 dm. de altura; folhas ovais, 5-nervadas, na face superior 
buloso-estrigilosas e por baixo algo foveoladas e entre os pêlos 
esparso tenuemente estrelado-pilosas, em cada jugo de tamanho 
desigual, a maior de 10-15. por 5-8 cm. e a outra a metade menor, 
- porêm de forma semelhante, margens tênuemente crenulado-den- 
teadas e longo-cilioladas; flôres de 1-1,2cem. de diâmetro quando 
bem abertas, alvas, calya glanduloso-piloso com os segmentos ex- 
teriores pouco mais curtos que o tubo e os internos concrescidos 
com êles e arredondados no ápice, mais curtos e ciliados; racimos 
terminais e axilares de 3-8cm. de comp. 


Clid. Kuhlmannii, HogHNE (sp. nov.). 
(Ex. sect. Staphidii, post 11 inserenda est). 


Fruticosa erecta; ramis teretiusculis, superne non compressis, 
junioribus petiolis pedunculis calycilusque dense stellato-tomento- 
sis et inter tomentum pilis glandulosis sparsis patentibus ornatis, 
vetustioribus glabratis vel scabrisculis; foliis breviuscule petiolatis, 
rigidiusculis stu membranaceis, in eodem jugo saepius aequalibus 
vel paullulum inaequalibus, ovatis, basi rotundatis vel subcordatiis, 
apice acutis et brevissime acuminatis, margine minutissime den- 
ticulatis subserrulatis et brevi-ciliatis, 5-nerviis, supra planis et 
brevissime subsparseque patenti-setulosis, subtus densissime stel- 
lato-tomentosis et ad nervos sparsissime patenti-setulosis; paniculis 
terminalibus raro axillaribus, laxifloris, saepius recurvis vel subnu- 
tantibus; floribus 5-meris, sessilibus vel brevissime pedicellatis, basi 
minutissime bibracteatis; calycis tubo suburceolato, levissime con- 
tricto, extus dense stellato-tomentoso et glanduloso-setuloso, Jobis 
internis obovato-rotundatis, apice longe setulosis, margine ciliatis, 
intus sparse stellato-pilosis, exterioribus subsubulatis cum interio- 
ribus concrescentibus et duplo longioribus tubo paullo brevioribus; 
petalis anguste obovatis, apice rotundatis; antheris lineari-subu- 
latis, connectivo infra loculos non producto, inappendiculato; ovario 
triloculari, apice minutissime setuloso; stylo glabro, brevi apicem 
versus aequicrasso. 


Jardim Botânico: — n.º 3487 (KUHLMANN n.º 501), Bôa 
Vista, Alto Rio Branco, Amazonas, em 6-913. 


Tábula n.º 18 fig. 1. 


Arbusto de logares húmidos, ramos divaricado patentes, quando 
novos como os pecíolos, parte dorsal das folhas, inflorescências e 
calyx, bastamente recobertos de curtos pêlos estrelados entremeados 
de pêlos glandulígeros mais longos e esparsos, mais abundantes 
sobre o calyx; pecíolos de 1-1,5cm. de comp.; limbo oval, base 
arredondada ou um tanto cordada, ápice algo acuminado ou agudo, 
por cima esparso-setuloso e por baixo basto-estrelado-tomentoso 
e mais esparso-setuloso sôbre as nervuras, 5-nervado e plano, mar- 
gens tenuemente serrilhadas e curto ciliadas, de 6-11 em. de comp. 
por 4-7 cm. de largura abaixo do meio; panículos florais esparsíflo- 


164 Melastomáceas 


ros, terminais ou axilares, geralmente nutos ou recurvado-penden- 
tes: flóres 5-meras, sésseis ou curtíssimo pediceladas, com duas 
pequenas brácteas na sua base; calya oblongo-urceolado, por fora 
basto estrelado-tomentoso e piloso-glanduloso, tubo de 3-3,5 mm. de 
comp. um pouco contraído na fauce, lobos internos, arredondados, 
com margens ciliadas e ápice longo-setuloso, concrescido com os ex- 
teriores e a metade mais curtos que êles, que são aciculares e um 
pouco mais curtos que o tubo; pétalos obovais, obtusos, reflexos ou 
patentes, glabros, de 3 mm. de comp.; estames 10, iguais, filamentos 
clabros e anteras de base inapendiculada, lineares, de 2,2mm. de 
comp.; ovário quási até ao ápice concrescido com o calyx e dah 
para cima esparso-setuloso, trilocular; pistilo glabro e de igual 
orossura até ao ápice. 

Da Clid. neglecta, D. Don. esta planta se afasta especialmente 
bem pelo tamanho das folhas e pelo revestimento em geral e cara- 
cteriza-se muito bem pela forma e posição das inflorescências pen- 
dentes. Em estado sêco ela é acinzentado-fusca; os pêlos glandulo- 
sos mui esparsos entre o tomento estrelado a distinguem de tôdas as 
afins, 


Clid. umbonata, D. €. 
(CoGNIAUX, ob. cit. pag. 488). 


Comissão Rondon: — n.ºs 2504-2506, HogHNE, Coxim, Ma- 
to-Grosso, em 6-911. 


Arbusto de 1,5-2 metros de altura, ramoso, com os ramos, fo- 
lhas, pecíolos e inflorescências bastamente recobertas de curtos pê- 
los estrelados e em consequencia amarelo-tomentosas, entre êste to- 
mento com pêlos mais longos de ápice estrelado; folhas ovo-cordifor- 
mes, ápice agudo ou acuminado e margens irregularmente denteadas 
ou crenadas, com 7 nervuras, por cima, híspido pilosas e bulosas e 
por baixo basto-estrelado-tomentosas e foveoladas, de 1-1,5 em. de 
comp. e 710 cem. de largura, quando exsicadas amarelentas; flóres 
sésseis em panículos axilares e quási nos extremos dos rámulos, 
alvas (e não purpúreas como são descritas). Os panículos atingem 
de 5-8cem. de comp. 


Clid. bullosa, Can. 
(CoGNIAUX, ob. cit. pag. 490). 


Comissão Rondon: — n.ºs 2418 e 2419, HoEHNE, Coxipó 
da Ponte, Cuiabá, Mato-Grosso, em 3-911. | 
Jardim Botânico: —n.º 5983 (CAPANEMA, s-n.), e n.º 6167 


(LUETZELBURG n.º 1777), Rio Preto, Baia, em 19-12, s-d. 


Esta espécie distingue-se da precedente, não tanto pelo reves- 
timento entremeado de pêlos glanduliferos e folhas mais acuminadas, 
como pelas flôres menores, inflorescências mais laxífloras e mais 
delgadas, petalos arroxeados (não alvos como descritos, pecíolos 
mais longos, 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. V 165 


Convêm notar que, tanto em uma, como em outra destas es- 
pécies, aparecem pêlos glandulosos entre o tomento formado de mi- 
núsculos pêlos estrelados e que na Cl. umbonata, D. C., mais que 
na presente, surgem, alêm destes, pêlos terminados em uma ponta 
quasi pinceliforme ou estrelada. Não podemos deixar de reconhecer 
que não encontramos caracteres nítidos para distinguir esta planta 
da Cl. pustulata, D. C., nem mesmo com o auxilio das respectivas 
estampas, expostas na Flora Brasiliensis. 


Clid. longisetosa, HOEHNE (sp. nov.). 
(Ex. sect. Staphidii,). 


(Obs.: A julgar pela descrição da Clid. capitata, BTH, esta planta 
poderia ser tambêm colocada na secção Capitellaria, não fôsse ela 
5-6-mera e não tivesse os segmentos calicinos exteriores mais lon- 
gos que os internos, etec.). 

Frutex usque ad im. altus; ramis teretiusculis, junioribus pe- 
tiolis, inflorescentiis calycibusque longe patenteque rijo pilosis et 
inter pilis brevissime sparseque stellato-tomentosis, siccis superne 
lutescenti-ferrugineis et in partibus adultis fusco-ferrugineis; foliis 
brevissime petiolatis, ovatis vel ovato-lanceolatis basi rotundatis 
vel obtusisuculis levissime attenuatis, apice acutis, margine minute 
denticulatis et ciliatis, raro integerrimis, 5-nerviis, supra densiuscule 
breve patenteque setulosis, setulis inferne paullulum incrassatis, 
subtus densissime pilosis subsetulosisque praecipue ad nervos; flo- 
ribus 5-6-meris, sessilibus, bracteis minutis munitis, in racemis aphyl- 
lis axillaribus dense capitatis; bracteis oblongatis, extus margini- 
busque dense longissimeque rijo pilosis subsetulosisve et inter setas 
sparse adpressoque stellato-tomentosis; calyce extus longe setuloso- 
piloso et tomentoso; tubo campanulato, lobis interioribus triangu- 
laribus ovatis, obtusis cum exterioribus concrescentibus et bre- 
vioribus, exterioribus triangularibus tubo paullo brevioribus, sed 
inter villis paullo distinctis; petalis subspathulatis, apice oblique 
rotundatis et levissime emarginatis; staminibus 10 vel 12, subae- 
qualibus, glabris antheris crasse linearibus, basi subtruncatis et 
non productis, antice indistincte emarginatis, postice incrassatis 
et obscure obtuseque calcaratis, apice paullulum acuminatis, loculis 
distincte ondulatis; ovario usque ad apicem cum tubo calicino con- 
crescenti, 3-loculari, apice leviter glanduloso-setuloso; stylo linear, 
apice truncato. 


Comissão Rondon: — n.ºs 1142-1144, KUHLMANN, S. Flo- 
rêncio, Rio Tapajoz, Amazonas, em 1-915. 


Tábula n.º 18 fig. 2. 


Arbusto de até 1 metro de altura, crescendo nos depósitos de 
humus e areia que se acumulam nas enchentes entre as pedras 
das cachoeiras. Ramos roliços e como os pecíolos, verso das folhas 
e inflorescências, recobertos de pêlos rijos, patentes e um tanto 
crespos e entre êstes esparsamente estrelado-toméntosos, quando 
sêcos castanho-ferrugíineos nas partes mais velhas e amarelo-fer- 


166 Melastomáceas 


rugíineos nas mais novas; folhas ovais até ovo-oblongadas ou lan- 
ceolares, rijas, sôbre pecíolos de 5-15mm. de comp., patentes, 
b-nervadas, por cima regularmente setulosas, com as cerdas de 
base espessada e por baixo esparso-setulosas e especialmente sôbre 
as nervuras, em estado exsicado mais escuras na face superior 
e áureo-amareladas ferrugíneas na dorsal, margens denteadas. e 
ciliadas, ao todo de 5-10cem. de comp. por 3-6cm. de largura; 
inflorescências axilares, bem patentes e quási capitadas, sôbre pe- 
dúnculos de apenas 1 cm. de comp.; flôres sésseis, muito agregadas, 
as inferiores sostidas por brácteas oblongadas é como o calyx 
revestidas no dorso e margens de longas cerdas rijas bem patentes 
e entre estas semeadas de minúsculos pêlos estrelados muito es- 
parsos, de 5-7 mm. de comp. e 2mm. de largura, tendo os cílios 
marginais não raro até 7 mm. de comp. as flôres superiores sostidas 
por bractéolas menores com o mesmo revestimento piloso; calya 
longo setuloso e tambêm entre as cerdas estrelado-piloso; tubo cam- 
panulado, de 5 mm. de comp. e 4mm, de diâmetro na fauce; segmen- 
tos geralmente 5 até 6, os interiores concrescidos com os exteriores, 
obtusos e a metade mais curtos que êles, êstes erecto-patentes, 
acuminados, pouco mais curtos que o tubo e como êle longo- 
setuloso, pouco perceptíveis devido aos citados pêlos; pétalos es- 
patulares, obliquamente truncados no ápice, alvos, glabros, plu- 
rinervados, de 7mm. de comp. e 4-5mm, de largura; estames 
10 a 12, iguais ou quási semelhantes, glabros, filamentos de 4-5 mm, 
de comp.; anteras crasso-lineares, não prolongadas abaixo dos ló- 
culos, na base truncadas, anteriormente levemente bilobadas e pos- 
teriormente crasso-calcaradas e placentadas, lóculos undeados, de 
2mm. de comp. e 0,5mm. de espessura no meio e 0,7 na base; 
ovário completamente concrescido com o cala, trilocular, no ápice 
coroado de cerdas chatas, na base e ápice glandulosas; pistilo 
delgado, glabro, de ápice truncado e mais curto que os estames. 

A julgar pela descrição esta planta deve ter grande afinidade 
com a Cld. capitata, BTH.; têm assim as flôóres em capitéis quási 
elipsoides, sôbre pedúnculos curtos. e axilares, revestidas de longos 
pêlos; folhas mais geralmente 5-meras e os detalhes delas maiores 
em todos os sentidos que os da citada espécie. 


Clid. rubra, MART. 


(COGNIAUX, ob. cit. pag. 499). 


Museu Paulista: — S-n., LÓFGREN, Juqueri, S. Paulo, em 
17-12-97. 
Jardim Botânico: — n.º 3488 (KUHLMANN n.º 491), Re- 


tiro da Serra da Lua, Rio Branco, Amazonas, em. 8-918. 


Arbusto de 50-100cm. de alt. com os ramos erecto-patentes 
basto e um tanto apresso longo-vilosos, amarelados; folhas curto 
pecioladas, ovais, 5-7-nervadas, margens irregularmente denteadas 
por cima esparso e por baixo basto hirsuto-tomentosas, de 6-10 em. 
de comp. por 3-6cem. de largura; Íflôres 4-meras, em fascículos 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fase. V 167 


axilares; calyax basto-viloso, dentes exteriores aciculares e internos 
ovais concrescidos com os últimos e mais curtos que êles; pétalos 
alvos e anteras roxas, depois de exsicadas, os primeiros amarelados 
e as últimas vermelhas. Este último facto parece ter motivado o 
nome para a espécie. 


Clid. rubra, MART. var. ursina, HOBHNE (var. nov.). 
(Reunir à precedente). 


Frutex erectus, caule simplici vel parece ramoso, usque ad 
50em. alt. dense longeque rubro-ferrugineo-villoso; foliis ovo-el- 
lipticis vel ovo-lanceolatis, 5-7-nervatis, utrinque longeque ursino- 
villosis, 4-6cm. longis et 2,5-3 cm. latis. 


Comissão Rondon: — n.ºs 2406-2409, HogHNE, Ponte de 
Pedra, nas margens do Rio Xacuriu-iná -(Sacre) — Chapadão dos 
Parecis, Mato-Grosso, em 4-911. 


bulas mio o mes 


Arbusto pequeno de 50 em. de altura, que se distingue do tipo 
da espécie pelo revestimento ursino-viloso do caule e das folhas, 
sempre mais ou menos ferrugíneo sôbre o primeiro e amarelado 
nas últimas. 


Clid. Francavillana, Can. 
(CoGnNIAUX, ob. cit. pag. 502). 


Jardim Botânico: — n.º 10852 (DuUckKE), Almeirim, Pará, 
6-7-19, margens da mata no campo alto da Velha Pobre. 


Esta planta aproxima-se igualmente bastante da precedente 
pela côr das flôres; tem, porêm, folhas maiores e menos ursinas. 
No material presente estas últimas têm a base quási arredondada; 
estames e ânteras vermelhas e pétalos amarelos depois de sêcos. 


“Clid. pussiliflora, HOBHNE (sp. nov.). 


(Ex sect. Sagraeae, post 41 inserenda est). 


Frutex silvestris. Ramis teretiusculis, junioribus petiolis inflo- 
rescentiis calycibus pilis patulis longiusculis apice stellato-pluripar- 
titis sat densis vestitis demum subglabratis asperis; foliis membra- 
ceis, 5-10 mm. longo petiolatis, obovatis, vel obovato-oblongatis, basi 
angustatis et minuto emarginato-cordatis rotundatis, apice sub- 
abrupte longiuscule acuminatis, margine minutissime denticulatis et 
sparse adpressoque ciliatis, praetermisso utroque nervulo submargi- 
nali trinervilis, supra et subtus glabris, raro subtus ad nervos te- 
nuissime sparseque stellato-furfuraceis, nerviis lateralibus prope api- 
cem cum centralem confluentibus; pedunculis saepius terminalibus 
raro axillaribus, satis garcilibus et levissime flexuosis dense longis- 
simeque stellato-tomentosis, ramulis trichotomis; floribus 4-meris, 
sessilibus vel brevipedicellatis, basi pluri et minute bracteatis, ad 


168 Melastomáceas a 


apicem ramulorum 3-4 ageregatis; bracteis anguste triangularibus 
subacicularibus, abr is, patulis et scariosis; margine praecipue prope 
basin ciliata, calyce anguste campanulato suboblongato, distincte 
4-Jobato, lobis interioribus brevioribus, membranaceis, obtusis et gla- 
bris, exterioribus subsubulatis, erectis, duplo longioribus quam in- 
ternis et tubum demidio brevioribus; petalis anguste obovatis, apice 
rotundatis; staminibus 8, aequalibus, antheris lineari-acuminatis, 
apice minute porosis, loculis levissime undulatis, basi inappandicu- 
latis rotundatisque; stylo apice minute capitato. 


Comissão Rondon: — n.ºs 5093-5095, HOEHNE, Rio Tanga 
perto de S. Manoel no Amazonas, 2-912. 


Tabula n.º 19 fig. 2. 


Arbustinho das matas juxtalluviais, de ramos finos, quando no- 
vos com os pecíolos inflorescências e calyax bastamente recobertos de 
pêlos estrelados de ápice quási pinceliforme, mais tarde despidos 
e um tanto áspero; folhas membranáceas, quási sésseis ou sôbre 
pecíolos de 5-10mm. de comp. de limbo oboval ou oblongado, na 
base atenuado e arredondado até ligeiramente emarginado-cordado, 
ápice acuminado de perto, fazendo excepção das ténues seudoner- 
vuras marginais distintamente trinervado, nervuras laterais con- 
fluentes com a central antes de alcançarem o ápice, em ambas as 
faces glabro, raro sôbre as nervuras na face dorsal um tanto fur- 
furáceo-estrelado, margens tênuemente serrilhadas e um tanto apres- 
so-ciliadas, ao todo de 12-22 em. de comp. por 5-10cm. de largura; 
inflorescências paniculadas, delgadas, nos extremos dos ramos ao 
lado dos novos rebentos e como êles um tanto flexuosas e às 
vezes recurvadas e basto estrelado-tomentosas, de 5-10 em. de comp.; 
flôres 4-meras, sésseis ou curto-pediceladas, em grupos de 2-4 nos 
extremos dos rámulos, na base geralmente pluribracteadas; brá- 
cteas glabras, com margens na base ciliadas, quási aciculares, de 
1,5, 2,5 mm. de comp. e 0,5 mm. de largura na base; calyax estreito 
e campanulado ou alongado, basto-estrelado-tomentoso, tubo de 1,5 
mm. de comp. e na fauce de 0,7 mm, de largura, lobos internos mem- 
branáceos e obtusos, glabros, a metade mais curtos que os externos, 
êstes aciculares, erectos basto estrelado-tomentosos a metade mais 
curtos que o tubo; pétalos angusto obovais, obtusos, de 1,2 mm. de 
comp.:; estames 8, iguais entre si, glabros; anteras linear-acumina- 
das, lóculos um tanto úndulados, desprovidas do conectivo e de 
apéndices, de 2 mm. de comp. e 0,5 mm. de diâmetro; pistilo glabro, 
do comprimento dos estames, no ápice levemente capitelado. 

Pela posição das inflorencências e forma dos pétalos esta planta 
poderia caber entre as Miconias; quanto aos detalhes vegetativos 
e porte ficaria entretanto melhor entre as Leandras, mas cabe 
bem entre as Clidemias, justamente por êstes caracteres e demais 
detalhes florais supra descritos; entre elas se distingue espe- 
cificamente pela forma do calyax e dos pétalos, nervação das folhas, 
revestimento, posição e forma das inflorescências. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. V 169 


Bellucia, Necx. 


Bell. grossularioides, TRIANA. 
(CoOGNIAUX, ob. cit. pag. 512). 


Comissão Rondon: -— n.ºs 5239 e 5240, HoEHNE, S. Ma- 
noel, no Rio Tapajoz, Amazonas, em 2-912; — n.º 2474, KUHLMANN, 
(GENERAL RONDON leg.), Rio Manoel Correia, cabeceira principal 
do S. Miguel, perto do Bicentenário de Cuiabá, em 8-4-19, 


Jardim Botánico: — n.º 16566 (Ex Com. RONDON), supra 
citado e n.º 3023 (KUHLMANN 281), Jaru, Rio Branco, Amazonas, 
em 1-913. 


Árvore de 2-3 metros de altura; folhas ovo-elípticas, base ar- 
redondada, sôbre pecíolo de 3-4em. com cinco nervuras, de que 
o segundo par nasce da central 1 cem. acima da base do limbo 
e de que o par externo é mais curto; nervuras secundárias quási 
paralelas, quando adultas glabras e novas têenuemente pubescentes 
no lado dorsal, ápice agudo, ao todo de 15-20em. de comp. por 
10-15cm. de largura; flôres grandes, alvas, axilares, solitárias ou 
aos pares; calyx amplo e limbo irregularmente partido em diversos 
lobos, de 2em. de comp. e largura; pétalos alvos, de 17-20mm. 
de comp. e de 10-12mm. de largura; estames 14-16, com filamen- 
tos erectos, espessados e anteras quási ovais, espessas e car- 
nosas; ovário com mais de 10 lóculos; fruto baciforme, comestível, 
de côr amarela, vulgarmente conhecido pelo nome de « Araçá de 
anta» ou « Mubá» e de sabor agradável. Planta apreciada pelos 
frutos e recomendavel como árvore de adorno ou de sombra. 


Bell. brasiliensis, NAUD. 
(CoGNIAUX, ob. cit. pag. 513). 


“JardimBotânico: — n.º 2776 (KUHLMANN 104), Caracaraí, 
Amazonas, em 11-12. 


Árvore pequena; flôres axilares, alvas. Distinguida da pre- 
cedente pelas folhas menores e de ápice mais acuminado e dorso 
côr de chocolate. 


Loreya, D €. 


Lor. Spruceana, BrH. 
(CocNIAUX, ob. cit. pag. 522). 


Jardim Botánico: — n.º 10856 (DUCKE), Rio Tajapuru, 
terra firme, Amazonas, em 27-9-19. 


Árvore grande de mais de 15 metros de altura; folhas grandes 
5-plinervadas, ovais, de até 2dm. de comp. e 12cem. de largura. 


170 Melastomáceas 


O material presente (já classificado), tem as folhas menos 
furfuráceas, apenas os rebentos novos o são um pouco mais; tam- 
bêm as flóres não são fasciculadas tôdas, mas algumas dispostas 
em curtos cimos. No demais tudo concorda bem com a descrição. 


Henriettea, D. (. 


Henr.. stellaris, O. BERG. 


Jardim Botânico: — n.º 3026 (KUHLMANN 282), Jaru, 
Alto Rio Branco, Amazonas, em 2-913. 


Pequena árvore das matas; folhas 5-plinervadas, áspero-se- 
tulosas por cima e apresso-setulosas sôbre as nervuras da parte 
dorsal e entre estas ornadas de pêlos patentes na base estreliformes 
ciliados, sôbre pecíolos de 1-2 em. de comp., limbo de 10-20 em. por 
710em.; flóres nos nós das partes defoliadas dos ramos, agrupadas 
de 2-7 em seudo-verticilos; pétalos alvos e seríceo-tomentosos 
por fora; calyx apresso-setuloso-seríceo, amarelo por fora e basto 
seríceo-tomentoso e alvo por dentro do tubo na parte livre acima 
do ovário, de 5-6 mm. de comp. e 3-4mm. de largura, segmentos 
erectos de 3-4mm. de comp., ovário completamente soldado ao 
fundo do tubo calicino, com 5 lojas, ápice setuloso. 

O desenho das flóres, bem como a descrição delas, dá-nos a 
impressão de que o calya é menor, mas parece que as medidas 
do tubo foram tomados por dentro, em que correspondem com 
as dêste exemplar. Carácter específico é a forma dos pêlos que 
cobrem a parte dorsal das folhas entre as nervuras e a côr amar 
relada do cala. 


Henriettella, Nau. 


Henriettella Duckeana, HOEgHNE (sp. nov.). 
(Post n.º 1 inserenda est). 


Frutex, ramis teretiusculis, junioribus vel superne petiolisque 
setis brevissimis arcte adpressis dense scabridis, vestutioribus gla- 
berrimis laevibusque; foliis longe petiolatis, membranaceis, obo- 
vatis vel oblongo-lanceolatis, inferne attenuatis seu anguste rotun- 
datis, apice acuminatis acutis, margine distincte sed minutissime 
crenulatis et sparse breviterque ciliatis, 5-7-plinerviis, nerviis trans- 
versalibus bene distinctis, ad partem dorsalem supra nervos minute 
adpressoque setulosis caeterum sub lente minutissime furfuraceis 
et demum glabratis; floribus 5-meris, sessilibus, basi late bracteatis, 
in fasciculis sparsis saepius 3-5-floris ad ramulorum parte defo- 
liata arcte aggregatis; bracteis adpressis, minutissimis, ovatis, mar- 
cine ciliatis; calyce subglabro vel valde obscure-furfuraceo, tubo 
oblongato-campanulato, limbo 5-dentato; petalis oblongis, crassis, 
elabris, non acuminatis nec rostratis; staminibus glabris; antheris 
oblongis, levissime incurvatis, obtusis et non rostratis; stylo glabro. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fase. V 171 


Jardim Botânico: — n.º 10850 (DuckE, s-n.), Cachoeira 
do Mangabal, barrancos húmidos entre os morros, Rio Tapajoz, 
15-12-919. 


Tábula n.º 20 fig. 2. 


Arbusto pequeno, de 1-2 metros de altura, com ramos roliços, 
quando novos com os pecíolos bastamente recobertos de curtos pêlos 
fortemente apressos e côr de havana, mais tarde completamente 
elabros ou levemente furfuráceos ásperos; folhas membranáceas, 
sôbre pecíolos de 1-25cm. de comp. com limbo 5-7-plinervado, 
nascendo o par interno de 3-4cm. acima da base e o segundo 
de 0,5-1 em. daquele ponto da central, o par exterior muito próximo 
à margem e mais delgado que os demais, entre estas nervuras 
principais notam-se outras secundarias transversais quási paralelas, 
sôbre as nervuras em ambas as faces recoberto de curtos pêlos 
muito apressos e no demais ligeiramente furfuráceo, plano e liso, 
margens irregular e tênuemente crenuladas e ciliadas, na base 
atenuado e arredondado e no ápice acumimado de perto, de 10-17 em. 
de comp. por 5-9em. de largura; flôóres dispostas em fascículos 
de 2-6 na parte dos ramos já destituida das folhas, sésseis e muito 
agregadas, entre pequenas brácteas ciliadas e mui apressas; calyx 
campanulado até oblongado, glabro ou levemente furfuráceo, de 
3-4mm. de comp. de limbo truncado e pouco dilatado, de 2mm. 
de largura, com 5 pequenos dentes aciculares, de apenas 0,5-0,8 mm. 
de comp.; pétalos oblongo-ovalados, espessos e algo carnosos e 
no centro um tanto mais grossos, ápice agudo, porêm não rostrado 
nem acuminado, glabros, de 4mm. de comp. e 1,5mm. de largura, 
alvos e pouco patentes; estames 10, com filamentos ténues de 
3-5 mm. de comp., anteras lineares alongadas e algo incurvadas, 
em ambos os extremos obtusass, e não acuminadas, tão longas quanto 
os filamentos; ovário completamente concrescido com o tubo calicino 
e glabro como tambêm o é o pistilo. 

Pelo número das nervuras e revestimento das íolhas e dos 
ramos novos, dimensões das flôres, forma dos pétalos, etc. bem 
distinta das demais espécies conhecidas dêste interessante género. 


Ossaea, D €. 
Oss. angustifolia, TRIANA. 
(CoGNIAUX, ob. cit. pag. 542). 


Jardim Botânico: — n.º 190 (CAPANEMA), s-ind. (Prova- 
velmente dos arredores da Capital Federal). 


Arbusto lenhoso, de até 2 metros de altura, com os ramos erecto- 
patentes e quando jovens basto apresso-estrigilosos; «olhas 3-pli- 
nervadas ou quási 3-nervadas, estreijto-lanceolares, sôbre pecíolos 
de 0,5-1 cm. de comp. com limbo de 5-12 em. por 1-2 cem. por cima 
apresso-estrigiloso e por baixo curto tomentoso; flôres em glomé- 
rulos sésseis, basto e longo pilosas sôbre o calya, 6-meras, de 8-9 mm. 
de diâmetro, bracteadas. 


172 Melastomáceas 


Oss. brachystachya, TRIANA. 
(CocnNIAUX, ob. cit. pag. 548). 


Jardim Botânico: -— n.º 2717 (A. LISBOA), St. Maria Ma- 
dalena, Estado do Rio de Janeiro, em 1913, s-d. 


Arbusto de folhas estreitas, trinervadas; ramos patente pilosos 
e flôres em panículos delgados a metade mais curtos que as folhas 
e recobertos de pêlos amarelo-avermelhados bem patentes. 


Oss. confertiflora, TRIANA. 
(CoenIAUX, ob. cit. pag. 545). 


Horto Oswaldo Cruz: — n.º 5992 (BRADE 5036), Ribeira, 
Iguape, em 11-910. 


Jardim Botânico: — n.º 4593, s-ind. 


Arbustiva de ramos delgados, às vezes meio decumbentes, curto 
hirsutos; folhas Y-plinervadas raro 5-plmervadas, por cima esparso e 
por baixo mais basto vilosas, membranáceas, desiguais em cada 
jugo, as maiores de 15cm. de comp. por 4-8cm. de largura e 
as menores de apenas a metade ou dois terços dêste diâmetro, 
margens denteadas, ápice curto-acuminado e base um tanto arre: 
dondada; pecíolos de 2-5cem. de comp.; flôres em cimos curtos, 
axilares de apenas 1-2em. de comp. curto pediceladas, alvas: 
calya e pedúnculo ruivo-hirsutos. 


Oss. retropila, TRIANA. 
(CoenIaUX, ob. cit. pag. 546). 


Horto Oswaldo Cruz: -— n.º 5995 (BRADE 6826), Campo 
Grande, S. Paulo, em 11-913. 


Museu Paulista: — n.º 2746, LÓOFGREN ET EDWALL, Xi- 
rica, S. Paulo, em 16-10-94 (det. como Clidemia aphnantha SAGTH. 
var. drosera, CGnN.). 

Jardim Botânico: -—n.º 193, s-ind.; —n.º 2713, s-A. St. Mar 
ria Madalena, Rio de Janeiro (com inflorescências purpurescen- 
tes); — n.º 612, s-ind. (de folhas no dorso avermelhadas e pecíolos 
relativamente curtos, margens inteiras, no demais igual ao tipo e 
de acôrio com a descrição). 


Planta muito parecida em aspecto e forma com a Oss. amygda- 
loides, Tr. dela porêm distinguida pelas folhas tênuemente serri- 
lhadas nas margens e mais longas e pelas inflorescências menores 
e mais aglomeradas, mais curtas do que os pecíolos. 


Oss. amygdaloides, TRIANA. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 547). 


Horto Oswaldo Cruz: — n.º 5994 (BRADE 6079), Ribeira, 
Iguape, dada como Clidemia parasitica, O. BERG.), em 10-910. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. V 173 


Museu Paulista: — n.º 32, UsTERI, Jaraguá, S. Paulo, 
em 30-1-06; — n.º 1646, LóFGREN, Peruíbe, S. Paulo, em 31-10-91. 


Arbusto de ramos ascendentes esparso pilosos e folhas estreito- 
lanceoladas, sôbre pecíolos de 1-1,5cm. de comp., na face supe- 
rior, ténue e apresso setulosas e na dorsal curto e basto crespo 
vilosas quási tomentosas, de 7-12em. de comp. por 15-35mm. de 
largura; flôres em racimos laxífloros axilares; calyx basto hirsuto- 
setuloso. 


Var. ambigua, Un. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 548). 


Horto Oswaldo Cruz: — n.º 5993 (BRADE 5034), Ribeira 
de Iguape, 12-910 (dada como Leandra ionopogou, CGN.). 


Museu Paulista: — n.º 442, LOFGREN, Itapetininga, S. Pau- 
lo, em 10-12-87 (det.); — n.º 46, S-A. Caminho do Rio Claro, S, Paulo, 
em 21-10-01. 


Esta variedade tem alguma semelhança com a Oss. brachys- 
tachya, Tr. de que se aparta pelas folhas indistintamente 5-pliner- 
vadas e mais tomentosas no lado dorsal e inflorescências um pouco 
mais curtas. Característicos são os pêlos ruivos que cobrem as 
partes mais novas da planta. o 


Oss. sanguinea, Cn. 
(CoeNIAUX, ob. cit. pag. 549). 


Horto Oswaldo Cruz: — n.º 2003 (Campos NovaIs n.º 
511), Campinas, S. Paulo, em 5-918; — n.º 5989 (BRADE n.º 6072), 
Ribeira, Iguape, em 12-910. 


Museu Paulista: — n.º 10, UsTERI, Alto da Serra, S, Paulo, 
s-d. (dada como Clidemia conglomerata, D. C.); — n.º 3022 (Cam- 
POS NOVAIS 352), Campinas, S. Paulo, em S. Luciano, 10-894; — 
n.º 3157, Campos Novais, idem, S.. Paulo, em. 11-8-95 (det. como 
Oss. cuneata, CGN.). 


Jardim Botânico: -— n.º 457, s-ind. 


Arbustiva lenhosa; ramos glabros e angulosos, quando novos 
um tanto furfuráceos; folhas oblongo-lanceoladas, 5-plinervadas, es- 
parso e curto apresso-setulosas, de 1-2 dm. de comp. por 3-7 em. 
de largura, na face superior, excepção feita das nervuras, quási 
elabras; pecíolos longos; flóres em curtos cimos a caliya 
basto, longo e crespo setuloso. 


Oss. cuneata, Cn. 
(Ob. cit. pag. 550). 


Horto Oswaldo Cruz: —'n.º 5990 (BRADE 6071), Ribeira, 
* Iguape, 12-910. 


174 Melastomáceas 


ista espécie distingue-se da precedente pelas folhas mais mém- 
branáceas e na base mais cuniforme decurrentes pelo pecíolo. 


Oss. Duckeana, HogHNE (sp. nov.). 
(Post 12 inserenda est). 


Epiphyta; caule subvolubile, ramoso, tereti, hinc et inde ra- 
dicante; ramis junioribus petiolisque pilis rufis satis longis densius- 
cule vestitis (pilis demum dense albido-villosis, bacteriferis (?); 
foliis breviter petiolatis, membranaceis, ovato-oblongatis, basi ro- 
tundatis vel interdum subemarginatis, apice breviterque acuminatis, 
margine crenulato-dentatis et dense ciliatis, 5 raro Y7-nervatis, su- 
pra sparse breviterque setulosis praecipue' ad nervos; subtus magis 
hirtellis; cymis axillaribus, brevissime pedunculatis, debilis et sat 
paucifloris; floribus 5-meris, distincte pedicellatis, basi paulló infra 
basin calycis minute bracteatis et subverticillato-setulosis; calyce 
dense lJongeque rufo-hirsuto, tubo anguste campanulato, superne 
non constricto, lobis interioribus brevissimis membranaceis, exte- 
rioribus anguste subulatis tubum paullo brevioribus, dense hirsu- 
tis; petalis anguste obovatis, patentibus, dorsaliter callo crasso 
decur. subapice longe producto et setuliformi multipartito mumitis; 
staminibus 10, filamentis glabris; antheris acuminatis, filamentis 
longioribus, apice minutissime uniporosis, basi non productis nec 
lobatis nec auriculatis; ovario usque ad apicem tubo calycino adhe- 
renti, apice crasso-rostrato et levissime pubescenti; stylo longo 
et glabro, apice truncato. 


Jardim Botânico: -— n.º 10851, DucKE, Macujubim, ilha 
de Breves no Rio Amazonas, em 17-1-920. 


Tábula n.º 20 fig. 1. 


Planta quási sempre epífita, de caule ramoso e longo, as vezes 
meio escandente, cá e lá radicifero, de 50-100 em. de comp.; ramos 
mais novos longo e patentes setulosos ou crasso-pilosos (êstes pêlos 
mais tarde, como os que acompanham as margens das folhas, 
apresentam um revestimento alvacente produzido talvez por alguma 
bactéria); folhas grandes, membranáceas, ovo-oblongadas ou ovais, 
base arredondada ou tambêm um tanto cordado incisa e ápice 
abrupta e curtamente acuminado, 5 raro Y-nervadas, margens dis- 
tintamente denteadas e basto ciliadas, na face superior esparso 
e na dorsal um pouco mais basto patente pilosas, de 7-12cm. 
de comp. por 5-8 em. de largura; pecíolos de 1-2 cm. de comp. basto- 
hirsuto-pilosos; cimos axilares, delgados, de 2-3 cm. de comp. com 
1-4 flôres pequenas e 5-meras, pediceladas, tendo abaixo do calya 
um verticilo de minúsculas brácteas aciculares mais rijas; calyx 
de tubo longo-campanulado, durante a ântese não contraído no 
ápice, de 4mm. de comp. segmentos exteriores aciculares de 2 mm. 
de comp. e como o tubo e os pedicelos basto e longo hirsuto- 
avermelhado, internos membranáceos, concrescidos com os pri- 
meiros, muito curtos e obtusos; pétalos oblongados e estreitos, , 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I - fasc. V 175 


de 4 mm. de comp., no dorso com um espessamento que pouco abaixo 
do ápice dêles se projecta para cima e tem mais de 3 mm. de comp, 
dividindo-se no ápice em várias pontas setuliformes e recurvadas 
como os pétalos durante a ântese; estames 10, glabros, com fila- 
mentos de 3mm. e anteras de 4mm. de comp., estas últimas 
acuminadas, uniporosas no ápice e não auriculadas nem calcaradas 
ou apendiculadas na sua base; ovário completamente concrescido 
com o tubo calicino, emcimado de um rostro coniforme obtuso e 
retuso ligeiramente pubescente; pistilo longo, glabro. 

Não fôssem as flôres 5-meras poderíamos supôr que se tra- 
tasse de alguma Clidemia afim de Clid. epibacterium, D. O. cujos 
pétalos não foram descritos, mas ainda assim teríamos de con- 
siderá-la nova, porque o calyz tem naquela apenas 2,5 mm., ao 
passo que aqui tem 4mm. de comp. 


x 


Nesta planta que, à maneira de algumas Clidemias, é epífita, 
chamou a nossa atenção o facto de serem os pêlos mais velhos 
do caule, ramos e margem das folhas, revestidos de filamentos 
alvos que parecem ser de alguma bactéria. As Íflôres relativamente 
pequenas são mais facilmente descobertas graças a sua côr aver- 
melhada. A ponta de ápice pluriramoso que nasce da parte dorsal 
perto do extremo superior dos pétalos é bem interessante e consti- 
túi um belo característico para esta planta. 


Oss. congestiflora, Cn. 
(COGNIAUX, Ob. cit. pag. 551). 


Horto Oswaldo Cruz: — n.º 6014 (BRADE 6545), Jundiaí 
S. Paulo, em 4-4-915. 


A discrição não diz que as inflorescências são pedunculadas e 
de até 2em. de comp. As folhas e o revestimento em geral, recor- 
dam a Leandra erostrata, Can. ou à Clidemia rubra, MART. 


Oss. coriacea, TRIANA. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 553). 


Jardim Botânico: — n.º 7960 (Campos PoRrTO n.º 494), 
Ouro Branco, Minas-Gerais, 1916, s-d. 


Arbustinho erecto, de 50-100 em. de altura, glabro, pouco ra- 
moso; folhas coriáceas ascendentes e pouco patentes, 5-nervadas, 
com nervuras transversais nítidas; panículos axilares um pouco mais 
longos que as folhas, com flôres de 5 mm. de diâmetro; calya es- 
pesso, furfuráceo e esparso-setuloso-glanduloso. 


Ossaea sp.?. 


Jardim Botânico: —n.º 10806 (FRAZÃO), S. Paulo, em 
LO, sed! 


176 Melastomáceas 


Material incompleto, pertencente com certeza a alguma espécie 
afim de Oss. brachystachya, 'TRIANA, não citada ou descrita na Flora 
Brasiliensis de MARTIUS, que pela falta de bibliografia preferimos 
deixar para classificar mais tarde. 


Myriaspora, D. €. 
Myriasp. egensis, D. €. 
(CoGNIAUX, ob. cit. pag. 557). 


Jardim Botânico: — n.º 2951 (KUHLMANN n.º 205), Ma- 
náus, Amazonas, em 11-912. 


Arbustiva de folhas triplnervadas, vilosas, ovo-lanceolares, de 
1-2em. de comp. acuminadas e de 4-8cem. de largura; flôres axi- 
lares, alvas, solitárias ou ternadas, com pétalos de até 12mm. de 
comp. não ciliados, mas no dorso longo pilosos. 


Topobea, Avzr. 
Top. parasitica, AUBL. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 563). 


Jardim Botânico: — n.º 10846 (DuckKE n.º 16166), Gu- 
rupá, Para, em 12-5-916. 


Planta mais ou menos escandente; folhas ovais um pouco ate- 
nuadas e arredondadas e às vezes até algo cordadas na base, 
quando novas um tanto furfuraceas mais tarde glabras, membra- 
náceas, 5-7-nervadas e transversalmente plurivenulosas, de 10-15 
cm. de comp. e 8-14em, de largura; flôres fasciculadas, curto pe- 
diceladas, sostidas por quatro brácteas quási orbiculares; pétalos 
(no material presente já caidas) de 1 cem. de comp. 


Top. rupicola, HoEHNE (spc. nov.).. 
(Segunda espécie do género). 


Frutex rupicolus, erectus et satis ramosus (non scandente nec 
parasiticus); ramis sat crassis; brevibus, primum dense ferrugmeo- 
furfuraceis, demum glabris laevibusque, cinereo-fuscis; foliis magnis 
vel mediocribus, basi attenuatis seu rotundatis, ovali-suborbicularibus 
vel late ellipticis, primum dense ferrugineo-furfuraceis subtomentu- 
losis, demum glabris, 5-7-nerviis, satis longe petiolatis, petiolo in- 
terdum crasso; floribus majusculis, fasciculatis, distincte pedicellatis, 
bracteis 6 suborbicularibus arcte adpressis munitis; calycis tubo sub- 
hemispherico, limbo paullo dilatato indistincte 6-lobato; petalis obo- 
vatis inferne longe attenuatis; staminibus 12, filamentis inferne 
lateraliter compressis, antheris longe acuminatis, apice subbiporosis, 
basi postice distincte calcaratis, inter sese saepius conglutinatis 
submonodelphis et unilateraliter reclinatis. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fase. V VIT 


Comissão Rondon: -— n.ºs 1141, 1151 e 1152, J. G. KUEHL- 
MANN, margens das cachoeiras da Misericórdia e S. Simão do 
Rio Tapajoz, Mato-Grosso, perto dos limites do Pará, vegetando 
sôbre e entre as pedras, em 1-915. Trazendo a nota: « Arbusto 
bastante copado de 1-2 metros de altura, crescendo sôbre pedras 
das margens das cachoeiras; flôres roxo-claras com o centro es- 
branquiçado ». 


Tábula n.º 21 fig. 1. 


Arbustiva erecta, ramosa e copada, de 1-2 metros de altura, com 
as partes mais novas dos ramos e folhas recobertas de minús- 
culos pêlos ferrugineos e quási tomentosas, mais tarde glabras; 
ramos erectos, espessos, depois da queda das folhas esbranquiçados 
ou acinzentados, cheios de cicatrizes deixadas pelos pecíolos, roli- 
ços e geralmente curtos; folhas muito variáveis em seu diâmetro, 
no exemplar de n.º 1141, amplas, de âmbito elíptico, ápice ligeira 
e abruptamente agudo e base arredondada, de 22cem. de comp. 
por 18 em. de largura, sôbre pecíolos de 3-4 cm. de comp.; nos outros 
dois exemplares tambêm 5-7-nervadas e transversalmente atraves- 
sadas de nervuras secundárias paralelas e equidistantes entre si, 
de âmbito, porêm, mais oboval e mais largo na parte superior e 
de apenas 12em. de comp. por quási igual largura acima do meio, 
pecíolo mais delgado e de 2-3em. de comp.; flôres fasciculadas 
ou “solitárias, axilares, 6-meras, sôbre pedicelos de 0,5-1 cm. de 
comp. sostidas por 6 brácteas quási orbiculares e como o calya . 
basto ferrugineo-furfuráceas e mais curtas que êle; tubo dêste úl- 
timo campanulado, limbo dilatado, de 8-10mm. de comp. e quási 
igual largura; pétalos obovais, atenuados para a base e de 15-17 mm. 
de comp.; estames 12, com filamentos lateralmente comprimidos 
na parte inferior; amteras de 8-10mm. de comp., às vezes con- 
elutinadas entre si e por isto quási monodelfas e tombadas para 
um lado da corola, na base posteriormente calcaradas e para O 
ápice longo acuminadas e biporosas. 

O porte arbustiforme, folhas às vezes muito maiores e flôres com 
pétalos de até 17 mm. de comp. distinguem, esta planta da Topobea 
parasitica, AUBL. que foi citada mais em cima e que éra a única 
até agora conhecida para o norte do nosso País. O numero de 
brácteas para as flôres (6) a aparta tambêm das demais conhecidas; 
4-6 brácteas é aliás característico para as Blakeas, de que a afasta 
a forma das anteras. 

Sabendo-se entretanto ser a Topobea parasitica, AUBL. uma 
espécie muitíssimo variável, o que aliás se observa em outras 
plantas epífitas e rupícolas desta família, é perfeitamente possível 
que, mais tarde, alguêm de posse de material mais abundante, 
consiga encontrar os elos que faltam entre as duas para verificar 
que se trata de uma mesma espécie; mas no momento e com 
os elementos de que dispomos não encontramos meio mais prático 
para torná-la conhecida. 


12 


178 Melastomáceas 


Mouriria, AUBL. 


Este género das Melastomaceas é incontestávelmente um dos 
mais anormais, não só por causa do número de estames das flôres 
como ainda e especialmente pelas suas folhas de nervação intei- 
ramente diversa e a interessante. forma e consistência dos frutos, 
que são édulos e teem a forma e sabor das jaboticabas, lembrando 
por isto mesmo muito mais as Myrtaceas, de que entretanto muito se 
afastam na estrutura e tambêm pela forma das anteras. Mais tarde 
talvez se terão de separar com outros géneros afins para agru- 
parem-se em uma família à-parte. 


Mour. Sagotiana, TRIANA 
(CoGNIAUX, ob. cit. pag. 570). 


Jardim Botânico: — n.º 10865 (HuBER ex Museu Paraense 
n.º 7813), Peixe Boi, Estr. de Ferro de Bragança, Pará, em 20-11-06 
(det.). 


Árvore relativamente pequena, facilmente reconhecível pelas 
folhas sub-trinervadas e de âmbito longo-ovo-lanceolar. 


Mour. vernicosa, NAUD. 
(CocnNIAUX, ob. cit. pag. 571). 


Jardim Botánico: — n.º 10848 (DucKE n.º 15180), Região 
do Rio Branco, Óbidos, Pará, em 17-12-9138 (det.). 


Vulgo: « Oco-imoucará » nas Guianas. 


Arbustiva até arborescente; folhas largo ovo-lanceolares, ner- 
vuras secundárias distintas, limbo de 8-14cem. de comp. e 3-6em. 
de largura, ápice acuminado e base ligeiramente atenuada; pe- 
dicelos com duas pequenas brácteas em seu ápice, dois a cinco 
sôbre cada pedúnculo axilar; calya de bordos truncados e abertos; 
pétalos de 5-6 mm. de comp. 


Mour. Chamissoana, Can. 
(CoenIAUx, ob. cit. pag. 573). 


Jardim Botânico: — n.º 6561 (NAVARRO DE ANDRADE 1.º 
48), Cantareira, S. Paulo, em 915, s-d.; — n.º 10759 (Campos PORTO), 
Itatiaia, em 1918, s-d. 


Vulgo: « Cafezinho ». 


O nome vulgar desta árvore foi bem escolhido, porque em 
realidade o seu porte e conformação é semelhante ao de um caféeiro 
meio esguio. As folhas teem uma nervura central e são menos 
distintamente peninervadas, menores e mais estreitas que as da 
planta citada; as flóres aparecem porêm à maneira daquelas, em 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. V 179 


bastos fascículos nos ramos mais novos e teem 8 mm. de diâmetro, 
sendo sostidas por pedicelos de 5-8 mm. munidos de brácteas pouco 
abaixo do meio. Os frutos são baciformes, negros, de 12-13mm. 
de diâmetro. 


Mour. guianensis, AUBL. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 574). 


Jardim Botánico: — n.º 10873 (HuBER, ex Mus. Paraense 
n.º 365), Marajó, Magoari, 30-3-96; — n.ºs 10617, 10619 (CAPANEMA), 
s-jnd. 


Vulgo: «Creoula» e na Fl. Br. de Mart. « Mouririchira » das 
Guianas, donde AUBLET tirou o nome scientífico para o género. 

Árvore grande de até 12 metros de altura, de aspecto parecida 
com a seguinte, dela porêm diversa pelas folhas peninervuladas 
e Ílôóres em racimos axilares solitários. 


Mour. Weddellii, NAUD. 
(COGNIAUX, ob. cit. pag. 579). 


Horto Oswaldo Cruz: — n.º 3459 (Ozimo DE CARVALHO 
n.º 3), Viana, Maranhão, 14-10-19. 


Comissão Rondon: — n.ºs 4676-4678, HoEHNE, S. Luis 
de Cáceres, Mato-Grosso, em 9-91. 


Jardim Botânico: — n.ºs 6284 e 5998 (LUETZELBURG n.ºs 
341 e 344), Barra do Boqueirão, Baia, em 12-10-12. (Nestes exem- 
plares as folhas são bastantes mais largas e teem a bass arredon- 
dado-cordada). 


Vulgo: «Curiri» na Baia, «Criviri» ou «Criuri» no Maranhão. 


Árvore grande e não arbusto como foi descrita; folhas uni- 
nervadas, glabras, destituidas de nervuras secundárias, ovo-lanceo- 
lares, base arredondada ou algo atenuada, ápice acuminado-agudo, 
de 5-6cem. de comp. e 2-4cm. de largura; pecíolos de 2-4mm. de 
comp. quando sêcas, como os raminhos, um tanto avermelhadas; 
flôres em fascículos axilares; calya aberto no alabastro; pétalos 
um tanto acumimados, de margens algo crespadas, de 5mm. de 
comp.; estames pouco exsertos; anteras oblongadas, conectivo pouco 
constrito e bastante recurvado, com uma glândula pequena no 
dorso e na base posterior calcarado; ovário 4-5-lojado. 


Mour. pusa, GARDN. 


(COGNIAUX, ob. cit. pag. 583). 


Jardim Botánico: — n.º 6183 (LUETZELBURG n.º 1589), 
Morro do Alexanidre, Baía, em 1912, s-d. 


No material presente as folhas teem a base atenuada e aguda, 
ápice arredondado ou abruptamente agudo, são de 5-7 cm. de comp. 


180 Melastomáceas 


por 3 em. de largura; as flôóres sao menores que na variedade citada 
encontrada em Mato-Grosso, nascem porêm, como aquelas, do caule 
e dos ramos já desfolhados. 


Var. grandifolia, HOEHNE (var. nov.). 
(Juntar a precedente). 


Comissão Rondon: — n.º 1876, HozgHNE, Juruena, Mato- 
Grosso, em 5-909. 


Tábula n.º 21 fig. 2. 


Folia usque ad 10 em. longa et 3-4 cm. lata; staminum filamenta 
usque 2,5cm. longa. 

Distingue-se esta variedade pelo tamanho das folhas, iílóres 
e frutos. Os filamentos estaminais são inferiormente liguliforme- 
mente achatados e teem sempre mais de 2 em. de comp. É possível 
que com a comparação do material original da espécie se virá 
a verificar que outros detalhes tambêm a afastam e então será 
talves preferível elevá-la à categoria de uma nova espécie. 

Árvore tortuosa dos cerrados, com os ramos geralmente nodosos 
e, quando adultos, recobertos de espessa camada corticosa cheia de 
Lichens de entre os quais emergem as belas flôres infra descritas 
e se formam os saborosos frutos tão apreciados pelos indígenas 
e pelo viajante; folhas oblongo-elípticas, espesso-coriáceas, uniner- 
vadas, nervuras secundárias indistintas, glabras, sôbre pecíolos de. 
apenas 1-2mm. de comp. na base e ápice perfeitamente arre- 
dondadas e o último geralmente mucronado, de 6-10 em. de comp. 
e 2-4cm. de largura; flôres em fascículos, sôbre pedicelos de 
8-12 mm. de comp. bracteolados abaixo do meio, estas muito caducas; 
calyx de base arredondada, com tubo de 3-6 mm. de altura e cinco 
lobos de 3mm. de comp.; pétalos alvos, obovais, de 10mm. de 
comp.; estames longos, filamentos inferiormente achatados e de 
até 2,5cm. de altura; anteras oblongadas um tanto obliquadas e 
curvas, de 3mm. de comp. no dorso uniglandulosas e no ápice 
birimosas; ovário bilocular; frutos baciformes de sabor agradável, 
negros e de 15mm. de diâmetro. 

A espécie típica foi tambêm descrita pelo Dr. ÁLVARO DA 
SILVEIRA, na Revista do Museu Paulista, tom. X. 

Vulgo: « Mandapuçá » em Minas; « Puçá» em Mato-Grosso e em 
Goiás, onde tambêm a conhecem ainda pelo nome de « Jaboticaba 
do cerrado ». 


Mour. elliptica, MART. 


(COGNIAUX, ob. cit. pag. 588). 


Comissão Rondon: — n.º 3436 e 4629, HoEgHNE, Coxipó 
da Ponte, Cuiabá, em 3-911; — n.ºs 1116-1119, J. G. KUHLMANN, 
Cuiabá, Mato-Grosso, em 10-1914. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fase. V 181 


Jardim Botânico: — n.º 10620 (CAPANEMA), s-ind. (Pro- 
vavelmente dos arredores da Capital Federal, onde ela já foi re- 
colhida pelo Dr. LUSCHNATH). 


Vulgo: « Xiputa », no Rio de Janeiro e Minas e «Corôa de Frade » 
ou «Jaboticaba do campo ou cerrado» em Mato-Grosso. 


Árvore dos cerrados, de 2-6 metros de altura, com ramos no- 
dulosos e tortuosos; folhas oblongo-elípticas, base arredondada e 
ápice abruptamente agudo ou mucronado, sésseis, de 6-10cm. de 
comp. por 3-5cm. de largura, glabras e quando sêcas castanho- 
escuras e coriáceas; flôres em pequenos cimos ou panículos axi- 
lares, pequenas e alvas quando abrem, mais tarde tambêm amarelas; 
calya glabro com tubo de 3mm. de altura, no alabastro fechado 
e na ântese pentalobado; pétalos de 3-5 mm. de comp.; estames 
inclusos, conectivo e anteras oblongo-curvadas médio-fixas, ápice 
birimosas. no conectivo ligeiramente contraídas, com uma glândula 
depressa elíptica no dorso; ovário 5-locular; fruto amarelo, comes- 
tível, de 15mm. de diâmetro. 


Mour. trunciflora, DUCKE. 
(Ignoramos onde tenha sido descrita). 


Jardim Botânico: — n.º 10839 (DuckE n.º 16937), Óbi- 
dos, Pará, em 25-1-918. 


Planta da secção Eumouwririae II, A, que se caracteriza pelas 
flôres muito grandes que surgem no tronco e nos ramos já de- 
folhados, com calyax de base um tanto atenuado e pétalos longos e 
agudos. Bôa espécie. 


Mour. brachyanthera, DUCKE. 
(Desconhecemos a descrição). 


Jardim Botánico: — n.ºs 10869 e 10870 (DUCKE n.ºs 16939 
17050), Óbidos, Bela Vista, no Pará, respectivamente em 25-1-18 e 
22-6-18. 


Igualmente da secção Eumouririae, porêm do grupo Z,B, in- 
confundível pelas suas ânteras grandes e espessas, calya obtuso 
na sua base. 


Mour. Huberi, Can. 


(CocnIaux, Melast. et Cucurb. do Bol. do Mus. Goeldi, vol. V 
(1909), pag. 255). 


Jardim Botânico: — n.º 10863 (DUCKE n.º 171123, Óbi- 
dos, Pará, em 15-7-18. 


Esta é a segunda espécie da secção Huberophytum, creada 
pelo Prof. CoentTAUX; com, a Mour. elliptica, MART., ela tem comum 
o calyx fechado antes da âmtese, que com a mesma se rompe 
em lobos irregulares em-vez-de cair em forma de caliptra ou 
abrir-se em lobos regulares como acontece com outras do género. 


182 Melastomáceas 


Mour. Ulei, PILG. 
(Não conseguimos obter a bibliografia em que foi descrita). 
Jardim Botánico: — n.º 10859 (ULE), Rio Paranaquára 
(?) s-d. 


Esta planta, embora apresente alguns caracteres um tanto di- 
versos, parece ser idéntica com a Mouwr. elliptica, MART. que ci- 
tamos mais em cima. Entretanto, só comparando a descrição feita, 
poderíamos pôr a limpo a sua afinidade. 


Mour. Plasschaerti, PULLE. 


(Plantae novae Surinamensis, III in Fedde, Repert. Spê, Nov. 
vol. X, pag. 411). 

Jardim Botánico: — n.º 10845 (DuUcKE n.º 17234), Al- 
meirim, Pará, em 23-8-18. 

Vulgo: «Spijkerhout» nas Guianas Holandezas, que significa 
«Pão de prego ». | 

A descrição origmal encontra-se no «Rec. Trav. Bot. Néerl. 
vol. VI, p.p. 253-290». 


Distingue-se das demais espécies conhecidas pelas flôóres me- 
nores, ovário bilocular e segmentos calicimos caducos. 


Mour. spc.? 


Jardim Botánico: — n.º 10844 (DucKE n.º 16999), Óbi- 
dos, Pará, em 23-2-18 (dada como Mouwr. aff. Ulei, PILG. de que 
difere bem. É entretanto indeterminável. 


Indice numérico das especies estudadas 
no presente trabalho, e sua distribuição pelos diversos Hervários 


————————— co --j-"-- 


Museu Paulista 


S/número (Hammar) — Acisanthera al- 
sinaejolia, Trian. var. parvifolia, 
Cgn. pag. 53. 

S/número (Secr. Agr.) — Acisanthera 
alsinaejolia, Trian. var. parvi- 
folia, Cgn. pag. 53. 

S/número (Usteri) — Acisanthera  alsi- 
naejolia, Trian. pag. 53. 
S/número (Hammar) — Acisanthera va- 
riabilis, Trian., pag. 52. 


S/número (Luedw.) — Bertolonia Mo- 
senii, Cgn. pag. 102. 
S/número (Edwall) — Cambessedesia 


Hilariana, D. C. var. vulga- 
ris, pag. 16. 


S/número (Usteri) — Cambessedesia 
ilicifolia, Trian. var. genuina, 
pag. 15. 


S/número (Usteri) — Chaetostoma pun- 
gens, D. C. pag. 1º. 
S/número (Lútgren) — Olidemia rubra, 

Mart. pag. 166. 

S/número (Edwall) — Huberia semiser- 
rata, DG. pag. 99: 
S/número (Usteri) — Huberia semiser- 

rata, D. C. pag. 99. 
S/número (Luederw.) — Huberia semi- 
serrata, D. C. pag. 99. 


S/número (A. L.) — Leandra Gla- 
zioviana, Cgn., pag. 106. 
S/número (Usteri) — Leandra Glazio- 


viana, Cgn., pag. 106. 
S/número (Luederw.) — Leandra varia- 
bilis, Raddi, pag. 112. 


S/número (Usteri) — Leandra purpu- 
rascens, Cgn., pag. 111. 
S/número (Puttemans) — Leandra re- 
fracta, Cgn. pag. 121. 
S/número (Luederwaldt) — Leandra 


scabra, D.C. var. Luederwaldtii, 
Hoehne, pag. 107. 

S/número (Usteri) — Leandra sylvati- 
ca, Cgn., pag. 113. 

S/número (Edwall) — Macairea Mose- 
nii, Cgn., pag. 56. 

S/número (Brade) — Marcetia taxifolia, 
D. C. var. pubescens, Cgn. pag. 
95. 


S/número (Luederwaldt) — Microlepis 
oleaefona, Triana, pag. 56 
S/número (Usteri) — Microlepis oleae- 
folia, Triana., pag. 56. 


S/número (Edwall) — Microlicia polis- 
temma, Naud., pag. 25. 
S/número (S/a.) — Miconia brunnea, 


D. C. pag. 143. . 
S/número (Puttemans) — Miconia Can- 
dolleana, Triana, pag. 146. 
S/número (Edwall) — Miconia Chamis- 
sois, Naud., pag. 133. 
S/número (Hammar) — Miconia Cha- 
missois, Naud., pag. 133. 
S/número (Usteri) — Miconia cineras- 
cens, Mig., pag. 141. 
S/número (Lófgren) — Miconia | disco- 
lor, D: €:, pas: 128: 
S/número (Puttemans) — Miconia haye- 
malis, St. Hil., pag. 150. 
S/número (C. Novais) — Miconia inae- 
quidens, Naud., pag. 150. 
S/número (Usteri) — Miconia jucunda, 
Triana var. Selloana,'Cgn., pag. 
124. 
S/número (Hammar) — Miconia Langs- 
dorffii, Cgn., pag. 125. 
S/número ( Hammar) — Miconia hgus- 
troides, Naud. pag. 146. 
S/número (Luederwaldt) — Miconia li- 
gustroides, Naud. pag. 146. 
S/número (C. Novais) — Miconia  pa- 
niculata, Naud. pag. 144. 
S/número (Luederwaldt) — Miconia 
paulensis, Naud. pag. 140. 
S/número (S/a.) — Miconia racemifera, 
Triana., pag. 142. 

S/número (Hammar) — Miconia Salda- 
nhaei, Cgn., pag. 143. 

S/ número (C. Novais) — Miconia ste- 
nostachya, D. C., pag. 130. 

S/número (Luederwaldt) — Miconia 
theaezans, Cgn. var. milleflora, 
Cgn. pag. 152. 


S/número (Usteri) — Miconia theae- 
zans, Cgn. var. glaberrima, Cgn. 
pag. 151. 


184 


S/número (Edwall) — Miconia theae- 
cans, Cgn. var. glaberrima, Cgn. 
pag. 151. 

S/número (Luederwaldt) — Miconia 
theaezans, Cgn. var. glaberri- 
ma, Cgn. pag. 151. 

S/número (Edwll) — Pleiochiton ebra- 
cteatum, Triana. pag. 154. 

S/número (Luederwaldt) — Pterole- 
pis paucijflora, Triana var. ge- 
nuina, Cgn. pag. 63. 

S/número (C. Novais) — Rhynchan- 
thera dichotoma, D. C., pag. 48. 

S/número (Hammar) — Rhynchanthe- 
ra, verbenoides, Cham. pag. 43. 

S/número (Hammar) — Tibouchina ce- 
rastifolia, Cgn. var. major, pag. 
87 


S/número (Edwall) Tibouchina Cha- 
missoana, Cgn. pag. 78. 

S/número (Luederwaldt) — Tibouchina 
Chamissoana, Cgn., pag. 78. 

S/número (Usteri) — Tibouchina Cha- 
missoana, Cgn., pag. 78. 


S/número (Luederwaldt) — Tibouchi- 
na frigidula, Cgn. pag. 72. 
S/número (Luederwaldt) — Tibouchi- 
na gracilis, Cgn. var. fraterna, 
pag. 83. 

S/número (C. Porto) — Tibouchina 
gracilis, Cgn. var. hirsuta, pag. 
83. 

S/número (Luederwaldt) — Tibouchina 
herbacea, Cgn. pag. 88. 
S/número (Usteri) — Tabouchina her- 
bacea, Cgn., pag. 88. 
S/número (Luederwaldt) — Tibouchina 
holosericea, Baill, pag. 79. 
S/número (Luederwaldt) — Tibouchi- 

na multiceps, Cgn., pag. 72. 
S/número (Usteri) — Tibouchina mul- 
ticeps, Cgn. var. parvifolia, Cgn. 
pag. 72. 
S/número (Usteri) — Tibouchina mu- 


tabilis, Cgn. pag. 66. 
S/número (Luederwaldt) — Tibouchi- 
na pulchra, Cgn. pag. 66. 


S/número (Luederwaldt) — Tibouchina 
scaberrima, Cgn. pag. 86. 
S/número (Usteri) — Tibouchina Sel- 
lowiana, Cgn., pag. 67. 
S/número (C. Novais) — Tibouchina 
Selowiana, Cgn., pag. 67. 
S/número (Hammar) — Tibouchina 
Sellowiana, Cgn. pag. 67. 
S/número (Puttemans) — Tibouchina 
Sellowiana, Cgn. pag. 67. 
S/número (Loófgren) — Tibouchina ste- 
nocarpa, Cgn., pag. 76. 
S/número (Luederwaldt) — Trembleya 


phlogiformis, D. C. var. lati- 
folia, pag. 30. 


1 (Lófgren) — Cambessedesia aàlici- 
folia, Triana. var. integerrima, 
pag. 15. 

l-b (Usteri) — Tibouchina cerasti- 
folia, Cgn. pag. 87. 

l-c (Usteri) — Acisanthera Glaziovia- 
na, Cgn. pag. 52. 

2-c (Usteri) — Acisanthera Glaziovia- 


na, Cgn., pag. 52. 

2-c (Usteri) — Rhynchanthera corda- 
o D. C. var. bracteata, pag. 

3 (Edwall) — Clidemia blepharodes, 
D.C. pas. 160. 

3 (Usteri) — Marcetia taxifola, D. C. 
var. pubescens, Cgn. pag. 95. 


3-b (Usteri) — Siphanthera cordata, 
Pohl. pag. 46. : 
4-a (Usteri) — Tibouchina frigidula, 


Cgn. pag. 72. 
5 (Usteri) — Bertolonia Mosenii, Cgn. 


pag. 102 

5 (Usteri) — Leandra lacunosa, Cgn. 
pag. li4. 

5 (Usteri)—Pterolepis pauciflora, Tria- 
na, var. genuina, Cgn., pag. 63. 

5 (Usteri) — Tibouchina gracilis, Cgn. 
var. gracilima, pag. 83. 

6 (Usteri) — Leandra aurea, Cgn., 
pag. 114. 

6 (Usteri) — Miconia theaezans, Cgn. 
pag. 151. 

6 (Usteri) — Miconia paulensis, Naud. 
pag. 140. 

6 (Usteri) — Pleiochiton ebracieatum, 
Triana, pag. 154. 

7 (C. Novais) — Leandra polysta- 
chya, Cgn. pag. 114. 

7 (Usteri) Tibouchina gracilis, Cgn. 
ag. , 

q (Usteri) — Tibouchina mutabilis, 
Cgn. pag. 66. 

8 (Usteri) — Tibouchina gracilis, Cgn. 
var. vulgaris, pag. 83. 

8 (Usteri) — Leandra lacunosa, Cgn. 
ag. 14. 

8 (Usteri) — Miconia pussiliflora, Tria- 


na, pag. 150. 

9 (Usteri) — Tibouchina cerashfolia, 
Cgn. pag. 87. 

9 (S/a.) — Tibouchina gracilis, Cgn. 
var. hirsuta, pag. 83. 


9 (Usteri) — Tibouchina stenocarpa, 
Cgn. pag. 76. 

10 (Usteri) — Ossaea sanguinea, Cgn., 
pag. 173. 

10 (Usteri) — Salpinga margaritacea, 
Triana, pag. 102. 

10 (Usteri) — Tibouchina cerastifolia, 
Cgn. pag. 8%. 

10 (Usteri) — Tibouchina Sellowiana, 


Crn:, pag. Bi 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. V 185 


12 (S/a.) — Tibouchina hospita, Cgn. 
var. minor, Cgn. pag. 89. 


12 (Usteri) — Tabouchina multiceps, 
Cgn. var. parvifolia, Cgn. pag. 
12. 

13 — Acisanthera variabilis, Triana, 
pag. 52. 

13 (Usteri) — Leandra sylvatica, Cgn. 
pag. 113. 

15 — Leandra austraiis, Cgn., pag. 
110. 

16 — Leandra scabra, D. C. pag. 
106. 

17 — Tibouchina holosericea, Baill. 
pag. 79. 

18-c — Microlepis oleaefolia, Triana, 
pag. 56. 

19 — Miconia albicans, Triana, pag. 
128. 

20 (Usteri) — Leandra australis, Cgn. 
pag. 110. 

20 (Usteri) — Leandra Balansaei, Cgn. 
pag. 110. 

20 (Usteri) — Miconia albicans, Tria- 


na, pag. 128. 
21 (Usteri) — Leandra australis, Cgn. 


pag. 110. 
21 (Usteri) — Miconia paniculata, 
Naud. pag. 144. 


23 (Usteri) — Miconia theaezans, Cgn. 
var. Glazioviana, Cgn., pag. 152. 

24 — Tibouchina cerastifolia, Cgn. pag. 
87. 

29 — Trembleya phlogiformis, D. C. 
var. stachyoides, pag. 30. 

26 — Leandra rejracta, Cgn., pag. 121. 

27 (Usteri) — Miconia racemifera, 
Triana, pag. 142. 

28 (Usteri) — Leandra limbata, Cgn. 
pag. 121,º 

28 (Usteri) — Miconia 
Naud. pag. 149. 

29 (Usteri) — Leandra australis, Cgn. 


Sellowiana, 


pag. 110. 

29 (S/a.) — Leandra pauloensis, Hoeh- 
ne, pag. 1283. 

31 (Usteri) — Leandra aurea, Cgn. 
pag. 115. 

31 (Usteri) — Leandra sublanata, Cgn. 
pag. 112. 

32 (S/a.) — Leandra xanthostachya, 


Cgn. pag. 108. 

32 (Usteri) — Ossaea amygdaloides, 
Triana, pag. 178. 

33 (Usteri) — Leandra fallax, Cgn. 


ag. 121. 

33 (Usteri) — Trembleya parvijlora, 
Cgn. var. parvifolia, pag. 29. 

34 — Leandra Balansaei, Cgn., pag. 
110. 

36 — Miconia Candolleana, Triana, 


pag. 146. 


37 — Tibouchina multiceps, Cgn. pag. 
12. 

39 — Leandra erostrata, Cgn. pag. 
Mali 

41 (Usteri) — Tibouchina debilis, Cgn., 
pag. 83 e 87. 

41 (Usteri) — Tibouchina gracilis, Cgn., 
pag. 83. 

42 — Tibouchina gracilis, Cgn. var. 
fraterna, pag. 83. 

49 — Cambessedesia ilicifolia, Triana. 
var. integerrima, pag. 15. 


46 — Ossaea - amygdaloides, Triana 
var. ambigua, Cgn. pag. 173. 
46 (Usteri) — Tibouchina pulchra, Cgn. 


pag. 66. 

47 (Usteri) — Leandra hirtella, Cgn. 
pag. 122. 

47 (S/a.) — Leandra laevigata, Cgn. 
pag. 120. 

48 — Leandra suljurea, Cgn. pag. 116. 

49 — Miconia dodecandra, Cgn. var. 
longifolia, Cgn., pag. 126. 

50 (Vert.) — Leandra pectinata, Cgn., 
pag. 104. 


50 — Leandra limbata, Cgn., pag. 121. 
51 — Leandra scabra, D. C. pag. 106. 


52 — Leandra melastomoides, Raddi. 
var. paulina, Cgn. pag. 105. 

55 — Miconia rubiginosa, D. C. pag. 
Lad 

68 — Tibouchina Martiahis, Cgn., pag. 
To 

10 — Miconia theaezans, Cgn. var. vul- 


garis, Cgn., pag. 151. 
71 — Tibouchina gracilis, Cgn. pag. 
83. 


12 — Miconia minutijlora, D. C. var. 
latifolia, Cgn. pag. 146. 

13 — Tibouchina stenocarpa, Cgn. var. 
longifolia, Cgn. pag. 76. 

717 — Miconia jucunda, Triana var. Sel- 
loana, Cgn., pag. 124. 


95 — Acisanthera alsinaejolia, Triana 
pag. 53. 

97 — Miconia inaequidens, Naud. pag. 
150. 

110 — Micoma petropolitana, Cgn., 
pag. 145. 

112 — Acisanthera alsinaejola, Tria- 
na pag. 53. 

112 (Lofgren) — Tibouchina Chamis- 
soana, Cgn. pag. 78. 

134 — Cambessedesia ilicifolia, Tria- 
na var. integerrima, pag. 15. 

147 — Miconia Langsdorffiú, Cgn., pag. 
125. 

169 — Miconia albicans, Triana pag. 
129 E 

177 — Acisanthera fluitans, Cgn. var. 


repens, Cgn. pag. 50. 
179 — Tibouchina clinopodifolia, Cgn., 
pag. 89. 


186 

187 — Miconia latecrenata, Cgn. pag. 
146. 

196 — Miconia inaequidens, Naud. pag. 
pag. 150. 

214 — Acisanthera variabdilis, Triana, 
pag. 52. 

2292 — Miconia discolor, D. C. pag. 
128. 

223 — Leandra purpurascens, Cgn., 
pacas 

248 — Tibouchina holosericea, Baill., 
pag. 78. 

251 — Tibouchina Chamissoana, Cgn. 
pag. 78. 

252 — Miconia Candolleana, Triana, 
pag. 146. 

269 — Macairea Moseni, Cgn. pag. 
56. 

310 — Acisanthera alsinaejolia, Triana 


var. glabriuscula, Cgn. pag. 53. 


313 — Tibouchina stenocarpa, Cgn. 
pag. 76. 

355 — Miconia theaezans, Cgn. var. 
glaberrima, pag. 151. 

418 — Miconia Langsdorffii, Cen. pag. 

à 125. 

442 — Ossaea amygdaloides, Triana 
var. ambigua, Cgn. pag. 173. 

479 — Miconia Candolleana, Triana, 
pag. 146. 

494 — Leandra scabra, D. C. pag. 
106. 


548 — Miconia ligustroides, Naud. pag. 
146. 


556 — Miconia Chamissois, Naud. pag. 
133. 

557 — Trembleya parvijlora, Cgn. pag. 
30 


606 — Miconia hispida, Cgn. pag. 148. 
629 — Acisanthera variabilis, Triana 
var. glabriuscula, Cgn. pag. 52. 


762 — Miconia Chamissois, Naud. pag. 
138. 

716 — Miconia pseudo-nervosa, Cgn. 
pag. 137. 

806 — Macairea Mosenii, Cgn., pag. 
56. 

808 — Microlicia polystemma, Naud., 
pag. 25. 

831 — Acisanthera alsinaefolia, Tria- 
na var. parvijolia, Cgn. pag. 
o. 

838 — Miconia pseudo - nervosa, Cgn., 
pag. 137. 

849 — Miconia ligustroides, Naud., 
pag. 146. 

870 — Miconia stenostachya, D. €C. 
pag. 130. 

884 — Miconia stenostachya, D. C. 
pag. 130. 

981 — Microlicia fasciculata, Mart. 


pag. 28. 


Indice 


1002 — Tibouchina Raddiana, Cgn. 
pag. 67. 

1051 — Cambesssedesia Hilariana, D. 
C. var. 'vulgaris, pag. 16. 

1052 — Microlocia polystemma, Naud. 
pag. 25. 

1058 — Tibouchina gracilis, Cgn. var. 


vulgaris, pag. 83.. 
1110 — Microlicia humilis, Naud., pag. 
25 


1128 — Miconia bgustroides, Naud., 
pag. 146. 
1145 — Macairea Mossemi, Cgn. var. 


ursina, Schrank, pag. 56. 
1172 — Miconia stenostachya, D. C., 


ag. 129. 

1210 — Leandra erostrata, Cgn., pag. 
J15. 

1221 — Miconia theaezans, Cgn., var. 
millejlora, Cgn. pag. 152. 

1222 — Acisanthera variabilis, Triana, 
pag. 52. 

1303 — Miconia ibaguensis, Triana 
pag. 135. 

1894 — Miconia aibaguensis, Triana 


var. glabrata, Cgn., pag. 135. 
1398 — Miconia stenostachya, D. C., 


pag. 130. 

1411 — Miconia stenostachya, D. C., 
pag. 129. 

1448 — Tococa jormicaria, Mart. var. 
didymophyca, Cgn., pag. 156. 

1471 — Miconia Sellowiana, Naud., 
pag. 149. 

1562 — Miconia theaezans, Cgn. var. 
cuneata, Cgn. pag. 153. 

1575 — Microlicia doryphyla, Naud. 
puberula, pag. 23. 

1602 — Clidemia blepharodes, D. €. 
pag. 160. 

1618 — Salpinga margaritacea, Tria- 
na, pag. 103. 

1634 — Tibouchina holosericea, Baill., 
pag. 78. 

1646 — Ossaea amygdaloides, Triana 
pag. 1783. 

1647 — Clidemia hirta, D. Don., pag. 
159. 

1671 — Clidemia cubatanensis, Hoeh- 
ne, pag. 161. 

1687 — Leandra lacunosa, Cgn. pag. 
114. 

1689 — Tibouchina grandijoa, Cgn. 


var. obtusifolia, Cgn., pag. 74. 
1692 — Miconia paulensis, Naud., pag. 
140. 


1695 — Leandra Balansaei, Cgn., pag. 
LO: 
1760 — Leandra reversa, D. C., pag. 
. +24, 
1788 — Huberia ovalifotia, D.C., pag. 
98. 


An. das Mem. do Instituto 


1793 — Miconia calvescens, D. C., pag. 


132. 

1809 — Miconia prasina, D. C., pag. 
135: 

1829 — Tibouchina Fothergillae, Cgn., 
pag. 69. 


1830 — Miconia albicans, pag. 129. 
1853 — Miconia petropolitana, Cgn., 


pag. 145. 

1874 — Miconia petropolitana, Cgn., 
pag. 145. 

1883 — Tibouchina clinopodijolia, Cgn., 
ag. 89. 


1901 — Pleiochiton crassifolium, Naud. 
(?), pag. 154. 
1932 — Leandra cordigera, Cgn., pag. 


118. 

1990 — Tibouchina hieracioides, Cgn., 
pag. 84. 

2026 — Microlicia euphorbioides, Mart. 


var. brevifolia, pag. 24. 
2027 — Microlicia euphorbioides, Mart., 

var. brevifolia, pag. 24. 
2028 — Macairea adenostemon, D. €. 

var. Martiana, Cgn., pag. 57. 
2160 — Tibouchina gracilis, Cgn., pag. 


pag. 28. 

20717 — Rhynchanthera stricta, Cgn., 
ag. 35. 

2078 — Davoistero Riedeliana, Cgn., 
ag. DL 

2114 — Microlicia fasciculata, Mart., 
pag. 28. 

2135 — Tibouchina cerastifolia, Cgn. 


var. major, pag. 87 
2160 — Tibouchina gracilis, Cgn., pag. 
83 


2172 — Miconia Willdenowii, Klotzsch., 


pag. 142. 
2173 — Leandra pauloensis, Hoehne, 
pag. 128. 


2174 Trembleya phlogijormis, D.C. 
var. ramosissima, pag. 30. 
2203 — Trembleya parvijlora, Cgn., 


var. triflora, pag. 29. 


2811 — Miconia theaezans, Cgn., var. 
setulosa, Hoehne, pag. 153. 

2328 — Tibouchina ursina, Cgn., pag. 
18. 


2329 — Microlepis Mosenii, Cgn., pag. 
55. 


2332 — Trembleya phlogiformis, D.C. 
var. ramosissima, pag. 30. 


2335 — Chaetostoma Glaziovii, Cgn., 
var. rubella, pag. 17. 

2336 — Microlicia parvifolia, Naud., 
var. viscosa, Naud., pag. 23. 

2337 — Cambessedesia ilicifolia, Tria- 


na, var. genuina, pag. 15. 
2354 — Leandra suljurea, Cgn., pag. 
116. 
2358 — Cambessedesia espora, D. C., 
var. chamaedryfolia, pag. 15. 


de Butantan — Vol. I- fasc. V 187 


2369 — Acisanthera variabilis, Triana, 
pag. 52. 

2371 — Miconia cinerascens, Mig., pag. 
141. 

2382 — Leandra salicina, Cgn., pag. 
116. 

2426 — Lavoisiera australis, Naud., 
pag. 32. : 

2431 — Tibouchina Martialis, Cgn., 
pas. 1. 

2432 — Tibouchina frigidula, Cgn., 
pag. 72. 

2433 — Leandra carassana, Cgn., var. 


estrellensis, Cgn., pag. 112. 
2448 — Tibouchina Gardneriana, Cgn., 


pag. 69. 

2461 — Tibouchina organensis, Cgn., 
pag. 68. 

2462 — Miconia inaequidens, Naud., 
pag. 150. 

2467 — Miconia tristis, Spring., pag. 
lda, ; 

2473 — Leandra sericea, D. C., pag. 
104. 

2537 — Pleiochiton ebracteatum, Tria- 
na, pag. 154. 

2556 — Pterolepis pauciflora,. Triana, 
var. genuina, Cgn., pag. 63. 

2582 — Leandra aurea, Cgn., var. ag- 
gregatijlora, Hoehne, pag. 115. 

2583 — Leandra cardiophylla, Cgn. 
pag. 109. 

2586 — Miconia ligustroides, Naud., 
pag. 146. 

2596 — Miconia rigidiuscula, Cgn., 


var. parvifolia, Cgn., pag. 149. 
2597 — Leandra cardiophylla, Cgn., 


pag. 109. 
148. 

2683 — Tibouchina clinopodifolia, Cgn. 
pag. 89. 

2738 — Clhdemia hirta, D. Dono pag. 
LS 

2746 — Ossaea retropila, Triana, pag. 
172. 

2758-a — Miconia Camposnovaesii, 
Hoehne, pag. 136. 

2759 — Miconia jucunda, Triana, var. 
Selloana, Cgn., pag. 124. 

2775 — Leandra scabra, D. C., pag. 
106. 

2822 — Salpinga margaritacea, Triana, 
(2) pas: 105. 

2823 — Bertolonia Mosenii, Cgn., pag. 
102. 

2850-a — Tibouchina urceolaris, Cgn., 
var. papillosa, Hoehne, pag. 79. 

2924 (Lôefgren) — Tibouchina mu- 
tabilis, Cgn., pag. 66. 

2924 (S/a.) — Tibouchina Sellowiana, 


Cgn., pag. 67. 


188 

2925 — Tibouchina multiceps, Cgn., 
ag. Ta. 

3021 — Miconia discolor, D. C., pag. 
126. 

3022 (ex-C. Novais) — Leandra eri- 
nacea, Cgn. var. parvifolia, Cgn., 
pag. 109. 

3022 — Ossaea sanguinea, Cgn., pag. 
173. 

3047 — Leandra hirtella, Cgn., pag. 
122. 

3048 — Clidemia suffruticosa, O. Berg., 
pag. 160. 

3049 — Tibouchina cerastifoha, Cgn., 
pag. 87. 

3101 —Tibouchina Moricandiana, Baill, 
pag. 70. 

3137 — Pleiochiton ebracteatum, Tria- 
na, pag. 154. 

3138 — Bertolonia Mosenii, Cgn., pag. 
102. 

3139 — Clidemia hirta, D. Don., pag. 
159. 

3155 — Tibouchina grandifolia, Cgn., 
pag. 74. 

3156 — Tibouchina herbacea, Cgn,, 
pag. 88. 

3157 — Ossaea sanguinea, Cgn., pag. 
178. 

3158 — Miconia latecrenata, Cgn., pag. 
148. 

3159 — Leandra erinacea, Cgn., pag. 
109. 

3230 — Leandra laevigata, Cgn., pag. 
120. 

3947 — Leandra ribesiacjoha, Cgn., 
pag. 118. 

3390 — Clidemia neglecta, D. Don., 
pag. 162. 

3429 — Huberia semiserrata, D. C., 
pag. 99. 

3430 — Tibouchina canescens, Cgn., 
ag. 65. 

3431 — Tibouchina  Martialis, Cgn., 
pas. Ui. 

3432 — Tibouchina Gardneriana, Cgn., 
pag. 69. 

3438 — Tibouchina paulistana, Hoehne, 
pa anne 

9434 — Tibouchina Martialis, Cgn., 
pag. 17. 

3435 — Trembleya phlogiformis, D.C. 
var. ramosissima, pag. 30. 

3436 — Acisanthera variabilis, Triana 
var. herbacea, Schr. et. Mart., 
pag. 52. 

3437 — Leandra xantholasia, Cgn. var. 
setulosa, Hoehne, pag. 108. 

3438 -— Leandra xanthocoma, Cgn., 
pag. 113. 


3439 — Leandra falar, Cgn., pag. 
el; 


Indice 


3440 — Leandra longisetosa, Cgn. (2), 
pag. 121. 

3441 — Leandra acutiflora, Cgn.var. 
grandifolia, Cgn., pag. 118. 

3442 — Leandra hirtella, Cgn. var. 
Lofgrenii, Hoehne, pag. 122. 

3443 — Leandra vesiculosa, Cgn., pag. 
Elio 

9444 — Leandra quinquedentata, Cgn., 
pag. 117. 

3445 — Miconia cinerascens, Miq., pag. 
141. 

3446 — Miconia theaezans, Cgn. var. 
parvifoa, Cgn., pag. 152. 

3658 — Cambessedesia Hilariana, D. 
C. var. linearis, pag. 15. 

3659 — Microlicia cardiophora, Naud., 
pag. 27. 

3660 — Miconia Chamissois, Naud., 
pag. 133. 

3689 — Leandra melastomoides, Rad- 
di., page, 05. 

3690 — Leandra Wethsteinii, Rechin- 
ger., pag. 109. 

3691 — Leandra pectinata, Cgn., pag. 
104. 

3696 — Leandra lancifolia, Cgn., pag. 
16: 

3163 — Leandra lacunosa, Cgn., pag. 
114. 

3764 — Tibouchina Selowiana, Cgn., 
pag. 67. 

3765 — Miconia latecrenata, Cgn., pag. 
148. 

3901 — Miconia minutiflora, D. C. 
var. latifolia, Cgn., pag. 146. 

3902 — Leandra acutiflora, Cgn., pag. 
118 


3903 — Miconia rubiginosa, D. C. var. 
(2),» pap: us 


3904 — Tibouchina scaberrima, Cgn., 
ag. : 

3906 — Microlicia pilossissima, Cgn,, 
pag. 27. 

3907 — Lavoisiera Bergii, Cgn., pag. 
33. 

3907 — Lavoistera cataphracta, D. C., 
pag. 38. 

3995 — Leandra pulverulenta, Cgn., 
pag. 118. 

3996 — Trembleya parviflora, Cgn., 
var. triflora, pag. 30. 

3997 — Trembleya parviflora, Cgn., 
pag. 30. 

4152 — Clidemia blepharodes, D. C., 
pag. 160. 

4153 — Leandra Mosenii, Cgn., pag. 
Muita 

4154 — Miconia fjasciculata, Gardn., 
ag. 138. 

4155 — Miconia Ffasciculata, Gardn. 
var. robusta, Cgn., pag. 138. 


4156 — Leandra Mosenii, Cgn., pag. 111 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. V 189 


4811 — Siphanthera cordata, Pohl., 
pag. 46. 
4312 — Behuria insignis, Cham., pag. 


4818 — Tibouchina stenocarpa, Cgn. 
var. latifolia, Cgn., pag. 76. 

4814 — Rhynchanthera Masximowicati, 
Con. pag. 45. 

4815 — Rhynchanthera ursina, Naud., 
pag. 35. 

4816 — Rluynchanthera 
Hoehne, pag. 42. 


linearifolia, 


4817 — Miconia Chamissois, Naud., 
pag. 133. 

4318 — Miconia eriodonta, D. C., pag. 
Lato 

4486 — Miconia brunnea, D. C., pag. 
AS: 

4763 — Leandra aurea, Cgn., pag. 
nto; 

6065 — Microlicia Bradeana, Hoehne, 


pag. 28. 


Comissão de Linhas Telegráficas Estratégicas de Mato-Grosso 
ao Amazonas 


S/número (K) — Tibouchina stenocar- 


pa, Cgn., pag. 76. 

S/número (K) — Macairea Hoehnei, 
Cgn., pag. 58. 

S/número (K) — Comolia Hoehnei, 
Cgn., pag. 90. 

S/número (K) — Aciotis purpurascens, 
Triana var. pellucida, Cgn. (2), 
pag. 97. 

38 —  Rhynchanthera secundijlora, 
Naud., pag. 40. 

268 — Rhynchanthera cacerensis, Hoe- 


hne., pag. di. 

1116-1119 — Mowriria elliptica, Mart., 
pag. 180. 

1135-1140 — Miconia holosericea, Tria- 
na var. bracteata, Cgn., pag. 


125. 

1141 — Topobea rupicola, Hoehne, 
pag. 177. 

1142-1144 — Clidemia longisetosa, 
Hoehne, pag. 165. 

1145-1147 — Miconia mattogrossen- 
sis, Hoehne, pag. 147. 

1148 — Acisanthera alsinaejolia, Tria- 
na var. glabriuscula, Cgn., pag. 
53. 

1149 e 1150 — Clidemia hirta, D. 
Don. var. elegans, Griesb., pag. 
no: 


1151 e 1152 — Topobea rupicola, Hoe- 
hne, pag. 177. 

1153 e 1154 —  Aciotis dichotoma, 
Cgn., pag. 96. : 

1155 RA Tibouchina gracilis, Cgn., pag. 
3. 

1160 — Tibouchina gracilis, Cgn., pag. 


o. 

1162 — Miconia rubiginosa, D. C., 
pag. 138. 

1163-1166 — Graffenrieda Weddellii, 
Naud., pag. 102. 

1167-1169 — Miconia holosericea, Tria- 
na. var. bracteata, Cgn., pag. 
125. 


1170 — Tococa Kuhlmannii, Hoehne, 
pag. 158. 
1171 — Macairea adenostemon, D. C. 


var. Martiana, Cgn.,- pag. 57. 

1172-1175 — Miconia stenostachyya, D. 
C., pag. 130. 

1176-1178 — Miconia heliotropoides, 
Triana, pag. 131. 

1237 — Tibouchina pogonanthera, Cgn., 


pag. 83. 

1258 — Tibouchina pogonanthera, Cgn., 
pag. 83. 

1263 — Tibouchina pogonanthera, Cgn., 
] pag. 83. 

1279 — Acisanthera limnobios, Triana, 
pag. 50. 


1811-1314 — Tibouchina pogonanthera, 
Cgn., pag. 83. 


1415 — Desmocelis villosa, Naud. var. 
stachyoides, Cgn., pag. 55. 

1427 — Tibouchina pogonanthera, Cgn., 
pag. 6: 

1450 — Microlicia euphorbioides, Mart. 
pag. 24. 


1456 — Microlicia euphorbioides, Mart., 
pag. 24. 


1459 — Microlicia euphorbioides, Mart., 
pag. 24. 

1477 — Desmocelis villosa, Naud. var. 
stachyoides, Cgn., pag. 55. 

1673 — Desmocelis villosa, Naud. var. 
stachyoides, Cgn., pag. 55. 

1729 — Pterolepis trichotoma, Cgn., 
pag. 62. 

1761 e 1762 — Macairea rosea, Cgn., 
pag. 58. 

1765 — Tibouchina pogonanthera, Cgn., 
pag. 83. 

1767 — Tibouchina pogonanthera, Cgn., 
pag. 83. 

1800 e 1801 — Macairea rosea, Cgn., 
pag. 58. 

1828 — Microlicia hwmilis, Naud., pag. 
25. 


190 


1829 e 1830 — Comolia Hoehnei, Cgn., 
pag. 90. 

1857-1860 — Miconia pscudo-nervosa, 
Cgn., pag. 137. 

1876 — Mowriria pusa, Gardn. var. 
grandifolia, Hoehne, pag. 180. 

1908 e 1909 — Miconia pseudo-aplos- 


tachya, Cgn., pag. 127. 
1911 — Miconia — pseudo-aplostachya, 
Cgn., pag. 127. 


1940 e 1941 — Siphanthera ramosissi- 
ma, Cgn., pag. 47. 
1982-1985 — Tococa jormicaria, Mart., 


pag. 156. 

2020 ça Hoehnei, Cgn., pag. 
58. 

2051 — Macairea Hoehnei, Cgn., pag. 
58. 

2079 e 2080 — Macairea Hoehnei, 
Cgn., pag. 58. 

2082 — Miconia pteropoda, Benth., 
pag. 135. 

2116 — Miconia pteropoda, Benth., 
pag. 135. 

2157 — Miconia Chamissois, Naud., 
pag. 133. 

2163 — Miconia Chamissois, Naud., 
pag. 133. 

2164-2166 — Meriania urceolata, Tria- 
ma, pas. OL. 

2184 — Macairea rotundijolia, Cgn., 
pag. 61. 

2213 — Meriania urceolata, Triana, 
pag. 101. 

2214 — Leandra reversa, D. C., pag. 
124. 

2215 — Tibouchina aspera, Aubl., pag. 
82. 

2216 — Rhgynchanthera grandijlora, D. 
C. var. microphylla, Naud., 
pag. 38. 

2217 — Tococa stephanotrica, Naud., 
pag. 155. 

2218 — Miconia spec. (2), pag. 153. 

2219 — Miconia lepidota, D. C., pag. 
129. 

2220 — Grajfenrieda Weddellii, Naud., 
pag. 102. 

2221 — Miconia  rubiginosa, D. C., 
pag. 138. 

2379 e 2380 — Tibouchina pulchra, 
Cgn., pag. 66. 

2381 — Huberia semiserrata, D. C., 
pag. 99. 

2382-2388 — Tibouchina stenocarpa, 
Cgn., pag. 76. 

2389-2391 — Tibouchina rupicola, 
Hoehne, pag. 86. 

2394 — Pterolepis Riedeliana, Cgn., 
pag: bs: 

2395-2398 — Siphanthera Hostmanmi, 


Cgn., pag. 47. 


Indice 


2399-2405 — Poteranthera genliseoi- 
des, Hoehne, pag. 

2406-2409 — Cldemia rubra, Mart. 
var. ursina, Hoehne, pag. 167. 

2410 — Microlicia insigniodes, Hoehne 
var. gracilis, Hoehne, pag. 20. 

2411 e 2412 — Microlicia insigniodes, 
Hoehne, pag. 20. 

2413 — Microiicia insigmis, Cham. var, 
genuina, pag. 

2414-2417  —  Microlicia insignis, 
Cham. var. chloracea, pag. 19. 

2418 e 2419 Clhdemia bulosa, Cgn., 


pag. 164 

2420-2427 — Acisanthera limnobios, 
Triana, pag. 50. 

2428-2430 — Siphanthera subtilis, 
Pohl. var. ramosa, pag. 46. 

2431-2486 — Siphanthera cordata, 


Pohl., pag. 46. 
2437 e 2458 —  Macairea adenoste- 
mon, D. C. var. Martiana, Cgn., 


pag. 57. 

2439-2442 — Tulasnea foliosa, Naud., 
pag. 48. 

2444-2447 — Rhynchanthera novem- 
nervia, D. C., pag. 98. 

2448-2451 — Comolia lanceaeflora, 


Triana, pag. 94. 

2452-2454 — Tibouchina pauciflora, 
Con., pags mf. 

2455-2460 — Microlicia doryphylla, 
Naud. var. puberula Naud., pag. 
23. 

2461 e 2462 — Rhynchanthera spica- 


ta, Hoehne, pag. 36. 
2463-2465 — Chaetostoma Riedelia- 
num, Cgn., pag. 17. 

2466 e 2467 — Microlicia pallida, 


Cgn., pag. 19. 
2468-2473 — Acisanthera alata. Cgn., 


var. ciliata, Cgn., pag. 53. 
2473 — Miconia prasina, D. C. (?), 
pag. 135. 
2474 — Bellucia grossularioides, Tria- 


na (Kuhlmann leg.), pag. 169. 
e 2475 — Tococa formicaria, 
Mart. (Hoehne leg.), pag. 156. 
2476-2479 — Macairea villosa, Hoehne, 


2474 


pag. 59. 
2480-2486 — Rhynchanthera coxin- 
nensis, Hoehne, pag. 44. 
2488-2490 — Tibouchina gracilis, Cgn., 
pag. 83. 

2491 e 2492 — Miconia ibaguensis, 
Triana, pag. 135. 

2494-2501 Miconia stenostachya, D. 
C; pag. USO: 

2502 e 2508 — Pterolepis longistyla, 
Cgn., pag. 64. 

2504-2506 — Clidemia umbonata, D. 
C., pag. 164. 


An. das Mem. do Instituto de 


2507 e 2508 — Rhynchanthera co- 
rumbaensis, Hoehne, pag. 39. 

2509-2518 — Trembleya phlogijormis, 
D. C. var. genuina, pag. 

2514-2520 —Desmocelis villosa, Naud., 
var. stachyoides, Cgn., pag. 55. 

2521 — Miconia Chamissois, Naud., 
pag. 133. 

2525 — Miconia Chamissois, Naud., 
pag. 133. 

2526-2529 — Microlicia euphorbioides, 
Mart., pag. 24. 

2530-2532 — Tibouchina pogonanthe- 
ra, Cgn., pag. 83. 

3436 — Mowriria elliptica, Mart., pag. 
180. 

4599 — Desmocelis villosa, Naud. var. 
stachyoides, Cgn., pag. 55. 

4629 — Mouwriria elliptica, Mart., pag. 
180. 

4652 — Rhynchanthera novemnervia, 

C., pag. 38. 

4676-4678-—Mouriria Weddellii, Naud., 
pag. 179. 

4690 — Tibouchina pogonanthera, Cgn.; 
pag. 

4700 — Desmocelis villosa, Naud. var. 
stachyoides, Cgn., pag. 55. 

4815 — Tibouchina pogonanthera, Cgn., 
pag. :83. 

4826 — Pterolepis pumila, Cgn. var. 
procera, pag. 62. 

4864 — Rhgynchanthera corumbaensis, 
Hoehne, pag. 39. 

5057 e 5058 — Clidemia hirta, D. 
Don. var. elegans, Griesb., pag. 
159. 


5072 — Clidemia hirta, D. Don. var. 
elegans, Griesb., pag. 159. 
5074 — Grafjenrieda Weddellii, Naud., 


pag. 102. 

5085 — Tibouchina Spruceana, Cgn., 
ag. S 

5093-5095 — Clidemia pussilijlora, 


Hoehne, pag. 168. 

5179 e 5180 — Tibouchina Spruceana, 
Con: pag: 82. 

5184 — Aciotis dichotoma, Cgn. var. 
anomala, Cgn., pag. 96. 

5239 e 5240 — Bellucia grossularioi- 
des, Triana, pag. 169. 

5360 — Poteranthera pusilla, Bongard., 
pag. 45. 

5446-5448 — Miconia mattogrossensis, 
Hoehne, pag. 147. 

5466 — Microlicia euphorbioides, Mart., 


pag. 24. 
5489 e 5490 — Miconia rubiginosa, 
D. C:, pag. 137. 


Butantan — Vol. I- fase. V 191 


533 — Aciotis dichotoma, Cgn., 
rar. anomala. Cgn., pag. 96. 
V 


6303 — Marcetia cordigera, D. C., pag. 

6304 e 6305 — Miconia pepericarpa, D. 
C.; pago citir 

6306 — Miconia stenostachya, D. C., 
pag. 130. 

6307 — Cambessedesia ilicifolia, Tria- 
na, var. genuina, pag. 15. 

6308 e 6309 — Miconia rubiginosa, D. 
C., pag. 137. 

6310 e 6311 — Microlicia decussata, 
Naud., pag. 26. 

6312-6315 — Tibouchina hieracioides, 
Cgn., pag. 84. 

6316 — Tibouchina herbacea, Cgn., 
pag. 88. 

6317 e 6318 — Microlicia fasciculata, 
Mart., pag. 28. 

6320 Tibouchina Valtherii, Cgn. 


forma minor, Hoehne, pag. 69. 
6321 e 6322 — Clidemia neglecta, D. 


Don., pag. 162. 

6323 — Riupnchanthera rostrata, P. C., 
pag. 41. 

6324-6326 — Miconia pepericarpa, D. 
C.. pag. 141. 


6327 — Leandra polystachya, Cgn. var. 
petiolata, Cgn., 114. 
6328 e 6329 — Leandra polystachaa, 


Cgn., pag. 114. 

6702 e 6703 — Tibouchina adenoste- 
mon, Cgn., pag. 73. 

6776 — Acisanthera variabilis, Tria- 


na, pag. 52. 
6777 — Marcetia cordigera, D. C., pag. 


SD). 

6783 e 6784 — Trembleya phlogifor- 
mis, D. C., pag. 30. 

6785 — Marcetia cordigera, D. C., pag. 


95: 

6800-a — Miconia nambyquarae, Hoeh- 
ne, pag. 152. 

6811 — Tibouchina stenocarpa, Cgn., 
ag. 76. 

6814 — Tibouchina adenostemon, Cgn., 
pag. 73. 


6816 e 6817 — Tibouchina adenoste- 
mon, Cgn., pag. 73. 

6822 — Marcetia cordigera, D. C., pag. 
go: 


6856 — Microlicia euphorbioides, Mart. 
var. ionantha, Mart., pag. 24. 

6900 — Marcetia cordigeras DEC pas. 
do: 


6908-6910 — Tibouchina adenoste- 
mon, Cgn., pag. 73. 

6939-a — Miconia albicans, Triana, 
pag. 129. 


192 


Jardim Botânico do Rio de Janeiro 


113 — Leandra lutea, Cgn. var. gla- 
briuscula, Cgn., pag. 116. 


171 — Miconia subvernicosa, Cgn., 
pag. 144. 

190 — Ossaea angustifoha, Triana, 
pag. 171. 

193 — Ossaea retropila, Triana, pag. 
172. 

212 — Tibouchina Reichardtiana, Cgn., 
pag. 80. 

221 — Cambessedesia Hilariana, D. C., 
pag. 16. 

222 — Microlicia cordata, Cham., pag. 
27. 

223 — Microlicia fulva, Cham. (2), 
pag. 26. 

233 — Leandra scabra, D. C., pag. 
10%. 

334 — Meriania glabra, Triana, pag. 
100. 

383 — Miconia serialis, D. C., pag. 
130. 

384 — Leandra ionopogon, Cgn., pag. 
118. 

447 — Macrocentrum cristatum, Tria- 


na, pag. 108. 
449 — Tibouchina trichopoda, Baill. 
(12) Apags4 Pl 


457 — Ossaea sanguinea, Cgn., pag. 
To: 

490 — Meriania glabra, Triana., pag. 
100. 

549 — Tibouchina clinopodifolia, Cgn., 
pag. S 

611 — Miconia prasina, D. C. var. 
colina, Triana., pag. 135. 

612 — Ossaea retropila, Triana, pag. 
Tia 


613 — Clidemia hirta, D. Don. var. 
elegans, pag. 159. 
633 — Tibouchina clinopodifoka, Cgn., 


pag. 89. 

652 — Miconia calvescens, D. C., pag. 
pag. 138. 

663 — Miconia cinerascens, Mig., 
pag. 141. 

679 — Clidemia hirta, D. Don., pag. 
59 

697 — Clidemia blepharodes, D. C., 
pag. 160. 

114 — Leandra laevigata, Cgn., pag. 
120. 

154 — Tibouchina corymbosa, Cgn., 
pag. 81. 

819 — Tibouchina  Raddiana, Cgn., 
pag. 67. 

820 — Clidemia hirta, D. Don., pag. 
MESAS) 

821 — Microlicia euphorlioides, Mart., 
pag. 24. 


822 — Clidemia neglecta, D. Don., 


pag. 162. 

825 — Clidemia hirta, D. Don., pag. 
159: 

826 — aa caldensis, Cgn., pag. 
68. 

827 — Tibouchina gracilis, Cgn. var. 
strigillosa, Cgn., pag. 84. 

828 — Miconia prasina, D. C. var. 
colina, Triana, pag. 135. 

829 — Miconia guianensis, Cgn. var. 
vulgaris, Cgn., pag. 126. 

830 — Miconia ibaguensis, Triana., 
pag. 135. 


831 — Microlicia fulva, Cham., pag. 
26. 


832 — Aciotis dysophylla, Triana, 
ag. 


g ; 

870 — Clidemia hirta, D. Don., pag. 
as 

886 — Miconia fasciculata, Gardn., 
pag. 138. 

920 — Tibouchina holosericea, Baill., 
pag: 79; 


930 — Clidemia hirta, D. Don. var. 
elegans, pag. 159. 
995 — Miconia brunnea, D. C., pag. 


143. 

1035 — Miconia Valtherii, Naud., pag. 
142. 

10389 — Huberia ovalifolia, D. C., pag. 
8. 

1127 — Miconia Valtherii, Naud., pag. 
142. 


1146 — Leandra lutea, Cgn. var. gla- 
briuscula, Cgn., pag. 116. 

1154 — Lavoisiera Bergii, Cgn., pag. 
1252 — Miconia quianensis, Cgn. var. 
vulgaris, Cgn., pag. 126. 

1338 — Miconia hyemalis, St. Hil. et 

Naud., pag. 150. 


1392 — Miconia petropolitana, Cgn., 
pag. 145. 

1415 — Tibouchina Sellowiana, Cgn., 
pag. 68. 

1422 — Cambessedesia espora, D. C., 
pag. 15. 

1443 — Acisanthera alsinaefolia, Tria- 
na., pag. 53. 

1483 — Miconia paulensis, Naud., pag. 
140 


1486 — Leandra, Gardneriana, Cgn., 
var. setulosa, Cgn., pag. 108. 


1550 — Microlepis oleaejolia, Triana., 
pag. 56. 

1551 — Tibouchina gracilis, Cgn. var. 
strigillosa, Cgn., pag. 84. 

1692 — Salpinga margaritacea, Tria- 


na, pag. 103. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. V 193 


1707 — Tibouchina Sellowiana, Cgn., 


pag. 68. 

1708 — Rhynchanthera cordata, D. C., 
pag. 39. 

Lt — Tibouchina mutabilis, Cgn., 
pag. 66. 

1898 — Miconia aplostachya, D. C., 
pag. 127. 

1963 — Leandra sulfurea, Cgn., pag. 
116. 


1972 — Tibouchina Moricandiana, Baill. 
E var. Kunthiana, Cgn., pag. 70. 


2005 — Miconia theaezans, Cgn. var. 
parvifolia, Cgn., 152. 

2012 — Trembleya parviilora, Cgn., 
pag. 30. 

2013 — Marcetia taxifolia, D. C., pag. 
95, 

2014 — Marcetia taxifolia, D. C., pag. 
95. 

2025 — Tibouchina scaberrima, Cgn., 
pag. 86. 


2026 — Cldemia cubatanensis, Hoe- 
hne, pag. 161. 


2035 — Microlepis oleaejolia, Triana., 
ag. E 

2036 — Miconia Langsdorffii, Cgn., 
pag. 125. 

2037 — Microlicia humilis, Naud., pag. 
25. 

2038 — Miconia Chamissois, Naud., 
pag. 1383. 


2039 — Tibouchina stenocarpa, Cgn. 
var. latifolia, Cgn., pag. 76. 


2040 — Acisanthera alsinaejolia, Tria- 
na., pag. 53. 

2041 — Acisanthera alsinaefolia, Tria- 
na., pag. 59. 

2105 — Bertolonia Mosemii, Cgn., pag. 
102. 

2251 — Miconia fasciculata, Gardn., 
pag. 138. 

2281 — Leandra nianga, Cgn., pag. 
108. 

2328 — Miconia calvescens, D. C,, 
pag. 133. 

2340 — Miconia paulensis, Naud., pag. 
140. 

2362 — Tibouchina sebastianopolitana, 
Cgn., pag. | 


2391 — Tibouchina pulchra, Cgn., pag. 
66 


2488 — Leandra scabra, D. C., pag. 


107. 

2496 — Tibouchina Glazioviana, Cgn., 
(?), pag. 72. 

2602 — Miconia staminea, D. C., pag. 
125. 

2615 — Miconia Candolleana, Triana., 
pag. 146. 

2112 — Leandra dubia, D. C., pag. 
107. 


2713 — Ossaea retropila, Triana., pag. 
2. 

2714 — Tibouchina arborea, Cgn , pag. 
65. 

2715 — Leandra manga, Cgn., pag. 
108. 

2717 — Ossaea brachystachya, Tria- 
na., pag. 

2772 — Aciotis aequatorialis, Cgn., 
pag. 96. 

2713 — Miconia alata, D. C. var. ama- 
zonica Schrad., pag. 137. 

2776 — Bellucia brasihensis, Naud., 
pag. 169. 

2777 — Clhdemia tihaefoha, D. C., 
pag. 159. 

2718 — Tococa subciliata, Triana., 
pag. 157. 

2719 — Aciotis circaeifolia, Triana., 
pag. 97. 

2951 — Myriaspora egensis, D. C., 
pag. 176. 

2961 — Miconia rubiginosa, D. C. var. 
Kuhlmannii, Hoehne, pag. 138. 

3023 — Bellucia grossularioides, Tria- 


na., pag. 169. 
3026 — Henriettea stellaris, O. Berg., 


pag. 170. 

3155 — Miconia serialis, D. C., pag. 
130. 

3195 — Tibouchina Spruceana, Cgn., 
pag. 82. 

3361 — Leandra aurea, Cgn., pag. 
to: 

3478 — Comolia lithrarioides, Naud., 
pag. 91. 

3479 — Acisanthera recurvata, Tria- 


nas, pag. 9d” 
3480 — Aciotis dysophylla, Triana., 


pag. 98. 

3481 — Comolia Kuhlmannii, Hoehne, 
pag. 93. 

3482 — Nepsera aquatica, Naud., pag. 
54. 

3483 — Pterolepis glomerata,  Miq., 
pag. 63. 

3484 — Miconia stephananthera, Ule., 
pag. 134. 

3485 — Miconia microcarpa, D. C., 


(?), pag. 132. 

3486 — Rhynchanthera grandiflora, D. 
C., | pagi i 

3487 — Clhdemia Kuhlmanmi, Hoeh- 
ne., pag. 163. 

3488 — Clidemia rubra, Mart., pag. 


166. 

3490 — Poteranthera pauciflora, Tria- 
na., pag. 48. 

3889 — Miconia holosericea, Triana., 


var. bracteata, Cgn., pag. 126. 
3967 — Trembleya phlogiformis, D.C. 
var. parvifolia, pag. 30. 


194 


3968 — Miconia urophylla, D. C., pag. 
148. 
3969 — Micomia chartacea, Triana., 
pag. 143. 
3970 — Miconia theaezans, Cgn. var. 
vulgaris, Cgn., pag. 151. 
971 — Miconia albicans, Triana., pag. 
129. 
5972 — Miconia rubiginosa, D. C., 
pag. 138. 
D73 — Miconia rubiginosa, D. C., 
pag. 138. 
3974 — Leandra scabra, D. C., pag. 
107. 
5975 — Micoma Chamissois, Naud., 
pag. 133. 
D76 — Micomia stenostachya, D. C., 
pag. 130. 
3977 — Miconia Chamissois, Naud., 
pag. 133. 
3918 — Leandra area, Cgn., pag. 
At: 
3979 — Tibouchina scrobiculata, Cgn., 
pag. 76. 
3980 — Acisanthera alsinaejolia, Tria- 
na, pag. 53. 
3981 — Tibouchina hieracioides, Cgn., 
pag. 84. 
3982 — Pterolepis repanda, Triana,, 
pag. 64. 
4058 — Huberia semiserrata, D. C., 
pag. 99. 
4331 — Miconia ligustroides, Naud., 
pag. 146, 
4484 — Miconia jucunda, Triana. var. 
Selloana, Cgn., pag. 124. 
4485 — Miconia theaezans, Cgn. var. 
glaberrima, Cgn., pag. 151. 
4486 — Clidemia cubatanensis, Hoe- 
hne., pag. 161. 
4487 — Leandra pauloensis, Hoehne., 
128. 
4489 — Tibouchina pulchra, Cgn., pag. 
66. 
4490 — Leandra Mosemi, Cgn., pag. 
io 
4491 — Miconia Willdenowi, Klotzseh. 
pag. 142, 
4492 — Microlepis oleaefolia, Triana., 
pag. 56. 
4498 — Huberia semiserrata, D. C., 
pag. 99. 
4494 — Tibouchina grandifolia, Cgn, 
pag. 74. 
4495 — Tibouchina cerastijolia, Cgn., 
pag. 88. 
4526 — Miconia theaezans, Cgn., var. 
cuneata, Cgn., pag. 153. 
4590 — Tibouchina sebastianopolitana, 
Cgn. var. hirsuta, Cgn., pag. 
89. 
4592 — Miconia secundijlora, Cgn,, 


pag. 128, 


4598 — Ossaea confertiflora, Triana., 
pag. 172. 

1 — Comolia ajfinis, Moehne., pag. 
Sh 


4713 — Nepsera aquatica, Naud., pag. 


54. 

dis — Clidemia neglecta, D. Don., 
pag. 162. 

1716 — Tococa cardiophylla, Naud., 


pag. 155. 
9120 — Macairea sericea, Cgn., pag. 


dl. 

9124 — Leandra dispar, Cgn. (2), 
pag. 112. 

9125 — Pterolepis cearensis, Huber. 
(2), pago 65: 

5161 — BRhynchanthera — novemnervia, 
D., Cosmo pardo 

5191 — Meriania Glazioviana, Cgn., 
pag. 101. 

9199 — Leandra dubia, D. C., pag. 
107%. 

5210 — Leandra Wettsteinii, Rechin- 


ger pac alo: 

5211 — Leandra nianga, Cgn., pag. 
108. 

5149 — Behuria parvifolia, Cgn. pag. 
SA). 

5180 — Chaetostoma Glaziovii, Cgn., 
var. rubella, pag. 17. 


5806 — Desmocelis villosa,  Naud., 
pag. 55. 

5903 — Tococa subglabrata, Cgn., pag. 
156. 

9905 — Tococa subglabrata, Cgn , pag. 
156. 

5906 — Acisanthera trivalvis, Cgn., 
pag. 51. 

5966 — Macairea goyazensis, Hoehne., 
pag. 60. 

5983 — Clidemia bullosa, Cgn., pag. 
164. 

5990 — Tococa jormicaria, Mart., pag. 
156. 


5998 — Mowriria Weddelir, Naud., 
pag. 179. 


6016 — Acisanthera divaricata, Cgn., 
pag. 50. 

6051 — Miconia albicans, Triana., 
pag. 129. 

6059 — Microlicia FJasciculata, Mart., 
pag. 28. 

6158 — Lavoistera spc., ?, pag. 34. 

6163 — Rhynchanthera rostrata, D. C., 
pag. di. 

6167 — Clidemia bullosa, Cgn., pag. 
164. 

6169 — Tococa mitens, Triana., pag. 
oa 

6183 — Mowriria pusa, Gardn., pag. 
179: 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. V 


6208 — Marcetia gracillima, Cgn., pag. 
96. 


6242 — Cambessedesia setacea, Cgn., 
pag. 16. 

6284 — Mowriria Weddella, Naud,, 
pag 7a 

6396 — Microlicia sulfurea, Hoehne., 
pag. 22. 

6552 — Miconia Sellowiana, Naud., 
pag. 149. 

6553 — Miconia latecrenata, Naud., 
pag. 149. 

6554 — Miconia theaezans, Cgn. var. 
Glazioviana, Cgn., pag. 152. 

6555 — Miconia organensis, Gardn., 
(E pas tam 

6556 — Miconia brunnea, D. C., pag. 
143. 

6557 — Miconia Willdenowii, Klotzsch., 
pag. 142. 

6559 — Tibouchina mutabilis, Cgn., 
pag. 66. 

6560 — Huberia semiserrata, D. C,, 
pag. 99. 

6561 — Mouwriria Chamissoana, Cgn., 
pag. 178. 

6927 — Tibouchina sebastianopolitana, 
Cgon., pag. 89. 

6985 — Miconia jucunda, Triana. var. 

" Selloana, Cgn., pag. 124. 

7227 — Tibouchina sebastianopolitana, 
Cgn., pag. : 

7228 — Tibouchina heteromalla, Cgn., 
pag. 15. 

7232 — Tibouchina corymbosa, Cgn., 
pag. 81. 

7233 — Tibouchina corymbosa, Cgn., 
pag. 81. 

1234 — Tibouchina Gaudichaudiana, 
Ball... pag... 80... 

1235 — Miconia Warmingiana, Cgn., 
(?), pag. 128. 

7237 — Miconia staminea, D. C., pag. 
125. 

7238 — Miconia latecrenata, Naud., 
pag. 149. 

7239 — Miconia jucunda, Triana. var. 
Selloana, Cgn. (?), pag. 124. 

7240 — Clidemia hirta, D. Don., pag. 
na 

7735 — Tibouchina granulosa, Cgn., 
pag. 75. 

1752 — Miconia staminea, D. C., pag. 
125. 

77153 — Miconia tristis, Spring., pag. 
144. 

7154 — Miconia theaezans, Cgn. var. 
minutiflora, Cgn., pag. 152. 

7755 — Tibouchina granulosa, Cgn., 
pag. 75. 

7834 — Comolia sessilis, Triana., pag. 


94, 


Tiso! 
1958 
7959 


1960 


1965 
7966 
196% 
968 
1969 
1976 
SU 
8220 
8222 


10614 


195 


— Tibouchina hieracioides, Cgn., 
pag. 84. 

— Leandra acutiflora, Cgn., var. 
grandifoha, Cgn., pag. 118. 

— Miconia theaezans, Cgn. var. 
cuneata, Cgn., pag. 153. 

— Ossaea coriacea, Triana., pag. 
Is: 

— Tibouchina Valtherii, Cgn. for- 
ma minor, Hoehne, pag. 69. 
— Microlicia doryphylla, Naud., 
pag. 23. 


3 — Lavoisiera itabirana, Hoehne., 


pag. 383. 

— Cambessedesia iicifotia, Tria- 
na. var. genuina, pag. 15. 

— Micoma pepericarpa, D. C., 
pag. 141. 

— Marcetia taxifolia, D. C., pag. 
SB 


— Tibouchina hieracioides, Cgn., 


pag. 84. ; 

— Cambessedesia Hilariana, D. 
C., pag. 15. 

— Miconia chartacea, Triana. 


var. Miqueliana, Cgn., pag. 143. 
— Tibouchina gracilis, Cgn. var. 


strigillosa, Cgn., pag. 84. 
— Microlicia fasciculata, Mart., 
pag. 28. 


— Miconia guianensis, Cen. var. 
vulgaris, Cgn., pag. 126. 

— Meriania glabra, Triana., pag. 
100. 

— Miconia pepericarpa, D. C., 
pag. Idi. 


10617 — Mowriria quianensis, Aubl., 
pag. 179. 

10619 — Mowriria guianensis, Aubl., 
pag. 179. 

10620 — Mouwriria elliptica, Mart., pag. 
180. 

10756 — Meriania Claussenii, Triana., 
pag. 100. 

10757 — Miconia subvernicosa, Cgn., 
pag. 144. 


PRONASS) 


— Mouwriria Chamissoana, Cgn., 
pag. 178. 


10760 — Miconia budlejoides, Triana, 


10761 
10762 
10762 
10764 
10765 


10766 


pag. 143. 

— Leandra lwevigata, Cgn., pag. 
120. 

— Miconia Candolleana, 
na., pag. 146. 

— Leandra scabra, D. C., pag. 
107. 

— Tibouchina multiceps, Cgn., 
pag. 2. 

— Leandra erostrata, Cgn., pag. 
115. 

— Rhynchanthera dichotoma, D. 
C., pag. 43. 


Tria- 


196 

10767 — Miconia brasiliensis, Triana., 
pag. 138. 

10768 — Trembleya pervijlora, Cgn., 
pag. 30. 

10769 — Miconia jasciculata, Gardn., 
pag. 138. 

10770 — Tibouchina Fothergillae, Cgn., 
pag. 69. 

10771 — Miconia petropolitana, Cgn., 
var. macrophylla, Hoehne., pag. 
145. 

10772 — Miconia hymenonervia, Cgn., 
pag. 149. 

10778 — Tibouchina gracilis, Cgn., 
var. gracillima, Cgn., vag. 84. 

10774 — Miconia inaeguidens, Naud., 
pag. 150. 

10775 — Tibouchina grandifolia, Cgn., 
pag. 14. 

10776 — Miconia calvescens, D. C., 
pag. 133. 

10777 — Miconia calvescens, D. C., 
pag. 133. 

10778 — Tibouchina sebastianopolita- 
na, Cgn., pag. 89. 

10779 — Leandra quinguenodis, Cgn., 
pag. 117. 

10780 — Tibouchina ursina, Cgn., pag. 

10781 — Microlepis oleaejolia, Tria- 
na., pag. 56. 

10782 — Huberia semiserrata, D. C., 
pag. 99. 

10783 — Trembleya parvijlora, Cgn., 
pag. 30. 

10784 — Rhynchanthera — bracharhan- 
cha, Cham., pag. 35. 

10785 — Tibouchina Fothergillae, Cgn., 
pag. 69. 

+0786 — Rhynchanthera brachyrhyn- 
cha, Cham. pag. 35. 

10787 — Clidemia cubatanensis, Hoe- 
hne., pag. 161. 

10788 — Leandra dasytricha; Cgn., 
pag. 111. 

10789 — Miconia cinerascens, Mig. 
pag. 141. 

10790 — Miconia jucunda, Triana. var. 
Olfersiana, Cgn., pag. 125. 

10791 — Miconia jucunda, Triana. var. 
Selloana, Cgn., pag. 124. 

10792 — Tibouchina | clinopodioides, 

CEu var. Rurikiana, Cham., pag. 

sp 

10793 — Leandra quinquenodis, Cgn., 
pag. 117. 

10794 — Tibouchina sebastianopolita- 
na, Cgn., pag. 89. 

10795 — Tibouchina urceolaris, Cgn., 
ag. 19. 


10796 —Tibouchina Benthamiana, Cgn., 


pag. 84. 


Indice 


10797 
10798 
10799 
10800 
10801 
10802 
10803 
10804 
10805 


10806 
10807 


10808 
10809 
10810 
10811 
10812 
10816 
10821 
10822 
10823 


10824 
10825 


10826 


— Tibouchina frigidula, Cen, 
ag. Mo: 

— Acisanthera variabilis, Tria- 
na., pag. 52. 

— Miconia Candolleana, Tria- 
na., pag. 146. 

— Leandra reversa, D. C., pag. 


124. 


— Aciotis brachybotrya, Tria- 
na., pag. 97. 
— Miconia tristis, Spring., pag. 


144. 
— Miconia ligustroides, Naud., 
pag. 146. 


— Cambessedesia espora, D. €., 
y 5 

pag. 15. q 

— Miconia tentaculijera, Naud., 


pag. 145 e 1468. 


— Ossaea spe. ?, pag. 175. 
— Marcetia fastigiata, Cgn., pag. 
95. 

— Trembleya phlogiformis, D. 
(CE pagoas O! 
— Miconia guianensis, Cgn. var. 


vulgaris, Cgn., pag. 126. 
— Miconia theaezans, Cgn. var. 
cuneata, Cgn., pag. 158. 


— Acisanthera alsinaejolia, Tria- 
na., pag. 

— Tibouchina Gardnera, Cgn., 
pag. 14. 

— Tibouchina multiceps, Cgn., 
pag. 72. 

— Miconia Candolleana, Tria- 
na., pag. 146. 

— Microlicia viminalis, Triana., 
pag. 18. 

— Miconia jerruginata, D. C., 
pag. 129. 

— Miconia spc. (?), pag. 153: 
— Miconia albicans, Triana., 
pag. 129. 

— Tibouchina crassiramis, Cgn., 


pag. 83. 


10827-—Microlicia euphorbioides, Mart., 


10828 
10829 
10830 
10831 
10832 
10833 
10834 
10837 


var. setosa, pag. 24. 


— Lavoisiera goyazensis, Cgn., 
pag. 34. 

— Tibouchina pogonanthera, 
Cgn., pag. 88. 

— Heterotrichum octonum, D. 
GC: pag! Lob: 

— Miconia minutijlora, D. C. 
var. latifolia, Cgn., pag. 147. 
— Cambessedesia | espora, D. 
C., pag. 15: 

— Tibouchina papyrifera, Pohl., 
pag. 82. 

-— Miconia cyathanthera, Tria- 
na. pag bis 

— Miconia Melinonis, Naud., 
pag. 125. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. V 197 


108388 — Tococa aristata, Bth., pag. 
156. 

10839 — Mouwriria trunciflora, Ducke., 
pag. 181. 

10840 — Acisanthera bracteosa (Hub.), 
pag. 54. 

10841 — Microlicia ansignis, | Cham. 
var. cearensis, (Ducke.), pag. 
Sh, 

10842 — Pterolepis striphnocalya (D. 
C.) Cgn., pag. 64. 

10845 — Pterolepis cearensis, Huber 
(rm pas" 65: 

10844 — Mouwriria spc. ?, pag. 182. 

10845 — Mouwriria Plasschaerti, Pulle., 


pag. 182. 

10846 — Topobea parasitica, Aubl., 
pag. 176. 

10847 — Macairea adenostemon, D. C., 
BVS e 

10848 — Mouriria vernicosa, Naud., 
pag. 1758. 


10849 — Micoma prasina, D. C. var. 
attenuata, Cgn., pag. 135. 
10850 — Henriettella Duckeana, Hoe- 

hme pag al. 
10851 — Ossaea Duckeana, Hoehne., 


pag. 174. 

10852 — Clidemia Francavillana, Cgn., 
pag. 167. 

10853 — Adelobotrys ciliata, Triana., 
pag. 100. 

10854 — Comoha purpurea, Mig., pag. 
92: 

10855 — Miconia obovalis, Naud , pag. 
135. 


o 


10856 — Loreya Spruceana, Benth,, 
pag. 169. 

10857 — Miconia seriais, D. C., pag. 
130. 

10858 — Micoma secundiflora, Cgn., 
pag. 128. 

10859 — Mouwriria Ulei, Pilg., pag. 
181. 

10861 — Tococa nitens, Triana., pag. 
157. 

10863 — Mowriria Huberii, Cgn., pag. 
181. 

10865 — Mowriria Sagotiana, Triana., 
pag. 178. 

10868 — Miconia amplexans, Cgn., 
pag. 126. 

10869 —Mouwriria brachyanthera, Ducke, 
pag. 181. 

10870 —Mouwuriria brachyanthera, Ducke, 


pag. 181. 

10871 — Macairea arirambae, Wub., 
pag. 62. 

10873 — Mowriria quianensis, Aubl., 
pag: 179. 

16561 — Miconia ligustroides, Naud., 
pag. 146. 

16566 — Bellucia grossularioides, Tria- 
na., pag. 169. 

16567 — Macairea sericea, Cgn., pag. 
te 


16568 — Miconia inaequidens, Naud., 
pag. 150. 

16569 — Miconia ligustroides, Naud., 
pag. 146. 

16570 — Miconia Candolleana, Tria- 
na., pag. 146. 


Hervário particular do autor do trabalho 


(TODAS PROCEDENTES DAS MATAS DA TIJUCA E ARREDORES DO RIO DE JANEIRO ) 


22 — Miconia jasciculata, Gardn, pag. 
139. 

39 — Miconia Valtherii, Naud., pag. 
142. 

59 — Miconia cinerascens, Mig., pag. 
141. 

86 — Miconia guianensis, Cgn. var. 


vulgaris, Cgn., pag. 126. 
603 — Clidemia hirta, D. Don., pag. 


159! 
604 — Tibouchina granulosa, Cgn., 
pag. 75. 


605 — Leandra scabra, D. C., pag. 
107. 


606 — Leandra mnianga, Cgn., pag. 
108. 

607 — Huberia ovalifolia, D. C., pag. 
798: 

608 — Tibouchina corymbosa, Cgn., 
“ pag. SU 

609 — Tibouchina holosericea, Baill,, 
pag. 79. 


610 — Meriania glabra, Triana., pag. 
100. 


611 — Bertolonia Mosenii, Cgn., pag. 
102. 


198 Explicações 


EXPLICAÇÕES 


das abreviações adoptadas neste trabalho 


s-a = "sem autor 
s-n = sem número 
s-ind. =" sem indicação 
S-p. = sem procedência 
sd = semidata 
(det) = determinado 
(indet.) == indeterminado 
n. sp. ou nov. spc. = nova espécie 
n. var. ==" nova variedade 
ob. cit. = obra citada 
ERRATA 


Na tábula 20 os títulos estão trocados onde se lê 
Ossaea leia-se Henriettella e o contrário. 


TABULAS 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fase. V 


Tab. 


Mierolicia suborbicularifolia, Hoehne 


o) 
y 


€ 
Ig. 


Esc. 1/; 


Hoehne 


1 — Miecrolicia insignioides, 


IS 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. V 


ai: 


radeana, Hoehne 


y 
+ 


Microlicia T 


Hochne 


Fig. 2 — Lavoisiera itabirana, 


Hoehne 


Mierolicia sulfurea, 


Fig. 1 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fase. V 


Tab. 3 


ig. 2 — Rhynchanthera corumbaensis, Hoehne 


Fig. | — Rhynchanthera spicata, Hoehne 


RA ruido 
do, Tp A 


q 


5 
pel 
É ni ja E 
(ONDA, Squid 


An. das Mem. do Instituto de Butantan —Vol. I-fasc, V Tab. 


O re er E SO e E TO E A Te e e ra me em mm me e er 


| 


— Rhynchanthera linearifotia, Hoehne 


D) 


Fig. 


Esc. ls 


Hhynchanthera eacerensis, Hoehne 


Fig. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. 1 - fasc. V 


Siphanthera ramosissima, Cgn. 


- Rhynchanthera covinnensis, Hoehne 


Esc. 


ta a! br 


- An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. V Sal E 


Deo Sotensa, . 4 aud 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. V Sad BA 


SCHeirre del 


1 Gotemntheno senlirevido Heatno U-Leteranihera Pd Derg 
W Lterandtera  funiccnflour Ivana 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fase. V 


aba 


- Macairea Hoehnei, Cgn. 


Macairea rosed, Cg n. 


Í 


Fig. 


Rs 
E poIá, 
EA 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fase. V 


Tab. 8 


— Macairea goyazensis, Hoehne 


1) 


Fig. 


1/3 


Esc. 


Macairea villosa, Hoehne 


Fig. 1 


Eee 


ax 


Tab. 9 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fase. V 


pó 
Ea 


A 


"USO “oyo/fypunços vownovyy — | 


2 


Sh 


98d 


te Mas 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fase. V 


Tab. 10 


Fig. 2 — Tibouchina paulistana, Hoehne 


minor, Hoehne 


Pibouchina Valtheri, Cgn. var. 


regs 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. V abs 


Hochne 


papilosa, 


— Tibonchina urceolaris, Cen, var. 


(9) 


Fig. 


Cgn. 


Tibouchina wrceolaris, 


Í 


Fig. 


fapoiz 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. V 


9UWIOTT “sestoonnd papunory — 


Ú 


“SU 


sq 


QUO Djoordlne vumponoqir, — | BH 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. V 


3 


Esc. 1/ 


Fig. 1 — Comolia alfinis, HMoehne 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fase.V Tab. 14 


le 


= 
o 
FE 
ss 
E 
S 
e] 
s= 
% 
RA 
= 


Sc. 1a 


E 


Miconia nambyquarae, Hoehne 


Fig. 1 


2 y ,. 
pe ATUA 
4 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. V 


Tab. 15 


Hoehne 


Miconia eubatanensts, 


Fig. 


amposnovaesit, Hoeh ne 


Í -—- Miconia 


o 


Fi 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. V Tab. 16 


a stephanotricha, Naud, 


Fig. 1 — Miconia mattogrossensis, Hoehne 


JA 
diria, 


) Y ; o É Ep 
tag e ! , U A e El E 
RR NR k Pre 
j 1 é 
7, 
ape í 
Io f 
A l 
4 Ê j. to 
NE 
+ 


Medos d7/ 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fase. V 


“fr “sq 


pjnydvs 


9UWDOTT Cpu jyns voooor — TDI 
u ninar Nf Vo 


An. 


das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fase. V 


-— Oldemia longisetosa, Hoehne 


o) 


Fig. 


lidemia Kuhlmanmii, Hoehne 


6! 


Fig. 1 


Tab. 19 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. V 


QUIT “ntojfssnd veuopry — q "Bu 


QULDOF “Diuasum “IPA JILN Duque propio) — | Su 


Tab. 20 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fase. V 


9UNDOT] “Dunagona vavsso — 


hr 


“SH 


IUMIOT Duvoyond pmojpomuor — | “SU 


Tab. 21 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. V 


SU on 


“ouyofipuvab "Tea Upivo, “psnd vinunoly 


aQUWoH “pjoordnu vogodos — | “Bi 


emórias do Instituto de Butantan 


DEZEMBRO «1922 


fes 1922 
“Comp. Melhoramentos de S. Paulo 
 (WEISZFLOQ IRNÃOS Incorporado) 
Fat io Paulo, Coyeiras e Rio 


fr 
é y 


ADVERTÊNCIA: As & Membuas do Instituto de Butantan 


bem como os “Anexos das Memórias do Instituto de Butantan” - Smc- . 


ção DE BorÂnica, e os da SECçÃo DE ZooLoGIA serão publicados em fasci- 
culos agrupáveis em tomos e não aparecerão em datas fixas. 

A grafia portuguesa neles adoptada estã, em suas linhas gerais; 
consoante as bases da reforma ortográfica, aprovada pelo Govêrno de 
Portugal, em 1 de Setembro 1911. 

Tôda correspondência concernente às publicações mencionadas 
deve ser endereçada ao “Director do Instituto de Butantan” ou aos 


chefes das respectivas Secções. “Caixa postal 65-S. Paulo - Brasil”. 


NOTICE: The “Memórias do Instituto de Butantan” and also 
the “Anexos das Memórias do Instituto de Butantan”, Secção DE 
Borânica, and those of the Secção DE ZooLocIA will be published in 
parts constituting volumes and will not appear on fixed dates. 

The portuguese graphy used in the text is nearly according to 
the bases of the orthographic reform approved by the Formado Go- 
vernment, the 1 st. Sept. 1911. 

AU correspondence relative to the above mentioned publications 
should be addressed to the “Director do Instituto de Butantan” or to 
one of the chiefs of the Sections. “Caixa postal 65 - S. Paulo Brasil”, 


BEMERKUNG: Die “Memórias do Instituto de Butantan” 
und die “Anexos das Memorias do Instituto de Butantan”, Secção DE 
Borânica, und der Secção DE ZooLogia werden zwanglos in Heften 
erscheinen, welche in Bânde zusammengefasst werden kônnen. . 


Die in ihnen angewandte portugiesische Schreibweise, stimmt im. 
allgemeinen mit den Grundlagen der orthographischen Reform iúberein, 


welche am Í.ten September von der portugiesischen Regierung ge- 
nehmigt worden ist. 


Alle Korrespondenz, welche auf genannte Schriften Bezug hat, 
muss an den “Director do Instituto de Butantan” oder an einen der 
Vorsteher der Sectionen adressiert werden. “Caixa postal 65 - 8. Paulo - 
Brasil”. 


E NE A 
RA Via 


ANEXOS 


das 


Memórias do Instituto de Bufantan 


Secção de Botânica 
Vol. I- Fasc. VI 


NOVEMBRO -1923 


EXPLICAÇÃO 


Com o presente fascículo encerramos o primeiro volume dos “Anexos das 
Memórias do Instituto de Butantan, Secção de Botânica”; juntamos por isto, no fim, 
duas folhas, com o resumo do seu conteúdo e tambêm o Índice alfabético para o 
mesmo. Os que quiserem mandar encaderna-lo deverão destacar as duas páginas 
citadas que constituem o frontespício do volume e coloca-las antes daquele do 1 fas- 
ciculo, deixando o índice e demais conforme está. 


F. C, HOEHNE 


Botânico do Instituto de Butantan, 


1922 
Comp. Melhoramentos de S. Paulo 
(WEISZFLOG IRMÃOS Incorporado) 
São Paulo, Cayeiras e Rio 


ADVERTÊNCIA: As “Memórias do Instituto de Butantan” 


bem como os “Anexos das Memórias do Instituto de Butantan” - Sgo- 
ção DE BOTÂNICA, e os da Secção DE ZoorogIA serão publicados em fasci- 
culos agrupáveis em tomos e não aparecerão em datas fixas, 


A grafia portuguesa neles adoptada estã, em suas linhas gerais; 
consoante as bases da reforma ortográfica, aprovada pelo Govêrno de 
Portugal, em 1 de Setembro 1911. 

Tôda correspondência concernente às publicações mencionadas 
deve ser endereçada ao “Director do Instituto de Butantan” ou aos 
chefes das respectivas Secções. “Caixa postal 65-S. Paulo - Brasil”. 


NOTICE: The “Memórias do Instituto de Butantan” and also 
the “Anexos das Memórias do Instituto de Butantan”, Secção DE 
Borânica, and those of the Secção DE ZooLocIA will be published in 
parts constituting volumes and will not appear on fixed dates. 


The portuguese graphy used in the text is nearly according to 
the bases of the orthographic reform approved by the Portuguese Go- 
vernment, the 1 st. Sept. 1911. 


All correspondence relative to the above mentioned publications 
should be addressed to the “Director do Instituto de Butantan” or to 
one of the chiefs of the Sections. “Caixa postal 65 - S. Paulo Brasil”. 


fais ER 
OO 48 
a11049 "9H 


JO nBAIoS 


Esgia ponuvua, wecos aur genannte Schriften Bezug hat, 
muss an dês “Director do Instituto de Butantan” oder an einen der 


Vorsteher der Sectionen adressiert werden. “Caixa postal 65 - S. Paulo - 
Brasil”. 


Edcé e! 
) asbs tis g 
4 0 


dei 
10 si UA ao 


slloi geub o 


A, 


“oefeatir d5 
E 


= ORI 


ANEXOS 


das 


Memórias do Instituto de Butantan 


Secção de Botânica 
Vol. I-Fasc. VI 


——— eae e em pio aa 


NOVEMBRO -192232 
1922 
Comp. Melhoramentos de S. Paulo 


(WEISZFLOG IRMÃOS Incorporado) 
São Paulo, Cayeiras e Rio 


CONVOLVULÁCEAS 


dos 


Hervários: Horto “Oswaldo Cruz”, Museu Paulista 


e Commissãao Rondon 


Revistas e estudadas 


por 


F. C. HOEHNE 


PARRA o, 


o 


INTRODUÇÃO 


Na grande ordem das Tubiflorae as Convolvulaceae ocupam, segundo PETER, 
posição mais ou menos central; afirma êle que podem ser constatadas relações de 
alinidade para tôdas as direcções, tanto descendentes, como ascendentes. Mais próxi- 
mas elas se colocam das Solanaceae e as Borraginaceae, tendo igualmente relações 
de afinidade com as Polemoniaceae. 

WETTSTEIN, no seu sistema natural, as considera descendentes das Tricoccae 
e presume que sejam contemporâneas das Dialypetalae na evolução. 

HaLLIER — cuja orientação é seguida actualmente no que diz respeito à divi- 
são dos géneros e espécies, e a quem tambêm acompanhamos neste trabalho — diz 
que os parentes mais chegados das Convolvulaceae devem ser procurados entre as 
Linaceae. 

WALTER ALEXNAT (Sero-diagnostische Untersuchungen iúber die Verwand- 
schaitsverhãltnisse innerhalb der Sympetalen, do Botanisches Arkiv), desmonta todas 
estas teorias e demonstra pelo soro-diagnóstico que as Convolvulaceae devem ocupar 
O primeiro degráu na ordem das Tubiflorae. De acôrdo com os resultados a que 
chegou êste professor, tambêm o Dr. CarL Mez coloca-as, na sua árvore provisória 
do Reino Vegetal, como uma ramificação especial do grande ramo das Cucurbitaceae, 
ao lado das Globulariaceae e (possivelmente) das Myoporaceae, ramificação esta que 
deve partir próximo da base da grande ordem que compreende as Scrophulariaceae, 
Solanaceae, Acanthaceae, Bignoniaceae, Borraginaceae, etc.. 

Mas, os estudos das albuminas, pelo método de reacção do sôro, não chegaram 
ainda a resultados delinitivos e portanto ainda não podemos estabelecer como abso- 
lutamente certas as afinidades apontadas. 

Dentre as Tubiflorae as Convolvulaceae são, positivamente, as mais efémeras 
no que concerne à duração das plantas e das flôres. Uma grande maioria é formada de 
espécies anuais ou de poucos mêzes de vida e cujas flôres teem a duração de algumas 
horas apenas. Mas, contudo isto, muitas já conquistaram admiradores e são queridas 
hóspedes dos jardins e parques. Neste número se contam muitas espécies trepadeiras 
dos géneros: Ipomoea, Merremia, Quamoclit Calonyction, Jacquemontia, Maripa e 
Operculina. As suas flôres, geralmente, desabrocham às primeiras horas do dia e 
fecham ou murcham com a maior intensificação dos raios solares. Algumas só flo- 
rescem à noite, como a “Bôa Noite” por exemplo, que as 8 horas da manhã já fecha 
as suas grandes e alvíssimas corolas. 

Das formas erectas arbustiformes ou meio herbáceas do género Ipomoea, secção 
Orthipomoea e tambêm de Jacquemontia das secções: Cymosa e Capitata, muitas 
há que dão flôres bonitas e se prestariam igualmente para jardins. 

As mais delicadas são incontestâvelmente as espécies do género Evolvulus, de 
flóres cerúleas ou róseas que medram nos campos mais sêcos do interior do nosso País. 

Para a alimentação do homem são dignas de menção as múltiplas variedades 
e formas da “Batata doce”, Ipqmoea batatas, Lam., que, no interior, formam a base 
da alimentação de muitos lavradores e servem ainda para a fabricação de preciosa 
fécula e para a confecção de doces, etc.. Alêm da fécula, as suas grandes túberas 
encerram regular porcentagem de açúcar e substâncias mucilaginosas. A sua origem 


6 Convolvuláceas 


é ainda incerta: disputam-na a Africa e a América do Sul; éla, porêm, é cultivada 
à muitos séculos em diversos países do mundo. 


Édulas são ainda as túberas de Calystegia sepium, L. (nome êste que, segundo 
HaALLIER, abrange uma série de espécies diferentes entre si). De Jpomoea jalapa, 
PursH. de que teremos de tratar mais em baixo, /p. batatilla, Don., da Venezuela, 
Ip. mammosa, Cmors., cultivada na China e em Amboina, Zp. pandurata, Mey. e 
outras diversas, se aproveitam igualmente as raizes para a alimentação. Esta última 
fornece das mesmas a “Radix Convolvuli pandurati”, que em estado fresco tem um 
cheiro bastante desagradável e sabor fortemente amargo: elas são usadas contra os 
cálculos da bexiga, mas na medicina doméstica empregam-nas ainda para substituir 
a “Jalapa verdadeira” e dão-lhes o nome de “Rhuibarbo bravo” e “Jalapa silvestre”. 
A Jp. Jalapa, Pursn, a que tambêm conhecem por Jp. macrorhiza, MrcHx. deve êste 
último nome ao tamanho exagerado de suas túberas, que alcançam às vezes até 25 
quilos de pêso ; elas são comestíveis, mas mais frequentemente empregadas para fal- 
sificar ou substituir a “Jalapa verdadeira”; a sua acção purgativa é, porêm, muito 
menos activa; nas farmácias distinguem-nas pelos nomes de “Jalapa branca” e “Es- 
camonéa da América”. Ela não deve, entretanto, ser confundida com a Jp. purga, 
WeNDER, que mencionamos mais adeante. Durante muito tempo as suas túberas pas- 
saram como sendo da verdadeira jalapa, mas, finalmente, ScHIEDE descobrio esta, 
desde então elas são tambêm distinguidas dela pelos nomes de “Mechoacannae albae 
seu griseae” ou “Jalapae albae seu Rhabarbari indici”. Contra a gota e reumatismo 
“usam-na tambêm. Jpomoca paniculata, R. Br., das Índias Orientais, tem igualmente 
túberas que são édulas; em sabor e cheiro diz-se que elas fazem lembrar Lathyrus 
tuberosa, L.; afirma-se mais que são úteis contra a magreza e, alêm disto, recom- 
mendam-nas contra as regras mui abundantes e como laxante. 

As folhas de diversas espécies indígenas e exóticas formam magníficas forra- 
gens para o gado; assim se recomendam as ramas e folhas da “Batata doce”, já 
mencionada, para as vacas leiteiras e, do norte do Brasil, recebemos informações de 
que a Jp. setifera (Porr.) HaLLreR, vulgarmente conhecida pelo nome de “Batarana”, 
é ali avidamente procurada pelo gado. Em Mato-Grosso constatamos tambêm que 
êste às vezes procura a Jp. fistulosa, MART., que ali infesta enormes trechos do pan- 
tanal, mas, o Dr. Neiva, em seu relatório, assignala o facto de que ela produz a 
intoxicação do gado, mas isto certamente só acontece quando é ingerida em quanti- 
dades muito grandes. Outras Ipomoeae e Merremiae são devoradas pelo gado sem 
dano algum para êste e até a gente come as folhas de Merremia medium (CHoIs.) 
HaLLIBR e de Jpomoea aquatica, Forsk, nas Índias Orientais, etc.. 

Nas indústrias são aproveitados os cipós de algumas espécies para fazer amar- 
rações e tambêm para a obtenção de libras. 

Alêm disto as Convolvulaceae teem muitos empregos na medicina. Devido ao 
latex que é peculiar a muitas espécies, elas apresentam uma certa homogeneidade 
nos seus princípios activos. Contudo, necessário é dizer-se que êle não é comum a 
tôdas as espécies e que tão pouco a sua composição química é igual em tôdas. O 
maior emprêgo das Convolvulaceae é como purgativo ou laxante, mas uma ou outra 
tem tambêm sido empregada, com resultado, para fins diversos. Vejamos, portanto, 
quais tem sido até hoje as suas aplicações. 

Mais variadas são, com certeza, as propriedades das Cuscutae, porque, sendo 
tôdas elas parasitas de outros vegetais, assimilam sempre algumas substâncias próprias 
dos seus hospedeiros, razão esta porque são algumas vezes diuréticas, emolientes, 
etc. mas as suas virtudes mais preconizadas são : desobstruentes do fígado, estomá- 
quicas e adstringentes. Os antigos gregos já conheciam estas e as empregavam igual- 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I - fase. VI 7 


mente para combater a melancolia, contra as febres intermitentes e a hidrofobia dos 
cães. Muitas aparecem ainda nas farmacopeas sob os nomes de “Herba cuscutae 
majoris”, “Herba Epithymi cretici”, etc. 

No Perú usam ainda a Cusc. corymbosa, R. ET PAv., contra as queimaduras 
e entre nós a Cusc. racemosa, MART. e outras afins são preconizadas contra as ul- 
cerações e feridas em geral, para o que se aplica a planta tôda pulverizada; os seus 
decoctos gozam de fama para combater as afecções da garganta, as hemoptises e 
abcessos internos. Algumas fornecem tambêm matéria corante amarelo-escura e, 
destas, as mais importantes são: Cusc. tinctoria, MART., Cusc. partita, CHoiIs. e Cusc. 
xanthochortos, Marr. Os males que causam e outras indicações são encontradas 
mais adiante neste trabalho, onde nos ocupamos das espécies estudadas. 

O “Maripá”, Maripa passifloroides, BrH., que tambêm conhecem por “Mara- 
cujarana”, comum nas regiões septentrionais do Brasil e nas Guianas, alêm de ser 
muito decorativo, encontra tambêm diversas aplicações na terapêutica doméstica. 

Nas farmacopeas são citadas especialmente muitas /pomoeae de acção purga- 
tiva, de que algumas já são empregadas há muitos séculos; são ellas: a “Escamonea”, 
Convolvulus scamonia, L., nativa na Síria e Ásia Menor, ete., o purgante ideal dos 
orientais, nas farmácias conhecida pelo nome de “Scammonium” e usada especialmente 
contra as constipações gástricas, hidropsia e epilepsia. Infelizmente o producto ven- 
dido com êste nome é geralmente adulterado ou substituido por outro. Praticando 
largas incisões nas suas raizes, obteem ainda o latex e a resina, que aparece nos 
mercados sob os nomes de “Scammonium halepense” ou “syriacum” ou “Gummi 
resinae Scammonii”. Os usos medicinais desta planta datam de HirpÓcRATES. 

O “Turbith” ou “Turpeto”, Operculina turpethum, MANso, nativa nas Índias 
Orientais e na Austrália, de que procede “Radix Turpethi”, de sabor adocicado a 
principio, mas logo depois desagradável e repugnante, que age como catártico e sub- 
stitui na sua pátria a “Jalapa verdadeira”. 

A “Jalapa verdadeira”, Ipomoea purga, WENDER (*), nativa no Mexico, lorne- 
cedora das substâncias que são vendidas sob os nomes de “Radix Jalapae tuberosae, 
Radix Jalapae ponderosae, Gialapae” ou “Mechoacannae nigrae”, que formam a base 
de muitos remédios purgativos usados na clínica e são os mais eficazes contra as pri- 
sões de ventre, hidropsia, ancilostomose, etc. A “Jalapina” obtida da resina das tú- 
beras desta planta, tem acção muito poderosa, bastando doses mínimas para se obter 
um pronto efeito. 

Outra é a “Jalapa macho”, ou “Purga macho”, /pomoea orizabensis, LEDAN, 
que recebeu o seu nome do logar denominado Orizaba, no México, onde é nativa; 
dela provém “Radix Jalapae laevis” ou “Radix Jalapae iusiformis” ou “novae”, cuja 
acção é menos enérgica. Tambêm as ramas, de sabor fortemente salobro, aparecem 
nas farmácias sob o nome de “Stipites Jalapae” e serviam outrora para a prepara- 
ção da “Resina Jalapae”, que é purgativo enérgico. 

Ainda outra é a “Jalapa Mexicana”, Ipomoea jalapa, PuRsH., que se estende 
desde a América Septentrional à Meridional e às Índias Orientais. Acreditam alguns 
autores ser ela a fornecedora da “Jalapa verdadeira”, mas isto não é o que infor- 
mam os mais fidedignos; êstes dizem que as suas enormes túberas servem para adul- 
terá-la, e isto naturalmente com vantagens, pois, como já vimos, alcançam êles não 
raro até 20 e mais quilos de peso, mas a sua acção é muito menos enérgica. Ela nos 


(+) Convem notar que o nome vulgar “Jalapa” é dado a muitas plantas dêste e de outros 
géneros desta e de outras famílias naturais, entre as quais tambêm a Mirabilis Jalapa, L., das 
Nyctaginaceae, que entre nós é comumente conhecida como “Bôa noite”, — outro nome vulgar que 
pode trazer confusão com uma Convolvulacea, o Calongyction speciosum, Cnoris., que citamos mais 
abaixo —; e mais ainda, que o nome específico jalapa tambêm não pode ser tomado como sinónimo, 
porque êle foi dado a plantas muito diferentes das dos géneros: Ipomoea e Convolvulas. 


8 Convolvuláceas 


dá a “Radix Mechoacannae albae seu griseae seu Jalapae albae” ou, ainda, “Rhui- 
barbari indici”, que conhecemos pelo nome de “Jalapa branca”. Os espanhois usa- 
vam-na contra manifestações reumáticas e gotosas. 

O “Pão de Rhodes, Convolvulus scoparius, L., natural das Canárias, fornecia 
em tempos idos o “Lignum Rhodii”, que triturado desprende um aroma agradável 
semelhante ao das rosas e, distilado, produz o “Oleum ligni Rhodii aethereum”, que, 
além do emprêgo que tem como Balsamico, é usado para adulterar a verdadeira 
“Esséncia de rosas”. 

Muito afamada e empregada é tambêm a “Batata de purga”, Operculina con- 
volvulus, Manso, que é dispersada por toda a América Meridional e Ocidental e tam- 
bêm mais comumente conhecida pelo nome de Piptostegia Gomesii, MART.; ela nos 
fornece “Radix Jalapae ochroleucae” ou “Radix Jalapae brasilianae”, que, especial- 
mente em Portugal, substitui perfeitamente a verdadeira “Jalapa”. O resíduo da mas- 
sa, é, em estado sêco, administrado como purgante às creanças e aparece nos mercados 
sob os nomes de “Tapioca de purga” ou “Goma de batata”. Praticando incisões 
obtem-se do caule uma resina que se assemelha muito à da “Escamonea” e que pode 
ser usada para os mesmos lins. 

Da Ipomoea litoralis, Cnors., vulgo “Cipó da praia”, que é frequente em tô- 
das as costas e praias arenosas do sul do Brasil, provêm a “Couve marinha”, que se 
emprega contra a hidropsia. O latex serve tambêm como catártico. Sua companheira 
é a Ip. pes-caprae, SwEET., muito mais comum e mais robusta, que conhecem pelo 
mesmo nome e ainda pelo de “Salsa da praia”; os seus emprêgos são idénticos, com 
o acréscimo de que ainda usam o decocto das folhas como emoliente e supurativo 
e, em estado quente, aconselham-no tambêm para as dores reumáticas: machucadas, 
estas folhas são usadas pelas lavandeiras para alvejar as roupas e dizem que na Ilha 
de Taití empregam mesmo as raizes para êste fim, sob o nome de “Pavi”. 

A “Flôr do Cardeal” ou “Quamoclit” Quamoclit vulgaris, CHOIS., é uma plan- 
ta cosmopolita das regiões temperadas e cálidas do globo e bastante comum. As flôres são 
muito belas e grandes, razão porquê tambêm a planta é cultivada nos jardins. As folhas 
“Foliae Quamoclit” e as sementes “Semen Quamoclit” são preconizadas como antiofí- 
dico e tambêm administradas em estado pulverizado, como rapé, contra as cefalal- 
gias e, o seu decocto, é ainda empregado em banhos contra o reumatismo, e tópi- 
camente contra as escrólulas. 

O Calonyction speciosum, CHoIs., vulgo “Bôa Noite”, comum nas margens dos 
rios Amazonas e Paraguai, é alto-escandente e tem folhas grandes que são igual- 
mente usadas contra o reumatismo e como emoliente. 

A Calystegia sepium, R. Br., a que já nos referimos, vulgo “Cipó de purga”, 
fornece “Herba et Radix Convolvuli majoris”. As raizes são drásticas e os caules dão 
uma fibra mais ou menos forte e aproveitável. HaLLIER subdivide, porêm, esta es- 
pécie em uma série de outras que, segundo êle, são bem distintas. Do mesmo gé- 
nero é ainda a Cal. soldanelia, R. Br., vulgarmente denominada “Soldanela”, que 
é tambêm catártica e fornece “Herba Soldanellae” e “Brassicae marinae”, produtos 
que são usados como reirigerantes e depurativos e que fôram muito afamados contra 
as hidropsias, escorbuto e as febres palustres e ainda contra os vermes intestinais, 
tendo sido já citada por DioscoRIDES. 

A Ipomoea cathartica, Porr, da Ilha de S. Domingos, é a base do “Sirop de 
Bauduit”, que, nas colónias francesas, é largamente empregado como catártico enér- 
gico e drastico. 

A “Campainha rasteira”, de Portugal, “Bedille, lisette, liset, petit liseron, villée, 
etc.”, dos franceses, Convolvulus arvensis, L., fornece “Herba Convolvuli minoris”, que 


e 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I - fase. VI 9 


é vulnerária e túberas que são fortemente purgativas. Igual propriedade teem: a 
“Campainha comum”, dos portugueses, “Belle de jour” dos franceses, “Morning glo- 
ry” dos ingleses, o Convolvulus tricolor, L., da Europa Meridional; a “Campainha 
folha de altea”, Conv. althacoides, L., da mesma região: a Argireia malabarica, ARN., 
da região do Malaia, que tambêm é usada na veterinária: Fvolvulus alsinoides, L., 
que é comum no Brasil, e cuja decocção serve ainda para combater as febres e 
as perturbações gástricas crónicas; Aniseia uniflora, CHoIs., que corresponde á An. 
martinicensis, Cnois., da “Fl. Brasiliensis”; Convolvulus farinosus, L., do sul da 
Europa, que fornece sucedâneo da “Escamonea”; Conv. hirsutus, RieB., da Grécia 
já mencionada por DiroscoriDES; Jpomoea corymbosa, RorH., do México e ali co- 
nhecida e empregada sob o nome de “Coaxihgilt”: Conv. incanus, VaHL., do Chile, 
que contêm uma certa porcentagem de ácido prússico e forma a base do “Licor de 
Nayan”, muito usado em tempos idos: Jacguemontia guianensis, (AuBL.) MEISSN. das 
Guianas e tambêm Conv. canariensis, L., das Canárias, que já citamos; Jpomoea pelta- 
ta, CHors., das Ilhas Molucas, que, alêm das propriedades catárticas, é ainda tida 
como útil no tratamento dos seios inflamados, das oitalmias, etc., sendo o decocto 
ainda preconizado para o crescimento dos cabelos, fim êste para que tambêm usam 
a Ipomoea angustifolia, JacQ., das Índias. A Jp. triloba, L., do Perú, é laxativa; Jp. pu- 
bescens, Lam., do mesmo país, já é mais drástica; /p. aquatica, Forsk., alêm de for- 
necer folhas comestíveis, tem raizes fortemente purgativas; /p. emetica, D. C., do Mé- 
xico, é, alêm de catártica, tambêm emética; isto ainda acontece com a Ip. sepiaria, 
KoExc., das Índias Orientais; Ip. bracteata, Cavan., do México, é levemente laxativa; 
Ip. tuberosa, L., de Jamaica, é catártica e das suas túberas se extrai uma espécie de 
“Escamonea” muito activa; /p. purpurea, Lam., do Brasil e adjacências, é decorativa e 
catártica. 

Para diversos fins são ainda empregadas as seguintes: 

Cressa cretica, L., do litoral do Chile, fornecedora da “Herba Anthylleos cre- 
ticae maritimae”, como diurético e tambêm contra a quéda dos cabelos e como antel- 
míntico. 

Convolvulus tomentosus, Lour., da Cochinchina, as sementes como diurético e 
catártico e ainda contra a cloroce, anemia e as suspensões das regras. 

Ipomoea tridentata, RotTH., das Índias Ocidentais, tôda a planta, em decoctos, 
contra febres gástricas, dores e sofrimentos hepáticos e reumáticos. 

Ipomoea grandiflora, Lam., da mesma região, contra os venenos ofídicos, fim 
êste para que ainda se recomenda a 1p. dissecta, WiLLD., das Guianas e norte do Bra- 
sil, e tambêm a 47p. campanulata, L., de Malabar, de que são empregadas sómente 
as sementes, que teem cheiro de gingivre ou pimenta. 

De /pomoea gemella, RorH., das Índias Ocidentais, recomendam o decocto das 
folhas contra as aítas. 

Ipomoea pes-tigridis, L., da mesma região, tem folhas que aconselham contra 
as apostemas e úlceras, e tambêm para a hidroiobia. 

Ipomoea nil, RoTH., das Antilhas e de todo o Brasil, fornece as “Semen Ka- 
ladanae”, que substituem às vezes a “Jalapa” nas drogarias de Calcutá. Torradas e 
tomadas em infusão elas actuam como catártico enérgico. 

Argyreia arborea, Lour., da China e Cochinchina, vulgo “Folha prateada”, é 
usada na sua pátria contra as inflamações dos seios, para o que se cosinham as folhas 
até formarem uma pasta, que é aplicada sôbre as partes doentes. 

Arg. malabarica, CHors., da Costa de Malabar, tem raizes preconizadas contra 
a erisipela, mas suas folhas servem ainda contra os abcessos, úlceras, etc. A planta 
tôda é muito apreciada na Índia. A sua irmã, Arg. speciosa, SwEET., da mesma lo- 


10 Convolvuláceas 


calidade serve tambêm para êstes fins e ainda para curar o reumatismo articular., 
escrólulas, etc. 

De entre as catárticas o Dr. PeckoLT fez análise da Jpomoea echivides, CHOIs., 
e a respeito dela diz êle o seguinte: « As raizes desta planta, comum em Minas, Matto- 
Grosso e norte do Brasil, encerram uma resina dura e quebradiça, de côr acasta- 
nhada, que aquecida, desprende um cheiro parecido com o do pão de trigo fresco >. 
“Convolvulina” foi o nome dado ao princípio activo, mas afirma êle ser bastante 
rara e difícil a sua extração. Alêm da resina, as raizes conteem ainda açúcar, sais, 
fécula e uma matéria gomosa extraível. Elas são prescritas contra as constipações 
intestinais, como purgativo drástico e usadas igualmente contra a hidropsia, epile- 
psia e como depurativo em geral. 

Segundo o Dr. ALFREDO AuG. DA MATTA, a dose de cinco gramas da goma é 
drástico, bastando da resina 2 gramas para' se obter um efeito satisfatório. Da 
tintura prescreve êle de !/, - 30 gramas por dia e do decocto 5 gramas em 500 de 
água; do pó 4 gramas e do extracto iluido 3 gramas. Cremos que estas doses 
podem ser aceitas para as demais espécies indígenas consideradas purgativas. 

Teem emprêgos idénticos: Jp. Capparoides, CHors., do Rio de Janeiro ao norte 
do Brasil e a Operculina altissima, MEIssN., que aparece em todo o nosso país e é, 
no norte dêste, denominada “Potão amarelo”. Dela é sinónimo a Op. pteroides, 
Meissn., da “Flora Brasiliensis”. 

Mas com esta relação não está ainda completada a lista das espécies exóticas 
e indígenas mais comumente empregadas na terapêutica. O povo usa ainda gran- 
de número de túberas das Convolvulaceae que não estão devidamente identificadas, 
mas o nosso intuito não é tambêm apresentar uma lista completa, desejamos apenas 
chamar a atenção dos estudiosos para o vasto campo de estudo químico e experi- 
mental que as nossas “Flôres de S. João”, Boa noite”, etc., abrem para a sua acção 


Chave analítica das secções e géneros das Convolvulacece, 


| 
1 


segundo H. Hallier 


Pólen inerme (excepção em Cardiochlamys); corola com cinco faces, raro 
delimitada em cinco áreas destintas, da base ao ápice geral e grada- 
tivamente dilatada . .. 0. À- PSILOCONIAE 

Pólen espinhoso; corola com cinco EE nitidamente delimitadas por duas 
nervuras que partindo da base se juntam no ápice, da base para o ápi- 


ce irregularmente ampliada . . . . . B-ECHINOCONIAE 
Embrião acotiledóneo, espiral; folhas nulas ou escamiformes; herva pálida 
ou amarelada e parasita . . . . . I-CUSCUTAE : Cascata, 


Embrião com cotilédones, recto ou pouco curvado; plantas verdes 
Cálice gamosépalo ou obliterado; ilôres so Emis 
Cálice chorisépalo (em Raponia gamosépalo, mas aí as flôres ma) 
Folhas sesseis; ovário inteiro, 2 - filo, 2 - ovulado; cálice gamosépalo . 

- H-WILSONIEAE: Wilsonia. 
Folhas cpiadas: ovário 2- ou 4 - fido, 4 - ovulado ou (por abôrto diver- 


samente carpelado?) inteiro, 2 - ovulado . . II-DICHONDREAE 
Ovário inteiro, cálice obliterado. . . . . . - . : Hygrocharis. 
Ovário partido; cálice gamosépalo RUDE E RR RR RR le 
(yario 2 fidos a Cs a Sr ss Dichondras 
xana tido GU A IS RR o RD E nlkia: 


Fruto deiscente ou pequeno, evalve, ténue . 

Fruto indeíscente, grande, lenhôso ou carnôso; dio Niro ou Ts 
ARTS E A e. o VI-ERYCIBEAE 

Flóres geralmente em panículos ou ON ENERE cápsula valvulada ou oper- 
culada, raro irregularmente deíscente; sépalos com a frutificação, em 
regra, não aumentados; ovário 4 - ovulado (em Polymeria 2 - ovulado) 

Inflorescência paniculada ou geralmente racemosa; cápsula evalve, ténue, 
membranácea, 1 - raro 2-sperma; sépalos os três exteriores ou todos 
acrescidos depois da ântese com a frutificação (excepto em Ra- 
pona), escariosos, ovário 2 - raro 4 - ovulado; pistilo inteiro ou bí- 


Fidosto 1h a e an a VE DORANEÃ E 
Pistilo bífido (em aiii Estdato feno cas brasileiras às vezes inteiro) 
ou completamente livre até à base . . IV-DICRANOSTYLEAE 


Pistilo inteiro ou singelo di Merremia glabra (Choisy) geralmente bífido). 
j . VII-CONVOLVULEAE 

fnilsres cede si ELE as flôres em panículos ou solitárias; corola, em 
regra, maior e de estivação o contorto-plicada; genitais raro 
exsertos . : 
Inflôrescências laterais, ana das ou racemosas; ati ds au fida, 
de estivação valvulada ou indluplicato-valvulada; genitais exser- 

tos. 


29 


Q 


21 


23 


Sat 


CARE 


12 


10 


do 


12 


13 


14 


To 


16 


17 


18 


19 


20 


21 


22 


23 


24 


25 


Convolvuláceas 


Estigmas nos dois pistilos 2-Jineares (pistilo bipartido e cada parte novamente 


bipartida ou pelo menos dividida até certa altura) . : Evolvulus. 
Estigmas 2, rarissimo 4, capitados . é a E oo e A PS 
Flôres 4-meras. . «vcs. & o. ;Hildebrandta: 
Flôres 5-meras. eo ta o te Coe DES DE 
Flóres dióicas . . Nac RS RA Da o E ES Cladostigia 
Flóres bisexuais. tis) 
Cápsula 1-sperma . la 
Cápsula 4-sperma . o ha 


Corola de estivação niprtenos entes e pólen elipsóideo, com 


três pregas . . . 0. à Cressa, 
Corola de estivação nd picas E oniors Comi memos: le esférico 
: Stylisma. 


CEIA! mínima; Mbgasnião Diapro st na pao ienieane quási estipulados: 
dio geralmente e a QU bífido, palmatilobado. 

: Seddera. 

Cord maior ; filamentos não entishs, na ER porêm quási eo glan- 

duloso-vilosos; estigma globoso (em Bonamia agrostopolis, Hall., obs- 

curamente bipartido e em Bon. Burchellit, Hall., 4 - ovóide, em Bon. 

trichantha, Hall., 2 - largo-ovalado e por cima complanado) . 

Sépalos, os dois exteriores muito maiores que os três interiores, escario- 


sos. AMA Me RR dO ido leo Tia on 5 Prevostear 
Sépalos, cores não ou pouco maiores que os internos, não escariosos. 
a: : Bonamia. 
Cria 4 aliada, 1 - asno: eg em Pao de mito amplia- 
da, escariosa, apressa ao cálice .. - : Neuropeltis. 
Cápsula 2- valvulada, bráctea em estado de frutificação não aumentada . 
Conectivo no ápice não dilatado. . . 2... : Dicranostyles. 
Anteras afixas ao conectivo de ápice dilatado. . . . : Lysiostyles. 
Cálice gamosépalo, não aumentado depois da ântese . . . : Rapona. 


Cálice chorisépalo, sépalos os três exteriores ou todos aumentados depois 
da ântese em estado de irutificação à 
Bractéola 1 ou nula; pistilo inteiro ou bífido; Sites com a matas do 


«16 


- 18 


«20 


ituto aberto. Ê - : Porana. 
Bractéolas 3; cálice irutífero A enoso: ao isto » Cardiochinaa 
Folhas espatulares; flóres solitárias; óvulos numerosos. |. : Humbertia. 
Folhas elípticas; flóres avant óvulos 10 2a 
Estigma sessil, contorcido 5 -ou 10 - radiado; corola de lobos pílidos: pê- 
los geralmente pluriramosos. . .. | Eryeibe. 
Estigmas 1 ou 2 sôbre longo pistilo; corola, ano lobada, de lobos 
inteiros; pêlos dibraquiados. ... | Maripa. 
Séries de Coats das glândulas atravessando odio] o acima foliolar . . 24 
Séries de células das glândulas em fascículos fibrovasculares sómente na pá- 
gina parenquimática . 5) 


Pêlos geralmente 3 ou mais ramosos; Ena em regra Pa andado flôres 
em regra cerúleas; sépalos mais ou menos iguais e nunca decurrentes 
pelo pedicelo.” CR .  . : Facquemontia. 

Pêlos simples; cápsula 4 - alan E nalos os 3 exteriores muito maiores 
que os interiores e quási sempre decurrentes pelo pedicelo : Aniseia. 

Estigmas 2 filiformes; cápsula 4-valvulada ou evalve; pólen elipsóide com 
três pregas; ovário 2-locular, 4-ovulado . |. . : Convolvalus. 


26 — 


us 


23) = 


30 — 


31 — 


32 -— 


Sa 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I - fasc. VI 13 


Estigma quando filiforme nem o pólen é esférico nem o ovário 2-ovulado. . 26 
Estigma oblongado, raro filiforme; pólen esférico, granuloso, ornado in- 
teiramente de pequenos discos glabros; brácteas geralmente envolven- 
do o cálice das flóres solitárias; ovário unilocular. . : Calystegia. 
Pólen quando esférico inteiramente poroso e ovário então perfeitamente 2 - 
loenlatipss To: : : Lo : oi 
Estigma oval e Comiplanído) ovário E jah 4- axuleros pólen alicdico! 
brácteas afastadas do cálice . .. 0 : Hewiíttia. 
Estigmas lineares 2-8; ovário 2-ovulado ; Po len como em CRS 
EM di - a e) a pr EE Polymeria: 
ES TaNEE El tosos, ovário Já amiiado RAD RE: MEU Su 28 
Cápsula 4-valvulada, corola com cinco faces airaressa dA por cinco nervu- 
ras atrovioláceas; sépalos com a frutificação raro ampliados; caules 
raro alados. ...  . : Merremia. 
Cápsula operculada ane ente Ne cent anralho com cinco faces ener- 
vadas; sépalos na frutificação muito aumentados; caules em regra mais 
ou menos alados. . .. |. |: 9Operculina. 
Frutos 4 - valvulados alimente nho pomocê EA R. ET 
ScH., 2 valvulados ou raro evalves) pergamináceos . . 


SARA E O MR RR sap CAN ITE IPOMOEEAE 30 
Frutos indeíscentes, enhosos ou farináceos ou carnosos. : 
DE App: E k EAR TER RS TR EAD =) DC ARGYREIEAE 32 


Flôres fasciculadas: enrola rindo colida: estames sôbre o dorso de es- 
camas insertas no meio da corola e convergidas para o centro da 
Horse: R : Cc 2. : Lepistemon. 

Estames insertos eme na roi aa DES 5 - Si 

Corola actinomorta, quando coccínea o ovário não 4- eo sos raro 
breve calcarados, geralmente longo aristados e inflorescências quási 
sempresescorpidides | is  . : Ipomoea. 

Corola actinomorta, hipocratimoria, ande não coccínea; dépalos glabros, 
geralmente longo aristados, quando obtusos a inflorescência escor- 
pioide: cenmtars/exsentos FS. . . : Calonyction. 

Corola em regra zigomorfa, pequena ou Seios coccínea; sépalos glabros, 
geralmente aristados; flôres em racimos, genitais exsertos, ovário 4-lo- 


culatra! os. a a o A so CS Qnuamockhé: 
Brácteas 3; folhas ssaatis ainses Rio: -. : Blinkworthia. 
Brácteas 2; folhas grandes, geralmente soda RR RT A e! ES 
Corola namo das estigma elíptico; ovário 4-locular; frutos lenho- 

SOS . 0 à Rivea. 
Corola raro hipocratimoria: estigma aloboso;: ovário > locular ou 4-locu- 

lar; baga carnosa ou farinácea . . . . .  . : Argyreia. 


Aplicando êste sistema creado por H. HALLIER, para as espécies represen- 
tadas no Brasil, teríamos em vez de 13 géneros para as Convolvula- 
ceae e 1 para as Cuscutaceae, um total de 18 géneros todos su- 
bordinados directamente às Convolvulaceae e que poderíamos orga- 
nizar como segue: 


14 


[o 9) 


10 


Convolvuláceas 


Chave sinóptica para as secções e géneros no Brasil 


Pólen inerme; corola com cinco faces e lobos, raro delimitados por áreas 
distintas, da base ao ápice gradativamente ampliada 

Ses . À- PSILOCONIAE 

Pólen ano, o com cinco es O tmen ia delimitadas por nervuras 

que partindo aos pares opostos aos sépalos se abrem para o ápice 

até se juntarem cada uma com a seguinte, formando estreitos triân- 

gulos cujo ângulo se intercepta aos lobos, da base ao ápice irregu- 

larmente ampliada . .. 0. B-ECHINOCONIAE 

Embrião acotiledóneo, espiralado, Rolhas nulas ou escamiformes muito redu- 

zidas; herva parasita, RR ou alaranjada . 
à I- CUSCUTAE: icuseuial 
Embiao ue fede fécio, ou levemente curvado, plantas verdes e 


terrestres. 
Cálice gamosépalo ou assabe lados até CE ia ovário e es só 
res solitárias axilares. . . . TW-DICHONDREAE: Dichondra. 


Cálice chorisépalo . : > 
Pistilo bífido (veja tambêm excepções. JE Bona a), nndcê às vezes 
é inteiro) ou dois completamente livres até à base . : 
: - HI- DICRANOSTYLEAE 
Pistilo tea em Merremia abra io ao CHroisy) tambêm bí- 
fido), raro completamente nulo. : 
Estigmas filamentosos pistilo bipartido e ramos Dines) ou E pariido 
atepetto ida Dase « .k Jonikçald Goop SM pr nes e o E O 
Estigmas 2, raro 4, capitados : A a sc 
Cápsula monosperma; corola de estivação LITERA Eni exsertos; pó- 
len elipsóide com três pregas . . . 2 0 + 0. 3 Cressa. 
Cápsula 4-sperma. Lo é 2 
Sépalos, os dois exteriores maio maiores que os “arês sos escario- 
SOSHRE Dto so A O QN DRSRIT RE o - : Prevostea. 
Sépalos iguais Ene si ou pouco variáveis em tamanho, os fam iguais 
ou maiores que os internos, não escariosos (os estigmas em Bonamia 
Burchellii, CHois. HaLL., às vezes 4-ovóides) . . . : Bonamia. 
Sépalos iguais; corola pouco maior que êles de Pia valvulada ou in- 
duplicato-valvulada; genitais exsertos . 
Conectivos das anteras no ápice de Sae largura; est no ápice pio. 


i : Dicranostyles. 
Cnicins as leis a em seu ápice; Disto dido até perto da 
base 'ou até à base  - | Lysiostyles. 


Frutos indeíscentes grandes, Enitosana ou carnosos, Stunes 1 ou2 sôbre lon- 
go pistilo; corola ias lobada de lobos inteiros e os pêlos dibraquia- 
daosT.s so EO. =“. IV-ERYCIBEAE: Maripa. 

Frutos deíscentes asesniEnas ou ieulos =» + V-CONVOLVULEAE 

Séries de células das glândulas atravessando todo o parênquima das folhas. 

Séries de células das glândulas em fascículos fíbrovasculares sómente na pá- 
gina parenquimática ; GE Se ve ) E 

Pêlos ramosos ou estrelados; Caps quási sempre 8 ie. ilóres ge- 
ralmente cerúleas; sépalos mais ou menos iguais e nunca decurrentes 


14 


Eri 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I - fase. VI 


pelo pedicelo! 5 Ie. cc. 1 Jacquemontia. 
Pêlos simples; cápsula 4-valvulada, dépilos exteriores 3 maiores que os in- 
teriores e às vezes decurrentes e ligados ao pedicelo. . : Aniseia. 
11 — Estigmas 2 filiformes (dando a impressão de um pistilo biramoso); cápsula 
4-valvulada; ovário 2-locular e 4-ovulado; pólen elipsóide: 

Ras BRO ds |. | Convolvulas, 
Ea não lts AtErdo por excepção o são, então, pólen esférico e 
o ovário 2-ovulado . .. ; : E ge 
12 — Estigmas alongados ou oblongados, raro lifonmess la estado granu- 
loso, ornado de pequenos discos glabros; brácteas geralmente envol- 
vendo o cálice das flôres solitárias; ovário 1-Jocular . .. ! 
igalrtégia: 

E Donascas ovário Has uniao ; ae 
13 — Cápsula 4-valvulada; corola com cinco faces della a cinco nervuras 
mais intensamente coloridas; sépalos não ou raramente ampliados com 
a frutificação; caules raramente alados . . . . : Merremia. 
Cápsula operculada transversalmente deíscente; corola com cinco faces ener- 
vadas; sépalos com a frutificação em regra aumentados em fama- 


nho; caules quási sempre maisou menosalados . . : Operculina. 
14 — Frutos 4-valvulados, deíscentes, raramente evalves e indeíscentes, perga- 
mináceos vd. E Da os 4 VI-IPOMOEEÃE 


15 — Corola actinomorfa, sí coccínea, o ovário não 4- o suido e os sépalos raro 
breve calcarados, quási sempre longo aristados; inflôrescencia em re- 
gra escorpióide, flôres mais frequentemente roxas; genitais inclusos. 
OR E RD O RP O o ces om + S Tponoca: 

Corola actinomorfa, hipocratimoria, grande, não coccínea; sépalos glabros, 
geralmente longo aristados, E obtusos a inflôrescencia escor- 


pióide; genitais exsertos . ..  . : Calonyction. 
Corola recta ou incurvada, menor, coccínea ou eres sépalos glabros, em 
regra aristados; genitais exsertos; ovário 4-lJoculado. : Quamoclit. 


Ainda de acôrdo com os dados fornecidos pelo mesmo trabalho de Hans 
HALLIER poderemos armar a seguinte chave analítica: 


I — Pólen inerme, liso; fachas corolíneas raramente nítidas; corola da base 

ao ápice igualmente dilatada . .. |: PSILOCONIAE 

1 — Embrião acotiledóneo, espiralado; ienes ME tEs, pálidas ou ala- 

tanjadas É 5. - 0. : ]I-CUSCUTEAE: Cuscuta. 

— Embrião com Eleone recto ou ate curvado; plantas ver- 
des terrestres : 

A — Cálice gamosépalo ou sépalos soldados até certa altura; plantas 

rasteiras. com ilôres solitárias axilares. 

:H- DICHONDREAE: iiohenidral 

B — Cálice ane nalos antas trepadeiras, arbustivas erectas ou 
prostradas. 

a — Pistilo inteiro (em Merremia glabra, tambêm partido), raro 

totalmente nulo: 


15 


Ez 


13 


15 


16 Convolvuláceas 


S — Frutos indeíscentes e grandes, lenhosos; ovário 10-ovu- 
lado; estigmas 1-2 sôbre longo pistilo ES 
ER a lar ER EA IV-ERYCIBEAE: Maripa: 
SS — Frutos capsulares escenes ou minúsculos: .. 


E V- CONVOLVULEAE. 
o — Cie E subo das glândulas atravessando todo o 
parênquima das folhas: 

* — Pelos ramificados ou estrelados; cápsula geralmente 
8- valvulada; flôres em regra cerúleas ou roxo- 
claras; sépalos mais ou menos iguais e não de- 
currentes pelo pedicelo. |. : Jaequemontia. 

“ — Pêlos simples; cápsula 4 - valvulada; sépalos exte- 
riores 3, muito maiores que os internos e ás vezes 
concrescidos com o pedicelo . . : Aniseia. 

oo — Séries de células das glândulas em fascículos fibro- 
vasculares sómente na parte parenquimática: 

* — Estigmas 2, filiformes (dando impressão de um pis- 
tilo bipartido em seu ápice): cápsula 4-valvula- 
da; ovário 2-locular e 4-ovulado |. ! 
RS DADE vi ACD go : Convolvalus. 

“* — Estigmas não Íiliiormes; quando o são, então, pó- 
len esteróide e o ovário 2-ovulado: 

+ — Estigmas alongados ou oblongados, raro fili- 
formes, pólen esferóide, granuloco, ornado de 
pequenos discos glabros; brácteas geralmente 
envolvendo as flôres antes da ântese; ovário 
1-locular . =.) =): o iCalystesia) 

++ — Estigmas globosos; ovário 4-ovulado: 

: — Cápsula 4-valvulada, corola com cinco fa- 
ces atravessadas por cinco fachas: mais in- 
tensamente coloridas; sépalos não ou in- 
distintamente ampliados após a ântese; 
caules só excepcionalmente alados. 
qo RO em : Merremia. 

— Cápsula opercilada transversalmente deís- 
cente, corola com cinco faces não tão níti- 
damente delimitadas; sépalos aumentados 
depois da ântese; caules em regra alados 

: Operculina. 


b — Pistilo bipartido ou dois Ra O HI-DICRANOSTYLEAE. 
S — Pistilo bipartido e estigmas filamentosos 4 : Evolvaluas. 
S — Pistilo bipartido ou biramoso, estigmas capitados 2, raro 4. 
o — Cápsula monosperma; corola de estivação imbricada; 
genitais exsertos, pólen elipsóide com três pregas. 
A op DRESS O a So e MED DC Prensas 

oo — Cápsula 4-sperma: 
* — Sépalos desiguaes, os dois exteriores muito maio- 
res, os internos pequenos, escariosos . 


E : Prevostea. 
— Sépalos iguais ou os externos um pouco menores, 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I - fase. VI 


não escariosos (em Bonamia Burchellii o estigma 

é às vezes 4-oval . . . - . : Bonamia. 

— Sépalos iguais entre si; corola pouco maior do 

que êles e de estivação induplicato-valvulada; ge- 

nitais exsertos: 

+ — Conectivos das anteras no ápice de igual lar- 

gura; pístilo de ápice bífido . .. E 

E  Dicranostyles: 

Fo === Cone EE anteras cHEreds para o ápice, 
e partido até proximo à base. 

So SE E longas 

Il — Pólen armado; corola com cinco Ena nitidamente delimitadas por pa- 

res de nervuras que partindo opostas aos sépalos se abrem para cima 

até se encontrarem com as seguintes, formando estreitos triângulos 

cujo vértice se intercepta entre os lóbulos, da base ao ápice mais 

ou menos irregularmente ampliada. . . . : ECHINOCONIAE. 


Frutos 4-valvulados, deíscentes, raro evalves e indeíscentes, pergamináceos : 
RR RR o Peas o a mn  VI-IPOMOEEÃE: 
A — Corola actinomoria, sí coccínea, o ovário não 4-loculado e os 
sépalos raros breve calcarados, quási sempre longo aristados; 
inflorescências geralmente escorpióides; flôres roxas ou cerúleas; 
genitaes inclusos . .. cc. . : Ipomoea. 

B — Corola actinomoria, Rico rá, não coccínea; sépa- 
los glabros em regra longo aristados, quando obtusos inflorescên- 

cia escorpióide; genitais exsertos. . . . . : Calonyction. 

C — Corola recta ou mais geralmente zigomoria, menor, coccínea ou 
vermelha; cépalos glabros, em geral aristados; genitais exsertos; 
ovário 4-loculado: . sc. cv voo vw 4 Quamocdlit. 


cc 


LM 


17 


DESCRIÇÃO DAS SECÇÕES 


GENEROS DAS CONVOLVULÁGEAS DO BRASIL 


A. — PSILOCONIAE 


Pólen inerme; corola de estivação variável, as cinco faces meso- 
petalares raro delimitadas ou distintas, da base ao ápice regular e 
gradativamente ampliada, cerúlea, alba ou amarelado-esverdeada. 

Folha geralmente equifacial, isto é, em tôda a parte, com stau- 
roquimates; estomas entre três células visinhas dispostas regular- 
mente em triângulo; pêlos em regra 2-ou pluribraquiados. 


GUSECITEÃE 


Flôres 5-raro 4-meras, pequenas, em fascículos geralmente ses- 
seis, sesseis ou pediceladas, ebrácteadas; sépalos livres mais ou menos 
iguais ou concrescidos em sua base; corola campanulada ou globosa, 
5-raro 4-imbricato-lobada, na fauce, abaixo da inserção dos estames, 
com 5 raro 4 escamas glanduloso-vilosas; pólen como em Convolvulus 
ou ornado de muitas pregas irregularmente distribuidas; ovário per- 
feito ou imperfeitamente 2-locular, 4ovulado; pistilos 2, livres ou 
um tanto concrescidos; estigma capitado ou agudo; cápsula sêca ou 
carnosa, transversal ou irregularmente deíscente; sementes glabras; 
embrião acotiledóneo, espiralado. 

Pêlos com células iguais e 1-2-celulares, estípite nula; fascículos 
fibrovasculares nas folhas nulos, nos ramos rudimentares, desprovidos 
do flemate interno. 


E IiCuscuta; L; 


Herva pálida, parasita, caule filiforme, volúvel fixado por meio 
de haustores aos ramos e orgãos de outras plantas; folhas nulas ou 
reduzidas a minúsculas escamas; flôres em bastos glomérulos e ge- 
ralmente amarelo-esverdeadas ou albacentas. 

Mais ou menos 80 espécies distribuidas por tôdas as regiões cá- 
lidas e temperadas do globo. No Brasil representado por 20 espécies, 
de que algumas contam um avultado número de variedades e formas. 
O monografista que se tem occupado ultimamente com o estudo das 
Cuscutae americanas é o Dr. J. G. YUNCKER, professor de Botânica 
do De Pauw University de Greencastle, Indiana, dos Estados Unidos 
da America do Norte. 

Na «Flora Brasiliensis de Martius» êste género constitul uma 
família aparte colocada logo depois das Convolvulaceae. 


20 Convolvuláceas 


E DICHONDRE AE 


Flôres axilares, solitárias, bracteadas; brácteas 2, axilares, pe- 
quenas e aciculares; cálice gamofilo, profundamente 5-fido, exter- 
namente seríceo; corola pequena ou minúscula, infundibular exterior- 
mente hirsuta, mais alta que os orgãos genitais; filamentos estaminais 
curtos, despidos, livres entre si; pólen como em Convolvulus ou po- 
liédrico; disco baixo, cupulado; ovário 2-ou 4-fido, 4-ovulado ou (por 
abortamento) inteiro, 1-locular, 2-ovulado. 

Estrutura foliar geralmente bifacial; células visinhas dos estomas 
2: pêlos 2-braquiados. Hervas prostradas e rasteiras; folhas pecioladas, 
reniformes raro oblongadas e herbáceas. 


92 - Dichondra, Forsr. 


(Syn.: Sibthorpiae, spc. L., Steripha, GAERTN., Demidofia, GMEL. 
e Anongymos, WALT.). | 


Herva rasteira, semelhante em seu porte à Centella asiatica, L., 
dela porêm distinguida pelas flôres solitárias, corola pequena, 5-fida; 
ovário 2-fido, hirsuto, 2-Jocular, 4-ovulado; pistilo 2 ginobásico, frutos 
2 1Joculares, 1-spermos, evalves pericarpo membranáceo. 

Representado por duas espécies apenas, de que uma americana 
e outra natural de outras regiões mais cálidas do globo. 


ll SS PICRANOS INTEAE 


Flôres, em regra, em inflorescências laterais 1 até multifloras; 
sépalos livres, não aumentados com, a frutificação; ovário 4-ovulado; 
pistilo bífido ou dois pistilos às vezes novamente partidos até certa 
altura; cápsula valvulada raro irregularmente fendida. 

Pêlos dibraquiados (às vezes tambêm simples); folhas geralmente 
equifaciais; membrana celular em regra ténue; spongenquimatos 
quando existem com células pequenas e não braquiadas, estomas 
entre três células visinhas dispostas em triângulo regular, raro só 
duas ou mais de três. 


3 - Evolvulus, L. 


(Syn.: Cladostyles, H. B. K. e Meriana, VELL.). 


Campestres, herbáceas ou subarbustivas, erectas ou prostradas, 
raro um pouco volúveis; folhas geralmente pequenas e nas espécies 
prostradas dísticas; flôres em inflorescências axilares ou terminais, 
solitárias ou em pequenos panículos ou racimos ou em capítulos nos 
extremos dos ramos; sépalos iguais entre si, pequenos; corola pequena 
infundibular ou rotácea de tubo curto raro mais longo e, então, estreito, 
geralmente cerúlea, raro alva, rósea ou sulfúrea; filamentos esta- 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fase. VI 21 


minais 5, despidos, na base um pouco dilatados raro denteados; pólen 
esférico ornado de pequenas pregas que formam dodecaedros; disco 
nulo ou muito pequeno e cupular; ovário glabro, 2-raro 1-locular; 
pistilos cada um com dois ramos, às vezes até perto da base papilosos, 
levemente torcidos e filiformes; cápsula 4-valvulada, 2-raro 1-locular, 
4-ou 2-ou 1-sperma e, então, geralmente oblíqua; sementes pequenas, 
glabras e opacas. 

Folhas em regra equifaciais; estomas entre 3 raro 4 células 
visinhas. 

Mais ou menos umas 80 espécies, na grande maioria distribuidas 
pelos campos mais sêcos do Brasil. 


Chave para as secções 


I — Flóres terminais, em espigas ou glomérulos . . . . I- SPICATI 
1 — Flôres mais longas e não cobertas pelas brácteas - 1 Lagopoldini 
2 — Flóôres sustidas e envoltas por grandes brácteas foliá- 
ceas, mais longas que elas . .. - 2 Bracteosi 
3 — Flóres em glomérulos intermixtos de grandes prAcieash 3 Phyllostachy 
Il — Flôres em panículos ou racimos terminais . . . .J]- ACRANTHI 
1 — Flôres em panículos grandes terminais, brácteas pe- 
quenas .. . 4 Paniculatae 


2 — Flóôres em racimos alias em ramos oliasa -. 5 Racemulosi 
HI — Flôres solitárias ou em inflorencências Riso de axi- 


lares e esparsas ... 5 Dista Ts SPARSIGEORI 
1 — Arbustinhos ou subarbustos eai ramos e folhas rijas 
e ilôres solitárias curto pediceladas . . . 6 Passerinoidei 


2 — Arbustinhos ou hervas com ramos rijos e folhas ge- 
ralmente acinzentadas seríceas e flôres mais ou 
menos longas e longo pediceladas. . . . 7 Linodei 
3 — Hervas ou subarbustos prostados ou ascendentes, ge- 
ralmente delgados : 
A — Pedicelos mais curtos que as folhas que as sustem 8 Anagalloidei 
B — Pedicelos mais longos ou tão longos quanto as 
folhas que os sustem . . . 0 0. |. 9 Alsinoidei 


4 - Cressa, L. 


(Syn.: Anthallis, ALP.). 


Planta cosmopolita dispersada pelas regiões litorâneas de quási 
tôdas as zonas temperadas, arbustiva não escandente nem lactífera; 
flôres pequenas, axilares, solitárias, agrupadas nos extremos dos ra- 
mos em forma de inflorescências espigadas ou capitadas; brácteas 
2, pequenas; sépalos iguais, 5, pequenos, cartilaginosos, obovais e 
mais ou menos agudos, por fora acinzentados; corola pequena ou mi- 
núscula, de tubo curto escondido entre os sépalos, com limbo 5-lobado, 
por fora hirsuta, de estivação imbricada; orgãos genitais exsertos; 
filamentos 5 concrescidos em sua base e glabros; pólen minúsculo 
como em Convolvulus ; disco obliterado; ovário de ápice hirsuto, 2-1o- 


2) Convolvuláceas 


cular; piístilos 2, livres, inteiros e iguais, estigma 2-globoso; cápsula 
deíscente, 4-valvulado, 1-Jocular e 1-sperma. 

Folhas equifaciais; estomas entre 2-4 células visinhas. Arbusto 
ramoso, ramos decumbentes pluripartidos às vezes mesmo prostrados; 
folhas pequenas, sesseis. 

Sómente uma espécie aparece nos pampas da Argentina e que 
naturalmente deve existir no nosso País, é a Cressa australis, R. BR. 
Alêm desta, HALLIER cita entretanto outras três espécies cuja va- 
lidade ainda deixou ficar de quarentena, uma destas é do Chile e outra 
da Califórnia. 


5 - Prevostea, CHois. 


(Syn.: Calycolobus, WILLD., Reimvardtia, SPR., Delano 
NEES ET M., Codonanthas, PLANCH. € Dufourea, H. B. K.). 


Trepadeiras glabras, vilosas ou tomentosas; folhas de estrutura 
bifacial, grandes, elípticas ou ovaladas, subcoriáceas; flôres axilares, 
solitárias ou em racimos, raro em panículos terminais, às vezes aglo- 
meradas; sépalos desiguais, ou todos do mesmo comprimento, mas os 
exteriores pela sua estrutura, forma e revestimento, diferentes dos 
internos ou então os exteriores muito maiores, às vezes de outra côr; 
corola medíocre, infundibulada, com excepção das cinco áreas es- 
treitas episepálicas por fora hirsuta; orgãos genitais inclusos, fila- 
mentos glanduloso-vilosos ou nus; pólen de Convolvulus ou dode- 
caedro; disco em regra obliterado; ovário 2-locular; pistilo 2-fido ou 
dois pistilos; estigma 2-globoso raro bipartido ou 4: cápsula 2-Jocular, 
4-valvulada ou 2-mais tarde 4-valvulada e lenhosa, raro mais tarde 
irregularmente multipartida do ápice, cartilaginosa, 4-sperma; sementes 
glabras, raro nas duas margens externas ou totalmente pilosas. 

6-7 espécies dispersadas pela América do Sul e na África. No 
Brasil eram conhecidas 4 espécies, descritas na «Flora Brasiliensis », 

mas HALLIER subordinou três das mesmas ao género Bonamia porque 
estabeleceu como caracter diferencial os sépalos exteriores de consis- 
tência membranácea. 


6 - Bonamia, THovrs 


(Syn.: Breweria, R. BR. e Trichantha, KARST. ET TR.). 


Plantas mais ou menos escandentes às vezes quási erectas e ar- 
bustiformes; folhas bifaciais ou equifaciais; estomas entre 2-3 células 
raro 4: flôres alvas ou roxo-claras dispostas em racimos raro panículos 
axilares ou terminais; brácteas pequenas, lanceoladas, sépalos de 
forma variável, iguais, orbiculares ou alongados ou lanceolados, her- 
báceos, raro pouco desiguais, em regra membranáceos; corola medíocre, 
infundibulada, com excepção das cinco áreas episepálicas por fora 
hirsuta; orgãos genitais inclusos; filamentos glandulosos ou vilosos 
raro nus; pólen de Convolvulus ou dodecaedro; disco geralmente 
obliterado, ovário 2-Jocular; pistilo 2-fido ou dois pistilos; estigma 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I - fasc. VI 23 


2-globoso, raro bipartido ou 4-lobado; cápsula 2-locular, 4-valvulada 
ou 2-mais tarde 4-valvulada e lenhosa, raro mais tarde fendida ir- 
regularmente do ápice para baixo, cartilaginosa, 4-sperma; sementes 
glabras, raro nas duas margens ou totalmente pilosas. 

À êste género se subordinam as espécies brasileiras descritas 
na «Flora Brasiliensis de Martius» como Breweria, a saber três; e 
tambêm mais umas 27 espécies africanas, indianas, australianas e 
sul-americanas. Neste trabalho descreveremos mais três da ilora mato- 
grossense. (Veja-se tambêm essa parte do trabalho). 


7 - Dicranostyles, BenTH. 


Plantas alto-escandentes, glabras, com folhas coriáceas e inflo- 
rescências axilares pequenas paniculadas e curtas, relativamente flo- 
ribundas, porêm de pouco realce; flôres pequenas, alvacentas; brá- 
cteas minúsculas escamiformes; sépalos iguais entre si e orbicular- 
alongados; corola profundamente 5-partida, filamentos insertos na 
fauce da corola, exsertos, de ápice recurvado, base dilatada e glan- 
duloso-pubérula; anteras com conectivo menos distinto que no género 
seguinte; disco cupulado; pístilo dividido até perto da sua base, com 
estigmas capitados esféricos; ovário glabro, 2-locular; cápsula 1-2- 
sperma, 1-2-Jocular (no primeiro caso por abortamento), ovóide, co- 
riácea e 2-valvulada. 

Dêste género conhecia-se até aqui apenas duas espécies, agora 
vamos reunir a essas mais uma da flora matogrossense. 


8 - Lysiostyles, BexTH. 


Arbusto escandente com folhas coriáceas de dorso tomentoso- 
ferrugineo; flôres alvas em pequenos panículos axilares; brácteas 
pequenas, escamosas; sépalos iguais entre si e orbiculares; corola 
rotáceo-campanulada, profundamente 5-fida, de estivação valvulada; 
filamentos 5, curtos, rectos, na base dilatados e unidos em um anel; 
anteras com duas tecas curvadas, subreniformes, fixadas no conectivo 
de ápice dilatado, introrsas (êste conectivo tem a forma obcordada e 
separa as tecas); disco cupulado e pequeno; ovário 1-locular e 4-sper- 
mo; pistilo 2-fido até a base; estigmas esferóides ou mais ou menos 
elipsóides, 2; cápsula ainda pouco conhecida. 

Uma única espécie (Lys. scandens, BTH.) nas Guianas, mas no 
norte do Brasil e regiões circumjacentes devem existir ainda outras. 


IT ERYCIBEÃE 


Flôres paniculadas ou axilares solitárias; sépalos 5, livres, su- 
borbiculares, convexos, entre si iguais, coriáceos; corola campanulada 
ou infundibuliforme, 5-lobada ou 5-partida; pistilo inteiro, longo; 
estigma de base bipartida ou dois e reflexos; fruto indeíscente, grande, 
lenhoso. 


24 Convolvuláceas 


9 - Maripa, AvBL. 


(Syn.: Mouroucoa, AUBL. e Maireria, SCoP.). 


Plantas arbustivas meio escandentes, mas não volúveis; folhas 
coriáceas, glabras e de base não cordiforme; inflorescências terminais 
paniculadas; flôres medíocres; sépalos iguais entre si, coriáceos, não 
aumentados depois da ântese; corola por fora hirsuta, inteira e lobada 
indistintamente ou tambêm distintamente 5-partida, de estivação va- 
riável, campanulada ou infundibulariforme; orgãos genitais em regra 
inclusos; filamentos na base dilatados e viloso-glandulosos; disco 
anuliforme ou cupulado; pólen como em Convolvulus ou dodecaedro; 
ovário glabro, 2-locular, 4-ovulado; pistilo longo e inteiro; estigma até 
a base bipartido ou dois estigmas deflexos; fruto grande, elipsóide, 
glandiforme, lenhoso, 1-lojado e 1-spermo; semente glabra, oblonga, 
ventre plano, dorso convexo; embrião recto; cotilédones planos, na 
base cordados, ápice arredondados. Nas partes vegetativas os pêlos 
são nulos nas espécies conhecidas até hoje, mas nas inflorescências 
e até sôbre as corolas êstes são dibraquiados. 

Conhecidas são 10-12 espécies distribuidas pela América do Sul 
tropical, especialmente Guianas, Amazonas e Pará. Uma das mais 
belas e decorativas é a Maripa passifloroides, BTH., cujas flôres alcan- 
Cam até 6 cm. de diâmetro e teem a corola azul de cobalto por 
fora e alvacenta por dentro. (Uma estampa desta bela planta já foi 
dada em nosso trabalho «Flora do Brasil»). 


Vi«CONVOLVULÃE 


Flóres axilares solitárias ou em racimos ou panículos; sépalos 
livres, depois da ântese sob o fruto raro ampliados; corola quási 
inteira, de estivação contorto-plicada, com cinco faces em regra indis- 
tintamente limitadas por zonas, mas confluentes com as áreas episepá- 
licas; orgãos genitais inclusos (excepção feita de Jacquemontia sola- 
mifolia, HALL): filamentos 5, de base dilatada e glanduloso vilosa, 
ovário 4-ovulado; pistilo longo e inteiro; cápsula valvulada ou a 
culada, raro irregularmente deiscente da base para o ápice. 

Folhas geralmente herbáceas, estomas entre duas células visinhas. 


10 - Jacquemontia, CHorsy 


Plantas escandentes, volúveis, prostradas ou subarbustivas ere- 
ctas, herbáceas pilosas ou vilosas raro glabras; folhas mais geralmente 
cordadas ou lanceoladas ou elípticas, inteiras, raro serrilhadas ou 
lobadas, de estrutura bifacial, com os estomas entre duas células 
visinhas, pêlos 3- pluribraquiados, raro dibraquiados ou simples ; flôres 
em racimos axilares, bastas ou esparsas e ainda em umbelas às vezes 

capitados, mas raro solitárias; sépalos mais geralmente iguais entre si 
raro os exteriores maiores e de base então um tanto cordada:; corola 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. VI 25 


mais ou menos campanulada, medíocre ou pequena, frequentemente ce- 
rúlea raro alba ou vermelha, por fora pilosa e dividida em cinco faces 
delimitadas pelas fachas episepálicas atenuadas para a base; orgãos ge- 
nitais inclusos; filamentos inseridos na base da corola; pólen dodecaedro 
ou elipsóideo com 3-8 pregas; disco obliterado ou nulo; ovário 2-lo- 
cular; pístilo inteiro e estigmas 2, geralmente mais ou menos elípticos 
ou oblongados, planos por cima, raro lineares ou mais globosos; cápsula 
mais tarde 8 raro 4 ou ainda 2-valvulada, 4-sperma; sementes glabras, 
raro tuberculosas ou velutinas, nas margens dorsalmente membranoso- 
aladas. 


Chave para as diversas secções: 


S - 1 — Pedúnculos axilares ápice distintamente dicótomo- 

ramosos, 5-multifloros raro 3-1-floros (ex.: 

Jacg. erecta e Jacg. aa a: cimos laxos ou 

agtegados Los + .« Cymosae 
S-2 — Flôres agregadas em AEE cimos, numerosas, 

sesseis, formando capítulos globosos ou hemis- 


féricos, com folhas involucrais . . . . |. . Capitatae 
S - 3 — Pedúnculos axilares 1-3 -floros ou racimosos 
paucifloros . . cc cc 0. + + Heterogeneae 


As 60 a 70 espécies que compõem o género estão dispersadas pela 
América tropical, especialmente no Brasil, Austrália, Ásia, África, etc. 
No Brasil conhecemos até hoje mais ou menos umas 30-40. 


11 - Aniseia, Croisy 


Hervas ou trepadeiras, às vezes prostradas; folhas de forma variá- 
vel, glabras ou piloso-tomentosas; flóres solitárias ou sôbre nedúnculos 
axilares; sépalos desiguais, herbác eos, 3 (às vezes 2) exteriores maiores 
de base geralmente cordada ou tambêm decurrentes pelo pedicelo, de- 
pois da ântese, na frutificação, ampliados, interiores menores e mais 
lanceolados; corola largo- tubulosa, campanulada ou infundibuliforme, 
com limbo pouco ou indistintamente lobado, com excepção das áreas 
episepálicas por fora hirsuta, as faces hirsutas terminadas em ângulo 
agudo e saliente; estames inseridos na base da corola, inclusos; pólen 
dodecaedro; disco obliterado ou nulo; ovário glabro, 2-locular; estigmas 
2, capitados, variáveis em forma; cápsula 4-valvulada, 2-locular, 
4-sperma; sementes grandes, glabras, opacas, escuras. 


Chave para as diversas secções 
(de acôrdo com PETER) 


S - 1 — Grandifloras, isto é, sépalos exteriores de 1,5-3 
cm. e corola de 3-5 cm. de comprimento . . Grandiflorae 
- 2 — Parvifloras, isto é, sépalos exteriores de 1-1, 5 cm. 
e corola de 1-2 cm. de comprimento |. . . Parviflorae 


26 Convolvuláceas 


PETER afirma serem conhecidas mais ou menos 15 espécies; na 
«Flora Brasiliensis» MEISSNER descreveu 8 para o Brasil; mas, 
HALLIER, diz que só existem 3-5 espécies, de que uma sómente é 
exótica. As demais descritas na «Flora Brasiliensis» já fôram, por 
êste último especialista, incluidas em outros géneros, taes como sejam 
Ipomoea e Jacquemontia. A. gracilima, CHOIS., A. Velloziana, CHOIS. e 
A. heterantha, CHOIS. fôóram subordinadas a Jacquemontia e A. hastata, 
MEISNN. foi, com outras espécies exóticas, incluida às Ipomoea. Pelo 
exposto verifica-se portanto que a chave supra citada e exposta não 
tem mais nenhuma razão de ser e que a poderemos substituir desde já 
pela seguinte: 


1 — Herva totalmente tomentosa, serícea — An. nitens, ÁHOIS. 
2 — Herva glabra ou pouco pubescente. 
a — Sépalos exteriores cordato-ovalados — An. cernua, MORIC. 
b — Sépalos exteriores elípticos de base decurrente — An. wuni- 
flora, CHoIs. 
Pois, como se vê, pelo trabalho citado de HaLLIER, An. Martini- 
censis, CHOIS. é sinónimo de An. uniflora, CHOIS. e An. ensifolia, CHOIS. 
igual com An. cernua, MORIC. 


12 - Convolvulus, L. 


(Syn.: Rhodorrhiza, WEBB. e Pantoczekia, GR.?). 

Hervas geralmente anuais, prostradas ou volúveis, às vezes arbusti- 
vas erectas; folhas esparsas, inteiras, denteadas ou um tanto lobadas; 
pedúnculos axilares I-multifloros; flôres medíocres ou pequenas; brá- 
cteas pequenas ou nulas; sépalos 5 e mais ou menos iguais, geralmente 
pergamináceos, elípticos ou lânceo-acuminados, raro orbiculares ou 
um tanto truncados, convexos, nas espécies maiores mais tarde am- 
pliados sob o fruto, coriáceos; corola campanulada, alba, raro ala- 
ranjada ou amarelada, em regra glabra, com cinco faces mal delimitadas 
pêlas nervuras opostas aos sépalos, filamentos estaminais em regra 
desiguais; pólen elipsóide, longitudinalmente com 3 pregas; disco anular 
ou cupulado, ovário 2-locular; estigma 2-filiforme; cápsula 4-valvulada, 
2-Jocular, 4-sperma, raro irregularmente deiscente da base para o 
ápice e 3 ou 2 ou 1-sperma e, então, oblíqua; sementes escuras, ver- 
ruculosas. 

Para o Brasil são descritas (na «Flora Brasiliensis de Martius ») 
14 espécies, de que talvez algumas tenham de ser consideradas s1- 
nónimas e uma ou outra subordinada à géneros diferentes. A maior 
parte aparece entretanto no Antigo Continente, onde, segundo HALLIER, 
são conhecidas 150-190 diferentes espécies. 


13 - Calystegia, R. Br. 


(Syn.: Volvulus, MEDIC.). 
Plantas volúveis que brotam anualmente outra' vez dos rizomas, 
raro prostradas ou mais ou menos erectas; folhas sagitadas ou cor- 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. VI 21 


dadas, raro lobadas, pecioladas e geralmente glabras, de estrutura 
bifacial, estomas entre duas células visinhas, pêlos simples; inflo- 
rescências axilares 1-paucifloras; sépalos 5 ovais lanceolados, agudos, 
quási iguais, geralmente glabros, herbáceos; brácteas 2, geralmente 
grandes e foliáceas, herbáceas, largo- ovaladas e aconchavado- inflatas, 
envolvendo o cálice: corola grande, especiosa, campanulada, lobos 
arredondados 5, glabra, alba ou roxo-clara, raro amarelada; faces 
mesopetalares 5 atravessadas por cinco linhas pelúcidas em sua base 
e exteriormente evanescidas; filamentos quási ou perfeitamente iguais; 
pólen esferóide, completamente poroso; ovário incompleto 1-locular; 
estigma bipartido, e plano na face interna, partes elípticas, raro lineares: 
cápsula 4-valvulada, 4-sperma; sementes escuras, glabras ou ver- 
ruculosas. 


PETER diz que apenas 7 espécies são conhecidas, que se acham 
distribuidas pelas regiões temperadas e os trópicos de todo o globo, 
mas HALLIER, na sua revisão das Convolvulaceae, juntou a estas sete 
algumas até aqui subordinadas ao género Convolvulus e subdividio 
tambêm Calystegia sepium, R. Br., de forma que fala agora de 16-20 
espécies, embora tenha transferido, por outro lado, a Cal. setifera, 
MEISSN. para as Ipomoeae, onde, devido ao pólen espinhoso, brácteas 
às vezes ferteis ou florígeras e corola distintamente 5-faciada, ela 
deve vir a ficar segundo. a sua opinião. 


14 - Merremia, Densnsr. 


(Syn.: uma parte de Ipomoea, L., Batatas, CHoIs. e Aniseia, 
Crois., Skinneria, CHoIs. e Spiranthera, BOJ.). 


Plantas de porte bastante variável, ora trepadeiras, ora prostradas 
e tambêm erectas; folhas palmadas ou inteiras e elípticas, hastadas ou 
pedati-lobadas ou cordadas e às vezes atrofiadas escamiformes; caules 
raramente alados, geralmente roliços; flôóres axilares, em regra longo 
pedunculadas, solitárias ou em racimos paucifloros raro paniculadas 
e muito numerosas; brácteas pequenas; sépalos 5 mais ou menos 
iguais entre si, geralmente pergamináceos, elípticos ou lânceo-acumi- 
nados, raro orbiculares ou truncados, convexos, nas espécies maiores 
ampliados sob o fruto e coriáceos; corola campanulada, alba, raro 
alaranjada ou amarelada, em regra glabra, por fora com cinco faces 
mesopetalares acuminadas para o ápice e mais carregadas ou es- 
triadas, raro mal definidas e confusas; anteras geralmente torcidas 
ou recurvadas no ápice; pólen elipsóide, com 3, raro 4-11 pregas lon- 
gitudinais ou dodecaedro ou ainda como em Calystegia; ovário 2-lo- 
cular ou mais geralmente 4-locular, raro incompletamente 2-locular; 
estigmas 2-globulares; cápsula 4-valvulada, 1-4-loculada, deíscente, na 
base do pistilo às vezes primeiro aberta por um minúsculo opérculo e 
depois fendida regularmente em 4-válvulas; sementes 4, raro em menor 
número, glabras, opacas, raro pubérulas. 

Existiam três géneros pequenos que últimamente se achavam su- 
bordinados a Ipomoea, L., eram êles: Merremia, DENNST., Skinneria, 
CHoIs. e Spiranthera, Bog. d'entre os quais deveria ser escolhido 


28 Convolvuláceas 


o nome sob o qual deveriam ser agrupadas as 40 espécies com os 
caracteres supra descritos. Dêles foi escolhido o primeiro, não só 
porque era mais antigo, mas ainda porque o último dêstes abrange, 
ao lado de duas espécies de Merremia, a Operculina Tuperthum, e 
tambêm já foi ocupado anteriormente para designar um género de 
Rutaceae. 

Mais ou menos 40 espécies, quási tôdas até aqui subordinadas às 
Ipomoeae, e distribuidas às diversas secções dêste género, dispersadas 
pelas regiões temperadas e cálidas de todo o globo. 


No Brasil êste género é representado pelas seguintes espécies: 


Merremia glabra (CHois.) HaLL. (-Ipomoea glabra, CHoIs., Tp. 
Hostmanni, MEISSN.). 


Merremia umbellata (L.) Hart. (-Ipomoea umbellata, MEYER) FI. Br. 
Vil, p: 0263 


Merremia contorquens (CHoIs.) HaLL. (-Ipomoea contorquens, CHOIS.) 
FI. Br. 'p.-286/ 


Merremia quinquefoia (GrISEB.) HaLL. (-Ipomoea quinquefolia, 
GRISEB.) ob. cit. p. 289. 


Merremia tomentosa (PoHL.) HALL. (-Tp. tomentosa, PoHL. e Batatas 
tomentosa, CHoIs.) FI. Br. p. 245, cujo género parece ter sido dado 
trocado por HALLIER. 


Merremia potentilloides (MEISSN.) Hart. (-Ipomoea potentilloides, 
MEISSN.) ob. cit. p. 230. 


Merremia atwrensis (H. B. K.) Hart. (-Ipomoea atwrensis, G. DON.) 
ob: Neiii ps Bi. | 


Merremia cissoides (GRISEB.) HALL. (-Ipomoea cissoides, GRISEB.) ob. 
cito pr 229) 


Merremia pentaphylla (Jacq.) HaLL. (-Ipomoea pentaphylla, JACQ.) 
ob elit; Sp 260 


Merremia calycina (MEISSN.) HALL. (-Ipomoea calycina, MEISSN.) ob. 
cit. p. 260. 


Merremia dissecta (PursH.) HALL. (-Ipomoea dissecta, PursH. dada 
como syn. de Ip. sinuata, ORTEGA) dela ainda à variedade Ma- 
cimiliani, GR. (-Ipomoea fulva, BERTOL, que é igual ainda a Tp. 
Maximiliani, MEISSN.) FI. Br. p. 285. 

Merremia ericoides (MEISSN.) HALL. (-Ipomoea ericoides, MEISSN.) ob. 
it: bio 


Merremia Jetta (Spr.) HaLL. (que segundo elle é -Gerardia di- 
gitata, SPR. que é tambêm idêntica com Ipomoea albiflora, MORIC.). 


Estas estão, entre outras muitas exóticas apontadas pelo Dr. H. 
HaLLIER, como incluidas no género por êle reerguido. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan -— Vol. I - fase. VI 29 


- Operculina, Manso. 


(Syn.: Ipomoea, em parte; Spiranthera, BoJ., em parte; Piptoste- 
gia, HorFrm.). 


Plantas trepadeiras grandes, com folhas inteiras ou profundo-lo- 
badas de estrutura semelhante à das Merremia, os estomas porêm 
às vezes entre maior número de células e os pêlos simples ou nulos; 
flôres especiosas, axilares solitárias ou em cimos ramosos paucifloros; 
alabastro floral grande, ovóide; sépalos grandes, a princípio pergami- 
náceos glabros, castanhos ou mais escuros, ventricosos, sob o fruto 
muito ampliados, máximos, coriáceos e, por fim, nas margens irregu- 
larmente lamelados; corola tubuloso-infundibulada, raro campanulada, 
clara raro sulfurosa ou vermelha, por fora às vezes hirsuta, com cinco 
faces um tanto confluentes entre si e não delimitadas por nervuras 
especiais; genitais inclusos; anteras grandes, depois contorcidas; pólen 
elipsóide, com 3 raro 4 pregas longitudinais, raro dodecaedro;. ovário 
glabro e bilocular; estigma 2- globoso; fruto evalve, 1-ou, raro, pleios- 
permo, epicarpo acima do meio transversalmente fendido largando a 
parte superior com o pistilo em forma de opérculo, a parte inferior 
castanha, o endocarpo mais tarde irregularmente fendido membraná- 
ceo e amarelado; semente escura, glabra, opaca, às vezes muito grande. 

Segundo HaLLIER 15 espécies, distribuidas pelos trópicos em 
geral. 


Chave para as secções: 


A — Folhas profundamente 5-7 - partidas ou palmadas; três espécies. 
B — Folhas inteiras e cordadas ou ligeiramente lobadas ou angulosas; três 
espécies. 


B.- ECHINOCONIAE 


Pólen esférico, completamente poroso e espinhoso; sépalos livres; 
corola de estivação contorto-plicada, as faces mesopetalares sempre 
delimitadas por nervos mais salientes que se juntam para o ápice e 
se interceptam entre os seus lobos, de base para o ápice irregularmente 
ampliada e geralmente roxa ou róseo-cárnea; filamentos na base 
dilatados e cobertos de pêlos ou glândulas; ovário 4-ou 6-ovulado ; 
pistilo inteiro; estigma capitado inteiro ou bilobado ou bigiboso, raro 
filiforme. 

Folhas de estrutura semelhante à de Merremia, mas os pelos 
simples, estípite curtissimo e cilíndrico, geralmente unicelular. 


NA IPOMOEEÃE 


Sépalos sob os frutos não ou indistintamente ampliados; ovário 
4-raro 6-ovulado; fruto 4-valvulado ou raro evalve, epicárpio perga- 
mináceo; geralmente dotadas de células lactíferas solitárias. 


30 Convolvuláceas 


- Ipomoea, 1. 


(Syn.: Nil, MEDIC., Convolvuloides, MOENCH., Haogonium, Phar- 
bitis, Marcella, CHOoISY, Batatae et Aniseiae spec. CHOISY, Bombgycos- 
perma, PRESL. (?), Elythrostamma, DoN., Legendrea, WEBB. (?), Ca- 
Iycanthemum, KLOTZSCH.). 


Plantas erectas ou trepadeiras ou prostradas, arbustivas ou herbá- 
ceas, de porte muito variável; folhas variáveis, inteiras ou lobadas; 
flôres axilares, solitárias ou cimosas, raro em panículos ou espigas 
terminais; sépalos muito variáveis; corola infundibulada, mas de bôjo 
mais ou menos irregularmente ampliado da base para o ápice, quando 
coccíinea nem os sépalos aristados nem o ovário 4loculado; orgãos 
genitais inclusos, raro exsertos; filamentos estaminais na base um 
pouco dilatados não escamosos; ovário 1-3-locular, raro +4Joculado ; 
estigma capitado, inteiro ou 2-raro 3-globular, rarissimo bilinear; 
cápsula 4-ou 6-valvulada, 4-ou 6-rarissimo 1-sperma e mais raro ainda 
evalve e 41-sperma, pericarpo pergamináceo; sementes glabras ou 
barbeladas ou totalmente velutinas ou lanosas. 

Existem mais ou menos 400 espécies distribuidas por todas as 
regiões cálidas e temperadas do globo, mas no Brasil temos apro- 
ximadamente 120, que assim poderiamos agrupar: 


Chave para as secções: 


A — Caules erectos ou mais ou menos ascendentes 
até decumbentes, nem volúveis nem escandentes 


e nem radiciferos .. . I-Orthipomoea. 
B — Caules prostrados não olive às vezes  radici- 
feros . E As II - Erpipomoea. 


C — Caules,ou Pelo menos os seus les, volúveis IIE- Strophipomoea. 


- Calonyction, CHois. 


(Syn.: Ipomoea, segundo MEISSNER em parte e Bonanox, RAF., 
tambêm segundo outros autores espécies de Convolvulus). 


Plantas trepadeiras, anuais, glabras; folhas cordadas, às vezes 
angulosas, ramos mais ou menos ornados de moles elevações espini- 
formes (muricados), estrutura das folhas como em 'Quamoclit, Istones 
bifacial, impregnadas de latex; flôres axilares aos pares, raro nu- 
merosas sobre pedúnculos simples ou ramificados, às vezes tambêm 
solitárias, geralmente zigomortas; sépalos herbáceo- membranáceos, lon- 
go- aristados em seu ápice, raro obtusos, mais ou menos iguais entre 
si ou os exteriores menores; corola grande, alva ou róseo-cárnea, glabra, 
hipocratimorfa, tubo estreito, muito longo ou acima do meio um pouco 
mais dilatado, actinomorfo ou mais ou menos zigomorfo; orgãos ge- 
nitais exsertos; ovário glabro, 4-ovulado, 2-ou raro 4-loculado ; estigma 
2-globuloso; cápsula 4-valvulada, 4-sperma; sementes glabras opacas. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. VI 31 


Apenas três espécies, duas das quais cosmopolitas nas regiões 
tropicais e subtropicais do globo, comuns no Brasil, e uma do México. 
Hallier separa, entretanto, a variedade muricata, CHoIsy de Calo- 
nyction speciosum, CHOISY (Ipomoea bonanox, L.), como uma espécie 
autônoma e apresenta ainda Cal. ventricosum, HALLIER, do México, 
como espécie nova, ao mesmo tempo transporta Cal. grandiflorum 
CHoIsy (Ip. tuba, Don, na Fl. Br.) para o género Ipomoea. 


18 - Quamoclit, MogxcH. 


(Syn.: Espécies de Ipomoea, segundo MEISSNER e outros; Calboa, 
Cav., Macrostemma, PERS.; Morenoa et Mina, LLAV. ET LEX.). 


Plantas herbáceas trepadeiras anuais, geralmente glabras; folhas 
cordadas, tambêm em regra angulosas ou mais ou menos 3-5-lobadas, 
raro pinadas; flôóres axilares em pedúnculos geminados ou mais 
abundantes e dispostas em racimos, raro em panículos grandes ou 
solitárias, em regra zigomorfas; sépalos herbáceo-membranáceos, pe- 
quenos, glabros, obtusos, no ápice às vezes mucronados e no dorso 
proximo do mesmo corniculados, quási iguais ou os exteriores mais 
curtos; corola menor que no género precedente, coccinea, glabra, 
hipocratimorfa ou no tubo longo ou curto um tanto ventricosa e oblíqua: 
ou infundibular, limbo patente ow urceolado, em regra zigomorfo; orgãos 
genitais longe exsertos, resupinados; estames exteriores geralmente 
3/5 mais longos; ovário glabro, 4-loculado, 4-ovulado; pistilo um pouco 
mais longo que os estames; estigma 2-globular; cápsula 1-valvulada, 
4-locular, 4-sperma, sementes despidas, escuras, opacas, raro pubé- 
rulas. 


Folhas de estrutura bifacial. 


HALLIER afirma que só Y espécies formam êste género e que 
estas aparecem quási todas na América e outras regiões cálidas do 
globo. Em relação às descritas na «Fl. Brasiliensis » estas agrupam-se 
da seguinte maneira: 


1 — Quamoclit vulgaris, CHoIsy (-Ipomoea quamoclkit, L.). 


2 — Quamoclit grandiflora, DON. (-Ipomoea hederifolia, L.? e Ipomoea 


Llaveana, MEISSN.). 

3 — Quamochit coccinea, MOoENcCH. (-Ipomoea coccinea, L., Quam. 
hederifolia e Q. phoenicia, CHOIS., etc., por onde se verifica 
que sinónimos das espécies n.º 4 e 5 da Fl. são reunidas 
em uma espécie). 

4 — Quamoclit sanguinea, DON. (-Ipomoea globosa, MEISSN., que tam- 
bêm compreende vários sinónimos na Fl. subordinados a ou- 
tras espécies). 

— Quamoclit vitifolia, Don. (-Ipomoea Hartwegii, MEISSN.). 

— Quamoclit mina, DON. (-Ipomoea versicolor, MEISSN.). 


GS OM 


Por onde se vê que as sete espécies da Secção Quamoclit fôram 
reduzidas a seis. A Ipomoea solanifolia, L. a ela igualmente subor- 
dinada, passou para o género Jacquemontia. 


32 Convolvuláceas 


MATERIAL ESTUDADO 


1 -Cuscuita Hi: 


Conforme ficou dito mais atrás os autores mais modernos não 
mais subordinam as Cucutae, vulgo «Cipó-chumbo » ou « Aletria» à 
uma família aparte, mas sim directamente às Convolvulaceae, onde, 
por suas afinidades se agrupam sob a subfamília PSILOCONIAE, for- 
mando uma secção isolada. 

No « Pflanzenfamilien » de ENGLER & PRANTL., PETER divide as 
espécies dêste género em 9 grandes secções e afirma existirem mais 
ou menos 90 dispersadas por todas as regiões cálidas e temperadas 
do globo. HaLLIER diz, entretanto, que só 80 espécies são consideradas 
válidas. Para o Brasil o Professor MEISSNER, na «Flora Brasiliensis », 
descreve 18. Mas na América Central e Setentrional existe o maior 
número de espécies do mesmo, em segundo logar vem a Ásia, depois 
a África, Europa e finalmente a Australásia. 

As Cuscutae que aparecem no Brasil, e, destas, tôdas que mais 
embaixo citaremos, encontram largo emprêgo na medicação popular; 
o seu suco é usado como antiflogístico, nos casos de hemoptises, 
inflamações da garganta, contra as rouquidões, etc., e é afamado 
contra abcessos internos e vómitos hepáticos. O pó da planta moida é 
empregado para curar ferimentos recentes, colocando-o directamente 
sôbre os mesmos. Maiores que suas utilidades, são, em outros países, 
os danos causados por estas plantas parasitas. Elas causam prejuizos 
enormes nas culturas do linho, nas de alfafa e outras Leguminosae 
e a sua propagação é tanto mais fácil quanto mais difícil a sua 
exterminação, porquê mesmo os frutos imaturos já têm poder ger- 
minativo: e alêm disto as sementes conservam êste poder durante muito 
tempo. As sementes de Cuscuta lupuliformis, por exemplo, ainda 
germinam depois de terem sido submetidas durante 50-60 dias á 
acção de agua amoniacada. 

Decorativas são relativamente poucas espécies e sómente a Cuscuta 
reflexa, RoxB. tem, até ao presente, sido cultivada nos jardins, 
sôbre os ramos do Pelargonium. A sua multiplicação artificial se 
faz enxertando os nódulos que ela forma e que permanecem mesmo 
depois de secados os ramos durante o inverno. 


Cusc. racemosa, MART. var. brasiliana, ENGL. 
(MeIssNER, Flora Brasiliensis de MARTIUS, vol. VIH, pag. 384). 


Horto Oswaldo Cruz: n.º 2774, HogHNE, Poços de Caldas, 
Minas-Gerais, em 10-1-19. 


Museu Paulista: n.º 4381, LórgrEN, S. Francisco dos Cam- 
pos, S. Paulo, em 26-12-96 (dada como sendo Cusc. obtusiflora, H. B. K. 
var. glandulosa, ENGL.); — n.º 2884, PUTTEMANS, Piracicaba, S. Paulo, 
em 11-894 (det. como Cusc. tinctoria, MART.), uma sôbre Baccharis e 
a outra sôbre espécies cultivadas de Medicago. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. 1 - fasc. VI 33 


var. calycina, EncL. 
(Ob. cit. pag. 384). 


Horto Oswaldo Cruz: nº 3351 (leg. A GRHRT), Mbor, 
S. Paulo, em 1-6-19, vivendo sôbre espécies de Baccharis, sôbre 
Myrtaceae e Nectandra; — n.º 7265 (BRADE leg. n.º 6026), Bosque 
da Saude, S. Paulo, vegetando sôbre Nectandra, espécies de Myrtaceae 
e ainda sôbre Weinmannia e Miconia. 


Museu Paulista: n.º 824, LóFGREN, S. Carlos do Pinhal, 5. 
Paulo, em 4-7-88 (det.); — alêm dêste muitos outros exemplares co- 
lhidos pelo Dr. UsrERI, dados como Cusc. obtusiflora, H. B. K. e como 
Cusc. partita, CHoIsY e vegetando sôbre diversas plantas; — n.º 2, 
UstTERI, Vila Mariana, S. Paulo, 23-3-07. 


Comissão Rondon: n.º 6188, HogHNE, Serra da Pie- 
dade, Minas-Gerais, em 11-915, sôbre Leandra e Clidemia. 


Parasita, côr amarelo-alaranjada, vulgarmente conhecida pelos 
nomes de «Cipó chumbo», «Fios de ovos», « Aletria de pão», etc. 


Cusc. obtusiflora, H. B. K. 
(Ob. cit. pag. 380). 


Comissão Rondon: n.º 4016, HogHNE, Corumbá, Mato- 
Grosso, em 2-911, vegetando sôbre Aeschynomene sensitiva, Sw.; — n.º 
1133, Ipem, S. Luiz de Cáceres, idem, em 1-909, sôbre Indigofera 
lespedezoides, H. B. K. 

Pelo seu aspecto pouco diferente da seguinte e, como ela, empre- 
gada para os fins supra citados. 


Cusc. partita, CroIsy. 
(Ob. cit. pag. 386). 


Comissão Rondon: n.º 1048, HogHNE, S. Luiz de Cáceres, 
em 1-909 e n.º 1026, IDEM, idem, enviada para e determinada na Europa, 
n.ºs 4481 e 4482, Ipem, em Coxipó da Ponte, Mato-Grosso, em 3-911. 
A primeira sôbre espécies rasteiras de Sida e as últimas sôbre 
Richardsonia aff. astroites, SCHUMANN., plantas que ocupam as man- 
chas mais limpas dos cerrados perto de Cuiabá. Caules vermelhos 
côr de abóbora e flôres alvas. 


2 - Dichondra, Forsr. 


Planfas rasteiras, pequenas, que, pelo seu porte e a forma das 
suas folhas, lembram a Centella asiatica (L.), URB., e de algumas 
espécies de Hydrocotyle da família natural das Umbelliferae. Na « Flora 
Brasiliensis», MEISSNER descreve cinco espécies e PETER (Pflanzenf. 
de ENGLER & PRANTL.) confirma o mesmo número, mas H. HaL- 
LIER na sua revisão da família das Convolvulaceae diz que só reco- 
nhece duas espécies e a nós parece que esta opinião é realmente 


3 


34 Convolvuláceas 


a mais acertada, e, de acôrdo com ela, teremos de reunir tôdas as 
descritas para o Brasil sob um mesmo nome. Mas como o «Index 
Kewensis » ainda reconhece outras como bôas, daremos aqui as espécies 
de acôrdo com esta obra. 

Tal como a Centella e o Hydrocotyle tambêm estas plantas 
se prestam bem para a formação de relvados. Especialmente em 
logares mais ou menos sombrios, elas se desenvolvem rápidamente e, 
se houver o cuidado de separar do meio delas as hervas prejudiciais, 
em pouco tempo revestem grandes superfícies. 


Dich. repens, Forsr. var. macrocalyx, MEISSN. 
(C. Fr. MEISSNER, Fl. Br. de MARTIUS, vol. VII, pag. 388). 


Horto Oswaldo Cruz: n.º 154, HogHNE, Butantan, S. Paulo, 
em 24-5-17; n.º 170, IpEM, idem, em 1-6-17; — n.º 2077 (Campos 
Novais leg.), Campinas, S. Paulo, ofer. em 5-918; — n.º 7255 (BRADE 
n.º 5565), Serra da Cantareira, S. Paulo, em 12-911. 


Museu Paulista: n.º 5838, G. EDwALL, beira do caminho 
para a Água Branca, Capital, S. Paulo, em 1902, s-d. e s-det.; — n.º 
5839, Campos Novais, Campinas, S. Paulo, s-d. e s-det. 


r 


Este material examinado é um documento em favor do que dis- 
semos mais em cima, as folhas são tão variáveis quanto o comprimento 
dos pedúnculos florais. Entre o mesmo temos um exemplar que 
vegetava entre Ophiopogon japonicus, KER., vulgo «Pêlo de urso », 
cujos pecíolos atingem até 15 cm. de comprimento e que tem folhas 
de 4 em. de diâmetro, entretanto, ao lado dêle, em terrenos mais 
insolados e descobertos, colhemos outros espécimes que pouco se 
afastam da espécie que citamos em seguida. 


Dich. parvifolia, MEISSN. 
(Ob. cit. pag. 360). 


Horto Oswaldo Cruz: n.º 7256 (BRADE, n.º 6025), Bosque 
da Saude, S. Paulo, em 12-911. 


Museu Paulista: n.º 2401, LoOFGREN ET EDwALL, Invernada 
Jardim, Campos da Bocaina, S. Paulo, em 11-1894, s-det. 


Os pedúnculos florais quási três vezes mais longos que os pe- 
cíolos, folhas menores e os lobos calícinos mais agudos, distinguem 
esta planta da precedente. Veja-se, entretanto, o que dissemos mais 
em cima. 


3 - Evolvulus, L. º 


Plantas arbustiformes ou herbáceas erectas ou prostradas e nunca 
escandentes, que se caracterizam pelas flôres com corola baixa e 
muito mais larga que longa, pistilo quási sempre dividido em dois 
ramos até à base e êstes novamente partidos, estigmas quatro, li- 
neares. Algumas espécies muito decorativas e as prostradas indicadas 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I - fasc. VI 35 


para cobrir terrenos e formar relvados. Conhecidas são mais de 
80 espécies, que se encontram na África e América e delas mais 
ou menos 60 são indígenas no Brasil, onde vegetam nos campos 
cerrados e limpos do interior. 


Evolv. niveus, MART. 
(Ob. cit. pag. 332). 


Comissão Rondon: n.º 3054, HoBHNE, Morro Pôdre, Chapada, 
Mato-Grosso, em 3-911. 


Planta campestre, erecta, regularmente foliosa até perto da base; 
folhas lânceo-oblongadas e acuminadas, bastas e decrescentes para 
o ápice dos caules, decurrentes por êle e basto níveo-lanulosas; in- 
florescências quási ovóides, terminais com brácteas e cálice fulvo- 
vilosos. Pelas folhas um pouco mais alongadas e igualmente distri- 
buidas em todo o caule distinguida da seguinte. 


Evolv. pterocaulon, Moric. 
(Ob er: pas: 359). 


Museu Paulista: n.º 1080, LoFGREN, Araraquara, S. Paulo, 
em 28-11-88 (det. como sendo Evolv. pterygophyllus, MART. var. pu- 
berulus, MEISSN., de que se aparta pela forma das folhas e inflores- 
cência). 


- Comissão Rondon: n.º 1885, HOEHNE, Juruena, Rondônia, 
Mato-Grosso, em 5-909 e n.º 2270, KUHLMANN, Diamantino, idem, em 
3-918. 


Subarbustiva erecta, campestre, caule simples ou tambêm ra- 
mificado, de 30-50 em. de altura; folhas estreito-lanceolares ou quási 
lineares, decurrentes pelo caule e como êste bastamente seríceo- 
vilosas, para o ápice dos ramos mais esparsas e mais decurrentes; 
flores em espigas entre brácteas fulvo-vilosas, corola azul. 


var. floccosus, MEISSN. 
(Ob. cit. pag. 433). 


Horto Oswaldo Cruz: n.º 1726 (Dr. JoÃo FLORÊNCIO GOMES 
leg.), Miguel Calmon, S. Paulo, em 2-4-18 e n.º 3655 (G. GEHRT leg.) 
Brotas, S. Paulo, em 24-2-920. A LE 


Comissão Rondon: n.ºs 5449 e 5450, HogHNE, Lambarí, alêm 
de Campos Novos da Serra do Norte, Rondônia, Mato-Grosso, em 
11-911 e 2266, KUHLMANN, Salto do Utiarití, idem, em 4-918. 


Perfeitamente igual ao tipo citado mais em cima, dêle porêm 
distinguida pelo revestimento ainda mais basto e mais lanóso quasi 
flocoso. 


Evolv. pterygophylus, MART. 
(Ob. cit. pag. 333). 


36 Convolvuláceas 


Comissão Rondon: n.º 702, HOEHNE, Porto Esperidião, Rio 
Jaurú, Mato-Grosso, em 11-908. 


Plantinha campestre, erecta; folhas estreitas e decurrentes pelo 
caule em forma de estreitas alas, glabras como êste; ílôres entre 
longas brácteas mais compridas que os segmentos do cálice que são 
estreitos e longos e pilosas como estas, dispostas em espigas ter- 
minais, corola azul. 


Evelv. chamaepitys, MART. var. caespitosa, MEISSN. 
(Ob. “cit pag' 335). 


Comissão Rondon: n.ºs 3035 e 4634, HogHNE, Coxipó da 
Ponte, Cuiabá, Mato-Grosso, em 3-911. 


Planta pequena dos campos cerrados sêcos; folhas estreitas um 
tanto lânceo-alongadas, para a base atenuadas e ápice acuminadas, 
nó dôrso basto e na face superior mais esparso seríceo-vilosas; 
flôres em espigas capituliformes um tanto globosas, roxo-claras, de 
15 mm. de comprimento. 

A distribuição das folhas até junto a espiga floral, forma destas, 
revestimento e ramificação mais abundante desde a base, constituem 
os característicos que distinguem esta espécie. O revestimento dos 
exemplares examinados parece ser mais basto que o descrito para 
a planta. 


Evolv. glomeratus, NEES ET MART. var. genuinus, MEISSN. 
(Ob ci pas, 335). 


Comissão Rondon: n.ºs 3053 e 4858, HogHNE, Corumbá, 
Mato-Grosso, em 6-911. 


Subarbusto dos cerrados, de 30-40 em. de altura; caule geralmente 
ramificado desde a base e (por isto com o aspecto de uma planta 
cespitosa) erecto ou tambêm decumbente ou mesmo prostrado; folhas 
sesseis ou curtíssimo pecioladas, limbo espatular oblongado, atenuado 
para a base, ápice agudo, em ambas as faces (como tambêm o caule), 
apresso vilosas; nas axilas das folhas perfeitas existem geralmente 
grupos de outras rudimentares e as inflorescências aparecem nas 
axilas das superiores e são quási capituliformes, com as brácteas e 
os sépalos estreitos quási assovelados revestidos de longos pêlos 
rijos; corola cerúlea, de 15 mm. de comprimento e diâmetro na parte 
superior. 


var. strigosus, CHOISY. 
(Ob. cit pag: 336). 


Museu Paulista: n.º 2187, LÓFGREN ET EDWALL, Franca, 
S. Paulo, em 17-1-93. 


Bem caracterizada pelo revestimento longo hirsuto ferrugíneo- 
fusco. Caule em regra mais prostrado. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fase. VI 37 


var. strigosus, CiroIsy. 
(Ob. cit. pag. 336). 


Horto Oswaldo Cruz: n.º 2678, HogHNE, Poços de Caldas, 
Minas-Gerais, em 9-1-19. 


Nesta forma o revestimento é mais alvo e mais lanoso. Os ramos 
são erectos e TIJOS. 


Evolv. Martii, MEISSN. 
(Ob. cit. pag. 337). 


Comissão Rondon: n.º 6189, HogHnE, Olhos d'Água, Caeté, 
Minas-Gerais, em 11-915. 


Campestre pequena, caules singelos, erectos e de 15-25 cm. de 
altura; folhas lanceolares, atenuadas na base e acuminadas para o 
ápice, bastamente alvo-vilosas como tambêm o é o caule; flôres azuis 
nas axilas das últimas folhas dos caules. Campos sêcos e quâsi despidos 
de vegetação lenhosa. 


Evolv. echioides, MoRric. var. longepilosus, Cirorsy. 
(Ob. cit. pag. 338). 


Museu Paulista: n.º 1143, LóFGREN, Fazenda Monte Alegre, 
a 24 quilômetros de Araraquara, S. Paulo, em 7-12-88 (dada como 
Evolv. Martii, MEISSN., de que se afasta pela côr dos pêlos e folhas 
mais espaçadas). 


Pelo seu porte e aspecto geral parecida com o Evolv. glomeratus, 
NEES ET MART. var. strigosus, CHOIS., dela porêm distinguida pelas 
inflorescências que têm folhas brácteiformes intermixtas entre as 
Hóres. 


Evolv. fuscus, MEISSN. var. acutifolius. 

(Ob. cit. pag. 339). 

Museu Paulista: n.º 1046, LorGREN, Fortaleza, perto do Rio 
Claro, S. Paulo, em 22-11-88 (det.). 


As folhas oblongo-elipsóides, agudas e o revestimento fusco-fer- 
ruginoso-viloso distinguem esta planta especificamente das demais da 
secção 8 Phillostachy. 


Evolv. gypsophiloides, Morrc. var. brevifolius. 
(Ob. cit. pag. 340). 


Comissão Rondon: n.ºs 3065 e 3067, HogHNE, Coxipó da 
Ponte, Cuiabá, Mato-Grosso, em 4-911. 


Subarbustiva campestre ramosa desde a base e por isto quási 
cespitosa, com todas as partes vegetativas cano-pubescentes, de 20-30 
em. de altura; ramos em regra divaricados e mais ou menos prostrados; 


38 Convolvuláceas 


folhas pequenas aciculares de 1/,-1 cm. de comprimento e !/,-1 mm. de 
largura; flóres esparsas nos extremos dos ramos, solitárias ou em 
grupos de 2-3; cálice de segmentos ovo-lanceolares agudos e pubes- 
centes; corola roxo-clara ou azulada de 13 mm. de diâmetro com tubo 
muito curto. Campos sêcos e cascalhosos entre Cuiabá e Coxipó da 
Ponte. 


Evolv. filipes, MART. 
(Ob. cit. pag. 342). 


Comissão Rondon: n.ºs 2883, 2884 e 4935, HogHNE, Coxipó 
da Ponte e Cuiabá, Mato-Grosso, em 3-911. 


Planta desde a base ramificada: e um tanto prostrada, de 10-20 em. 
de comprimento; folhas lánceo-lineares de 10-12 mm. apresso pu- 
bescentes no dorso e mais glabras por cima, esparsas; inflorescências 
ténues quási duas vezes mais compridas que as folhas em cujas axilas 
se acham, com 1-3 flôóres pequenas roxo-claras. Comum nos campos 
cascalhosos e mais sêcos nesta parte do Estado. 


Evolv. pusillus, Crorsy. 
(Ob. cit. pag. 346).. 


Horto Oswaldo Cruz: n.º 13 e 209, HogHNE, Butantan, 
S. Paulo, em campos altos e sêcos, em 11-4-17 e 3-617; — n.º 7258 
(BRADE n.º 5566), Santo Amaro, S. Paulo, em 24-12-911 (det.). 


Museu Paulista: n.º 2607, LOFGREN ET EDWALL, Conceição 
de Itanhaém, S. Paulo, em 13-9-94 (det.); — n.º 2574, IDEM, em Santo 
Amaro, S. Paulo, em 29-7-94 (det.); — n.º 13, UsTERI, Sant'Ana, 5. 
Paulo, em 9-3-907 (det.). 


Planta totalmente prostrada reptante de caule apresso ao solo, 
folhas elíptico-ovaladas, pubescentes, curto pecioladas dispostas em 
plano horizontal com os ramos e caules; flóres alvas sôbre pedúnculos 
axilares unifloros bracteados em meio da sua altura. 

Muito indicada para a formação de relvados em logares sêcos, 
especialmente decorativa quando florida, porque as alvas flôres de 
ambito orbicular se destacam do fundo vêrde à maneira de confetes 
de papel que tivessem sido espalhadas sôbre êle. 


Evolv. corumbaensis, HogHNE (sp. nov.). 
(Ex ser. II, Sparsiflori, post 32 inserenda est). 


Suffrutex debilis et laxiuscule divaricata ramosus; ramis elongatis, 
erecto-patentibus, sparsifoliosis, superne subdense sericeo-pubescen- 
tibus; foliis linearilanceolatis, basi obtusiusculis apice acufatis et 
mucronulatis, novellis subtus et supra plus minusve sericeo-pubescen- 
tibus, 3-5 em. longis et 3-10 mm. latis, infimis et summis saepius 
decrescentibus; pedunculis folium superantibus, tenuibus, simplicibus 
vel ad apicem interdum 2-3 ramosis, semper bibracteatis, ramulis pe- 
dicelum subaequantibus; pedicellis 7-8 mm. longis; sepalis anguste 


An. das Mem. do Instituto de Butantan —- Vol. I - fase. VI 39 


lanceolatis, acuminatis, subadpresso-villosis, 4 mm. longis; corollae 
tubo brevissimo, limbo amplo et suborbiculare espanso, 1,7-2 cm, 
diametienti, coeruleo. 


Comissão Rondon: n.ºs 3045-3049, HogHNE, Corumbá, Mato- 
Grosso, em 6-911. 


Tábula n.º di 


Espécie afim de Evolv. tenuis, MART., da qual difere pelos detalhes 
supra descritos e principalmente pela forma das folhas mais longas e 
mais estreitas e corola maior. De Evolv. columbianus, MEISSN., dis- 
tinguida tambêm pelas folhas mais estreitas, mais pubescentes e flôres 
maiores. 

Durante algum tempo ficamos em dúvida a respeito da afinidade 
desta interessante planta. Considerando porêm que as folhas do 
Evolv. tenuis, MART. são descritas como sendo ovo-lanceolares e por 
conseguinte muito mais largas que na presente espécie e que o cálice 
tambêm é dado como pouco mais curto que a corola, concluímos que 
se deve tratar de uma forma especificamente distinta. ; 


Evolv. frankenioides, MoRrIC. 
(Ob. cit. pag. 348). 


Museu Paulista: n.º 985, LórgrEN, Feijão, Rio Claro, 5. 
Paulo, em 1-10-88 (det. como sendo Evolv. graphalioides, MORIC.). 


Forma campestre de caule e ramos prostrados que apresenta 
grande afinidade com o Evolv. Riedelii, MEISSN., do qual se aparta 
principalmente pelas flôres agrupadas sôbre curtos pedúnculos ou 
dispostas em fascículos axilares, mas no demais em tudo parecidas 
com as daquele. 


Evolv. nummularius, L. 
(Ob. cit. pag. 349). 


Comissão Rondon: n.º 514, HogHNE, S. Luiz de Cáceres, 
em Mato-Grosso, em 9-908; — n.º 2886, IDEM, Coxipó da Ponte, 
Cuiabá, em 3-911. 


Planta campestre, rasteira como Evolv. pusillus, CHoIsy, porêm 
com folhas quási orbiculares curto pecioladas glabras ou levemente 
pilosas no dorso, flôres axilares solitárias sôbre os pedúnculos e de 
apenas 1 em. de diâmetro. 


var. grandifolia, HoOEHNE (var. nov.) 
(Adicionar ao tipo citado à pouco). 


Folia usque duplo triploque majora. 


Comissão Rondon: n.º 4837, HogHNE, Corumbá, Mato-lrrosso, 
em 2-911. 


Do tipo distinguida pelas folhas duas e até três vezes maiores e 
mais alongadas, isto é, de 2 cm. de comprimento por 1,4 cm. de 
largura e base geralmente obliquada. 


40 Convolvuláceas 


Evolv. aurigenius, MART. 
(Ob. cit. pag. 350). 


Comissão Rondon: n.º 6502, HogHNE, Caeté, Minas, em 
11-915 e n.º 6214, Ipem, Miguel Burniêr, Minas, em 12-915. 


Campestre, caules quási cespitosos, isto é, ramificados em sua 
base; ramos singelos ou esparso ramosos, de 10-20 cm. de altura; 
folhas de pouco mais de 1 cm. de comprimento, ovais, base cordada 
e ápice agudo, sesseis ou sôbre pecíolos de 1-2 mm. de comprimento, 
limbo de margens ciliado-pilosas e na face, como todo o caule e os 
pecíolos, bastamente áureo-ferrugineo-tomentosas; flôres solitárias, 
axilares, sesseis; cálice de segmentos acuminados e longo-pilosos; 
corola azulada de quási 1 cm. de diâmetro, tubo desta fino e de 
igual comprimento. 

O exemplar procedente de Miguel Burniêr se afasta dos dois - 
primeiros por ter folhas de base menos cordada. Vive geralmente nos 
campos sêcos e pedregulhentos. 


Evolv. macroblepharis, MART. 
(Ob. cit. pag. 350). 


Horto Oswaldo Cruz: n.º 2825, HogHNE, Poços de Caldas, 
Minas-Gerais, em 13-1-19. 


Museu Paulista: n.º 5835, S-A., Juquerí, S. Paulo, em 27-6-901. 


Planta campestre prostrada, caule e ramos hispídulo-pilosos; fo- 
lhas ovo-elipsóides, curto pecioladas, sôbre as nervuras e nas margens 
pilosas, ápice obtusas ou agudas; flôres solitárias axilares, sesseis; 
cálice de segmentos ovo-lanceolares, mas abruptamente acuminados, 
ápice ciliado, corola de tubo largo e limbo aberto de até 2 cm. de 
diâmetro, azul. 


Evolv. canescens, MEISSN. 
(Ob. cit. pag. 350). 


Horto Oswaldo Cruz: n.º 4025 (G. GEHRT leg.), Franca, 
S. Paulo, em 11-4-20. 


Museu Paulista: nº 2188, LOFGREN ET EDWALL, Franca, 
S. Paulo, em 17-1-93 (dada como Evolv. aurigenius, MART.). 


Caule mais curto e mais ramificado que na precedente e dela 
facilmente distinguida pelas folhas mais cordadas e pelo revestimento 
basto pubescente (não seríceo) das folhas e cálice de segmentos menos 
acuminados e pubescentes. 


Evolv. Riedelii, MEIss 
(Ob: cit” pass Bb); 


m- 


Horto Oswaldo Cruz: n.º 7249 (BRADE leg., s-n.), Mursa, 
Jundiaí, S. Paulo, em 4-4-15. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. 1 - fase. VI 41 


Museu Paulista: s-n. UsTERI, Araras, S. Paulo, em 30-10-905 
(dada como Evolv. macroblepharis, MART.). 


Campestre de caule decumbente quási prostrado e como as folhas 
longo e basto fulvo-viloso, estas últimas ovais ou quási ovo-cordiformes, 
curto pecioladas; flôres solitárias, axilares, curtissimo pediceladas, 
com duas brácteas na base do pedicelo; sépalos lânceo-acuminados, 
vilosos; corola cerúlea com tubo angusto e limbo largo de 2 em. de 
diâmetro. 

No material do Museu Paulista, encontramos um espécime 
recolhido pelo Dr. UsrERI, s-n., em 30-10-905, dado como fvolv. 
-macroblepharis, MART. juntado à uma pequena Twurneraceae, que, 
segundo a nota do colector, deveria ter sido determinado pelo Dr. 
HALLIER, F., mas que, conforme se poderá vêr, naturalmente foi 
julgado como duplicata de uma outra enviada ao referido especialista. 


Evolv. incanus, PERS. 
(Ob. cit. pag. 352). 


Comissão Rondon: n.ºs 3034 e 4932, HogHNE, Coxipó da 
Ponte, Cuiabá, Mato-Grosso, em 3-911. 


Campestre de caule e ramos rasteiros e folhas bilaterais, na face 
superior esparso longo seríceo-pilosas e na dorsal incano-pilosas; 
flôres roxas, axilares, pequenas e quási sesseis. Nome vulgar: « Tu- 
rubi-mirim », usada na medicação popular. 


Evolv. holosericeus, H. B. K. 
(Ob. cit. pag. 352). 


Museu Paulista: n.º 283, LOFGREN, Sarapuí, S. Paulo, em 
29-10-87 (dada como Evolv. sericeus, Sw., de que se aparta pelas 
folhas mais largas e mais alongadas). 


Plantinha campestre de caule e ramos prostrados, verso das 
folhas apresso seríceo-piloso, destas as últimas oblongo-ovaladas, 
agudas, glabras na face superior e de 12-18 mm. de comprimento por 
4-8 mm. de largura; flôres solitárias, axilares, com o cálice apresso 
viloso quási setuloso. O porte faz lembrar espécies rasteiras de Eu- 
phorbia. 


Evolv. sericeus, SwaRTZ. 
(Ob: cit. pag. 353). 
Museu Paulista: nº 932, LóFGREN, Araraquara, S. Paulo, 


em 20-11-88 (det. como sendo Evolv. incanus, PERS., de que se dis- 
tingue pelas folhas glabras na face superior). 


Comissão Rondon: n.º 6185, HogHNE, Lagoa Santa, Minas- 
Gerais, em 11-915. 


As folhas são seríceo-incanas no dorso e completamente glabras 
na face superior; as flôres sesseis. Evolv. incanus, PERS. se distingue 


492 Convolvuláceas 


dêste por ter as folhas mais prateado-seríceas. Da precedente esta se 
afasta pela menor largura das folhas e pelos caules mais ramosos e 
menos erectos. 


var. latior. 
(Ob. cit. pag.. 353). 


Horto Oswaldo Cruz: n.º 7339 (BRADE n.º 6023), Sorocaba, 
S. Paulo, em 2-11-912; e n.º 7337 (IDEM n.º 6022), idem, em 2-11-912 
(det.). 


Esta variedade estabelece a transição entre a espécie precedente 
Eesti 


var. angustifolius, HogHNE (var. nov.). 


Caulibus magis ramosis, gracilimis e basin florigeris; foliis an- 
gustioribus sublinearibus, sericeo-pubescentibus; capsulis interdum as- 
symetricis semiovatis (Hvolv. anomalus, MEISSN.?). 


Horto Oswaldo Cruz: n.º 1044, HogHnE, Butantan, S. 
Paulo, em 10-12-:17; — n.º 7257 (BRADE n.º 6020), Mooca, S. Paulo 
(e tambêm em Sorocaba e no Bosque da Saude), em 11:12:12; — n.º 
1616 (BENTO DE ToLEDO leg. sob n.º 24), Campinas, S. Paulo, em 
6-10-20. 


— Museu Paulista:n. 5837, PUTTEMANS, S. Bernardo, S. Paulo 
(Capital), em 18-9-902; — s-n., UsrtEeRrI, Várzea do Carmo, S. Paulo, 
em 4-11-907 (det. como Evolv. sericeus, SWARTZ). 


Pelas folhas mais estreitas e por ser florigera quási desde a 
base dos ramos distinguida do tipo supra mencionado. 

Pelo facto de serem as cápsulas algumas vezes bastante assimé- 
tricas graças ao abortamento de uma parte dos óvulos, queremos 
crer que se trate aqui do Evolv. anomalus, MEISSN., descrito para os 
arredores de Montevideo, porque sendo as folhas muito estreitas e 
tendo, alêm disto, as margens incurvadas, é possível que tivessem, 
por isto, sido tomadas como sendo totalmente seríceas — aliás, isto 
de serem «totalmente seríceas», é ainda uma questão que temos de 
pôr de quarentena, porque nem a chave nem a diagnose afirma isto cate- 
góricamente, elas dizem apenas que são seríceas, mas, como tambêm 
não exceptuam «nenhum dos lados das mesmas, cremos que é por 
que o eram completamente. 


var. Lofgrenii, HOEHNE (var. nov.). 


Caulibus ramisque elongatis, debilis, plus minusve adscendentibus 
et 15-25 cm. longis; internodiis longioribus et foliis usque ad 2,5 cm. 
longis et 1,5-2 mm. latis basin et apicem versus attenuatis, acutis, 
erecto-patentibus. 


Museu Paulista: n.º 4330, LOFGREN, Araraquara, S. Paulo, 
em 16-4-99. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I - fasc. VI 43 


Do tipo supra citado distinguida pelos caules mais ascendentes 
e mais cespitosos, folhas mais longas estreitas e esparsas, 


Evolv. speciosus, MORIC. 
(Ob. cit. pag. 358). 


Horto Oswaldo Cruz: n.º 4091 (Dias DA RocHA leg. sob 
n.º 51), Fortaleza, Ceará, em época não precisada. 


Pelo seu porte esta planta recorda um pouco do Oxypetalum 
foliosum, MART. ET Zucc. As folhas de base cordada, muito mem- 
branáceas e os pedicelos ténues e recurvados a caracterizam muito 
bem. Infelizmente o material está sem flôres, isto é, faltam corolas, 
mas o que possuimos nos basta para determinar a espécie. 


5 - Prevostea, ChHois. 


Segundo PETER (ob. cit.) êste género compreende sete espécies 
diversas distribuidas pela América do Sul e África. MEISSNER descreve 
4 para o Brasil, que, com a Pr. amazonica, CHOIS., considerada autó- 
noma por PETER, perfariam o total de cinco espécies indígenas. Mas, 
HaLLIER as redúz a duas, passando Pr. ferruginea, CHOIS., Pr. um- 
bellata, CHOIS. e Pr. spectabilis, MEISSN. para o género Bonamia, 
TrovRs., de formas que só temos noticia certa das seguintes espécies 
brasileiras: Pr. glabra, CHoIs. e Pr. amazonica, CHOIS. 

Os caracteres diferenciais entre êstes dois géneros, segundo 
HALLIER, se resumen no facto de terem as Prevosteae os dois sépalos 
exteriores muito maiores que os interiores e por serem êstes venulosos 
e membranáceos. Este último facto é, portanto, o único ponto capital, 
porque, tambêm nas espécies supra mencionadas por êle transferidas 
ao género Bonamia, THOURS., os sépalos exteriores são bastante 
maiores que os interiores. 

De Mato-Grosso temos uma espécie nova trazida pelo Sr. KUHL- 
MANN, à qual fica proxima de Pr. ferruginea, CHOIS., e que por isto 
mesmo teremos de incorporar à Bonamia, conforme faremos mais 
embaixo. 


Prev. glabra, CHols. 
(MEISSNER, ob. cit. pag. 324). 


Comissão Rondon: n.º 2427, KuUHLMANN (Leg. General 
Rondon), margens do Rio Guaporé, Mato-Grosso, em 5-19. 


Planta trepadeira totalmente glabra, bem caracterizada pelos sé- 
p 

palos exteriores amplos e quási orbicular-reniformes, de 2,5 em. de 

diâmetro. | 


6 - Bonamia, THovrs. 


Conforme ficou dito mais em cima, o género Bonamia, THOURS., 
compreende, segundo a orientação dada pelo Dr. HALLIER, as espécies 


44 Convolvulaceas 


na «Flora Brasiliensis» dadas como Breweria, R. BR., as Prevosteae. 
mencionadas em cima e outras até aqui subordinadas à diversos 
outros géneros. 


Para o Brasil teriamos assim as seguintes espécies: 


Bonamia ferruginea (CHoIs.) HALL. (-Prevostea ferruginea, CHOIS.). 
Bonamia umbellata (CHoIs.) HaLL. (-Prevostea wmbellata, CHOIS.). 
Bonamia maripoides HALL. (-Prevostea spectabilis, MEISSN.). 
Bonamia Langsdorffii (MeISSN.) HaLL. (-Breweria Langsdorffis, 
MEISSN.). 
Bonamia Burchellii (Cmois.) HaLL. (-Breweria Burchellii, CHQIS.). 
Bonamia agrostopolis (VELL.) HatL. (-Breweria venulosa, MEISSN.). 
Bonamia trichantha HALL. sp. nov. (Jahrbiicher vol. 16, p. 256 = 
Trichantha ferruginea KarsT. ET TR.). 


Que foram as únicas que conseguimos separar com alguma se- 
gurança do embaralhado trabalho de HALLIER. À estas vamos agora 
reunir mais três espécies que aqui descrevemos e ilustramos com 
desenhos feitos pelo material sêco. 


Quanto ao seu porte estas plantas pouco se distinguem da 
Ipomoea; convêm, entretanto, notar que elas são mais escandentes e 
rijas do que volúveis e que o pistilo é bífido até a base ou pelo: 
menos até certa altura e que cs estigmas são globulares raro bi- 
partidos ou tetralobados. 


Bon. Kuhlmannii, HogHNE (sp. nov.). 


(Segundo a «Flora Brasiliensis» e o « Pflanzenfamilien » subor- 
dinável ao género Prevostea, CHOIS., veja-se porêm a nota supra). 


Fruticosa alte scandens, ramis petiolis foliis inflorescentiisque 
undique dense brevissimeque ferrugineo-tomentosis subvellutinis; foliis 
ovatis, basi saepius levissime cordatis, apicem versus acuminatis et 
obtusis, mucronatis, petiolo 1-2 em. longo, limbo submembranaceo 
5-12 cm. longo et 3-8 em. lato, molle vellutino; inflorescentiis axilla- 
ribus, pedunculatis, folium demidio aequantibus vel in summis paullo 
excedentibus, pauciracemosis, ramulis c. 1 cm. longis; bracteis parvis, 
triangulo-acuminatis, dense vellutinis; pedicellis per anthesin 2-2,5 em. 
longis demum longioribus, vellutino-ferrugineo-tomentosis; sepalis 2 
exterioribus subcordato-ovatis, obtusiusculis, inferne pedicellum bre- 
vissime adnatis, dense vellutinis ferrugineis, 2 em. longis et 1,7 em. 
latis, internis subglabris, ovatis, 7 mm. longis; corolla anguste cam- 
panulata, alba, 2,5 cm. longa, extus tenuissime pubescentia; stylo 
usque ad basin bipartito, stigmatibus globosis. 


Comissão Rondon: n.º 2268, KUHLMANN, cerrados entre 
Buriti e Formigueiro, Rondônia Mato-Grosso, em 6-918. 
Tábula n.º 2. 


Quanto ao seu revestimento esta planta se coloca na imediação 
da Bonamia ferruginea, HALL. (Prev. ferruginea, CHoIS.), pelas in- 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. 1 - fase. VI 45 


florescências sempre distintamente pedunculadas, sépalos exteriores 
de base mais cordada e corola maior, ela se afasta especificamente da 
mesma, cujas flôres são sesseis e dispostas em fascículos axilares. 


Bonam. corumbaensis, HogHNE (sp. nov.). 
(Post n.º 1 (Breweriae) Florae Brasiliensis inserenda est). 


Suffruticosa 30-60 cm. alta, apice subvulubilis, parte hypogaea 
longissima rija et lignosa; ramis glabris, tenuissime striatis, brevibus; 
foliis ovato-lanceolatis vel ovato-ellipsoideis, basi rotundatis vel inter- 
dum levissime cordatis, apice obtuso-acuminatis et mucronatis, pa- 
tulis, 3-7 cm. longis et 1,5-3 cm. latis, subtus praecipue prope basim 
ad nervos et margine versus sparsissime tenuissimeque pilosis caeterum 
glabris; petiolis subadpresse sparseque pilosis, 8-13 mm. longis, racemis 
axillaribus terminalibusque, 2-paucifloris (saepius trifloris), glabris 
vel ad basin sparse pilosis, folium brevioribus; bracteis minutis, 
triangularibus, glabris, fere 1-1,5 mm. longis; pedicellis erectis, 5-6 mm. 
longis, glabris; sepalis glabris, internis levissime ciliatis et subemar- 
ginatis, suborbicularibus et externis magius oblongatis, arete imbri- 
catis, 5-8 mm. longis; corolla 2 em. longa, campanulata, extus striis 
5 dense sericeo-ferrugineo-pilosa; capsula biloculari, tetrasperma, co- 
nico-acuminata, glabra, calycem paullo excedentia; seminibus fulvo 
villosis. 


Comissão Rondon: n.ºs 3042 e 3044, HogHNE, Corumbá, em 
terrenos sêcos, porêm revolvidos (à que talvez se possa atribuir o 
facto de serem as partes hipógeas tão longas e os ramos tão curtos, 
o que ainda demonstra que em outras condições talvez êstes tiltimos 
fossem volúveis), em 2-911. 


Mábula no 3. 


Pelo porte parece-se um tanto com a Bon. Burchellii (CHoIsY), 
HALLIER, que, segundo a descrição, é, às vezes, tambêm meio erecta 
e quási arbustiforme, dela aparta-se porêm especificamente por ser 
quási totalmente glabra e pelas inflorescências menores. 

Bonam. Burchellii (Croisy), HaLLIER. 

(Ob. cit. pag. 326). 

Horto Oswaldo Cruz: n.º 1717 (JoÃo FLORÊNCIO GOMES 
leg.), Miguel Calmon, S. Paulo, em 2-4-18. 


Hervario Hoehne: n.º 7626 do Horto Oswaldo Cruz, Rio 
de Janeiro, Meier, em 3-913. 


No material presente as folhas são mais obtusas e mucronadas 
que as descritas para a espécie. Ilôres alvas em belos cachos. 
Bonam. mattogrossensis, HogHNE (sp. nov.). 

(Post Bon. Burchellii, HaLt. (Breweriae) inserenda est). 


Fruticosa alte scandenti, ramosa; ramis novellis petiolis et prae- 
cipue parte dorsali foliorum, pedunculis et calycibus dense aureo- 


46 Convolvuláceas 


ferrugineo-tomentosis; foliis subcoriaceis mollibus, late ovato-ellipsoi- 
deis, breviacuminatis rarius obtusis, in magnitudinem valde variabilis, 
6-12 em. longis et 4-8 em. latis, 1-2 cm. longo petiolatis, basi saepius 
attenuatis obtusiusculis (rarissime paullo cordatis); inflorescentiis axil- 
laribus terminalibusque, breviramosis, aphyllis vel prope basin 1-2 
foliosis; bracteis valde variabilis, lanceolato-linearibus, caducis; sepalis 
aequimagnis vel internis paullo latioribus et prope basin et ad margines 
glabratis, 5-6 mm. longis, obtusis et minutissime mucronatis; corolla 
pallido-purpurascenti, parte tubulosa excepta striis 5 dense longeque 
adpresso rufo-villosa, 2 cm. longa; staminibus inferne pilosis vel 
“pappilosis; ramis styli sparse pilosis; seminibus obcordato-obovatis, 
escarioso alatis et ad medium incrassatis et pilosis. 


Comissão Rondon: n.º 4655, HogHNE, Coxipó da Ponte, 
Cuiabá, Mato-Grosso, em 3-911. 


Tábula n.º 4. 


O que mais distingue esta nova espécie são as inflorescências e 
as folhas, que, em estado sêco, são escuras por cima e áureo-amareladas 
por baixo. Veja-se tambêm a variedade que segue. 


var. obtusifolia, HOEHNE (var. nov.). 
(Juntar à precedente). 


Foliis magius ellipsoideis, apice obtusis seu rotundatis et non 
raro emarginatis et ad basin obtusis; inflorescentiis axillaribus, bre- 
vissimis petiolum paullo excedentibus, simplicibus vel indistincte ra- 
mulosis. 


Comissão Rondon: n.º 3039, HogHNE, Coxipó da Ponte, 
Cuiabá, Mato-Grosso, em 3-11. 

Tábula n.º 5. 

Pelas inflorescências axilares, curtas e folhas de base e ápice 


obtusos, bem fácilmente distinguida do tipo descrito mais em cima, 
no demais perfeitamente igual a êle. 


7 - Dicranostyles, BentH. 


As duas espécies que constituem êste género, e que, pelo seu 
porté bastante se afastam das demais Convolvulaceae, pertencem am- 
bas à nossa flora. A terceira, que em seguida vamos descrever, 
tem grande afinidade com a primeira, isto é, Dicr. scandens, BTH., 
das Guianas e, mais embaixo, apontaremos os caracteres que a dis- 
tinguem. 


Dier. Kuhlmannii, HogHNE (sp. nov.). 
(Post n.º 1 Fl. Brasiliensis inserenda est). 


Frutex erectus levissime scandens; ramis glaberrimis et subangulo- 
sis alis angustissimis decurrentibusque ornatis, rijidis et dense fohosis; 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. VI 47 


partibus novellis inflorescentiisque sparse ferrugineo-punctulatis, ves- 
tutioribus plumbeo-albicantibus; foliis siccis supra nigricantibus nh- 
tidulis et subtus pallido-cinerascentibus, basi rotundatis vel paullo 
attenuatis, apice acuminatis, acutissimis et saepius plus mimusve Te- 
curvatis (non obtuse rostatis nec cuspidatis) limbo 10-14 cm. longo 
et 4-5 em. lato, petiolo glaberrimo, 1,8-2,2 em. longo, levissime ver- 
ruculoso: inflorescentiis axillaribus simplicibus vel inferne paucira- 
mulosis, 2-4 em. longis, glabris et sparse ferrugineo-punctulatis, siccis 
nigricantibus, rhachis subangulosa; bracteis anguste lanceolatis vel 
linearibus margine interdum levissime sparseque ciliatis, persistentibus, 
2-3 mm. longis:; sepalis arete imbricatis, glabris et ad margines le- 
vissime ciliatis, suborbicularibus (jam ante anthesim 4 mm. longis); 
petalis (ante anthesim 6 mm. Jongis) extus et in parte summa interiora 
densissime ferrugineo-sericeis; filamentis basi levissime dilatatis subap- 
pendiculatis et pilosis, superne glabris; ovario globoso, biloculari, 
4-spermo; stylo glabro, apice bifido, cruribus capitato stigmatosis. 
Floribus expansis ignotis. 


Comissão Rondon: n.º 2267, KUHLMANN, entre os Trios 
Buriti e Formigueiro, Rondônia, Mato-Grosso, em 6-918. 


Taábula n.º 6. 


Conforme dissemos linhas acima esta planta tem grande afinidade 
com o Dic. scandens, BTH., que é descrito das Guianas, julgando, 
entretanto, pela descrição e a estampa expostos na «Flora Brasilien- 
sis», a divergencia é grande. Já o porte ascendente arbustivo, apenas 
ligeiramente escandente (conforme nota do colector), caule anguloso 
e ramos glabros, como pela forma das folhas cujo ápice é acuminado 
ou agudo e não cuspidado e obtuso (como naquela) e ainda pelas 
maiores dimensões dos diversos segmentos florais, cálice glabro, tendo 
apenas os sépalos ciliados nas suas margens e finalmente a dilatação 
característica da base do estame menor, ela se distingue específica- 
mente da mesma. Mas as flóres naturalmente ainda são maiores 
do que aqui descritas por nós. Não tivemos ensejo de examina-las 
depois da ântese, porque no material ainda tôdas estavam em botão. 


10 - Jacquemontia, CuHois. 


Tambêm neste género as espécies descritas na «Flora Brasilien- 
sis» sofreram uma pequena mudança no trabalho de HALLIER, con- 
forme veremos mais adiante ergueu êle algumas variedades à categoria 
de espécies autónomas e refundio outras. Maior foi, entretanto, a mu- 
dança feita em outros géneros que compreendiam espécies de pólen ar- 
madoi e inerme, como sucedia com Ipomoea. Em Jacquemontia o pólen 
é sempre inerme, provido de pregas ou é dodecaedro ou elíptico. É, 
infelizmente, relativamente reduzido, o número de espécies que pudemos 
estudar, mas, ainda assim, algumas fôram descritas como novas para 
a sciência, são elas, sem excepção, procedentes de Mato-Grosso, cujo 
território ainda tantas cousas interessantes abriga. 

Um dos caracteres macroscópicos mais positivos para se Te- 


48 Convolvuláceas 


conhecer uma Jacquemonta, está no facto das flôres serem frequente- 
mente agrupadas em pseudo-capítulos mais ou menos grandes e 
serem as corolas azuis ou roxo-claras. Existem porêm tambêm muitas 
espécies que têm as flóres mais isoladas e neste número estão as 
Aniseiae da «Flora Brasiliensis» que foram, pelo Dr. HALLIEB, in- 
cluidas a elas. Muitas são altamente decorativas e dignas de serem 
aclimatadas nos jardíns públicos e particulares. Haja vista a belíssima 
Jac. ferruginea, CHOIS. que, com as suas cerúleas flôres, tanto 
encanto empresta aos campos sujos dos arredores desta Capital. 
Mas tambêm outras para as quais chamaremos atenção mais embaixo 
merecem ser cultivadas, pois se prestam admirávelmente bem para 
cobrir caramanchões e cercas. São porêm, como tôdas as Convolvulacege, 
volúveis, de duração efémera, as flôres duram meio dia e as plantas 
apenas alguns mêzes, raro dois ou mais anos. 


Jacq. velutina, CHois. 
(MEISSNER, Fl. Br. de Martius, vol. VII, pag. 294). 


Museu Paulista: n.º 5829, Campos Novais, Campinas, S. 
Paulo, em época não indicada. 


Planta volúvel muito parecida com a Jacg. glawcescens, CHOIS., 
dela porêm distinguida por ter os caules e ramos mais basto-tomen- 
tosos e os sépalos esparso pubérulos, menores e ciliados; corola de 
até 15 em. de. comp. roxo-clara ou cerúlea. 


Jacqg. menispermoides, CHols. 
(Ob; cit pag 295). 


Museu Paulista: n.º 9b, UsTERI, Guarujá, Santos, S. Paulo, 
em 13-1-907 (det.). 


Planta volúvel pouco diferente da Jacg. glaucescens, CHOIS., com 
os râámulos florígeros geralmente foliosos e curtos ao lado dos pedún- 
culos axilares menores; sépalos mais rijos e mais ciliados. Pólen 
imnerme, 


Jacq. glaucescens, CroIs. var. petiolaris. 
(Ob. cit. pag. 295). 


Horto Oswaldo Cruz: n.º 6839 (Ex Herv. Hochnei), Morro 
de S. João, Rio de Janeiro, em 10-914. 


Volúvel alto-escandente, muito ramificada e nas partes mais jovens 
totalmente basto e curto tomentoso-pubérula; folhas ovais ligeiramente 
cordadas em sua base, por baixo basto-tomentosas e por cima esparsa- 
mente revestidas de minúsculos pêlos estrelados; inflorescências ci- 
moso-umbeladas, sôbre pedúnculos axilares quási tão longos quanto as 
folhas, os rámulos dêste com 5-9 flôres; sépalos obtusos, glabros, 
no ápice ciliados, os exteriores a metade mais curtos que os interiores, 
de 7 mm. de altura; corola de 25 cm. roxo-clara ou cerúlea. Os 
pedúnculos axilares não foliosos e o revestimento de pêlos fasciculados 
na face superior das folhas a afastam das duas precedentes. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. 1 - fase. VI 49 


Jacq. Blanchetii, MoRrIc. 
(Ob? cit pag: 296); 


Museu Paulista: n.º 1600, LórgrenN, Piruibe, S. Paulo, 
em 28-10-91 (det.); — n.º 1794, EDwaLL, Caraguatatuba à Ubatuba, 
S. Paulo, em 28-4-92 (det.). 


Alto-volúvel, glabra, folhas ovo-cordadas no ápice longo-acumi- 
nadas; pedúnculos axilares e cimos umbeliformes, tendo em cada 
râmulo Y7-12 flôres mais ou menos laxas; sépalos exteriores um 
terço mais curtos que os internos e êstes igualmente obtusos e ciliados 
de 7-8 mm. de comp.; corola cerúlea, de 2,5 em. de comp. O pólen 
visto de perfil apresenta-se como tendo três gômos com três minús- 
culos pontos translúcidos junto a cada incisão, aspecto êste que é 
peculiar a outras espécies do género. 


Jacq. Martii, Crors. var. floribunda. 
(Ob/ cri pags 298). 


Horto Oswaldo Cruz: n.º 6645, HogHNE (Ex. Herv. Hoeh- 
nei), Morro de S. João, Rio de Janeiro, em 5-911. 


Museu Paulista: nº 815, LórcrEN, S. Carlos do Pinhal, 
S. Paulo, em 2-8-88 (det.); — n.º 3751, Campos Novais, Campinas, 
1896 (indet.). 


De aspecto muito semelhante ao da Jac. Blanchetii, Moric., dela 
porêm distinguida pelo mais esparso e ténue revestimento que é nulo 
nessa, pelas inflorêscencias mais umbeladas, sépalos não ciliados 
e agudos, menores e corola maior e cerúlea. À variedade é caracteri- 
zada pelas folhas mais acuminadas e flôres mais abundantes que na 
forma típica. 


Jacg. hirsuta, Crois. var. trichodonta. 
(Ob er pago 298): 


Horto Oswaldo Cruz: n.º 2571, HogHnE, Butantan, S. 
Paulo, em 27-3-18; — n.º 5156, IDEM, em Miguel Burniêr, Minas-Ge- 
rais, em 27-1-21; — n.º 3635 (G. GEHRT leg.), Miguel Calmon, no noro- 
este de S. Paulo, em 22-9-919; — n.º 7263 (BRADE n.º 5568), Jaraguá, 
S. Paulo, em 4-4-15 (det. como sendo Jacg. prostrata, CHOIS.). 


Museu Paulista: n.º 4331, LóOFGREN, Araraquara, S. Paulo, 
em 18-499 e n.º 4332. IDEM, idem, em data igual com as folhas 
um pouco mais longas; — n.º 10b, UsrERI, Jaraguá, S. Paulo, s-d. 
(det.). 


Comissão Rondon: n.ºs 6823 e 6858, HOEHNE, Sabará, Minas- 
Gerais, em 1-916. 


Volúvel relativamente delicada e fina, com folhas ovais-cordadas, 
agudas e esparso vilosas; inflorescências quási umbeladas, sôbre 
pedúnculos mais longos que as folhas; flóres com a corola cerúlea, 


4 


50 Convolvuláceas 


de 10-15 mm. de comp.:; sépalos hirsuto-glandulosos e longo-acumi- 
nados. 

Frequente nos campos sujos e tambêm nas roças e margens das 
estradas. Bastante decorativa. 


Jacqg. grandiflora, MEISSN. var. glabrescens. 
(Ob. cit. pag. 300). . 


Horto Oswaldo Cruz: n.º 2845, HogHNE, Poços de Caldas, 
Minas-Gerais, em 14-1-19 e n.º 2896, IDEM, em Caldas, Pedra Branca, 
em 21-1-19. 


Museu Paulista: n.º 3507, LóFGRrEN, Alto da Pedra, em 
S. Francisco dos Campos, em 2-1-97 (det.). 


HaLLIER fundio esta planta com a Jacg. rufa, HALL. que corres- 
ponde a Jacg. ferruginea, CHOIS. var. rufa, CHoIs. na « Flora Bra- 
siliensis », mas, não nos parece ser igual, porque as flôres são muito 
maiores. 


Planta alto-volúvel que, pela forma das suas folhas e comprimento 
dos pedúnculos axilares, recorda a Jacg. eriocephala, MEISSN., de que 
se afasta pelos cimos mais laxifloros e mais ramosos, flôres pedice- 
ladas, forma dos sépalos e o esparso revestimento dêstes e corola 
de 3 em. de comp. Tôdas as partes vegetativas são basto e fusco- 
tomentosas, os pêlos fasciculados; folhas cordiformes ovaladas, cus- 
pidado-acuminadas (na variedade as folhas são mais longo-pecioladas); 
pedúnculos axilares, longos, quási duas vezes mais compridos que 
as folhas; cimos bastos e umbeliformes; flôres pediceladas em cur- 
tissimos râmulos; sépalos ovais, acuminados ou agudos e ciliados 
em suas margens e esparso pubérulos no dorso; corola de mais de 
3 cm. de comp., azulada, mui bela. 


Jacg. rufa, Hart. (Jacg. ferruginea, CHoiIs. var. rufa.)? 
(Ob. cit. pag. 300). | 


Horto Oswaldo Cruz: n.º 5030, HoEgHNE, Serra do Caraça, 
Minas-Gerais, em 18-1-21. 


Planta volúvel, ramosa, basto rufescente ferrugineo-tomentosa; 
folhas, depois de sêcas, castanho escuras por cima e amarelo-ferrugi- 
neas por baixo, na base cordadas e ápice acuminado e mucronado; 
pêlos sempre estrelados; inflorescências axilares, pedunculadas, tão 
longas quanto as folhas, raro um pouco mais curtas, laxo-umbeladas ; 
brácteas exteriores às vezes foliáceas, as internas angusto-linear-lan- 
ceoladas; sépalos, como o resto da inflorescência, excepção da corola, 
basto-ferrugineo-pilosos, lânceo-acuminados, de 13 mm. de comp. (na 
descrição se diz que só 8 mm.); corola alva, de 2,5 cm. de comp. 

A descrição que MEISSNER fez da planta, não inspira confiança, 
ahás, êle é bastante leal em confessar que não viu o material. Cremos, 
entretanto, tratar-se, em realidade, da mesma espécie, pois, alêm de 
concordar o material por nós trazido (até as dimensões dos sépalos), 
devemos notar que é da mesma procedência que a do original. Não 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vcl.l-fasc. VI EST 


vimos a descrição feita pelo Dr. HALLIER, só vimos o seu trabalho 
em que declara ser a variedade uma espécie autónoma. 


Jacq. rufa, HALL. var. ambigua, MEISSN. (Jacg. ferruginea, CHOIS. 
var. ambigua, MEISSN.). 


(Ob. cit. pag. 300). 


Horto Oswaldo Cruz: n.º 1320, HogHNE, Butantan, S. Paulo, 
em 15-1-18; — n.º 7251 (BRADE n.º 6988), S. Bernardo, S. Paulo, em 
26-10-13. 


Museu Paulista: n.º 414, LórgRrEN, Capão do Campo, ao 
norte de Itapetininga, em 1-12-87 (det. como sendo Jacg. eriocephala, 
MEISSN.); — n.º 3b, UsTERI, Santo Amaro, S. Paulo, em 2-12-906. 
(Dada como Jacg. mucronifera, HALLIER, que corresponde na « Flora 
Brasiliensis » à Jacg. guianensis, MEISSN. e ao Convolvulus mucronifer, 
CHoIs., que aparece da Baia para o norte, até ao Pará). 


Planta trepadeira muito frequente nos cerrados e capoeiras dos 
arredores de S. Paulo, com folhas cordado-ovaladas, agudas ou mu- 
cronadas, sôbre curtos pecíolos, de 5-7 cm. de comp.; inflorescências 
mais longas que as folhas e cimos entre duas a três folhas mais 
reduzidas, flôres bastas quási umbeladas; sépalos e brácteas, como 
as folhas e os ramos, basto ferrugineo-tomentosos, ovo-acuminados; 
corola azul e muito vistosa, de 1,8 cm. de comp. De Jacg. violacea, 
CHois. ela se distingue pela forma dos sépalos, que ali são mais obtusos, 
alêm de ser a planta toda menos tomentosa. É uma trepadeira que 
de Janeiro a Março alegra os campos sujos e as capoeiras com as 
suas umbelas de cerúleas flôres. 


Jacq. viscidulosa, HogHNE (sp. nov.). 
(Sect. Cymosae post 16 inserenda est). 


Suffruticosa erecta, usque paullo supra basin multiramosa, 
15-25 em. alta, ramis petiolis pedunculisque dense fasciculato-griseo- 
tomentulosis et inter tomentam sparse longeque villosis subviscidu- 
losis; foliis 1 cm. longo-petiolatis triangular seu oblongo-ovatis, acutis, 
basi subtruncatis vel cordatis 2-3 em. longis et infra medium 1,2-1,5 cm. 
latis, subtus et supra pilis tenuissimis saepius stellato 3-5 partitis laxe 
inspersis, submembranaceis; pedunculis axillaribus folia aequantibus 
vel paullulo longioribus, apice subumbellato 3-6-paucifloris; bracteis 
pedicellis et sepalis dense brevissimeque hirsuto-glandulosis et sparse 
longeque villosis, anguste lanceolatis vel sublinearibus quam sepalos 
paullo brevioribus; sepalis e basi latiora acuminatis, 6-8 mm. longis; 
corolla calycem paullo longiora, glabra, rosea vel pallido purpuras- 
ceti; capsula subglobosa, glabra, 5 mm. longa et 45 mm. diametienti; 
seminibus subtrigonis, glabris. 


Comissão Rondon: n.º 1272, KUHLMANN, Porto Esperança, 
sul de Mato-Grosso, em terrenos alagadiços, 9-914. 


Tábula n.º 7. 


52 Convolvuláceas 


O porte subarbustivo e a ramificação, são, ao lado do revesti- 
mento estrelado-tomentoso e viloso dos ramos e os pêlos glandulosos 
curtos que revestem as inflorescências e especialmente as brácteas, 
pedicelos e sépalos, caracteres que bem distinguem esta interessante 
espécie. 


Jacq. prostrata, CHoIs.? 
(Ob: cit: pag SOM) 


Horto Oswaldo Cruz: n.º 4961, HogHNE, Serra do Garimpo, 
Cocais, Minas-Gerais, em 12-1-21. 


Herbácea mais ou menos prostrada, com os extremos dos ramos 
volúveis, basto tomentosa ou curto hirsuta; folhas curto-pecioladas, 
oblongo-ovaladas, na base ligeiramente cordadas e de ápice obtuso e 
mucronado, de 4-6 cm. de comp. e 2,5-4 em. de larg., discolores, 
no verso basto e curto tomentosas amarelentas e na face de cima, 
em estado sêco, escuras e semeadas de esparsos pêlos estrelados 
muito ténues; inflorescências axilares até duas vezes mais compridas 
que as folhas, no ápice curtissimo ramosas e com as flôres quási 
umbeladas, sesseis, em número de 7-12 em cada cimo; brácteas es- 
treitas e acuminadas; sépalos desiguais, sendo os exteriores maiores 
e ovo-acuminados, de 9 mm. de comp., em estado sêco amarelados 
e basto tomentosos por fora e glabros e escuros por dentro; corola 
azul, de 12-13 mm. de comp. 

Temos porêm a nossa dúvida a respeito da identidade dêste. 
material, infelizmente êle é deficiente e por outro lado a descrição 
tambêm não é bastante clara. 


Jacq. tamnifolia, GnrISEB. 
(Ob. cit. pag. 302). 


Comissão Rondon: n.º 4796, HogHNE, Triumfo, Rio S. Lou- 
renço, perto de Cuiabá, Mato-Grosso, em 2-911. 


Trepadeira natural dos terrenos húmidos e temporáriamente ala- 
gados, com caule, pecíolos e folhas, bem como as inflorescências 
esparso vilosos; folhas ovo-cordadas, acuminadas, longo pecioladas 
membranáceas, de 5-9 em. de comp. por 3-6 em. de largura; pedún- 
culos axilares, pouco e até duas vezes mais longos que as folhas; 
flôres em capítulos, sesseis, sustidas por 2-3 grandes brácteas foliá- 
ceas, bastas e abundantes entre brácteas internas menores e igualmente 
patente vilosas ou hirsutas; sépalos acuminados de 10-13 mm. de comp. 
vilosos; corola azulada, de 16 mm. de comp., pólen esférico, com 
pregas, inerme. 

Da descrição se aparta o material por nós trazido pelos pedún- 
culos um pouco mais longos e corola maior. 


Jacg. eriocephala, MeIssN. 
(Ob. cit. pag. :305). 


Horto Oswaldo Cruz: n.º 3327 (A. GEHRT leg.), Belo-Hori- 
zonte, Minas-Gerais, em 12-4-919, 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fasc. VI 53 


Comissão Rondon: n.º 6848, HogHNE, Sabará, Minas-Ge- 
rais, em 1-916. 


Volúvel, basto e fulvo-vilosa quási aveludada; folhas ovais de 
base cordada, sôbre pecíolos a metade mais curtos que o limbo e 
êste de 45-5 cm.; inflorescências capitadas, basto-vilosas hirsutas, 
sôbre pedúnculos duas vezes mais compridos que as folhas; flôres 
alvas. Frequente nos campos sujos e pedregulhentos. 

O pólen visto de perfil apresenta sete gômos ou pregas e é inerme. 


Jacg. Rondonii, HogHNE (sp. nov.). 
(Ex sect. Capitatae). 


Suffruticosa seu herbacea, caulibus simplicibus vel superne 
sparse ramosis, apicem versus levissime flexuosis subvolubilis, spar- 
sissime pilosis vel subglabratis, debilis, 40-60 cm. altis, internodiis 
longis; foliis membranaceis, laxis, acuminatis, ovatis, sparse pilosis, 
8-12 mm. longo petiolatis et 2-4 em. longis; pedunculis folium duplo 
triploque superantibus, cymis contractis subumbellato-capitatis, 5-12- 
Horis; bracteis exterioribus majoribus et iterdum subfoliaceis, lan- 
ceolato-acuminatis, sparse patenteque villoso-setulosis, sublinearibus 
et ciliatis; sepalis aequilongis bracteae aequilongis, lanceolato-linea- 
ribus, acuminatis, longe villoso-ciliatis, 8 mm. longis; corolla anguste 
campanulata sepalis paullo longiora (2): capsulis tetraspermis, glabris, 
sepalis demidium aequantibus; seminibus glabris, lutescentibus, ovoide 
trigonoideis, 1,6 mm. longis, tenuissime tuberculato-verrucosis. 


Comissão Rondon: n.º 2263, RUHLMANN (GENERAL RONDON 
leg.), Serra dos Pacahas-Novos, Rondônia, Mato-Grosso, em a região do 
Cautário Grande, 3-918. 


Tábula n.º 8. 


O porte esguio perfeitamente erecto e o caule quási sempre sim- 
ples, nos demonstram tratar-se de uma planta que vivia apertada 
entre outras hervas e cuja forma natural em outras circunstâncias 
talvez fosse bem diferente, mas, como se afasta bastante de todas 
as demais de que tivemos ensejo de examinar as diagnoses, cremos 
que não erraremos em da-la como nova para a sciência, dedicando-a 
assim ao nosso ilustre e presado amigo e chefe o General Rondon. 


Jacq. rufo-velutina, MEIssN. 
(Ob. cit. pag. 305). 


Comissão Rondon: n.º 6183, HogHNE, Lagoa Santa, Minas- 
Gerais, em 11-915. 


Subarbusto erecto, ramos desde a base, simples ou pouco ramu- 
losos, ascendentes; folhas oblongo-ovais, abruptamente agudas, como 
os ramos e pecíolos basto tomentosas e ferrugineas; inflorescências 
axilares, sôbre pedúnculos tão ou pouco mais longos que as folhas, 
basto capiteliformes; flóres cerúleas, de 15 mm. de tamanho. Pólen 
inerme e esferóide. 


54 Convolvuláceas 


Jacq. mattogrossensis, HOEHNE (sp. nov.). 
(Ex. sect. Capitatae, post 24 inserenda est). 


Suffruticosa 12-30 em. alta; caulibus simplicibus vel parce ramosis 
et semper tantum genuiflexuosis, internodiis 3-4 em. longis; ramis 
subpatentibus breviusc ulis; foliis erecto- -patulis; petiolis 2-3 em. longis 
cum caulibus subdense adpressoque puberuli-villosis; limbo submem- 
branaceo, patulo, utrinque et praecipue ad margines “pilis tenuissimis 
laxis inspersos, basi rotundato vel levissime cordato et apice rostrato- 
acutato, 4-6 cm. longo et 3-4,5 cm. lato; pedunculis axillaribus termi- 
nalibusque folium aequantibus vel paullulo longioribus, dense adpres- 
soque pubescenti-villosis; cymis hemisphericis et capituliformibus plu- 
rifloris, ultra 3 em. diametientibus, foliis 1-3 reductis et bracteis an- 
guste lanceolatis longe ferrugineo-villostis involucratis; bracteis exterio- 
ribus anguste lanceolato-linearibus, 12-15 mm. longis, longe ciliatis; se- 
palis anguste lanceolato-linearibus longe ciliatis, 8-10 mm. longis, acumi- 
natis; corolla jam emarcida 8 mm. longa (fide collector, pallido- 
purpurea); capsula ovato-globosa, tetrasperma; seminibus glabris, mi- 
nutisssme muriculatis. 


Comissão Rondon: n.º 1273, KUHLMANN, Porto Esperança, 
sul de Mato-Grosso, em campos alagadiços, mas temporáriamente 
muito sêcos, 9-914. 

Tábula n:e09; 


Julgando pelas diagnoses expostas na «Flora Brasiliensis » esta 
planta deve ter afinidades com a Jacg. bracteosa, MEISSN., de que se 
aparta, entretanto, pelo porte perfeitamente erecto e sufruticoso e 
ainda pelo revestimento. Não cremos que se trate de um exemplar 
mais jovem desta espécie, porque o porte rijo e a ramificação regular, 
bem como abundância de flôres, nos dizem tratar-se de um indivíduo 
normal e perfeitamente desenvolvido. 


Jacq. sphaerocephala, MEISSN. 
(Ob. cit. pag. 306). 


Museu Paulista: n.º 2080, LOFGREN ET EDWALL, Franca, 
S. Paulo, em 9-1-93; — n.º 2131, IDEM, Patrocínio do Sapucaí, Ss Paulo, 
em 1J4- l 95. 


Sufruticosa erecta, basto velutino-ferrugineo-tomentosa, de 30-60 
cm. de altura; folhas curto pecioladas, oblongas e mucronadas, de 
5-7 cm. por 2-4 cm.; inflorescências axilares, sesseis ou curtíssimo 
pedunculadas; brácteas estreito-lanceolar-lineares, tomentosas ou vi- 
losas; sépalos a principio vilosos mais tarde glabrescentes, oblongo- 
lanceolados, pouco aguçados e um tanto escariosos em suas margens, 
de 6 mm. de comp.; corola alva de 3-4 em. 


Jacq. gracilis, CHoIs. 


(Ob. cit. pag. 306). 


Comissão Rondon: n.s 3057-3060, HogrnE, Coxipó da Ponte, 
Cuiabá, em Mato-Grosso, em 4-911. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. VI 55 


Tábula n.º 10. 


Planta dos cerrados e terrenos pedregulhentos de campo sujo, de 
porte rasteiro como o de muitos Evolvulus e Ipomoeae, curto pubérula.; 
folhas na parte inferior do caule mais juntas, para os extremos dos 
ramos muito espaçadas e sempre viradas para um lado, na parte 
terminal meio escandente dos ramos, reduzidas e muito esparsas, 
quási elípticas ou ovais, base arredondada ou ligeiramente cordiforme 
e ápice obtuso e curto mucronado ou rostrados, as inferiores mais 
largas, isto é de 2,5-3 de comp. e 1,7-2 em: de largo, as últimas 
muito menores; pedúnculos florais axilares, em regra duas vezes 
mais longos que as folhas e com 1-5 flôres; sépalos nas margens ténue- 
mente ciliados, de 5 mm. de comp., ápice arredondado; corola alva 
ou róseo-pálida, de 1,5-2 cm. de comp.; pólen, visto de verfil, com 
tres pontos mais translúcidos proximo às margens. Pela forma do 
pólen sómente, esta planta deve ficar onde está, porque todo o seu 
porte concorda mais com as Ipomoeae que com as Jacquemontiae. 


Jacg. Loefgrenii, HOEHNE (sp. nov.). 
(Section Aniseioidae). 


Suffruticosa prostrata (demum subvolubilis?); caulibus brevis- 
sime ferrugineo-villosis, hirsutiusculis; foliis brevipetiolatis, oblongis, 
bast acutatis, apice subrotundato-obtusis, margine indistinte undulato- 
sinuosis, 3-5 cm. longis, 1,8-2,5 cm. latis, utrinque sparsiuscule fer- 
rugineo-pilosis, patulis, planis; pedunculis axillaribus folium saepius 
ultra duplo superantibus, prope apicem interdum bracteis foliaceis 1-2 
donatis et ad apicem inter bracteas angustas 2-5-floris; sepalis exterio- 
ribus cordato-ovatis, breve villosis, non decurrentibus nec pergamina- 
ceis, membranaceis 8-10 cm. longis; interioribus 1/, brevioribus; corolla 
alba, 20-22 mm. longa; stigmate 2-ovalia. 


Museu Paulista: n.º 120, LOFGREN, Itapetininga, S. Paulo, 
em 15-9-87 (det. como sendo Ipomoea prostrata, MEISSN., de que se 
aparta não só pela forma do pólen, que é inerme, mas ainda pela 
forma dos sépalos exteriores, graças aos quais ela deveria, segundo a 
«Flora Brasiliensis», ser subordinada às Aniseiae). 


aula aro io 


Planta prostrada e ramosa, talvez também mais tarde ligeiramente 
escandente, nas folhas, ramos, etc., curto hirsuto-ferrugíneo-pilosa,; 
folhas curto ou quási indistintamente pecioladas, alongadas, na parte 
inferior atenuadas e no ápice arredondadas e obtusas, de 3-5 em. de 
comp. por 1,8-2,5 cm. de largura, patentes e bilateralmente abertas 
em um plano com os ramos; pedúnculos florais axilares, duas e mais 
vezes mais longos que as folhas, na parte superior não raro com 1-2 
folhas atrofiadas e no ápice entre esparsas brácteas linear-lanceoladas, 
com 2-5 flôres; estas sesseis, com sépalos desiguais, os três exteriores 
cordado-ovais, não decurrentes, de 8-10 mm. de comp. e os internos 1/3 
mais curtos; corola alva ou roxo-clara, de 20-22 mm. de comp. 

Como dissemos linhas acima, esta planta, segundo a maneira de 
pensar de MEISSNER, deveria ser incluida entre as Anisciae, porque 


56 Convolvuláceas 


assim o indicam os sépalos maiores do verticilo exterior e a forma 
dos estigmas, mas, segundo a interpretação de HALLIER, que se baseia 
na forma do pólen, ela vem, com outras Aniseiae da «Flora Brasilien- 
sis» ficar numa secção aparte entre as Jacquemontiae, à que daremos 
o nome de Aniseioidae e que abrangirá as espécies em questão. 


Jacg. cuyabana, HogHNE (sp. nov.). 
(Section Aniseioidae). 


Caulibus primum erectis, basi lignescentibus, demum ramosis et 
ramis prostratis subrepentibus, cum foliis petiolis inflorescentiisque 
sparse brevissimeque puberulis, simplicibus, elongatis; foliis glabris, 
brevipetiolatis, anguste oblongo-lnearibus, acutis vel interdum brevis- 
sime acuminatis, basi rotundatis, 2-3,5 em. longis et 49 mm. latis; 
pedunculis axillaribus folium aequantibus vel paullo excedentibus vel 
brevioribus, apicem versus bibracteatis et laxiuscule paucifloris; pe- 
dicellis demum reflexis, puberulis, 5-8 mm. longis; sepalis subglabratis, 
prope marginem puberulis et laxe ciliatis, inaequimagnis, exterioribus 
orbiculato-cordatis, apice rotundatis et minutissime mucronatis, re- 
ticulatis, per anthesim 5 mm. et demum usque ad 8 mm. diametientibus, 
basi retusis et rotundato-auriculatis non decurrentibus, interioribus 1/, 
angustioribus et magius obovatis et acutatis; corolla campanulata, 
purpureo-lutea, intus intenssius colorata, 1 cm. longa lataque, limbo 
brevissime sinuoso retuso angulis subacutis et extus im striis 5 inferne 
dilatatis decurrentibus; capsula 5-loculari; glabra; seminibus ovoideis 
dense verruculoso-tuberculatis. 


Comissão Rondon: n.º 3064, HogHnE, Coxipó da Ponte, 
perto de Cuiabá, Mato-Grosso, em 4-911. 


Tábula n.º 12. 


Durante algum tempo estivemos vacilantes entre o descrever esta 
planta como espécie autónoma e uma variedade da Jacg. gracillima, 
HazL. (Aniseia gracillima, CHOIS.), por fim, considerando que esta 
espécie tem, — segundo a descrição da « Flora Brasiliensis » — inflores- 
cências muito mais floribundas e ramificadas, bem como brácteas e 
sépalos maiores, obstamos em da-la como espécie distinta, que se cara- 
cterisa pelos detalhes mencionados e acima descritos e ainda por 
possuir corola roxo-amarelada e não purpúrea como a referida. 

E uma planta subherbácea, cujo caule a princípio é ascendente 
ou erecto, mas dêste desenvolve ramos muito longos que são prostrados. 
Como damos uma estampa bastante fiel, nos consideramos dispensados 
de dar mais informações a respeito do seu porte e aspecto geral. 


11 - Aniseia, CHois. 


Quando descrevemos os caracteres dos diversos géneros, tivemos 
já ocasião de chamar atenção para as espécies que fôram excluidas 
dêste em virtude da orientação seguida pelo Dr. HaLLIBR. Vimos que, 
de tôdas as espécies brasileiras a êste género subordinadas na «Flora 
Brasiliensis», apenas três escaparam à tesoura inclemente e refor- 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol 1-fasc. VI ol 


madora dêste botânico, são as que apresentaram pólen inerme. Destas 
tivemos material de duas, mas, alêm delas temos a descrição de 
uma nova espécie da flora matogrossense, cuja diagnose já foi dada 
ao publico pela « Revista do Museu Paulista », vol. XII e que é descrita 
pelo Dr. PiLGER, do Museu Botânico de Berlim, da qual não tivemos 
material em mão para examinar a forma do pólen. Em seguida daremos 
a diagnose tal-qual foi feita pelo citado Professor, e, com esta, ficarão, 
portanto, de pé quatro espécies brasileiras de Aniseia. 


An. minor, PILGER (sp. nov.). 


(Repetição da descrição dada pela «Revista do Museu Paulista, 
vol. XII). 


Caules plus minusve erecti, parvi, indivisi (non nisi florifero 
ramosi), 15-25 cm. alti, aureo-hirsuto pubescentes vel demum plus 
minusve glabrescentes; folia sparsa obovato-lanceolata vel oblanceolata, 
apice breviter acutata vel obtusa, subtus parce aureo-hirsuto pubes- 
centia, supra glabrata, 3-4,5 cm. longa, brevissime petiolata, flores in 
cymulas densas paucifloras congesti, cymulae longe pedunculatae (pe- 
dunculi, imprimis ex axillis inferiorum orti, foliis longioribus, 4-8 em. 
longi); pedunculi, bracteae, sepala exteriora aureo-hirsuto pubescentia; 
bracteae subulatae, ad 13 mm. longa; sepala exteriora ovata, acumi- 
nata, 10-12 mm. longa, interiora e basti ovato-lanceolata longe acumi- 
nata; corolla (ut videtur), coerulea, anguste campanulata, 22-23 mm. 
longa; genitalia inclusa; stylus indivisus; stigma bilobatum, lobis 
ovalibus. 


Comissão Rondon: n.º 239, HogHNE, Bom Jardim, Cáceres, 
em 8-908; — n.º 335, IDEM, Quilombo, Cáceres, em 9-908; — n.º 350, 
IDEM, idem, 9-908. 


No presente caso temos três números que todos foram enviados 
ao Dr. PILGER, mas, êste senhor, até ao presente momento não no-los 
devolveu, eis porque deixamos de dar uma estampa. 


An. uniflora, CHoIs. (An. martinicensis, CHoIs.). 
(Ob. cit. pag. 320). 


Horto Oswaldo Cruz: n.º 3960 (DIAS DA RocHA n.º 15), 
Ceará, em 1920, s-d. 


Herbácea trepadeira bem caracterizada pela forma oblongada 
das folhas de ápice obtuso e mucronado e as inflorescências axilares, 
curtas com 1-3 flôres; sépalos exteriores cordado-elípticos e decur- 
rentes pelo pedicelo e a corola de 2,5 cm. de comp., campanulada. 
Pólen inerme. 


An. nitens, CHoIs. 
(Ob cit pag. 21): 


Horto Oswaldo Cruz: n.º 3663 (G. GEHRT leg.), Guaratin- 
guetá, S. Paulo, em 27-1-20. 


58 Convolvuláceas 


Volúvel herbácea, ramos e folhas, especialmente no dorso, seríceo- 
tomentosos, estas alongadas, obtuso-mucronadas, curto pecioladas, de 
5-8 cm. de comp., por 1,5-3 cm. de largura; flôres lilás, axilares, 
1-3 em cada pedúnculo; sépalos exteriores grandes, na base conecres- 
cidos e decurrentes pelo pedicelo, ovais, agudos, de 1,7 em. de comp., 
os internos menores, muito mais estreitos, todos porêm cinéreo pubes- 
centes; corola de 3-3,5 cm. de comp. Pólen inerme. 


- Convolvulus, 


Das multiplas espécies primitivamente descritas para êste género 
muitos representantes exóticos foram retirados pelo Dr. HALLIER. 
Parece, entretanto, que nas espécies indigenas nenhuma alteração 
nem transferencia foi feita. 


Conv. Ottonis, MEISsN. 
(Ob. cit. pag. 311). 


Horto Oswaldo Cruz: n.º 265, HOEHNE, Butantan, S. Paulo, 
em 30-6-17; — n.º 2528, IDEM, 8. Bernardo, 5. Paulo, em 2310-18 e 
n.º 7262 (BRADE n.º 6987), arredores de S. Paulo, em 22-12-12 (det.). 


Museu Paulista: n.º 32, UsTERI, Cantareira, S. Paulo, em 
24-9-905. (Dada como O. crenatifolius); — n.º 3508, LOFGREN, S. Fran- 
cisco dos Campos, S. Paulo, em 22-12-96 (det.). Este exemplar se 
aproxima imensamente da descrição de O. montevidensis, SPRENG. por- 
que tem as folhas com lobos divaricados acima do aurículo basal, 
porêm o número de flôres em cada inflorescência é de cinco. 


Planta subherbácea volúvel, mas tambêm frequentemente pros- 
trada; folhas sagitadas oblongadas e irregularmente crenadas ou den- 
teadas, na base profundamente inciso-cordadas com dois lobos aurií- 
culiformes descendentes e não divaricados, ápice obtuso e mucronado; 
as inflorescências são axilares e tomentosas como o restante da planta, 
mais longas que as folhas e ostentam em seu ápice 1-3 flôres alvas 
de 1,5 em. de comp.; sépalos esparso pubérulos, mais geralmente 
abrupto-aguçados, raro obtusos e até emarginado às vezes e, então, 
mucronados, caracter êste que a aproxima da variedade megapotamicus 
do Conv. montevidensis, SPRENG., que, segundo a diagnose, tem flôres 
maiores e folhas de lobos basais mais distintamente divaricados. 


14 - Merremia, Dennsr. 


A êste género foram, por HALLIER, subordinadas as espécies do 
género Ipomoea que têm pólen glabro, compreende êle assim formas 
erectas e volúveis, de folhas inteiras e tambêm lobadas e mesmo 
partidas. Alêm do pólen glabro elas se distinguem das Ipomoeae 
por terem as anteras geralmente torcidas ou enroscadas no fim da 
ântese. 


t 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol.l-fasc. VI 59 


Merr. cissoides (GrisEB.) HALLIER var. subsessilis, 
(Fl. Br. como Ipomoea cissoides, GRISEB. var. subsessilis). 


Horto Oswaldo Cruz: nº 2715, HogHNE, Poços de Caldas, 
Minas-Gerais, em 9-1-19; — n.º 3765, IDEM, idem, em 12-3-20. 


Museu Paulista: n.º 4333, LOFGREN, Araraquara, S. Paulo, 
em 12-4-99 (indet.). 


Comissão Rondon: n.º 4228, HogHNnE, Coxim, sul de Mato- 
Grosso, em 5-911. Da var. viscidulosa. 


Trepadeira volúvel de aspecto de Cucurbitaceas, de ramos muito 
tênues, folhas pecioladas e palmati-partidas em 4-5 segmentos ser- 
rilhados de forma oblongo-lanceolada e, como os ramos, viscoso- 
pubérulas; sépalos hirsuto-pilosos, herbáceos pouco mais curtos que 
a corola, que é alva e tem 1,5 cm. de comp. Os característicos da 
variedade subsessilis são: os pecíolos e pedúnculos dos segmentos 
foliares mais curtos e o maior revestimento piloso dos caules. À 
variedade viscidulosa tem os pêlos viscosos e aderentes. O pólen é 
elipsóide e tem um sulco central. 


Merr. digitata (Spr.) HALLIER var. cinerea. 
(Fl. Br. igual com Ipomoea albiflora, MORIC. var. cinerea). 


Horto Oswaldo Cruz: nº 7250 (BRADE, s-n.), Itirapina, 
S. Paulo, em 28-9-21. 


Museu Paulista: n.º 581, LórcrEN, Rio Claro, S. Paulo, 
em 5-6-88 (det. como Ip. malvacoides, MEISSN. var. subglabra, LOFGREN 
var. nov.); — n.º 994, IDEM, idem, Feijão, Rio Claro, em 1-10-88 
(dada como Ip. malvacoides, MEISSN.). (Da espécie com que toi con- 
fundida é fácilmente distinguida pelas corolas alvas e ramos e folhas 
revestidos de pêlos estrelados apressos). 


Comissão Rondon: n.ºs 6191 e 6192, HogHNE, Caeté, Minas- 
Gerais, em 11-911. Este pertencente ao tipo. 


Planta prostrada ou mais ou menos ascendente com folhas sesseis 
e partidas até à base em 4-8 lobos (geralmente 5), de forma linear- 
espatulada e inteiros; flôres axilares, alvas, de 2,5 cm. de comp., 
sôbre os sépalos e em tôdas as partes vegetativas recoberta de 
minúsculos pêlos estrelados acinzentados. Pela sua natureza mais 
erecta, côr e forma do revestimento deveria ela formar uma espécie 
autónoma. O pólen é, quando visto de perfil, 3-gomoso e tem três 
pontos translúcidos. 

No tipo as flôres são quási sesseis e o revestimento é menos 
basto. 


Merr. tomentosa (CHoIs.) HALLIER. 
(Fl. Br. igual com Ipomoea tomentosa, PoHL.). 


Horto Oswaldo Cruz: n.º 3130 (A. GEHRT leg.), Belo-Ho- 
rizonte, Minas-Gerais, em 15-12-18; — n.º 5164, HoznnE, Miguel Bur- 


60 Convolvuláceas 


niêr, Minas-Gerais, em 27-1-21; — n.º 7254 (BRADE n.º 6994), Jundiaí, 
S. Paulo, em 4-4-915. 


Museu Paulista: n.º 1413, LóFGREN, Casa Branca, S. Paulo, 
em 23-9-89; — n.º 2554, PuiGGaARI, Jundiaí, em 3-94 (ambas det.). 


Comissão Rondon: n.ºs 6182 e 6793, HogHNE, Lagõa Santa 
e Sabará, Minas-Gerais, em 11-915 e 1-916. 


Arbustinho erecto dos campos cerrados, bastamente recoberto 
de pêlos estrelados, tomentoso, com folhas oblongadas quási sesseis 
e flôres curto pediceladas axilares, alvas e de 2-2,2 cm. de comp. 
solitárias ou duas a três sôbre curtos pedúnculos. O pólen, visto de 
perfil, se apresenta com três gômos e é completamente inerme. Vul- 
garmente conhecem esta planta pelo comunissimo nome de « Velâme ». 


Merr. umbellata (L.) HALLIER. 
(Na Fl. Br. como Ipomoea umbellata, MEYER). 


Comissão Rondon: n.º 362, HogHNE, Jacobina, S. Luiz de 
Cáceres, Mato-Grosso, em 8-908. 


Volúvel glabra, com folhas lânceo-cordadas, acuminadas, quási 
hastadas, sôbre longos pecíolos; flôres em umbelas sôbre pedúnculos 
axilares tão longos quanto as folhas ou muito mais curtos que êles; 
pedicelos iguais aos sépalos e êstes ovo-elípticos, obtusos, glabros, 
iguais entre si e de 7 mm. de comp.; corola amarela, de 2,5 cm. de 
comp. Pólen, visto de perfil, com seis gômos e pontos translúcidos bem 
nítidos, totalmente glabro. 


Merr. Rondoniana, HoginE (sp. nov.). 


(Afim das Ipomoeae da Secção Strophipomóeae da «Flora Bra- 
siliensis »). 


Fruticosa altissime scandens; caulibus petiolis, foliis supra et 
subtus et pedunculis subdense tenuissimeque vellutino-pubescentibus 
subcanescentibus, demum glabratis; foliis late ovato-cordatis subre- 
niformibus vel rotundatis et ad basin profunde sinuoso incisis, 7-9 em. 
longis et latis, subcoriaceis; petiolis 2-3 cm. longis; inflorescentiis 
axillaribus folium brevioribus vel aequantibus; cymis contractis, ra- 
mulis brevissimis vel subnullis; bracteis anguste triangularibus sparse 
puberulis, 2-3 mm. longis, pedicellis sparse pubescentibus, superne 
incrassatis c. 1 em. longis; sepalis ante anthesim levissime pubescen- 
tibus demum glabratis, ovato-ellipsoideis, apice minute mucronatis, 
suborbicularibus, marginibus scariosis, coriaceis, c. 7 mm. longis et 
4,5-6 mm. latis; corolla glabra, anguste campanulata, 2,5 cm. longa; 
genitalia inclusa, stigmate capitato bilobo; staminibus prope basin 
pilosiusculis; antheris glabris ad basin sagittatis et demum tortis; 
pollen inerme et globuloso. 

Comissão Rondon: n.º 3041, HogHNE, Corumbá, Mato-Grosso, 
em 2-911. 

Tábula n.º 13. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-f se. VI 61 


As flôres e sua disposição nas inflorescências fazem lembrar da 
espécie precedente, mas, o revestimento ténue viloso canescente, a 
forma larga, ovo-cordada quási reniforme orbicular das folhas e 
demais caracteres, a apartam desta e de tôdas as demais espécies 
de que tivemos noticia. É provável que tambêm tenha afinidade com 
a Ipomoea capparioides, CHoISs. (pelo aspecto), mas, segundo a descri- 
ção esta deve ter as folhas acuminadas e não obtusas, sépalos maiores 
e revestimento mais esparso, 


Merr. sinuata (OrTEGA) HALLIER var. edentata. 


(Na Fl. Br. de Martius igual à Ipomoea sinuata, ORTEGA var. 
edentata). 


Museu Paulista: nº 1737, G. EDwaLL, S: Sebastião, S. 
Paulo (ilha), em 29-3-92 (det.). 


É distinguida da espécie seguinte pelos sépalos totalmente glabros. 


Merr. Maximilianii (MEIssN.) HALLIER. 


(Na Fl Br. de Martius idêntica com a Ipomoea Maximiliani, 
MEISSN.). 


Horto Oswaldo Cruz: n.º 3885 (Ar. AMARAL E DOMÍNGUES 
DOS SANTOS), Ilha da Queimada Grande, S. Paulo, em 5-4-20. 


Planta volúvel, caule e pecíolos, folhas e sépalos quando novos 
cobertos de pêlos patentes quási ruivos, hirsutos; folhas sôbre pecíolos, 
profundamente divididas em 5-7. lobos ovo-lanceolados; sépalos depois 
da frutificação ampliados, ovais ou elíptico-aconchavados, de 3 cm. 
de comp., mas durante a ântese com apenas 1,7 cem. de comp.; corola 
de até 4 cm. de comprimento; pólen, visto de perfil, trigomoso, glabro. 


Merr. glabra (Crois.) HaLLIER. 
(Na Fl. Br. de Martius igual à Ipomoea glabra, CHoIs.). 


Horto Oswaldo Cruz: n.º 134, HogHNE, Butantan, S. Paulo, 
em 22-5-17; — n.º 1319, IDEM, idem, em 15-1-18; — n.º 1705, IDEM, 
idem, em 3-918; — n.º 4053 (G. GEHRT leg.), Franca, S. Paulo, em 
6-4-20; — n.º 7261 (BRADE n.ºs 6017 e 6018), Mooca e Guapira, S. Paulo, 
em 204-13 e 27-4-13 (det.); — n.º 2976 (Ar. AMARAL leg.); Aguas Vir- 
tuosas, Minas-Gerais, em 10-1-19. Esta última um tanto pubescente 
em um lado do caule. 


Museu Paulista: nº 507, LOFGREN, Rio Claro, S. Paulo, 
em 16-5-88 (det.); — s-n., UsrERI, Parada Zero, S. Paulo, em 26-2-907 
(dei 


Planta escandente, glabra, com folhas 5-partidas, longo pecioladas 
e inflorescências axilares, bifurcadas em seu ápice e mais longas 
que as folhas; flôóres longo pediceladas; sépalos de 2-2,5 cm. de comp ,, 
depois da fecundação, com a frutificação, coriáceos e persistentes em 
forma de uma flôr; corola alva, de 3-3,5 em. Depois de maduras as 
ânteras se enroscam em forma de espiral. O pólen é glabro. 


62 Convolvuláceas 


Merr. contorquens, HaLLIER (Ipomoea contorquens, CHois.). 


Horto Oswaldo Cruz: n.º 7252 (BRADE n.º 6989), Jundiaí, 
3. Paulo, em 14-3-915. 


Museu Paulista: n.º 5836, LOFGREN, Estação da Ressaca, 
S. Paulo, em 10-3-902; — n.º 4b. UsTERI, Jundiaí, em 27-1-907 (det. 
pelo Dr. HALLIER). 


É uma planta rasteira ou pelo menos prostrada com caule mais 
ou menos simples e, como as folhas e pedúnculos, recoberto de pêlos 
estrelados acinzentados; folhas obtusas e mucronadas; pedúnculos 
axilares com apenas 1-3 flôres e sementes seríceo-lanulosas em cá- 
psulas trilojadas. 


15 - Operculina, Manso. 


Neste género o Dr. HALLIER fez poucas alterações nas espécies 
brasileiras, ergueu apenas algumas que tinham sido dadas como si- 
nónimos de outras na «Flora Brasiliensis» a espécies autónomas 
e bôas. 

Os caules mais ou menos alados constituem, ao lado das cápsu- 
las operuladas, bons caracteres para êste género. 


Operc. convolvulus, MANso. 
(Ob. cit. pag. 211). 


Horto Oswaldo Cruz: n.º 3980 (PIRAJA DA SILVA leg.), 
Baia, em 17-5-20. Vulgo «Batata de purga ». 


Museu Paulista: n.º 3092, LOFGREN, Ilha de S. Sebastião, 
S. Paulo, em 25-7-95 (det.). 


Hervario Hoehnei: n.º 670, HogHNE, Morro do Corcovado, 
Rio de Janeiro, em 11-915. 


Planta volúvel com o caule, pecíolos e pedicelos mais ou menos 
alados, glabros e folhas 5-7-partidas, com os lobos elípticos até obovais, 
mteiros e na base atenuados e ápice agudo; pedicelos axilares sôbre 
pedúnculos uni-raro bifloros; sépalos grandes e escariosos; corola 
campanulada, amarela e de 7-8 em. de comp. Os tubérculos são em- 
pregados como catártico, dônde veio o nome vulgar. 


Operc. pterodes, Meissx. (segundo HaLLIER igual com Opere. al- 
tissima, MEISSN.). 


(Ob. cit. pag: 213): 


Comissão Rondon: n.º 3061, HogHNE, Coxipó da Ponte, 
Cuiabá, Mato-Grosso, em 3-911. 


Volúvel de caule alado; folhas ovo-cordiformes, acuminadas, por 
baixo ténuemente pubescentes e por cima ligeiramente pubérulas, 
ali esbranquiçadas e aqui verde-claras; flôres sôbre pedúnculos axi- 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol 1I-fasc. VI 63 


lares tão longos quanto as folhas, na parte superior decurrente-alados 
e os pedicelos para o ápice mais espessados; sépalos obtusos, de 3 em, 
de diâmetro; corola amarela, de 5 cm. de comp. 


16 - Ipomoea, L. 


Conforme vimos mais atrás êste género sofreu grande modifi- 
cação, tal como se acha na «Flora Brasiliensis » abrangia êle diversos 
outros que foram agora separados novamente. As espécies com pólen 
inerme foram formar o género Merremia e algumas foram incorporadas 
à Jocquemontia; por outro lado, diversas Aniseiae e uma Calygstegia 
(Cal. setifera, MEISSN.), etc., vieram pertencer-lhe pelo facto de apre- 
sentarem o pólen armado e outros caracteres que lhe são peculiares. 
Embora Ipomoea, L. tivesse tido uma grande redução no número 
de suas espécies com a separação daquelas que foram constituir o 
género Merremia, ainda assim: é êle o maior género das Convolvulaceae, 
abrange plantas de porte e forma muito variáveis, tanto formas ar- 
bustivas erectas como volúveis e rasteiras e que se filiam às diversas 
secções em que se divide, mas em tôdas elas é bem característico 
o pólen armado. 

Aqui daremos primeiramente a relação do material daquelas es- 
pécies que a êle foram incorporadas últimamente dos géneros Aníseia 
e Calystegia, para depois tratarmos das demais. 


Ipomoea hastata (MEIssN.) HALLIER (Aniseia hastata, MEISSN.). 
(Ob. cit. pag. 319). 


Horto Oswaldo Cruz: n.º 7253 (BRADE n.º 6993), S. Caetano, 
S. Paulo, em 28-3-914. 


Museu Paulista: nº 8, sa. e sind. 


Planta volúvel delicada bem facilmente reconhecível pela jorma 
e desproporção dos sépalos, cujo dorso apresenta cristas aliformes 
denteadas na parte basal; corola cerúlea ou roxa, de 4 cm. de comp. 
e os sépalos a metade mais curtos que ela. 


Ip. setifera (Poir.) HALLIBR var. Poeppigii. (Calystegia se- 
tifera, MEISSN.). 


(Ob. cit. pag. 316). 


Horto Oswaldo Cruz: n.º 3421 (FRANCISCO MARTINS leg. 
n.º 1), Cametá, Pará, em 2-7-19. 


Vulgarmente conhecida pelo nome de « Batatarana » e considerada 
magnifica forrageira. 

Planta comum nas regiões setentrionais do Brasil, frequente nas 
baixadas alagadiças. Caules e ramos no começo patente hirsutos, 
mais tarde glabros e corticosos; folhas glabras, sagitadas, largo- 
cordiformes, sôbre longos pecíolos; inflorescências axilares, 1t-plu- 
rifloras, curto e crasso ou longo e delgado pedunculadas; flôres 


64 Convolvuláceas 


antes da ântese envolvidas pelas grandes brácteas membranáceas 
obtusas com sétula no seu ápice, quando desabrochadas com estas 
brácteas na base dos pedicelos; sépalos desiguaes entre si, os três 
exteriores em forma semelhantes às brácteas e os dois internos menores, 
porêm tambêm setígeros, os primeiros têm no dorso três alas em 
torma de cristas; corola roxa, de 6 em. de comp. 


Outras espécies que na « Flora Brasiliensis » já eram subordinadas 
ao género Ipomoea, R.: 


Ip. purpurea, Lam. 
(Ob. cit. pag. 223). 


Horto Oswaldo Cruz: n.º 2972 (Dr. AFRÂNIO AMARAL leg.), 
Águas Virtuosas, Minas-Gerais, em 10-1-19; — n.º 3810, HozHNE, Pocos 
de Caldas, Minas-Gerais, em 1-4-20. 


Museu Paulista: n.ºs 3750 e 4097, Campos Novais, Espirito 
Santo do Pinhal, S. Paulo, em 4-97 (det.); — n.º 12b, UsTERI (Josh 
BARBOSA leg.), Parada Zero, em 29-1-907 (det.); — UsTERI, s-n., Vila 
Mariana, S. Paulo, em 7-11-905 (com um raminho de Sida acuta). 


Pianta volúvel com caule e folhas pilosos; estas cordado-acumi- 
nadas, largas e muito mais curtas que as inflorescências que lhes 
ficam nas axilas; flôres umbeladas, pediceladas; sépalos acuminados, 
pouco mais de 1 cm. de comp. com a base longo e patente-pilosa,; 
corola geralmente vermelha, rósea ou mesmo alba. Muito decorativa, 
porêm de duração efémera. 


Ip. jamaicensis, G. Don. 
(Ob. cit. pag. 225). 
Museu Paulista:n.º 5828, CamPos Novais, Jundiaí, S. Paulo, 


s-d. (indet.); — n.º 11, UsreRrI, Jundiaí, S. Paulo, em 27-1-907 (det. 
como sendo Ip. acuminata, ROEM ET SCHLT. pelo Dr. HALLIER); — 
n.º 388, LOFGREN, Itapetininga, S. Paulo, em 17-11-87 (dada como Tp. 
Hermanniae, L. HERIT. var. elongatus, CHOIS.). 

Alto-volúvel com as folhas cordadas, inteiras ou irregularmente 
à-lobadas ou angulosas, sericeo-pubescentes; inflorescências axilares, 
longo pedunculadas, quási umbeladas; sépalos seríceo-pubescentes, 
de 2 cm. de comprimento, longo-acuminados e membranáceos; corola 
roxa, de 5 cm. de comp. Muito interessante nesta planta é o estigma 
às vezes peltado ou tetralobado, facto que não é citado na diagnose. 


Ip. longicuspis, MEIssN. 
(Ob. cit. pag; 227); 


Horto Oswaldo Cruz: n.º 7245 (BRADE s-n.), Jundiaí, 8. 
Paulo, em 14-3-915. 


Museu Paulista: n.º 4098, Campos Novais, Mun. de Cam- 
pinas, S. Paulo, em 9-98 (indet.); — n.º 35, UsTERI, s-proc. (det. como 
Ip. mil, RotTH.). 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. VI 65 


Hervario Hoehnei: n.º 203, HogHnE, Rio de Janeiro, em 
4916. Este da var. brevipes. 


Planta escandente de folhas trilobadas ou quási inteiras, lobos 
ovais cuspidados e largos, por cima esparso e por baixo sôbre as 
nervuras basto-pubescentes, no demais glabras; pecíolos longos ou 
pelo menos tão compridos quanto as folhas; pedúnculos axilares, 
mais curtos ou muito mais longos que os pecíolos, com 1-5 flôres; 
sépalos na base largos e mais para cima linear-acuminados, pilosos em 
sua base, de 1,8-2 cm. de comp.; corola roxa, de 4-5 cm. de comp. 
Vulgo: «Flôr de S. João ». 


Ip. fistulosa, MART. 
(Ob. cit. pag. 239). 


Comissão Rondon: n.º 557, HogHNE, S. Luiz de Cáceres, 
Mato-Grosso, em 9-08. 


Arbustiva erecta muito frequente nas regiões alagadiças do 
Grande Pantanal, onde ocupa grandes áreas; folhas ovo-lanceolares 
ou ovo-acuminadas, glabras e flôres em umbelas ou racimos axilares 
nos extremos dos ramos, grandes e roxo-claras. Algumas vezes em 
cultura nos jardins do Rio de Janeiro. Considerada tóxica para o gado, 
que, entretanto, a come quando nada mais existe. Vulgarmente a co- 
nhecem pelo nome de «Canudo » ou « Algodão do pantanal». Pólen 
armado. 


Ip. patula, CHors. var. monticola, MART. 
(Ob. cit. pag. 240). 


Museu Paulista: n.º 583, LOFGREN, Rio Claro, em 5-6-88; — 
n.º 2029, IDEM, Franca, S. Paulo, em 3-1-93 (det.). 


Arbustinho mais ou menos prostrado ou ascendente, com caule 
ramoso desde a sua base, quási glabro e na parte superior apresso 
pubérulo; folhas ovais, nitidamente peninervadas, obtusas, ovaladas, 
curto-pecioladas, no verso esparso pubérulas; inflorescências axilares 
sôbre pedúnculos 2/, mais curtos que as folhas; sépalos apresso- 
pubérulos, ovo-oblongados, quási obtusos, de 12 mm. de comp.; 
brácteas muito reduzidas ou caducas; corola por fora apresso pubérula, 
rósea, de 5-6 cm. de comp. 

Pelo que concluímos dos dizeres da diagnose de MEISSNER na 
«Flora Brasiliensis», presente planta, — que concorda perfeitamente 
com a descrição da variedade que MARTIUS deu como espécie, que aliás 
é da mesma procedência, — ficaria naturalmente melhor se a con- 
servássemos como espécie autónoma. Pólen armado. 


Ip. virgata, MEISSN. var. verbassiformis. 
(Ob. cit. pag. 241). 


Horto Oswaldo Cruz: n.º 2689, HogHNE, Poços de Caldas, 
Minas-Gerais, em 9-1-19. 


66 Convolvuláceas 


Frequente nos campos altos, erecta, de 50-100 cm. de altura, 
ramos como o caule e as folhas, basto-hirsuto-tomentosos; flôres 
sôbre pedúnculos axilares, em grupos de 1-5; corola roxa, de 5-6 cm. 
de comp. por fora pubescente; sépalos de ápice obtuso, basto e longo- 
hirsutos ou tomentosos quási lanulosos; brácteas muito mais largas 
que as descritas e desenhadas para as variedades afins. 


var. paniculata. 
(Ob. cit. pag. 241). 


Museu Paulista: n.º (1)?, UstTERI, Jundiaí, S. Paulo, em 
2-907. 


Éste material está pessimamente preparado e não leva indicações 
a respeito do porte nem dos detalhes da planta. As folhas são ovo- 
orbiculares, mui curto-pecioladas, mais vilosas ou lanosas como as 
da variedade precedente; os panículos mais ou menos terminais 
formados pelos grandes racimos axilares concordam ainda com a 
descrição da variedade a que a subordinamos. 


var. angustata? 
(Ob. cit. pag. 241). 


Museu Paulista: n.º 5834, HAMMAR, Mogi Merim, S. Paulo, 
em 15-11-901. 


O material bastante deficiente aproxima-se um tanto quanto da 
Tp. cuneifolia, MEISSN., com que bem concorda o revestimento, mas 
não poderemos resolver a sua afinidade sem o confronto do exemplar 
original, o qual tambêm não foi visto pelo autor da monografia na 
«Flora Brasiliensis», em melhores condições que o presente. 


Ip. polyrhizos, Croils.? 
(Ob. cit. pag. 242). 


Comissão Rondon: n.ºs 2978-2980, HogHNE, Corrego do Bar- 
reiro, perto de Cuiabá, no caminho para a Chapada, em campos 
cerrados, frutificando em 3-911 e n.º 2271, KUHLMANN, Rio Sacre, 
campo cerrado, em frutificação, em 4-918. 


A descrição que na «Flora Brasiliensis» é transcrita por MEIS- 
sNER, é à do Convolvulus polyrhizos, Manso. Ela calha para a planta 
em questão, mas é tão deficiente que não conseguimos resolver sôbre 
a verdadeira afinidade desta. Nós só temos exemplares frutificados, 
mas, devido ao facto de ser a espécie de MANso procedente da mesma 
região e ter tambêm a sua descrição a nota: «seminibus pilosis », 
cremos que se trata de uma. e a mesma espécie. É um pequeno subar- 
busto cespitoso dos terrenos sêcos e cascalhosos, com folhas linear- 
oblongadas até obovais-alongadas e de 5-6 cm. de comp. por 1-2 em. 
de largura; sépalos coriáceos escariosos, obtusos e pubérulos; sementes 
negras envoltas e cobertas, — como as do algodão, — de longos pêlos 
lanosos alvos. O nome escolhido por MaNso provávelmente nasceu do 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol.l-fasc. VI 67 


facto de formar a planta bastas touceiras quási globulares de 30-50 cm. 
de altura que devem ter um sistema radicífero bastante desenvolvido, 
porque parecem ser perenes ou ter pelo menos duração de alguns anos. 
Graças às sementes e seu revestimento dão-lhe vulgarmente o nome 
de « Algodãosinho do cerrado ». 


Ip. elegans, MEISsN. 
(Ob. cit. pag. 243). 


Horto Oswaldo Cruz: n.º 5085, HogHNE, Caeté, Minas- 
Gerais, em 24-1-21. 


Campestre de caule decumbente quási prostrado e folhas oblongo- 
ovaladas, obtusas e mucronadas, viradas para um lado do caule e 
dos ramos; flôres axilares sôbre pedúnculos tão longos quanto os 
pecíolos das folhas, isto é, de 1-2 em. de comp.; corola roxo-clara, 
de 5 em. de comp. por fora com cinco estrias triangular-dilatadas 
para a base e alvas pubescentes; sépalos lanceolar-agudos, iguaes 
e revestidos como as brácteas. 


Ip. villosa, MEIssN. 

(Ob. cit. pag. 244). 

Horto Oswaldo Cruz: n.º 3132 (A. GEBRT leg.), Belo-Hori- 
zonte, Minas-Gerais, em 25-1-19; — n.º 5297 (G. GEHRT leg.), Pedre- 
gulho, S. Paulo, em 5-1-21; — n.º 7264 (BRADE n.º 5567), Ipiranga, 
S. Paulo, em 18-2-912. 


Museu Paulista: n.º 2082, LOÓFGREN ET EDWALL, Franca, 
S. Paulo, em 9-1-93; — n.º 233b, UsTERI, Jundiaí, S. Paulo, em 2-907. 


Arbusto geralmente singelo com o caule e folhas vilosos e estas 
quási sesseis oblongadas, obtusas ou curto aguçadas; pedúnculos 
axilares curtos, com 1-5 flôres, e brácteas estreito-lanceolares; sépalos 
obtusos, pubescentes, os internos mais tarde glabros e os externos 
pilosos em sua base; corola roxo-clara, de 5-6 cm. de comp. glabra 
por fora. O exemplar 7264 caracteriza-se ainda pelas flôres geralmente 
solitárias e sépalos mais vilosos. Pólen espinhoso. 


Ip. cuneifolia, MEISSN. 
(Ob. cit. pag. 245). 


Museu Paulista: n.º 5833, Campos Novais, Mun. de Cam- 
pinas, S. Paulo, s-d. (indet.). 


As inflorescências não concordam muito bem com a descrição, 
elas são regularmente axilares e não formam um racimo terminal 
como diz a diagnose. Pólen espinhoso. 


Ip. argyreia, MEISSN. 
(Ob. cit. pag. 246). 


Comissão Rondon: n.s 3050 e 4616, HogHNE, Coxipó da 
Ponte, Cuiabá, Mato-Grosso, em 3-911. 


68 Convolvuláceas 


Pequeno arbusto campestre mais geralmente singelo, com a quinta 
parte terminal florígera; folhas oblongadas, às vezes um tanto espa- 
tulares, obtusas e curto-pecioladas, no ápice mucronadas, por haixo 
argénteo-tomentosas e por cima e sôbre as nervuras glabras; sépalos 
obtusos, curto-tomentulosos; corola roxa ou rósea, de 4 cm. de comp,, 
por fora esparso-pubescente. As glândulas (corpúsculos) a que refere 
MEISSNER, são bastante nítidas nos dois exemplares presentes. O 
pólen é armado. 


Ip. angustifolia, Cris. 
(Ob. cit. pag. 249). 


Horto Oswaldo Cruz: n.º 5099, HogHNE, Caeté, Minas- 
Gerais, em 24-1-21. 


Planta campestre erecta, curto pubescente; folhas estreitas, li- 
neares, de 10-12 cm. de comp. por 4-6 mm. de largura; flôres axilares 
nos extremos dos caules, sôbre pedúnculos de 1-2 cm. de comp. ou 
tão longos quanto os pedicelos; corola roxa, de 4-5 cm. de comp. e 
sépalos ovo-orbiculares, pubescentes e obtusos iguais entre si. Pólen 
distintamente armado-espinhoso e globular. 


Ip. Rondoniae, HogHNE (sp. nov.). 
(Ex sect. Orthipomoeae $ 2, post n.º 50 inserenda est). 


Suffruticosa molle subadpressoque albido-villosa, stricti-erecta; 
caulibus simplicibus vel superne in parte florigera pauciramosis; foliis 
valde approximatis, erecto-patulis, subimbricantibus, lanceolato-linea- 
ribus, sessilibus, acuminatis, canescenti-villosis, mucronatis, dense pel- 
lucido-punctatis, marginibus revoluctis, fere 3-5 em. longis et 5-10 mm. 
latis, summis gradatim decrescentibus in racimulos terminalibus nul- 
lis; inflorescentiis terminalibus simplicibus vel parce ramulosis, 20-40 
cm. longis; pedunculis saepius unifloris, brevissimis et quam bra- 
cteolis subduplo longioribus; pedicellis 5-6 mm. longis; sepalis internis 
“ellipticis subobovatis, glabris, ad margines scariosis, externis obtusis, 
magius ovatis, laxe molleque villosis demum glabrescentibus, subae- 
quimagnis, 4-5 mm. longis; corolla pallido-purpurascenti, subinfundi- 
bulari, 4-5 em. longa, glabra; capsulis haud suppetit. 


Comissão Rondon: n.º 2265, KUHLMANN, nas margens do 
Cautário Grande, Pouso Primeiro de Fevereiro, na Rondônia, Mato- 
Grosso, em o extremo noroeste, em 2-919. 


Tábula n.º 14. 


Das espécies afins e especialmente de Tp. neriifolia, GARDN,., 
distinguida pelas inflorescências terminais laxo-spiciformes, pedún- 
culos quási nulos e em regra unifloros; folhas estreitas (mais largas, 
entretanto, que na espécie citada), sempre pellúcido-puntadas. Da 
Ip. virgata, MEISSN. var. angustata, da Secção precedente, ela se 
aparta perfeitamente bem pelas folhas sesseis e pelúcido-puntadas. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-fase. Vi 69 


var. breviracemosa, HOEENE (var. nov.). 


Foliis magius membranaceis, angustioribus et ad margines non 
tantum revoluctis; racemis brevioribus non ultra 5-7 cm. longis et 
floribus magius aggregatis, caeterum tipil aequali. 


Comissão Rondon: n.º 2269, KUHLMANN, Estrada ao Dia- 
mantino, perto de Cuiabá, em Mato-Grosso, em 3-918. 


Tábula n.º 15. 


As inflorescências mais aglomeradas e muito mais curtas, bem 
como as folhas mais estreitas e mais membranáceas colocam esta 
variedade ainda mais proximo da Ipomoea neriifolia, GARDN. Pólen 
armado espinhoso. 


Ip. Schomburgkii, CHoIs. 
(Ob. cit. pag. 250). 


Comissão Rondon: n.º 2264, KuUHLMANN, Cataqui-iamain 
(Campos do Urupás), Rondônia, Mato-Grosso, em 12-918. 


Subarbusto erecto, com folhas estreitas lineares de 10-12 cm. 
de comp. e 4-6 mm. de largura; pedúnculos axilares com 1-3 ilôres 
e mais longos que os pecíolos e pedicelos; sépalos glabros, obtusos, 
margens escariosas; corola de 45 cm. de comp. e estreito infundi- 
buliforme. Pólen armado espinhoso. 


Ip. polymorpha, RigDEL. var. heteromorpha. 
(Ob. cit. pag. 252). 


Horto Oswaldo Cruz: n.º 2606, HOEHNE, Butantan, S. Paulo, 
em 5-12-18; — n.º 2850, IDEM, Poços de Caldas, Minas, em 15-1-19 
(bastante pubescente e variável); — n.º 2228 (Campos Novas leg.), 
Mun. de Campinas, em 6-918 off.; — n.º 7248 (BRADE n.º 6992), entre 
Butantan e Osasco, S. Paulo, em 9-11-913. 


Museu Paulista: n.º 3386, EDwALL, Botucatú, em 11-96 
(indet.); — n.º 215, LórgrEN, Campos do Pinhal, Itapetininga, em 
28-9-87 (det.); — n.º 38, UsrERI, Vila Mariana, S. Paulo, em 7-11-905 
(det.). 


Planta campestre, prostrada, com folhas e revestimento muito 
variável, as primeiras inteiras ou tambêm trilobadas e o porte às 
vezes mais ascendente; flôres roxo-claras, de 5-6 cm. de comp. Pólen 
armado. 


var. calvescens. 
(Ob. cit. pag. 252). 
Horto Oswaldo Cruz: n.º 7246 (BRADE, s-n.), Itirapina, 


S. Paulo, em 28-9-21; — n.ºs 889 e 939, HogHNE, Butantan, S. Paulo, 
em 12-11-17 e 23-11-17. 


70 Convolvuláceas 


Museu Paulista: n.º 37, UsTERI, Matadouro, S. Paulo, em 
12-12-905 (det.). | 


Nesta variedade a planta é mais ou menos erecta e os caules 
são simples e quási totalmente glabros; as folhas ovais e inteiras ou 
ligeiramente sinuoso-unduladas nas margens. 


Ip. procumbens, MART. 
(Ob. cit. pag. 253). 


Horto Oswaldo Cruz: n.º 3132 (A. GEHRT leg.), Belo-Ho- 
rizonte, Minas-Gerais, em 8-1-19; — n.º 5125, HogHnE, Miguel Burniêr, 
Minas-Gerais, em 27%-1-21; — n.º 7260 (BRADE n.º 6990). Vila Ema, 
S. Paulo, em 31-12-911 e (5564 BRADE, Ipiranga, s-d.). 


Museu Paulista: n.º 29, UsTERI, Vila Mariana, S. Paulo, 
em 26-11-905 (det.); — n.º 5832, Campos Novais, Campinas, s-d. 


Campestre prostrada com os ramos e folhas glabros, as últimas 
estreito-linear-lanceoladas (caracter êste pelo qual bem se distingue 
da seguinte): flôres sôbre pedúnculos axilares mais curtos que as 
folhas; sépalos obtusos, glabros, os externos mais curtos; corola 
roxa, de 5 cm. de comp. Pólen armado. 


Ip. procurrens, MEISSN. 
(Ob. cit. pag. 254). 


Horto Oswaldo Cruz: n.ºs 2822 e 2964, HogHNE, Poços de 
Caldas, Minas-Gerais, em 13-1-18 e 3-920. 


Museu Paulista: n.º 2034, LÓFGREN ET EDWALL, Franca,. 
S. Paulo, em 3-1-93 (dada como sendo Ip. Kunthiana, MEISSN. var. 
pubescens, MEISSN., de que se afasta especificamente pelos pedúnculos 
flôrais mais longos, falta do revestimento e a forma dos sépalos). 


Campestre prostrada como a precedente, dela porêm diferenciada 
pelas folhas ovo-elípticas ou oblongadas, curto pecioladas. Inflores- 
cências com 1-3 flôres, axilares, pedúnculos mais longos que as folhas; 
sépalos transversalmente rugulosos, obtusos e mucronados, de 2 em. 
de comp., os externos um pouco mais curtos e corola de 5-7 em. 
de comp., roxo-clara. Pólen armado-espinhoso. 


Ip. litoralis, Borss. (Tp. acetosaefolia, ROEM ET SCHLT.). 
(Ob; cit. pasi255): 


Horto Oswaldo Cruz: n.º 1878, HogHNE, Praia do Meio, 
perto de Ararapira, S. Paulo, em 27-4-18. 


Museu Paulista: n.º 4099, LórgRrEN, Praia Grande, Santos, 
em 15-11-98 (indet.); s-n., USTERI, Guarujá, S. Paulo, em 24-11-907 


(indet.). — S-n., LUEDERWALDT, Conceição de IHanhaem, S. Paulo, 
6-914. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol.I-fasc. VI 76] 


Da comunissima Ip. pes-caprae, SwEET. fácilmente distinguida 
pelas folhas mais alongadas e quási retangulares, igualmente-emar- 
ginadas em seu ápice e ainda pelas sementes longo-lanulosas ou 
camosas. Muito frequente nas praias do Brasil meridional. Pólen 
armado. Um exemplar colhido pelo Sr. LUEDERWALDT, foi recolhido 
junto com um ramo de Oxypetalum parvifolium, FOURN. 


Ip. pes-caprae, SwEET. 
(Ob. cit. pag. 256). 


Museu Paulista: s-n., UsTERI, Ilha do mar, perto de Iguape, 
em 25-7-90% (det. pelo LUEDERWALDT.). 


Planta rasteira frequente nas regiões litorâneas, útil para a fixação 
das dunas; folhas quási obovais orbiculares, no ápice profundamente 
emarginadas e pontas ou lobos divaricados em forma de casco de 
cabrito, glabras e quando sêcas mais ou menos enegrecidas, de 5-8 em. 
de diâmetro; flôres alvas ou roxo-claras, de 4-6 em. de comp.; sementes 
angulosas, rufo-pubescentes, mas não vilosas como as da precedente. 
Pólen armado-espinhoso. 


Ip. tubata, NEEs. 
(Ob. cit. pag. 258). 


Horto Oswaldo Cruz: n.º 3129 (A. GEHRIT leg.), Belo-Hori- 
zonte, Minas-Gerais, em 16-3-19. 


Museu Paulista: n. 3693, Campos Novais, Pocos de Caldas, 
Minas-Gerais, em 6-96 (det.); — n.º 2222, LOFGREN ET EDWALL, S. João 
da Bôa Vista, S. Paulo, em 9-6-93. 


Planta volúvel; folhas largo ovo-cordiformes, por cima pubescentes 
e por baixo cano-tomentosas; inflorescências axilares, com 3-5 flóres, 
estas longo-pediceladas; sépalos cano-pubescentes, de margens undula- 
das, externos um pouco mais curtos, todos êles porêm lánceo-oblongados; 
corola vermelho-rósea, com as anteras e o pistilo exsertos, limbo 
amplo e muito vistoso. Bela trepadeira para os jardins e parques. 
Pólen armado. 


Ip. Martii. MEISSN. 
(Ob. cit. pag. 258). 


Horto Oswaldo Cruz: n.º 3131 (A. GEBRIT leg.), Belo-Hori- 
zonte, Mimas-Gerais, em 8-1-19. 


Linda trepadeira de folhas escaule basto e ténuemente tomentosos 
e flôres de 8-9 em., roxas e dispostas em grandes panículos entre- 
meijadas de folhas reduzidas e brácteas; sépalos seríceo-tomentosos, 
lanceolares ou oblongo-lanceolares, obtusos, de 15 mm. de comp. 
Pólen armado e bastante espinhoso. 

Depois da precedente, certamente a mais bela do género. 


72 Convolvulãceas 


Ip. floribunda, MoRic. var. Martii. 
(Ob. cit. pag. 265). 


Horto Oswaldo Cruz: n.º 1504, HogHNE, Rio Pequeno, 
Butantan, em 22-2-918; — n.º 3010, A. GEHRT, Butantan, S. Paulo, 
em 4-3-19. 


Museu Paulista:-n.º 502, LOFGREN, Rio Claro, S. Paulo, 
em 16-5-88 (det. em dúvida como Ip. batatoides, CHOIS.); — n.º 4335, 
Ipem, Araraquara, S. Paulo, em 27-3-99 (indet.); — n.º 45, UsTERI, 
Ipiranga, 5. Paulo, em 23-11-906 e Cantareira, em 10-4-905 (det. em 
dúvida pelo Dr. HALLIER); — 21, UsrTERI, Cantareira, S. Paulo, 
10-4-905. 


Planta alto-volúvel, caule a princípio tomentuloso mais tarde 
porêm totalmente glabro; folhas longo-pecioladas, largo ovo-cordadas 
quási tão largas quanto longas, por cima esparso, mas por baixo basto 
tomentosas ou pubérulas, em regra grandes, agudas; inflorescências 
longas umbeliformes em panículos, pouco mais curtos ou tão longos 
quanto as folhas, floribundas; sépalos glabros, largo-elípticos ou ova- 
lados, obtusos e os internos às vezes um tanto mais largos e de 
margens mais escariosas; corola alva, de 4-5 cm. de comp. O pólen 
armado e as folhas inteiras apartam esta planta da Merremia glabra, 
(CHoIs.) HALL., cujas flôres, excepção dos sépalos, lembram bas- 
tante dela. 


Ip. macrophylla, CHois. 
(Ob. cit. pag. 264). 


Comissão Rondon: n.º 5199, HogHNE, S. Manoel, Amazonas 
(margens do Rio Tapajóz), em 3-912. 


Museu Paulista: n.º 5830, EDwALL, Raiz da Serra, em 
Santos, 3-901. (Indet.). 


Planta muito decorativa e muito bem caracterizada pela forma 
peculiar dos sépalos e a côr da corola. 

Pelo exame dos exemplares da Comissão Rondon, que são pro- 
vidos de ramos e folhas novas, e daquele do Museu Paulista, que 
só têm folhas adultas, e pelo facto de serem os primeiros da região 
de que foi descrito o tipo da espécie e o último da zona da Serra 
do Mar, e, portanto, proximo do Rio de Janeiro, de onde procede 
o espécime que servio para formar a variedade, verificamos que 
a espécie em questão possui as folhas e os ramos novos recobertos 
laxamente de pêlos finos e que êstes depois de algum tempo caem 
e se limitam exclusivamente às nervuras da parte dorsal das folhas, 
de onde, com a maior idade, tambêm desaparecem por completo. 
Considerando agora que o material presente troca exatamente os 
caracteres ou as procedências verificados nos exemplares originais 
não poderemos mais alimentar nenhuma dúvida a respeito da super- 
Paio da formação da variedade que passa a ser uma simples 
orma. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. 1 - fasc. VI 73 


A corola tem de 5-6 cm. de comp. e é perfeitamente igual no 
material das duas procedências supra citadas. 


Ip. Florentiana, HogHNE (sp. nov.). 
(Ex sect. Strophipomoeae). 


Fruticosa alte volubilis, caulibus sobcompressis tortis et angulosis, 
glabris; ramis ramulisque cum petiolis pedunculis et foliis laxiuscule 
stellato-puberulis; petiolis limbum subaequilongis, limbo amplo late 
ovato-cordato seu orbiculare cordiformi, plurinervato et subcoriaceo, 
supra et subtus densius stellato-puberulo, 10-12 cm. longo et usque 
ad 15 em. lato; inflorescentiis axillaribus, paniculatis seu bi-trichtomis, 
folium aequantibus vel paullo excedentibus; pedicellis robustiusculis 
per anthesim fere 1 cm. longis demum levissime accrescentibus; bra- 
cteis valde caducis; sepalis aequimagnis, scarioso-coriaceis, oblon- 
gatis subrotundatis, glabrescentibus, 8 mm. longis; corollis speciosis 
infundibulari-tubulosis ad faucem paullo ampliatis, purpureis, 8 em. 
longis; capsulis glabris, 1 em. longis cum sepalis arcte amplectentibus 
invulucratis, tetraspermis; seminibus ad verticem longe comoso-pilosis. 
Pollen armato. 


Horto Oswaldo Cruz: n.º 1742 (Dr. JoÃo FLORÊNCIO GOMES 


leg.), Miguel Calmon, S. Paulo, no noroeste do Estado, 2-4-918. 
Tábula n.º 16. 


Planta alto-volúvel muito decorativa e talvez com duração de 
mais de um ano, que se distingue especificamente das demais descritas 
na «Flora Brasiliensis» pelas folhas amplas largo-cordiformes e o 
revestimento estrelado-pubérulo e, ainda, a forma dos sépalos e ta- 
manho da corola, cujo tubo bastante estreito é pouco dilatado para 
a fauce. Dignas de nota são igualmente as inflorescências muito 
grandes e geralmente 2-3-ramosas que nascem das axilas das folhas. 
O pólen é armado como nas demais espécies do género. 

Dedicamos esta espécie ao nosso muito presado amigo e com- 
panheiro de trabalho que se sacrificou pelo amor às sciências. 


Tp. batatoides, Crois.? 
(Ob. cit. pag. 265). 


Horto Oswaldo Cruz: n.º 1707, HoEHNE, Butantan, 8. Paulo, 
em 3-918; — n.º 3795, IpnEM, Poços de Caldas, Minas-Gerais, em 
11-3-20. 


Planta volúvel, glabra (nos espécimes presentes) ou um tanto 
pilosa, folhas ovo-cordiformes sôbre pecíolos um pouco mais curtos 
que o limbo; inflorescências axilares, no ápice ligeiramente rami- 
ficadas; flôres esparsas, sépalos glabros e corola albacente-arroxeada. 
Pólen armado. 


Ip. Regmnellii, MeIssN. 
(Ob. cit. pag. 266). 


Horto Oswaldo Cruz: n.º 3836, HogHNE, Poços de Caldas, 
Minas-Gerais, em 23-3-20. 


74 Convolvuláceas 


Alto-volúvel; folhas cordado-ovais, largas com a incisão basal 
bastante apertada e os lobos às vezes até imbricados, por cima 
pubescentes e por baixo glabras; racimos axilares, curtos, com poucas 
flôres de 5-6 cm. de comp. por fora pubescentes e de côr róseo- 
arroxeada; sépalos oblongos, obtusos, ciliados, de 13 mm. de comp. 
Pólen armado. Planta muito ornamental. 


Ip. corumbaensis, HogHNE (sp. nov.). 


(Ex sect. Strophipomoeae, ser. | 8 C-.b. certe post 88 inserenda, 
est). 


Alte volubilis; caulibus novellis tenuissime stellato-puberulis de- 
mum glabrescentibus; foliis (adultis vel vestutis ignotis) late ovato-cor- 
datis, basi amplo-cordatis et apicem versus levissime late obtuseque cus- 
pidatis et saepius emarginatis vel rotundatis, supra sparse et subtus 
dense stellato-tomentulosis; petiolis limbum demidium brevioribus ; inflo- 
rescentiis axillaribus, ramosis folia paullo excedentibus; pedunculis et 
parte inferiore ramulorum brevissime puberulis, superne calycibusque 
glaberrimis, 5-7 cm. longis, ramis crassis et levissime genuiflexuosis 
e basi ad apicem florigeris; floribus a basi ad apicem ramulorum 
gradatim expansis; bracteis glabris, late triangularibus fere 2 mm. 
longis et valde caducis; pedicellis 8-10 mm. longis, glabris; sepalis 
elliptico-ovatis, obtusis, subaequilongis, marginibus scariosis, glabris, 
7 mm. longis; corolla infundibulariformi, glabra, alba vel lutescen- 
tia (2), 5-7 em. longa et ad faucem fere 1 em. diametientia; genitalia 
inclusa; stigmate globoso-didyma; capsulis ovoideis vel oblongatis, 
glabris, saepius bispermis et 1 cm. longis; seminibus oblongatis, tri- 
gonis longe aureo-sericeo-comosis; pollen armato. 


Comissão Rondon: n.º 4741, HogHNE, Corumbá, Mato-Grosso, 
em 2-911. 


Táabula ne 17: 


O revestimento estrelado-pubérulo e até tomentoso dos ramos 
mais novos, folhas e pecíolos, a forma dos limbos foliares e a das 
mflorescências, bem como a dos sépalos totalmente glabros e os 
demais detalhes supra descritos, formam, em conjunto, os caracteres 
para esta espécie, por infelicidade só recolhida uma única vez e, então, 
com folhas novas. Por um lamentável descuido tambêm não regis 
tamos a côr das corolas. O pólen é nitidamente espinhoso. 


Ip. sidaefolia, CHoOIS.? 
(Ob. cit. pag. 267). 


Comissão Rondon: n.º 3051, HogHnE, Corumbá, Mato-Grosso, 
em 6-911. 


Planta trepadeira de logares mais ou menos húmidos e também 
irequente nos cerrados ao sopé dos contrafortes; com os ramos, folhas 
e pecíolos glabros; limbos das folhas cordado-ovais, relativamente 
curto peciolados; flôres axilares sôbre pedúnculos algumas vezes 
foliosos, formando pseudo-racimos secundifloros; pedicelos duas e até 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I-iasc. VI 715 


três vezes mais longos que os sépalos, êstes obtusos e mucronados, 
os exteriores menores; corola alva, de 3-4 cm. de comp., infundibula- 
riforme. Pólen armado. O exemplar por nós recolhido concorda bem 
com a diagnose, mas, não possuindo nenhuma folha adulta, é impos- 
sível darmos certeza a respeito da sua afinidade com a espécie em 
questão. 


Ip. Peckoltii, MEIssN. 
(Ob. cit. pag. 268). 


Horto Oswaldo Cruz: n.º 7632 (A. GEHRT leg.), Butantan, 
em térrenos cultivados, em 18-4-22. 


Planta trepadeira muito interessante pela disposição das inflo- 
rescências, que, mais compridas que as folhas ou quási do mesmo 
comprimento que estas, têm o pedúnculo sempre juxtaposto ao pecíolo 
e acompanham-no até à base do limbo e alí se elevam entre os 
lobos basilares do mesmo. Elas são bi-trífurcadas e ostentam geralmente 
de 5-9 flôres, cujos sépalos ovo-elípticos, agudos, são rugulosos. A 
corola campanulada é muito mais aberta que o indicado no desenho 
da «Flora Brasiliensis», porêm de igual comprimento, alva na sua 
base e roxo-escura para o ápice conforme descrita. 

É interessante não se cogitar na descrição das verrugas que os 
sépalos apresentam. 


Ip. goyazensis, GARDN. 
(Ob: cit. pag. 273). 


N 


Comissão Rondon: n.º 1531, HognnE, Tapirapoân, Rio Se- 
potuba, em 3-909 e n.º 4557, Ipem, Coxipó da Ponte, Cuiabá, Mato- 
Grosso, em 3-911. 


Volúvel, glabra, com inflorescências 'axilares curtas e geralmente 
trifloras; corola de tubo estreito e limbo largo, de 4-5 em. de comp.; 
sépalos obtusos e glabros. As folhas são largo cordiforme-ovaladas. 


Ip. Loefgrenii, HorHnE (sp. nov.). 
(Ex sect. Strophipomoeae, ser. 1 S 4). 


Caulis volubiles, cum petiolis foliis inflorescentiisque glaberrimi, 
demum subrimosi et albecens; petiolis tenuibus limbum subaequilongis, 
limbo integro, ovato-cordato ve! subhastato-cordato, acuto et mucro- 
nulato, raro levissime sinuoso, basi late retuso-emarginato, glaber- 
rimo, membranaceo, 7-10 cm. longo, 5-7 cm. lato; inflorescentiis axil- 
laribus folium superantibus, inferne ultra 10 cm. nudis et superne 
prope apicem foliam parvam ornatis et racimoso-paucifloris; pedun- 
culis singulis unifloris et 3-5 cm. longis; bracteis valde inconspicuis, 
saepius ante anthesim jam caducis (2); pedicellis 2-3 cm. longis; 
sepalis paullo inaequalibus, ovato-oblongatis, obtuso-rotundatis, mem- 
branaceis, interioribus 1,5 em. longis et exterioribus 1/3 brevioribus, 
glaberrimis; corolla pallido-purpurascentia, tubo infundibulariformi et 


76 Convolvuláceas 


limbo bene patulo, fere 6,5 cm. longa et extus glaberrima; genitalia 
inclusa tubum demidio breviora; stigmate globoso-didymo. 


Museu Paulista: n.º 4334, LÓFGREN, Araraquara, S. Paulo, 
em 27-3-99. ; 


Tábula n.º 18. 


Planta volúvel infelizmente bem parcamente representada pelo 
material de número acima, que é, entretanto, bastante bem caracterizado 
pelas suas folhas membranáceas longo-pecioladas, perfeitamente gla- 
bras e ovo-cordiformes e as inflorescências muito longas com uma 
folha reduzida proximo do seu ápice e ali ramificadas com 5-7 belas 
flôres sôbre pedúnculos unifloros de 5-6 cm. de comp.; sépalos glabros 
e (julgando pela descrição) semelhantes aos da Ip. variifolia, MEISSN., 
de que se afasta pelas folhas maiores e a forma das inflorescências. 
Pólen armado. 


Ip. triloba, L. var. genuina. 
(Ob. cit. pag. 277). : 
Horio Oswaldo Cruz: n.º 7259 (BRADE n.º 6016), Guapira, 


S. Paulo, em 2%-4-913; — n.º 7614, HoganE, Butantan, S. Paulo, 
em 20-3-22. 


Museu Paulista: n.º 44, UsrTERI, Ipiranga, S. Paulo, em 
23-3-906. 


Esta forma se distingue pelo revestimento dos sépalos esparso- 
hirsuto-setuloso. 


var. glaberrima. 


Museu Paulista: n.º 4497, EDwALL, Estação Alferes Rodri- 
gues, 10-899 (indet.); — n.º 2491, LOFGREN, capoeira do Piassaguera, 
S. Paulo, em 17-4-94 (dada como Jacquemontia). 


Distinguida da precedente por ser totalmente glabra nos sépalos 
e folhas. 


var. Eustachiana, GRISEB. 


Horto Oswaldo Cruz: n.º 1720 (Dr. JoÃo FLORÊNCIO GOMES 
leg.), Miguel Calmon, noroeste do Estado de S. Paulo, em 2-4-918. 

Nesta variedade as folhas são quási totalmente inteiras e mais 
pubescentes. 

Linda trepadeira com folhas sagitadas trilobadas ou inteiras, 
pubescentes e longo-pecioladas e inflorescências compridas com 1-5 
flóres róseas por fora e roxo-escuras por dentro. 


Ip. batatas, Lam. var. indivisa, GRISEB. 
(Ob, cit. pag. 282). 


Museu Paulista: n.º 637, LOFGREN, Fazenda do Tanquinho, 
Rio Claro, em 12-6-88 (dada como Ip. Blanchetii, CHOIS., de que é 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. VI q 


fácilmente distinguida pelos ângulos (não lóbulos) foliares agudos e 
pelos pedúnculos longos, alêm da forma característica dos sépalos). 


Vulgo: «Batata doce amarela», túberas comestíveis e graças à 
êstes cultivada. 


var. leucorhiza, GRISEB. 


Museu Paulista: n.º 564, UsTERI, S. Carlos, S. Paulo, em 
8-2-903. 


Vulgo: « Batata doce ». Nesta variedade as folhas são 5-7 lobadas 
e os lobos acuminados. 


Ip. obtusiloba, MeIssN. 
(Ob. cit. pag. 283). 


Museu Paulista: n.º 3972, PADRE A. RUSSEL, Itú, S. Paulo, 
em 2-898 (indet.). 


Planta trepadeira de folhas grandes e tri-péntalobadas, recobertas 
de pêlos estrelados mui bastos que tambêm se encontram sôbre os 
pecíolos e os ramos; pelo seu porte e aspecto lembrando de espécies 
de Cayaponia. inflorescências 3-8-floras, tão longas quanto as folhas 
com os pecíolos; sépalos glabros, obtusos, ovalados, pouco desiguais 
entre si e corola rósea ou roxo-clara, de 5-6 em. de comp. Pólen 
nitidamente armado. 


Ip. caêérica, Sw. var. uniflora. (Tp. stipulacea, JACQ.). 
(Ob. cit. pag. 288). 


Museu Paulista: n.º 26 e 7, USTERI, Avenida Paulista, S. 
Paulo, em 5-11-906 (dada como Tp. pedunculata, FORSK., que, na flora, 
é sinónimo. Ignoramos se esta foi, mais tarde, reerguida à categoria 
de espécie autónoma). 


Planta bastante parecida com a Merremia glabra, HaLL. (Tp. 
glabra, Crois.), porêm com os folíolos mais oblongados e obtusos 
ou tambêm curto-acuminados e inflorescências uni-raro bifloras, mais 
curtas que as folhas, sépalos a metade mais curtos e corola roxa, 
de 5 em. de comp. Características para a espécie são as estípulas 
sempre 3-5-partidas na base dos pecíolos. O pólen armado a distingue 
genéricamente da espécie supra citada. 


var. obtusata, HOEHNE (nov. var.). 


Museu Paulista: n.º 4108, LOFGREN, Praia Grande, Santos, 
em 25-10-98 (indet.). 


Foliolis sessilibus, late elliptico-obovatis, parvis, apice obtuso- 
rotundatis interdumque emarginatis, pedunculis unifloris, floribus ro- 
seis 5-6 cm. longis. 

As formas dos segmentos das folhas são bons característicos para 
esta variedade. Nos demais detalhes ela concorda muito bem com 
o tipo da espécie. 


78 Convolvuláceas 


IpioSpe.? 


Horto Oswaldo Cruz: n.º 3886 (Dr. AFRÂNIO AMARAL leg.), 
Nha da Queimada Grande, S. Paulo, em 4-919. 


Aproxima-se esta planta da Ip. sericophylla, MEISSN.; em virtude 
de ser o material demasiado deficiente não nos é possível assegurar 
a sua identidade. 


17 - Calonyction, Croisy 


Na «Flora Brasiliensis », de MARTIUS, o género Ipomoea, L., com- 
preende, não só Calonyction, CHOISY, mas tambêm os géneros: Mina, 
Lrave er Lex., Quamoclit, POURNEF., Exogonium, CHOISY eiPharbitas, 
CHOISY, que passaram a formar secções. Mas, no « Pflanzenfamilien » 
de A. ENGLER & PRANTL., O Dr. A. PETER restabeleceu a autonomia 
dêstes, acceitando porêm, mais tarde (pag. 376 do vol. IV, 3.2), a 
opinião de HALLIER, conforme vimos mais atrás. Seguindo, portanto, 
a orientação da referida obra, que é actualmente considerada: base 
para a sistemática, excluiremos dêstes citados géneros apenas: Mina, 
Exogonium e Pharbitis. 


Calongyction, CHOISY abrange quatro espécies, das quais duas 
são descritas na «Fl. Brasiliensis» como indígenas no Brasil. O 
característico delas é o tubo muito estreito e longo e o limbo amplo 
e quási orbicular da corola. PETER afirma que o latex de algumas 
é usado, no Ceilão, para fazer coagular o da Castiloa elastica, CERV. 
e, é possível, que tambêm no Amazonas se o empregue para os 
mesmos fins, na preparação da seringa das Heveae, pois que HUBER e 
ULE mencionam o facto de se misturar, em alguns pontos, com a 
mesma, o suco de uma trepadeira, sem contudo apontarem a espécie. 


Calon. speciosum, CHoIsy (-Ipomoea bona-nox, L.). 
(Ob. cit. pag. 215). 


Horto Oswaldo Cruz: n.º 7903, G. GEHRT leg. Butantan; 
S. Paulo, 6-922. 


— Museu Paulista: n.º 2169, LOFGREN ET EDWALL, Franca, 
S. Paulo, em 16-1-93 e s-n., UsTERI, Chora-Menino, S. Paulo (Capital), 
em 17-5-17. 


Comissão Rondon: n.º 135, HorHNE, Amolar, margens do 
Rio Paraguai, Grande Pantanal, Mato-Grosso, em 8-908; — n.ºs 1204 
e 1217, IDEM, Campina, S. Luiz de Cáceres, em 1-909 e ainda n.ºs 4794 
e 4795, IDEM, imediações de Corumbá, idem, em 2-911. 


Esta planta se. acha dispersada por todo o Brasil e tambêm é 
comum na Argentina e no Paraguai. Em Mato-Grosso ela forma, com 
suas longas lianas, verdadeiras parêdes de verdura nas margens das 
matas junto aos rios Paraguai e Jaurú, na parte compreendida no 
Grande Pantanal. As inflorescências são axilares e paucifloras; as 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fase. VI 79 


flôres sao grandes e têm um tubo corolíneo de 10-12 em. e limbo 
de pouco menor diâmetro e bastante aberto, quási orbicular, e são 
totalmente brancas côr de leite. 


18 - Quamoclit, TouvrnEr. 


A Secção Quamochit do género Ipomoea, L. na «Flora Brasilien- 
sis» compreendia sete espécies distintas, que, conforme já vimos 
mais atrás, na descrição dos géneros estabelecidos, foi elevada, ao 
que foi primitivamente, à categoria de género autónomo, abrangendo 
seis espécies brasileiras, que, por sua vez tambêm sofreram modifi- 
cações sensíveis na sua definição. A estas adicionaremos mais uma 
que foi recolhida no norte do nosso País pelo meritoso scientista 
Dr. DIAS DA RoocHA. 


Quam. coccinea, Don (-Ip. hederifolia, L., etc., conforme vimos mais 
atrás). 


Ob: cit pag; 218); 
pag ) 


Horto Oswaldo Cruz: n.º 7872, HogHNE, nos terrenos cul- 
tivados do Horto, Butantan, em 5-922. 


Museu Paulista: n.º 3749 (Dr. Campos Novais leg.), Espirito 
Santo do Pinhal, S. Paulo, em 4-1897 (det.). 


Comissão Rondon: n.º 6257, HogHNE, Lagoa Santa, Minas- 
Gerais, em 11-915. 


Bela trepadeira de folhas trilobadas e base cordada, quási retan- 
gularmente incisas e com os lobos triangulares ou mais inteiras e 
com êstes agudos; inflorescências longas, com 3-10 flôres, estas coc- 
cineas e com tubo recto e o pistilo e estames exsertos; corola de 
4 em. de comp.; sépalos corniculados perto do ápice pelo lado 
dorsal. Planta decorativa. 


Quam. Rochai, HogHNE (sp. nov.). (Ipomoea Rochai, HOBHNE). 
(Post Quam. coceinea, MNCH. inserenda est). 


Volubilis subglabrata; ramis novellis, petiolis, foliis et inflores- 
centiis tenuissime laxeque pubescentibus; foliis membranaceis, +-6 em. 
longo petiolatis, cordato-lanceolatis vel anguste hastato-cordatis, lon- 
gissime acuminatis, ad margines sparse sinuosoque dentatis, apice 
minutissime mucronatis, 5-10 cm. longis et 3-4 cm. latis; inflorescentiis 
axillaribus folium aequantibus vel paullulo brevioribus, superne bi- 
trifurcatis ramosis, floribus speciosis, numerosis; pedicellis 5-7 mm. 
longis, glabris; sepalis glabris, aequimagnis, obtusis et mucronatis 
dorsaliter paulo supra medium crasse patenteque gibboso-corniculatis; 
corolla roseo-purpurascenti, e basi ad apicem gradatim ampliata, fere 
4,5-5 em. longa et limbo usque ad 3,5 em. diametienti; genitalia inclusa, 
fere 15-18 mm. longa; stigmate capitato-didymo; capsulis ovoideis 
sepalis induratis cinctis, glabris, 7-8 mm. longis (2-spermis?); seminibus 


80 Convolvuláceas 


tenue vellutinis et as angulos laxe longeque pilosis seu comosis, 
c. 5 mm. longis. 


Horto Oswaldo Cruz: n.º 4090 (Dr. Dias DA RocHa leg. 
n.º 16), Ceará, s-ind., enviada a esta Secção em 1921. 


Tábula n.º 19. 


O que mais impressiona nesta planta são as gibas corniformes 
que se levantam, pouco acima do meio, na parte dorsal dos sépalos 
cujo ápice obtuso é tambêm mucronado e às vezes até um pouco 
emarginado; as bordas dêstes sépalos são escariosas. Folhas mais 
ou menos hastato-cordadas, de ponta acuminada e longa e margens 
irregular e indistintamente sinuoso-unduladas. As flôres bastante de- 
corativas (depois de sêcas: de côr roxo-avermelhada) atingem de 
4,5-5 em. de comprimento e se abrem uma após as outras, da base 
para o ápice da inflorescência. Infelizmente o material é bastante 
deficiente, mas os caracteres que nêle podemos precisar bastam per- 
feitamente para firmar a nova espécie. 


Relação numérica das Convolvulaceae do 
Museu Paulista 


S/número e sfind. — Ipomoea hastata 
(Meissn.), Hall. pag. 63 
S/número (Luederwaldt) — Ipomoea li- 
toralis, Boiss. pag. 70 


S/número (Usteri) — Merremia glabra 
(Chois.), Hall. pag. 61 
S/número (Usteri) — Ipomoea purpu- 

rea, Lam. pag. 64 
S/número (Usteri) — Ipomoea litora- 


lis, Boiss. pag. 70 

S/número (Usteri) Ipomoea pes-caprae, 
Sweet. pag. 71 

S/número (Usteri) — Calonyction spe- 
ciosum, Chois. pag. 78 

S/número (Usteri) — Evolvulus Riede- 
li, Meissn. pag. 41 

S/número (Usteri) — Evolvulus seri- 
ceus, Swartz, var. angustifolius, 
Hoehne, pag. 42 


1 (Usteri) — Ipomoea virgata, Meissn. 
var. paniculata, pag. 66 

2 (Usteri) — Cuscuta racemosa, Mart. 
var. calycina, pag. 33 

3 (Usteri) — Jacquemontia ruja, Hall. 
var. ambigua, Meissn. pag. 51 

4 (Usteri) — Merremia contorquens 
(Chois.), Hall. pag. 62 

1 (Usteri) — Ipomoea caêrica, Sw. var. 


uniflora, pag. 4 
9 (Usteri) Jacquemontia menispermoi- 
des, Chois. pag. 48 


10 (Usteri) — Jacquemontia hirsuta, 
Chois, var. trichodonta, pag. 36. 
11 (Usteri) — Ipomoea jamaicencis, 


Don. var. sericea. pag. 64 
12 (Usteri) — Ipomoea purpurea, Lam. 
pag. 64 


13 (Usteri) — Evolvulus pusilus, 
Chois. pag. 38 

21 (Usteri) — Ipomoea floribunda, 
Meissn. var. Marti. pag. 72 

26 (Usteri) — Ipomoea caérica, Sw. 
var. uniflora, pag. 14 

29 (Usteri) — Ipomoea procumbens, 


Mart. pag. 70 
32 (Usteri) — Convolvulus Ottonis, 
Meissn. pag. 58 


35 (Usteri) — Ipomoea longicuspis, 
Meissn. pag. 64 
36 — (Usteri) — Jacquemontia rufa 


(Chois.), Hall. var. ambigua, 
Meissn. pag. 37. 

97 (Usteri — Ipomoea polymorpha, 
Riedel, var. calvescens, pag. 70 


38 (Usteri) — Ipomoea polymorpha, 
Riedel, var. heteremorpha, pag. 
69 

44 (Usteri) — Ipomoea triloba, L. var. 
genuina, pag. 76 


45 (Usteri) — Ipomoea foribunda, 
Meissn. var. Martii, pag. 72 
120 — Jacquemontia Loejgrenii, Hoeh- 


ne pari bo 
215 — Ipomoea polymorpha, Riedel, 
var. heteromorpha, pag. 69 
233 (Usteri) — Ipomoea villosa, Meissn. 


pag. 67 j 

283 — Evolvulus holosericeus, H. B. 
K. pag. 41 

388 — Ipomoea jamaicensis, Don. var. 


sericea, pag. 64 

414 — Jacquemontia rufa (Chois.), 
Hall. var. ambigua, Meissn. pag 
51 

502 — Ipomoea floribunda, Meissn. 
var. Marti, pag. 72 


507 — Merremia  glabra (Chois.), 
Hall. pag. 61 
564 — Ipomoea batatas, Lam. var. 


leucorhyza, Griseb. pag. 7 
581 — Merremia digitata (Spr.), Hall. 
var. cinerea. pag. 59 


583 — Ipomoea patula, Chois. var. 
monticola, Mart. pag. 65 

637 — Ipomoea batatas, Lam. var. 
indivisa, Griseb. pag. 76 

815 — Jacquemontia Martii, Chois. 
var. floribunda, pag. 49 

824 — Cuscuta racemosa, Mart. var. 
calycina, pag. 33 

932 — Evolvulus sericeus,  Swartz, 
pag. 41 

985 — Evolvulus jrankenioides, Mo- 
ric. pag. 39 


994 — Merremia digitata (Spr.), Hall. 
var. cinerea, pag. 59 

1046 — Evolvulus fuscus, Meissn. 
var. acutifolius, pag. 37 

1080 — Evolvulus pterocaulon, Moric. 


pag. 35 

1143 — Evolvulus echioides, Moric. 
var. longipilosus, Chois. pag. 37 

1413 — Merremia tomentosa (Chois.), 
Hall. pag. 60 

1600 — Jacquemontia Blanchetii, Mo- 
ric. pag. 49 

1737 — Merremia sinuata (Ortega), 


Hall. var. edentata, pag. 61 


6 


82 Relação numérica das Convulvolaceae 


1794 — Jacquemontia Blanchetii, Mo- 
ric. pag. 49 

2029 — Ipomoea ypatula, Chois. var. 
monticola, Mart. pag. 65 

2034 — Ipomoea procurrens, Meissn. 
pag. 70 

2080 — Jacquemontia sphaerocephala, 
Meissn. pag. 54 

2082 — Ipomoea villosa, Meissn. pag. 
67 

2131 — Jaequemontia sphaerocephala, 
Meissn. pag. 54 

2169 — Calongyction speciosum, Chois, 
pag. 78 


2187 — Evolvulus 
et Mart. var. 


glomeratus, Nees 
strigosus, Chois. 


pag. 36 

2188 — Evolvulus canescens, Meissn. 
pag. 40 

2222 — Ipomoea tubata, Nees. pag. 71 

2401 — Dichondra parvifolia, Meissn. 
pag. 34 


2491 — Ipomoea triloba, L. var. 
berrima, pag. 76 

2554 — Merremia tomentosa (Chois.), 
Hall. pag. 60 

2514 — Evolvulus pusillus, Chois. pag. 


gla- 


38 

2607 — Evolvulus pusillus, Chois. pag. 
38 

2884 — Cuscuta racemosa, Mart. var. 
brasiliana, pag. 32 

3092 — Operculina Convolvulus, Man- 


so, pag. 62 
3386 — Ipomoea polymorpha, Riedel, 
var. heteromorpha, pag. 69 
3507 — Jacquemontia grandiftlora, 
Meissn. pag. 50 


3508 — Convolvulus Ottonis, Meissn. 
pag. 58 

3693 — Ipomoea tubata, Nees. pag. 
a 

3749 — Quamocht coccinea, Moench. 
pag. 79 


3750 — Ipomoea purpurea, Lam. pag. 
64 


Marti, Chois. 


pag. 49 


3151 — Jacquemontia 
var. floribunda, 


3972 — Ipomoea obtusiloba, Meissn. 
pag. 77 

4097 — Ipomoea purpurea, Lam. pag. 
64 

4098 — Ipomoea longicuspis, Meissn, 
pag. 64 

4099 — Ipomoea litoralis, Boiss. pag. 
AO) 

4108 — Ipomoea caêrica, Sw. var. ob- 
tusata, Hoehne, pag. 77 

43380 — Evolvulus sericeus, Swartz, 


var. Loejgrenii, Hoehne, pag. 42 
4331 e 43582 — Jacquemontia hirsuta, 
Chois. var. trichodonta, pag. 49 
4338 — Merremia cissoides (Griseb.), 


Hall. var. subsessilis, pag. 59 
4334 — Ipomoea Loejgrenii, Hoehne, 
pag. 76 
4335 — Ipomoea floribunda, Meissn. 


var. Martii, pag. 72 

4381 — Cuscuta racemosa, Mart. var. 
brasihana, pag. 32 

4497 — Ipomoea triloba, L. var. gla- 
berrima, pag. 76 


5828 — Ipomoea jamaicensis, Don. 
var. sericea, pag. 64 

5829 — Jacquemontia velutina, Chois. 
pag. 48 

5830 — Ipomoea macrophylla, Chois. 
pag. 72 

58382 — Ipomoea procumbens, Mart. 
pag. 70 

5833 — Ipomoea cuneijolia, Meissn. 
pag. 67 

5834 — Ipomoea virgata, Meissn. var. 
angustata,? pag. 66 

5835 — Evolvulus macroblepharis, 


Mart. pag. 40 

5836 — Merremia contorquens (Chois.), 
Hall. pag. 62 

5837 — Evolvulus sericeus, Swartz, 
var. angustifolius, Hoehne, pag. 
42 

5838 e 5839 — Dichondra repens, 
Forst. var. macrocalyx (Meissn), 
pag. 34 


Relação numérica das Convolvulaceae da 
Comissão Rondon 


135 — Calonyction speciosum, Chois. 
pag. 78 
239, 335 e 350 — Aniseia minor, Pil- 


ger, pag. 51 

362 — Merremia umbellata (L.), Hal- 
lier, pag. 60 

514 — Evolvulus nummularius, L. pag. 
39 


997 — Ipomoea fistulosa, Mart. pag. 
65 


702 — Evolvulus pterygophyllus, Mart. 


pag. 36 

1026 e 1048 — Cuscuta partita, Chois. 
pag. 33 

11338 — Cuscuta obtusiflora, H. B. K. 
pag. 33 


1204 e 1217 — Calongyction speciosum, 
Chois. pag. 78 

1272 — Jacquemontia viscidulosa, Hoeh- 
ne, pag. 51 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I - fasc. VI 83 


1273 — Jacquemontia mattogrossensis, 
Hoehne pag. 54 

1531 — Ipomoea goyazensis, Gardn. 
ag. 15 

1885 — Evolvulus pterocaulon, Moric. 
pag. 35 


2263 — Jacquemontia Rondonii, Hoeh- 
ne, pag. 53 
2264 — Ipomoea Schomburgkii, Chois. 


pag. 69 

2265 — Ipomoea Rondoniae, Hoehne, 
pag. 68 

2266 — Evolvulus pterocaulon, Moric. 


var. floccosus, Meissn. pag. 35 
2267 — Dicranostyles Kuhlmannii, Hoeh- 


ne, pag. 47 
2268 — Bonamia Kuhlmannii, Hoehne, 
pag. 44 


2269 — Ipomoea Rondoniae, Hoehne, 
var. breviracemosa, Hoehne, pag. 


69 

2270 — Evolvulus pterocaulon, Moric. 
ag. 35 

2271 — Ipomoea polyrhizos, Chois. 
pag. 66 

2427 — Prevostea glabra, Chois. pag. 
43 

2883 e 2884 — Evolvulus filipes, 
Mart. pag. 38 

2886 — Evolvulus  nummularius, L. 
pag. 39 

2978-2980 — Ipomoea | puolyrhizos 


Chois. pag. 66 
3034 — Evolvulus incanus, Pers. pag. 


41 
3035 — Evolvulus chamaepitys, Mart. 
— var. caespitosa, Meissn. pag. 36 
3029 — Bonamia mattogrossensis, Hoeh- 
ne, var. obtusifolia, Hoehne, 


pag. 46 

3041 — Merremia Rondoniana, Hoehne, 
pag. 60 

3042 e 3044 — Bonamia corumbaensis, 


Hoehne, pag. 45 
3045, 3046 e 3049 — Evolvulus co- 
rumbaensis, Hoehne, pag. 39 


3050 — Ipomoea argyreia, Meissn. 
pag. 

3051 — Ipomoea sidaejolia, Chois.? 
pag. 74 

3053 — Evolvulus glomeratus, Nees et 
Mart. pag. 36 

3054 — Evolvulus niveus, Mart. pag. 
35 

3057-3060 — Jacquemontia | gracilis, 
Chois. pag. 54 

3061 — Operculina altissima, Meissn. 
pag. 62 

3064 — Jacquemontia cuyabana, Hoeh- 
ne, pag. 56 


3065 e 3067 — Evolvulus gypsophi- 
loides, Moric. var. brevifolius, 
pag. 37 


4016 — Cuscuta obtusiflora, H. B. K. 
pag. 33 

4228 — Merremia cissoides (Griseb.), 
Hall. var. viscidula, pag. 59 

4481 e 4482 — Cuscuta partita, Chois. 


pag. 33 

4557 — Ipomoea goyazensis, Gardn. 
pag. 15 

4616 — Ipomoea argyreia, Meissn. 
pag. 67 


4634 — Evolvulus chamaepitys, Mart. 
var. caespitosus, Meissn. pag. 
26 


4655 — Bonamia mattogrossensis, Hoeh- 


ne, pag. 46 
4741 — Ipomoea corumbaensis, Hoeh- 
ne, pag. 74 


4794 e 4795 — Calongyction speciosum, 


Chois. pag. 78 


4796 — Jacquemontia tamnifoha, Gri- 
seb. pag. 52 

4837 — Evolvulus nummularius, L. 
var. grandifolia, Hoehne, pag. 39 

4868 — Evolvulus glomeratus, Nees et 
Mart. pag. 36 

4932 — Evolvulus incanus, Pers. pag. 
41 

4935 — Evolvulus filipes, Mart. pag. 

38 

5199 — Ipomoea macrophylla, Chois. 

pag. 72 


5449 e 5450 — Evolvulus pterocaulon, 
Moric. var. Ffloccosus, Meissn. 


pag. 35 

6182 — Merremia tomentosa (Chois.), 
Hall. pag. 60 

6183 — Jacquemontia | rufo-velutina, 
Meissn. pag. 53 

6185 — Evolvulus sericeus, Swartz, 
pag. 41 

6188 — Cuscuta racemosa, Mart. var. 


calycina, pag. 33 

9189 — Evolvulus Martii, Meissn. pag. 
37 

6191 e 6192 — Merremie digitata 
(Spr.), Hall. var. cinerea, pag. 
59 


6214 — Evolvulus aurigenius, Mart. 
pag. 40 

6257 — Quamocht coccinea, Moench. 
pag. 79 

6502 — Evolvulus aurigenius, Mart. 
pag. 40 

6793 — Merremia tomentosa (Chois.) 
Hall. pag. 60 : 

6823 — Jacquemontia hirsuta, Chois. 
var. trichodonta, pag. 49 

6848 — Jacquemontia eriocephala, 
Meissn. pag. 53 

6858 — Jacquemontia hirsuta, Chois. 


var. trichodonta. pag. 49 


Pan a > 
Í ' 
Y 
À » 
1: Ta 7 
Ef E] 
a b 


PA 


. a? 


e ROTA b 
= y 
5, 1 
; 
I 4 

a E 

AR] . 

€ p 
e 
T q 
1 
N 
1] k « 
q 
A 
+ 
E | 
“ 
; 
Rs 


A un piso 
| 
au 
K 
no , 
A ' 
y 
e + 


CONTRIBUIÇÃO AO CONHECIMENTO 


DAS 
LORANTHACEAE 
do Brasil meridional 
(Beitrige zur Kenntnis der siidbrasilianischen Loranthaceen) 
pelo 


Dr. K. Krause, () de Berlim 


ALEMANHA 


() Tendo havido, por parte de algumas pessõas, equívoco, chamamos a atenção para o 
facto de que se trata do Professor K. Krause, do Museu Botânico de Berlim, especialista em Ru- 
biaceae e Loranthaceae e não do Professor R. Kraus, director dêste Instituto. 


PREFÁCIO 


O nosso conhecimento das Lorantha- 
ceae do sul do Brasil é ainda muito de- 
ficiente e imperfeito, o que pode ser 
atribuido especialmente ao facto de que 
nem todos os coleccionadores teem dado 
a devida atenção aos representantes 
desta família. Principalmente as espécies 
de flôres pequenas dos géneros Viscoi- 
deae, Eremolepis, Eubrachion, Antida- 
phne e outros, parecem ter passado des- 
apercebidas, e, exatamente por isto, 
seria recomendável dar-se às mesmas 
a maior atenção para o futuro. 

A publicação da relação das Loran- 
thaceae, nos últimos anos, colhidas pelo 
Snr. HogHSE, e outros, em São Paulo 
e seus arredores, é, apezar da sua in- 
significáncia, interessante pelo facto de 
conter diversas espécies que, em parte 
não eram até aqui conhecidas ou pelo 
menos só fôram colhidas uma ou duas 
vezes nesta região; as localidades de que 
procedem, são porêm novas para quási 
tôdas as espécies e, como a indicação 
destas pode contribuir para o melhor 
conhecimento da sua dispersão geográ- 
fica, as citaremos aqui. 


VORWORT 


Unsere Kenntnis siúdbrasilianischer 
Loranthateen ist bisher eine ziemlich 
geringe, was zum Teil wohl dadurch er- 
klárt werden muss, dass nicht alle Samm- 
ler den Vertretern dieser Familie die 
nótige Beachtung schenken..Zumal die 
kleinbliitigen Gattungen der Viscoideae, 
Eremolepis, Eubrachion, Antidaphne u. 
a., ccheinen oft úbersehen worden zu 
sein, und es ist deshalb sehr wiinschens- 
wert, fortan gerade auí sie erhóhte 
Auimerkcamkeit zu richten. 

Die im Folgenden veróffentlichte Auf- 
zâahlung der in den letzten Jahren von 
F. C. HognnE und anderen in S. Paulo 
und den Nachbargebieten gesammelten 
Loranthaceen ist, trotz ihres geringen 
Umianges, deshalb interessant, weil ihr 
mehrere Arten angehóren, die bisher ent- 
weder iúberhaupt noch nicht aus die- 
cer Gegend bekannt waren oder dcrt 
erst ein- bis zweimal gesammelt wurden ; 
die speziellen Standorte in dem Gebiet 
selbst sind fast fr jede einzelne Art 
neu; weshalb wir sie auch hier alle mit 
aufzáhlen. 


Phrygilanthus 


Phryg. eugenioides (H. B. K.), EIcHL. 


- Syn.: Loranthus eugenioides, H. B. K. 
S. Paulo: n.º 3706 (leg. A. GEHRT), Emas, em 16-12-19. 
Minas-Gerais: n.º 3261 (leg. A. GEHRT), Serra do Pico, Belo- 


Horizonte, em 16-3-19. 


Espécie bastante comum no 
Brasil e regiões circumvizinhas, 
que no aspecto e estrutura das 
folhas varia bastante, mas que 
na forma das flôres é muito 
constante. 

E frequentemente encontra- 
da parasitando as raizes de ou- 
tras plantas e então se apresenta 
em forma de arbusto ou pequena 
arvore. 


Eine in Brasilien und den 
Nachbargebieten weit verbreitete 
und hãufige Art, die in der Ge- 
stalt der Blitter ziemlich variabel 
ist, dagegen in der Form der 
Bliúten sehr konstant bleibt. 

Diese Pflanze wird sehr oft 
auf den Wurzeln anderer ange- 
troffen, und dann nimmt sie die 
Form eines Strauches oder klei- 
nen Baumes an. 


, Psittacanthus 


Psitt. robustus, MART. 


Minas-Gerais: n.º 3186 (leg. A. GEHRT), Belo-Horizonte, em 
16-2-19; — n.º 3663 (leg. G. GEHRT), Itirapina, em 26-2-20, 


Pelos ramos espessos e te- 
trágonos, folhas grossas e coria- 
ceas e flôres relativamente gran- 
des, uma planta muito vistosa e 
atraente, que tambêm aparece em 
outros pontos do Brasil meridio- 
nal e central. 


Psitt. falcifrons, MART. 


Maranhão: n.º 2106 (leg 
em 20-5-918. 


Esta planta tambêm já foi 
recolhida, por outros colecciona- 
dores, mais para o norte e até 
no alto Japurá no Amazonas. 


Durch die starken, vierkan- 
tigen Zweige, die dicken, lederar- 
tigen Blatter und die besonders 
grossen und schônen Bliten eine 
sehr auffallende Art, die auch 
im mittleren und siúdlichen Bra- 
silien vorkommt. 


. Dr. Ozimo DE CARVALHO), Viana, 


Diese Pflanze ist auch weiter 
nach Norden, im Amazonas bis 
zum oberen Japurá gesammelt 
worden. 


90 Loranthaceae 


Struthanthus 


Struth. uruguensis (Hook. ET ARN.), EICHL. 
Syn.: Struthanthus complexus, EICHL. 


S. Paulo: n.º 583, HogHNE, Butantan, em 25-9-917. 


Esta espécie estende-se des- Die Art ist von Siúdbrasilien 
de o Brasil meridional, sôbre o úber Uruguay, Nordargentinien, 
Uruguay, norte da Argentina, Pa- Paraguay bis nach Bolivien ver- 
raguay até à Bolivia. breitet. 


Struth. flexicaulis, MART. 


S. Paulo: n.ºs 1943, 2133 e 2170 (Dr. Campos Novais leg.), 
Campinas, em épocas diversas e oferecidos em 1918. 


Até aqui esta planta foi — Bisher ist diese Pilanze aus 
só encontrada nos estados de S. Paulo, Minas und Goyaz 
S. Paulo, Minas e Goiás. bekannt geworden. 


Struth. polyrhizus, MART. 
S. Paulo: n.º 341, HogHNE, Butantan, em Julho de 1917. 


Uma espécie bastante co- Eine in ganz Brasilien sehr 
mum em todo o Brasil. Sôbre háufige Art. Auf Rapanea und 
espécies de Rapanea e de Se- Sebastiania-Arten. 
bastiania. 


Struth. concinnus, MART. 


S. Paulo: n.º 2566, HogHNE, Rio Pequeno, Butantan, em 
28-10-918; — n.º 2618, Ipem, Caixa d'Água do Araçá, em 12-918 e 
n.ºs 2091, 2132 e 2278 (Dr. Campos Novais leg.), Campinas, em épocas 
diversas, oferecidos em 1918; — n.º 2608 (BENTO DE ToLEDO n.º 64), 
Campinas, em 4-918. 


Esta comunissima espécie Diese weitverbreitete Art 
do Brasil meridional já tem sido aus Siidbrasilien ist schon wle- 
colhida repetidas vezes em 5. derholt in S. Paulo gesammelt 
Paulo. worden. 


Struth. Hoehnei, KRAUSE (sp. nov.). 


Frutex parasiticus erectus ramis ramulisque modice validis te- 
retibus et ad nodos paullum complanatis glabris cortice brunneo 
vel griseo-brunneo obtectis. Foliorum oppositorum petiolus applanatus 
supra canaliculatus, 1-1,8 cm. longus; lamina rigida coriacea utrinque 
glaberrima lanceolata vel ovato-lanceolata apicem versus subsensin 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I - fasc. VI 91 


angustata acutata basi obtusiuscula vel subacuta ima basi paullum 
decurrens, 3,5-7,5 cm. longa, 1,8-3,5 cm. lata, costa media supra 
impressa, subtus prominente percursa, nervis lateralibus vix conspi- 
cuis. Flores (in specimine praecedente masculi, feminei nondum noti) 
in pseudocymis axillaribus in glomerulos contractis; pedunculi pe- 
dicellique brevissimi vel nulli; bracteae ovatae subacutatae vix 2 mm. 
longae; calyculus truncatus, tepala pallido-viridescentia, anguste li- 
nearia, superne lanceolato-dilatata, acuta, reflexa, 5-6 mm. longa, fa- 
ciliter decidua; stamina in medio tepalorum inserta, inaequalia, lon- 
giora tepala subaequantia, filamenta filiformia, antherae oblongo-ovoi- 
deae, apiculatae; ovarium depressum, stylo modice valido apice in- 
crassato, 3-4 mm. longo coronatum. 


S. Paulo: n.º 2602, HogHNE, Estação Biologica do Alto da 


Serra, em 5-12-918. 


Cabula nº 20. 


Cabe esta nóva espécie, de 
flôres dispostas em glomerulos, 
na subsecção Struthiocephalus e, 
nesta, ella tem afinidade com o 
Struth. taubatensis, EICHL., igual- 
mente colhido em S. Paulo, do 
qual porêm se distingue pelas 
folhas mais grossas e mais longo 
pecioladas, cujas nervuras, com 
excepção da central, são quási 
imperceptíveis. 


Struth. vulgaris, MART. 


Diese Art gehôórt mit ihren 
sitzenden Bliútenkópfchen im die 
Subsection Struthiocephalus und 
hier im die Verwandschaft des 
ebenfalls in S. Paulo gesammel- 
ten Struth. taubatensis, EICHL., 
von dem sie aber durch dickere, 
linger gestielte Blãtter abweicht, 
deren Nervatur mit Ausnahme 
der Mittelrippe kaum sichtbar 
ISt. 


S. Paulo: n.º 97, HogHNE, Butantan, em 2-5-917 e n.º 211, 


idem, idem, em 13-6-17. 


BURCHELL foi o primeiro 
que colheu esta planta em 5. 
Paulo. 


BuRCHELL war der erste der 
diese Pflanze in S. Paulo sam- 
melte. 


Phoradendron 


Phorad. craspedophyllum, ErcHr. 


S. Paulo: n.º 2171 (Campos Novais leg.), Campinas, ofertado 


em 6-1918. 


Esta espécie é bem caracte- 
rizada pelas suas folhas que ter- 
minam numa ponta estreita e 
aguda. A sua dispersão geográ- 
fica parece ser limitada, porque 


Durch die mit einer feinen 
scharfen Spitze versehenen Blãt- 
ter ist diese Art leicht kenntlich. 
lhre Verbreitung scheint be- 
schrânkt zu sein. Bisher ist sie 


92 Loranthaceae 


até hoje só é conhecida de 5. 
Paulo, onde a colheram, SELLO 
e BURCHELL, e de St. Catarina, 
onde a constatou o Dr. E. ULE. 


nur von S. Paulo, wo sie von 
SELLO “und BURCHELL gesam- 
melt wurde, sowie aus St. Ca- 
tharina, wo sie ULE feststellte, 
bekannt geworden. 


Eremolepis 


Erem. Glaziovii (v. TrgGH.), ENGLER. 


S. Paulo: n.º 3996, HogHNE, Biologica, Alto da Serra, em 


4920, e outras épocas. 


E um pequeno arbusto que 
tambêm é encontrado parasitan- 
do raizes de outras plantas. Suas 
folhas são bastante variáveis em 
tamanho. 


Ein klemer Strauch der auch 
oft auf den Wurzeln anderer 
Pflanzen vorkommt. Seme Blãt- 
ter sind sehr variabel im ihrer 
Grôsse. 


EXPLICAÇÕES DAS ESTAMPAS 


Tábula n.º 1 — Evolvulus corumbaensis, HOEHNE. 
(Segundo o n.º 3046 — H.). 


Fig. 


1 — Ramo da planta dividido ao meio, me- 
tade do tam. nat. 

2 — Pedaço do ramo e uma folha, au- 
mentados. 

3 — Bráctea, ampliada. 

4 — Bractéola, ampliada. 

5 — Pistilo, ampliado. 

6 — Estame, ampliado. 


Tábula n.º 2 — Bonamia Kuhlmannii, HogHNE. 
(Segundo o n.º 2268 — K.). 


Fig. 
» 


1 — Ramo florido, metade do tam. nat. 

2 — Ambito de uma folha adulta, tam. nat. 

3 — Flôr com um dos sépalos aberto, am- 
pliado. 

4 — Bráctea, ampliada. 

5 — Sépalo interno, ampliado. 

6 — Estame, ampliado. 

1 — Pistilo e ovário, ampliados. 

8 — Ramificação da inflorescência, ampliada. 


Tábula n.º 3 — Bonamia corumbaensis, HOEHNE. 
(Segundo o n.º 3042 — H.). 


Fig. 


» 
» 


1 — Parte da planta, tal como foi encontrada, 
mostrando a parte inferior que estava 
enterrada, metade do tam. nat. 

2 — Flôr em secção longitudinal, ampliada. 

3 — Sépalos ampliados. 

4 — Ramúsculo da inflorescência, mostrando 


as brácteas, ampliado. 
5 — Estame, ampliado. 
6 — Pistilo e ovário, ampliados. 


Tábula n.º 4 — Bonamia mattogrossensis, HokHNE (typo). 
(Segundo o n.º 4655 — H.). 


Fig. 


1 — Parte terminal de um ramo, metade do 
tam. nat. 

2 — Flôr, ampliada. 

3 — Estame, ampliado. 

4 — Pistilo e ovário, ampliados. 

5 — Semente, ampliada. 


94 Explicações das estampas 


Tábula n.º 5 — Bonamia mattogrossensis, HOEHNE, var. obtusifolia, 
HogHNE. 


(Segundo o n.º 3088 — H.). 


Fig. 1 — Ramo florido, metade do tam. nat. 
» 2 — Flôr, em corte longitudinal, ampliada. 
» 8- Flôr vista de cima, ampliada. 

» 4 -— Estame, ampliado. 

» 5 — Pistilo e ovário, ampliados. 

» 6 — Semente, ampliada. 

» 7 isépalo, ampliado. 


Tábula n.º 6 — Decranostyles Kuhlmannii, HogHNE. 
(Segundo o n.º 2267 — K.). 


Fig. 1 — Ramo florido, metade do tam. nat. 

» 2 -— Inflorescência antes da àântese, am- 
pliada. 

» 3 — Flôr em corte longitudinal, ampliada. 

» 4 — Sépalos, ampliados. 

» 5 — Pétalo, antes da ântese, ampliado. 

» 6 — Estame e antera, ampliados. 

» 7 — Pistilo e ovário, ampliados. 


Tábula n.º 7 — Jacquemontia viscidulosa, HOEHNE. 
(Segundo o n.º 127%2 — K.). 
Fig. 1 — Planta inteira, em tam. nat. 
» 2 — Pedaço de um ramo, mostrando a forma 
dos pêlos, ampliado. 
» 3 — Fruto envolvido pelos sépalos, ampliados. 
» 4 — Sépalo, ampliado. 
» 5 — Os segmentos do fruto vistos de cima 
e lado, ampliados. 
"-» 6 — Estame, ampliado. 
» 7 — Pistilo e ovário, ampliados. 


Tábula n.º 8 — Jacquemontia Rondonii, HoBgHNE. 
(Segundo o n.º 2263 — K.). 


Fig. 1 — Planta inteira, reduzida à metade do 
tam. nat. 

» 2 — Flôr, ampliada. 

» 3 — Pistilo e ovário, ampliados. 

» 4 — Estame, ampliado. 

» 5 — Cápsula aberta, mostrando as sementes, 
ampliada. 

» 6 — Brácteas, ampliadas. 

7 — Sépalo, ampliado. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I - fasc. VI 95 


Tábula n.º 9 — Jacquemontia mattogrossensis, HOBHNE. 
(Segundo o n.º 1273 — K.). 
Fig. 1 — Planta inteira, em tam. nat. (especime 
pequeno). 
» 2 — Sépalos envolvendo o fruto, ampliado. 
3 — Brácteas externas e internas, ampliadas. 
» 4 — Corola, ampliada. 
» 5 — Semente, ampliada. 


Tábula n.º 10 — Jacquemontia gracilis, CHOIS. 
(Segundo o n.º 3060 — H.). 


Fig. 1 — Planta cortada em A e em B, reduzida 
a metade do tam. nat. 
2 — Sépalo exterior, ampliado. 
3 — Semente, ampliada. 
4 — Pistilo e ovário, ampliados. 


Tábula n.º 11 — Jacquemontia Loefgrenii, HOBHNE. 
(Segundo o n.º 120 — L.). * 
Fig. 1 — Planta inteira, em tam. nat. (dividida 
em x). - 
2 — Sépalo exterior, ampliado. 
» 3 — Sépalo interior, ampliado. 
4 — Estame, ampliado. 
5 — Pistilo e ovário, ampliados. 


Tábula n.º 12 — Jacquemontia cuyabana, HOBHNE. 
(Segundo o n.º 3064 — H.). 
Fig. 1 — Planta inteira, reduzida à metade do tam. 
nat. e com as pontas aparadas. 
2 — Sépalos vistos por dentro e por fóra, 
ampliados. 
» 3 — Pistilo e ovário, ampliados. 
» 4-— Ovário em corte transversal, ampliado. 
» 5 — Semente, ampliada. 


Tábula n.º 13 — Merremia Rondoniana, HOBANE. 
(Segundo o n.º 3041 — H.). 
Fig. 1 — Ramo florido, reduzido à metade do 
tam. nat. 

» 2 — Parte superior e ramúsculos da inflores- 
cência, ampliados. 

» 8 — Sépalo exterior, ampliado. 

» 4 — Estame, ampliado. 

» 5 — Pistilo e ovário, ampliados. 


96 Explicações das estampas 


Tábula n.º 14 — Ipomoea Rondoniae, HOEHNE. 
(Segundo o n.º 2265 — K.). 


Fig. 1 — Pedaço mediano e superior da planta, 
reduzida à metade do tam. nat. 

» 2 — Um botão e pedaço de um ramúsculo 
floral, ampliados. 

» 3 — Sépalo interno (glabro e margens esca- 
riosas), ampliado. 

» 4 — Sépalo exterior, ampliado. 

» “5 — Pistilo e ovário, ampliados. 

» 6 — Estame ampliado, mostrando tambêm a 
antera de lado. 

» 17 — Bráctea, ampliada. 

» 8 — Bractéola, ampliada. 


Tábula n.º 15 — Ipomoea Rondoniae, HOEHNE, var. breviracemosa, 
HoEHNE. 


(Segundo o n.º 2269 — K.). 


Fig. 1 — Planta inteira, reduzida à metade do 
a tam. nat. 

» 2 — Sépalo exterior, ampliado. 

» 3 — Sépalo interior, ampliado. 

» 4 — Bráctea, ampliada. 

» 5 — Bractéola, ampliada. 

» 6 — Pistilo e ovário, ampliados. 

» 7 — Estame, ampliado. 


Tábula n.º 16 — Ipomoea Florentiana, HOEHNE. 
(Segundo o n.º 1742 — H.O.C.). 


Fig. 1 — Parte dum ramo, reduzida à metade do 
tam. nat. 

» 2 — Sépalo externo, ampliado. 

» 3 — Sépalo interno, ampliado. 

» 4 -— Pistilo e ovário, ampliados. 

» 5 — Estame e antera, ampliados. 

» 6 — Semente, ampliada. 


Tábula n.º 17 — Ipomoea corumbaensis, HORHNE. 
(Segundo o n.º 4741 — H.). 


Fig. 1 — Parte superior da planta, reduzida à me- 
tade do tam. nat. 

» 2 — Sépalo interno, ampliado. 

» 3 — Sépalo externo, ampliado. 

» 4 — Pistilo e ovário, ampliados. 

» 5 — Estame, ampliado. 

» 6 — Semente, ampliada. 

» 7 — Pedaço de uma folha mostrando o re- 
vestimento característico, ampliado. 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I - fasc. VI 97 


Tábula n.º 18 — Ipomoea Loejgrenii, HOEHNE. 
(Segundo o n.º 43384 — L.). 
Fig. 1 — Ramo da planta, cortado em x e re- 
duzido à metade do tam. nat. 
» 2 — Sépalo exterior, ampliado. 
» 3 — Sépalo interior, ampliado. 
» 4 — Antera, ampliada. 
» 5S — Pistilo e ovário, ampliados. 
O Sépalo interior muito aumentado. 


Tábula n.º 19 — Quamockit Rochai, HOBHNE. 
Fig. 1 — Ramo florido, metade do tam. nat. 
2 — Sépalos vistos por dentro, fóra e lado, 
ampliados. 
» 3 — Estame, ampliado. 
» 4 -— Pistilo e ovário, ampliados. 
» 5 — Semente, ampliada. 


» 


Tábula n.º 20 — Struthanthus Hoehnei, KRAUSE. 
Fig. A — Ramo florido em tam. nat. 
» B-— Flôr isolada, ampliada. 
» €C — Segmentos do perígono com os estames. 
» D — Pistilo ampliado. 
» E — Duas inflorescências axilares sem os té- 
palos. 


TÁBULAS 


PNR jo 


Td 7 E riy 


O 


“An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. 1 - fase. VI Tab. 1 


Evolvulus corumbaensis. Hoehne 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. | - fasc. VI abro 


G. M. del. 


Bonamia Kuhlmannii. Hoehne 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. VI Tab. 3 


Bonamia corumbaensis. Hoehne 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. 1 - fasc. VI Tab. 4 


Bonamia mattogrossensis. Hoehne 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. VI Tab. 


G. M. del. 


Bonamia mattogrossensis. Hoehne 
Var. obtusifolia Hoehne 


Mo) 
a 
a + 
io 
a 
i E 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. VI Tab. 6 


G. M. del. 


Dycranostyles Kuhlmannii. Hoehne 


Tab: 7 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I - fase. VI 


Hoehne 


Sá. 


Jacquemontia viscidulo 


Tab. 8 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fase. VI 


Jacquemontia Rondonii. Hoehne 


Tab. 9 


I- fase. VI 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. 


Hoehne 


"ossensis. 


Jacquemontia mattogi 


gia 
EE 


E 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. VI Tab. 10 


< 
a 
U 
E 
= 
u 
E) 
jap) 
[6 
E 


Tabs im 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. 1 - fase. VI 


S 
É 


Et 


Jacquemontia Loefgrenii. Hoehne 


An. das Mem. do Instituto de 


Butantan — Vol. I - fasc. VI 


Tab. 


5 
no 
uv 
E 
E 
uv 
E 
E 
(5) 
m 


12 


Jacquemontia cuyabana. Hoehne 


Tab. 13 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. | - fase. VI 


o 
T 


G. M 


Merremia Rondoniana. Hoehne 


Tab. 14 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I - fasc. VI 


Ipomoea Rondoniae. Hoehne 


Tab. 15 


I- fasc. VI 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. 


Ipomoea Rondoniae var. breviracemosa 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I- fasc. VI 


Tab. 16 


k RNA Cs pa, 


Rr qu 


EP: 
PEA, 
a 

e: 


É 


Esc. 2/, 


G. M. del. 


TAB TIO: 16; 


Ipomoea Florentiana. Hoehne 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. 1 - fasc. VI 


G. M. del. A 


Ipomoea corumbaensis. Hoehne 


Tab. 


4741 - H 


17 


Tab. 18 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. 1 - fasc. VI 


Ipomoea Loefgrenii. Hoehne 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. 1 -fasc. VI Tab. 19 


Quamockit Rochai. Hoehne 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. 1 - fasc. Vi Tab. 20 


Struthanthus Hoehnei. Krause 


Índice alfabético das espécies citadas no volume | 


A 


Aciotis aequatorialis, Cgn. — V, pag. 96 
Aciotis brachybotrya, Triana — V, pag. 
97 


Aciotis caulialata, Triana — V, pag. 98 
Aciotis circaefolia, Triana — V, pag. 97 
Aciotis dichotoma, Cgn. — V, pag. 96 
Aciotis dysophylla, Triana — V, pag. 98 
Aciotis paludosa, Triana — V, pag. 97 


Aciotis purpurascens, Triana var. pel- 
lucida, Cgn.? — V, pag. 97 
Acisanthera alata, Cgn. var. ciliata, 
Cgn. — V, pag. 53 

Acisanthera alsinaefolia, Triana —V, 
pags. 52, 53 e 91 

Acisanthera alsinaefolia, var. glabrius- 
cula, Cgn. — V, pag. 53 

Acisanthera alsinaefolia, var. parvijo- 


ka, Cgn. — V, pag. 53 
Acisanthera bracteosa (Huber) Hoeh- 
ne — V, pag. 54 
Acisanthera divaricata, 
50 
Acisanthera fluitans, Cgn. var. 
Cgn. — V, pag. 50 
Acisanthera Glazioviana, 


Cgn. — V, pag. 
repens, 


Cgn. — V, pag. 


52 

Acisanthera limnobios, Triana — V, pag. 
50 

Acisanthera recurvata, Triana — V, pag. 
51 

Acisanthera trivalvis, Cgn. — V, pag. 51 

Acisanthera variabilis, Triana, — V, 
pass. 51, 92,53 e 93 

Acisanthera variabilis, var. glabriws- 
cula, Cgn. — V, pag. 52 

Acisanthera variabilis, var. herbacea, 
Schl. et Mart. — V, pag. 52 

Acisanthera variabilis, var. parvifolia, 


Cgn. — V, pag. 52 
Acisanthera variabilis; var. 
Cgn. — V, pag. 52 


trifolia, 


Adelobotrys ciliata, Triana — V, pag. 
100 

Aeschynomene sensitiva, Sw. — VI, 

Alabertia aff. uniflora, Schumann — HI, 
pag. 15 

Alsophila atrovirens, Pr. — V, pag. 110 

Anasthrosyne abyssinica, Hochst. — 1, 
pag. 45 


Aniseia cernua, Moric. — VI, pag. 26 

Aniseia ensifolia, Chois. — VI, pag. 26 

Aniseia gracilima, Chois. — VI, pags. 
26 e 56 


Aniseia hastata, Meissn. — VI, pags. 
26 e 63 

Aniseia martinicensis, Chois. — VI, 
pags. 9, 26 e 57 

Aniseia minor, Pilger — VI, pag. 56 


Aniseia mitens, Chois. — VI, pags. 26 
ES 

Aniseia uniflora, Chois. — VI, pags. 9, 
26 e 57 

Aniseia Vellosiana, Chois. — VI, pag. 
26 


Argireia arborea, Lour. — VI, pag. 9 


Argireia malabarica, Chois. — VI, pag. 
Argireia speciosa, Sweet. — VI, pag. 
9 
B 
Bacillus radicicola, Beyer — I, pag. 9 
Barbosella crassifolia (Edw.) Schltr. 
— UI, pag. 
Basanacantha spinosa, Schum., var. fe- 


rox, Schum. — III, pag. 15 


Batatas tomentosa, Chois. — VI, pag. 
Sa 

Bathysa Nicholsonii, Schum. (não 
Bapth.) — III, pag. 9 


Bathysa stipulata, Presl. — III, pag. 9 
Behuria insignis, Cham. —V, pag. 99 
Behuria parvifolia, Cgn. — V, pag. 99 


Bellucia brasiliensis, Naud. — V, pag. 
169 + 

Bellucia grossularioides, Triana —V, 
pag. 169 

Bertolonia longifolia, Cham. — V, pag. 
102 


Bertolonia Mosenii, Cgn. —V, pag. 102 

Bifrenaria aúreo-fulva, Ldl. — II, pag. 
42 

Bifrenaria Harrisoniae. 
42 

Bletia purpurea, D. C. — IV, pag. 63 

Bletia verecunda, R. Br. — IV, pag. 63 

Bonamia agrostopolis (Vell.) Hal. — 
VI, pag. 44 

Bonamia Burchelliú (Chois.) Hall — 
VI, pags. 12, 14, 17 e 45 


Ldl. — II, pag. 


Bonamia corumbaensis, Hoehne — VI, 
pag. 45 

Bonamia ferruginea (Chois.) Hall. — 
VI, pag. 44 

Bonamia Kuhlmannii, Hoehne — VI, 
pag. 44 

Bonamia Langsdorifi (Meissn.) Hall. 
— VI, pag. 44 


2 Índice alfabético das espécies citadas no volume I 


Bonamia maripoides, Hall. — VI, pag. 
44 

Bonamia mattogrossensis, Hoehne — 
VI, pag. 45 

Bonamia mattogrossensis var. obtusifo- 
lia, Hoehne — VI, pag. 46 


Bonamia tricantha, Hall. — VI, pags. 
12 e 44 

Bonamia umbellata (Chois.) Hal — 
VI, pag. 44 


Borreria asclepiadea, Cham. et Schltd. 
— III, pag. 30 

Borreria cupularis, D. C. — III, pag. 29 

Borreria cjr. equisetoides, Cham. et 
Schltd. — II, pag. 30 

Borreria eryngioides, Cham. et Sehltd., 
— WI, pag. 28 

Borreria  eupatorioides. Cham et 
Schltd. — III, pag. 30 

Borreria latifoha, D. C. var. siderites, 
Schum. — III, pag. 30 

Borreria poaga, D. C. var. genuina, 
Schum. — III, pag. 29 

Borreria poagya, D. C. var. nervosa, 
Schum. — III, pag. 29 

Borreria Runkei, Mey. — III, pag. 28 

Borreria scabioides, Cham. et Schltd. 
— HI, pag. 29 

Borreria tenella, Cham. et Schltd. — 
II, pag. 29 

Borreria tenella, var. genuina, Schum. 
— JII, pag. 29 

Borreria tenella, var. platyphylla, 
Schum. — III, pag. 29 

Borreria valerianoides, Cham. et Schiltd. 
— II, pag. 30 

Borreria verbenoides, Cham. et Schitd, 


— UI, pag. 30 : 

Borreria verticillata, Mey. — III, pag. 
29 

Brachystele Ulei (Cgn.) Sehltr. — II, 
pag. 26 

Breweria Burchellii, Chois. — VI, pag. 
44 

Breweria Longsdorfjii, Meissn. — VI, 
pag. 44 

Breweria venulosa, Meissn. — VI, pag. 
44 

Bulbophyllum Napelh, Ldl. — II, pag. 
39 

Bulbophyllum Weddelli, Reichb. f. — 
II, pag. 38 

C 

Calanthe mexicana, Reichb. f. — IV, 
pag. 63 

Calonyction grandiflorum, Chois. — VI, 
pag. 31 

Calonyction muricatum, Hall. — VI, 
pag. 31 

Calonyction speciosum, Chois. — VI, 


pags. 7,8, 31 e- 78 


Calonyetion ventricosum, Hall — VI, 
pag. 31 

Calystegia sepium, R. Br. — VI, pags. 
6, 8e 27 

Calystegia setifera, Meissn. — VI, pags. 
27,e 63 


Calystegia soldanella, R. Br. — VI, pag. 
8 


Cambessedesia espora, D. C. var. cha- 
+ maedrifolia (Schrank. et Mart.), 
Cgn. — V, pag. 15 h 
Cambessedesia Hilariana, D. C. var. 
grandiflora — V, pag. 16 

Cambessedesia Hilariana, var. lanceo- 
lata — V, pag. 16 

Cambessedesia Hilariana, var. linea- 
riste No pag 216 

Cambessedesia Hilariana, var. vulga- 
ris — V, pag. 16 

Cambessedesia ilicifolia, Triana —V, 


pag. 15 

Cambessedesia ilicifolia, var. genuina 
==, par. 15 

Cambessedesia ilicifolia, var. integer- 
rima — V, pag. 15 

Cambessedesia ilicifolia, var. setigera 
== V, pag. 15 

Cambessedesia setacea, Cgn. —V, pag. 
16 

Campylocentrum Burchelli, Cgn. — TI, 
pag. 47 

Campylocentrum hirtelum, Cgn. — IV, 
pag. 67 


Campylocentrum parahybunense (Rdr.) 
Cgn. — IV, pag. 68 

Campylocentrum pubirhachis, Schltr. — 
IV, pag. 67 

Campylocentrum Selowii (Reichb. f.) 
Rolfe — IV, pag. 68 | 

Castiloa elastica, Serv. — VI, pag. 78 

Cattleya Forbesii, Ldl. — II, pags. 36 e 
31 e IV, pag. 62 

Cattleya guttata, Ldl. var.? — IV, pag. 
62 


Cattleya Loddigesii, Ldl. — II, pags. 36 


e 37 

Centella asiatica (L.) Urb. — VI, pags. 
20 e 23 

Cephaelis hancorniaejolia, Bth. — II, 
pag. 24 


Cephaelis involucrans, Muell. Arg. — 
HI, pag. 23 

Cephaelis ipecacuanha, A. Rich. — III, 
pag. 24 

Cephaelis nuda, Cham, et Schltd. — HI, 
pag. 24 

Cephaelis pleiocephala, Muell. Arg. — 
HI, pag. 23 

Cephaelis ruelliifolia, Muell. Arg. — II, 
pag. 23 


Cephaelis stachyoides, Bth. — JII, pag. 
24 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. | 3 


Chaetostoma armatum, Cgn. — V, pag. 
po 

Chaetostoma Glaziovii, Cgn. var. ru- 
bella — V, pag. 16 

Chaetostoma pungens, D. C. —V, pag. 
Td 


Chaetostoma Riedelianum, Cgn. —V, 


pag. 17 

Chiocoeca brachiata, Ruiz et Pav. — 
HI, pag. 16 

Cinchona calisaya, Wedd. — III, pag. 
10 

Clidemia aphnantha, Sagth. var. dro- 
sera, Cgn. — V, pag. 172 

Clidemia blepharodes, D. C. — V, pag. 
160 

Clidemia bulosa, Cgn. — V, pags. 159 
e 164 

Clidemia capitata, Bth. — V, pags. 165 
e 166 

Clidemia conglomerata, D. C. —y, 
pag. 173 

Clidemia cubatanensis, Hoehne — V, 
pag. 161 


Clidemia dentata, Don. — V, pag. 159 

Clidemia epibacterium, D. C.—qv, 
pag. 175 

Elen Francavillana, Cgn. — V, pag. 
HI 

Clidemia hirta, D. Don. — V, pag. 159 

Clidemia hirta, var. elegans, Griseb 


== V, 159 

Ciidemia japurensis, D. C. — V, pag. 
162 

Clidemia  Kuhlmannii, Hochne — V, 
pag. 163 

Olidemia longisetosa, Hoehne — V, 
pag. 165 


Clidemia neglecta, D. Don. — V, pag. 
162 e 164 


Clidemia parasitica, O. Berg. — V, 
pag. 172 

Clidemia pussiliflora, Hoehne — V, 
pag. 167 

Clidemia pustulata, D. C. — VI. pag. 
165 

Clidemia rubra Mart. — V, pag. 166 e 
175 


Clidemia rubra Mart. var. ursina, Hoeh- 
nel“ VM paso t6 
Clidemia suffruticosa, O. Berg. — V, 


pag. 160 

Clidemia tilinefolia, D. C. — V, pag. 
159 e 162 

Clidemia umbonata, D. C. — V, pag. 
164 e 165 

Coccocypselum canescens, Willd. — 
HI, pag. 12 

Cocecocypselum condalia, Pers. — III, 
pag. 12 

Cocecocypselum cordatum, Krause — III, 
pag. 13 


Coccocypselum erythrocevhalum, Cham. 
et Schltd. — III, pag. 13 
Coccocypselum gquianense, Schum. — 

HI, pag. 12 
Coccocypselum uniflorum, Hassler — 
HI, pag. 13 
Coffea minor, Cham. — III, pag. 21 
Colax jugosus, Ldl. — II, pag. 43 
Comolia affinis, Hoehne — V, pag. 91 


Comohia bracteosa, Huber — V, pag. 54 

Comolia Hoehnei, Cgn. — V, pag. 90 

Comolia Kuhlmannii, Hoehne — V, 
pag. 92 

Comolia lanceaefolia, Triana — V, pag. 
87, e 94 

Comolia tanceaefoha var. major — V, 
pag. 87 


Comolia lythrarioides, Naud. — V, pag. 
91 


Comolia neglecta, Cgn. —V, pag. 92 
Comolia purpurea, Mig. — V, pag. 93 
Comolia sertularia, Triana — V, pag. 94 
Comolia sessilis, Triana — V, pag. 93 
Convolvulus althaeoides, L. — VI, pag. 


9 

Convolvulus arvensis, L. — VI, pag. 8 

Convolvulus canariensis, L. — VI, pag. 
9 

Convolvulus crenatifolius, L. — VI, pag. 
58 

Convolvulus farinosus, EL. — VI, pag. 9 


Convolvulus hirsutus, Rieb. — VI, pag. 
Convolvulus incanus, Vahl. — VI, pag. 


Convolvulus montevidensis, Spreng. — 
VI, pag. 58 

Convolvulus montevidensis, var. mega- 
potamicus — VI, pag. 58 

Convolvulus mucronifer, Chois. — VI, 
pag. 51 

Convolvulus Ottonis, Meissn. — VI, pag. 


Convolvulus polyrhizos, Manso — VI, 
pag. 66 
Convolvulus scammonia, L. — VI, pag. 


Convolvulus scoparius, L. — VI, pag. 8 

Convolvulus tomentosus, Lour. — VI, 
pag. 9 

Convolvulus tricolor, L.— VI, pag. 9 

Coussarea hydrangeifolia, Bth. et Hook. 
— JL pag: 24 


Coussarea nodosa, Muell. Arg. — III, 
pag. 24 

Coussarea triflora, Muell. Arg. — HI, 
pag. 25 


Coutarea hexandra, Schum. var. pubes- 
cens, Schum. — III, pag. 12 
Craniches Bradei, Schltr. — IV, pag. 32 
Craniches candida, (Rdr.) Cgn. — II, 

pag. 26 e IV, pag. 33 


4 Índice alfabético das espécies citadas no volume 1 


Craniches glabricaulis, Hoehne — IV, 
pag. 33 

Craniches micrantha, Krzl. — IH, pag. 
26 e IV, pag. 33 

Craniches muscosa, Sw. — IV, pag. 33 

Craniches parvifolta, Porsch. — II, pag. 


26 e IV, pag. 33 
Cressa australis, R. Br. — VI, pag. 22 
Cressa cretica, L. — VI, pag. 9 
Cuscuta corymbosa, R. et Pav. — VI, 
pag. 17 
Cuscuta lupuliformis, — VI, pag. 32 
Cuscuta obtusiflora, H. B. K. — VI, pag. 
32 e 33 
Cuscuta obtusiflora, var. 
Engl. — VI, pag. 32 
Cuscuta partita, Chois. — VI, pags. 7 
e 33 
Cuscuta racemosa, Mart. — VI, pag. 7 
Cuscuta racemosa, var. brasiliana, Engl. 
— VI, pag. 33 
Cuscuta racemosa, var. calycina, Engl. 
— VI, pag. 33 


glandulosa, 


Cuscuta reflexa, Roxb. — VI, pag. 32 

Cuscuta trinctoria, Mart. — VI, pags. 7 
e 32 

Cuscuta xanthochortos, Mart. — VI, 
pag. 7 

Cyanaeorchis Arundinae (Reicb. f.) 
Rdr. — II, pag. 38 

Cyanaeorchis minor, Schltr. — II, pag. 
38 

Cyelomorum caracasanum, Walp. — 1 
pag. 45 


Cyplopogon bicolor (Ldl.) Sehltr. — 
IV, pag. 25 

Cyclopogon Bradei, Schltr. — IV, pag. 
24 


Cyclopogon elatus (Rich.) Sehltr. — 
IV, pag. 25 

Cyclopogon graciliscapa, Schltr. — IV, 
pag. 2 

Cyclopogon iguapensis, Sechltr. — IV, 
pags. 25, 26 e 27 

Cyclopogon Lindleyanus (Lk. KI. et 


Otto) Schltr. — IV, pag. 26 
Cyclopogon multijlorus, Schltr. — IV 
pag. 27 
Cuclopogon prasophylus (Reichb. f.) 
Schltr. — IV, pag. 28 


Cyclopogon paulensis, Schltr. — IV, 
pag. 27 

Cuyclopogon saxicolus, Sehltr. — IV, 
pag. 26 

Cyclopogon stictophyllus, Schltr. — IV, 
pag. 24 


Cyrtopodium Ffalcilobum, Hoehne et 
Schltr. — II, pag. 39 

Cyrtopodium lissochiloides, Hoehne et 
Schltr. — II, pag. 40 

Cyrtopodium poecilum, Reichb. f. et 
Warm. — II, pag. 41 


D 
Declieuxia chiococcsides, Muell. Arg. 
— WI, pag. 22 


Declieuxia chiococcoides, var. puberula, 
Muell. Arg. — III, pag. 22 


“Declieuxia cordigera, Mart. et Zucc. — 


HI, pag. 23 

Declieuxia divergentiflora, D. C. — HI, 
pag. 22 

Declieuxia intermedia, Muell. Arg. — 
HI, pag. 22 

Declieuxia polygalwides, Zucc. — TI, 
pag. 22 

Declieuxia sclerophylla, Muell. Arg. — 
HI, pag. 23 

Dendrobium longifolium, H. B. et Uth. 
— IV, pag. 63 

Desmocelis villosa, Naud. — V, pag. 55 

Desmocelis villosa var. stachyoides, 


Cgn. — V, pags. 38 e 55 


Desmodium adscendens, D. C. — 1, 
pags. 35, 38 e 54 

Desmodium albiflorum, Salzm. — 1, pag. 
42 

Desmodium ancistrocarpum, Ledbe — 
I, pag. 40 

Desmodium annuum, Gray, — I, pag. 45 

Desmodium aparines, Hassk. — 1, pag. 
45 

Desmodium aparines, D. C. — 1, pag. 


Desmodium arinense, Hoehne — I, pags. 


35 e 53 

Desmodium asperum, Desv. — I, pags. 
24 e 26 

Desmodium aff. asperum, Desv. — 1, 
pag. 54 

Desmodium axillare, D. C. — I, pag. 34 

Desmodium barbatum, Bth. — 1, pag. 
31 

Desmodium bracteatum, Mich. — 1, 
pag. 30 


Desmodium brevipes, Vog. — I, pag. 28 


Desmodium bullamense, G. Don. — 1, 
pag. 28 

Desmodium caespitosum, D. C. — 1, 
pag. 35 

Desmodium cajanifolium, D. C. — 1, 
pags. 17 e 51 

Desmodium Chamissonis, Vog. — 1 
pag. 45 : 

Desmodium coeruleo-violaceum, D. C. 
— |, pag. dl 

Desmodium cuneatum, Hook. et Arn. — 

I, pag. 18 

Desmodium discolor, Vog. — 1, pags. 
19 e 38 

Desmodium diversifolium, Schltd. — T, 
pag. 40 

Desmodium elatum, H. B. K. — |, pag. 
24 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. 1 5 


Desmodium ellipticum, Mac. — I, pag. 
35 

Desmodium granulatum, Walp. — 1 
pag. 28 

Desmodium incanum, D. C. — 1, pag. 
38 

Desmodium infractum, D. C. — I, pags. 
38 e 51 

Desmodium juruenense, Hoehne — 1, 
pag. 33 

Desmodium laburnifolium, Sieber. — 
I, pag. 17 

Desmodium leiocarpum, Don. — 1, pags. 


23, 26, 51, 52 e 54 
Desmodium Lindleyi, Mart. — 1, pag. 


40 

Desmodium lunatum, Huber. — 1, pag. 

Desmodium lupulinum, Sehltd. — 1 
pag. 37 

Desmodium molle, D. C. —I, pag. 43 

Desmodium obovatum, Vog. — 1, pag. 

Desmodium ospriostreblum, Steud. — 
I, pag. 45 

Desmodium oxalidifolâium, G. Don. — 
I, pag. 35 

Desmodium pachyrhizum, Vog. — 1, 
pag. 46 

Desmodium parvifotium, Bak. — 1, 
pag. 28 

Desmodium parvifolium, Blanco — 1, 
pag. 28 

Desmodium pedicellatum, Grah. — 1, 
pag. 44 À 

Desmodium perrotteti, D. C. — I, pag. 
24 

Desmodium yphysocarpos, Vog. — 1, 
pag. 44 

Desmodium pilosiuseulum, D. C. — I, 
pag. 37 

Desmodium platycarpum, Bth. — 1, 
pag. 45 , 

Desmodium racemiferum, D. C — 1 
pag. 35 

Desmodium radicans, Maç. — 1, pag. 
34 

Desmodium reptans, D. C. — I, pag. 
34 

Desmodium rubiginosum, Blh. — 1 
pag. 24 

Desmodium sandwicense, E. Mey. — 
I, pag. 37 

Desmodium selerophyllum, Bth. — 1, 


pags. 28 e 47 
Desmodium sparsiflorum, G. Don. — 
I, pag. 40 


Desmodium spectabile, Mig. — 1, pag. | 
24 


Desmodium spirale, D. C. — I, pag. 44 
Desmodium spirale, var. stoloniferum, 
D. C. — I, pag. 34 


Desmodium Sprengelii, G. Dietr. — 1, 
pag. 45 

Desmodium stipulaceum, Wall — 1, 
pag. 28 

Desmodium stipulaceum, D. C. — 
pag. 44 

Desmodium subsecundum, Vog. — 1, 
pag. 48 

Desmodium supinum, D. C. — 1, pag. 
40 

Desmodium sylvaticum, Bth. — I, pag. 
45 

Desmodium tenellum, D. C. — I, pag. 

Desmodium tenuiculum, D. C. — 1, pag. 
45 

Desmodium terminale, D. C. — I, pag. 
43 

Desmodium terminale, Guil. — 1, pag. 
45 

Desmodium tortuosum, D. C. — I, pag. 
45 

Desmodium tortuosum, Webb. — I, pag. 
51 

Desmodium triflorum, D. C. — I, pags. 
28 e 29 

Desmodium trigonum, D. C. — I, pag. 
37 

Desmodium uncinatum, D. C. — I, pag. 
37 

Desmodium variifolium, Steud. — 1, 
pag. 40 

Desmodium venosum, Vog. — 1, pag. 
49 : 

Desmodium Vogelii, Steud. — 1, pag. 
35 


Dichaea australis, Cgn. — IV, pag. 67 

Dichaea coriacea, Rdr. — IV, pag. 67 

Dichaea Cogniauxiana, Schltr. — IV, 
pags. 47 e 66 

Dichaea graminoides, Cgn. — IV, pag. 
47 

Dichaea graminoides (Sw.) Ldl. — II, 
pag. 47 e IV, pag. 66 

Dichaea pendula, Cgn. — II, pag. 49 


Dichondra parvifolia, Messn. — VI, 
pag. 34 

Dichondra repens, Forst. var. macroca- 
lyz, Meissn. — VI, pag. 34 

Diodia alata Nees et Mart. — II, pag. 
28 

Diodia polymorpha, Cham. et Sehltd. 
— II, pag. 27 


Diodia polymorpha, var. jloribunda, 
Schum. — III, pag. 28 

Diodia polymorpha, var. microphylla, 
Schum. — III, pag. 28 

Diodia radula, Cham. et Schltd. — IH, 


pag. 28 

Dicranostyles Kuhlmannii, Hoehne — 
VI, pag. 46 

Dicranostyles scandens, Bth. — VI, pags. 
46 e 47 


6 Índice alfabético das espécies citadas no volume 1 


Dipteranthus Bradei, Schltr. — IV, pag. 


65 

Dipteranthus corniger, Cgn. — IV, pag. 
tt 

Dipteranthus pellucidus, Cgn. — IV, 
pag. 66 

Dipteranthus pseudobulbifer, Rdr. — 
IV, pag. 66 

E 

Elleanthus brasiliensis, Reichb. f. — 
IH, pag. 25 

Elleanthus capitatus, Reichb. £. — II, 
pag. 25 

Elleanthus caravata, Reichb. f. — TI, 
pag. 25 

Emmeorrhiza  umbellata | (Spreng.) 
Schum. — III, pag. 30 

Epidendrum Alexandri, Schltr. — IV, 
pag. 

Epidendrum cauliflorum, Ldl. — IV, 
pag. 61 


Epidendrum ellipticum, Grah. — 1, pag. 
36 


Epidendrum fragrans, 
34 e IV, pag. 58 


Sw. — II, pag. 


Epidendrum geniculatum, Rdr. — II, 
pag. 35 

Epidendrum —hololeucum, Rdr. —H, 
pag. 35 

Epidendrum iguapensis, Sehltr. — IV, 
pag. 61: 


Epidendrum Loefgrenii, Cgn. — IV, pag. 
61 


Epidendrum minarunm, Hoehne et Schiltr. 


— U, pag. 35 

Epidendrum Mosenii, Reichb. f. — II, 
pag. 36 

Epidendrum nutans, Sw. — II, pag. 35 

Epidendrum paulense, Cgn. — II, pag. 
35 

Epidendrum planiceps, Kraenzl. — IH, 
pag. 36 

Epidendrum ramosum, Jacq. — II, pag. 


B6 e IV, pag. 59 

Epidendrum ramiferum, Ldl. — IV, pags. 
60 e 61 

Epidendrum raniferum, var. Loefgrenii, 
Cgn. — IV, pag. 61 

Epidendrum rigidum, Jacg. — IV, pag. 
ao 


Epidendrum strobiliferum, Reichb. f. 
— IV, pags. 59,60 

Epidendrum variegatum, Hook. — 1, 
pag. 34 e IV, pag. 58 

Epidendrum variegatum, Hook. var.? 


— I, pag. 34 
Eremolepis Glaziovii (v. 
= Dil, pardos 


Tiegh.) Engl. 


Eulophia alta (L.) Fawc. et Rendl. 
— IV, pag. 63 
Eulophia longifoia (H. B. et Uth.) 


Schltr. — IV, pag. 63 


| 
| 
| 
| 


Eulophia longifolia var. 
Sehltr. — IV, pag. 62 

Eulophidium macúlatum (Ldl.) Pfitz. 
— IV, pag. 64 


flavescens, 


Eulophidium maculatum var. Bradei, 
Schltr. — IV, pag. 65 
Evolvulus alsinoides, L. — VI, pag. 9 


Evolvulus anomalus, 
pag. 42 

Evolvulus anomalus, var. Loefgrenii, 
Hoehne — VI, pag. 42 

Evolvulus aurigenius, Mart. — VI, pag. 
40 


Meissn,? — VL 


Evolvulus canescens, Meissn. — VI, pag. 
40 

Evolvulus chamaepitis, Mart. var. caes- 
pitosus, Meissn. — VI, pag. 36 


Evolvulus columbianus, Meissn. — VI, 
pag. 39 

Evolvulus corumbaensis, Hoehne — VI, 
pag. 38 


Evolvulus echioides, Moric. var. 
pilosus, Chois. — VI, pag. 37 
Evolvulus filipes, Mart. — VI, pag. 38 


longi- 


Evolvulus jrankenioides, Moric. — VI, 
pag. 39 

Evolvulus fuscus, Meissn. var. acutifo- 
lius. — VI, pag. 37 

Evolvulus glomeratus, Nees. et Mart. 

— VI, pag. 36 

Evolvulus glomeratus var. albicans, 
Meissn. — VI, pag. 36 

Evolvulus glomeratus var. genuinus, 
Meissn. — VI, pag. 36 

Evolvulus glomeratus, var. strigosus, 


Chois. — VI, pag. 37 
Evolvulus gnaphalioides, 
ag. 39 
Evolvulus gypsophiloides, Moric. var. 
brevifolius. — VI, pag. 37 
Evolvulus holosericeus, H. B. K. — VI, 


Moric. — VI, 


pag. 41 

Evolvulus incanus, Pers. — VI, pag. 
41 

Evolvulus incanus, var. angustifolius, 


Hoehne — VI, pag. 42 

Evolvulus incanus, var. latior — VI, pag. 
42 

Evolvulus macroblepharis, Man — VI, 
pags. 40 e 41 

Evolvulus Martii, Meissn. = pag. 37 

Evolvulus niveus, Mart. — VI, pag. 35 

Evolvulus nummularius, L. — VI, pag. 
39 

Evolvulus nummularius, var. grandifo- 
ha, Hh. — VI, pag. 39 


Evolvulus: pterocaulon, Moric. — VI, 
pag. 35 
Evolvulus pterocaulon, var. floccosus, 


Meissn. — VI, pag. 35 
Evolvulus pterygophylus, 
pag. 35 


Mart. — VI, 


An. das Mem. do Instituto de: Butantan — Vol. 1 n 


Evolvulus pterygophyllus, var. puberu- 


lus, Meissn. — VI, pag. 35 

Evolvulus pusillus, Chois. — VI, pag. 
38 

Evolvulus Riedelii, Meissn. — VÍ, pags. 
39 e 40 

Evolvulus sericeus, Sw. — VI, pags. 41 
e 42 

Evolvulus speciosus, Moric. — VI, pag. 
43 

Evolvulus tenuis, Mart. — VI, pag. 39 

F 

Faramea dichotoma, Schum. — II, pag. 
25) 

Faramea -Hoehnei, Krause — II, pag. 
25 

Faramea latifoha, D. C. — II, pag. 26 

Faramea marginata, Mart. — HI, pag. 
26 


Faramea Martiana, Muell. Arg. — HI, 
pag. 25 

Frachiunguis brasiliensis, Schltr. — IV, 
pag. 56 

Fractiunguis reflexa (Reichb.) Schltr, 
— IV, pag. 56 


G 

Galeandra Beyrichi, Reichb. f. — II, 
pag. 38 

Gerardia digitata, Spr. — VI, pag. 28 

Gongora minax, Reichb. f. — II, pag. 
41 

Gongora quinquenervis, Ruiz et Pav. — 
IH, pag. 4 

Graifenrieda Weddelli, Naud. — NV, 
pag. 102 


Guettarda uruguensis, Cham. et Schltd. 
— HI, pag. 16 


H 
Habenaria Balansaei, Cgn. — II, pags. 
20 e 21 
Habenaria brachyphyton, Sehltr. — II, 
ag. 22 
Habenaria Bradei, Schltr. — IV, pag. 
13 


Habenaria butantanensis, Hoehne et 
Schltr. — II, pags. 19 e 21 
Habenaria Dusenii, Schltr. — IV, pag. 
16 (na linha 10.2, onde se 1ê Hab. 
foliosissima, Krzl., devido a erro 
typográfico) 

Habenaria flaccida, Kraenzl. — II, pag. 
El 

Habenaria foliosissima, Rraenzl. — IV, 
pag. 16 

Habenaria Guilleminii, Reichb. £ — II, 
pag. 21 

Habenaria Gehrtii, Hoehne et Schltr. 
II, pag. 18 


Habenaria graciliscapa, Rdr. — IV, pag. 
115) 

Habenaria Hoehnei, Schltr. — II, pag. 
Lg 

Habenaria leptoceras, Hook. — II, pag. 
28 


Habenaria leucosantha, Rdr. — II, pag. 
24 

Habenaria melanopoda, Hoehne et 
Schltr. — II, pag. 20 

Habenaria mesodactyla, Griseb. — II, 


pag. 20 

Habenaria minarum, Hoehne et Schltr. 
I, pag. 23 

Habenaria minimiflora, Kraenzl. — II, 


pags. 15 e 22 

Habenaria nana, Sehltr. — IH, pag. 22 

Habenaria odontopetala, Ldl. — II, pag. 
23 

Habenaria parviflora, Ldl. — II, pags. 
15, 21 e 22 

Habenaria pauciflora, Ldl. — II, pags. 


Sena . 
Habenaria petaloides, Ldl. — II, pag. 
24 


Habenaria petaloides, var. parviflora, 
Reichb. f. — 1], pag. 25 ! 
Habenaria pleiophylta, Hoehne et Schltr. 


—= II, pag: 23 

Habenaria polygonoides, Schltr. — IV, 
pag. 14 

Habenaria polyrhiza, Schltr. — IV, pag. 


14 | 
Habenaria Reichenbachiana, Rdr. — H, 
pag. 21 e IV, pag. 15 
Habenaria santensis, Cgn. — IV, pag. 16 
Habenaria sartor, Ldl. — II, pag. 17 
Habenaria sartoroides, Schltr. — II, pag. 


or; 

Habenaria secunda, Ldl. — II, pag. 22 
e IV, 16 

Habenaria subecalcarata, Rdr. — II, 
pag. 21 

Habenaria Vaupellii, Reichb. f. — IV, 
pag. 13 

Habenaria Warszewiczii, Schltr. — TI, 
pag. 25 

Hamelia patens, Jacq. — III, pag. 15 

Hedysarum adscendens, Swartz. — L, 
pag. 35 

Hedysarum adscendens, var. coeruleum, 
Link. — 1, pag. 37 


Hedysarum aperines, Link. — I, pag. 37 

Hedysarum asperum, Poir. — 1, pag. 24 

Hedysarum axillare, Swartz. — I, pag. 
34 

Hedysarum barbatum, L. —I, pag. 31 

Hediysarum cajamjolium, H. B. K. — 
T par  t 

Hedysarum coeruleo-violaceum, Mig. — 
I, pag. 31 

Hedysarum conjunctum, Weinm. — I, 
pag. 40 


8 Índice alfabético das espécies citadas no volume | 


Hedysarum erectum, Vell. — 1, pag. 23 


Hedysarum incanum, Swartz. — 1, pag. 
40 

Hedysarum lagocephalum, Link. — 1, 
pag. 31 

Hedysarum leiocarpum, Spreng. —, 
pag. 23 

Hedysarum molle, Vahl. —I, pag. 43 


Hedysarum procumbens, Vell. — LI, pag. 


Hedysarum reptans, Poir. — I, pag. 34 
Hedysarum Sinclairi, Bth. — |, pag. 37 


Hedysarum Sonorea, Gray. — I, pag. 37 

Hedysarum spirale, Swartz. — 1, pag. 
44 

Hedysarum stoloniferum, Poir. — I, pag. 
34 

Hedysarum supinum, Swartz. — |, pag. 
40 

Hedysarum tenellum, H. B. K.— 5 
pag. 44 

Hedysarum terminale, Rich. — E, pag. 
43 

Hedysarum uncinatum, Jacq. — L, pag. 
37 

Hedysarum venustulum, H. B. K. —1, 
pag. 31 

Hedysarum violaceum, Vel. — L pag. 
34 

Henriettea stellaris, O. Berg. — V, pag. 
170 

Henriettella Duckeana, Hoehne —V, 
pag. 170 

Heterotrichum octonum, D. C. — V, pag. 
155 

Hexisea rejlexa, Reichb. f. — IV, pags. 
55 e 56 


Huberia ovalifolia, D. C. —V, pag. 98 
Huberia semiserrata, D. C. — V, pag. 98 


I 

Indigojera lespedezoides, H. B. K. — VI, 
pag. 33 

Ipomoea acetosaejolia, Roem. et Schltz. 
— VI, pag. 70 

Ipomoea acuminata, Roem. et Schltz. — 
VI, pag. 64 ; 

Ipomoea albiflora, Moric. — VI, pag. 
28 

Ipomoea albiflora, var. cinerea, — VI, 
pag. 59 

Ipomoea angusfifjoha, Chois. — VI, pag. 
68 

Ipomoea angustifoa, Jacq. — VI, pag. 
=) 

Ipomoea aquatica, Forsk. — VI, pags. 6 
e 9 

Ipomoea argyreia, Meissn. — VI, pag. 
67 

Ipomoea aturensis, G. Don. — VI, pag. 
28 

Ipomoea batatas, Lam. — VI, pag. 5 


Ipomoea batatas, var. indivisa, Griseb. 


— VI, pag. 76 
Ipomoea batatas, var. leucorhiza, Gri- 
seb. — VI, pag. 71 


Ipomoea batatilia, Don. — VI, pag. 6 
Ipomoea batatoides, Chois. — VI, pag. 
72 


Ipomoea batatoides, Chois.? — VI, pag. 
73 


Ipomoea Blanchetii, Chois. — VI, pag. 
76 

Ipomoea bona-nox, L. — VI, pags. 31 
e 78 

Ipomoea bracteata, Cavn. — VI, pag. 9 

Ipomoea caêrica, Sw. var. oblusata, 
Hoehne — VI, pag. 71 


Ipomoea cairica var. umjlora — VI, 
pag. 17 

Ipomoea calycina, Meissn. — VI, pag. 
28 

Ipomoea campanulata, L.— VI, pag. 

Ipomoea capparoides, Chois. — VI, 
pag. 10 


Ipomoea cathartica, Poir. — VI, pag. 8 


Ipomoea cissoides, Griseb. — VI, pag. 
28 

Ipomoea cissoides, var. subsessilis — 
VI, pag. 59 

Ipomoea coccinea, L. — VI, pag. 31 


Ipomoea contorquens, Chois. — VI pags. 


28 e 62 
Ipomoea corumbaensis, Hoehne — VI, 
pag. 74 


Ipomoea corymbosa, Roth. — VI, pag. 
Ipomoea cuneifolia, Meissn. — VI, pag. 
67 


Ipomoea dissecta, Pursh. — VI, pag. 28 

Ipomoea dissecta Willd. — VI, pag. 9 

Ipomoea echioides, Chois. — VI, pag. 
10 

Ipomoea elegans, 
67% 

Ipomoea emetica, D. C. — VI, pag. 9 

Ipomoea ericoides, Meissn. — VL, pag. 


Meissn. — VI, pag. 


as 

Ipomoea fistulosa, Mart. — VI, pags. 
/6 (e 65 

Ipomoea Florentiana, Hoehne — VI, 
pag. 73 


Ipomoea jloribunda, Moric var. Marti 
— VI, pag. 72 

Ipomoea fulva, Bert. — VI, pag. 28 

Ipomoea gemella, Roth. — VI, pag. 9 

Ipomoea glabra, Chois. — VI, pags. 14, 
28, 61 e 77 

Ipomoea globosa, 
31 

Ipomoea goyazensis, Gardn. — VI, pag. 
75 


Meissn. — VI, pag. 


Ipomoea grandiflora, Lam. — VI, pag. 
9 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. I , 9 


Ipomoea Hartwegiu, Meissn. — VI, pag. 
31 

Ipomoea hastata (Meissn.) Hall. — VI, 
pag. 63 

Ipomoea hederijolia, L. — VI, pag. 79 

Ipomoea hederijolia, L.? — VI, pag. 31 

Ipomoea Hermanniae, L. Herit, var. 
elongatus — VI, pag. 64 


Ipomoea Hostmannii, Meissn. — VI, 
pag. 28 

Ipomoea jalapa, Pursh. — VI, pags. 6 
e q 

Ipomoea jamaicensis, G. Don. — VI, 
pag. 64 


Ipomoea Kunthiana, Meissn. var. pu- 
bescens, Meissn. — VI, pag. 70 


Ipomoea litoralis, Boiss. — VI, pags. 
8 e 70 

Ipomoea Llaveana, Meissn. — VI, pag. 
31 

Ipomoea Loejgrenii, Hoehne — VI, pag. 
75 


Ipomoea longicuspis, Meissn. — VI, pag. 
64 


Ipomoea longicuspis, var. brevipes. — 
VI, pag. 65 

Ipomoea macrophylla, Ahois. — VI, pag. 
72 


Ipomoea macrorhiza, Michx. — VI, pag. 


Ipomoea malvaeoides, Meissn. — VI, 
pag. 59 

Ipomoea malvaeoides, var. subglabra, 
Lgr. — VI, pag. 59 

Ipomoea mammosa, Chois. — VI, pag. 
6 

Ipomoea Marti, Meissn. — VI, pag. 71 

Ipomoea  Maximibiani, Meissn. — VI, 
pags. 28 e 61 

Ipomoea neeriijoha, Gardn. — VI, pags. 
68 e 69 

Ipomoea nil, Roth. — VI, pags, 9 e 64 

Ipomoea obtusifolia, Meissn. — VI, pag. 


Th 
Ipomoea orizabensis, Ledam. — VI, pag. 
1 
Ipomoea pandurata, Mey. — VJ, pag. 6 
Ipomoea paniculata, R. Br. — VI, pag. 


Ipomoea patula, Chois. var. monticola, 
Mart. VI, pag. 65 

Ipomoea Peckoltii, Meissn. — VI, pag. 
75 

Ipomoea pedunculata, Forsk. — VI, pag. 
qq 

Ipomoea peltata, Chois. — VI, pag. 9 

Ipomoea pentaphylla, Jacy. — VI, pag. 
28 

Ipomoea pes-caprae, Sweet. — VI, pags. 
8e 71 

Ipomoea pes-tigridis, L. — VI, pag. 9 

Ipomoea polymorpha, var. calvescens 
— VI, “pag. 69 


ipomoea polymorpha, var. heteromor- 
pha — VI, pag. 69 
Ipomoea polyrhizos, Chois.? — VI, pag. 


66 
Ipomoea potentilloides, Meissn. — VI, 
pag. 28 


Ipomoea procumbens, Mart. — VI, pag. 
70 

Ipomoea procurrens, Meissn. — VI, pag. 
0 


Ipomoea prostrata, Meissn. — VI, pag. 
55 

Ipomoea pubescens, Lam. — VI, pag. 
E) 


Ipomoea purga, Wender. — VI, pags. 
6e 7 

Ipomoea purpurea, Lam. — VI, pags. 
9e 64 

Ipomoea quamocht, L. — VI, pag. 31 

Ipomoea quinquefoa, Griseb. — VI, 
pag. 28 

Ipomoea Regnellia, Meissn. — VI, pags 
13 


Ipomoea Rochai, Hoehne — VI, pag. 79 
Ipomoea Rondoniae, Hoehne — VI, pag. 


68 
Ipomoea Rondoniae, var. breviracemosa 
— VI, pag. 69 
Ipomoea Schomburgkii, Chois. — VI, 
pag. 69 


Ipomoea sepiaria, Koeng. — VI, pag. 9 
Ipomoea sericophylla, Meissn.? — VI, 
78 


pag. 

Ipomoea setifera (Poir.) Hall. — VI, 
pag. 6 

Ipomoea setifera var. Poeppigi — VI, 
pag. 63 

Ipomoea sidaefolia, Chois.? — VI, pag. 
74 

Ipomoea sinuata, Ort. — Vl, pags. 28 
e 61 

Ipomoea sinvata var. edentala — VI, 
pag. 61 


Ipomoea solanifolia, L. — VI, pag. 31 
Ipomoea stipulacea, Jacg. — VI, pag. 


CR 
Ipomoea tomentosa, Pohl. — VI, pags. 
28 e 59 
Ipomoea tridentata, Roth. — VI, pag. 
Ipomoea triloba, L. — VI, pag. 9 


Ipomoea triloba, var. eustachyana — 
VI, pag. 76 
Ipomoea triloba, var. genuina — VI, 


pag. 76 
Ipomoea triloba, var. glaberrima — VI, 
pag. 76 
Ipomoea tuba, Don. — VI, pag. 31 
Ipomoea tubata, Nees. — VI, pag. 1 
Ipomoea tuberosa, L. — VI, pag. 9 
Ipomoea umbeliata, Meyer — VI, pags. 
28 e 60 


10 Índice alfabético das espécies citadas no volume I 


Ipomoea variifoha, Meissn. — VI, pag. 
76 


Ipomoea versicolor, Meissn. — VI, pag. 
31 

Ipomoea villosa, Meissn. — VI, pag. 67 

Ipomoea virgata, Meissn. var. angustata 
— VI, pags. 66 e 68 

Ipomoea virgata, var. paniculata — VI, 
pag. 66 

Ipomoea virgata, var. verbassiformis — 
VI, pag. 65 

Itatiaia cleistopetala, Ule. — V, pag. 8 


Ixora venulosa, Bth. — II, pag. 16 
J 

Jacquemontia Blanchetii, Moric. — VI, 
pag. 49 

Jacquemontia bracteosa, Meissn. — VI, 
pag. 54 

Jacquemontia cuyabana, Hoehne — VI, 
56 

Jacquemontia eriocephala, Meissn. — 
VI, pags. 50 e 51 

Jacquemontia erecta, Chois. — VI, pag. 
25 

Jacquemontia ferruginea, Chois. — VI, 
pag. 48 

Jacquemontia ferruginea, var. ambigua, 
Meissn. — VI, pag. 51 


Jacquemontia ferruginea, var. uja, 
Meissn. — VI, pag. 50 

Jacquemontia gracilis, Chois. — VI, pag. 

Jacquemontia gracillima, Hall — VI, 
pags. 26 e 56 

Jacquemontia glaucescens, Chois. — VI, 
pag. 

Jacquemontia glaucescens, var: petio- 
laris — VI, pag. 48 

Jacquemontia grandiflora, Meissn. — VI, 
pag. 25 

Jacquemontia grandiflora, var. glabres- 
scens, — VI, pag. 50 

Jacquemontia quianensis. (Aubl.) 
Meissn. — VI, pags. 9 e 51 

Jacquemontia hastata, Meissn. — VI, 
pag. 26 

Jacquemontia heterantha, Chois. — VI, 
pag. 26 

Jacquemontia hirsuta, Chois. var. tri- 
chodonta VI, pag. 49 

Jacquemontia Loefgrenii, Hoehne — VI, 
pag. 55 

Jacquemontia Marti, Chois. var. flori- 
bunda — VI, pag. 49 

Jacquemontia mattogrossensis, Hoehne 
— VI, pag. 54 


Jacquemontia menispermoides, Chois. 
— VI, pag. 48 

Jacquemontia mucromfera, Hal. — VI, 
pag. 51 

Jacquemontia prostrata, Chois. — VI, 


pags. 49 e 52 


| 


Jacquemontia Rondonii, Hoehne — VI, 


pag. 53 
Jacquemontia rufa, Hall. — VI, pag. 50 
Jacquemontia rufa, var. ambigua, 


Meissn. — VI, pag. 51 
Jacquemontia rufo-velutina, Meissn. — 
VI, pag. 53 
Jacquemontia solanifolia (L.) Hal. — 
VI, pags. 26 e 31 


Jacquemontia sphaerocephala, Meissn, 


— VI, pag. 54 

Jacquemontia tamnifolia, Griseb. — VI, 
pag. 52 

Jacquemontia Veloziana, Chois. — VI, 
pag. 26 

Jacquemontia vellutina, Chois. — VI, 
pag. 48 

Jacquemontia violacea, Chois. — VI, 
pag. 51 

Jacquemontia viscidulosa, Hoehne — VI, 
pag. 51 

L 

Lanium avicola, Ldl. — IJ, pag. 34 e 

IV, pag. 57 


Lathyrus tuberosa, L. —VI, pag. 6 
Lavoisiera alba, D. C.—V, pag. 32 


Lavoisiera australis, Naud. — V, pag. 
32 

Lavoisiera Bergii, Cgn. — V, pags. 32 
e 33 

Lavoisiera cataphracta, D. C.—YV, 
pags. 32 e 33 

Lavoisiera chamaepitys, Naud. —V, 
pag. 17 

Lavoisiera Glazioviana, Cgn. — V, pag. 
33 

Lavoisiera goyazensis, Cgn. — V, pag. 
34 

Lavoisiera goyazensis, Triana. —YV, 
pag. 34 

Lavoisiera grandijlora, Naud. — V, pag. 
81 

Lavoisiera itabirana, Hoehne — V, pag. 
33 


Lavoisiera pulcherrima, D. C. var. ma- 
gor. —V, pag. 31 À 
Lavoisiera Riedeliana, Cgn. — V, pag. 
al 

Lavoisiera scaberula, Naud. — V, pag. 
34 

Leandra acutiflora, Cgn. — V, pag. 118 

Leandra acutiflora, var. grandifolia, Cgn. 
— V, pag. 116 


Leandra alterninervia, Cgn. — V, pag. 
137 

Leandra amplexicaulis, D. C. — V, pag. 
104 

Leandra atropurpurea, Cgn. — V, pag. 
110 

Leandra aurea, Cgn. — V, pags. 114 e 
115 : 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. 1 11 


Leandra aurea, var. aggregatiflora, 
Hoehne — V, pag. 115 

Leandra australis, Cgn. —V, pags. 108 
e 110 

Leandra Balansaei, Cgn. — V, pag. 110 

Leandra barbinervis, Cgn. — V, pag. 
116 

Leandra Bergiana, Cgn. — V, pag. 10% 

Leandra Brackenridgei, Cgn. — V, pag. 
120 

Leandra calvescens, Cgn. — V, pag. 116 

Leandra carassana, Cgn. var. estrellen- 
sis, Cgn. — V, pag. 112 

Leandra cardiophylla, Cgn. —V, pag. 
109 


Leandra cardiophylla, var. integra, 
Hoehne — V, pag. 109 

Leandra conjusa, Cgn. — V, pag. 111 

Leandra cordifolia, Cgn. — V, pag. 110 

Leandra cordigera, Cgn. — V, pag. 118 

Leandra dasytricha, Cgn. — V, pag. 111 

Leandra dejlexa, Cgn. var. velutina, 
dr o pag. 119 

Leandra dispar, Cgn. — V, pags. 112 e 
123 

Leandra dubia, D. C.—V, pag. 107 

Leandra erinacea, Cgn. — V, pags. 109 


e 110 

Leandra erinacea, var. parvifolia, Cgn. 
— V, pag. 109 

Leandra erostrata, Cgn. — V, pags. 113, 
114 e 175 

Leandra fallau, Cgn. — V, pag. 121 

Leandra jfluminensis, Cgn. —V, pag. 
119 


Leandra foveolata, Cgn. — V, pag. 114 

Leandra fragilis, Cgn. — V, pags. 106 
e 107 

Leandra Gardneriana, Cgn. — V, pag. 
110 

Leandra Gardneriana var. setulosa, 
Cgn. — V, pag. 108 


Leandra glabrata, Cgn. — V, pags. 119 
e 120 

Leandra Glazioviana, Cgn. —V, pag. 
106 


Leandra hirta, Cgn. — V, pag. 122 

Leandra hirtella, Cgn. — V, pag. 122 

Leandra hirtella, var. Loefgrenii, Hoeb- 
ne —V, pag. 122 


Leandra involucrata, D. C. —V, pag. 
106 5 

Leandra lacunosa, Cgn. — V, pags. 114 
e 115 


Leandra laevigata, Cgn. — V, pag. 120 
Leandra lancifolia, Cgn. — V, pag. 115 


Leandra limbata, Cgn. — V, pag. 121 

Leandra Lindeniana, Cgn. —V, pag. 
114 

Leandra linearifolia, Cgn. —V, pag. 
116 

Leandra longisetosa, Cgn.? —V, pag. 
121 


Leandra lutea, Cgn. var. glabriuscula, 
Cgn. —V, pag. 116 

Leandra melastomoides,  Raddi —V, 
pag. 104 

Leandra melastomoides, var. longifolia, 
Cgn. —V, pag. 105 

Leandra melastomoides, var. paulina, 
Cgn. — Y, pags. 104 e 105 

Leandra mollis, Cgn. —V, pags. 104 


e 121 

Leandra Mosenii, Cgn. — V, pags. 111 
e 112 

Leandra neurotricha, Cgn. — V, pag. 
116 

Leandra nianga, Cgn. —V, pags. 108 
e 110 

Leandra nianga, var. ovata, Cgn. — V, 
pag. 109 

Leandra nianga var. parvifolia, Cgn. — 
Vpaginbts 

Leandra niangaeformis, Cgn. — V, pag. 
110 

Leandra pauloensis, Loefgren — V, pag. 
137 

Leandra pauloensis, Hoehne — V, pag. 
122 


Leandra pectinata, Cgn. — V, pag. 104 

Leandra penduliflora, Cgn. —V, pag. 
122 

Leandra polystachya, Cgn. —V, pag. 
114 

Leandra polystachya, var. petiolata, 
Cgn. —V, pag. 114 

Leandra pulverulenta, Cgn. —V, pag. 
at; 

Leandra purpurascens, Cgn. — V, pag. 
ot 

Leandra purpureo-villosa, Hoehne — V, 
pag. 105 

Leandra quinquedentata, Cgn. — V, pag. 
117 

Leandra quinquenoides, Cgn. — V, pag. 
117 

Leandra refracta, Cgn. — V, pag. 121 

Leandra retropila, Cgn. — V, pag. 124 

Leandra reversa, D. C. —V, pag. 123 

Leandra ribesiaiefolia, Cgn. —V, pag. 
112 

Leandra salicina, Cgn. —V, pag. 116 

Leandra scabra, D. C. — V, pag. 106 

Leandra scabra, var. Iuederwaldti, 
Hoehne — V, pag. 107 

Leandra sericea, D. C. —V, pag. 104 


Leandra sessiliflora, Cgn. —V, pags. 
119 e 120 

Leandra simplicicaulis, Cgn. — V, pag. 
115 

Leandra sparsisetulosa, Hoehne —V, 
pag. 119 


Leandra strigilliflora, Cgn. var. oblon- 
gifolia, Cgn. — V, pag. 116 
Leandra sublanata, Cgn. — V, pag. 111 
Leandra sulfurea, Cgn. — V, pag. 116 


12 Índice alfabético das espécies citadas no volume 1 


Leandra sulfurea, var. robusta, Cgn. 
— V, pag. 122 

Leandra sylvatica, Cgn. — V, pag. 113 

Leandra umbellata, D. C.—V, pag. 


104 

Leandra variabilis, Raddi— V, pag. 
112 

Leandra vesiculosa, Cgn. — V, pag. 117 

Leandra Wettsteinii  Rechinger — V, 
pag. 109 

Leandra xanthocoma, Cgn. — V, pag. 
113 

Leandra xanthopogon, Cgn. — V, pags. 
dis evito 

Leandra xanthostachya, Cgn. — V, pag. 
108 


Leandra xanthostachya, var. setulosa, 
Hoehne — V, pag. 108 

Limodorum obtusus, L. — IV, pag. 65 

Liparis elata, Ldl. — II, pag. 29, e IV 
pags. 35 e 36 

Liparis elata, var. latifolia — II, pag. 
29 


Liparis elata, var. longifolia, Cgn. — 
IV, pag. 36 
Lipostoma ecampanuliflorum, D. Don. 


— II, pag. 9 
Loranthus eugenioides H. B. K. — VL 
pag. 89 


Loreya Spruceana, Bth. — V, pag. 169 

Lyroglossa euglossa (Krzl. Hoehne et 
Schltr. — II, pag. 32 

Lyroglossa Grisebachii (Cgn.), Schltr. 
pag: Rad 

Lyroglossa pubescens, Sehltr. — II, pag. 
21 


Lysiostyles scandens, Bth. — VI, pag. 
18 


M 


Macairea adenostemon, D. C. — V, pags. 
o o e (ol 

Macairea adenostemon, var. Martiana, 
Cgn. — V, pag. 57 

Macairea arirambae, Huber — V, pags. 


61 e 62 

Macairea goyazensis, Hoehne — V, pag. 
60 

Macairea Hoehnei, Cgn. — V, pags. 7 
e 58 

Macairea Mosenii, Cgn. — V, pags. 56 
enbit 

Macairea Mosenii, var. ursina, Schrank. 
— V, pag. 56 

Macairea rosea, Cgn. — V, pags. 57, 
60, 61 e 62 

Macairea rotumdifolia, Cgn. — V, pag. 
61 

Macairea sericea, Cgn. — V, pag. 57 


Macairea Therezia, Cgn. — V, pag. 61 

Macairea villosa, Hoehne — V, pag. 59 

Macrocentrum cristatum, Triana —V, 
pag. 103 


Manettia ignita, Schumann — HE, pag. 


11 

Manettia ignita, var. cordifoha, Schum 
— Il, pag. 11 

Manettia ignita, var. glabra, Schum. 
— II, pag. 11 


Manettia gracilis, Cham. et Schltd. 
— II, pag. 10 

Manettia luteo-rubra, Bth. — III, pag. 
11 

Manettia mitis, (Vell.) Schumann — HI, 
pag. 12 

Manettia pubescens, Cham. et Schltd. 
var. villosa, Schum. — III, pag. 11 

Manettia spe.? — III, pags. 11 e 12 

Mapouria alba, Muell. Arg. — II, pag. 


17 

Mapouria cephalantha, Mue'. Arg. — HI, 
pag. 16 

Mapouria corylifera, Muell. Arg. — HI, 
pag. 17 

Mapouria niveo-barbata, Muell. Arg. — 
HI, pag. 17 

Mapouria subspathulata, Muell. Arg. — 
II, pag. 17 

Marcetia cordigera, D. C.-—V, pag. 
94 


Marcetia fastigiata, Cgn. — V, pag. 95 
Marcetia gracilima, Cgn. — V, pag. 96 
Marcetia taxifolia, D. C. —V, pag. 95 
Marcetia taxifolia, var. pubescens, Cgn. 


— V, pag. 95 

Maripa passifloroides, Bth. — VI, pags. 
Te 24 

Maxillaria divaricata, Cgn. — II, pag. 
44 

Maxillaria Hoehnei, Schltr. — IL, pag. 
43 

Maxillaria lilacina, Rdr.? — II, pag. 44 

Maxillaria ochroleuca, Ldl. — IV, pag. 
64 

Maxiliaria serotina, Rdr. — II, pag. 44 

Medicago denticulata, Willd. — 1, pag. 
21 á 


Meibomia adscendens (D. C.) —-1I, pags. 
8, 13, 16, 29, 35, 40 e 41 
Meibomia albiflora, (Salzm.) — 1, pags. 
8, 13, 14, 16 e 42 

Meibomia aspera (Desv.) — I, pags. 13, 
l4, 45, 17,-18, 24, 260602 

Meibomia axillaris (Sw.) — I, pags. 14, 
15, 16, 34 e 43 

Meibomia barbata (D. C.) —I, pag. 
31 

Meibomia barbata (Bth.) — I, pags. 14, 
15, 16, 33 e 34 (êste deveria ser 
tambêm D. C.) 

Meibomia bracteata (Mich.) — I, pags. 


16 e 30 
Meibomia brevipes, Kuntze — 1, pag. 
18 


Meibomia cajanifolia (D. C.) — I, pags. 
14, 15 e 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. | 13 


Meibomia cajanifolia (H. B. K.) deve 
ser (D. C.) — 1, pag. 23 


Meibomia cayennensis, Kuntze — 1, 
pag. 31 

Meibomia cuneata, (Hook. Arn.) —I, 
pags. 15 e 18 


Meibomia discolor (Vog.) — I, pags. 8, 
RI do 17, 19, 21, 23 e 49 
Meibomia discolor (Vog.) var. villosa, 
Hoehne — I, pag. 51 

Meibomia gyrans (D. C.) —I, pags. 
30 e 33 

Meibomia incana (D. C.) deve ser 
(Sw.) — 1, pags. 8, 13, 14, 16, 
34, 37, 40 e 43 

Meibomia juruenensis, Hoehne — T, 
pags. 14, 15, 16, 32 e 33 

Meibomia leicarpa (Don.) deve ser sem- 
pre (Spreng.) — I, pags. 8, 14, 
lo io 21, 23. e 49 

Meibomia lunata (Huber) — I, pags. 16 
e 39 

Meibomia lupulina, Kuntze — I, pag. 
E! 


Meibomia molls (D. C.) deve ser 
(Vahl.) — I, pags. 14, 17, 43 e 45 

Meibomia mattogrossensis, Hoehne — I, 
pag. 26 

Meibomia pabularis, Hoehne — |, pags. 
SIA bois 26.e 27 

Meibomia pachyrhiza (Vog.) — 1, pags. 
13, 17, 19, 46, 47 e 48 

Meibomia physocarpa (D. C.) deve ser 
sempre (Vog.) — I, pags. 14, 17 
e 44 

Meibomia platycarpa (Bth.) — I, pags. 
13, 17, 45, 46 e 48 

Meibomia reptans, Kuntz — 1, pag. 34 

Meibomia selerophylla (Bth.) — I, pags. 
13; 17,019 e 47 

Meibomia spiralis (D. C.) não (Sw.) 
conforme sahio em alguns logares, 
— I, pags .14, 17, 43 e 44 

Meibomia sonorea, Kuntze — 1, pag. 37 

Meibomia subsecunda (Vog.) — I, pags. 
17 e 48 

Meibomia supina, Button — I, pag. 40 

Meibomia terminalis Kuntze — I, pag. 
43 

Meibomia tortuosa, D. C. —I, pag. 44 

Meibomia triflora (D. C.) —I, pags. 
13, 15 e.28 

Meibomia uncinata (D. C.) — II, pags. 
9, 12, 14, 16, e 3% 

Meibomia varinfolia, Kuntze — IT, pag. 


40 

Meibomia venosa (Vog.) — 1, pags. 17. e 
49 

Meibomia violacea (G. Don.) — I, pag. 
17 


Meibomia Wade (D. C.) — 1, pag. 17 
Meriania Claussenii, Triana — V, pag. 
100 


Meriania glabra, Triana — V, pag. 100 
Meriania Glazioviana, Cgn. —V, pag. 


101 

Meriania urceolata, Triana —V, pag. 
101 

Merremia aturensis (H. B. K.) Hall. 
— VI, pag. 28 

Merremia calycina (Meissn.) Hall — 
VI, pag. 28 


Merremia cissoides (Griseb.) Hall. — 
VI, pag. 28 

Merremia cissoides var. subsessilis — 
VI pag: 259 

Merremia cissoides var. viscidulosa — 
VI, pag. 59 

Merremia contorquens (Chois.) Hall. 
— VI, pags. 28 e 62 

Merremia digitata (Spr.) Hall. — VI, 


pag. 28 

Merremia digitata var. cinerea — VJ, 
pag. 59 

Merremia dissecta (Pursh.) Hall. —VI, 
pag. 28 ; 


Merremia ericoides (Meissn.) Hall. — 
VI, pag. 28 

Merremia glabra (Chois.) Hall. — VI, 
pags.. 11, 14, 15, 28, 617 72] ends 

Merremia Maximiliani (Meissn.) Hall. 
==VE par 61 

Merremia medium (Chois.) Hall. — VI, 
pag. 

Merremia pentaphylla (Jacq.) Hall. — 
VI, pag. 28 

Merremia potentilloides (Meissn.) Hall. 
— VI, pag. 28 

Merremia quinquefolia (Griseb.) Hall. 


— VI, pag. 28 

Merremia Rondoniana, Hoehne — VI, 
pag. 60 

Merremia sinuata (Ort.) Hall. — VI, 
pag. 61 

Merremia sinuata var. edentata — VI, 
pag. 61 


Merremia tomentosa (Chois.) Hall. -— 
VI, pag. 59 

Merremia tomentosa (Pohl.) Hall. — VI, 
pag. 28 

Merremia umbellata (L.) Hal, — VI, 
pags. 28 e 60 

Miconia alata, D. C. var. amazonica, 
Schrank — V, pag. 137 


Miconia albicans, Triana. — V, pags. 
128 e 130 

Miconia amplexans, Cgn. — V, pag. 126 

Miconia aplostachya, D. C.—V, pag. 
127 


Miconia argyrophylla, D. C. — V, pags. 
128, 130 e 135 

Miconia brasiliensis, Benth. — V, pag. 
106 

Miconia brasiliensis, Triana — V, pag. 
138 

Miconia brunnea, D. C. —V, pag. 143 


14 Índice alfabético das espécies citadas no volume 1 


Miconia budlejoides, Triana — V, pag. 


143 

Miconia Burchellii, Triana —V, pag. 
153 

Miconia calvescens, D. C.—V, pag. 
132 

Miconia Camposnovaesii, Hoehne — V, 
pag. 136 

Miconia Candolleana, Triana. — V, 
pags. 6, 145 e 153 

Miconia ceramicarpa, Cgn. —V, pag. 
136 

Miconia Chamissois, Naud. — V, pag. 
153 


Miconia chartacea, Cgn.? — V, pag. 143 


Miconia chartacea, Triana — V, pag. 
143 

Miconia chartacea, var. Miquelina, Cgn. 
— V, pag. 143 


Miconia cinerascens, Miq. — V, pag. 141 

Miconia cinerea, Cgn. —V, pag. 129 

Miconia cubatenensis, Hoehne — V, pag. 
139 

Miconia cubensis, Lour. — V, pag. 141 

Miconia cuneata, Cgn. — V, pag. 148 

Miconia cyathanthera, Triana — V, pag. 
151 

Miconia discolor, D. C. — V, pags. 128 
e 131 

Miconia dodecandra, Cgn. var. longifo- 
ha, — V, pag. 126 

Miconia doriana, Cgn. — V, pag. 144 

Miconia elaeodendron, Naud. — V, pags. 
144, 149 e 156 

Miconia elegans, Cgn. —V, pag. 153 

Miconia elegans, Cgn. var. pauciflora, 


Cgn. — V, pag. 134 
Miconia eriocalyx. Cgn. — V, pag. 132 
Miconia eriodonta, D. C. —V, pag. 131 
Miconia jasciculata, Gardn. — V, pags. 


138, 1427e J44 
Miconia fasciculata, var. robusta, Cgn. 


e lin, Mais) 

Miconia ferruginata, D. C.—V, pag. 
129 

Miconia globulariflora, Cham. — V, pag. 
148 


Miconia guianensis, Cgn. var. vulgaris, 
Cgn. — V, pag. 126 


Miconia heliotropoides, Triana —V, 
pag. 131 

Miconia hispida, Cgn. —V, pag. 148 

Miconia holosericea, Triana — V, pag. 


130 

Miconia holosericea, var. bracteata, Cgn. 
— V, pag: 125 

Miconia holosericea, var. subquintupli- 
nervis, Cgn. — V, pag. 129 

Miconia hyemalis, St. Hill —V, pag. 


141 
Miconia hyemalis, Triana — V, pag. 150 
Miconia himenonervia, Cgn. — V, pag. 
149 


Miconia ibaguensis, Triana, — V, pags. 
129, 185 e 142 

Miconia ibaguensis, var. glabrata, Cgn. 
— V, pag. 135 

Miconia inaequidens, Naud. — V, pags. 
144 e 150 

Miconia jucunda, Tr. var. Olfersiana, 
Cgn. —V, pag. 125 

Miconia jucunda, Tr. var. Selloana, Cgn. 


— V, pag. 124 
Miconia Klotzschi, Triana —V, pag. 
148 
Miconia Langsdorfju, Cgn. — V, pag. 
125 
Miconia latecrenata, Cgn. — V, pag. 148 
Miconia latecrenata, Naud. — V, pag. 
145 


Miconia lepidota, D. C. —V, pag. 129 

Miconia leucocarpa, D. C.—V, pag. 
142 

Miconia ligustroides, Naud — V, pags. 
6, 146 e 153 


Miconia mattogrossensis, Hoehne — V, 
pag. 147 

Miconia microcarpa, D. C.? — V, pag. 
132 


Miconia milinonis, Naud. — V, pag. 125 

Miconia minutijlora, D. C.—V, pag. 
145 

Miconia minutiflora, var. latifoha, Cgn. 
— V, pag. 146 

Miconia multinervia, Cgn. var. 
Cgn. —V, pag. 127 

Miconia - nambyquarae, 
pag. 131 

Miconia nervosa, Triana — V, pag. 136 

Miconia obovalis, Naud. — V, pag. 135 

Miconia organensis, Gardn.? — V, pag. 
127 

Miconia ovata, Cgn. — V, pag. 141 


minor, 


Hoehne — V, 


Miconia paniculata, Naud. — V, pag. 
144 

Miconia paulensis, Naud. — V, pag. 140 

Miconia pepericarpa, D. C.—V, pag. 
127 


Miconia petropolitana, Cen. — V, pags. 
141, 144,e 145 

Miconia petropolitana, var. macrophylla, 
Hoehne — V, pag. 145 

Miconia Pohliana, Cgn. — V, pag. 153 

Miconia prasina, D. C.—V, pag. 135 

Miconia prasina, var. attenuata, Cgn. 
== V, par. 135 

Miconia prasina, var. 
— V, pag. 135 

Miconia pseudo-aplostachya, Cgn. — V, 
pag. 127 

Miconia pseudo-nervosa, Cgn. — V, pag. 
137 

Miconia pteropoda, Bth. — V, pag. 135 

Miconia pussiliflora, Triana — V, pags. 
149 e 150 


colina, Triana 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. | 15 


Miconia racemijera, Triana — V, pag. 


142 

Miconia rigidiuscula, Cgn. —V, pags. 
149 e 150 

Miconia rigidiuscula, var. parvifolia, 


Cgn. — V, pag. 149 

Miconia rubiginosa, D. C.—V, pag. 
137 

Miconia rubiginosa, var. 
Hoehne — V, pag. 138 

Miconia Saldanhaei, Cgn. — V, pag. 143 


Kuhlmanni, 


Miconia secundiflora, Cgn. — V, pag. 
128 

Miconia Sellowiana, Naud. — V, pag. 
149 


Miconia serialis, D. C. —V, pag. 130 

Miconia staminea, D. C. —V, pag. 125 

Miconia staminea, var. parvifolia, Cgn. 
— V, pag. 124 

Miconia stelligera, Cgn.? — V, pag. 142 

Miconia stenostachya, D. C. —V, pag. 
129 

Miconia stephananthera, Ule — V, pag. 
133 

Miconia subvernicosa, Cgn. — V, pag. 
144 

Miconia tentaculifera, Naud. — V, pags. 
145 e 148 

Miconia theaezans, Cgn. — V, pag. 153 

Miconia theaezans, var. cuneata, Cgn. 
— V, pag. 153 


Miconia theaezans, var. glaberrima, 
Cgn. — V, pag. 151 
Miconia theaezans, var. Glazioviana, 


Cgn. —V, pag. 152 

Miconia theaezans, var. millejlora, Cgn. 
—V, pags. 146 e 152 

Miconia theaezans, var. minutijlora, 

* Cgn. —V, pag. 152 

Miconia theaezans, var. paludosa, Cgn. 
— V, pag. 152 

Miconia theaezans, var. parviflora, Cgn. 


— V, pag. 152 
Miconia theaezans, var. Saldanhaei, Cgn. 
— V, pag. 153 


Miconia theaezans, var. setulosa, Hoeh- 
ne — V, pag. 153 

Miconia theaezans, var. vulgaris, Cgn. 
— V, pag. 151 

Miconia tristis, Spring. — V, pag. 144 

Miconia umbrosa, Cgn. — V, pag. 133 

Miconia urophylla, D. C. — NV, pag. 148 

Miconia Valtherii, Naud. — V, pag. 142 

Miconia Warmingiana, Cgn.? — V, pag. 


128 
Miconia Willdenowii, Klotzsch. —V, 
pag. 142 


Microlepis Mosenii, Cgn. — V, pag. 55 

Microlepis oleaejolia, Triana — V, pags. 
7, 56 e 78 

Mio Bradeana, Hoehne — V, pag. 


| 


Microlicia cardiophora, Naud. — V, pag. 


27 
Microlicia Clausseniana, Cgn.? — V, 
pag. 20 


Microlicia cordata, Cham. — V, pag. 27 
Microlicia cuneata, Naud.? —V, pag. 


24 

Microlicia decussata, Naud. — V, pag. 
26 

Microlicia doryphylla, Naud. — V, pag. 
23 

Microlicia doryphylla, var. puberula, 
Naud. — V, pag. 23 

Microlicia euphorbioides, Mart. — V, 
pag. 24 


Microlicia euphorbioides, var. brevifolia, 
— V, pags. 24 e 25 
Microlicia euphorbioides, var. ionantha, 


Mart. —V, pags. 24 e 25 
Microlicia fasciculata, Mart. — V, pag. 
28 
Microlicia julva, Cham. — V, pags. 26 
e 28 ; 


Microlicia julva, var. Martialis, Cgn. 
—V, pags. 25 e 27 

Microlicia graveolens, D. C. —V, pag. 
26 

Microlicia humilis Naud. — V, pag. 25 

Microlicia insignis, Cham. — V, pag. 20 

Microlicia insignis, var. cearensis 
(Ducke) — V, pag. 19 

Microlicia insignis, var. chloracea —V, 


pag. 19 

Microlicia insignis, var. genuina, — V, 
pag. 19 

Microlicia insignivides, Hoehne — V, 
20 

Microlicia insignioides, var. gracilis, 


Hoehne — V, pag. 20 

Microlicia isophylla, D. C. var. latifolia, 
— V, pag. 2). 

Microlicia isophylla, var. laxa, Cham. 
— V, pag. 21 

Microlicia neglecta, Cgn. —V, pag. 24 

Microlicia pallida, Cgn. — V, pag. 18 

Microlicia parvifolia, Naud. var. visco- 
sa. —V, pag. 23 


Microlicia pilosissima, Cgn. —V, pag. 
21 

Microlicia polystemma, Naud. — V, pag. 
25 

Microlicia Riedeliana, Cgn. — V, pag. 
24 

Microlicia suborbicularifona, Hoehne — 
V, pag. 21 

Microlicia sulfurea, Hoehne — V, pag. 
22 . 

Microlicia tomentella, Naud. —V, pag. 
24 

Microlicia tomentella, var. setosa, — V, 
pag. 24 


Microlicia trembleyformis, 
pag. 29 


Naud. — V, 


16 Índice alfabético das espécies citadas no volume 1 


Microlicia vestita, D. C.—V, pag. 25 

Microlicia viminalis, Triana — V, pag. 
18 

Microlicia Warmingiana, Cgn. var. 
glandulosa, Hoehne —V, pag. 18 

Mirabilis jalapa, L. — VI, pag. 7 

Mitracarpus frigidus, Cham. et Schltd. 


var. Humboldtianus, Schum. — HH, 
pag. 31 

Mitracarpus hirtus, D. C.— HI, pag. 
31 


Mouriria apiranga, Spruce — V, pag. 6 

Mowriria brachyanthera, Ducke —V, 
pag. 181 

Mouwriria Chamissoana, Cgn. — V, pag. 
178 

Mowriria elWiptica, Mart. — V, pags. 6, 
180, 181 e 182 

Mouriria guwanensis, Aubl. — V, pag. 
Ti) 

Mowriria Huberi, Cgn. — V, pag. 181 

Mouriria Plasscharti, Pulle — V, pag. 


182 

Mouriria pusa, Gardn. — V, pags. 5 
e 179 

Mouriria pusa, var. grandifolia, Hoehne 
— V, pag. 180 

Mowriria Sagotiana, Triana — V, pag. 
178 

Mouriria trunciflora, Ducke — V, pag. 
181 

Mowriria Ulei, Pilg. — V, pag. 182 

Mouriria vermcosa, Naud. — V, pag. 
178 

Mouwriria Weddelhi, Naud. — V, pag. 
179 

Myriaspora egensis, D. C.-—V, pag. 
176 

N 

Nepsera aquatica, Naud. — V, pag. 54 

Nicolsonia barbata, D. C. — I, pag. 31 

Nicolsonia cayeuensis, D. C. —I, pag. 
31 

Nicolsonia major, Steud. — I, pag. 31 

Nicolsonia radicans, Steud. — I, pag. 31 

Nicolsonia reptans, Meissn. — I, pag. 28 

Nicolsonia triflora, Griseb. — 1, pag. 

Nicolsonia venustula, D. C. — I, pag. 31 

Nicolsonia villosa, Cham. et Schltd, —I, 
pag. 31 

Octomeria albina, Rdr. — IV, pags. 51 e 
ba 

Octomeria Alexandrii, Sehltr. — IV, pag. 
53 

Octomeria Bradei, Schltr. — IV, pag. 
52 

Octomeria decumbens, Cgn. — IV, pag. 
54 

Octomeria diaphana, Ldl. — IV, pag. 
51 


Octomeria graacilis, Lodd. — IV, pags. 
ba, 53 e 54 

Octomeria gracilis var. paulensis, Schltr. 
— IV, pag. 53 

Octomeria grandiflora, Ldl. — II, pag. 
33 e IV, pag. 50 

Octomeria iguapensis, Schltr. — IV, pag. 


50 

Octomeria juncijoha, Rdr. — IV, pag. 
54 

Octomeria oxmychila, Rdr. — IV, pag. 51 

Octomeria similis, Sehltr. — IV, pag. 
50 

Oldentlandia theswfolia (St. Hil.), Schum. 
— III, pag. 9 

Oncidium longipes, Ldl. — II, pag. 45 

Oncidium oliginosum, Rdr. — II, pag. 


Oncidium pumilum, Ldl. — II, pag. 45 


Operculina altissima, Meissn. — VI, 
pags. 10 e 62 

Operculina convolvulus, Manso. — VI, 
pags. 8 e 62 


Operculina | pterodes, 
pags. 10 e 62 
Opereulina Turpethum, Manso — VI, 

pags. 7 e 28 
Ophiopogon japonicus, Rer. — VI, pag. 
34 


Meissn. — VI, 


Ossaea amygdaloides, Triana — V, pag. 
172 

Ossaea amygdaloides, var. ambigua, 
Cgn. — V, pag. 173 

Ossaea angustifolia, Triana — V, pag. 
dep 

Ossaea - brachystachya, Triana, —V, 
pags. 172, 173 e 176 

Ossaea confertiflora, Triana — V, pag. 
172 

Ossaea congestiflora, Cgn. — V, pag. 
175 

Ossaea coriacea, Triana — V, pag. 175 

Ossaea cuneata, Cgn. — V, pag. 173 

Ossaea Duckeana, Hoehne — V, pag. 
174 

Ossaea marginata, Triana — V, pag. 121 

Ossaea retropila, Triana — V, pag. 172 

Ossaea sanguinea, Cgn. — V, pag. 173 

Oxypetalum foliosum, Mart. et Zuec. 


— VI, pag. 43 

Oxypetalum parvfolium, Fourn. — VI, 
pag. 71 

P 

Palicourea Hoehnei, Krause — HI, pag. 
20 

Palicourea rigida, H. B. K. — HI, pag. 
20 

Panicum numidianum, Lam. — I, pag. 
21 


Pelexia adnata, L. C. Rich. — IV, pag. 
21 


An. das Mém. do Instituto de Butantan — Vol. I 17 


Pelexia bonariensis (Ldl.) Schltr. — 
IV, pag. 22 


Pelexia hipnophila (Rdr.) Sehltr. — 


IV, pag. 21 
Pelexia laminata, Schltr. — IV, pag. 


Pelexia macropoda (Rdr.) Sehltr. — 
IV, pag. 21 

Pelexia septrum, Schltr. — IV, pag. 21 

Pelexia ventricosa (Cgn.) Sehltr. — 
IV, pag. 23 

Pennisetum purpureum, Sechum. — 1, 
pag. 21 

Perrottetia barbata, D. C. — I, pag. 31 

Phaseolus bovis? — 1, pag. 26 

Phoradendron eraspedophyllum, Eichl. 
— VI, pag. 91 

Phrygilanthus eugenioides (H. B. K.) 
Eichl. — VI, pag. 89: 

Phymatidium myrtophilum, Rdr. — HH, 
pag. 46 

Physosiphon Bradei, Sehltr. — IV, pag. 
39 


Physosiphon deregularis, Cgn. — IV,: 


pag. 38 

Physosiphon spiralis, Ldl. — IV, pag. 
38 

Physurus arietinus, Reichh. f. et Warm. 
— IV, pag. 34 

Physurus bicolor, Rdr. — IV, pag. 35 

Physurus longicalcaratus, Schltr. — IV, 
pag. 35 


Physurus longicornu, Cgn. — IV, pag. 
35 


Physurus micranthus, Kraenzl. — IV, 
pag. 34 

Physurus pictus, Ldl. — IV, pag. 34 

Piptostegia Gomesii, Mart. — VI, pag. 
8 


Pleiochiton crassifolium, Naud.? — V, 


pag. 154 

Pleiochiton ebracteatum, Triana —V, 
pag. 154 

Pleiochiton Glaziovianum, Cgn. — V, 


pags. 154 e 155 

Pleurothallis albipetala, Hoehne et 
Schltr. — II, pag. 32 

Pleurothallis Alexandri, Sehltr. — IV, 
pag. 49 

Pleurothallis chamensis, Ldl. — IV, pag. 
47 

Pleurothallis bicristata, Cgn. — IV, pags. 
43 e 44 

Pleurothallis Bradei, Schltr. — IV, pag. 
41 

Pleurothallis crassipes, Reichb. f. — IV, 
pag. 38 

Pleurothallis cuneifolia, Cgn. — IV, 
pags. 40 e 41 

Pleurothallis Curti, Schltr. — IV, pags. 
43 e 44 

Pleurothallis Dryadum, Schltr. — IV, 
pag. 45 


Pleurothallis Edwalhi, Dusen et Schltr. 
— JV, pags. 40,e 41 

Pleurothallis fasciculata, Cgn. — IV, 
pag. 40 

Pleurothallis Grobyi, Ldl. — IV, pag. 42 

Pleurothallis heterophylla, Cgn. — IV, 
pag. 46 

Pleurothallis hygrophila, 
pag. 31 

Pleurothallis iguapensis, Schltr. — IV, 
pag. 48 

Pleurothallis lepanthjormis, Cgn. — IV, 
pag. 46 

Pleurothallis lilacina, Rdr., var. albipe- 
tala, Rdr. — Il, pag. 32 

Pleurothallis linearifolia, Cgn. — IV 
pag. 47 

Pleurothallis marginata, Ldl. — IV, pag. 
42 

Plewrothallis Mouraei, Cgn. — IV, pags. 
40 e 42 

Pleurothallis nemorosa, Rdr. — IV, pag. 
48 à 

Pleurothallis obovata, Ldl. — IV, pag. 


Rdr. — II, 


2 


Pleurothallis peduncularis, Ldl. — V, 
pag. 47 

Pleurothalls picta, Ldl. — IV, pag. 42 

Pleurothallis pterophora, Cgn. —H, 
pag. 31 

Pleurothallis riograndensis, Cgn. — IV, 
pag. 48 

Pleurothallis riograndensis, var. longi- 
caulis, Cgn. — IV, pag. 48 

Pleurothallis Sonderiana, Reichb. f. — 


IH, pag. 31 

Pleurothallis sororcula, Schltr. — IV, 
pag. 46 

Pleurothallis stenopetala, Ldl. — IV, 
pag. 46 

Pleurothallis subcordifolia, Cgn. — IV, 
pag. 47 

Pleurothallis subpicta, Schltr. — IV, 
pag. 42 

Pleurothallis transparens, Sehltr. — IV, 
pag. 44 

Pleurothallis vitellina, Porsch. — IV, 
pag. 49 


Pogonia Bradeana, Kraenzl, — IV, pag. 
17 


Pogonia brasihensis, Rdr. — IV. pag. 


18 

Pogonia caloptera, Reichb. f. et Warm. 
— IV, pag. 17 

Pogonia fragrans, Sehltr. — IV, pags. 
18 e 19 


Pogonia gracilis, Rdr. — IV, pag. 18 
Pogonia Libonii, Reichb. f. — IV, pag. 


19 

Pogonia paranaensis, Kraenzl. — IV, 
17 

Pogonia paulensis, Schltr. — IV, pag. 
pag. 17 


18 Índice alfabético das espécies citadas no volume 1 


Posoqueria acutifolia, Mart. — III, pag, 
14 

Posoqueria latifolia, Roem. et Schultz, 
— [Wl, pag. 14 

Poteranthera genhiseoides, Hoehne — V, 
pag. 49 

Poteranthera 
pag. 48 

Poteranthera pusilla, Bong. — V, pags. 
47, 48, 49 e 50 


pauciflora, Triana — V, 


Prescottia micrantha, Ldl. —IL, pag. 
28 

Prescottia pubescens, Rdr. — II, pag. 
28 

Prevostea amazonica, Chois. — VI, pag. 
43 

Prevostea ferruginea, Chois. — VI, pag. 
43 e 44 

Prevostea glabra, Chois. — VI, pag. 43 

Prevostea spectabilis, Meissn. — VI, 
pags. 43 e 58 

Prevostea umbellata, Chois. — VI, pags. 
43 e 44 

Promenaea acuminata, Sehltr. — IV, 
pag. 64 ; 

Promenaea — paulensis, Schltr. — IV, 
pag. 63 

Promenaea . Rollinssonii, Ldl. — IV, 
pags. 63 e 64 

Pseudostelis Bradei, Schltr. — IV, pag. 
38 


Pseudostelis deregularis (Rdr.) Sehltr. 
IV, pars 3842039 
Pseudostelis spiralis (Ldl.) Schltr. — 


IV, pag. 88 

Psittacanthus Ffaleijrons, Mart. — VI, 
pag. 89 

Psittacanthus robustus, Mart. — VI, 
pag. 89 : 

Pterolepis cearensis, Huber? — V, pag. 
65 


Pterolepis glomerata, Miq. — V, pag, 
63 

Pterolepis longistyla, Cgn. —V, pag. 
64 


Pterolepis pauciflora, Triana — V, pags. 
63 e 64 

Pterolepis pumila, Cgn. — V, pag. 62 

Pterolepis pumila, var. procera-—V, 
pag. 62 

Pterolepis repanda, Triana —V, pag. 
63 


Pterolepis Riedeliana, Cgn. — V, pag. 
63 

Pterolepis striphnocalya (D. C.) Cgn. 
e SE 


Pterolepis Trianaei, Cgn. — V, pag. 65 

Pterolepis trichtoma, Cgn. — V, pag. 62 

Psychotria Blanchetiana, Muell. Arg. — 
HI, pag. 19 

Psychotria densecostata, Muell. Arg. — 
HI, pag. 17 


Psychotria Fflorestana, Krause — HI, 
pag. 19 

Psychotria Hoehnei, Krause — HI, pag. 
20 


Psychotria Langsdorifiana, Mueil. Arg. 

CUL pags: 186,25 

Psychotria leiocarpa, Cham. et Schltd. 
= TIO, pags US emilio 

Psychotria malaneoides, Muell. Arg, — 
Hi, pag. 18 

Feset ia Maregravii, Spr. — III, pag. 
1 


Psychotria myriantha, Muell, Arg. — 
HI, pag. 17 
Psychotria Weddelliana, Muell. Arg. — 
HI, pag. 17 
q 


Quamoelit coccinea, Don. — VI, pag. 79 

Quamoclit coccinea, Meissn. — VI, pag. 
81 

Quamoclit grandiflora, Don. — VI, pag. 
31 


Quamoclit hederifolia, Chois. — VI, pag. 
81 

Quamociit mina, Don. — VI, pag. 31. 

Quamoclit phoenica, Chois. — VI, pag. 


31 
Quamoclit Rachai, Hoehne — VI, pag. 
Tê, 
Quamoclit sanguinea, Don. — VI, pag. 
3 


Quamoclit vitifolia, Don. — VI, pag. 31 
Quamoclit vulgaris, Chois. — VI, pags. 


8e 31 
R 

Relbunium buxifolium, Schum, — IH, 
pag. 32 

Relbunium diffusum, Schum. — II, 
pag. 32 

Relbunium hirtum, Schum, var. campo- 
rum — III, pag. 32 

Relbunium hirtum, var. reflexum, 


Schum. — III, pag. 31 
Relbunium humile (Cham. et Schltd.) 

Schum. — III, pag. 31 
Relbunium hypocarpum, Hemsl. — HI, 


pag. 31 
Relbunium hypocarpum, var. aindeco- 
rum, Schum. — III, pag. 31 
Relbunium ovale, Schum. — IH, pag. 
32 
Relbunium vailantioides (Cham. et 


Schltd.) Schum. — III, pag. 32 
Restrepia pleurothalloides, Cgn. — IV, 


pag. 41 

Rhizobium leguminosarum, Schrôt. — I, 
pag. 13 

Rhynchanthera cacerensis, Hoehne — V, 
pag. 40 


Rhynchanthera brachyrhyncha, Cham. 


— V, pag. 35 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. | 19 


Rhynchanthera cordata, D. C. — V, pag. 
39 

Rhynchanthera cordata, var. bracteata 
— V, pag. 40 

Rhynchanthera corumbaensis, Hoehne — 
V, pag. 38 

Rhynchanthera coxinnensis, Hochne — 
V, pag. 44 

Rhynchanthera dichotoma, D. C. — V, 
pags. 43 e 45 

Rhynchanthera grandiflora, D. C. —yV, 
pags. 37 e 39: 

Rhynchanthera grandiflora, var. micro- 
phylla, Naud. —V, pag. 38 

Rhynchanthera Henkeana, D. C. — V, 
pag. 43 

Rhynchanthera 
pag. 37 

Rhynchanthera lnearifolia, 
V, pag. 42 

Rhaynchanthera Maximowiczii, 
V, pag. 45 

Rhynchanthera novemnervia, D. C. — 
V, pags. 38 e 45 


intermedia, Ue-—V, 
Hoehne — 


Cgn. — 


Rhynchanthera ovahfoha, Naud. — V, 
pag. 39 

Rhynchanthera Regnelhi, Cgn. — V, 
pag. 45 


Rhynchanthera riparia, Sp. Moore — V, 
pags. 38, 41 e 55 


Rhynchanthera rostrata, D. C.—V, 
pags. 41 e 43 

Rhynchanthera secundiflora, Naud. — 
V, pags. 40 e 41 

Rhynchanthera spicata, Hoehne — V, 
pag. 36 


Rhynchanthera stricta, Cgn. — V, pag. 
35 


Rhynchanthera ursina, Naud. — V, pag. 


35 

Rhynchanthera verbenoides, Cham, — 
V, pag. 43 

Richardsonia acutifolia, Krause — II, 
pag. 26 


Richardsonia astroides, Schum. — HI, 
pag. 27 e VI, pag. 33 


Richardsonia brasiliensis, Gom. — II, 
pag. 26 

Richardsonia pilosa, H. B. K.— HI, 
pag. 27 


Richardsonia rosea, Cham. et Schltd. — 
II, pag. 27 

Richardsonia scabra, St. Hil. — III, pag. 
27 

Richardsonia stelaris, Cham. et Schltd. 
— III, pag. 26 

Rudgea Clausseniana, Bth, — III, pag. 


21 
Rudgea gardenioides, Muell. Arg. — II, 
pag. 22 


Rudgea jasminoides, Muell. Arg. — HI, 
pag. 21 ; 


Rudgea minor (Cham.) Muell. Arg. 
== 11 pags 21 


Rudgea myrsinifolia, Bth, — III, pag. 
21 

Rudgea villiflora, Schum. — IH, pag. 
21 

sS 

Sabicea brasiliensis, Wnh. — II, pag. 
14 

Sabicea hirsuta, H. B. K. — II, pag. 
14 

Sagotia triflora, Duchas — I, pag. 28 

Salpinga margaritacea, Triana — V, 
pags. 7 e 103 

Salpinga secunda, Sehl. et Mart, —V, 
pag. 103 


Sarcoglottis butantanensis, Hoelme. et 
Schltr. — II, pag. 27 e IV, pag. 29 

Sarcoglottis grandiflora (Hook.) KI, — 
IV, pag. 29 

Sarcoglottis neuroptera (Warm. et 
Mart.) Schltr. — II, pag. 27 e IV, 
pag. 29 : 

Sarcoglottis picta (Sm. KI. — IV, pag. 
29 


fat 


Sarcoglottis rufescens (Fisch.) KI. — 
IV, pag. 29 

Sarcoglottis tenuis, Schltr. — IV, pag. 
28 

Sauroglossum elatum, Ldl. — IV, pag. 
21 


Sauroglossum mnitidum (Vell) Schltr. 
== IN. pags. 20/e 21] 

Sida acuta — VI, pag. 64 

Siphanthera cordata, Pohl, — V, pag. 


46 

Siphanthera Hostmannii, Cgn. — V, pag. 
47 

Siphanthera ramosissima, Cgn. —V, 
pag. 46 

Siphanthera subtilis, Pohl., var. ramosa 
== NV, pas: 46 


Siphanthera tenera, Pohl. — V, pag. 47 
Siphanthera villosa, Cgn. — V, pag. 45 


Siphronites coccinea, Cgn. — II, pag. 
Sophronites Rossiteriana, Rdr. — II, 
pag. 37 


Sophronites violacea, Ldl. — II, pag. 


Sophronites Wittigiana, Rdr. — II, pag. 
37 


Spiranthes bicolor, Griseb. — II, pag. 
28 

Spiranthes butantanensis, Hoehne — II, 
pag. 27 


Spiranthes elata, Rich. — IV, pag. 25 

Spiranthes euglossa, Kraenzl. — II, pag. 
dis e Vo pag da 

Spiranthes Grisebachii, Cgn. — II, pag. 
27 e IV, pag. 32 


20 Índice alfabético das espécies citadas no volume 1 


Spiranthes pubescens, Rdr. — IL, pag. 
27 e IV, pag. 28 

Spiranthes spirata, Hoehne — Il, pag. 
a? 

Staelia  catechosperma, 
pag. 30 

Stelis deregularis, Rdr. — IV, pag. 38 

Stelis gigas, Rdr. — II, pag. 30 

Stelis inaequisepala, Hoehne et Schltr. 


Schum. — III, 


— II, pag. 30 
Stelis pauloensis, Hoehne et Schltr. — 
I, pag. 29 
Stelis tristyla, Ldl. — II, pag. 30 * 
Stenorhynchus argentinus, Griseb. — 


IV, pag. 31 
Stenorhynchus balanophorostachys (Rei- 
chb. et Warm.) Cgn. — IV, pag. 31 


Stenorhynchus  Bradei, Schltr. — IV, 
pag. 
Stenorhynchus lanceolatus | (Aubl.) 


Rich. — IV, pag. 30 
Stenorhynchus orchioides, 
pag. 31 
Stenorhynchus paraguayensis (Reichb.) 
Cgn. — IV, pag. 32 
Stenorhynchus paraguayensis var.? — 


Rich. — IV, 


IV, pag. 31 

Struthanthus complexus, Eichl. — VI, 
pag. 90 

Struthanthus concinnus, Mart. — VI, 
pag. 90 

Struthanthus flexicaulis, Mart. — VI, 
pag. 90 

Struthanthus Hoehnei, Krause — VI, 
pag. 90 

Struthanthus polyrhizus, Mart. — VI, 
pag. 90 

Strutanthus taubatensis, Eichl, — VI, 
pag. 91 

Struthanthus uruguensis, Eichl. — VI, 
pag. 90 

Struthanthus vulgaris, Mart. — VI, pag. 
91 

4 

Tecoma umbellata, Sond. — V, pag. 7 

Tetragamestus antillanus, Sehltr. — IV, 
pag. 57 

Tetragamestus modestus, Cgn. — IV, 
pag. 57 


Tetragamestus modestus, Reichb. £. — 
II, pag. 33 e IV, pag.. 57 
Tibouchina Ackermannii, Cgn. — V, pag. 


Tibouchina adenostemon, Cgn. —V, 
pag. 73 

Tibouchina amoena, Herzog — V, pag. 
85 

Tibouchina arborea, Cgn. —V, pags. 
65 e 66 


Tibouchina aspera, Aubl. —V, pag. 82 
Tibouchina asperior, Cgn. — V, pag. 81 


| 
| 


Tibouchina | Benthamiana, 
pags. 7 e 84 

Tibouchina caldensis, Cgn. — V, pag, 
68 


Cgn. — V, 


Tibouchina canescens, Ce, —Y, pags. 
Bope! 

Tibouchina cerastifoha, Cgn. — V, pag. 
87 


Tibouchina Chamissoana, Cgn. —V, 
pags. 7,8 e 71 

Tibouchina elinopodifoha, Cgn. —V, 
pags. 8 e 89 

Tibouchina clinopodifolia, var. Ruri- 
kana, Cham. — V, pag. 89 

Ei eta corymbosa, Cgm. — V, pag. 
1 

dc crassiramis, Cgn. — V, pag. 
3 

Tibouchina decemcostata, Cgn. —V, 
pag. 78 

notas debilis, Cgn. — V, pags. 83 
s 

Tibouchina debilis, var. vulgaris —V, 
pag. 77 

ronca fissinervia, Cgn. — V, pag. 
7 

Tibouchina formosa, Cgn. — V, pag. 80 

Tibouchina Fothergiliae, Cen. —V, 
pags. 7 e 69 

Fen arana foveolata, Cgn. —V, pag. 
9 


Tibouchina frigidula, Cgn. — V, pag. 72 


Tibouchina Gardneri, Cgn. —V, pag. 
“4 

Tibouchina Gardneriana, Cgn. — V, pag. 
69 

Tibouchina Gaudichaudiana, Baill. — V, 
pag. 80 

Tibouchina  Glazioviana, - Cgn.—NV, 
pags. 72 e 78 

Tibouchina gracilis, Cgn. — V, pags. 7, 


8, 63, 83, 84 e 87 
Tibouchina gracilis, var. fraterna — V, 


pag. 84 

Tibouchina gracilis, var. genuina —V, 
pag. 63 

Tibouchina gracilis, var. gracilima — V, 
pags. 63 e 84 

Tibouchina gracilis, var. hirsuta — V, 
pag. 84 

Tibouchina gracilis, var. intermedia — 
V, pag. 63 

Tibouchina gracilis, var. longisetosa — 
V, pag. 87 

Tibouchina gracilis, var. strigillosa — 
V, pag. 84 

Tibouchina gracilis, var. vulgaris — V, 
ag. 84 

Tibouchina grandifoha, Cgn. — V, pags. 
7, "4 e 75 


Tibouchina grandifolia, var. obtusifolia, 
Cgn. —V, pag. 74 


An. das Mem. do Instituto de Butantan — Vol. 1 PA! 


Tibouchina granulosa, Cgn. — V, pag. 
75 

Tibouchina herbacea, Cgn. — V, pags. 
7,87 e 88 

Tibouchina heteromala, Cgn. — V, pags. 
14, 15 

Tibouchina hieracioides, Cgn. — V, pag. 

Tibouchina | holosericea,  Baill. —V, 
pags. 7e 78 

Tibouchina hospita, Cgn. var. minor, 
Cgn. — V, pag. 89 

Tibouchina Martialis, Cgn. — V, pags. 
de Té à 

Tibouchina Moricandiana, Baill. —V, 
pags. 7 e 70 


Tibouchina Moricandiana, var. Kunthia- 
na, Cgn. — V, pag. 70 

Tibouchina multiceps, Cgn. — V, pags. 
6,7,8e 72 

Tibouchina multiceps, var. 
Cgn. —V, pag. 72 

Tibouchina multiflora, Cgn. — V, pags. 
73e 14 

Tibouchina mutabilis, Cgn. — V, pags. 
6, 7, 66, 07 e 68 

Tibouchina nobilis, Rechinger — V, pag. 


parvifolia, 


Tibouchina ochypeiala, Baill. —V, pag. 
ra! 
Tibouchina organensis, Cgn. —V, pag. 


Tibouchina papyrifera, Pohl. — V, pag. 


82 

Tibouchina pauciflora, Cen. — V, pag. 
Ca! 

Tibouchina paulistana, Hoehne —V, 
pag. 70 

Tibouchina pogonanthera, Cgn. —V, 
pags. 82 e 83 

Tibouchina pulchra, Cgn. — V, pag. 66 

Tibouchina Raddiana, Cgn. — NV, pags. 
G e 6? 

Tibouchina Reichardiana, Cgn.—V, 
pag. 80 

Tibouchina rupicola, Hoehne — V, pag. 
85 

Tibouchina scaberrima, Cgn. — V, pag. 
86 

Tibouchina serobiculata, — Cgn. —V, 
pags. 6 e 75 


Tibouchina sebastianopolitana, Cgn. — 
V, pags. 87-89 

Tibouchina sebastianopolitana, var. hir- 
suta, Cgn. —V, pag. 89 

pda Miqueliana, Cgn. —V, pag. 

Tibouchina Selowiana, Cgn. — V, pags. 
6, ut; 66, 6% 

a crie Spruceana, Cgn. —V, pag. 


Tibouchina stenocarpa, Cgn. — V, pag. 
76 


Tibouchina stenocarpa, var. latifona, 
Cgn. — V, pag. 76 
Tibouchina stenocarpa, var. longifoha, 

. 


Cgn. — V, pag. 76 
Tibouchina stignicarpa (leia-se steno- 
carpa) — V, pag. 6 
Tibouchina trichopoda, Baill. — V, pag. 
a 


Tibouchina tuberosa, Cgn. —V, pag. 

Tibouchina Urbaniana, Cgn. — V, pag. 
89 

Tibouchina Urbanii, Cgn. — V, pag. 89 

Tibouchina urceolaris, Cgn. —V, pag. 
19 

Tibouchina. urceolaris, var. papillosa, 
Hoehne — V, pag. 79 


Tibouchina ursina, Cgn. — V, pag. 78 

Tibouchina Valtherii, Cgn. var. minor, 
Hoehne — V, pag. 69 

Tibouchina verticiilaris, Cgn. — V, pags. 


2 e 13 
Tococa aristata, Bth. — V, pag. 156 
Tococa cardiophylla, Naud. — V, pag. 
155 
Tococa jormicaria, Mart. — V, pags. 


155 e 156 

Tococa formicaria, var. didymophysca, 
Cgn. —V, pag. 156 

Tococa Kuhlmannii, Hoehne — V, pag. 
15 

Tococa nitens, Triana — V, pag. 157 

Tococa stephanotricha, Mart. — V, pags. 
102 e 155 

Tococa subciliata, Triana — V, pag. 157 


Tococa subglabrata, Cgn. — V, pag. 156 
Tocoyena formosa, Schum. — HI, pag. 
14 


Topobea parasitica, Aubl. — V, pag. 177 


Topobea rupicola, Hoehne — V, pag. 
176 
Trachelosiphon  actinosophila  (Rdr.) 


Schltr. — IV, pag. 30 
Trachelosiphon paranaensis, Sehltr. — 
IV, pag. 30 


Trembleya Bradeana, Nordlind — V, 
pag. 28 

Trembleya parvijlora, Cgn. — V, pag. 
29 

Trembleya parvijlora, var. triflora — 
V, pag. 30 

Trembleya phlogijormis, D, C.—V, 
passes 

Trembleya phlogiformis, var. genuina 
— V, pag. 30 

Tremblega phlogijormis, var. latifolia 


— V, pag. 30 

Trembleya phlogijormis, var. parvifolia 
— V, pag. 30 

Trembleya phlogijormis, var. quinque- 
nervis — V, pag. 30 

Trembleya phlogijormis, var. ramosisst- 
ma — V, pag. 30 


22 


Trembleya phlogiformis, var. stachyoi- | 
des — V, pag. 30 
ricantha ferruginea, Karst. — VI, pag. | 
44 | 


Tulasnea foliosa, Naud. — V, pags. 48 
e 51 
“ÚV 
Ucriana longifolia, Spre. — HI, pag. 10 
Uraria lagocephala, D. C. — I, pag. 31 
Utricularia “reniformis, St. Hill. —V, | 
pag. 154 | 


Indice alfabético dos nomes 


A 


Acido prussico — VI, pag. 9 
Alecrim cheiroso — V, pag. 95 

Aletria: de pão — VI, pags. 32 e 33 
Alfafa — I, pag. 21 

Alfeneiro — V, pag. 7 

Algodão do pantanal — VI, pag. 65 
Algodãosinho do cerrado — VI, pag. 67 


Amores do campo — 1, pags. 12 e 35 
Amores do mato — 1, pag. 35 
Amores sêcos — 1, pag. 12 
Apiranga — V, pag. 6 
Assucena do mato — III, pag. 14 
Autuparana — HJ, pag. 9 

B 
Batata de purga — VI, pags. 8 e 62 
Batata doce — VI, pags. 5, 6 e 17 
Batata doce amarella — VI, pag. T% 
Batatarana — VI, pags. 6 e 63 


Bedille — VI, pag. 8 
Belle de jour — VI, pags. 8 e 9 


Bôa, noite = VÊ, pags! 5, 7, 8 e 0 
Botão amarelo — VI, pag. 10 
Brassica marinae — VI, pag. 8 

€ 
Cainca — III, pag. 16 
Cafésinho — V, pag. 178 
Caixêta — V, pag. 100 
Camará do mato — V, pag. 107 
Campainha comum — VI, pag. 9 
Campainha folha de altéa — VI, pag. 9 
Campainha rasteira — VI, pag. 8 
Canela de velha — V, pag. 130 


Canudo — VI, pag. 65 

Capim de planta — 1, pag. 21 

Capuchinha — V, pag. 57 

Carrapixo — V, pags. 12 e 35 

Carrapixo do beiço do boi — V, pags. 
12 e 35 

Carrapixo rasteiro — V, pag. 34 

Carvão vermelho — V, pag. 143 


Índice alfabético dos nomes vulgares citados no volume 1 


V 
Vanilla angustipetala, Schltr. — IV, pag. 
19 


Vanilla Ditschiana, Edwall — IV, pag. 
20 


Vanilla parviflora, Rdr. — IV, pag. 20 


Z 


Zygostates cornuta, Ldl. — II, pag. 40 
Zygostates lunata, Ldl. — II, pag. 46 


vulgares citados no vol. 1 


Cinheirinho do campo — V, pag. 15 
Cipó chumbo — VI, pags. 32 e 33 
Cipó cruz — III, pag. 16 

Cipó da praia — VI, pag. 8 

Cipó de purga — VI, pag. 8 
Coaxihgilt — VI, pag. 9 
Convolvulina — VI, pag. 10 

Corôa de frade — V, pags. 5 e 181 
Couve marinha — VI, pag. 8 
Creoula — V, pag. 179 

Criuri — V, pag. 179 

Criviri — V, pag. 179 

Curiri — V, pag. 179 


D 


Douradão — III, pag. 20 
Douradinha — III, pag. 20 


E 


Escamonea — VI, pags. 7, 8 e 9 
Escamonea da America — VI, pag. 6 
Essencia de rosas — VI, pag. 8 


F 


Feijão de boi — 1, pag. 26 

Fios de ovos — VI, pag. 33 
Flôr de S. João — VI, pag. 10 
Flor de S. Miguel — VI, pag. 78 
Flôr do Cardeal — VI, pag. 8 
Folha prateada — VI, pag. 9 
Folia Quamoclit — VI, pag. 8 


G 
Gialapae — VI, pag. 7 


Goma de batata — VI, pag. 8 
Gritadeira do campo — II, pag. 20 


Gummi resinae Scammonii — VI, pag. 
7 
H 
Herba Anthylleos creticae maritimae — 
Vil pago 


Herba Convolvuli majoris — VI, pag. 8 


An. das Mem. do Instituto de Butantan -— Vol. 1. 23 


Herba Convolvuli minoris — VI, pag. 8 
Herba Cuscutae majoris — VI, pag. 
Herba Epithymi cretici — VI, pag. 7 
Herba Soldanellae — VI, pag. 8 
Herva botão — III, pag. 29 


] 


Herva elefante — I, pag. 21 
Herva de rato — III, pags. 5, 18, 19 e 
21 
I 


Ipé. — V, pag. 7 
Ipecacuanha — III, pag. 24 


J 

Jaboticaba do campo — V, pags. 5 e 

181 
Jaboticaba do cerrado — V, pag. 180 
Jacatirão — V, pags. 6, 98, 99 e 144 
Jalapa — VI, pags. 7, 8e 9 
Jalapae albae — VI, pags. 6 e 8 
Jalapa branca — VI, pags. 6e 8 
Jalapa macho — VI, pag. 7 
Jalapa silvestre — VI, pag. 6 
Jalapa verdadeira — VI, pags. 6 e 7 
Jalapa mexicana — VI, pag. 7 
Jalapina — VI, pag. 7 
Jaquetirão — V, pag. 146 


L 
Licor de Nayan — VI, pag. 9 
Lignum Rhodii — VI, pag. 8 
Limão bravo — III, pag. 15 
Lisette — VI, pag. 8 


M 
Maloja — I, pag. 21 
Manacá — V, pag. 6 
Mandapuçã — V, pags. 5 e 180 
Mandubi-rana — I, pag. 34 
Mangerico — V, pag. 7 
Maracujá-rana — VI, pag. 7 
Maripá — VI, pag. 7 


Marmelada de cavalo — I, pags. 20, 
21 e 23 

Marmelada de caballo del Brasil — 1, 
pag. 20 

Mechoacannae albae — VI, pags. 6e 8 

Mechoacannae griseae — VI, pags. 6 e 
8 

Mechoacannae nigrae — VI, pag. 7 


Morning glory — VI, pag. 9 
Mouririchira — V, pag. 179 
Murta do mato — III, pag. 12 


O 


Oco-imoucará — V, pag. 178 

Oleum ligni Rhodii aethereum — VI, 
pag. 8 

Orelha de onça — YV, pag. 79 


P 


Pacpac-lanhão — I, pag. 29 

Pão de cêra — III, pag. 14 

Pão de colher — III, pag. 10 

Pão de pregos — V, pag. 182 

Pão de Rhodes — VI, pag. 8 

Paral — I, pag. 21 

Pavi — VI, pag. 8 

Pega-pega — 1, pags. 12 e 35 
Periquito — V, pag. 7 

Petit liseron — VI, pag. 8 

Pixirica — V, pag. 108 

Poaia — III, pag. 5 

Poaia branca — III, pag. 27 

Poaia de Mato-Grosso — III, pag. 24 
Poaia do campo — III, pags. 29 e 30 
Poia do Rio — III, pag. 11 
Pracaja-nambi — V, pag. 79 

Puçá — V, pags. 5 e 180 

Purga macho — VI, pag. 7. 


Q 
Quamoclit — VI, pag. 8 
Quaresma — V, pags. 6 e 142 
Quaresmeira — V, pag. 6 
Quina — III, pag. 5 
Quina brava — V, pag. 142 


R 


Radix Convolvuli majoris — VI, pag. 8 
Radix Convolvuli pandurati — VI, pag. 


6 
Radix Jalapae albae — VI, pag. 8 
Radix Jalapae brasilianae — VI, pag. 
8 


Radix Jalapae fusiformis — VI, pag. 7 
Radix Jalapae laevis — VI, pag. 7 
Radix Jalapae novae — VI, pag. 7 
Radix Jalapae ochroleucae — VI, pag. 8 
Radix Jalapae ponderosae — VI, pag. 7 
Radix Jalapae tuberosae — VI, pag. 7 
Radix Mechoacannae albae — VI, pag. 8 
Radix Mechoacannae griscae — VI, 
pag. 8 
Radix Turpethi — VI, pag. 7 
Resina Jalapae — VI, pag. 7 
Rhabarbari indici — VI, pag. 6 
Rhuibarbo bravo — VI, pag. 6 
Rhuibarbari indici — VI, pag. 8 


s 
Salsa da praia — VI, pag. 8 
São Joâsinho — V, pag. 38 
Scamonium — VI, pag. 7 
Scamonium halepense — VI, pag. 7 
Scamonium syriacum — VI, pag. 7 


24 Índice alfabético dos nomes vulgares citados no volume 1 


Semen Kaladanae — VI, pag. 9 
Semen Quamoclit — VI, pag. 8 
Sirop de Bauduit — VI, pag. 8 
Soldanela — VI, pag. 8 
Spijkerhout — V, pag. 182 


Stipites Jalapae — V, pag. 7 
Ay 

Tangaraca — V, pag. 126 

Tapióca de purga — VI, pag. 8 

Tinta de sapateiro — V, pag. 6 

Trevo — 1, pag. 29 

Trevo do campo — 1, pag. 37 


Trevinho do campo — 1, pag. 29 
Turbith — VI, pag. 7 

Turpetho — VI, pag. 7 
Turubi-mirim — VI, pag. 41 


y. 


Vassoura — III, pag. 29 

Vassoura mansa — V, pag. 6 
Vassoura meuda — V, pag. 146 
Vassourinha — V, pag. 6 
Vassourinha do campo — V, pag. 21 
Velame — VI, pag. 60 

Velame do cerrado — V, pag. 143 
Villée — VI, pag. 8 


Di 


Yerba de Pará — I, pag. 21 


x 
Xiputa — V, pags. 6 e 181 


Y 
Ti 
II |] ||| || 


||| 


| ||| | 
||) 
| WII || ||| 


|| | | | || 
III || | 


IE] || ||| 


|||] 
| II 


| III || III 


Capas oa fo Post mio rés 
- a ma 


aa TO e encarna? 


DPM 
1 It Lo 


Pego qa 


fecers 


SS 
ao Mm 


Se E 


Peer Sa 
EaD BEI mao 
Senão a - - E : ; 
= - Ai: ade area = 
; my a ro usos: ar 


mta eia 
+ bits dA 


+